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Caderno de Jurisprudência (2)

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CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA 
CICLO I - SEMANA 04 
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS DO STF E DO STJ
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
CICLO I – SEMANA 04 
2 
COMO UTILIZAR O MATERIAL 
Este material de apoio deve ser lido semanalmente aos sábados. A ideia é que, por meio da 
leitura recorrente, o aluno fixe os principais entendimentos do STF e STJ. Em caso de dúvida 
sobre o teor do julgado, recomendamos que o aluno recorra ao site Dizer o Direito e estude o 
informativo na íntegra, já que nosso objetivo é somente trazer os principais pontos de forma 
a facilitar os estudos e revisão. 
Observação: foram inseridos também os julgados considerados MAIS IMPORTANTES com data 
anterior ao ano de 2018. 
Sumário 
Sumário ........................................................................................................................................2 
SEMANA 04 ..................................................................................................................................3 
4.4 Outros Temas .....................................................................................................................................3 
5. PROCEDIMENTO .......................................................................................................................5 
5.1 Audiência de Custódia ........................................................................................................................5 
5.2 Temas Diversos ...................................................................................................................................7 
5.3 Procedimento Previsto Na Lei 8.038/90 ............................................................................................8 
6. PROVAS .....................................................................................................................................9 
7. INTERCEPTAÇÃO TELEFONICA.................................................................................................19 
8.TRIBUNAL DO JURI ..................................................................................................................21 
8.1 Noções Gerais .....................................................................................................................................1 
8.2 Outros de Júri .....................................................................................................................................4 
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SEMANA 04 
4.4 Outros Temas 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Em razão da pandemia de covid-19, concede-se a ordem para a soltura de todos os presos a quem foi 
deferida liberdade provisória condicionada ao pagamento de fiança e que ainda se encontram 
submetidos à privação cautelar em razão do não pagamento do valor. Não se mostra proporcional, neste 
período de pandemia, a manutenção dos réus na prisão, tão somente em razão do não pagamento da 
fiança, visto que os casos - notoriamente de menor gravidade – não revelam a excepcionalidade 
imprescindível para o decreto preventivo. 
 
STJ. 3ª Seção. HC 568693-ES, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 14/10/2020 (Info 681). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não se conhece de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática de Ministro do STJ que nega 
liminar mantendo decisão do TJ que determinou a execução provisória da pena em caso de condenação 
pelo Tribunal do Júri. 
Nota: aplica-se o raciocínio da Súmula 691- STF. O caso concreto envolve uma condenação pelo Tribunal 
do Júri. Alguns Ministros do STF que entendem que seria possível a execução provisória da pena nas 
condenações do Tribunal do Júri. Isso porque, em razão da soberania dos vereditos, o Tribunal não pode 
reexaminar os fatos decididos pelos jurados. 
 
STF. 1ª Turma. HC 175808/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/12/2019. 
(Info 964) 
Mesmo sentido: STF. Plenário. HC 170263, Rel. Edson Fachin, julgado em 22/06/2020 (Info 985) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Se o Tribunal de 2ª instância determinou a execução provisória da pena, mas o juiz já havia 
negado o direito do condenado de recorrer em liberdade, não cabe a soltura do réu com 
base no novo entendimento do STF de que é proibida a execução provisória da pena. 
Nota: a manutenção da prisão não foi apenas por conta da execução provisória da pena. 
 
STF. 1ª Turma. HC 176723/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/12/2019. 
(Info 964) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
1ª Turma do STF aplica entendimento do Plenário no sentido da impossibilidade de 
execução provisória da pena. 
Nota: Em dezembro de 2019, foi inserido no ordenamento jurídico o “Pacote Anticrime” com 
a seguinte redação: “Art. 492. .................................................................................................
I - .............................................................................................................
....................................................................................................................................................
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes 
os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual ou 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art492ie.
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superior a 15 (quinze) anos de reclusão, DETERMINARÁ A EXECUÇÃO PROVISÓRIA DAS PENAS, 
com expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de 
recursos que vierem a ser interpostos; 
................................................................................................................
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, DEIXAR DE AUTORIZAR A EXECUÇÃO
PROVISÓRIA DAS PENAS de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver 
questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual competir o julgamento possa 
plausivelmente levar à revisão da condenação.” 
Assim, deve-se ficar atento aos próximos entendimentos dos Tribunais acerca do tema. 
STF. 1ª Turma. ARE 1066359 AgR/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/11/2019 (Info 961). 
Mesmo sentido: STF. Plenário. ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 7/11/2019 (Info 958). 
STF. 2ª Turma. HC 163814 ED/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/11/2019 (Info 960). 
STF. 2ª Turma. HC 136223, Rel. Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, julgado em 25/04/2017 STJ. 5ª Turma. HC 438.088, Rel. Min. 
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 24/05/2018. STJ. Presidente Min. Laurita Vaz, em decisão monocrática no HC 458.249, 
julgado em 12/07/2018. 
Súmula 643-STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado da condenação. STJ. 3ª Seção. 
Aprovada em 10/02/2021. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não é possível a execução provisória da pena mesmo em caso de condenações pelo 
Tribunal do Júri. 
Nota: Em dezembro de 2019, foi inserido no ordenamento jurídico o “Pacote Anticrime” 
com a seguinte redação: “Art. 492. .........................................................................................
I - .............................................................................................................
.................................................................................................................
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se 
presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual 
ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão, DETERMINARÁ A EXECUÇÃO PROVISÓRIA DAS
PENAS, com expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízodo conhecimento 
de recursos que vierem a ser interpostos; 
................................................................................................................
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, DEIXAR DE AUTORIZAR A EXECUÇÃO
PROVISÓRIA DAS PENAS de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver 
questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual competir o julgamento possa 
plausivelmente levar à revisão da condenação.” 
Assim, deve-se ficar atento aos próximos entendimentos dos Tribunais acerca do tema. 
STF. 2ª Turma. HC 163814 ED/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/11/2019 (Info 960). 
Mesmo sentido: STF. 1ª Turma. ARE 1066359 AgR/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/11/2019 (Info 961). 
STF. 2ª Turma. HC 136223, Rel. Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, julgado em 25/04/2017 STJ. 5ª Turma. HC 438.088, Rel. Min. 
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 24/05/2018. STJ. Presidente Min. Laurita Vaz, em decisão monocrática no HC 458.249, 
julgado em 12/07/2018. 
Obs: existe decisão da 1ª Turma em sentido contrário, ou seja, afirmando que “a prisão de réu condenado por decisão do Tribunal 
do Júri, ainda que sujeita a recurso, não viola o princípio constitucional da presunção de inocência ou não-culpabilidade.” (STF. 1ª 
Turma. HC 118770, Relator p/ Acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 07/03/2017). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art492%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art492ie.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art492%C2%A73
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Há ainda, STF. 1ª Turma. HC 140449/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/11/2018 
(Info 922), também no sentido: É possível a execução da condenação pelo Juiz Presidente do Tribunal do Júri, independentemente 
do julgamento da apelação ou de qualquer outro recurso, em face do princípio da soberania dos veredictos. Assim, nas 
condenações pelo Tribunal do Júri não é necessário aguardar julgamento de recurso em segundo grau de jurisdição para a execução 
da pena. 
Vale ressaltar, contudo, que as decisões foram tomada antes do resultado das ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, julgadas em 
7/11/2019. Além disso, verifique a nota abaixo. 
Súmula 643-STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado da condenação. STJ. 3ª Seção. Aprovada 
em 10/02/2021. 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O art. 283 do CPP, que exige o trânsito em julgado da condenação para que se inicie o 
cumprimento da pena, é constitucional, sendo compatível com o princípio da presunção de 
inocência, previsto no art. 5º, LVII, da CF/88. Assim, é proibida a chamada “execução 
provisória da pena”. 
