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Processos de aprendizagem e não aprendizagem O Aprender Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Maria Ambrosina Costa Revisão Textual: Prof. Ms. Claudio Brites 5 Un id ad e O Aprender Proporcionar ao aluno as principais características do conceito de aprendizagem, como estabelecer estratégias para que ela ocorra de forma adequada e como avaliar quando isso não acontece. Na primeira unidade da disciplina, Processos de aprendizagem e não aprendizagem, estabeleceremos os conceitos principais do que é aprendizagem. No Blackboard, nosso ambiente virtual, você encontrará as informações, os materiais didáticos e atividades referentes a esta unidade e a diferentes ferramentas para o desenvolvimento do seu aprendizado. Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Introdução • A Linguagem • Inteligência • O Cérebro • O Aprender e a Escola T hinkstock/G etty Im ages 6 Unidade: O Aprender Nessa unidade veremos o início do processo do aprender, tentem observar dentro do proposto, como entender melhor o mecanismo que temos para compreender o mundo e a nós mesmos. Tentem fazer uma análise do que foi vivido por cada um, pois aprender é um processo pelo qual todos passamos, não há a possibilidade de sermos professores, sem termos sido alunos! É importante perceber que conhecer o que se aprende e como se aprende dá ao professor as condições necessárias para a realização do trabalho em sala de aula e, aos outros profissionais como o psicopedagogo, a capacidade de avaliar como trabalhar as dificuldades que esses alunos apresentam, além disso, nos possibilita conhecer com mais precisão o ambiente escolar e o que causa interferência nessa tarefa importante da aprendizagem. “A investigação psicológica do comportamento tem suas raízes no começo da ciência ocidental, na filosofia clássica grega. Muitas questões fundamentais, na moderna investigação do comportamento, especialmente na área da percepção, foram formulados novos parâmetros para o reconhecimento do que é aprender”. (GAZZANIGA, 2010) Contextualização 7 O desenvolvimento das nossas respostas é a história da nossa vida. Se nos coubesse procurar uma expressão para verdade mais importante que a Psicologia moderna pode facultar ao mestre, ela rezaria simplesmente: o aluno é um aparelho que reage (MÜNSTERBERG, A Psicologia e o Mestre). O que é o aprender? Ou como o organismo aprende? Essas questões levaram os homens ao nível de conhecimento do que se convencionou a chamar de ciência; mas aprender é muito mais do que “ter ciência de”, no sentido de reconhecer um objeto nas suas qualidades constitutivas, então, o que pode ser chamado de aprender? Há 2.400 anos, um grego estava de pé na orla marítima observando os navios desaparecerem no horizonte. Aristóteles deve ter passado muito tempo lá, observando sossegadamente o desaparecimento de muitos navios, até que finalmente foi surpreendido por um pensamento peculiar: de todos os navios, o casco parecia sumir primeiro, depois mastros e velas. Talvez tenha perguntado a si mesmo: como isso é possível? Afinal, em uma Terra plana, os navios deveriam diminuir por igual até que desaparecessem, como um pequeníssimo e insignificante ponto. Se o casco desaparecia primeiro – Aristóteles percebeu num lampejo genial –, isso era sinal de que a Terra era curva. Para observar a estrutura de nosso planeta em grande escala, Aristóteles tinha olhado através da janela da geometria (MLODINOW, A janela de Euclides). Aprender é, em síntese, reconhecer algo que, mesmo estando no nosso campo de visão, ainda não foi totalmente elaborado, mas que será percebido dentro de um contexto cultural, onde serão estabelecidos os modelos que formalizarão esse conhecimento e o generalizarão. Nesse sentido, tudo que é aprendido é uma elaboração cultural do que pode ser percebido no mundo que nos rodeia. Pode-se estabelecer que o conhecer se dá na organização de percepções do cotidiano que satisfazem, de alguma maneira, a forma como o homem observa a si mesmo e ao mundo que o rodeia. O aprender se remete a tudo o que é apresentado para o homem desde o seu nascimento, elaborando toda a organização dos órgãos dos sentidos – visão, audição, tato, paladar e olfato –, sendo estabelecido dentro da cultura do sujeito. E permeando esse processo encontra-se a linguagem. Pode-se perceber, então, que aprender é, antes de tudo, construir-se sujeito dentro de determinados padrões que são sistematizados pela sociedade onde esse indivíduo se encontra, isso cria situações que devem ser motivo de reflexão: Introdução 8 Unidade: O Aprender • A aprendizagem é