Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A cópia do material didático utilizado ao longo do curso é de propriedade do(s) autor(es), não podendo a contratante vir a utilizá-la em qualquer época, de forma integral ou parcial. Todos os direitos em relação ao design deste material didático são reservados à Fundação Getulio Vargas. Todo o conteúdo deste material didático é de inteira responsabilidade do(s) autor(es), que autoriza(m) a citação/divulgação parcial, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Adicionalmente, qualquer problema com sua turma/curso deve ser resolvido, em primeira instância, pela secretaria de sua unidade. Caso você não tenha obtido, junto a sua secretaria, as orientações e os esclarecimentos necessários, utilize o canal institucional da Ouvidoria. ouvidoria@fgv.br www.fgv.br/fgvmanagement SUMÁRIO 1. PROGRAMA DA DISCIPLINA ........................................................................... 1 1.1 EMENTA ............................................................................................................ 1 1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL .......................................................................................... 1 1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 1 1.4 METODOLOGIA .................................................................................................... 1 1.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ....................................................................................... 2 1.6 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA .................................................................................. 2 CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR ................................................................................. 3 2. FUNDAMENTOS FINANCEIROS ........................................................................ 4 2.1 FLUXO DE CAIXA E FLUXO DE ATIVOS ......................................................................... 4 2.2 NOMENCLATURA, TAXA DE JURO E CAPITALIZAÇÃO ........................................................... 7 2.3 O JURO ...........................................................................................................11 2.4 APÊNDICE .........................................................................................................13 2.5 RESUMO E EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO: .........................................................................16 3. PLANOS DE AMORTIZAÇÃO ........................................................................... 18 3.1 PRINCÍPIOS .......................................................................................................18 3.2 PAGAMENTO PERIÓDICO DE JUROS (SISTEMA AMERICANO) ...............................................20 3.3 SISTEMA DE AMORTIZAÇÕES CONSTANTES - SAC ..........................................................21 3.4 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO .................................................................................22 4. PAGAMENTO NO FINAL DO PRAZO ................................................................ 24 4.1 PLANO DE AMORTIZAÇÃO .......................................................................................24 4.2 REGIME DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTO (JUROS COMPOSTOS) ...........................................25 4.3 PRAZO , PERÍODO E N ........................................................................................30 4.4 PLANOS EQUIVALENTES .........................................................................................35 4.5 APÊNDICE .........................................................................................................36 5. SÉRIES UNIFORMES ...................................................................................... 41 5.1 PAGAMENTOS IGUAIS - SISTEMA FRANCÊS ..................................................................41 5.2 PLANOS DE CAPITALIZAÇÃO ....................................................................................46 5.3 APÊNDICE .........................................................................................................47 6. TAXAS DE JUROS .......................................................................................... 50 6.1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................50 6.2 TAXA EFETIVA ....................................................................................................50 6.3 TAXAS EQUIVALENTES ..........................................................................................50 6.4 TAXA NOMINAL ...................................................................................................54 6.5 RESUMO E EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO: .........................................................................56 6.6 + A RESPEITO DE TAXAS DE JUROS E A TIR ..................................................................58 7. DESCONTO BANCÁRIO .................................................................................. 62 7.1 DUPLICATA .......................................................................................................62 7.2 DESCONTO BANCÁRIO X MATEMÁTICA FINANCEIRA ......................................................63 7.3 NOTA PROMISSÓRIA ............................................................................................65 8. VALOR PRESENTE LÍQUIDO .......................................................................... 66 8.1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................66 8.2 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) ............................................................................66 8.3 AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTO DE CAPITAL ATRAVÉS DO VPL E DA TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE ( TMA ) ..................................................................................................................72 1 Matemática Financeira 1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 1.1 Ementa Conceitos financeiros fundamentais. Juros Simples e Juros Compostos. Tipos de Taxas de Juros. Operações de Desconto. Equivalência de taxas e capitais. Cálculo do valor presente e valor futuro. Séries de Pagamentos - Séries Uniformes Antecipadas, Postecipadas e Diferidas. Sistemas de amortização: tabela price e sistema de amortização constante. Método de análise de fluxos de caixa. Desconto racional composto e desconto comercial. 1.2 Carga horária total 24 horas/aula 1.3 Objetivos apresentar a linguagem própria do mercado financeiro; desenvolver a lógica e as técnicas de cálculo financeiro que proporcionarão a tomada de decisões na área de Administração Financeira; tratar os conceitos básicos do mercado financeiro com a finalidade de desenvolver no aluno uma postura ética em suas relações com o capital. 1.4 Metodologia Aulas: Todo conteúdo necessário à compreensão dos tópicos de Matemática Financeira será desenvolvido em sala de aula através de procedimentos multimídia: exposições, demonstrações e simulações por parte do professor com auxílio de lousa, apresentações projetadas em Power Point e Planilha Eletrônica Excel e material impresso de apoio; Para fixação dos tópicos essências, serão desenvolvidos exercícios utilizando-se de calculadora eletrônica financeira (HP12c) com o auxílio do professor. Estudo complementar: Será fornecido material complementar na forma de arquivos Excel e Word para estudos de planilhas eletrônicas e tópicos de revisão e avançados na área de matemática e matemática financeira; Será cobrado resoluções de listas de exercícios com o objetivo de sedimentar os conceitos trabalhados em sala de aula; após a entrega destas listas, será enviada ao aluno a solução dos exercícios via Excel. 2 Matemática Financeira 1.5 Critérios de avaliação INSTRUMENTO DESCRIÇÃOVALOR (ptos) Exercícios em aula e/ou Listas de Exercícios Temas: Capitalização; Planos de Amortização; Taxas/Descontos; VPL/TMA e TIR. 3,0 através de conceitos A, B, C ou zero. Prova Escrita, a ser aplicada em data estabelecida pela coordenação ao final do módulo. O conteúdo corresponde a todos os capítulos estudados. É permitido (necessário) o uso de calculadora eletrônica financeira. Por determinação da FGV, não é permitido o uso de equipamentos que apresentem planilhas de cálculo (ex: Excel). 7,0 DATAS de entrega: Listas 1ª parte* na 2ª semana de encontro; entregar ao professor Listas 2ª parte * 7 dias após o último encontro; entregar na secretaria da escola * Um dia após a data de entrega, será enviado ao representante dos alunos, através de correio eletrônico, um arquivo com a resolução dos respectivos exercícios. 1.6 Bibliografia recomendada SAMANEZ, Carlos Patricio. Matemática financeira – aplicações à análise de investimento. São Paulo: Prentice Hall, 2002. CASAROTTO FILHO, Nelson; KOPITTKE, Bruno Harmut. Análise de investimentos.- .matemática financeira, engenharia econômica, tomada de decisão, estratégia empresarial. São Paulo: Atlas, 1994. WEATHERFORD, Jack. A história do dinheiro. São Paulo: Negócio, 1999. 