Nota: Súmula 643-STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em 
julgado da condenação. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 10/02/2021. 
STF. Plenário. ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 7/11/2019. (Info 958) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A SV 56 destina-se com exclusividade aos casos de cumprimento de pena, ou seja, aplica-se 
tão somente ao preso definitivo ou àquele em execução provisória da condenação. Não se 
pode estender a citada súmula vinculante ao preso provisório (prisão preventiva). 
Nota: Súmula vinculante 56-STF- A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a 
manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nesta 
hipótese, os parâmetros fixados no Recurso Extraordinário (RE) 641320. 
STJ. 5ª Turma. RHC 99.006/PA, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 07/02/2019. (Info 642) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não fere o contraditório e o devido processo decisão que, sem ouvida prévia da defesa, 
determine transferência ou permanência de custodiado em estabelecimento penitenciário 
federal. 
STJ. Terceira Seção, julgado em 27/11/2018, DJe 5/12/2018. (Info 660) 
Súmula 639, STJ 
5. PROCEDIMENTO 
5.1 Audiência de Custódia 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A superveniência da realização da audiência de instrução e julgamento não torna superada 
a alegação de ausência de audiência de custódia. 
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STF. 2ª Turma. HC 202579 AgR/ES e HC 202700 AgR/SP, Rel. Min. Nunes Marques, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, 
julgados em 26/10/2021 (Info 1036). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A ausência de realização de audiência de custódia não implica a nulidade do decreto de 
prisão preventiva. 
Veja também: A falta de audiência de custódia constitui irregularidade, não afastando a prisão
preventiva, uma vez atendidos os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal e
observados direitos e garantias versados na Constituição Federal STF. 1ª Turma. HC 198.784,
Rel. Min. Marco Aurélio , Dje em 16/06/2021. 
TF. 2ª Turma. HC 201506 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 22/08/2021. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A audiência de custódia (ou de apresentação) constitui direito público subjetivo, de caráter 
fundamental, assegurado por convenções internacionais de direitos humanos a que o 
Estado brasileiro aderiu, já incorporadas ao direito positivo interno (Convenção Americana 
de Direitos Humanos e Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos). Traduz 
prerrogativa não suprimível assegurada a qualquer pessoa. Sua imprescindibilidade tem o 
beneplácito do magistério jurisprudencial (ADPF 347 MC) e do ordenamento positivo 
doméstico (Lei nº 13.964/2019 e Resolução 213/2015 do CNJ). 
Nota: A ausência da realização da audiência de custódia qualifica-se como causa geradora da 
ilegalidade da própria prisão em flagrante, com o consequente relaxamento da privação 
cautelar da liberdade. Se o magistrado deixar de realizar a audiência de custódia e não 
apresentar uma motivação idônea para essa conduta, ele estará sujeito à tríplice 
responsabilidade, nos termos do art. 310, § 3º do CPP. 
Obs1: STJ possui julgados em sentido contrário: A não realização de audiência de custódia 
não induz a ilegalidade do decreto preventivo, cujos fundamentos e requisitos de validade 
não incluem a prévia realização daquele ato, vinculados, por força de lei, ao que dispõem os 
arts. 312 e 313 do CPP. STJ. 6ª Turma. HC 598.525/BA, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado 
em 20/10/2020. Obs2: a audiência de custódia deve ser realizada em todas as modalidades 
de prisão, inclusive as temporárias, preventivas e definitivas (STF RCL 29303). 
STF. HC 188888/MG, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/10/2020. (Info 994) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A decisão que, na audiência de custódia, determina o relaxamento da prisão em flagrante 
sob o argumento de que a conduta praticada é atípica não faz coisa julgada. Assim, esta 
decisão não vincula o titular da ação penal, que poderá oferecer acusação contra o 
indivíduo narrando os mesmos fatos e o juiz poderá receber essa denúncia. 
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STF. 1ª Turma. HC 157306/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/9/2018. (Info 917) 
5.2 Temas Diversos 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O art. 366 do CPP estabelece que se o acusado for citado por edital e não comparecer ao 
processo nem constituir advogado o processo e o curso da prescrição ficarão suspensos. 
Enquanto o réu não for localizado, o curso processual não pode ser retomado. 
STJ. 6ª Turma. RHC 135970/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 20/04/2021 (Info 693). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
No caso do art. 366 do CPP, o prazo prescricional ficará suspenso pelo tempo de prescrição 
da pena máxima em abstrato cominada ao crime. 
Nota:No mesmo sentido: Súmula 415-STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é 
regulado pelo máximo da pena cominada. 
Veja, ainda: Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir 
advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz 
determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar 
prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. 
STF. Plenário. STF. Plenário. RE 600851, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 04/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 438) (Info 
1001) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É lícita a gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem o conhecimento do 
outro. 
STJ. 6ª Turma. HC 512.290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020. (Info 677) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A ação controlada prevista no § 1º do art. 8º da Lei nº 12.850/2013 independe de 
autorização, bastando sua comunicação prévia à autoridade judicial. 
Nota: A ação controlada é também denominada de “flagrante prorrogado, retardado ou 
diferido”. 
STJ. 6ª Turma. HC 512.290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020. (Info 677) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não haverá infiltração policial se o agente apenas representa a vítima nas negociações de 
extorsão. 
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Nota: Quando agente lotado em agência de inteligência, sob identidade falsa, apenas 
representa o ofendido nas negociações da extorsão, sem se introduzir ou se infiltrar na 
organização criminosa não há infiltração policial. 
A infiltração de agentes é uma técnica especial de investigação por meio da qual um policial, 
escondendo sua real identidade, finge ser também um criminoso a fim de ingressar na 
organização criminosa e, com isso, poder coletar elementos informativos a respeito dos 
delitos que são praticados pelo grupo, identificando os seus integrantes, sua forma de 
atuação, os locais onde moram e atuam, o produto dos delitos e qualquer outra prova que 
sirva para o desmantelamento da organização e para ser utilizado no processo penal. 
Essa técnica de investigação está prevista, atualmente, em quatro diplomas normativos: • art. 
53, I, da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas); • art. 10 da Lei nº 12.850/2013 (Lei do Crime 
Organizado); • arts. 190-A a 190-E do ECA, inseridos pela Lei nº 13.441/2017; • art. 1º, § 6º 
da Lei nº 9.613/98 (Lei de Lavagem de Dinheiro), inserido pela Lei nº 13.964/2019. 
STJ. 6ª Turma. HC 512.290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020. (Info 677) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A decisão que, na audiência de custódia, determina o relaxamento da prisão em flagrante 
sob o argumento de que a conduta praticada é atípica não faz coisa julgada. Assim, esta 
decisão não vincula o titular da ação penal, que poderá oferecer acusação contra o 
indivíduo narrando os mesmos fatos e o juiz poderá receber essa denúncia. 
STF. 1ª Turma. HC 157.306/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/9/2018. (Info 917) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O STF declarou que a expressão “para o interrogatório” prevista no art. 260 do CPP não foi 
recepcionada pela Constituição Federal. Assim, não se pode fazer a condução coercitiva do 
investigado ou réu com o objetivo de submetê-lo ao interrogatório sobre os fatos. 
