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direito das obrigações unidade 4

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1 Responsabilidade civil: introdução
A responsabilidade civil é considerada pela doutrina clássica como um dever de reparar ou sofrer pena. As bases da responsabilidade civil podem ser encontradas na noção de imputabilidade, atrelada ao conceito de capacidade de agir. Imputa-se uma ação a alguém, atribuindo a esta uma carga de reprovação, tornando o sujeito obrigado a não fazê-la e, caso a faça, a responder por esta, reparando o dano e sofrendo as possíveis penas (FARIAS; ROSENVALD, 2015). A noção de responsabilidade civil é atrelada à noção de restabelecer o equilíbrio moral e jurídico afetado pela conduta de um sujeito (GONÇALVES, 2017). A responsabilidade civil se preocupa com a conduta transgressora de uma norma, que acarretará uma série de sanções àquele que a desrespeitou.
Quanto ao estudo da responsabilidade civil no escopo do direito obrigacional, mister destacar o esclarecimento de Carlos Gonçalves (2017), que pontua que a principal consequência da prática de ato ilícito é o nascimento da obrigação de reparar o dano. Nesse sentido, tendo em vista o conceito supra apresentado, estuda-se agora o contexto histórico-jurídico da responsabilidade civil, bem como traça-se um breve panorama de como ela se apresenta da legislação pátria. 
1.1 Contexto histórico-jurídico
Segundo Caio Mário Pereira (2018), é difícil precisar a história da responsabilidade civil. É possível encontrar traços de seus institutos em diversas civilizações, como no Código de Hamurabi, no direito Hebreu, dentre outros. Traçando uma análise a partir dos primórdios do antigo Direito romano, observa-se que não havia distinção entre a esfera penal civil no que tange às consequências da prática de um ato ilícito. A responsabilidade penal e a responsabilidade civil se confundiam, sendo ambas pautadas no ideal de vingança, com grande enfoque na punição do ofensor (PEREIRA, 2018).
A Lei das XII Tábuas, que se situa na origem do Direito romano, tem inúmeros vestígios de vingança privada, concomitantemente com a intervenção do poder público na retribuição do ilícito. Havendo então uma noção de que certas infrações contra particulares também são de interesse do Estado. Neste período, a ideia de responsabilidade era muito mais voltada para a punição do indivíduo do que para a reparação da vítima. 
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Gradualmente, com o desenvolvimento da civilização romana, abandonou-se a ideia de pena privada - com caráter de punição - e passou-se a dar maior enfoque à reparação. Contudo, imprescindível frisar que os jurisconsultos romanos jamais traçaram uma distinção clara entre responsabilidade civil e responsabilidade criminal, nem de punição e reparação. A ideia de vingança privada persistiu ao longo da história, havendo sempre uma noção de afetar o patrimônio do ofensas no sentido de puni-lo, muito mais do que satisfazer a vítima (PEREIRA, 2018).
Após a Lei das XII Tábuas, o grande marco do Direito romano quanto ao estudo em questão foi a Lex Aquilia. Esta lei foi fundamental para traçar importantes conceitos aplicados até hoje, como a responsabilidade extracontratual e a substituição de multas fixadas por penas proporcionais ao dano causado. Ainda, tem-se aqui a origem de uma ideia de culpa relacionada com a concepção de dano (PEREIRA, 2018).
Next
Nesse sentido, destacam Farias e Rosenvald (2015, p. 32-33):
Em suma, o que a doutrina generalista da responsabilidade civil costuma sublinhar é a límpida separação entre a esfera do direito civil e a do direito penal, uma conquista dos ordenamentos modernos, como resultado de uma lenta mas constante evolução, no curso da qual, progressivamente, se atenuou o caráter originariamente sancionatório da reação contra os fatos ilícitos.
1.2 Responsabilidade civil e a legislação brasileira
Adentrando aqui a história da responsabilidade civil já no século XX, observa-se que a mesma foi pouco disciplinada pelo Código Civil de 1916. Acredita-se que este fato ocorreu, pois tal disciplina só ganhou maior relevância após o surto industrial posterior ao fim da Primeira Guerra Mundial onde, com o aumento do número de acidentes, motivou-se o maior estudo da temática. O Código Civil de 2002 sistematizou a responsabilidade civil, contudo, possui poucos dispositivos regulamentando-a. Na Parte Geral, tratou da responsabilidade extracontratual em seus artigos 186 a 188, enquanto que na Parte Especial tratou do tema no artigo 389 e no Título IX, que, por sua vez, é dividido em dois capítulos: Da Obrigação de Indenizar (arts. 927 a 943) e Da Indenização (arts. 944 a 954) (GONÇALVES, 2017).
