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RESUMO BORIS FAUSTO(Atualização) _ História do Brasil

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BRASIL COLONIAL
– OS AIMORÉS SE DESTACAM PELA EFICIÊNCIA MILITAR E PELA REBELDIA;
– AS PRIMEIRAS TENTATIVAS DE EXPLORAÇÃO DO LITORAL BRASILEIRO SE BASEARAM NO
SISTEMA DE FEITORIAS, ADOTADO NA COSTA AFRICANA;
– NENHUM REPRESENTANTE DA GRANDE NOBREZA SE INCLUIA NA LISTA DOS DONATÁRIOS,
POIS OS NEGÓCIOS NA INDIA E NAS ILHAS ATLANTICAS ERAM MAIS ATRATIVOS;
– OS DONATÁRIOS NÃO PODIAM VENDER NEM DIVIDIR A CAPITANIA;
-Em 1558 A ARRECADAÇÃO PROVENIENTE DO BRASIL REPRESENTAVA APENAS 2,5 % DAS
RENDAS DA COROA, ENQUANTO O COMERCIO COM A ÍNDIA CORRESPONDIA A 26%.
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RESUMO BORIS FAUSTO(ATUALIZAÇÃO)
13 DE ABRIL DE 2014 | LEANDRO LUCAS FONTENELE CAVALCANTI | 7 COMENTÁRIOS
História do Brasil
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– AS POPULAÇÕES INDÍGENAS TINHAM MELHORES CONDIÇÕES DE RESISTIR DO QUE OS ES-
CRAVOS AFRICANOS;
– A CAPACIDADE PRODUTIVA DO NEGRO ERA BEM SUPERIOR A DO INDÍGENA;
– NO SÉCULO XVI, GUINÉ E COSTA DA MINA FORNECERAM MAIS ESCRAVOS E NO SÉCULO
XVII EM DIANTE, AS REGIÕES AO SUL DA COSTA AFRICANA: CONGO E ANGOLA;
– OS NEGROS ERAM MENOS SUSCETÍVEIS AO CONTAGIO DE DOENÇAS; ENTRE 1550 E 1855
ENTRARAM PELOS PORTOS BRASILEIROS 4 MILHÕES DE ESCRAVOS, A MAIORIA DO SEXO
MASCULINO.
Os GRANDES CENTROS IMPORTADORES FORAM SALVADOR E DEPOIS O RIO DE JANEIRO,
CADA QUAL COM ORGANIZAÇÃO PROPRIA E FORTEMENTE CONCORRENTES. OS TRAFICAN-
TES BAIANOS UTILIZAVAM O FUMO COMO MOEDA DE TROCA E ESTEVE SEMPRE MAIS LI-
GADA À COSTA DA MINA, GUINÉ E A GOLFO DE BENIN, NESTE ULTIMO CASO AOS MEADOS DE
1770, QUANDO O TRÁFICO DA MINA DECLINOU. O RIO DE JANEIRO RECEBEU SOBRETUDO
ANGOLANOS E SUPERANDO A BAHIA APÓS A DESCOBERTA DO OURO E O CRESCIMENTO UR-
BANO DO SEC XIX.
– A APLICAÇÃO MAIS CONSEQUENTE DA POLÍTICA MERCANTILISTA SÓ SE DEU EM MEADOS
DO SÉCULO XVIII, SOB O COMANDO DE MARQUÊS DE POMBAL, QUANDO SEUS PRINCÍPIOS
JÁ ERAM POSTOS EM DÚVIDA NO RESTO DA EUROPA;
– HOUVE NA COLÔNIA UMA FASE DE RELATIVA LIBERDADE COMERCIAL DE 1530 A 1571;
NESTA DATA D SEBASTIÃO DECRETOU A EXCLUSIVIDADE DOS NAVIOS PORTUGUESES NO
COMÉRCIO DA COLÔNIA.
APÓS O FIM DO DOMINIO ESPANHOL, COM A ACLAMAÇÃO DE D. JOÃO IV, SEGUIU-SE UMA
FASE DE “LIVRE-COMÉRCIO”. COM POUCA REGULAMENTAÇÃO E AUSENCIA DE CONTROLE
SOBRE O MERCADO COLONIAL.