STF. Plenário. ADPF 395/DF e ADPF 444/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 13 e 14/6/2018. (Info 906) 
5.3 Procedimento Previsto Na Lei 8.038/90 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Promotor de Justiça condenado criminalmente pelo Tribunal de Justiça impetrou habeas 
corpus alegando que o julgamento seria nulo por não ter observado o art. 400 do CPP, já 
que o interrogatório do acusado não foi o último ato da instrução. O Min. Relator Marco 
Aurélio indeferiu a ordem manifestando sua posição no sentido de que não se deve aplicar 
a regra geral do art. 400 do CPP (interrogatório como último ato) considerando que, por se 
tratar de Promotor de Justiça, julgado perante o Tribunal de Justiça, a norma aplicável seria 
a do art. 7º da Lei nº 8.038/90, segundo a qual a audição do acusado é o primeiro ato do 
procedimento. O Min. Alexandre de Moraes votou por indeferir a ordem com base em outro 
fundamento, alegando que a defesa não demonstrou prejuízo, afirmando, portanto, que 
não haverá declaração de nulidade quando não demonstrado o efetivo prejuízo causado à 
parte (pas de nullité sans grief). 
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Nota: independente do julgado acima, acredita-se que o STF continue com o entendimento 
de que o interrogatório deve ser o último ato da instrução, mesmo nos processos regidos pela 
Lei nº 8.038/90. 
STF. 1ª Turma. HC 178252/ES, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/6/2020. (Info 980) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
No rito especial da Lei nº 8.038/90, a rejeição da denúncia é balizada pelo art. 395 do CPP e 
a improcedência da acusação é pautada pelo disposto no art. 397 do CPP (que trata sobre 
a absolvição sumária). 
STJ. Corte Especial. APn 923-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/09/2019. (Info 657) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Nos processos criminais que tramitam perante o STF e o STJ, cujo procedimento é regido 
pela Lei nº 8.038/90, o interrogatório também é o último ato de instrução. Apesar de não 
ter havido uma alteração específica do art. 7º da Lei 8.038/90, com base no CPP, entende-
se que o interrogatório é um ato de defesa, mais bem exercido depois de toda a instrução, 
porque há possibilidade do contraditório mais amplo. Assim, primeiro devem ser ouvidas 
todas as testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa para, só então, ser realizado o 
interrogatório. 
STF. 1ª Turma. AP 1027/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luís Roberto Barroso, julgado em 2/10/2018. (Info 918) 
6. PROVAS 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É lícita a entrada de policiais, sem autorização judicial e sem o consentimento do hóspede, 
em quarto de hotel, desde que presentes fundadas razões da ocorrência de flagrante delito.
Nota: O STJ afirmou que, embora o quarto de hotel regularmente ocupado seja, 
juridicamente, qualificado como “casa” para fins de tutela constitucional da inviolabilidade 
domiciliar (art. 5º, XI), a exigência, em termos de standard probatório, para que policiais 
ingressem em um quarto de hotel sem mandado judicial não pode ser igual às fundadas 
razões exigidas para o ingresso em uma residência propriamente dita, a não ser que se trate 
(o quarto de hotel) de um local de moradia permanente do suspeito. 
STJ. 6ª Turma. HC 659.527-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 19/10/2021 (Info 715). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A busca e apreensão de bens em interior de veículo é legal e inerente ao dever de 
fiscalização regular da PRF, em se tratando do flagrante de transporte de vultosa quantia 
em dinheiro e não tendo o investigado logrado justificar o motivo de tal conduta. 
STJ. 6ª Turma. RHC 142.250-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 28/09/2021 (Info 711). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
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Viola o princípio constitucional da ampla defesa o indeferimento de prova nova sem a 
demonstração de seu caráter manifestamente protelatório ou meramente tumultuário, 
especialmente quando esta teve como causa situação processual superveniente. 
Nota: É possível a aplicação ao processo penal, por analogia, do art. 435 do CPC. 
STJ. 6ª Turma. HC 545.097-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 28/09/2021 (Info 711). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É ilegal a quebra do sigilo telefônicomediante a habilitação de chip da autoridade policial 
em substituição ao do investigado titular da linha. 
Nota: A Lei nº 9.296/96 não autoriza a suspensão do serviço telefônico ou do fluxo da 
comunicação telemática mantida pelo usuário, tampouco a substituição do investigado e 
titular da linha por agente indicado pela autoridade policial. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1.806.792-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 11/05/2021 (Info 696). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É lícito o compartilhamento de dados bancários feito por órgão de investigação do país 
estrangeiro para a polícia brasileira, mesmo que, no Estado de origem, essas informações 
não tenham sido obtidas com autorização judicial, já que isso não é exigido naquele país. 
STJ. 5ª Turma. AREsp 701.833/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 04/05/2021 (Info 695). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não se admite condenação baseada exclusivamente em declarações informais prestadas 
a policiais no momento da prisão em flagrante. 
 
Nota: Esse alerta sobre o direito ao silêncio deve ser feito não apenas pelo Delegado, 
durante o interrogatório formal, mas também pelos policiais responsáveis pela voz de 
prisão em flagrante. Isso porque a todos os órgãos estatais impõe-se o dever de zelar pelos 
direitos fundamentais. A falta da advertência quanto ao direito ao silêncio torna ilícita a 
prova obtida a partir dessa confissão. 
Miranda warning ou Miranda rights (aviso de Miranda ou advertência de Miranda). Tal 
instituto tem origem no julgamento Miranda V. Arizona, realizado pela Suprema Corte 
norte-americana em 1966, em que se decidiu, por 5 (cinco) votos a 4 (quatro), que as 
declarações prestadas pela pessoa presa à polícia não teriam qualquer valor a não ser que 
ela fosse claramente informada 1) que tem o direito de ficar calada; 2) que tudo o que for 
dito pode ser utilizado contra ela; 3) que tem direito à assistência de defensor constituído 
ou nomeado.” (Manual de Processo Penal. Salvador: Juspodivm, 2021, p. 102). 
STF. 2ª Turma. RHC 170843 AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/5/2021 (Info 1016). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não existe exigência legal de que o mandado de busca e apreensão detalhe o tipo de 
documento a ser apreendido, ainda que de natureza sigilosa. 
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
CICLO I – SEMANA 04 
11 
STJ. 6ª Turma. RHC 141.737/PR, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 27/04/2021 (Info 694). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Realizada a busca e apreensão, apesar de o relatório sobre o resultado da diligência ficar 
adstrito aos elementos relacionados com os fatos sob apuração, deve ser assegurado à 
defesa acesso à integra dos dados obtidos no cumprimento do mandado judicial. 
STJ. 6ª Turma. RHC 114.683/RJ, Rel. Rogério Schietti Cruz, julgado em 13/04/2021 (Info 692). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É permitido o acesso ao whatsapp, mesmo sem autorização judicial, em caso de telefone 
celular encontrado no interior de estabelecimento prisional 
Nota: Mesmo no caso de comunicação por intermédio de correspondência escrita, 
permitida legalmente, o STF firmou jurisprudência no sentido de que, diante da 
inexistência de liberdades individuais absolutas, é possível que a Administração 
Penitenciária, sem prévia autorização judicial, acesse o seu conteúdo quando houver 
inequívoca suspeita de sua utilização como meio para a preparação ou a prática de ilícitos. 
A necessidade de se resguardar a segurança, a ordem pública e a disciplina prisional, 
segundo a Corte Suprema, prevalece sobre a reserva constitucional de jurisdição. Nessa 
conjuntura, se é prescindível decisão judicial para a análise do conteúdo de 
correspondência a fim de preservar interesses sociais e garantir a disciplina prisional, com 
mais razão se revela legítimo, para a mesma finalidade, o acesso dos dados e comunicações 
constantes em aparelhos celulares encontrados ilicitamente dentro do estabelecimento 
penal, pois a posse, o uso e o fornecimento do citado objeto são expressamente proibidos 
pelo ordenamento jurídico. 