3 Matemática Financeira Curriculum vitae do professor Franz August Müller é especialista em Física Nuclear pelo Instituto de Física Teórica IFT- Unesp e bacharel em Física pelo Instituto de Física – USP. Especialista em Administração de Empresas com ênfase em Logística pela Unip. Atua como Gestor da Incorporadora e Construtora Tera, gestor da Müller Chips Industria de Alimentos, assessora e presta treinamento a empresas na área financeira. Foi diretor presidente da Cooperativa Habitacional Fernão Dias – Cohafer. Premiado pelo MEC por desenvolvimento na área de hipertextos. Atuou em pesquisas na área de lógica e avaliação pedagógica, além de ter integrado o Grupo de Estudos e Pesquisas em Indicadores de Desempenho – GEPID – UNICAMP. Autor do livro Matemática aplicada a negócios, publicado pela editora Saraiva. É professor do Programa de Cursos Conveniados da FGV Management na área Financeira desde 2001. 4 Matemática Financeira 2. FUNDAMENTOS FINANCEIROS 2.1 Fluxo de Caixa e Fluxo de Ativos Rita está com 25 anos, é uma moça inspiradora, boa de assunto, fã de Noel Rosa e devota de São Francisco. Dotada de memória recorrente, mostra-se vingativa e malevolente em determinadas situações. Trabalhava no setor administrativo de uma indústria de autopeças, com salário garantido todo 5º dia útil, 13º e férias. Optou por abandonar o emprego para dedicar seu tempo e suas habilidades a um negócio próprio. Investiu todo capital que havia acumulado abrindo uma empresa denominada “Rita”, comprando o ponto e equipando um box em uma galeria na Av. Paulista, em São Paulo, para vender roupas íntimas femininas. Nas vendas que efetua, Rita propõe a suas clientes pagamentos “a prazo, sem juros”. Costuma cobrar 50% do valor da etiqueta como entrada mais 50% para 30 dias, no cheque pré-datado. Contudo, uma placa, fixada ao lado do caixa, informa que há 10% de desconto sobre o valor anunciado na etiqueta para pagamentos à vista. Hoje, segunda-feira, Rita tomou $90 emprestados com seu namorado Chico, que acaba de receber o Fundo de Garantia (FGTS) por ter sido demitido. Amanhã, terça-feira, Rita pagará $170, pela compra de peças na confecção de seu Salim, seu fornecedor. Ele exige sempre pagamento à vista. Daqui há 2 dias, Rita receberá por uma encomenda de peças amarelas etiquetadas a $80. O pagamento será à vista. Dia 3 receberá $55 referente a uma parcela de peças pretas cuja venda foi efetuada no mês passado. Tem também, programada, uma venda de peças vermelhas a $40 na etiqueta: receberá $20 de entrada e $20 para 30 dias. A compradora é Ana, que revende as peças em Bragança Paulista com remarcação de 50%. Rita, no dia 4, pagará $85 ao Mané, proprietário do box da galeria e receberá a 1ª parcela referente à venda a prazo de peças brancas cujo valor na etiqueta é $250. Foi uma médica, amiga sua, que encomendou. Dia 5, sábado, será pago o empréstimo do começo da semana ao Chico, no valor de $92 na sequência Rita faz uma oração a São Francisco e cai no samba. Para nos concentrarmos e enxergarmos melhor nas entradas e saídas de caixa nestes seis dias, podemos montar uma tabela, indicando com sinal (-) as saídas de dinheiro: dia valor $ 0 1 2 3 4 5 5 Matemática Financeira A tabela que montamos chama-se fluxo de caixa. Outro modo de indicar o fluxo de caixa é na forma de diagramas, onde a flecha vertical com sentido para cima indica entrada de dinheiro e com sentido para baixo indica saída. A flecha horizontal indica o tempo, que avança para direita com respectiva a unidade adotada. Considere que: “PAGAMENTO À VISTA” é aquele feito pelo cliente ao fornecedor em contrapartida à entrega do produto ou serviço. O PAGAMENTO À VISTA representa o PREÇO do produto. PREÇO é o valor acordado por ambas as partes, na forma de dinheiro. “PAGAMENTO A PRAZO” é aquele feito pelo cliente num prazo, estabelecido entre as partes, após a entrega do produto. NESTE CASO, O VENDEDOR ENTREGA MAIS QUE RECEBE DE ENTRADA DO CLIENTE. ESTE VALOR A MAIS É O EMPRÉSTIMO QUE SERÁ COBRADO FUTURAMENTE, COM JURO. O PAGAMENTO A PRAZO representa além do empréstimo, o juro pelo empréstimo de capital. Caso você vá à loja da Rita e se interesse por uma peça etiquetada a R$40,00 interpretará que seu preço é de ________. Observação: PREÇO = GASTOS + LUCRO Os GASTOS referem-se aos custos diretamente relacionados à obtenção do produto, aos custos indiretamente relacionados e às despesas necessárias para sua comercialização. Assim, o PREÇO deve ser suficiente para repor os GASTOS. E o LUCRO, por que o PREÇO deve embuti-lo? O que justifica o LUCRO? dia 6 Matemática Financeira No fluxo de caixa anterior verificamos as entradas e saídas de dinheiro que, de fato, ocorreram no caixa da Rita. Contudo, há outras formas de enxergarmos acontecimentos com o caixa da Rita, gerando informações específicas. Exemplo 1 Represente, através de um diagrama de Fluxo de Caixa, o empréstimo que a Rita, devedora, tomou com o Chico, credor (tendo como referência a devedora): Pensando no Chico, como seria o Fluxo de Caixa? Proponho que a partir de agora, você represente no fluxo todas as entradas ou saídas de ativos1, faremos fluxos de ativos. Exemplo 2 Vamos enxergar financeiramente (ativos) a venda com pagamento a prazo que a Rita fez no dia 3, das peças vermelhas, tendo como referência a credora e como unidade de tempo o mês: 1 O que é ativo? FLUXO DE ATIVOS: � O valor do ativo é sempre representado no final do período correspondente. � Saídas de ativo são representadas por flechas com sentido para baixo ↓; � Entradas de ativo são representadas por flechas com sentido para cima ↑. 7 Matemática Financeira 2.2 Nomenclatura, taxa de juro e capitalização Chamaremos de PRINCIPAL o capital (ou outro ativo qualquer) que é transferido da posse do credor à posse do devedor no início da operação de empréstimo. Considerando que o PRINCIPAL é a primeira movimentação do fluxo de empréstimo, ele torna-se o SALDO do primeiro período. SALDO é o valor, que pertence ao credor e está na posse do devedor. SALDO é o valor que ESTÁ emprestado. A quantidade do JURO é criada tendo como referência o SALDO durante um tempo determinado, que chamaremos de PERÍODO. Contudo, não é a quantidade de JURO que determina se o empréstimo é mais caro ou barato e sim a relação entre o JURO criado num PERÍODO e o SALDO (veja o exercício de fixação 6, do Ana e do Bel). Relativizando: ���� �������� � ���� �� � �Í���2 Para iniciarmos os cálculos referentes ao JURO, consideraremos empréstimos que durarão um único PERÍODO. Neste caso o SALDO do credor pode ser representado pelo módulo do PRINCIPAL. Assim, inicialmente, daremos mais ênfase ao conceito de PINCIPAL, em detrimento do SALDO: ���� ��������� ��� � ���� �� � �Í��� Exemplo 3 Considere o exemplo 2, cujo fluxo de ativos da Rita é: Calcule a taxa de juro no período de um mês: 2 Faça uma revisão a respeito de TAXAS no apêndice A1. 16 20 0 1 mês 8 Matemática Financeira Período – o tempo da taxa de juro A taxa de juro atua no tempo. Período é a medida de tempo necessário para taxa completar um ciclo de capitalização. Assim, a taxa de juro de: 5,00% a.a. precisa de um ano para gerar 5% de juro sobre o Principal, isto é, seu período é de um ano; 1,00% a.m. em um mês gera juro igual a 1% do Principal, período de um mês; 0,35% a.d. tem período de um dia pois necessita de um dia para criar 0,35% de juro do principal. Mais siglas: a.b. ao bimestre a.t. ao trimestre a.q. ao quadrimestre a.s. ao semestre a15d. a 15 dias a32d. a 32 dias A taxa de juro capitaliza quando se completa o período. Dando nomes: valor Nomenclatura símbolo $16 $4 $20 0,2500am 25,00%am 9 Matemática Financeira CAPITALIZAÇÃO ocorre quando há empréstimo de um ativo a juros. CAPITALIZAÇÃO é a incidência da TAXA DE JURO sobre o PRINCIPAL (ou SALDO) ao PERÍODO estabelecido. Consequentemente, capitalizar é gerar juro. PRINCIPAL é o ativo emprestado: P = $16 TAXA DE JURO: r = 0,25 am (a cada mês) PRAZO é o tempo que o ativo permanece emprestado: um mês CAPITALIZAÇÃO (ação): 0,25 · 16 = r · P = J MONTANTE: 16 + 0,25 · 16 = 16·(1+0,25) = 16 · 1,25 = 20 P + r · P = P·(1+r) = F PROCESSO: P · (1+r) = F 1º padrão VALOR e TEMPO Exemplo 4 i=10%am a) b) ( ) = data quantia V $ $ ALOR 0 0 1 0 1 0 10 Matemática Financeira Lembrando o exemplo 2, concluímos que a quantia da etiqueta, de $40 (etiqueta), não tem significado de valor. Não há como enxergar a quantia de $40 no fluxo de ativos. Numa compra a prazo, o princípio do juro é inerente à troca intertemporal. Representa para o credor, o prêmio pelo risco e pela espera (perda da liquidez); para o devedor, o preço pela impaciência ou o preço pela oportunidade. O credor abstém-se no presente com a expectativa de usufruir no futuro, o devedor usufrui agora, gerando a obrigação de pagar no futuro. Com facilidade, aprendemos no nosso dia a dia que o capital, que acumulamos, jamais deve ficar parado, ou seja, deve ser emprestado a alguém (você torna-se um credor, seja de pessoa física ou jurídica) ou a algum negócio (você torna-se um investidor). Concluímos então que o Principal emprestado sofre o efeito do tempo, ou seja, o Montante deve aumentar ao longo do tempo através da Capitalização. EXPECTATIVA da CAPITALIZAÇÃO: i>0 Sendo assim, dizemos matematicamente que o capital ($) é uma função do tempo e representamos da seguinte forma: $ = f ( t ) onde: $ ≡ capital, t ≡ tempo. É por isso que quantias iguais de capital terão valores diferentes se apresentarem diferentes datas de pagamento (ou recebimento). Reforçando este princípio importante: o valor do capital está vinculado ao tempo; $100 pagos (ou recebidos) hoje, valem menos que $100 ontem; $100 pagos (ou recebidos) hoje valem mais que $100 numa data futura. Consequentemente quantias em datas diferentes não podem ser somadas ou comparadas diretamente. É imprescindível que, ao mencionarmos um evento relacionado ao capital, forneçamos as três informações de um FLUXO: ( ) −+ = )(ou )( $ $ saídaentrada data quantia Somente através das três informações poderemos valorar o capital e tomar decisões financeiras. Ao montar um Fluxo de Ativos lembre-se: o valor do ativo é traduzido monetariamente pelo preço; preço é a quantia da etiqueta subtraída do desconto (preço = etiqueta – desconto) MATEMÁTICA FINANCEIRA É a Matemática Financeira que estuda esta relação tempo ↔ capital com o objetivo de obter parâmetros que indiquem a melhor forma de emprestar ou tomar emprestado o capital. Assim, fazemos uso da matemática financeira para: EMPRESTAR (ceder por tempo determinado) → maior ganho. TOMAR EMPRESTADO → menor perda. 