2 Modalidades de responsabilidade civil
Para melhor compreender a responsabilidade civil, faz-se necessário, primeiramente, distingui-la efetivamente da responsabilidade penal. Depois, apresentam-se as seguintes modalidades de responsabilidade civil a serem analisadas: responsabilidade civil contratual, extracontratual, pré-contratual e pós-contratual.
2.1 Responsabilidade civil e penal: distinções
A separação entre responsabilidade civil e responsabilidade penal trata-se de uma discussão doutrinaria antiga, remontando a Grécia Antiga. Segundo Farias e Rosenvald (2015, p. 95),
Na teoria da responsabilidade jurídica distinguem-se dois tipos de responsabilidade, já referidos por Aristóteles: um que ocorre na relação entre indivíduos e que serve como critério resolutório de litígios ou nas questões indenizatórias; outro é a responsabilidade penal, quanto o ato do indivíduo confronta-se com as normas de toda a sociedade, modernamente surgindo a obrigação de receber a punição prevista legalmente em virtude de atos delituosos. 
Em outras palavras, esclarece-se que, na responsabilidade civil, infringe-se uma norma de direito privado, enquanto que na esfera penal, infringe-se uma norma de direito público (GONÇALVES, 2017).
Como é possível observar no contexto histórico-jurídico da responsabilidade civil, esta permaneceu ao longo da história entrelaçada à responsabilidade penal, pois ambas eram focadas em uma função punitiva do sujeito, em detrimento da reparação da vítima. Com o decorrer da história, dando-se mais atenção à vítima, a responsabilidade civil foi ganhando contornos autônomos, enquanto que a responsabilidade penal continuou com enfoque no ofensor. Diz-se que a responsabilidade penal, por seu enfoque na punição do agente, tem seus olhos voltados para o futuro, preocupando-se em retribuir e prevenir a reiteração de ilícitos, tanto pelo agente, que os praticou (prevenção especial), como pela sociedade (prevenção geral). Por sua vez, a responsabilidade civil tem seus olhos voltados para o passado, preocupando-se em dimensionar danos ocorridos. Ainda, a responsabilidade penal tem efeitos voltados para a liberdade pessoal do agente, enquanto que a responsabilidade civil atua na esfera patrimonial deste (FARIAS; ROSENVALD, 2015).
Apesar de esferas diferentes, as responsabilidades civil e penal possuem pontos de contato, afinal, um mesmo fato pode ser objeto de normas jurídicas distintas, como é o caso do fato ilícito. Os atos ilícitos civis e penais apresentam a mesma base, uma vez que ambos correspondem a um ato antijurídico praticado por sujeito imputável. Contudo, se diferenciam quanto aos seus elementos estruturais, quais sejam, culpa, dano e tipicidade (FARIAS; ROSENVALD, 2015). 
	Culpa
	
	Dano
	
	Tipicidade
	
2.2 Responsabilidade civil contratual e extracontratual 
Conforme os ensinamentos de Gonçalves (2017), responsabilidade civil contratual é aquela derivada de contrato, portanto, da vontade das partes, em um sujeito descumpre o dever ali imposto. Esta modalidade de responsabilidade civil encontra-se disciplinada no Código Civil, em seus artigos 389 e seguintes.
 A responsabilidade contratual também trata, segundo o doutrinador, do inadimplemento ou mora relativos a todas as obrigações, inclusive, de negócios unilaterais, como a promessa de recompensa, e também da lei, como a obrigação de prestar alimentos. Por sua vez, responsabilidade civil extracontratual é aquela que surge quando o agente infringe um deverlegal, não um dever contratual, abrangendo violações gerais de abstenção ou omissão. Aqui, não existe vínculo jurídico entre vítima e causador do dano. Esta matéria encontra-se disciplinada nos artigos 186 a 188 e 927 a 956 do Código Civil (GONÇALVES, 2017).
Assista aí
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2.3 Responsabilidade pré-contratual e pós-contratual
Ao se pensar em uma obrigação como processo, esta se divide em três etapas: a pré-contratual, a contratual e a negocial. A fase pré-contratual é a fase das tratativas, onde ocorrem as negociações, a proposta e a aceitação. Nesta fase, em regra, não há que se falar em responsabilidade das partes, em nome dos princípios da autonomia e da liberdade contratual. Todavia, mesmo nessa fase, as partes devem resguardar o princípio da boa-fé objetiva, tendo as partes os deveres laterais de informação, de proteção, de esclarecimento e de cooperação (FARIAS; ROSENVALD, 2015).