STJ. 6ª Turma. HC 546.830/PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/03/2021. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o ingresso na 
residência do suspeito incumbe, em caso de dúvida, ao Estado, e deve ser feita com 
declaração assinada pela pessoa que autorizou o ingresso domiciliar, indicando-se, 
sempre que possível, testemunhas do ato. Em todo caso, a operação deve ser registrada 
em áudio-vídeo e preservada a prova enquanto durar o processo. 
Nota: Embora tal teoria tenha encontrado maior amplitude de aplicação jurisprudencial na 
seara civil, processual civil e no CDC, nada há que impeça sua aplicação também na seara 
penal. 
STJ. 5ª Turma. HC 616.584/RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 30/03/2021. STJ. 6ª Turma. HC 598051/SP, Rel. Min. Rogério 
Schietti Cruz, julgado em 02/03/2021 (Info 687). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c9e5c2b59d98488fe1070e744041ea0e?categoria=12&subcategoria=130
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12 
Não podem ser usadas como prova as mensagens obtidas por meio do print screen da 
tela da ferramenta WhatsApp Web 
Nota: o STJ considerou ilícita essa prova. Isso porque, para o STJ, é inválida a prova obtida 
pelo WhatsApp Web, tendo em vista que nessa ferramenta “é possível, com total 
liberdade, o envio de novas mensagens e a exclusão de mensagens antigas (registradas 
antes do emparelhamento) ou recentes (registradas após), tenham elas sido enviadas pelo 
usuário, tenham elas sido recebidas de algum contato. Eventual exclusão de mensagem 
enviada (na opção "Apagar somente para Mim") ou de mensagem recebida (em qualquer 
caso) não deixa absolutamente nenhum vestígio, seja no aplicativo, seja no computador 
emparelhado, e, por conseguinte, não pode jamais ser recuperada para efeitos de prova 
em processo penal, tendo em vista que a própria empresa disponibilizadora do serviço, em 
razão da tecnologia de encriptação ponta-a-ponta, não armazena em nenhum servidor o 
conteúdo das conversas dos usuários” (STJ. 6ª Turma. RHC 99.735/SC, Rel. Min. Laurita Vaz, 
julgado em 27/11/2018). Assim, a pessoa que tirou os prints poderia, em tese, ter 
manipulado as conversas, de maneira não há segurança para se utilizar como prova. Diante 
disso, o STJ declarou nulas as mensagens obtidas por meio do print screen da tela da 
ferramenta WhatsApp Web, determinando-se o desentranhamento delas dos autos, 
mantendo-se as demais provas produzidas após as diligências prévias da polícia realizadas 
em razão da notícia anônima dos crimes. 
STJ. 6ª Turma. AgRg no RHC 133.430/PE, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 23/02/2021. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É válida, com base na teoria da aparência, a autorização expressa para que os policiais 
fizessem a busca e apreensão na sede de empresa investigada, autorização essa dada por 
pessoa que, embora tenha deixado de ser sócia formal, continuou assinando documentos 
como representante da empresa. 
Nota: Embora tal teoria tenha encontrado maior amplitude de aplicação jurisprudencial na 
seara civil, processual civil e no CDC, nada há que impeça sua aplicação também na seara 
penal. 
STJ. 5ª Turma. RMS 57.740-PE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 23/03/2021. (Info 690) 
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Não cabe ao juiz, na audiência de instrução e julgamento de processo penal, iniciar a 
inquirição de testemunha, cabendo-lhe, apenas, complementar a inquirição sobre os 
pontos não esclarecidos.Nota: O juiz deverá intervir e indeferir a pergunta formulada pela parte caso se verifique 
uma das seguintes situações: a) Quando a pergunta feita pela parte puder induzir a 
resposta da testemunha; b) Quando a pergunta não tiver relação com a causa; c) Quando 
a pergunta for a repetição de outra já respondida. 
STF. 1ª Turma. HC 187035/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/4/2021. (Info 1012) 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/299dc35e747eb77177d9cea10a802da2?categoria=12&subcategoria=130
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NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o ingresso na residência 
do suspeito incumbe, em caso de dúvida, ao Estado, e deve ser feita com declaração 
assinada pela pessoa que autorizou o ingresso domiciliar, indicando-se, sempre que 
possível, testemunhas do ato. Em todo caso, a operação deve ser registrada em áudio-vídeo 
e preservada a prova enquanto durar o processo. 
STJ. 6ª Turma. HC 598.051/SP, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 02/03/2021 (Info 687). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O direito à produção de provas não é absoluto, haja vista que a própria lei processual penal, 
em seu artigo 400, § 1º, faculta ao julgador, desde que de forma fundamentada, indeferir 
as provas consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. 
STF. 2ª Turma. HC 191858, 628075, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 30/11/2020. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Ausência de mandado não invalida busca e apreensão em apartamento desabitado.
Nota: Quando se trata de imóvel desabitado, não é necessário o mandado judicial. 
“art. 5º (...) XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;” 
STJ. 5ª Turma. HC 588.445-SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/08/2020. (Info 678) 
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A determinação judicial de quebra de sigilo de dados informáticos estáticos (registros), 
relacionados à identificação de usuários que operaram em determinada área geográfica, 
suficientemente fundamentada, não ofende a proteção constitucional à privacidade e à 
intimidade. 
Nota: O caso julgado se refere à Vereadora do Rio de Janeiro (RJ) Marielle Franco, na qual foi 
assassinada em 14/03/2018. A ordem judicial para quebra do sigilo dos registros, delimitada 
por parâmetros de pesquisa em determinada região e por período de tempo, não se mostra 
medida desproporcional, porquanto, tendo como norte a apuração de gravíssimos crimes, 
não impõe risco desmedido à privacidade e à intimidade dos usuários possivelmente atingidos 
por tal diligência. 
STJ. 3ª Seção. RMS 61.302-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/08/2020. (Info 678) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Sem autorização judicial ou fora das hipóteses legais, é ilícita a prova obtida mediante 
abertura de carta, telegrama, pacote ou meio análogo. 
Nota: Art. 5º (...) XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, 
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas 
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CICLO I – SEMANA 04 
14 
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal. 
STF. Plenário. RE 1116949, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 18/08/2020 (Repercussão 
Geral – Tema 1041) (Info 993) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não é possível aplicar multa contra o WhatsApp pelo fato de a empresa não conseguir 
interceptar as mensagens trocadas pelo aplicativo e que são protegidas por criptografia de 
ponta a ponta. 
STJ. 3ª Seção. RMS 60.531-RO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. Acd. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 09/12/2020. (Info 684) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É desnecessária a comprovação de prejuízo para o reconhecimento da nulidade decorrente 
da não observância do rito previsto no art. 400 do CPP, o qual determina que o 
interrogatório do acusado seja o último ato a ser realizado. 
Nota: Embora, em regra, a decretação da nulidade de determinado ato processual requeira a 
comprovação de prejuízo concreto para a parte - em razão do princípio do pas de nullité sans 
grief -, o prejuízo à defesa é evidente e corolário da própria inobservância da máxima 
efetividade das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. 
Em sentido contrário: No que tange à pretensão de reconhecimento da nulidade da instrução 
processual, desde o interrogatório, por suposta violação do art. 400, do CPP, a 5ª Turma do 
STJ consolidou o entendimento de que, para se reconhecer nulidade pela inversão da ordem 
de interrogatório, é necessário: • que o inconformismo da Defesa tenha sido manifestado 
tempestivamente, ou seja, na própria audiência em que realizado o ato, sob pena de 
preclusão; e • que seja comprovada a ocorrência de prejuízo que o réu teria sofrido com a 
citada inversão. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1573424/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da 
Fonseca, julgado em 08/09/2020. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1.808.389-AM, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/10/2020. (Info 683) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O art. 226 do CPP estabelece formalidades para o reconhecimento de pessoas 
(reconhecimento pessoal) e o descumprimento dessas formalidades enseja a nulidade do 
reconhecimento. 