A CRIAÇÃO DA COMPANHIA GERAL DO COMÉRCIO DO BRASIL NÃO IMPEDIU CONCESÕES
FEITAS POR PORTUGAL À HOLANDA E ESPECIALMENTE À INGLATERRA. Em 1654. Cromwell
impôs um tratado que garantia aos ingleses o direito de negociar com a colônia brasileira, exceto no
tocante aos produtos monopolizados pela Companhia Geral de Comércio.
– O BRASIL COLONIAL NÃO FOI SÓ OURO NEM AÇUCAR;
– ORDENANÇA ERA FORÇA MILITAR LOCAL COMPOSTA DE HOMENS DE 18 A 60 ANOS, COM
EXCEÇÃO DOS PADRES e FIDALGOS; As milícias eram tropas auxiliares, recrutadas, entre os habi-
tantes das colônias para serviço obrigatório e não remunerado. O recrutamento forçado ai imperava.
– AS CÂMARAS MUNICIPAIS FORAM O ÚNICO ÓRGÃO QUE SOBREVIVEU POR INTEIRO E ATÉ
SE REFORÇOU APÓS A INDEPENDÊNCIA;
ATIVIDADE AÇUCAREIRA
A instalação e a atividade de um engenho eram operações custosas que dependiam da obtenção de
créditos. No século XVI, pelo menos parte destes créditos provinha de investidores estrangeiros, �a-
mengos ou italianos, ou da própria metrópole. Posteriormente, no século XVII, essas fontes parecem
ter se tornado pouco signi�cativas. Pelo menos na Bahia, as duas principais fontes de crédito vieram
a ser as instituições religiosas e bene�centes, em primeiro lugar, e os comerciantes. Não tínhamos
bancos antes de 1808.
Sem entrar nas minúcias dos vaivéns do negocio açucareiro, podemos distinguir algumas fases bási-
cas de sua história no período colonial. Entre 1570 e 1620 houve uma conjuntura de expansão, dado
o crescimento da demanda na Europa e quase ausência de concorrência.
Na década de 1630 surgiu a concorrência. Mesmo no auge da exportação de ouro, o açúcar conti-
nuou a ser o produto mais importante, pelo menos no comércio legal. Assim, em 1760 correspondeu
a 50 % do valor total das exportações e o ouro a 46%. Medidas tomadas pelo Marquês de Pombal e
uma serie de acontecimentos internacionais favoreceram a expansão. Dentre estes fatos podemos
destacar a rebelião de escravos em São Domingos em 1791.
É certo que os índios de Camarão e os negros de Henrique Dias formaram com os luso-brasileiros.
Mas a mobilização de setores desfavorecidos se deu em níveis reduzidos. Por exemplo, em 1648,o
contingente de Henrique Dias contava com 300 soldados, o que equivalia a 10% do total de homens
em armas.
– IMPUROS ERAM OS CRISTÃOS-NOVOS, OS NEGROS, MESMO QUANDO LIVRES OS ÍNDIOS EM
CERTA MEDIDA E AS VÁRIAS ESPÉCIES DE MESTIÇOS. ELES NÃO PODIAM OCUPAR CARGOS DE
GOVERNO;
– DO INÍCIO DA COLONIZAÇÃO ATÉ A EXTINÇÃO FORMAL DA ESCRAVIDÃO INDÍGENA (1757),
HOUVE ÍNDIOS CATIVOS E OS CHAMADOS FORROS OU ADMINISTRADOS. ESTES ERAM ÍN-
DIOS QUE, APÓS A CAPTURA, TINHAM SIDO COLOCADOS SOB A TUTELA DOS
COLONIZADORES.
– UM ALVARÁ DE 1755 CHEGOU A ESTIMULAR OS CASAMENTOS MISTOS DE ÍNDIOS E
BRANCOS;
O reinado de Dona Maria I e de seu �lho bene�ciou-se de uma conjuntura de crescimento econômico
da agricultura na colônia. Além da reativação do plantio do açúcar, temos a novo cultura do algodão
incentivado pela guerra de independência dos EUA. O Maranhão foi por algum tempo a região mais
prospera da América Portuguesa.