Assim, a doutrina considera que a previsão do artigo 422 do Código Civil também se estende, de forma implícita, à fase pré-contratual: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé” (BRASIL, 2002). Nesse sentido, deu-se a fixação interpretativa do Enunciado nº25 do Conselho da Justiça Federal: “O art. 422 do Código Civil não inviabiliza a aplicação pelo julgador do princípio da boa-fé nas fases pré-contratual e pós-contratual” (BRASIL, CJF).
Segundo a doutrina, a responsabilidade civil se dá no âmbito pré-contratual em quatro hipóteses:
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Tem-se um enfoque, desta maneira, na ideia de quebra de confiança das partes (FARIAS; ROSENVALD, 2015). Ressalta-se que a ideia de responsabilidade pré-contratual, em sopesamento com a liberdade contratual, exige uma análise caso a caso, de modo que um não seja inibidor do outro de modo generalizado. Já na responsabilidade na fase pós-contratual, aplica-se a mesma ideia de deveres laterais oriundos do princípio da boa-fé. Estes subsistem mesmo após o fim dos deveres prestacionais da fase contratual. A título exemplificativo, Farias e Rosenvald narram o seguinte exemplo (2015, p. 82):
Uma empresa demite o seu diretor de informática. Seis meses depois ele é contratado pela concorrência e revela segredos empresariais que são utilizados com eficácia pelo novo empregador, causando danos ao antigo empregador. Caso houvesse cláusula de confidencialidade, ou seja, uma obrigação de não fazer que impusesse uma abstenção ao funcionário, seria o caso de imposição de responsabilidade negocial em decorrência de inadimplemento (sem se olvidar de uma demanda contra o novo em- pregador na qualidade de terceiro ofensor, como veremos adiante). Provavelmente, o contrato estabeleceria uma cláusula penal compensatória que predeterminasse a pena privada decorrente do comportamento culposo do agente.
Porém, não tendo sido pactuada a cláusula de sigilo, caracterizada restará a pós-eficácia da obrigação diante da ofensa ao dever de proteção da integridade patrimonial do ex-empregador. O segredo do negócio é um patrimônio imaterial do empresário que foi subtraído justamente por quem tinha o imperativo moral de lhe preservar em razão da confiança depositada pela relevante função exercida. Quer dizer, só poderíamos recorrer à tese da responsabilidade civil stricto sensu se o autor da conduta ilícita fosse um estranho aos quadros da empresa, o que atrairia a clássica antijuridicidade por desobediência ao dever geral de abstenção. 
3 Responsabilidade civil objetiva e subjetiva: elementos caracterizadores
Uma das maiores questões doutrinarias a respeito da responsabilidade civil gira em torno da presença da culpa como elemento fundamental da responsabilidade. Nesse sentido, a doutrina subjetiva é aquela que adota a teoria da culpa, considerando a culpa elemento essencial da responsabilidade. Noutro giro, a doutrina objetiva descarta tal elemento, adotando a teoria do risco (PEREIRA, 2018). Tais doutrinas se contrapõem, mas não se eliminam. O ordenamento pátrio, como regra geral, adota a responsabilidade subjetiva, como é possível apreender pela redação do artigo 186 do Código Civil. Todavia, prevê hipóteses de responsabilidade objetiva, a exemplo dos artigos 936 a 938. Tratam-se de esferas de responsabilidade civil que se conjugam (GONÇALVES, 2017).
Mister destacar que não é possível traçar uma cronologia entre a doutrina objetiva e subjetiva, pois ambas aparecem ao longo da história do direito (PEREIRA, 2018). Nesse sentido, faz-se necessário analisar a responsabilidade civil objetiva e a responsabilidade civil subjetiva, com especial atenção aos elementos que estruturam ambas.
São elementos da responsabilidade civil subjetiva o ato ilícito, a culpa, o dano e o nexo causal. Por sua vez, a responsabilidade objetiva tem como elementos apenas o dano e o nexo causal (FARIAS; ROSENVALD, 2015).
3.1 Responsabilidade civil subjetiva: teoria da culpa
A responsabilidade subjetiva possui como elementos estruturantes o ato ilícito, a culpa, o dano e o nexo causal. Trata-se de uma ideia de responsabilidade baseada na teoria da culpa, em que a culpa do agente se coloca como pressuposto essencial para o dano indenizável. O agente sempre deve ter agido com dolo ou culpa (GONÇALVES, 2017).