Nota: 
1) O reconhecimento de pessoas deve observar o procedimento previsto no art. 226 do 
Código de Processo Penal, cujas formalidades constituem garantia mínima para quem se 
encontra na condição de suspeito da prática de um crime; 
2) À vista dos efeitos e dos riscos de um reconhecimento falho, a inobservância do 
procedimento descrito na referida norma processual torna inválido o reconhecimento da 
pessoa suspeita e não poderá servir de lastro a eventual condenação, mesmo se confirmado 
o reconhecimento em juízo; 
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CICLO I – SEMANA 04 
15 
3) Pode o magistrado realizar, em juízo, o ato de reconhecimento formal, desde que 
observado o devido procedimento probatório, bem como pode ele se convencer da autoria 
delitiva a partir do exame de outras provas que não guardem relação de causa e efeito com 
o ato viciado de reconhecimento; 
4) O reconhecimento do suspeito por simples exibição de fotografia(s) ao reconhecedor, a 
par de dever seguir o mesmo procedimento do reconhecimento pessoal, há de ser visto como 
etapa antecedente a eventual reconhecimento pessoal e, portanto, não pode servir como 
prova em ação penal, ainda que confirmado em juízo. 
OBS. A posição pacífica da 5ª Turma é em sentido contrário de que as disposições contidas
no art. 226 do CPP configuram uma recomendação legal, e não uma exigência absoluta.
Assim, é válido o ato mesmo que realizado de forma diversa da prevista em lei. 
STJ. 6ª Turma. HC 598.886-SC, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 27/10/2020. (Info 684) 
Em sentido contrário: STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1665453/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 02/06/2020. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A defesa alegou nulidade processual por desrespeito ao art. 212 do CPP, por ter o juízo 
inquerido diretamente as testemunhas. A magistrada que presidia a audiência reputou 
observados o contraditório e a ampla defesa, porque depois de perguntar, ela permitiu que 
os defensores e o MP fizessem questionamentos. A 1ª Turma do STF discutiu se houvenulidade. Dois Ministros (Marco Aurélio e Rosa Weber) consideraram que não foi 
respeitada a aludida norma processual. Assim, votaram por conceder a ordem de habeas 
corpus para declarar a nulidade processual a partir da audiência de instrução e julgamento. 
Os outros dois Ministros (Alexandre de Moraes e Luiz Fux) entenderam que não deveria ser 
declarada a nulidade do processo porque a alteração efetuada no art. 212 do CPP, ao 
permitir que as partes façam diretamente perguntas às testemunhas, não retirou do juiz, 
como instrutor do processo, a possibilidade de inquiri-las diretamente. Diante do empate 
na votação, prevaleceu a decisão mais favorável ao paciente. 
Nota: prevalece atualmente que a inobservância do procedimento previsto no art. 212 do 
CPP pode gerar nulidade relativa (depende da demonstração do prejuízo para a parte), (STF. 
1ª Turma. HC 177530 AgR, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 20/12/2019). 
STF. 1ª Turma. HC 161658/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/6/2020. (Info 980) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Para ser decretada a medida de busca e apreensão, é necessário que haja indícios mais 
robustos que uma simples notícia anônima. 
Nota: O mandado de busca e apreensão expedido exclusivamente com apoio em denúncia 
anônima é abusivo. 
STF. 2ª Turma. HC 180709/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 5/5/2020. (Info 976) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Advogado que teve seus poderes revogados pela cliente, que pediu de volta os documentos 
do caso, não pode depor como testemunha no processo porque a conduta da parte 
demonstra que ela não liberou o causídico do sigilo profissional que ele deve respeitar. 
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16 
Rcl 37235/RR. rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 18.2.2020. (Rcl-37235) – (Info 967-STF) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
 
É constitucional lei estadual que transforma o cargo de datiloscopista da Polícia Civil em perito 
papiloscopista. 
Nota: Destaca-se que a expressão “perito criminal” abrange todos os peritos oficiais que possuem a 
incumbência estatal de elucidar crimes, sendo possível aventar um rol bem mais amplo de agentes que 
atuam como peritos oficiais. 
STF. Plenário. ADI 5182/PE, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/12/2019. (Info 964) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não viola a SV 14 quando se nega que o investigado tenha acesso a peças que digam respeito a dados 
sigilosos de terceiros e que não estejam relacionados com o seu direito de defesa. 
Nota: Mesmo que a investigação criminal tramite em segredo de justiça será possível que o investigado 
tenha acesso amplo autos, inclusive a eventual relatório de inteligência financeira do COAF, sendo 
permitido, contudo, que se negue o acesso a peças que digam respeito a dados de terceiros protegidos 
pelo segredo de justiça. Essa restrição parcial não viola a súmula vinculante 14. Isso porque é excessivo o 
acesso de um dos investigados a informações, de caráter privado de diversas pessoas, que não dizem 
respeito ao direito de defesa dele. 
 
STF. 1ª Turma. Rcl 25872 AgR-AgR/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 17/12/2019. (Info 964) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É possível o compartilhamento, sem autorização judicial, dos relatórios de inteligência financeira do COAF 
e do procedimento fiscalizatório da Receita Federal com a Polícia e o Ministério Público. 
Nota: Ressalta-se que a previsão do art. 6º da LC 105/2001, que autoriza o Fisco a ter acesso a informações 
bancárias sem autorização judicial, é compatível com a CF/88 conforme julgado, em 2016 (Info 815), do STF 
(na visão do STF, não há QUEBRA de sigilo bancário, mas somente a “TRANSFERÊNCIA de sigilo” dos bancos 
ao Fisco. Os dados, até então protegidos pelo sigilo bancário, prosseguem protegidos pelo sigilo fiscal). 
 
STF. Plenário. RE 1055941/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/12/2019 (repercussão geral – Tema 990). (Info 962) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É ilícita a prova obtida por meio de revista íntima realizada com base unicamente em 
denúncia anônima. 
Caso: esposa iria visitar o marido no sistema prisional levando drogas no interior da vagina. 
Entretanto, a diretora recebeu telefonema anônimo informando a situação, razão pela qual 
determinou a revista íntima. Foi encontrada a droga. A prova colhida é ÍLICITA. 
REsp 1.695.349-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 08/10/2019, DJe 14/10/2019. (Info 
659) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A perícia realizada por perito papiloscopista não pode ser considerada prova ilícita nem 
deve ser excluída do processo. 
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17 
Nota: os peritos são integrantes de órgão público oficial do Estado com diversas atribuições 
legais (são auxiliares da Justiça). 
STF. 1ª Turma. HC 174400 AgR/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
24/9/2019. (Info 953) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não há violação da SV 14 se os elementos de prova estão disponíveis nos autos para as 
partes. 
Nota: no caso, os elementos sempre estiveram disponíveis para a defesa que, mesmo assim, 
ingressou com a reclamação no STF. 
STF. 1ª Turma. Rcl 27919 AgR/GO, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 27/8/2019. (Info 949) 
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É ilícita a prova obtida mediante conduta da autoridade policial que atende, sem 
autorização, o telefone móvel do acusado e se passa pela pessoa sob investigação. 
Nota: no caso concreto, o policial também obteve acesso, sem autorização pessoal ou judicial, 
aos dados do aparelho lendo as mensagens. 