11 Matemática Financeira 2.3 O Juro Os dois lados da MOEDA Historicamente, observamos que o dinheiro, assim como o conhecemos hoje, é uma evolução do produto padrão. Utilizado como medida e reserva de valor e como salário o dinheiro assume a função de intermediador de trocas de bens e serviços. Porém, alguém resolveu enxergar o dinheiro de uma forma diferente, como se fosse um bem material, que tem o valor nele mesmo. Sob este ponto de vista, o dinheiro, como se fosse um bem, passa a ser demandado por empréstimo e consequentemente, haverá quem o oferte. DINHEIRO (MOEDA) finalidade utilização capitalização um lado representação quantitativa do valor de um bem MEIO facilitador de trocas atemporais de bens e serviços - INTERMEDIADOR i = 0 outro lado Valor em si. Emprestado3, objetivando o ganho do JURO ATIVO: BEM, algo que tem valor próprio e potencial de gerar, no futuro, caixa positivo nome: CAPITAL i > 0 3 Emprestar:confiar a alguém certa soma em dinheiro, gratuitamente ou não, para que faça uso dela durante certo tempo, restituindo-a depois ao dono. 12 Matemática Financeira Operação do Empréstimo de Capital ($) O JURO (J) é o aluguel4 a ser pago pelo empréstimo do CAPITAL. JUSTIFICATIVA para cobrar o JURO Como o credor fica incapacitado de dispor de seu capital (dinheiro), o juro é um ressarcimento pela perda da liberdade ou possibilidade de aquisição que o dinheiro proporciona. Esta perda da liberdade ou da possibilidade do credor dispor do seu capital, denominamos perda de LIQUIDEZ. Além disto, há incertezas na trajetória do capital durante o prazo do empréstimo. Não podemos prever todas as causas e os seus respectivos efeitos que afetarão a capacidade do devedor em honrar seu compromisso. Estas incertezas podem frustrar a expectativa do credor em receber de volta o capital emprestado. A esta possibilidade de frustração de expectativa damos o nome de RISCO. Assim, o RISCO que o credor sofre sobre suas expectativas, torna-o merecedor de um prêmio como forma de. Compensação. O ressarcimento pela perda da liquidez e o prêmio como compensação pelo risco são os componentes do juro. A idéia das religiões de que o dinheiro, por si só, não poderia gerar riquezas como podem as plantações, as criações, as confecções ou a terra* é contraposta por aqueles que entendiam que o dinheiro, no mercado, também tem potencial de gerar valor (CAPITAL = ATIVO). Assim o que para os religiosos é usura, para os capitalistas é mais uma forma lícita de interagir com o mercado. O princípio do juro deve ser aceito tanto nas relações entre pessoas jurídicas como físicas? 4 Aluguel: remuneração paga ao locador em razão da locação. * Veja em DEUTERONÔMIO; cap 23, vers. 20 e 21. CREDOR (empresta) DEVEDOR (toma emprestado) $ + PRAZO: tempo que dura o empréstimo DEVEDOR CREDOR $ 13 Matemática Financeira 2.4 Apêndice A.1 Inflação ≠ Capitalização INFLAÇÃO Enxergue a moeda como um meio, um intermediador para que se estabeleçam as trocas dos bens e serviços num mercado! Quando dizemos que compramos ou vendemos algo, estamos efetuando esta troca. Tais trocas, por terem a moeda como intermediador, tornam-se indiretas e atemporais. Por esta razão, não percebemos, muitas das vezes, que estamostrocando nosso trabalho, que resultou num salário, por comida ou por vestimentas. Para que compremos ou vendamos algo, estabelecemos um preço, que é uma quantificação de moedas com o objetivo de representar o valor do bem ou do serviço. Se ocorrer um desequilíbrio na oferta ou demanda de um determinado bem ou serviço e alguém entender que o valor deste bem ou serviço não está sendo mais representado pela quantidade de moedas definida anteriormente; esse alguém estabelece então que a partir daí, para representar o valor deste bem ou serviço são necessárias mais moedas. Dizemos que há uma inflação quando este fenômeno ocorre de forma generalizada no mercado, ocasionando a necessidades de mais moedas para as compras ou vendas, ou seja, quando os preços aumentam. Exemplo 6 Na venda das peças vermelhas, com pagamento a prazo, há $20 que devem ser pagos um mês após à entrega da peça. Com a intenção de defender-se das perdas inflacionárias, Rita propôs à sua cliente que os $20 a serem pagos futuramente fossem corrigidos devido às perdas geradas pela inflação. Desta forma o valor não seria mais de $20 fixos e sim pós-fixado, em função da taxa de inflação apurada no mês anterior. Combinou com a cliente que a taxa de inflação seria obtida através do IGP (Índice Geral de Preços) da FGV no portalibre.fgv.br (site). Um mês após a venda, na data do pagamento, foi verificada a taxa de inflação do mês anterior de 10,00% (taxa de mentirinha: esta taxa de inflação de 10%am é somente para exemplificar, não ocorre no Brasil há anos). Com o objetivo de preservar o valor do pagamento do empréstimo, calcule o pagamento corrigido. CORREÇÃO MONETÁRIA CAPITALIZAR e CORRIGIR 14 Matemática Financeira TAXA APARENTE Moeda Forte O princípio da CAPITALIZAÇÃO, que faz uso da TAXA DE JURO, é diferente do processo de INFLAÇÃO, cuja reparação, com o objetivo de repor as perdas sofridas pelo dinheiro, gera a CORREÇÃO através da TAXA DE INFLAÇÃO. Considerando que: Os estudo financeiros têm o objetivo de gerar indicadores que apresentem os efeitos do princípio da CAPITALIZAÇÃO. E considerando que: A taxa aparente mascara o resultado da taxa de juro. As tomadas de decisão financeira, num mercado equilibrado, em geral, independem do processo inflacionário. Optaremos, na maioria dos casos, por trabalhar num cenário sem inflação. Neste caso, costumamos dizer que estamos trabalhando com MOEDA FORTE, ou seja, um dinheiro que não sofre inflação. 15 Matemática Financeira A.2 PROVOCAÇÕES Economia Monetária - o estudo da moeda Para os nossos fins, podemos interpretar o mercado através das relações (causas e efeitos*) entre a demanda (procura) e oferta de bens materiais. Uma das causas básicas de demanda e da oferta é o preço de um bem. Por exemplo, se o preço de um par de sapatos for pequeno, possibilitando sua compra por um grande número de pessoas, então a procura, demanda, será grande. Se o preço for grande a demanda será pequena.** O inverso acontece com a oferta. Note que o agente da demanda é aquele que compra e o agente da oferta é aquele que vende. PREÇO OU VALOR O preço, ou seja, a quantidade de dinheiro que deve ser paga por um bem, é uma consequência da relação de demanda e oferta , ou seja, do mercado. Portanto está diretamente ligado à moeda. O valor de um bem está diretamente ligado à serventia que ele lhe oferece ou que você enxerga que ele lhe oferece (percepção). Portanto o preço nem sempre expressa o valor de um bem. É a desproporção entre preço e valor que gera os conceitos de caro e barato. * observe que binômio causa/efeito é dialético, a causa foi o efeito de uma causa anterior e o efeito será a causa de outro efeito. ** observe que os outros fatores além do preço geram demanda, como, por exemplo: qualidade, existência de similares, propaganda. Contudo, você há de concordar que o preço tem um grande peso. preço x (quantidade) oferta demanda 16 Matemática Financeira 2.5 Resumo e Exercícios de fixação: Chamamos de fluxo de ativos as entradas e saídas efetivas de ativos, representados através de seus valores monetários ao longo do tempo. Apresentamos os fluxos de ativos através de tabelas ou diagramas. A matemática Financeira é o instrumento para o manuseio e transformação de fluxos de ativos, visando sua otimização sob um determinado referencial. Ao montar um fluxo de ativos, represente as entradas ou saídas no período correto. Nunca junte (some) ou compare diretamente quantias/unidades monetárias que entrarem ou saírem do “caixa” (posse) em períodos distintos. PREÇO é a quantidade de capital que deve ser paga à vista (em contrapartida ao recebimento), por aquele que adquire um bem ou um serviço. O preço é responsável por cobrir todos os gastos ocorridos para o fornecimento do produto e gerar o lucro esperado pelo investidor. Não é conveniente falar “preço a prazo”. ATIVO (asset) é qualquer bem ou direito, tangível ou intangível, real ou financeiro (ações, debêntures, duplicatas, etc) que: pertence à pessoa física ou jurídica e pode ser avaliado, hoje ou no futuro, como um valor monetário. CAPITAL é o dinheiro tratado como um ATIVO. VALOR do ativo: é a quantia de dinheiro em uma determinada data ($ & tempo) CREDOR é o proprietário do Capital, que o empresta/arrenda ao devedor. DEVEDOR é quem toma o Capital emprestado e permanece com o mesmo durante um prazo; tem a posse do Capital que pertence ao Credor. JURO é o aluguel cobrado pelo Credor, devido ao empréstimo do PRINCIPAL. CAPITALIZAÇÃO é a geração do JURO. PRINCIPAL é o Capital/ativo que, ao início da operação de empréstimo, é transferido do caixa/posse do credor ao caixa/posse do devedor. MONTANTE é o Principal acrescido de Juro, que, ao final da operação de empréstimo, é transferido do caixa/posse do devedor ao caixa/posse do credor. TAXA DE JURO é a relação entre o Juro a ser pago e o respectivo Capital devido pelo devedor num determinado Período. O Período estabelecido para o pagamento do juro, não precisa coincidir com o Prazo do empréstimo. 