O ato ilícito é um fato jurídico contrário ao ordenamento jurídico, onde há a transgressão de um dever jurídico, que gera consequências indesejadas ao agente que o praticou (DINIZ, 2007). Nota-se que o ato ilícito abrange tanto a indenização por dano perpetuado, como também a reparação por abuso de direito. Nesse sentido, observa-se a redação dos artigos 186 e 187 do Código Civil (BRASIL, 2002):
Artigo 186
Artigo 187
Ressalta-se que a imputabilidade é um requisito essencial da existência do ato ilícito, pois estes só podem ser perpetrados por pessoas plenamente capazes. Nesse sentido, observa-se que o ato ilícito apresenta dois elementos: um elemento objetivo voltado para o ato propriamente dito, que caracteriza a antijuridicidade, e um elemento subjetivo, voltado para o sujeito e sua capacidade (FARIAS; ROSENVALD, 2015), 
Analisando-se o elemento da culpa, identificado na redação do artigo 186 supra transcrito, prevê que a ação ou omissão que enseja responsabilidade civil ocorra de forma voluntária, ou por negligência, ou imprudência. A doutrina denomina a culpa voluntária de culpa lato sensu (dolo), enquanto que o comportamento negligente ou imprudente integram a chamada culpa stricto sensu (GONÇALVES, 2017). Segundo a teoria subjetiva aqui em análise, em princípio, a vítima deve provar a presença de culpa para exigir reparação, seja esta lato sensu ou stricto sensu. Assim, percebe-se que o dolo não é elemento essencial, pois o resultado não almejado já basta para caracterizar o dever de reparar. Aqui, faz-se uma ressalva quanto ao ônus da prova, apresentando-se a teoria da culpa presumida. Segundo Farias e Rosenvald (2015, p. 164-165):
Pode-se conceituar a presunção de culpa como uma técnica processual de inversão do ônus da prova. Ou seja, em hipóteses previstas pela lei, não mais caberia ao ofensor a hercúlea missão de provar o erro de conduta moralmente imputável ao agente - o brocardo actori incumbit probatio - pois em princípio a demonstração do fato ilícito (antijuridicidade + imputabilidade) já equivaleria a um atestado de culpa. Portanto, o ofensor deveria demonstrar que o dano não decorreu de sua falta de diligência e prudência, porém de uma causa estranha ao seu comportamento, tal como força maior, fato exclusivo da vítima ou fato de terceiro. 
Em outras palavras, a teoria da culpa presumida é aquela que, em algumas hipóteses previstas em lei, afasta o ônus da prova da culpa das mãos da vítima, bastando a demonstração do fato ilícito para se concluir que houve culpa implícita. Mister destacar que a presunção de culpa é relativa, devendo o agente causador do dano se defender através de alguma exceção de ilicitude, por exemplo. A teoriada culpa presumida pode ser encontrada no Código Civil em seu artigo 932, inciso III, por exemplo (FARIAS; ROSENVALD, 2015).
A culpa, segundo a doutrina, encontra gradações, quais sejam, culpa grave, leve e levíssima. Apesar desta gradação não estar prevista em lei, ela se mostra de suma importância para medição do quantum reparatório. A gradação se dá conforme o grau de exigibilidade de maior atenção do agente no sentido de evitar o ato ilícito (FARIAS; ROSENVALD, 2015). A culpa grave é aquela que se dá de modo mais evidente, com total descuido, sendo semelhante ao dolo (culpa lata dolus equiparatur). Por sua vez, culpa leve é aquela em que o ato ilícito poderia ser evitada com atenção ordinária. Finalmente, a culpa levíssima se caracteriza como aquela em situações extremamente difíceis de se evitar e exigir cautela em grau mais elevado do agente (GONÇALVES, 2017).
Assista aí
Passando para uma análise do elemento do dano, este é um elemento tão essencial da responsabilidade civil que está presente tanto na teoria subjetiva, quanto na teoria objetiva de responsabilidade, sempre atrelado ao nexo causal. Abarca tanto danos patrimoniais quanto danos morais.
O Código Civil não apresenta um conceito de dano, sendo este aberto, a depender do fato concreto, da situação fática. Haverá dano sempre que um fato coincidir com um elemento de direito, pois muito além do que uma noção física, deve também ocasionar lesão jurídica. Nas palavras de Farias e Rosenvald (2015, p. 204-205)
para que o dano venha a ser sancionado pelo ordenamento jurídico, vale dizer, para que a legislação autorize aquele que o sofreu a exigir do responsável uma indenização, indispensável se faz a presença de dois elementos: um de fato e outro de direito. O primeiro se manifesta no prejuízo e o segundo, na lesão jurídica. É preciso que a vítima demonstre que o prejuízo constitui um fato violador de um interesse jurídico tutelado do qual seja ela o titular.
Existem dois tipos de dano: o dano moral (extrapatrimonial) e o dano patrimonial.