STJ. 6ª Turma. HC 511.484-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 15/08/2019. (Info 655) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A determinação de busca e apreensão nas dependências da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal pode ser decretada por juízo de 1ª instância se o investigado não for 
congressista. 
Nota: a imunidade é da pessoa e não do local. O fato de o endereço de cumprimento de 
medida coincidir com as dependências do Congresso Nacional não atrai, de modo automático 
e necessário, a competência do STF. 
STF. Plenário. Rcl 25537/DF e AC 4297/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 26/6/2019. (Info 945) 
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É ilícita a revista pessoal realizada por agente de segurança privada. 
Nota: Conforme a CF e o CPP, somente as autoridades judiciais, policiais e seus agentes estão 
autorizados a realizarem a busca domiciliar ou pessoal. 
STJ. 5ª Turma. HC 470.937/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 04/06/2019. (Info 651) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Lei estadual pode exigir que a perícia feita em vítima do sexo feminino seja feita por legista 
mulher, mas desde que isso não importe retardamento ou prejuízo da diligência. 
Nota: a lei estadual trata de procedimento em matéria processual, assunto de competência 
concorrente (art. 24, XI, da CF), não havendo vício formal. 
STF. Plenário. ADI 6039 MC/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 13/3/2019. (Info 933) 
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São ilegais as provas obtidas por policial militar que, designado para coletar dados nas ruas 
como agente de inteligência, passa a atuar, sem autorização judicial, como agente infiltrado 
em grupo criminoso. 
STF. 2ª Turma. HC 147837/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 26/2/2019. (Info 932) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É nula decisão judicial que autoriza o espelhamento do WhatsApp via Código QR para 
acesso no WhatsApp Web. Também são nulas todas as provas e atos que dela diretamentedependam ou sejam consequência, ressalvadas eventuais fontes independentes. Não é 
possível aplicar a analogia entre o instituto da interceptação telefônica e o espelhamento, 
por meio do WhatsApp Web, das conversas realizadas pelo aplicativo WhatsApp. 
STJ. 6ª Turma. RHC 99.735-SC, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 27/11/2018. (Info 640) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É lícito o compartilhamento promovido pela Receita Federal dos dados bancários por ela 
obtidos a partir de permissivo legal, com a Polícia e com o Ministério Público, ao término 
do procedimento administrativo fiscal, quando verificada a prática, em tese, de infração 
penal. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.601.127-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Rel. Acd. Min. Felix Fischer, julgado em 20/09/2018. (Info 
634) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Em busca e apreensão ordenada contra o marido da Senadora, mas cujo cumprimento 
ocorreu no imóvel funcional onde ambos residem, deve-se observar as regras de foro 
privativo. 
STF. 2ª Turma. Rcl 24473/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 26/6/2018. (Info 908) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O direito à prova é expressão de uma inderrogável prerrogativa jurídica, que não pode ser, 
arbitrariamente, negada ao réu. O princípio do livre convencimento motivado autoriza que 
o juiz indefira as provas consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias (art. 400, 
§ 1º do CPP). Todavia, no caso concreto, não se trata do indeferimento de uma ou duas 
testemunhas, mas de todas elas, o que se afigura inadmissível em um Estado Democrático 
de Direito, em que a ampla defesa é garantia constitucional de todos os acusados (art. 5º, 
LV, da CF/88). O STF entendeu que a decisão do juiz extrapolou os limites do razoável, 
especialmente se levado em consideração que a medida extrema foi tomada no estágio 
inicial do processo (resposta à acusação) e a motivação para tanto foi baseada na impressão 
pessoal do magistrado de que o requerimento seria protelatório, já que as testemunhas 
não teriam, em tese, vinculação com os fatos criminosos imputados ao réu. 
STF. 2ª Turma. HC 155363/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/5/2018. (Info 901) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
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É possível a utilização de dados obtidos pela Secretaria da Receita Federal, em regular 
procedimento administrativo fiscal, para fins de instrução processual penal. 
STJ. 6ª Turma. HC 422.473-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 20/03/2018. (Info 623) 
7. INTERCEPTAÇÃO TELEFONICA 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O prazo de 15 dias das interceptações telefônicas deve ser contado a partir da efetiva 
implementação da medida, e não da respectiva decisão. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 114.973/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/05/2020. 
Mesmo sentido: STJ. 6ª Turma. HC 113477-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 20/3/2012. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Se a autoridade policial, em decorrência de interceptações telefônicas legalmente 
autorizadas, tem notícia do cometimento de novos ilícitos por parte daqueles cujas 
conversas foram monitoradas ou mesmo de terceiros, é sua obrigação e dever funcional 
apurá-los, ainda que não possuam liame algum com os delitos cuja suspeita 
originariamente ensejou a quebra do sigilo telefônico. Tal entendimento é aplicável ainda 
que as infrações descobertas fortuitamente sejam punidas com detenção, pois o que a Lei 
nº 9.296/96 veda é o deferimento da quebra do sigilo telefônico para apurar delito que não 
seja apenado com reclusão, não proibindo, todavia, que o referido meio de prova seja 
utilizado quando há, durante a implementação da medida, a descoberta fortuita de 
eventuais ilícitos que não atendem a tal requisito. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 114973/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/05/2020. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É dever do Estado a disponibilização da integralidade das conversas advindas nos autos de 
forma emprestada, sendo inadmissível a seleção pelas autoridades de persecução de partes 
dos áudios interceptados. 
Nota: o julgado se refere ao tema “quebra da cadeia de custódia” e, como teve inovação 
legislativa trazida pelo “Pacote Anticrime”, recomenda-se a leitura da íntegra do julgado, bem 
como dos novos dispositivos legais. “A cadeia de custódia da prova consiste no caminho que 
deve ser percorrido pela prova até a sua análise pelo magistrado, sendo certo que qualquer 
interferência indevida durante esse trâmite processual pode resultar na sua 
imprestabilidade” (RHC 77.836/PA, julgado em 05/02/2019). 
STJ. 6ª Turma. REsp 1.795.341-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 07/05/2019. (Info 648) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O Plenário do STF reafirmou o entendimento de que não é imprescindível que a transcrição 
de interceptações telefônicas seja feita integralmente, salvo nos casos em que esta for 
determinada pelo relator do processo. Além disso, acolheu o pedido do MP para que a 
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redação da ementa do acórdão seja revista com o objetivo de ser mais clara sobre o 
entendimento do STF e afastar a ambiguidade. 
STF. Plenário. AP 508 AgR/AP, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 08/02/2019. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É inconstitucional Resolução do CNJ que proíbe o juiz de prorrogar a interceptação 
telefônica durante o plantão judiciário ou durante o recesso do fim de ano. 
STF. Plenário. ADI 4145/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 26/4/2018. (Info 899) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É constitucional a Resolução 36/2009 do CNMP, que dispõe sobre o pedido e a utilização de 
interceptações telefônicas, no âmbito do Ministério Público, nos termos da Lei nº 9.296/96. 
STF. Plenário. ADI 4263/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/4/2018. (Info 899) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Segundo a jurisprudência do STJ e do STF, não há ilegalidade em iniciar investigações 
preliminares com base em "denúncia anônima" a fim de se verificar a plausibilidade das 
alegações contidas no documento apócrifo. No caso concreto, a Polícia, com base em 
diligências preliminares para atestar a veracidade dessas “denúncias” e também lastreada 
em informações recebidas pelo Ministério da Justiça e pela CGU, requereu ao juízo a 
decretação da interceptação telefônica do investigado. O STF entendeu que a decisão do 
magistrado foi correta considerando que a decretação da interceptação telefônica não foi 
feita com base unicamente na "denúncia anônima" e sim após a realização de diligências 
investigativas e também com base nas informações recebidas dos órgãos públicos de 
fiscalização. 