generalizada em alguns aspectos para todas as culturas? • A aprendizagem e a linguagem se tornam sinônimos, já que diferentes culturas têm diferentes linguagens? • Qual o papel da linguagem na constituição da aprendizagem? Quando falamos em aprender, importante se torna entender a linguagem como ferramenta fundamental para esse movimento, a observação humana passa a ser examinada e elaborada de forma mais sistemática quando consegue ser compartilhada, então: Não se discute o aprender sem pensar na linguagem. A linguagem tem papel fundamental na equação que define o aprender, afinal, com quais ferramentas o homem poderia contar se não tivesse uma como essa, que lhe possibilita entrar em contato com o outro? A linguagem se insere como necessária para a construção do conhecimento – isso deve ser sempre lembrado quando falamos do aprender, algo a ser discutido e revisto ao longo de um trabalho onde se discute a aprendizagem. Partindo desses questionamentos, podemos colocar o que Blonski apresenta em citação de Vygotsky (2006): “[...] educação é uma ação premeditada, organizada e longa sobre o desenvolvimento de determinado organismo”. Para o autor, o aprender, o ser educado em seu sentido mais amplo é algo que não se completa, pois todo organismo se encontra em desenvolvimento contínuo. O homem conhece o porquê algo ou alguém demonstra uma situação, ou o homem elabora aquilo que possibilita sua existência e seu bem estar? A aprendizagem como forma de representar o que a cultura apresenta como “o saber necessário” é algo que acontece desde o momento do nascimento do sujeito, já que, desde esse instante, o processo de inclusão torna-se parte dessa vida recém-constituída. Então, o que é chamado de aprendizagem é, na verdade, a introdução de novos seres nos ambientes sociais. Esse processo, em seu primeiro momento, parece – e apenas parece – algo “espontâneo”, mas, no entanto, desde sua estrutura neurobiológica até a estrutura comportamental, é uma moldagem interativa complexa entre o que está constituído socialmente e esse organismo que se constitui – e se constituirá sempre. Neurobiológica: constituição do sistema nervoso central, estrutura que permite a elaboração biológica dos estímulos do ambiente, formada pelo conjunto de neurônios. 9 É um processo de reciprocidade, já que interativo, permite que a maneira de constituição desse organismo contribua para a reestruturação desse ambiente, e assim sucessivamente; o que significa dizer que, ao longo do processo do aprender, há reconstituição e reelaboração dos conceitos existentes na dinâmica social. O aprender, então, é a identidade, a vida desse organismo, partindo de sua ontogênese – que é a capacidade histórica do ser humano, qualquer que seja ele, sua capacidade de reconhecer e ser reconhecido – até aquilo que podemos chamar de consciência, ou seja, a capacidade de saber e lidar com o que foi aprendido e reconstruir sempre essa aprendizagem. A capacidade humana para a aprendizagem se dá dentro de alguns parâmetros que foram construídos ao longo de milênios de observações e de necessidades que deveriam ser supridas, desde as mais básicas – a sobrevivência da espécie – até as mais complexas – como o que se pode chamar de pensamento. Mas, afinal, o que é pensar? O que é o pensamento? Ele é resultado do aprender ou se aprende porquese pensa? O ser humano é um ser múltiplo, complexo e incompleto, pois está sempre em mutação. Ele é capaz de refletir sobre si mesmo, portanto, em todos os momentos de sua vida, está elaborando sua aprendizagem. Essa “competência” reflexiva possibilita compreender os processos pelos quais está passando, formalizando-os, criando conceitos e capacitando os outros depois dele para essa compreensão. O que concorre para que isso aconteça? A experiência da observação? A experiência de estar sempre em contato com o outro e com os modelos instituídos? A capacidade da linguagem? O aprender formal? Questões assim levam a algumas poucas constatações: o homem sabe e conhece sobre a sua existência e tem ferramentas que o levam a compreendê-la cada vez mais, isso faz com que ele consiga trazer para si sua capacidade de decidir o que fazer com tais ferramentas – sendo que a principal delas é, pelo menos no que diz respeito ao aprender, a linguagem. Como dito, graças à linguagem, o homem se torna o ser vivo que se capacita para dar explicações sobre o mundo e sobre as questões que podem deixá-lo mais confortável, pois, sabendo daquilo que está ao seu redor, permite-se explicar e modificar o que vai deixá-lo em uma posição mais satisfatória e adequada; luta inglória em alguns momentos, já que