· Dano moral
· Dano patrimonial
Por fim, analisa-se o elemento do nexo causal, que nada mais é do que o elo entre a conduta do agente e o dano ocasionado. Aqui, deve-se ter em vista uma relação de causalidade, estabelecendo uma relação necessária entre o fato incriminado e o prejuízo ocasionado, de modo que sem o primeiro, o segundo não teria lugar (GONÇALVES, 2017). Deve-se buscar a verdadeira causa do dano. Nesse sentido, deve-se falar da concausalidade, fenômeno que ocorre quando a multiplicidade de causas, que podem ocorrer de forma sucessiva ou simultânea. Nas concausas simultâneas, há um só dano oriundo de mais de uma causa, enquanto nas concausas sucessivas, há uma cadeia de causas e danos. Tendo isso em vista, a doutrina criou três principais teorias para ponderar a causalidade, delimitando-a da maneira mais adequada possível na prática. São essas a teoria da equivalência de condições, teoria da causalidade adequada e a teoria da causalidade direta e imediata (GONÇALVES, 2017).
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3.2 Responsabilidade civil objetiva: teoria do risco
A responsabilidade civil objetiva parte da compreensão que a culpa é uma base insuficiente para regular todos os casos de responsabilidade. Assim, constrói-se um conceito de responsabilidade civil composto unicamente dos elementos de dano e nexo de causalidade. A base da responsabilidade civil objetiva é a chamada teoria do risco, que define que certas atividades objetivamente criam risco de danos para terceiros e, caso os danos venham a ocorrer de fato, haverá dever de reparação, independentemente de culpa (GONÇALVES, 2017). Tal teoria encontra-se prevista no artigo 927, parágrafo único, do Código Civil, que possui a  redação abaixo. 
Art. 927, parágrafo único, CC
Segundo Pereira (2018), o termo “risco”, utilizado por esta teoria, está diretamente relacionado com a concepção de que ao executar certas atividades, deve-se responder por eventuais danos que esta atividade gere para os indivíduos. Para configurar o risco, tem a ideia de colocar em risco de dano ou causar o dano. Deve-se entender que a responsabilidade objetiva não é sinônimo de ausência de culpa, mas apenas que esta não é um elemento que sequer será analisado para que esta se caracterize. Trata-se do que a doutrina chama de “responsabilidade independente da existência de culpa” (FARIAS; ROSENVALD, 2015, p. 422), e não de responsabilidade sem culpa. Na responsabilidade civil objetiva, há um deslocamento da culpabilidade para a causalidade. Assim, aqui não há análise da antijuridicidade e da imputabilidade do fato danoso, muito menos da culpa; há enfoque no evento danoso e no prejuízo (PEREIRA, 2018).
Deve-se ter cuidado para não confundir responsabilidade civil objetiva com a teoria da culpa presumida. Na primeira, a responsabilidade independe de culpa para se caracterizar, enquanto na segunda há culpa, mas que se manifesta de forma mitigada, presumindo-se a culpa (FARIAS; ROSENVALD, 2015).
4 Excludentes de ilicitude
Os excludentes de ilicitude encontram-se previstos no artigo 188 do Código Civil (BRASIL, 2002):
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
Nesse sentido, faz-se necessário as três excludentes supra previstas:
· legítima defesa (inciso I),
· o exercício regular do direito e estrito cumprimento do dever legal (inciso I); e
· o estado de necessidade (inciso II).
4.1 Estado de necessidade
O estado de necessidade é disciplinado não só pelo inciso II do artigo 188 do Código Civil, como também pelos artigos 929 e 930 do mesmo diploma legal. Por estado de necessidade, entende-se tratar-se de caso em que há
uma situação fática que efetivamente ameaça a integridade de um bem jurídico. Para afastar tal ameaça, permite-se que outro bem jurídico, de menor ou igual valor, seja sacrificado. Ao considerar lícito o ato praticado em estado de necessidade o ordenamento autoriza a violação de um direito alheio para se evitar um mal maior (FARIAS; ROSENVALD, 2015, p. 144).
Nota-se que, ainda que um ato seja praticado sob estado de necessidade não seja um ato ilícito, ainda assim este poderá ensejar a reparação do dano ocasionado. Nesse sentido, o artigo 929 supra transcrito preceitua o direito à indenização do prejuízo, enquanto o artigo 930 preceitua a possibilidade de regresso contra terceiro culpado. Aqui, apresenta-se o exemplo de Gonçalves sobre a aplicação destes artigos.