1- Fui às Casas Cariocas, uma grande rede de venda de eletrodomésticos com o objetivo de comprar uma geladeira. No encarte do jornal, esta geladeira era anunciada por R$1.100, em duas parcelas, entrada mais uma mensal de R$550, “sem juros”. Ao chegar à loja, o vendedor informou que a geladeira poderia ser comprada à vista por R$950. a) Analisando a situação, devo concluir que o PREÇO da geladeira é de ; b) Se eu comprar a prazo, qual será o PRINCIPAL? c) De quanto é a taxa de JURO mensal que as Casas Cariocas estão me cobrando? 2 -Ao Anacleto foram emprestados $1.000 por um mês e cobrado juros de $50; ao Belarmindo foram emprestados $500 por um mês e cobrado juros de $50. a) Quem pagou mais juros? b) Calcule as taxas de juros mensal para ambos os casos. c) Qual foi o empréstimo mais caro? 17 Matemática Financeira Exercícios com taxa de inflação e taxa aparente 3- Uma velhinha dispõe de $4000 e pretende aplicar este capital num CDB (certificado de depósito bancário) de 30 dias. Sabendo que seu rendimento será de 2,50% no mês, responda: a) Quanto ganhará a velhinha? b) Quanto resgatará a velhinha? c) Monte um Fluxo de Caixa tendo a velhinha como referência. d) Monte um Fluxo de Ativos tendo o banco como referência. e) Para tornar o problema mais real (menos ingênuo), calcule a taxa de juro mensal considerando o imposto de renda de 22,5% sobre o ganho da velhinha. O Imposto Sobre Operações Financeiras - IOF sobre os rendimentos das aplicações de Curto Prazo que incide, de forma decrescente, em operações com prazo inferior a 30 dias, não é cobrado neste caso. f) depois disso, calcule a taxa de juro (real), considerando a inflação de 0,60% no mês. 4- Em 5 de janeiro de 2007 o preço do liquidificadorera de $148 e em 5 de fevereiro de 2007 o preço era de $151. Calcule o índice de preço e a taxa de variação do preço do liquidificador neste período de um mês. 5- Ao longo de um semestre o preço de um produto sofreu as seguintes variações: 4%, 3%, 8%, 6%, 5% e 2%. Qual a taxa de variação acumulada no semestre? 6- Um CDB prefixado oferece um rendimento aparente de 4,00% no período. Considerando que a inflação foi de 2,50% no período, calcule a taxa de juros real. 7– Você sabe o que é a taxa Selic? Ela é uma taxa de juro, de inflação ou aparente? Projetando uma taxa de inflação de 4,00% aa, conclui-se que a taxa anual básica de juro real do Brasil é quanto? 18 Matemática Financeira 3. PLANOS DE AMORTIZAÇÃO 3.1 Princípios Reflita sobre este caso: No almoço mensal em família, Denilson pediu a seu cunhado Cremilson um empréstimo de Principal igual a $1000. Cremilson, prontamente atendeu ao pedido dizendo: - Dê, você é casado com minha irmã, é como se fosse meu irmão. Então, pague como puder, Só que tem o seguinte: 10% de taxa de juro ao mês. - Combinado Crê! – respondeu Dê, o bem intencionado cunhado. No almoço seguinte, um mês depois do Principal, o Dê entregou $300 ao Crê; no próximo almoço, dois meses depois do Principal, entregou $680. Três meses após o empréstimo Dê chegou valente: - Crê, hoje vou quitar minha dívida com você! Quanto deverá ser pago por Dê ao Crê? Os personagens do empréstimo são: CREDOR e DEVEDOR. SALDO (S) é o capital que PERTENCE ao credor e está na POSSE do devedor. SALDO devedor (saldo a pagar: S<0), no referencial do devedor ou SALDO credor (saldo a receber: S>0) no referencial do credor; é a dívida existente/remanescente. A quantia entregue pelo credor ao devedor no início de uma operação de empréstimo é denominada PRINCIPAL (P). Assim, o PRINCIPAL é o fluxo que torna-se o SALDO do início da operação. 19 Matemática Financeira O pagamento ou fluxo de um empréstimo consiste em: pgto = JURO + AMORTIZAÇÃO JURO (J) é o valor do aluguel do SALDO. O JURO é gerado pela incidência da TAXA DE JURO (r), a cada PERÍODO, sobre o SALDO (S): J=r·S O JURO PERTENCE ao CREDOR no PERÍODO de sua geração!5 AMORTIZAÇÃO (A) é a variação do SALDO que ocorre entre início e o fim de um PERÍODO de capitalização: -A = ∆S =Sf - Si É a parte do pagamento que altera o SALDO: Si – A = Sf . TABELA DE AMORTIZAÇÃO Apresenta tudo que acontece com o empréstimo: n Si Saldo no início do período pagamento no final do período Juro + Amortização = Fluxo Sf Saldo final, após o fluxo 0 1 2 3 5 Esta condição, resulta no Regime de Capitalização Composto. 20 Matemática Financeira Estudaremos duas formas de pagamento para quitar o saldo, são dois Planos de Amortização. SAIBA QUE: A operação de empréstimo inicia-se quando o Principal é entregue e se encerra quando o saldo é quitado; este intervalo de tempo será denominado PRAZO. PRAZO é o tempo que dura o empréstimo. PRAZO ≠ PERÍODO 3.2 Pagamento Periódico de Juros (Sistema Americano) Condições para o empréstimo: P = -1.000 (referencial: CREDOR), i = 10,00%a.m. , prazo de 4 meses FORMA DE PAGAMENTO: Juro pago ao final de cada período; Amortização ocorre após o último período de capitalização, no final do prazo. n Si Saldo no início do período pagamento no final do período Juro + Amort = Fluxo Sf Saldo final, após o fluxo 0 1 2 3 4 Casos em que se aplica esta forma de pagamento: 0 1 2 3 4 mês 1.000 21 Matemática Financeira 3.3 Sistema de Amortizações Constantes - SAC Condições para o empréstimo: P = -1.000 (referencial: CREDOR), i = 10,00%a.m. , prazo de 4 meses FORMA DE PAGAMENTO: Juro pago ao final de cada período; Amortização paga uniformemente (amort=-P/n) ao final de cada período. n Si Saldo no início do período pagamento no final do período Juro + Amort = Fluxo Sf Saldo final, após o fluxo 0 1 2 3 4 Obs.: o Juro pago decresce a cada período pois o saldo devedor diminui já que são feitas amortizações periódicas. Casos em que se aplica esta forma de pagamento: Também é chamado de sistema Alemão ou sistema Hamburguês. 0 1 2 3 4 mês 1.000 22 Matemática Financeira 3.4 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1 – SÉRIE PERPÉTUA - Uma empresa, com a intenção de valorizar seus funcionários, instituirá um concurso que premiará o melhor funcionário com $1.500,00 em cada mês. O diretor de RH pretende que este concurso dure para sempre; considerando uma taxa para aplicações bancárias de 3,00%a.m., o que deve ser feito para garantir o valor da premiação? Dica: Pense no Pgto Periódico de Juros sem amortização no final do prazo – Série Perpétua. 2 - Supondo um financiamento de $5000 em quatro meses à taxa de juros de 2,5%a.m., complete a tabela abaixo na sequência dos planos estudados anteriormente, no referencial do devedor. plano n Saldo no Início do período pagamento no final do período Juro + Amort = Fluxo Saldo Final, Após o pagamento A 0 1 2 3 4 B 0 1 2 3 4 23 Matemática Financeira 3 – A partir dos dois plano básicos estudados neste capítulo, podemos criar planos mistos. Tome como referência o exercício anterior e construa um plano misto para um empréstimo de $10.000, à taxa de 2,50%a.m., considerando que: a) $5.000 devem ser pagos na forma do plano A e $5.000 devem ser pagos na forma do plano B, para isto, some os planos A e B do exercício anterior; b) $7.500 devem ser pagos na forma do plano A e $2.500 na forma do B. c) No mês 1 e 2 a forma de amortização seguirá o plano A e no mês 3 e 4 o plano B, com quitação no mês 4. plano n Saldo no Início do período pagamento no final do período Juro + Amort = Fluxo Saldo Após o pagamento a 0 1 2 3 4 b 0 1 2 3 4 c 0 1 2 3 4 24 Matemática Financeira 4. PAGAMENTO NO FINAL DO PRAZO 4.1 Plano de Amortização Daremos prosseguimento ao estudo dos Planos de Amortizações. Seguiremos a mesma regra da seção 2.0. O juro continuará pertencendo ao credor quando ele for gerado. Porém, apesar de pertencer ao credor ele não será pago pelo devedor na data de sua geração (excetuando-se o último período, que é o final do prazo). Condições para o empréstimo: P = -1.000 (referencial: CREDOR), i = 10,00%a.m. , prazo de 4 meses FORMA DE PAGAMENTO: um único pgto no final do prazo. n Si Saldo no início do período pagamento no final do período Juro + Amort = Fluxo Sf Saldo final, após o fluxo 0 1 2 3 4 Casos em que se aplica esta forma de pagamento: Reflete o processo permanente de Capitalização. A forma como juro foi tratado corresponde ao regime Simples ou Composto? 