– APENAS SP NA ÉPOCA COLONIAL TINHA POPULAÇÃO MAJORITARIAMENTE BRANCA;
– EM GERAL, MULATOS E CRIOULOS ERAM PREFERIDOS PARA AS TAREFAS DOMÉSTICAS, AR-
TESANAIS E DE SUPERVISÃO, CABENDO AOS ESCUTOS, SOBRETUDO AOS AFRICANOS, OS
TRABALHOS MAIS PESADOS;
– A LIBERDADE DE UM EX-ESCRAVO PODIA SER REVOGADA EM CASO DE ATITUDE DE DES-
RESPEITO AO SEU ANTIGO SENHOR;
– NÃO EXISTIU UMA ARISTOCRACIA HEREDITARIA;
– AS DIFERENTES ATIVIDADES PROFISSIONAIS NÃO ERAM IGUALMENTE VALORIZADAS;
– A INQUISIÇÃO NÃO SE INSTALOU EM CARÁTER PERMANENTE NO BRASIL E SUAS VISITAS
OCORRERAM NA FASE DA UNIÃO IBÉRICA;
– ENTRE A GENTE DE CONDIÇÃO SOCIAL INFERIOR A FAMÍLIA TRADICIONAL (= EXTENSIVA)
NÃO EXISTIU, E AS MULHERES TENDERAM A TER MAIOR INDEPENDÊNCIA, QUANDO NÃO TI-
NHAM MARIDO OU COMPANHEIRO;
– AS CIDADES CRESCERAM AOS POUCOS E ERAM DEPENDENTES DO MEIO RURAL;
– A AUSÊNCIA DO ESTADO E O PREENCHIMENTO DE SUAS FUNÇÕES POR GRUPOS PRIVADOS
OCORRERAM EM CERTAS ÁREAS, COMO NO SERTÃO NORDESTINO VOLTADO PARA A PECUÁ-
RIA, MAS NÃO SERVE PARA O QUADRO MAIS GERAL DA COLÔNIA;
– ATÉ O SÉCULO XVII, A AÇÃO DAS AUTORIDADES SOMENTE SE EXERCEU COM EFICÁCIA NA
SEDE DO GOVERNO GERAL E DAS CAPITANIAS À SUA VOLTA. NAS OUTRAS REGIÕES, PREDO-
MINARAM AS ORDENS RELIGIOSAS, ESPECIALMENTE A DOS JESUÍTAS;
– O BANDEIRISMO PAULISTA NÃO FOI UMA INICIATIVA DO ESTADO.  TRATOU-SE DE UMA INI-
CIATIVA DA SOCIEDADE LOCAL, INDEPENDENTE DA VONTADE DO PODER METROPOLITANO;
– SÓ O DISTRITO DIAMANTINO CORRESPONDEU À IMAGEM DE UM ESTADO SOBREPOSTO À
SOCIEDADE;
Na metrópole, a corrida do ouro provocou a 1º grande corrente imigratória para o Brasil. Durante os
primeiros 60 anos do século XVIII, chegaram de Portugal e das ilhas do Atlântico cerca de 600 mil
pessoas, em media anual de 8 a 10 mil, gente da mais variada condição social.
O ouro não deixou de existir em Minas, porem sua extração se tornou economicamente pouco atra-
ente. O período de apogeu situou-se entre 1733 e 1748, começando a partir dai o declínio. No inicio
do século XIX, a produção aurífera já não tinha maior peso no conjunto da economia brasileira.
Graças à pecuária, aos cereais e mais tarde à manufatura, Minas não regrediu como um todo. Pelo
contrario, no correr do século XIX iria expandir estas atividades e manter um constante �uxo de im-
portações de escravos.