essa mesma capacidade o torna refém de si mesmo, pois, cada luta que permeia uma constatação imediatamente gera uma dúvida. Além de tudo, existe algo que o homem demorou milênios para conhecer um pouco mais: seu próprio organismo – que é a fonte de toda essa possibilidade de descoberta, como descrito abaixo: Dê-se uma olhada no espelho. Por baixo de sua beleza elegante agita-se um Universo oculto de maquinaria em rede. A maquinaria inclui uma sofisticada armação de ossos interligados, uma rede de músculos com tendões, uma boa quantidade de fluido especializado e a colaboração de órgãos internos trabalhando no escuro para manter você vivo. Uma lâmina de material autocurativo de alta tecnologia que podemos chamar de pele reveste sua maquinaria numa embalagem agradável (EAGLEMAN, 2012, p. 10). 10 Unidade: O Aprender O homem percebeu que o que podia comandar a sua capacidade de sobrevivência nesse mundo inóspito era reconhecer seu organismo como fonte do que poderia fazê-lo continuar, daí a necessidade de aprender ao longo do tempo observando o mundo e a si mesmo. Como fez Aristóteles, para o qual a aprendizagem deveria ser sistematizada de alguma forma, pois, assim, cada homem poderia partir daquilo que já foi estabelecido, o que o possibilitaria descobrir mais e, assim, sentir-se mais seguro sobre si mesmo. A partir dessa ideia, começa a necessidade da formalização de todo o conhecimento que vai sendo adquirido. A aprendizagem começa a ganhar o sentido de escolarização. É o começo da criação de um modelo onde o aprender possa ser, enfim, generalizado. Pensar nesse processo de generalização remete a nossas questões iniciais: o que se traduz por aprender? Se isso está relacionado ao social e ao cultural, como se dá essa generalização? Ela é mesmo possível? A Linguagem O homem é uma fábrica que produz pensamentos, como uma roseira produz rosas e uma macieira, maçãs (D’OLIVET) A linguagem é a capacidade que o homem adquiriu através dos tempos de elaborar e compartilhar sua visão de mundo com os outros. Com ela, foi possível desenvolver a competência necessária para podermos criar a formalização da aprendizagem. Nesse sentido, podemos colocar como fundamental na aprendizagem a capacidade humana de expressar algo através de um modelo que se generaliza. Retornando ao exposto acima, a linguagem (diferente da língua) é capaz de fazer com que o homem se comunique, criando acordos de postura e mecanismos de leitura e escrita que generalizam experiências e criam modelos – apesar da cultura ser elaborada por grupos humanos de forma diferenciada, levando em conta sua geografia e história. A escola é, nesse sentido, a maneira contemporânea de tornar essa generalização do conhecimento possível, partindo, de certa forma, do ensino da linguagem. Contudo, para que isso aconteça, é necessário que saibamos como o sujeito desse aprender será capaz de compreender a linguagem de maneira apropriada. O aprender escolar, aquele que generaliza o conhecimento estabelecido, tem como base a possibilidade de elaboração de conceitos que devem ser reconhecidos por todos que participam do processo. Para que isso possa acontecer, pode ser usado o pressuposto de Ducrot citado por Brait e Melo (2008): [...] a “língua” pode ser [...] apresentada como um conjunto de frases ou de enunciados, pois a própria noção de frase ou enunciado é uma construção (não se observa uma frase, mas apenas uma ocorrência de frase) e alguns linguistas esperam poder, a partir dela, contribuir para a explicação dos fatos da linguagem observados na vida cotidiana. 11 Sendo assim, a linguagem é condição necessária para que o homem possa não só formalizar aquilo que foi motivo de observação, mas tornar isso lei, um modelo de conteúdo necessário para a aprendizagem geral. Analisando essa questão, levanta-se outro ponto relacionado ao aprender: o conceito de inteligência. O que pode ser consenso entre aprender, linguagem e inteligência? Inteligência O ser humano, na sua ânsia de conhecer e de estabelecer padrões para esse conhecimento, criou um modelo de respostas que, ao longo do tempo, partindo de suas próprias observações, chamou de inteligência; definindo-a como a capacidade de superar obstáculos e elaborar conceitos. Nessa definição, fica claro que todos os homens têm a mesma competência intelectiva, pois, se assim não fosse, como se colocaria na teoria evolutiva? Existem grupos com diferentes possibilidades de avaliar o observado, de espécies diferentes, mas só o homem cria modelos. Quando o homem usa esse atributo, chamado de inteligência, significa que consegue, junto ao seu grupo cultural, estabelecer os