O referido autor narra uma hipótese em que um motorista bate seu carro contra um muro de uma casa após bruscamente desviar de uma criança que estava atravessando a rua indevidamente, por descuido de seu pai. Neste caso, ainda que tenha batido no muro por um estado de necessidade, o motorista terá que indenizar o dono da casa pelo muro destruído. Contudo, poderá entrar com ação de regresso contra o pai da criança, terceiro culpado, pois este tinha o dever de vigiar o filho (GONÇALVES, 2017). Voltando novamente à redação do artigo 188 do Código Civil, este prevê dois fatos que serão considerados estado de necessidade, quais sejam, a deterioração da coisa alheia e a lesão a pessoa. 
Assista aí
4.2 Legítima defesa
Segundo Farias e Rosenvald (2015), o Código Civil não conceituou a legítima defesa, assim, recorre-se hermeneuticamente à norma penal para fazê-lo. Esta nada mais é que uma resposta do agente é um ataque injusto, objetivando defender a si mesmo, terceiro ou seus bens jurídicos. Existem três requisitos que caracterizam a legítima defesa, quais sejam, agressão atual ou iminente, injusta e uso de meios de defesa proporcionais. Quem pratica ato danoso em legítima defesa contra o próprio agressor não poderá ser responsabilizado civilmente por danoscausados. Contudo, quem pratica legítima defesa e atinge terceiro não culpado terá que reparar o dano, contudo, terá ação de regresso contra o agressor contra quem estava se defendendo. Nesse sentido, é a redação do artigo 930 do Código Civil, em seu parágrafo único: “A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 930, parágrafo único).”
A doutrina costuma destacar o caso da legítima defesa putativa, que consiste na crença errônea, por parte do agente causador do dano, que uma situação que enseja legítima defesa está ocorrendo. Aqui, considera-se, em uma primeira perspectiva, equiparar-se à uma situação de ausência de legítima defesa, devendo o agente reparar quaisquer danos que causar. 
Contudo, segundo Farias e Rosenvald (2015), deve-se, na verdade, analisar o caso concreto, buscando avaliar se nas circunstâncias em que ocorreu a legítima defesa putativa esta encontrava fundamentações para o equívoco, afastando-se a responsabilidade civil por culpa exclusiva da vítima, ou ao menos reduzindo substancialmente a eventual indenização, nos moldes do artigo 945 do Código Civil.
4.3 Exercício regular do direito e o estrito cumprimento do dever legal
O exercício regular do direito é agir de modo a não contrariar o ordenamento. Trata-se de uma ideia oposta ao abuso de direito (art. 187, CC), que, por sua vez, enseja o dever de indenizar, dentre outras sanções (art. 927, CC). Nesse sentido, evidencia-se que o exercício regular do direito afasta a responsabilidade. Esta excludente de ilicitude é afastada em casos que aparentam ser exercício regular do direito, mas que, na verdade, tratam-se de abusos do direito, em que há a presença de má-fé. Deve-se aferir, na prática, a razoabilidade social da conduta. Por sua vez, o estrito cumprimento do dever legal que é implícito ao exercício regular do direito, segundo Fernando Capez (2011, p. 84, apud FARIAS; ROSENVALD, 2015, p. 156), “é a causa de exclusão da ilicitude que consiste na realização de um fato típico, por força do desempenho de uma obrigação imposta por lei, nos exatos limites dessa obrigação”. Aqui, aplicam-se as mesmas regras do exercício regular do direito como gênero, devendo-se guardar especial atenção ao caso concreto, resguardando-se sempre o princípio da proporcionalidade. 
5 A indenização e sua liquidação
Tratar da liquidação da indenização é, na verdade, tratar da liquidação do dano. O objetivo da indenização deve ser reestabelecer a vítima à sua situação anterior ao dano, devendo abranger tanto os lucros cessantes quanto o prejuízo efetivamente sofrido. Reparação e liquidação do dano são conceitos interligados, pois enquanto a reparação cuida do dimensionamento do dano, a liquidação se utilizará do dano delimitado para determinar o quantum indenizatório (GONÇALVES, 2017). Nesse sentido, aponta-se que o grau de culpa do agente não exercerá influência na fixação do quantum indenizatório, pois o enfoque da obrigação de indenizar é o dano sofrido, conforme redação do artigo 944, caput, do Código Civil.
Aqui, mister destacar que a culpa exclusiva da vítima impede a existência de responsabilidade civil do agente causador do dano, pois perde-se a causalidade. Já nos casos de culpa concorrente, onde a culpa da vítima é parcial, o artigo 945 do Código Civil determina que a indenização deverá levar em conta a extensão da culpa da vítima. Conforme redação do artigo 946 do Código Civil, é possível que as partes fixem indenização estimada previamente. Contudo, caso as partes não o façam, a liquidação será feita na forma que a lei processual determina, destacando-se aqui a liquidação por arbitramento e a liquidação por procedimento comum (GONÇALVES, 2017).