– FORAM CONSTRUÍDOS ENGENHOS DE AÇÚCAR EM TODAS AS CAPITANIAS;
– UM DOS OBJETIVOS CENTRAIS DA CRIAÇÃO DO GOVERNO GERAL FOI INCENTIVAR A PRO-
DUÇÃO NA ABANDONADACAPITANIA DA BAHIA;
– TANTO NO Brasil COMO EM PORTUGAL NÃO FORAM INSTALADAS REFINARIAS NO PERÍODO
COLONIAL;
– NO SÉCULO XVI, OS CRÉDITOS PARA A CONSTRUÇÃO DE UM ENGENHO VINHAM DE FLA-
MENGOS E ITALIANOS. NO SÉCULO XVII, PELO MENOS NA BAHIA, ESSES CRÉDITOS VIERAM
DE INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS E BENEFICENTES E OS COMERCIANTES. ANTES DE 1808, NÃO
EXISTIAM BANCOS NO BRASIL, ENTÃO INSTITUIÇÕES COMO A MISERICÓRDIA, ORDEM TER-
CEIRA DE SÃO FRACISCO E OUTRAS CUMPRIRAM A FUNÇÃO DE DAR EMPRÉSTIMOS A JUROS;
– EXCEPCIONALMENTE, ESCRAVOS SUBIAM NA HIERARQUIA DAS FUNÇÕES E CHEGAVAM A
BANQUEIROS, AUXILIAR DO MESTRE DE AÇÚCAR;
– NEM TODOS OS SENHORES DE ENGENHO ERAM CATÓLICOS DE LONGA DATA, CRISTÃOS-
NOVOS ESTIVERAM ENTRE OS PRIMEIROS SENHORES DE ENGENHO BAIANOS;
– EM MEADOS DO SÉCULO XIX, O AÇÚCAR DEIXOU DE TER PAPEL DOMINANTE;
– A TENDÊNCIA À ESPECIALIZAÇÃO NO CULTIVO DA CANA TROUXE COMO CONSEQUÊNCIA
UMA CONTÍNUA ESCASSEZ DE ALIMENTOS, INCENTIVANDO A PRODUÇÃO DE GÊNEROS ALI-
MENTÍCIOS, ESPECIALMENTE A MANDIOCA.
– A PRODUÇÃO DE FUMO ERA VARIADA, OS MAIS FINOS ERAM EXPORTADOS PARA A EUROPA
E OS MAIS GROSSEIROS ERAM UTILIZADOS COMO MOEDA DE TROCA NA COSTA DA ÁFRICA;
– GENTE DA TERRA DA PERNAMBUCO APOIOU A INVASÃO HOLANDESA, ASSIM NO PRO-
CESSO DE RETOMADA DA INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA, AS FORÇAS LUSO-BRASILEIRAS
ESTAVAM LONGE DE CONSTITUIR UM MODELO DE UNIÃO DAS TRÊS RAÇAS;
– HOUVE O ESFORÇO DE ENVIAR EMIGRANTES DOS AÇORES PARA SÃO LUÍS, MAS AS MULHE-
RES BRANCAS ERAM RARAS;
– HOUVE ALGUMAS SEMELHANÇAS ENTRE A REGIÃO PAULISTA EM SEUS TEMPOS MAIS RE-
MOTOS E A PERIFERIA DO NORTE DO BRASIL: FRAQUEZA DE UMA AGRICULTURA EXPORTA-
DORA, FORTE PRESENÇA DE ÍNDIOS, DISPUTA ENTRE COLONIZADORES E MISSIONÁRIOS
PELO CONTROLE DOS ÍNDIOS, ESCASSEZ DE MOEDA E FREQUENTE USO DA TROCA NAS RE-
LAÇÕES COMERCIAIS;
– NAS BANDEIRAS, O NÚMERO DE ÍNDIOS E MAMELUCOS SEMPRE SUPEROU O DOS
BRANCOS;
– FAISCADORES ERAM MINERADORES SEM ESCRAVOS;
De acordo com as concepções do mercantilismo Pombal criou duas companhias privilegiadas de co-
mércio- A Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão (1755) e a Companhia Geral de
Pernambuco e Paraíba (1759). A primeira tinha por objetivo desenvolver a região Norte, oferecendo
preços atraentes para mercadorias ali produzidas e consumidas na Europa. Como o cacau, o cravo, a
canela, o algodão e o arroz, transportados com exclusividade pelos navios da companhia. Introduziu
também escravos negros, que dada a pobreza local, forma em sua maior parte reexportados para as
minas de Mato Grosso.
