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AULA 05 02/09/2021 FILOSOFIA DO DIREITO E DIREITOS HUMANOS HANS KELSEN · A base de Kelsen vem da filosofia de da consciência de Immanuel Kant. · Na teoria de Kant, a relação de conhecimento se dá a partir da interação entre sujeito e objeto. · Na relação Sujeito (S) e objeto (O), o conhecimento nasce pela apropriação do primeiro, enquanto cientista, do segundo, enquanto campo de estudo. S → O {Ao criar as leis, o parlamento se apropria do direito, da mesma maneira que o juiz também o faz ao aplicar o direito nos casos concretos.} · No campo da teoria do Estado, Kelsen promove um elo entre autoridade, poder e direito, de tal maneira que e o direito que autoriza e limita o exercício do poder estatal. · A autorização e a limitação do poder estatal é dada pela Constituição, em sua acepção jurídica, que estabelece as competências legislativa, jurisdicional e administrativa do Estado. · Para Kelsen, o direito legítimo será o direito válido enquanto produção do ente estatal. → Há uma relação escalonada de normas superiores que conferem validade as normas · Kelsen propõe que ciência jurídica estude única e exclusivamente a ontologia normativa do ordenamento jurídico, ou seja, como p direito válido é produzido pelo Estado a partir dessas relações de validade entre as normas. · Kelsen afastar por completo o direito de elementos externos, como a moral e a política, analisando o fenômeno jurídico única e exclusivamente a partir da norma jurídica válida. → Isso redunda na construção de uma teoria pura do direito ou de uma teoria normativa restritiva. → promove um total afastamento entre direito e moral. · A ciência jurídica recorre a uma linguagem descrita para compreender e explicar os fenômenos jurídicos a partir de atos de conhecimentos do cientista jurídico, o qual observa a dinâmica jurídica que ocorre nas relações de validade entre as normas → CONTEÚDO E FORMA DO DIREITO EM HANS KELSEN · As leis contemplam fotos jurídico hipotéticos que estabelecem um dever ser e, uma vez ocorrido aquele evento, haverá aplicação das consequências jurídicas previstas até os limites da responsabilidade do agente. → Trata-se de uma relação de causalidade, também chamada de causa/efeito ou causa/imputação. → A lei produzida formalmente pelo Estado, a partir das relações de validade, irá promover a separação dos fenômenos jurídicos puros daqueles que demais fenômenos. → Além do direito ser estruturado a partir de normas que estabelecem condutas, também haverá a estipulação de sanções que serão aplicadas quando o direito for descumpridos. → A DINÂMICA JURÍDICA E AS RELAÇÕES DE VALIDADE DENTRO DA PIRÂMIDE DE KELSEN → N.H.F: NORMA HIPOTÉTICA FUNDAMENTAL → CONSTITUIÇÃO → DECISÃO JUDICIAIS E ATOS ADMINISTRATIVOS. {As normas de hierarquia inferior, que foram a base da pirâmide, terão seu fundamento na norma imediatamente superior que, por sua vez, será fundamentada na sua respectiva norma superior até chegar no topo da pirâmide} → Fora da pirâmide e acima da Constituição, a qual está no topo, reside a Norma Hipotética Fundamental, enquanto ficção jurídica, que existe fora do ordenamento jurídico e que confere a validade geral de toda ordem jurídica enquanto pressuposto lógico. → A INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DO DIREITO · O Juiz é intérprete oficial, autorizado pelo direito, a interpretar o ordenamento jurídico e, a partir de um ato de vontade, escolher qual será a interpretação da norma que será aplicada dentro do caso concreto. · O juiz é livre para criar o direito no caso concreto, tendo o ordenamento jurídico como moldura, pois tanto sua decisão deverá buscar validade na ordem jurídica como deverá ser fundamentada argumentativamente → livre convencimento motivado do juiz. · Para Kelsen o direito não apresenta lacunas, pois é possível que o juiz recorra a analogia e encontre, dentro do ordenamento, uma resposta para o caso concreto. H.L.A HART · A base epistemológica de H.L.A no giro linguístico-pragmático e na filosofia da linguagem de Ludwig Wittgenstein. · Hart, ao recorrer a Wittgestein, substitui as relações de apropriação entre Sujeito/Objeto por relações intersubjetivas, entre pessoas por meio da linguagem. S´ - S´´ → O direito passa a ser encarado como uma construção social, voltada a legitimidade e que não depende da apropriação daquilo que o legislador ou o juiz considera como melhor. → CRITICAS DE HART AS TEORIAS DE AUSTIN E KELSEN · As críticas se davam pelo fato do primeiro reduzir o direito aos modais deônticos, que não são característicos do direito penal e o segundo pela ausência de legitimidade e pela impossibilidade de pensar o direito exclusivamente a partir da relações de validade. · O direito não pode ser sustentado exclusivamente pelo medo da punição, sendo necessária uma aceitabilidade racional, por parte da sociedade, quanto ao conteúdo das normas jurídicas. · A partir disto, Hart cria a figura de normas primárias e secundárias do direito NORMAS PRIMÁRIAS: consistem nos modais deônticos que estabelecem as condutas permitidas, proibidas e obrigadas NORMAS SECUNDÁRIAS: orientam como o direito será modificado para acompanhar as dinâmicas sociais e são divididas em: 1. Normas de adjunção: são as decisões judiciais e as regras que orientam sua produção. 2. Normas de alteração: ditam como, quando e por quem o direito pode ser modificado. 3. Normas de reconhecimento: indicam qual é o direito válido, encontrado amparo em uma norma de reconhecimento última que, em contato com a sociedade, fundamenta o direito e que pode existir, de fato, na ordem jurídica. SOCIEDADE FACE INTERNA: NORMA SECUNDÁRIAS NORMAS PRIMÁRIAS FACE EXTERNA: NORMA ÚLTIMA DE RECONHECIMENTO · A norma última de reconhecimento está na face externa do direito, em contato com a sociedade e permite absorver conteúdos morais que estejam a serviço do direito. → Discreta reaproximação entre direito e moral. · Em caso de lacunas, o juiz tem discricionariedade para criar o direito aplicável. Questões de Reflexão: 1. Existe relação entre a autoridade e o poder estatal com as normas jurídicas? 2. Qual o papel é desempenhado pelas sanções no ordenamento jurídico? Trata-se de um elemento essencial para o direito? 3. Como deverá ocorrer a interpretação do direito e o preenchimento das lacunas? 4. O direito pode existir somente com normas que prescrevem obrigações ou permissões? Esse sistema jurídico é compatível com a realidade social contemporânea? 5. Qual a relevância da teoria de H.L.A. Hart para o pós-positivismo? É correto afirmar que a teoria de Hart permite um reingresso da moral no direito? 1.Como se dá a relação entre direito, poder e autoridade na teoria de Hans Kelsen? Esses elementos possuem vinculação com a chamada pirâmide de Kelsen? Explique considerando o conceito de validade normativista aplicado pelo autor 2.Hans Kelsen afirma que a interpretação judicial é semelhante a uma pintura, tendo o ordenamento como moldura. Explique o que o autor quer dizer com tal declaração. 3.O que significam as facetas internas e externas do direito para H.L.A. Hart? Correlacione ambas com os conceitos de normas primárias e normas secundárias. 4.Contraponha os conceitos de norma fundamental hipotética de Hans Kelsen e norma secundária de reconhecimento de H.L.A. Hart. 7 image1.jpeg image2.jpeg
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