A Lei nº 9.296/96 prevê que a interceptação telefônica "não poderá exceder o prazo de 
quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio 
de prova." (art. 5º). A interceptação telefônica não pode exceder 15 dias. Contudo, pode 
ser renovada por igual período, não havendo restrição legal ao número de vezes para tal 
renovação, se comprovada a sua necessidade. 
STF. 2ª Turma. RHC 132115/PR, Rel. Min. Dias Tóffoli, julgado em 6/2/2018. (Info 890) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O réu estava sendo investigado pela prática do crime de tráfico de drogas. Presentes os 
requisitos constitucionais e legais, o juiz autorizou a interceptação telefônica para apurar o 
tráfico. Por meio dos diálogos, descobriu-se que o acusado foi o autor de um homicídio. A 
prova obtida a respeito da prática do homicídio é LÍCITA, mesmo a interceptação telefônica 
tendo sido decretada para investigar outro delito que não tinha relação com o crime contra 
a vida.Na presente situação, tem-se aquilo que o Min. Alexandre de Moraes chamou de 
“crime achado”, ou seja, uma infração penal desconhecida e não investigada até o 
momento em que, apurando-se outro fato, descobriu-se esse novo delito. Para o Min. 
Alexandre de Moraes, a prova é considerada lícita, mesmo que o “crime achado” não tenha 
relação (não seja conexo) com o delito que estava sendo investigado, desde que tenham 
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sido respeitados os requisitos constitucionais e legais e desde que não tenha havido desvio 
de finalidade ou fraude. 
STF. 1ª Turma.HC 129678/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/6/2017. (Info 
869) 
8.TRIBUNAL DO JURI 
8.1 Noções Gerais 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A tese da legítima defesa da honra é inconstitucional, por contrariar os princípios da 
dignidade da pessoa humana, da proteção à vida e da igualdade de gênero. 
Nota: deve ser conferida interpretação conforme à Constituição ao art. 23, II e art. 25, do 
CP e ao art. 65 do CPP, de modo a excluir a legítima defesa da honra do âmbito do instituto 
da legítima defesa e a defesa, a acusação, a autoridade policial e o juízo são proibidos de 
utilizar, direta ou indiretamente, a tese de legítima defesa da honra (ou qualquer 
argumento que induza à tese) nas fases pré-processual ou processual penais, bem como 
durante julgamento perante o tribunal do júri, sob pena de nulidade do ato e do 
julgamento. 
Vale ressaltar que, quando se fala em legítima defesa da honra, para os fins desse julgado, 
está se referindo “ao perdão do autor de feminicídio ou agressão praticado contra a esposa 
ou companheira adúltera”. 
STF. Plenário. ADPF 779 MC-Ref/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/3/2021. (Info 1009) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não é possível a pronúncia do acusado baseada exclusivamente em elementos informativos 
obtidos na fase inquisitorial. 
Nota: Haverá violação ao art. 155 do CPP. Além disso, muito embora a análise aprofundada
seja feita somente pelo Júri, não se pode admitir, em um Estado Democrático de Direito, a
pronúncia sem qualquer lastro probatório colhido sob o contraditório judicial, fundada 
exclusivamente em elementos informativos obtidos na fase inquisitorial.
Sentido contrário: Na pronúncia opera o princípio in dubio pro societate, porque é a favor da
sociedade que se resolvem as dúvidas quanto à prova, pelo Juízo natural da causa. Constitui
a pronúncia, portanto, juízo fundado de suspeita, que apenas e tão somente admite a
acusação. Não profere juízo de certeza, necessário para a condenação, motivo pelo qual a 
vedação expressa do art. 155 do CPP não se aplica à referida decisão. 
STJ. 5ª Turma. HC 560.552/RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 23/02/2021. STJ. 6ª Turma. HC 589.270, Rel. Min. Sebastião 
Reis Júnior, julgado em 23/02/2021. 
Sentido contrário: STJ. 5ª Turma. AgRg no AgRg no AREsp 1702743/GO, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 15/12/2020. STJ. 6ª 
Turma. AgRg no AREsp 1609833/RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 06/10/2020 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
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A ausência de exame de corpo de delito não inviabiliza, por si só, a pronúncia do réu quando
presentes outros elementos de prova. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1861493/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 09/06/2020. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A mera presunção de parcialidade dos jurados do Tribunal do Júri em razão da divulgação
dos fatos e da opinião da mídia é insuficiente para o desaforamento do julgamento para
outra comarca. 
HC 492.964-MS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 03/03/2020, DJe 23/03/2020. (Info 668-
STJ) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não se deve anular a condenação do réu no júri por ausência de defesa no caso em que o 
advogado fez sustentação oral por apenas 3 minutos, sendo que, antes disso, o Ministério 
Público já havia pedido a absolvição. 
Nota: apenas a absoluta falta de defesa constitui nulidade absoluta. 
HC 164535 AgR/RJ, rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 17.3.2020. (HC-164535) (Info 970-STF) 
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Na fase de pronúncia deve-se adotar a teoria racionalista da prova, na qual não deve haver 
critérios de valoração das provas rigidamente definidos na lei, no entanto, por outro lado, 
o juízo sobre os fatos deve ser pautado por critérios de lógica e racionalidade, podendo ser 
controlado em âmbito recursal ordinário. Para a pronúncia, não se exige uma certeza além 
da dúvida razoável, necessária para a condenação. Contudo, a submissão de um acusado 
ao julgamento pelo Tribunal do Júri pressupõe a existência de um lastro probatório 
consistente no sentido da tese acusatória. Ou seja, requer-se um standard probatório um 
pouco inferior, mas ainda assim dependente de uma preponderância de provas 
incriminatórias. 
Nota: A propositura da ação penal exige tão somente a presença de indícios mínimos de 
autoria. A certeza, a toda evidência, somente será comprovada ou afastada após a instrução 
probatória, prevalecendo, na fase de oferecimento da denúncia o princípio do in dubio pro 
societate. 
STJ. 5ª Turma. RHC 93.363/SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 24/05/2018. 
 
Na fase de deliberação quanto à possibilidade de recebimento da denúncia, na qual vigora o 
princípio do in dubio pro societate, afigura-se como suficiente para que se autorize a 
instauração da ação penal tão somente a existência de indícios suficientes de autoria e 
materialidade. 
STF. 1ª Turma. AO 2275, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 23/10/2018. 
 
No momento da denúncia, prevalece o princípio do in dubio pro societate. 
STF. 1ª Turma. Inq 4506/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, 
julgado em 17/04/2018 (Info 898). 
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27201900399400%27.REG.
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=164535&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
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No Júri: A pronúncia do réu para o julgamento pelo Tribunal do Júri não exige a existência de 
prova cabal da autoria do delito, sendo suficiente, nessa fase processual, a mera existência 
de indícios da autoria, devendo estar comprovada, apenas, a materialidade do crime, uma 
vez que vigora o princípio in dubio pro societate. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1193119/BA, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 05/06/2018. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1730559/RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 
02/04/2019. 
 
A etapa atinente à pronúncia é regida pelo princípio in dubio pro societate e, por via de 
consequência, estando presentes indícios de materialidade e autoria do delito - no caso, 
homicídio tentado - o feito deve ser submetido ao Tribunal do Júri, sob pena de usurpação de 
competência. 
STJ. 6ª Turma. HC 471.414/PE, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/12/2018. 
 
Na sentença de pronúncia deve prevalecer o princípio in dubio pro societate, não existindo 
nesse ato qualquer ofensa ao princípio da presunção de inocência, porquanto tem por 
objetivo a garantia da competência constitucional do Tribunal do Júri. 