O programa politico de Pombal foi em grande parte frustrado porque, em meados do século XVIII, a
Colônia entrou em um período de depressão que se prolongou até o �m da década de 1770. As prin-
cipais causas desta depressão foram a crise do açúcar e, a partir de 1760, a queda da produção de
ouro.
Ressalvando-se uma o�cina grá�ca aberta em 1747 no Rio de Janeiro e logo depois fechada por or-
dem real, a imprensa no Brasil só nasceria no século XIX, com a vinda de D. João VI.
– MARQUÊS DE POMBAL PROCUROU TORNAR A METRÓPOLE MENOS DEPENDENTE DE IM-
PORTAÇÕES, INCENTIVANDO A INSTALAÇÃO DE MANUFATURAS EM PORTUGAL E MESMO NO
BRASIL.
Alvarenga Peixoto, um dos maiores senhores de escravos entre os conjurados mineiros, defendeu a
libertação destes, na esperança de torna-los os maiores defensores da república. Provavelmente se-
riam libertados somente os escravos nascidos na Brasil.
– QUANDO O PRÍNCIPE D. JOÃO VI CHEGOU AO BRASIL, ELE REVOGOU OS DECRETOS QUE
PROIBIAM A INSTALAÇÃO DE MANUFATURAS NO BRASIL, ISENTOU DE TRIBUTOS A IMPORTA-
ÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS DESTINADAS À INDÚSTRIA, OFERECEU SUBSÍDIOS PARA AS IN-
DÚSTRIAS DE LÃ, DA SEDA E DO FERRO, ENCORAJOU A INVENÇÃO E INTRODUÇÃO DE NOVAS
MÁQUINAS;
– POR DECRETO DE 1808, O COMÉRCIO LIVRE FOI LIMITADO AOS PORTOS DE BELÉM, SÃO
LUÍS, RECIFE, SALVADOR E RJ; O comercio de cabotagem, ou seja, entre portos da colônia, �cou re-
servado aos navios portugueses; o imposto sobre produtos importados, que fora �xado em 24% do
valor da mercadoria, foi reduzido para 16%, quando se tratasse de embarcações portuguesas.
Já no Tratado de Navegação e Comércio de 1810 a Coroa Portuguesa aceitou cobrar uma tarifa de
15% sobre as mercadorias inglesas. No congresso de Viena o governo português assinou um tratado
concordando com a cessação do trá�co negreiro ao norte do Equador. Isto deu �m a trá�co de escra-
vos da Costa da Mina para o Brasil.
– REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817: OS REVOLUCIONÁRIOS TOMARAM RECIFE E IM-
PLANTARAM UM GOVERNO PROVISÓRIO BASEADO EM UMA LEI ORGÂNICA QUE PROCLA-
MOU A REPÚBLICA E ESTABELECEU A IGUALDADE DE DIREITOS E A TOLERÂNCIA RELIGIOSA,
MAS NÃO TOCOU NO PROBLEMA DA ESCRAVIDÃO. AL + PB + RN + PE.
Os dados relativos às principais províncias sugerem que os brancos representavam menos de 30% da
população total. Cerca de 74% ainda moravam em torno dos principais portos exportadores e no in-
terior das capitanias costeiras de RJ, Bahia, Pernambuco e Paraíba.
PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA 
A decisão do príncipe de �car de �car no país, solenizada pelo Dia do Fico, representou um caminho
sem volta. Mesmo assim, o registro do Senado da Câmara do Rio de Janeiro revela que, formalizada a
permanência, o presidente do Senado da Câmara levantou das janelas do palácio uma série de vivas
repetidos pelo povo: “Viva a Religião, Viva a Constituição, Vivão as Cortes, Viva El- Rei constitucional, Viva
o Príncipe Constitucional, Viva a União de Portugal com o Brasil”
D. Pedro formou um ministério composto de portugueses, mas cuja che�a cabia a Jose Bonifácio de
Andrada e Silva.