0 1 2 3 4 mês 1.000 25 Matemática Financeira 4.2 Regime de Capitalização Composto (Juros Compostos) Na proposta de Amortização que acabamos de montar, foi feito um único pagamento, ao final do prazo, denominado MONTANTE. Neste plano o JURO, não pago, pelo devedor ao credor, no final de cada período, passa a fazer parte do saldo. O MONTANTE é o fluxo do FINAL DO PRAZO do empréstimo, que quitará a dívida, pagando o SALDO e o JURO. Observemos um padrão: Para o empréstimo de $1.000, à taxa de 10%a.m., calculeo MONTANTE ( F ) ao final do PRAZO de: a) 1 mês: =1F b) 2 meses: =2F c) 3 meses: 00,331.1210.110,0210.13 =⋅+=F d) 4 meses: 10,464.1331.110,0331.14 =⋅+=F Generalizando temos: =1F =+= 112 rFFF ( ) =+=+= rFrFFF 12223 =+=+= )1(3334 rFrFFF Padrão para o cálculo do MONTANTE 26 Matemática Financeira Juros Compostos n juro por período F COMENTÁRIOS 0 0 1.000,00 o juro cresce a cada período; o montante cresce mais do que no período anterior. crescimento exponencial 1 0,10 ∙ 1000 = 100 1.100,00 2 0,10 ∙ 1100 = 110 1.210,00 3 0,10 ∙ 1210 = 121 1.331,00 4 0,10 ∙ 1331 = 133,1 1.464,10 5 0,10 ∙ 1464,1 = 146,41 1.610,51 6 0,10 ∙ 1610,51= 161,05 1.771,56 REFORÇANDO: No regime de Capitalização Composta o JURO gerado ao final do Período pertence imediatamente ao credor. Caso o JURO não seja pago ao final do Período em que foi gerado, este JURO será agregado ao SALDO (o PRINCIPAL torna-se o SALDO do primeiro PERÍODO); o novo SALDO (resultante da agregação do JURO) sofrerá capitalização a partir do início do período seguinte. - 1.000,00 2.000,00 3.000,00 4.000,00 5.000,00 6.000,00 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 F ($) períodos de capitalização - n 27 Matemática Financeira Exemplos 1- Calcule o montante para um principal de $1.470,00 a uma taxa de 2,00%a.m. num prazo de 5 meses. algebricamente na calculadora financeira As três informações P (PV), n e i entram nas memórias financeiras da calculadora em qualquer ordem. O sinal negativo do F é a expressão do conceito de fluxo de caixa, já que P foi informado como positivo (referencial do devedor). 2- Calcule o principal que gerou um montante de $1.623,00 a uma taxa de 2,00%a.m. num prazo de 5 meses. ⇒ ⇒ 28 Matemática Financeira CHS 3- Calcule a taxa mensal para um principal de $1.470,00 que gerou um montante de $1.623,00 num prazo de 5 meses. (neste caso, P e F são informações. Num fluxo de ativos, P e F têm sinais opostos.) troca o sinal do número no visor 4- Calcule o número de períodos de capitalização para um principal de $1.470,00 , montante de $1.623,00 à taxa de 2,00%a.m. Então, o primeiro exemplo deste capítulo, na HP 12c fica: ⇒ ⇒ 0 1 2 3 4 mês 1.000 29 Matemática Financeira Observe que : Sempre são necessárias três informações para se obter a quarta; não há como obter conclusões com apenas uma ou duas informações. 3 informações → 1 incógnita 3 informações⇒ 1 incógnita P , r , n ⇒ ( ) FrP n =+1 F , r , n ⇒ ( )n r F P + = 1 P , F , n ⇒ 1−= n P F r P , F , r ⇒ ( )r P F n + = 1ln ln As quatro grandezas poderosas P, r, n e F fecham as relações algébricas acima; não são necessárias outras informações para uma eventual tomada de decisão. O juro, J, não faz parte das quatro informações poderosas, ele é um coadjuvante. O fluxo de Caixa para os quatro exercícios anteriores é um só (abaixo, no referencial do credor): Uma definição complementar: O fluxo acima, receberá o nome de Fluxo de Capitalização, pois denota uma situação em que os valores representados estão vinculados entre si por um processo de capitalização. O fluxo que não estabelece uma relação de capitalização será chamado Fluxo de Caixa de Movimentação; um exemplo é o primeiro fluxo do Capítulo 1. Na seção 1.1 os exemplos 1 e 2 correspondem a Fluxos de Capitalização e o exemplo 3 é um Fluxo de Caixa de Movimentação. Na seção 1.2 todos os Fluxos são de Capitalização. 0 5 1.470 1.623 mês 30 Matemática Financeira 4.3 Prazo , Período e n n é uma informação imprescindível para o cálculo financeiro; vamos conceituá-lo agora, pois ainda não o fizemos: Todo processo da Matemática Financeira é trabalhado sobre o ato do empréstimo (ou investimento) de capital durante um determinado intervalo/pedaço de TEMPO , assim definiremos prazo ≠ período prazo : tempo total do empréstimo. período: tempo determinado/necessário para uma taxa de juro agir sobre o Principal6, ou seja, para capitalizar. A liquidez7 de um produto financeiro pode ser descrita pelo prazo, que estabelecerá o tempo para que tal ativo se converta em caixa (líquido). Então, n , número de ocorrências períodos de capitalização, ou simplesmente, número de capitalizações, mostra a quantidade de capitalizações de uma determinada taxa em um prazo estabelecido. Assim: período prazo n = n é uma grandeza adimensional. Exemplo : Para um empréstimo com o prazo de um ano, calculemos o n para as seguintes taxas: a) para uma taxa de 3,00% a.m. (então o período é 1 mês), 12 30 *360 == dias dias n ou 12 1 *12 == mês meses n *IMPORTANTE: a unidade de tempo adotada no prazo deve também ser adotada no período. temos portanto 12 períodos de capitalização mensal em um ano. 6 Mais adiante, para o Regime Composto, trocaremos o termo Principal por Saldo Devedor. 7 Liquidez: velocidade e facilidade com a qual um ativo pode ser convertido em caixa sem perda significativa de valor. 31 Matemática Financeira b) se a taxa for 1,00% a.b. (então o período é bimestral), 6 60 360 == dias dias n ou 6 2 12 == meses meses n ou 6 1 6 == bimestre bimestres n temos por tanto 6 períodos de capitalização bimestral em um ano. c) se a taxa for 2,00% a.t. (período trimestral), 4 ri 1 4 3 12 90 360 ==== mestret trimestres meses meses dias dias n temos por tanto 4 períodos de capitalização trimestral em um ano. d) se a taxa for 3,00% a.s., 2 e 1 e 2 6 12 180 360 ==== mestres mestress meses meses dias dias n e) se a taxa for 10,00% a.a., 1 no 1 no 1 21 12 360 360 ==== a a meses meses dias dias n Exercício: empréstimo com prazo de um ano e meio taxa a.m. → n = taxa a.b. → n = taxa a.t. → n = taxa a.s → n = taxa a.a → n = Há casos em que o(s) período(s) de capitalização da taxa não se encaixa(m) exatamente no prazo, formando um n fracionário; este n fracionário pode ser adotado sem ressalvas nos cálculos financeiros, desobrigando você a transformar a taxa fornecida em uma outra taxa equivalente que se encaixe exatamente no prazo. 32 Matemática Financeira Exercícios de Fixação - Juros Compostos Principal - P, montante - F, taxa de juro – i e número de períodos de capitalização – n : são necessárias três destas informações para se chegar à quarta. Nestas situações, como saber qual o regime de capitalização adotado? Não há como saber! O regime deve ser previamente estabelecido. 1 - Calcule o montante de uma aplicação de $3.500 à taxa de 4,00%a.m. considerando um prazo de 12 meses. 2 - Ritinha aplicou durante dois anos e meio a quantia de R$5.000,00 à taxa de 0,50%a.m. Determine o montante ao final do prazo , o juro e monte o fluxo de caixa sob o ponto de vista da Ritinha. 3- Aplique hoje $4.000,00 e receba após 10 meses $6.515,58. Qual a taxa mensal auferida nessa aplicação? 4- Um capital aplicado durante 6 meses duplicou. Qual a taxa de juro mensal dessa aplicação? 5- João tomou emprestado uma certa quantia durante 4 anos à taxa de 1%a.b. devolvendo ao final deste prazo a quantia de $101,58. Quanto João captou? Monte seu fluxo de caixa. 6- Preencha a tabela abaixo(considere o referencial do credor): Principal $ taxa prazo n Montante $ a) -15.000 3,00%a.m. 1 ano b) -15.000 3,00%a.a. 1 ano c) 0,50%a.d. 2 meses 13.488,50 d) -1.500 %a.m. 1 ano 2.138,64 e) -10.000 3,00%a.a. 1 ano e meio* *Quando o n é fracionário, na calculadora financeira HP12c: devemos usar:⇒ c 33 Matemática Financeira 7- Um principal de $100,00 gera um montante de $109,00. Considere o prazo de um ano, os n (números de períodos de capitalização) abaixo e calcule as respectivas taxas de juros: n i (taxa ao período) 1 2 3 4 6 12 34 Matemática Financeira 8- a) Um principal de $400 foi emprestado durante um trimestre à taxa de 5,00%as, calcule o montante do devedor ao final deste prazo. b) Calcule o problema acima para um prazo de 35 dias a uma taxa de 18,00%aa. c) Idem para o prazo de 165 dias à taxa de 1,50%am. 9- Quanto tempo é necessário para duplicar $1.000,00 à uma taxa de: a) 9,05%a.m.; b) 10,00%a.m.?* 10 - Um liquidificador é vendido à vista por $150 ou então em 2 parcelas de $85: 1a entrada + 2a em 60 dias. Faça um fluxo de ativos sob o ponto de vista do vendedor e calcule a taxa mensal desta operação. 