padrões que convenciona chamar de aprendizado. Podemos, então, afirmar que: aprender, ter ciência de, inteligência e linguagem formam um grupo de elite que leva ao modelo de generalização, o qual leva, por sua vez, o ser humano a continuar no seu papel de observador e interventor da realidade. Partindo da afirmação de Wittgenstein (2003, p. 27): “Pode-se dizer que o significado ultrapassa a linguagem”, temos que todo o conjunto de observações e possibilidades só tem significado quando esse elabora um conceito para o sujeito que aprende. Assista ao filme: À primeira vista (com Val Kilmer): Sinopse: Uma pessoa cega na infância, que tem todas as competências adquiridas no treino de toda uma vida, volta a enxergar e percebe que, como já tinha estruturado seu mundo sem esse órgão do sentido, sofre com aquilo que não compreende, um mundo complexo de cores e sons que o deixam perdido. Esse filme é baseado em uma história real, relatada pelo neurologista Oliver Sacks; mostrando como a aprendizagem é uma adaptação e uma nova aprendizagem causa dificuldades para a inserção em um novo contexto. Assista e reflita também sobre a inclusão! 12 Unidade: O Aprender Quando o ser humano aprende, está reelaborando e resignificando tudo o que já foi visto e elaborado em algum momento da história. Aprender não é repetir, mas demonstrar outra forma de ver o mesmo objeto, mesmo que já tenha sido conceituado anteriormente. O mais importante da aprendizagem é a capacidade que o ser humano tem de evoluir nessa elaboração. Sendo mostrado e demonstrado algum conteúdo, cada um tem a competência de reconstruir esse conceito e, mesmo repetindo, pois há a necessidade da compreensão pelo outro, o mais importante é que essa aprendizagem se transforma – transformando assim o mundo todo. Para que tudo isso aconteça, há mais um personagem nessa história mágica da aprendizagem: o cérebro. O Cérebro T hinkstock/G etty Im ages O cérebro é o aparato estrutural e funcional que permite a toda essa elaboraçãodo conhecer ser possível. Trata de um órgão de um quilo e trezentos gramas que dá “liberdade” para que o ser humano seja capaz de observar o mundo e organizar essa observação de maneira compreensível, dando passos qualitativos na história do conhecimento humano. Elaborando a história do aprender, podemos considerar que toda a maquinaria neural entra em um funcionamento em plena harmonia, onde cada grupo de células é necessário para que essa aprendizagem que constitui o conhecimento humano possa existir. Cada ser que consegue utilizar esse aparato – seja para os atos mais simples de sobrevivência, seja pela necessidade de elaborar atos complexos de filosofia, física quântica, ou de compreensão mais organizada de si mesmo – reproduz e aprimora o que toda a humanidade pode ser. Toda a estrutura do cérebro, estendida ao corpo todo para receber as informações internas e externas, formada pelos neurônios em grupos específicos de informações. 13 O Aprender e a Escola O que acontece quando juntam-se essas características humanas (o cérebro como aparato do organismo, a observação, a capacidade adquirida para compreensão do espaço cultural e social, a linguagem que estrutura essa compreensão, a inteligência, que é a expressão de todas as etapas anteriores)? Acontece a formalização do conhecimento, que tem como uma de suas estruturas possíveis a escola. A escola é o local da aprendizagem formal. Nela, o ser humano, desde os seus primeiros anos, tem a possibilidade de, com todas as formas de linguagem, compreender, de acordo com a sua cultura, o que a ciência considera necessário para o desenvolvimento completo do sujeito. Como todo tipo de conhecimento, a escola se baseia no modelo que é estabelecido na cultura do indivíduo, tendo sempre como parâmetro o que acredita ser a base para o aprimoramento do sujeito em todas as suas formas e tendo como princípios: o domínio da linguagem na sua modalidade culta, dos conceitos lógico-matemáticos e dos conceitos básicos dessa cultura no que diz respeito a sua história, geografia, etc. Para que esse conhecimento formal seja aproveitado da melhor maneira, é importante que o conceito do aprender seja de domínio de todos aqueles que são atores nessa ação – professores, coordenadores, orientadores, pais – e que os alunos possam ser “conduzidos” da melhor maneira, abrindo as portas para que se tornem condutores de suas próprias observações. A escola tem papel definitivo na elaboração do aprender, pois traz para a criança, ainda sem experiência no seu mundo cheio de sensações, uma visão que lhe permite observar a realidade de forma correta e, mais ainda, compreender