O pensamento de José Bonifácio era progressista no campo social, como a gradativa extinção do trá-
�co de escravos e da escravidão, uma reforma agrária e a livre entrada de imigrantes no país. Politica-
mente, era um liberal conservador, adversário das “esfarrapadas bandeiras da suja e caótica democra-
cia”, como disse em certa ocasião. Considerava adequada para o Brasil a forma monárquica de go-
verno, sustentada por uma representação dos cidadãos restrita às camadas dominantes e ilustradas.
PRIMEIRO REINADO
– O PAÍS FOI DIVIDIDO EM PROVÍNCIAS CUJOS PRESIDENTES SERIAM NOMEADOS PELO
IMPERADOR;
Logo sugiram desavenças entre a Assembleia e o imperador. Os constituintes queriam que o impera-
dor não tivesse o poder de dissolver a futura Câmara de Deputados, forçando assim, quando julgasse
necessário, novas eleições. Queriam também que ele não tivesse o poder de veto absoluto, ou seja, o
direito de negar validade a qualquer lei aprovada pelo Legislativo.
O voto era indireto e censitário. Indireto, porque os votantes, correspondentes hoje à massa dos elei-
tores, votavam em um corpo eleitoral, nas eleições chamadas de primárias; esse corpo eleitoral é que
elegia os deputados.
Nas eleições primárias, votavam os cidadãos brasileiros, inclusive os escravos libertos, mas não podiam
votar, entre outros, os menores de 25 anos, os criados de servir, os que não tinham renda anual de
pelo menos 100 mil réis provenientes de bens de raiz (imóveis), indústria, comércio ou emprego. Os
candidatos, por sua vez, só podiam ser pessoas que, além dos requisitos dos votantes, tivessem renda
de, no mínimo, 200 mil réis anuais e não fossem escravos libertos.
Não havia referencia expressa às mulheres, mas elas estavam excluídas desses direitos políticos pelas
regras sociais. Curiosamente, até 1882 era praxe admitir o voto de grande numero de analfabetos,
tendo em vista o silêncio da Constituição a este respeito.
– O CONSELHO DE ESTADO ERA UM ÓRGÃO COMPOSTO POR CONSELHEIROS VITALÍCIOS
NOMEADOS PELO IMPERADOR DENTRE CIDADÃOS BRASILEIROS COM IDADE MÍNIMA DE 40
ANOS, RENDA NÃO INFERIOR A 800 MIL-REIS E QUE FOSSEM PESSOAS DE SABER, CAPACI-
DADE E VIRTUDE;
Os Andradas que tinham passado para a oposição depois das medidas autoritárias de D. Pedro I lan-
çaram seus ataques através de O Tamoio; Cipriano Barata e frei Caneca combateram a monarquia
centralizada,respectivamente, na Sentinela da Liberdade e no Tí�s Pernambucano.
– A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR DEVERIA REUNIR SOB FORMA FEDERATIVA E REPUBLI-
CANA, ALÉM DE PERNAMBUCO, AS PROVÍNCIAS DA PARAÍBA, RIO GRANDE DO NORTE, CE-
ARÁ E, POSSIVELMENTE, O PIAUÍ E O PARÁ. A REVOLUÇÃO CONTOU COM VÁRIOS
ESTRANGEIROS;
Em 1828, algumas centenas de mercenários alemães e irlandeses se amotinaram no Rio de Janeiro. O
governo teve que recorrer à humilhante proteção de navios ingleses e franceses.
A cúpula do exército estava descontente com as derrotas militares e a presença de o�ciais portugue-
ses em postos de comando. Os portugueses decidiram realizar festejos na volta do imperador de sua
viagem a MG. A sociedade secreta Colunas do Trono queriam demonstrar seu apoio ao mesmo. Os
brasileiros reagiram, dai nascendo os tumultos que duraram 5 dias.
REGÊNCIA
Nem tudo se decidiu no Período Regencial. Podemos mesmo prolongar a periodização por 10 anos e
dizer que só por volta de 1850 a monarquia centralizada se consolidou, quando as últimas rebeliões
provinciais cessaram.
Devemos entender que neste período, entre os grupos dominantes, não havia consenso sobre qual o
arranjo institucional mais conveniente para seus interesses. Mais ainda, não havia clareza sobre o pa-
pel do Estado como organizador dos interesses gerais dominantes.