35 Matemática Financeira 4.4 Planos equivalentes 1º Comentário As mesmas condições para os três planos (Americanos, SAC e pgto no final do Prazo): Principal igual P=1.000,00; Taxa de juro igual, portanto todo capital que permaneceu com o devedor foi remunerado da mesma forma, ou seja, com taxa de 10,00%a.m.; Dizemos então que os três planos são EQUIVALENTES , isto significa que, sob o ponto de vista financeiro, tendo como cenário a taxa de juro de 10%am, nenhum leva vantagem em relação ao outro. Demonstração : as diferenças entre as somas pagas nos três planos são compensadas pelos rendimentos de reaplicações das parcelas recebidas antes do fim do 4º mês. plano Pgto Periódico de Juros mês 1 2 3 4 saldo 100,00 110,00 121,00 133,10 1ª reaplicação 100,00 110,00 121,00 2ª reaplicação 100,00 110,00 3ª reaplicação 1.100,00 1.464,10 total saldo total no 4º mês 1.464,10 ⇔ plano Pgto no Final do Prazo 2º Comentário Grandezas monetárias somente podem ser comparadas ou somadas se estiverem na mesma data ou após terem sido convertidas para mesma data. Somar parcelas de períodos diferentes sem a devida capitalização ou descapitalização para a mesma data não faz sentido financeiro e portanto não é passível de interpretação. $100,00 hoje valem mais que $100,00 daqui a 1 mês, pois os $100 de hoje têm um mês a mais de potencial de capitalização. EXERCÍCIO Repita o procedimento anterior, reaplicando os pgtos até o 4º mês, para o plano SAC da seção 2.2. 36 Matemática Financeira 4.5 Apêndice Regime de Capitalização Simples (Juros Simples) No Regime Simples, os JUROS que são gerados pertencerão ao credor apenas ao final do PRAZO do empréstimo, quando serão somados ao PRINCIPAL para formar o MONTANTE. Assim, no Regime de Capitalização Simples somente o PRINCIPAL, valor inicialmente emprestado, servirá de referência para a geração dos JUROS, pois somente o PRINCIPAL é considerado SALDO. Exemplo: Considere uma um empréstimo de $ 1.000,00 com taxa de 10,00% a.m. Calcule o MONTANTE a ser pago no final do PRAZO. PADRÃO para um número n de capitalizações: P = $ 1.000, i = 10,00% a.m. (r = 0,1000 a.m.) Juros Simples n juro por período F COMENTÁRIOS 0 0 1.000,00 o juro é o mesmo a cada período o montante então, cresce sempre na mesma proporção esse regime também é chamado de regime linear 1 0,10∙1000 = 100 1.100,00 2 0,10∙1000 = 100 1.200,00 3 0,10∙1000 = 100 1.300,00 4 0,10∙1000 = 100 1.400,00 5 0,10∙1000 = 100 1.500,00 6 0,10∙1000 = 100 1.600,00 - 500,00 1.000,00 1.500,00 2.000,00 2.500,00 3.000,00 0 5 10 15 20 F ($) períodos de capitalização - n 37 Matemática Financeira Exemplos: 1 - Calcule o montante para um principal de $ 1.470,00 aplicado a uma taxa de 2,00% a.m. num prazo de 5 meses. 2 - Calcule o principal que gerou um montante de $1.617,00 a uma taxa de 2,00% a.m. num prazo de 5 meses. 3 - Calcule a taxa mensal para um principal de $1.470,000 que gerou um montante de $1.617,00 num prazo de 5 meses. 4 - Calcule o número de períodos de capitalização para um principal de $1.470,00, montante de $1.617,00 a uma taxa de 2,00% a.m. 38 Matemática Financeira Sempre são necessárias três informações para se obter a quarta; não há como obter conclusões com apenas uma ou duas informações. 3 informações → 1 incógnita P, r, n → ( ) FrnP =+1 F, r, n → ( )rn F P + = 1 P, F, n → n P F r − = 1 P, F, r → r P F n − = 1 Exercícios de Fixação - Juros Simples 1 - Rita aplicou durante dois anos e meio a quantia de R$5.000,00 à taxa de juros de 0,50% a.m. Determine o montante ao final do prazo, o juro e monte o fluxo de caixa sob o ponto de vista da Rita. 2 - João tomou emprestada uma certa quantia durante 4 anos à taxa de 1,00% a.b. ao final deste prazo, retornou R$ 99,20. Quanto João captou? Monte o fluxo de caixa do João. 3 - Uma velhinha tomou emprestado de seu neto a quantia de $500,00 para saldar dívidas de aluguel. Após um semestre, seu netinho lhe cobrou $740,00 referente ao empréstimo. Qual a taxa mensal cobrada ? 4 - Durante quanto tempo R$1.000,00 devem ficar aplicados a uma taxa de 10,00% a.m. para que duplique. 5 - Um liquidificador é vendido à vista por $150 ou então em 2 parcelas de $85: 1a entrada + 2a em 60 dias. Faça um fluxo de ativos sob o ponto de vista do vendedor e calcule a taxa mensal desta operação. 39 Matemática Financeira 6 - Um principal de $100,00 gera um montante de $109,00. Considere o prazo de um ano, os n (números de períodos de capitalização) abaixo e calcule as respectivas taxas de juros: n r (taxa ao período) n.r 1 2 3 4 6 12 7 - Um principal de $3.798,67 foi aplicado à 3,00%am durante 53 dias num produto com liquidez diária. Calcule o valor resgatado (sugestão: mantenha a forma da taxa, obtenha o n para a taxa mensal). 40 Matemática Financeira Comentários Comparação entre o Regime de Capitalização Simples e o Composto P r (am) n FS FC 1000 0,10 0 1000,00 1000,00 1000 0,10 1 1100,00 1100,00 1000 0,10 2 1200,00 1210,00 1000 0,10 3 1300,00 1331,00 1000 0,10 4 1400,00 1464,10 1000 0,10 5 1500,00 1610,51 1000 0,10 6 1600,00 1771,56 Note que: para um reduzido número de períodos n: para taxas r pequenas: RESUMO CAPITALIZAÇÃO é PRAZO é PERÍODO é n é Após estudarmos as duas formas de capitalização, a melhor definição que podemos dar para diferenciar os dois regimes é: Regime Simples: Juro só pertencerá ao credor no final do prazo (liquidez do Juro vinculada ao prazo). O juro não se agrega ao saldo devedor; Regime Composto: Juro pertencerá ao credor a cada final de período (liquidez do Juro vinculada ao período). Consequentemente, caso não seja pago ao credor no final do período, quando foi gerado, o juro agrega-se ao saldo devedor. Tudo o que ocorre depois, é consequência desta definição. - 1.000,00 2.000,00 3.000,00 4.000,00 5.000,00 6.000,00 0 5 10 15 20 F ($) n SIMPLES X COMPOSTO 41 Matemática Financeira 5. SÉRIES UNIFORMES 5.1 Pagamentos Iguais - Sistema Francês Condições para o empréstimo: P = -1.000 (referencial: CREDOR), i = 10,00%a.m. , prazo de 4 meses FORMA DE PAGAMENTO: pagamentos* iguais ⇒ pgto = juro do período + amortização apgtoP ⋅= a é chamado de fator de atualização a r r r n n= + − + ( ) ( ) 1 1 1 ( )|a ani≡ Na calculadora financeira: Desta forma teremos 4 pagamentos mensais iguais. Assim cada um dos pagamentos será pgto= .Então o fluxo de ativos fica : Observe que os juros ________ ___ ao longo dos períodos, consequentementeas amortizações ___ _________ . * Usaremos os termos pagamento ou prestação para designar os pagamentos da série uniforme. 0 1 2 3 4 mês 1.000 42 Matemática Financeira tabela de amortizações: n Si Saldo no início do período pagamento no final do período Juro + Amort = Fluxo Sf Saldo final, após o fluxo 0 1 2 3 4 Casos em que se aplica esta forma de pagamento: Também é conhecido como sistema PRICE. EXEMPLOS 1 – Deoclécio tomou $2.300 emprestados, que deverão ser pagos em 6 prestações mensais iguais à taxa de 4,00%a.m. Monte o fluxo de caixa do devedor e calcule o valor das prestações. 2 - Um empréstimo foi concedido à taxa de 3%a.m. para ser pago em 12 prestações mensais de $1000. Monte o fluxo de caixa do credor e calcule o valor do principal deste financiamento. 43 Matemática Financeira 3 - Para um empréstimo de $20.000 foram cobradas 5 pagamentos mensais iguais de $5000. Qual a taxa de juro mensal deste financiamento ? Monte o fluxo do credor. SÉRIES POSTECIPADA E ANTECIPADA 4 - Uma loja financia eletrodomésticos de $1.000 em 6 pagamentos mensais e sucessivas de $180. Apresente o fluxo de ativos do cliente e obtenha a taxa mensal deste financiamento nas seguintes hipóteses : a) primeiro pagamento vence 30 dias após a data da compra (série postecipada): b) primeiro pagamento é feito no ato da compra a título de entrada ou sinal (série antecipada → 1+5 ): 1º modo: 2º modo: 44 Matemática Financeira c) considerando a taxa de juro obtida no item a, calcule os 6 pagamentos para compra do eletrodoméstico em uma série antecipada (1+5). Definição: SÉRIE POSTECIPADA: o 1º pagamento da série de prestações periódicas iguais é feito um período após o principal. SÉRIE ANTECIPADA: o 1º pagamento da série de prestações periódicas iguais é feito no mesmo momento do principal. 5 – Uma fábrica de brinquedos de plástico tomou um empréstimo de $50.000 para aquisição de uma máquina injetora. Decorrem 4 meses a partir da data da aquisição até que o equipamento seja instalado, comece a produzir e sejam feitas as vendas para obtenção de receita. Assim, o empréstimo será feito com carência de 3 meses (começará a ser pago no final do 4º mês) sem pagamento de juro e amortização. No 4º mês inicia a série de 6 pagamentos mensais iguais, à taxa de 2,00%a.m. Monte o fluxo de ativos da fábrica e calcule o valor dos pagamentos. g END g BEG 45 Matemática Financeira Exercícios de Fixação – Séries Uniformes 1 - Calcule os 24 pagamentos mensais no sistema Price para um financiamento de $1.000,00 a uma taxa de 2,50%a.m., para uma série: a) antecipada b) postecipada. 2 - A loja de departamentos K&A vende uma máquina de lavar roupas por $800,00 a vista ou uma entrada de $150,00 mais 5 pagamentos mensais iguais financiadas de $150,00. Monte o fluxo de ativos e calcule a taxa de juro mensal. 3 - Considerando uma loja que trabalha a taxa de 5,00%a.m., monte o seu fluxo de ativos e calcule o Principal de 5 pagamentos mensais iguais de $1.000,00 na forma: a) antecipada; b) postecipada. 4 - a) Calcule a taxa mensal de uma série postecipada cujo P= 3.000, R= 600 e o n=6. b) Considerando os mesmos P, R e n do item (a) , calcule a taxa mensal numa série antecipada. 5 - Uma determinada loja oferece um equipamento por $300 sendo $100 à vista e o restante em 12 pagamentos de $20. Qual a taxa mensal? 