o mundo e a si mesma. Estar na escola é um caminho árduo, pois o ser ainda em formação não compreende o esforço necessário para essa elaboração e ainda não domina as suas potencialidades. Tem Alguém mais na Minha Cabeça, mas não sou Eu Seu cérebro é formado de células chamadas neurônios e glia – centenas de bilhões delas. Cada uma das células é complicada como uma cidade. Cada uma delas contém todo o genoma humano e por elas transitam bilhões de moléculas numa economia complexa. Cada célula envia pulsos elétricos a outras células, chegando a centenas de vezes por segundo. Se você representasse cada um desses trilhões e trilhões de pulsos em seu cérebro por um único fóton de luz, o produto combinado cegaria. [...] Nossa história é inacreditável. Pelo que se pode dizer, somos o único sistema do planeta com tal complexidade que nos atiramos de cabeça no jogo de decifrar nossa própria linguagem de programação. Imagine que seu computador comece a controlar seus dispositivos periféricos, retire o próprio gabinete e aponte a webcam para o próprio circuito. Isso somos nós. (EAGLEMAN, Incógnito – as vidas secretas do cérebro, 2012). 14 Unidade: O Aprender Em síntese: • O aprender está relacionado ao que o homem consegue elaborar e compreender do mundo desde o seu nascimento, de acordo com sua cultura; • Para que haja aprendizagem, é necessário que todo suporte humano esteja em pleno funcionamento, a saber: a observação, a linguagem, os modelos; • A linguagem dá a possibilidade para o homem constituir as observações que tem através dos órgãos dos sentidos, para com isso compreender o mundo que a rodeia; • O cérebro, como organizador desse universo – tanto interno, quanto externo –, permite a realização de todas as relações necessárias para que esse processo seja possível; • A escola é a forma mais adequada, na cultura, para a criança reelaborar as impressões que tem sobre o mundo e constituir-se, organizando aquilo que é próprio de si e do outro. Elaborando o exposto, o aprender é uma tarefa do organismo para a sobrevivência da espécie. A capacidade de observação do ser humano lhe dá condições de elaborar o que vê ao seu redor, criando mecanismos que estruturam o ambiente de forma adequada para conhecer o mundo e, principalmente, a si mesmo. Nesse processo, o homem tem como principal estrutura a maquinaria cerebral, operacionalizada pelo uso da linguagem, que tem na escola sua principal fonte de organização do que a cultura produz ao longo do tempo. 15 Material Complementar Para complementar o assunto que estamos discutindo, vamos deixar tudo isso mais interessante? Livros Sugeridos: DAMÁSIO, Antonio. E o cérebro criou o Homem. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. CAPRA, Fritjof. A teia da vida – uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix; Amana Key, 1996. Veja esses textos você verá a educação sob outro prisma: tente! Filmes Sugeridos: Ao Mestre com carinho O filme mostra como um professor que está em uma situação, totalmente adversa, pode lidar com alunos que não tem interesse de aprender Acesse o link pelo Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=2U-nM8Tp78Q Uma professora maluquinha Vamos nos divertir com educação? Acesse o link pelo Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=Cvz43H8vk5Y http://www.youtube.com/watch?v=2U-nM8Tp78Q http://www.youtube.com/watch?v=Cvz43H8vk5Y 16 Unidade: O Aprender Referências BACHELARD, Gaston. A formação do espírito científico. Editora Contraponto. São Paulo/ São Paulo. 2005. BRAIT, Beth (org.). Bakhtin: conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2008. EAGLEMAN, David. Incógnito. As vidas secretas do cérebro. Rio de Janeiro: Rocco, 2012 FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 2002. JAEGER, Werner. Paidéia: a formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes, 2001 JAPIASSÚ. Hilton. Questões epistemológicas. Rio de Janeiro: Imago, 1981. MACHADO, Nílson José. Epistemologia e Didática. São Paulo: Edusp, 2000. MLODINOV, Leonard. A janela de Euclides. A história da geometria, das linhas paralelas ao hiperespaço. São Paulo: Geração Editorial, 2010. PENROSE, Roger. O grande, o pequeno e a mente humana. São Paulo: Editora Unesp/ Cambridge University Press, 1997. SEARLE, John. O mistério da consciência. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1998. VYGOTSKY, Lev. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2006. _____________. Psicologia Pedagógica. São Paulo: Martins Fontes, 2004. WITTGENSTEIN, Ludwig. Gramática filosófica. São Paulo: Edições Loyola, 2003. 17 Anotações
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