A tendência politica vencedora após o 7 de Abril foi a  dos liberais moderados que se organizaram de
acordo com a tradição maçônica na Sociedade  Defensora da Liberdade e Independência Nacional.
Entre eles, havia uma alta proporção de políticos de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro. Havia também
uma presença signi�cativa de padres e alguns graduados por Coimbra.
– EM 1832, ENTROU EM VIGOR O CÓDIGO DE PROCESSO CRIMINAL, QUE FIXOU NORMAS
PARA A APLICAÇÃO DO CÓDIGO CRIMINAL DE 1830. O CÓDIGO DE PROCESSO CRIMINAL
DEU MAIORES PODERES AOS JUÍZES DE PAZ, ELEITOS NAS LOCALIDADES JÁ NO REINADO DE
D. PEDRO, E QUE AGORA PODIAM PRENDER E JULGAR PESSOAS ACUSADAS DE COMETER PE-
QUENAS INFRAÇÕES. O CÓDIGO DE PROCESSO INSTITUIU O JÚRI PARA JULGAR A GRANDE
MAIORIA DOS CRIMES E O HABEAS CORPUS.
– ATO ADICIONAL 1834: O PODER MODERADOR NÃO SERIA EXERCIDO DURANTE A REGÊN-
CIA, SUPRIMIU O CONSELHO DE ESTADO, OS PRESIDENTES DAS PROVÍNCIAS CONTINUA-
RIAM A SER DESIGNADOS PELO GOVERNO CENTRAL,
MAS CRIARAM-SE ASSEMBLEIAS PROVINCIAIS COM MAIORES PODERES, EM SUBSTITUIÇÃO
AOS ANTIGOS CONSELHOS GERAIS. AS ASSEMBLEIAS PROVINCIAIS RECEBERAM COMPETEN-
CIA PARA FIXAR AS DESPESAS MUNICIPAIS E DAS PROVINCIAS E PARA LANÇAR OS IMPOSTOS
NECESSÁRIOS AO ATENDIMENTO DESTAS DESPESAS, CONQUANTO NÂO PREJUDICASSEM AS
RENDAS A SEREM ARRECADADAS PELO GOVERNO CENTRAL. As assembleias provinciais recebe-
ram ainda a atribuição de nomear e demitir funcionários públicos.
REPARTIÇÃO DE RENDAS ENTRE GOVERNO CENTRAL, PROVÍNCIAS E MUNICÍPIOS – CRIAÇÃO
DA GUARDA NACIONAL = 1831, EM SUBSTITUIÇÃO ÀS ANTIGAS MILÍCIAS. CÓPIA DE UMA LEI
FRANCESA DO MESMO ANO. A IDEIA CONSISTIA EM ORGANIZAR UM CORPO ARMADO DE CI-
DADÃOS CONFIÁVEIS, CAPAZ DE REDUZIR TANTO OS EXCESSOS DO GOVERNO CENTRALI-
ZADO COMO AS AMEAÇAS DAS CLASSES PERIGOSAS. MANTER ORDEM NO MUNICÍPIO EM
QUE É FORMADA;
Até 1850, os o�ciais inferiores da Guarda eram eleitos pelos integrantes da corporação, em eleição
presidida pelo juiz de paz. A realidade nacional e as necessidades de estabelecer uma hierarquia se
sobrepuseram ao principio eletivo. As eleições foram se tornando letra morta e desapareceram antes
mesmo que a lei fosse mudada.
– GUERRA DOS CABANOS = PERNAMBUCO, ENTRE 1832 E 1835, MOVIMENTO ESSENCIAL-
MENTE RURAL. OS CABANOS REUNIAM PEQUENOS PROPRIETÁRIOS, TRABALHADORES DO
CAMPO, ÍNDIOS, ESCRAVOS E, NO INÍCIO, SENHORES DE ENGENHO. ANTECIPARAM O QUE SE-
RIA A REVOLTA DE CANUDOS, LUTARAM EM NOME DA RELIGIÃO, PELO RETORNO DO IMPE-
RADOR. Os cabanos contaram com apoio de comerciantes portugueses de Recife e de políticos res-
tauracionistas na capital do Império.