STF. 2ª Turma. ARE 986566 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 21/08/2017. 
 
Nos crimes dolosos contra a vida, o princípio in dubio pro societate é amparado pela 
Constituição Federal, de modo que não há qualquer inconstitucionalidade no seu postulado. 
STF. 2ª Turma. ARE 1082664 ED-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 26/10/2018. 
STF. 2ª Turma. ARE 1067392/CE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 26/3/2019. (Info 935) 
Leia este julgado juntamente com o acima: STJ.5ª Turma. HC 560.552/RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 23/02/2021. STJ. 6ª 
Turma. HC 589.270, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 23/02/2021. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Deve ser declarado nulo o júri em que membro do conselho de sentença afirma a existência 
de crime em plena fala da acusação. 
Nota: Caso concreto: durante os debates no Plenário do Tribunal do Júri, o Promotor de 
Justiça estava em pé na frente dos jurados apresentando seus argumentos. Em determinado 
momento, o Promotor fez uma pergunta retórica: “aí, então, senhores jurados, eu pergunto 
a Vossas Excelências: qual foi a conduta que o réu aqui presente praticou?” Uma das juradas 
acabou “soltando” a seguinte resposta: “é um crime”. O juiz presidente do Júri imediatamente 
a advertiu dizendo: por favor, a senhora não pode se manifestar. O advogado, contudo, na 
mesma hora requereu ao magistrado que consignasse este fato na ata de julgamento. O juiz 
decidiu que não houve quebra da incomunicabilidade e seguiu com o julgamento. O réu foi 
condenado e a defesa recorreu alegando, entre outros argumentos, que houve nulidade do 
julgamento por quebra da incomunicabilidade dos jurados. O STJ anulou o júri. 
STJ. 6ª Turma. HC 436.241-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 19/06/2018. (Info 630) 
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NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Diante das peculiaridades do Tribunal do Júri, o fato de ter havido sustentação oral em 
plenário por tempo reduzido não caracteriza, necessariamente, a deficiência de defesa 
técnica. 
STJ. 6ª Turma. HC 365.008-PB, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 17/04/2018. (Info 
627) 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A exclusão de qualificadora constante na denúncia somente pode ocorrer quando 
manifestamente improcedente, sob pena de usurpação da competência do Tribunal do Júri, 
juiz natural para julgar os crimes dolosos contra a vida. 
STJ. 5ª Turma. HC 406.869/RS, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 19/09/2017. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O testemunho por ouvir dizer (hearsayrule), produzido somente na fase inquisitorial, não 
serve como fundamento exclusivo da decisão de pronúncia, que submete o réu a 
julgamento pelo Tribunal do Júri. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1373356-BA, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/4/2017. (Info 603) 
8.2 Outros de Júri 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A firmeza do magistrado presidente na condução do julgamento não acarreta, 
necessariamente, a quebra da imparcialidade dos jurados. 
STJ. 5ª Turma. HC 694.450-SC, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca, julgado em 05/10/2021 (Info 712). 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Muito embora a análise aprofundada dos elementos probatórios seja feita somente pelo 
Tribunal do Júri, não se pode admitir, em um Estado Democrático de Direito, a pronúncia 
baseada, exclusivamente, em testemunho indireto (por ouvir dizer) como prova idônea, de 
per si, para submeter alguém a julgamento pelo Tribunal Popular. 
STJ. 5ª Turma. HC 673.138-PE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 14/09/2021 (Info 709). 
Mesmo sentido: STJ. 6ª Turma. REsp 1649663/MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 14/09/2021. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A absolvição do réu, ante resposta a quesito genérico de absolvição previsto no art. 483, § 
2º, do CPP, não depende de elementos probatórios ou de teses veiculadas pela defesa. Isso 
porque vigora a livre convicção dos jurados. 
Nota: Em sentido contrário 
(...) 2. As decisões proferidas pelo conselho de sentença não são irrecorríveis ou imutáveis, 
podendo o Tribunal ad quem, nos termos do art. 593, III, d, do CPP, quando verificar a 
existência de decisão manifestamente contrária às provas dos autos, cassar a decisão 
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proferida, uma única vez, determinando a realização de novo julgamento, sendo vedada, 
todavia, a análise do mérito da demanda. 3. A absolvição do réu pelos jurados, com base no 
art. 483, III, do CPP, ainda que por clemência, não constitui decisão absoluta e irrevogável, 
podendo o Tribunal cassar tal decisão quando ficar demonstrada a total dissociação da 
conclusão dos jurados com as provas apresentadas em plenário. Assim, resta plenamente 
possível o controle excepcional da decisão absolutória do Júri, com o fim de evitar 
arbitrariedades e em observância ao duplo grau de jurisdição. Entender em sentido contrário 
exigiria a aceitação de que o conselho de sentença disporia de poder absoluto e peremptório 
quanto à absolvição do acusado, o que, ao meu ver não foi o objetivo do legislador ao 
introduzir a obrigatoriedade do quesito absolutório genérico, previsto no art. 483, III, do CPP. 
(...) STJ. 3ª Seção. HC 313.251/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 28/02/2018. Esse 
entendimento do STJ vem sendo reiterado em julgados recentes: STJ. 5ª Turma. HC 
560.668/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 18/08/2020. 
OBS. No Info 969, foi divulgada decisão em sentido contrário ao explicado acima: A anulação 
de decisão do tribunal do júri, por ser manifestamente contrária à prova dos autos, não viola 
a regra constitucional que assegura a soberania dos veredictos do júri (art. 5º, XXXVIII, c, da 
CF/88). Vale ressaltar, ainda, que não há contrariedade à cláusula de que ninguém pode ser 
julgado mais de uma vez pelo mesmo crime. Ainda que se forme um segundo Conselho de 
Sentença, o julgamento é um só, e termina com o trânsito em julgado da decisão. Informativo 
comentado Informativo 993-STF (08/10/2020) – Márcio André Lopes Cavalcante | 28 STF. 1ª 
Turma. RHC 170559/MT, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 10/3/2020 (Info 969). A mudança de entendimento se deve à alteração na 
composição do colegiado, em razão da saída do Min. Luiz Fux para a Presidência da Corte e 
do ingresso do Min. Dias Toffoli na 1ª Turma. O Min. Luiz Fux votava pela possibilidade da 
apelação, enquanto o Min. Dias Toffoli entende que deve prevalecer a soberania dos 
veredictos. 
STF. 1ª Turma. HC 178777/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 29/9/2020. (Info 993) 
Em sentido contrário: STJ. 3ª Seção. HC 313.251/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 28/02/2018 e STJ. 5ª Turma. HC 
560.668/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 18/08/2020. 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Se a condenação proferida pelo júri foi anulada pelo Tribunal em recurso exclusivo da 
defesa, isso significa que deverá ser realizado um novo júri, mas, em caso de nova 
condenação, a pena imposta neste segundo julgamento não poderá ser superior àquela 
fixada na sentença do primeiro júri. Em outras palavras, se apenas o réu recorreu contra a 
sentença que o condenou e o Tribunal decidiu anular a sentença, determinando que outra 
seja prolatada, esta nova sentença, se também for condenatória, não pode ter uma pena 
superior à que foi aplicada na primeira. Isso é chamado de princípio da ne reformatio in 
pejus indireta, que tem aplicação também no Tribunal do Júri. A soberania do veredicto dos 
jurados (art. 5º, XXXVIII, “c”, da CF/88) não autoriza a reformatio in pejus indireta. 
STF. 2ª Turma. HC 165376/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/12/2018. (Info 927) 
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