· Por arbitramento
· Por procedimento comum
6 Responsabilidade civil do Estado
A responsabilidade civil do Estado é baseada na teoria do risco administrativo desde 1946. Assim, não existe análise do elemento da culpa, contudo, o Estado pode, em defesa, demonstrar ausência de nexo causal. No mesmo sentido, tratando do risco administrativo, também não se analisa a ilicitude do fato, pois basta a identificação do dano e do nexo causal (FARIAS; ROSENVALD, 2015).
6.1 Responsabilidade civil do Estado e agentes públicos
O artigo 43 do Código Civil preconiza: “As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo” (BRASIL, 2002). No mesmo sentido é a redação do artigo 37, inciso XXII, parágrafo 6º, da Constituição Federal: “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa” (BRASIL, 1988).
Pela redação das normas supra transcritas, conclui-se que o Estado terá dever de indenizar por danos causados por seus agentes, na qualidade de agente público, sem que seja necessário comprovar a presença de dolo ou culpa. Basta que ocorra conduta do agente estatal, com nexo causal ao dano gerado. Aqui, mister destacar que os termos “agente” e “funcionários” são utilizados em seu sentido amplo, tratando-se de sujeitos que exercem atribuição pública ligada à sua atividade ou função. Por sua vez, por “Estado” entende-se não apenas as pessoas jurídicas de direito público que o compõe, como também as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público (PEREIRA, 2018).
Aqui, aponta-se a relevante ressalva feita por Farias e Rosenvald (2015. p. 568-569): 
É preciso lembrar que boa parte das ações de indenização contra o Estado não tem um agente público como causador imediato do dano. O dano ou é causado por outro particular (e aí há possivelmente omissão estatal, pensemos nas lamentavelmente frequentes mortes de presos por companheiros de cela) ou a falha do serviço, sem que se possa individualizar quem falhou (buracos nas estradas, enchentes que causam danos). Se, digamos, numa escola pública, no intervalo das aulas, uma criança fura o olho da outra (o STF já analisou caso semelhante), é possível que os requisitos da responsabilidade estatal se façam presentes. 
6.2 Responsabilidade civil do Estado por atos judiciais
Primeiramente, importante ressaltar que por “atos judiciais” entende-se tanto as funções jurisdicionais (contenciosas ou voluntárias), quanto as administrativas. Contudo, ao falar de responsabilidade civil do Estado por atos judiciais, faz-se um recorte nas funções jurisdicionais, que são as funções denominadas típicas. São as atividades que ensejam responsabilidade do magistrado, conforme artigo 143, inciso do II do Código de Processo Civil (GONÇALVES, 2017). A doutrina moderna admite a responsabilidade civil do Estado em se tratando de danos a particulares oriundos do exercício da atividade judiciaria. Tratam-se aqui dos casos em que há erros flagrantes (GONÇALVES, 2017).
6.3 Responsabilidade civil do Estado por atos legislativos
Parte da doutrina considera não ser possível proclamar a responsabilidade civil do Estado por atos legislativos, por tratar-se do exercício de funções oriundas de poder soberano, onde há imunidade parlamentar pelos atos praticados no exercício das funções. Tal entendimento não é unânime.
Alguns doutrinadores defendem que o Estado se responsabiliza por efeitos danosos oriundos de lei inconstitucional, desde que a inconstitucionalidade desta seja declarada pelo Poder Judiciário. Quanto aos danos gerados por lei constitucional, também deve-se aplicar a responsabilidade civil do Estado, em nome da teoria do risco social, a depender do caso concreto (GONÇALVES, 2017).
6.4 Excludentes de responsabilidade civil estatal
A ausência de um dos elementos integrantes da responsabilidade civil do Estado (nexo causal e dano) acarretará na excludente de responsabilidade. Nesse sentido, a doutrina aponta três hipóteses de exclusão, quais sejam, fato exclusivoda vítima, fato exclusivo de terceiro e caso fortuito ou de força maior. No fato exclusivo da vítima, o dano é causado pela própria vítima. Por sua vez, o fato exclusivo de terceiro é aquele em que um sujeito sem ligação com o Estado e com a vítima do dano é o responsável pelo dano. Finalmente, caso fortuito ou força maior tratam daqueles eventos imprevisíveis e inevitáveis que causam danos a terceiros. 