6 - À taxa de juro de 3,00%am, monte um plano de pagamentos de uma série antecipada de três parcelas (1 + 2) bimestrais para um principal de $5.000,00. 7 - Qual o menor investimento que devemos fazer hoje , à taxa de 0,797%a.m. para recebermos $10.000 no final de cada um dos próximos 8 anos ? Monte o fluxo do credor. Obs.: o período da taxa deve ser ajustado ao período do pagamento. 0,797%am equivale a 10,0%aa. 8 - Calcule o valor dos 5 pagamentos mensais iguais para um financiamento de $9500 à taxa de 16%a.m.. Monte o fluxo do credor. 9 - Monte o seu problema. 46 Matemática Financeira 5.2 Planos de Capitalização Calcule o montante no final do 4º mês para uma série de 4 depósitos mensais de $100 á taxa de 6%a.m.: interpretação a) interpretação b) Problemas de Capitalização 1. Uma velhinha aplicou durante 6 anos R$ 200,00 mensais á taxa de 2%a.m. A partir do 6º ano, efetuou 84 retiradas mensais iguais, zerando seu saldo. a) Interprete o problema montando o fluxo de caixa. b) Quanto a velhinha conseguiu acumular ao final do 6º ano? c) Qual o valor das retiradas? 2. João entrou num plano de previdência privada aos 20 anos. Pretende aposentar-se aos 55 recebendo $1500 mensais. Considerando que a expectativa de vida no Brasil é de 85 anos e que a taxa de juro (sem correção monetária) é de 0,6%a.m., calcule quanto João deve depositar mensalmente. 47 Matemática Financeira 5.3 Apêndice A1 Coeficientes de Financiamento - Tabelas de Crédito ao Consumidor ) A Rita, comprando numa grande loja de eletrodomésticos, solicitou ao vendedor que lhe atendia informações a respeito dos pagamentos: - Por gentileza, vejo que o preço daquela geladeira é de R$1.000,00. Porém quanto ficaria em duas vezes mensais iguais? - Sem entrada (30 e 60dias) ou 1+1(entrada + 30dias)? - perguntou o vendedor. - Sem entrada. Então o vendedor sacou do bolso uma calculadora simples, que somente dispunha das quatro operações básicas. Fez um cálculo e respondeu: - Dois pagamentos mensais de $534,00, com vencimentos em 30 e 60 dias. - Qual o valor da taxa de juros? - A taxa de juros nesta loja é de 4,50% ao mês para qualquer financiamento. - Então, se eu quisesse em 5 vezes, sem entrada, quanto ficaria? – perguntou a Rita. - A geladeira ficaria por 5 de $227,79. - E aquele fogão que está por $500,00 à vista, sai por quanto em 5 vezes? - Senhora, o fogão, em 5 vezes sem entrada sai por $113,90. Rita, surpresa com a habilidade que o vendedor demonstrara em efetuar o cálculo dos pagamentos parcelados, desviou o foco: - Como você consegue, com uma calculadorazinha destas, fazer os cálculos de parcelamento? - Além da calculadora eu recorro a esta tabelinha que meu gerente forneceu. – respondeu o vendedor, mostrando à Rita uma tabelinha com três colunas, colada no verso de sua calculadora com um “durex” amarelado pelo tempo – A primeira coluna apresenta o número de parcelas desejadas. Então, na mesma linha que apresentou o número de parcelas, obtenho na segunda coluna um coeficiente que utilizo para multiplicar o valor à vista do bem que será financiado sem entrada. Na terceira coluna, eu obtenho os coeficientes de financiamentos uniformes com entrada. - Ah! Então você usa estas taxas. – perguntou Rita. - Não são taxas, são coeficientes de financiamento, ou seja, “multiplicadores”. – respondeu o vendedor. A Rita ficou tão entusiasmada com a tabela, que se esqueceu da compra que fora fazer e voltou para casa refletindo como faria para montar uma tabela dessas. Fator ou coeficiente de financiamento é o número que, multiplicado pelo principal, fornece o valor dos pagamentos da série uniforme. Exercício: Como se cria uma tabela de coeficientes de financiamento? Para criar uma tabela de coeficientes de financiamento acompanhe o seguinte raciocínio: Uma geladeira cujo preço numa loja de departamentos é $1000,00 pode ser financiada pela taxa de juro de 4,5%a.m. em 2, 3, 4 ou 5 vezes sem entrada (forma postecipada). Na mesma loja há um fogão de $500,00 e uma caneta de $1,00. Calcule o valor dos pagamentos – PMT e preencha a tabela a seguir 48 Matemática Financeira Valor do pgto - PMT para uma sérieuniforme postecipada partir de n, P e i=4,50%a.m. n nº de pgtos postecip P = 1.000 P = 500 P = 1 2 3 4 5 Observe que, para um determinado n, há uma proporcionalidade entre os pagamentos PMT obtidos e os principais P fornecidos: p/ n=2: �� � 534,00 1.000 267,00 500 0,534 1 0,53400 � Assim, para um liquidificador de $222,00 à vista podemos calcular o valor de 2 pagamentos – PMT numa série uniforme postecipada tomando o coeficiente c como multiplicador deste P=222,00. Obtemos então que o valor do pagamento será: �� � · � 0,53400 · 222 118,55 Generalizando, podemos montar uma tabela dos n e seus respectivos coeficientes de financiamento de séries uniformes postecipadas. Para tanto, usando como ferramenta a calculadora financeira, basta que adotemos: PV = 1 e teremos c = PMT n cpost 2 3 4 5 49 Matemática Financeira Assim , para financiar uma boneca de $45 em uma série uniforme postecipada de: a) 2 vezes PMT= b) 3 vezes PMT= c) 4 vezes PMT= d) 5 vezes PMT= Agora, considere a mesma taxa de juro de 4,50%a.m. e crie uma tabela para uma série mensal uniforme antecipada ,ou seja , com entrada: n cant 2 3 4 5 Usando a tabela, quanto fica para financiar um computador de $1.589,00 em 4 vezes, com entrada (1+3)? Para treinar, crie uma tabela para uma taxa de juro de 10%a.m.: n cpost cant 2 4 6 8 10 Exercício : a) Observe os coeficientes de financiamento para série postecipada e antecipada. Sem fazer cálculo, responda se a taxa de juro é igual ou diferente para as duas colunas. Se diferente, qual coluna tem a maior taxa? b) Preencha a tabela. Discussão: Qual deve ser a precisão, quantos algarismos à direita da vírgula os coeficientes de financiamento devem ter? n cpost cant 2 4 6 0,1785 0,1785 8 50 Matemática Financeira 6. TAXAS DE JUROS 6.1 Introdução Note que quantidade período de capitalização taxa porcentual 4% a.m. taxa unitária 0,04 a.m. lembre-se que: período de capitalização é o tempo necessário para taxa capitalizar e prazo corresponde ao número n de períodos de capitalização*. 6.2 Taxa Efetiva Taxa Efetiva é a que vimos trabalhando até agora em juros compostos, que coincide com o período de capitalização, ou seja, para uma taxa de 5%a.m. fazemos capitalizações mensais, para 2%a.s. fazemos capitalizações semestrais, etc. Assim Taxa Efetiva é aquela usada para capitalizar pois incide sobre o capital (principal ou montante do período anterior) para gerar juro. Exemplo: Um principal de $ 100, num prazo de um ano, à taxa de 4%a.m. gera um montante de: P = 100 , =F 12 ano um :prazo a.m.)04,0 ( %a.m.4 ⇒= == n ri 6.3 Taxas Equivalentes Considerando as taxas efetiva, complete a tabela abaixo: ief período prazo n P F 4,00% am 1 ano 100 26,53% as * Na capitalização composta o juro é liberado após a capitalização, não ficando retido até o final do prazo como na capitalização simples; assim, ao alterarmos o período de capitalização, estamos alterando o tempo de liberação do dinheiro, ou seja, a liquidez. 51 Matemática Financeira } 4,00%a.m. e 26,53%a.s. são Taxas Equivalentes taxas equivalentes têm valores e períodos diferentes, mas proporcionam o mesmo rendimento num mesmo prazo Exemplo Calcule as taxas equivalentes a 4,00%a.m. para os seguintes períodos de capitalização: a) bimestral; b) trimestral; c) anual; d) diário*. P prazo F n i período a ab b at c aa d ad Perguntas: as taxas calculadas acima são equivalentes a 26,53%a.s.? as taxas calculadas acima são efetivas? Conclusão: em 1 mês as taxas da tabela acima rendem 4,00%. Uma revisão na álgebra Para uma aplicação de $100 no prazo de um ano, teremos as taxas r equivalentes a 0,0400am. (4,00%a.m.) com diferentes períodos, gerando o mesmo montante: Sabemos que: 100 (1+0,04)12=160,10 100 (1+0,04)12=100 (1+ rb )6 seguindo o conceito de tx equiv.:100 (1+ rb )6 =160,10 .·. 1 (1+0,04)12=1 (1+ rb )6 Concluímos que a relação usada para obtermos a tx equiv bim não se altera ao mudarmos o principal (que deve ser o mesmo para a taxa mens e bim) de P=100 para P=1 ou para qualquer outro valor. *Considere o ano contábil de 360 dias. Você sabe o que são algarismos significativos? taxas (4%a.m. e 26,53%a.s.) P e prazo F geram diferente s iguais iguais entã se com 52 Matemática Financeira É possível também: 1 (1+0,04)12/6=1 (1+ rb )6/6 .�. 1 (1+0,04)2=1 (1+ rb )1 Concluímos que a relação usada para obtermos a tx equiv bim não se altera ao mudarmos o prazo (que deve ser o mesmo para a taxa mens e bim) de 1 ano para 1 bimestre ou para qualquer outro prazo. Assim podemos resolver a equação 1�(1+0,04)2=1�(1+ rb )1 de forma: algébrica: rb = 1,042-1 generalizando ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 10,160110011001100110004,011001100 124612360 =+=+=+=+=+=+ astbd rrrrr ** ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )∴ + = + = + = + = + = + 1 1 1 1 1 1 360 12 6 4 2 1 r r r r r rd m b t s a o PRAZO não precisa ser de um ano, basta que seja o mesmo. Assim, considere o prazo de 1 semestre e preencha os expoentes abaixo: (1+rd) =(1+rm) =(1+rb) =(1+rt) =(1+rs) =(1+ra) agora preencha os expoentes para o prazo de um mês: (1+rd) =(1+rm) =(1+rb) =(1+rt) =(1+rs) =(1+ra) preencha os expoentes para o prazo de um dia: (1+rd) =(1+rm) =(1+rb) =(1+rt) =(1+rs) =(1+ra) PRAZO = 1 dia Consideremos: uma taxa mensal fornecida rm! uma taxa bimestral solicitada rb? 1 (1+ 0,04)1/30 = F =1 (1+ rb )1/60 • resolvendo algebricamente: **O montante e o principal são os mesmos em todos os casos e tornam-se desnecessários após igualarmos os parentes. 