A teoria do risco administrativo se trata de um princípio, portanto, comporta exceções. Cita-se, por exemplo, a morte do preso em presídios. Em regra, o Estado tem responsabilidade civil objetiva caso ocorra a morte de um preso sob sua tutela. Todavia, se o Estado tiver agido de todas as formas possíveis para evitar aquele dano e mesmo assim ele ocorreu, não há que se falar de responsabilidade (Informativo 819, STF, RE 841526/RS, rel. Min. Luiz Fux, 30 mar. 2016).
7 Responsabilidade civil do profissional liberal e das pessoas jurídicas de direito privado
Tendo em vista a já apresentada teoria do risco, que fundamenta a chamada responsabilidade civil objetiva, deve-se observar com o risco opera tratando-se de pessoas jurídicas de direito privado e também de profissionais liberais. Tratam-se de duas hipóteses diferenciadas de risco, em que não se aplica o conteúdo do artigo 927 do Código Civil, previamente estudado.
7.1 Responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado: o risco de empresa ou do empreendimento
Tradicionalmente, entende-se que “quem exerce profissionalmente uma atividade econômica organizada para a produção ou distribuição de bens e serviços deve arcar com todos os ônus resultantes de qualquer evento danoso inerente ao processo produtivo ou distributivo, inclusive danos causados por empregados ou prepostos” (FARIAS; ROSENVALD, 2015, p. 466). A teoria do risco do empreendimento está previsto no artigo 931 do Código Civil, que se relaciona com o artigo 12 do Código de Defesa do Consumidor. Ambas as normas só se aplicam aos produtos destinados ao mercado, não se estendendo para a prestação de serviços (FARIAS; ROSENVALD, 2015).
7.2 Responsabilidade civil do profissional liberal
Assim como ocorre na responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado, a responsabilidade civil do profissional liberal se utiliza de uma concepção diferenciada de risco, aplicando-se aqui o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor (BRASIL, 1990):
O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Tem-se aqui uma preocupação com as relações estabelecidas entre particulares e profissionais liberais, que estabelecem entre si um vínculo intuitu personae. Trata-se de um deslocamento do foco no fato de produto e serviço para justamente o vínculo entre sujeitos (FARIAS; ROSENVALD, 2015).
É ISSO AÍ!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
· compreender o conceito de responsabilidade civil, tendo em vista o seu contexto histórico-jurídico, a maneira que a temática é tratada pela legislação brasileira e como se diferencia da responsabilidade penal;
· aprender sobre as principais modalidades de responsabilidade civil: responsabilidade civil contratual, extracontratual, pré-contratual e pós-contratual;
· diferenciar a responsabilidade objetiva e subjetiva, entendendo os elementos que as compõem, como o ato ilícito, o dano, o nexo causal e a culpa;
· conhecer os conceitos-chave, como o dano material, dano patrimonial, reparação e indenização, e entender como é feita a liquidação da indenização;
· estudar as excludentes de ilicitude, além das seguintes responsabilidades civis em espécie: responsabilidade civil do Estado, responsabilidade civil do profissional liberal e das pessoas jurídicas de direito privado.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988.
BRASIL. Lei n. 8.078 de 11 de setembro de 1990. Institui o Código de Defesa do Consumidor. Diário Oficial da União, Brasília, 11 set. 1990. Disponível em:  http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm. Acesso em: 10 nov. 2019.
BRASIL. Lei n. 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, 11 jan. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/l10406.htm. Acesso em: 10 nov. 2019.
BRASIL. Lei n. 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Diário Oficial da União, 17 mar. 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 31 out. 2019.
BRASIL, Conselho da Justiça Federal - Superior Tribunal de Justiça. Enunciado 671, IV Jornada de Direito Civil. Disponível em: https://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/671. Acesso em 8 nov. 2019.
BRASIL, Supremo Tribunal Federal. RE 841526/RS. Informativo 819. rel. Min. Luiz Fux. Brasília. 30 mar. 2016. Disponível em: http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo819.htm. Acesso em: 10 nov. 2019.
COELHO, F. U. Curso de direito civil. 5. ed. v.2 São Paulo: Saraiva, 2012.
DINIZ, M. H. Curso de direito civil brasileiro. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. v.2.
FARIAS, C. C; ROSENVALD, N. Curso de direito civil. 11. ed. Salvador: JusPODIVM, 2017. v. 2.
FARIAS, C. C.; ROSENVALD, N. Curso de direito civil. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015. v. 3.
GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. v. 2. 
GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. v. 4.
PEREIRA, C. M. S. Instituições de direito civil. 30. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019. v. 2.
PEREIRA, C. M. S. Responsabilidade Civil. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018. v. 2.

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