2 capitalizações mensais equivalem 1 capitalização bimestral pois comportam o mesmo prazo 53 Matemática Financeira Confira o programa obtendo: a taxa equivalente mensal de 5%a.t. a taxa equivalente semestral de 2,5%a.m. a taxa equivalente para um prazo de 52 dias de 15,5%a.a. 54 Matemática Financeira 6.4 Taxa nominal Considere o assunto tratado a seguir, no ambiente do regime composto. A TAXA NOMINAL, que geralmente é fornecida com período anual, aparece em leis, em algumas determinações do Banco Central e produtos financeiros. Quando informarem que uma taxa é NOMINAL, você não deve utilizá-la para calcular o juro, ou seja, a TAXA NOMINAL não capitaliza. A TAXA NOMINAL serve como referência, a partir dela obtemos linearmente (proporcionalmente) uma taxa efetiva no período desejado. É a taxa efetiva que capitalizará, ou seja, é a taxa efetiva que gerará juro sobre o principal. Exemplo: “... a taxa nominal da caderneta de poupança deverá ser de 6,00%aa.” Então iN = 6,00%aa será usada como uma referência. Na prática a poupança capitaliza mensalmente, ou seja, o período da taxa efetiva da poupança é mensal. A taxa nominal não tem o tratamento de uma taxa efetiva, sua transformação do período anual (forma como foi apresentada ao mercado) para uma taxa efetiva no período mensal (a qual de fato capitalizará sobre o principal) é feita linearmente, ou seja, através de uma divisão: "# 12 "$% 6,00%'' 12 0,50%'( "$% 0,50%am é a taxa efetiva da popança; o que nos leva a concluir que a poupança terá um rendimento anual de:ieq = 6,17%aa → taxa equivalente anual da efetiva 0,50%am Observe que a taxa nominal não é utilizada para capitalizar, ou seja, não gera juro. Por este motivo a taxa nominal não entra na equação: ) �*1 + ,-. E também, não entra na memória da calculadora financeira. Caso fosse determinado por lei que a poupança tivesse sua capitalização bimestralmente, o procedimento seria: "# 6 "$% 6,00%'' 6 1,00%'/ "$% i 55 Matemática Financeira 1,00%ab seria a taxa efetiva da popança; o que nos levaria a concluir que a poupança teria um rendimento anual de: ieq = 6,15%aa → taxa equivalente anual da efetiva 1,00%ab resultando num rendimento (taxa efetiva) anual diferente do existente atualmente (6,17%aa). Outro exemplo: Um taxa nominal de 7,20%aa foi criada para servir de referência a uma taxa efetiva diária. Considerando que o ano tem 360 dias, qual será a taxa efetiva diária e qual será sua equivalente anual? "# 360 7,20%'' 360 0,02%'0 "$% "$% 0,02%'0 1 "$2 7,46%'' Habitualmente as taxas nominais são fornecidas, no mercado, com período anual. Genericamente, para uma taxa anual nominal ( iN a.a. ) fazemos: período de capitalização desejado taxa efetiva ief diário iN / 360 mensal iN / 12 bimestral iN / 6 trimestral iN / 4 semestral iN / 2 “Confesso que, até hoje, não enxergo um motivo razoável para a existência da taxa nominal.” Exemplos: 1 - Para uma taxa nominal de 24%a.a., calcule a taxa mensal efetiva. 2 - Num determinado país, a taxa de juros permitida em lei é de 12%a.a. a) Considerando-a nominal, calcule a taxa efetiva diária. b) Considerando a taxa efetiva do item a, calcule a sua equivalente anual. 56 Matemática Financeira 6.5 Resumo e Exercícios de fixação: tx efetiva ou ( )n rPF += 1 (expon) tx efetiva tx equivalente (expon) (expon) tx nominal tx efetiva (linear) (expon) 1 - Para uma taxa efetiva de 3,00%a.t., calcule as equivalentes: Período valor Dia ad Quinzena a 15d Mês am <1,00% Bimestre ab <2,00% Trimestre 3,00% at 100 dias a 100d Semestre as >6,00% Ano aa >12,00% 2 - Obtenha as taxas, equivalentes à taxa anual de 12%, com períodos de capitalização: a) mensal; b) bimestral; c) trimestral; d) semestral; e) diário. i n PV PMT FV ( ) 11 −+= tn qn tq rr ÷ 57 Matemática Financeira 3 - Ordene as taxas numa seqüência crescente: i) a: 15,60%a.a.; b: 1,30%a.m.; c: 2,60%a.b.; d: 7,80%a.s. ii) a: 38,41%a.a.; b: 2,80%a.m.; c: 0,09%a.d.; d: 17,40%a.s. 4 - revisando: a) Calcule o montante acumulado no final de 5 anos, a partir de um principal de $2000 com uma taxa de 2,5%a.m. b) Calcule a taxa com capitalização anual para um principal de $2000 que no final de 5 anos gerou um montante de $8799,58. c) O que você tem a dizer das taxas dos itens a e b? 5 - Calcule a taxa semestral efetiva, equivalente a uma taxa mensal efetiva, obtida de uma taxa nominal de 24%a.a. 6 – Considere a taxa Selic8, como efetiva9: i = 7,50%aa. Transformando esta taxa anual para capitalização em dias: a) corridos (365 dias em um ano), calcule a taxa equivalente diária. b) úteis (252 dias em um ano), calcule a taxa equivalente diária (nestes dias úteis). A taxa over é uma taxa nominal, mensal (considerando um mês de 30 dias) a partir da taxa efetiva dos dias úteis do mês. c) Obtenha a taxa over multiplicando o resultado do item b por 30. 7 – A partir da taxa over de 3,00%am: a) calcule a taxa efetiva em dias úteis (lembrando que a taxa over é uma taxa nominal, para um mês de 30 dias); b) calcule a taxa efetiva mensal, considerando que o mês tem 23 dias úteis. 8 – Capitalização Contínua Para uma taxa nominal de 36%a.a., calcule a taxa equivalente anual de uma taxa efetiva com capitalização: a) semestral b) trimestral c) bimestral d) mensal e) diária COMENTÁRIO: 8 Selic: sistema especial de liquidação e de custódia. 9 na realidade a taxa selic é uma taxa aparente, traz a taxa real de juro e a taxa de inflação projetada. 58 Matemática Financeira 6.6 + a respeito de taxas de juros e a TIR 0. Se você emprestar $1000 hoje e receber $1200 após três meses, concluiremos que o saldo que ficou na posse do devedor gerou juro. Qual foi a taxa de juro mensal desta capitalização? Qual a taxa de juro mensal, que ao descapitalizar $1.200, em 3 períodos, transformá- lo-á em $1.000? I II III IV V VI mês $ $ $ $ $ $ 0 -1.000 1.000 -1.000 -1.000 -1.000 -1.000 1 1.200 -1.200 0 0 400 300 2 0 1.200 400 680 3 1.200 400 220 i (am) Σ pgto 1.200 -1.200 1.200 1.200 1.200 1.200 1000 1200 0 3 mês 59 Matemática Financeira A. Cremilson, cunhado de Denilson, lhe emprestou $1000. Um mês se passou e Dê entregou a Crê $300. No mês seguinte, Dê entregou $680 e ao final do terceiro mês, $220. Ambos deram a dívida por quitada e viveram felizes. Observe o fluxo de ativos sob o ponto de vista do Crê-CREDOR: O saldo que permaneceu emprestado capitalizou a qual taxa de juro mensal? B. Observe o fluxo de ativos anterior sob o ponto de vista do Denilson, DEVEDOR. O saldo que permaneceu emprestado capitalizou a qual taxa de juro mensal? 1000 680 0 1 2 3 mês 220 300 1000 680 0 1 2 3 mês 220 300 60 Matemática Financeira C. Zacarias comprou um carro usado cujo preço era $23.000. Entregou $5.000 ao vendedor a título de entrada. Um mês depois iniciou um parcelamento, pagando $3.000. Ao final do segundo mês, não pagou ao vendedor, alegando gastos excessivos com a revisão do carro. Ao final do terceiro mês pagou $3.000. Ao final do quarto mês propôs quitação da dívida com um pagamento de $14.000, que foi aceita pelo vendedor. Monte um fluxo de ativos no referencial do devedor. (P=preço – entrada) e calcule a taxa de juro mensal sobre o saldo. mês $ 0 1 2 3 4 D. “Liquidificador de $200,00 em 5 vezes mensais sem juros de $40,00. Você leva e só começa a pagar em 30 dias.” O lojista explicou à Berenice que pagando à vista, ainda tinha desconto: 20%. Berenice não resistiu e parcelou. Monte o fluxo de ativos da devedora (preço=? ;P=preço, pois não há entrada) e calcule a taxa de juro mensal sobre o saldo. mês $ 0 1 2 3 4 5 61 Matemática Financeira E. Em uma loja de eletrodomésticos, uma TV cujo preço era $4.500,00 foi vendida e o saldo foi “financiado” em cinco parcelas mensais de $989,89, sendo a primeira paga como entrada e as quatro sucessivas (1+4). Contudo, o comprador “deu um perdido”, após ter pago três parcelas; a entrada e mais duas. Ao final de cinco meses, decorridos da data da compra, com a finalidade de melhorar seu cadastro financeiro, o comprador, em acordo com o gerente da loja, aceitou pagar $1.091,35 naquele momento e outra parcela de $1.091,35 no mês seguinte, para a quitação da dívida. Apresente o fluxo de ativos final deste financiamento, sob o ponto de vista da loja e calcule a taxa de juro mensal sobre o saldo. mês $ 0 1 2 3 4 5 6 F. Foi proposto a um investidor imobilizar hoje $250.000 num projeto, para serem usados como capital de giro e para obtenção de equipamentos. A operação deste projeto resultará na oferta de um novo produto para o mercado. O lucro será resultante da receita, após o desconto de todos os gastos necessários para a operação. Este lucro a ser gerado retornará ao investidor a título de recompensa. A expectativa é que após um ano do investimento, haja pagamento de $11.000 de lucro. Ao final do segundo, terceiro e quarto anos, o investidor receberá $95.000 e, ao final do quinto
Compartilhar