– É CURIOSO OBSERVAR QUE, EMBORA ENTRE OS CABANOS do Pará EXISTISSEM MUITOS ES-
CRAVOS, A ESCRAVIDÃO NÃO FOI ABOLIDA. Eles se concentraram no ataque aos estrangeiros, aos
maçons, e na defesa da religião católica, dos brasileiros, de D. Pedro II.
Farroupilha
No período do renascimento agrícola das últimas décadas do XVIII, colonos vindos dos Açores plan-
taram trigo no sul, consumido nas outras regiões do país. Quando foi proclamada a independência
este período de expansão do trigo já tinha passado, devido às pragas e à concorrência americana, mas
os vínculos como resto do Brasil permaneceram.
Criadores de gado e charqueadores formavam grupos separados. Os criadores �cavam estabelecidos
na região da Campanha, situada na fronteira com o Uruguai. Os charqueadores tinham suas indús-
trias instaladas no litoral, nas áreas de lagoas, onde se concentravam cidades como Rio Grande e Pe-
lotas. Criadores e charqueadores se utilizavam de mão de obra escrava, além de trabalhadores de-
pendentes deles.
– NA REVOLUÇÃO FARROUPILHA, NEM TODOS OS SETORES DA POPULAÇÃO GAÚCHA ESTI-
VERAM UNIDOS. OS PRODUTORES DE CHARQUE FICARAM AO LADO DO GOVERNO CEN-
TRAL. Os estancieiros e boa parte da classe média das cidades é que deram liderança a revolta.
Os estancieiros tinham razões próprias de descontentamento. Eles pretendiam acabar com a taxação
de gado na fronteira com o Uruguai ou reduzi-la, estabelecendo a livre circulação do rebanho que
possuíam nos dois países. Além disto, como já estavam organizados militarmente com suas milícias
particulares, consideravam a criação da Guarda Nacional uma novidade perigosa com cargos eletivos
de o�ciais.
– A INTERPRETAÇÃO DO ATO ADICIONAL DE 1840 RETIRAVA DAS PROVÍNCIAS VÁRIAS DE
SUAS ATRIBUIÇÕES, ESPECIALMENTE NO QUE DIZIA RESPEITO À NOMEAÇÃO DE FUNCIONÁ-
RIOS PÚBLICOS;
SEGUNDO REINADO
– MEDIDAS DE REGRESSO: REFORMA DO CÓDIGO DE PROCESSO CRIMINAL EM 1841 + REES-
TABELECIMENTO DO CONSELHO DE ESTADO + RETORNO DO APARELHO ADMINISTRATIVO E
JUDICIÁRIO ÀS MÃOS DO GOVERNO CENTRAL, COM EXCEÇÃO DOS JUÍZES DE PAZ + RE-
FORMA DA GUARDA NACIONAL;
– CRIAÇÃO DOS CARGOS DE DELEGADO E SUBDELEGADO;
No Rio de Janeiro, o líder dos rebeldes liberais era Joaquim de Sousa Breves, fazendeiro do café e o
homem mais rico da província. Ele se opunha ao governo central porque este tentava combater a so-
negação de impostos sobre o café e tomava medidas de combate ao trá�co de escravos.
O Diário Novo era o jornal dos praieiros de Recife- cuja sede �cava na Rua da Praia. Ideias socialistas
foram veiculadas por gente tão diversa como Louis Vauthier e o general Abreu e Lima. Não era o soci-
alismo de Marx, pouco conhecido naquela altura mesmo na Europa, mais o de autores franceses
como Proudhon, Fourier e o inglês Owen. Como novidade aparece a defesa do sufrágio universal
masculino.
– AS MEDIDAS DE REGRESSO E A MAIORIDADE DE D.PEDRO II ASSINALARAM A VITÓRIA DO
MODELO CENTRALIZADOR; Os dois partidos aderiram a ele, embora os liberais insistissem da boca
para fora, em defender a descentralização.
Raimundo Faoro vê no Partido Conservador a representação da burocracia, enquanto o Partido Libe-
ral representaria os interesses agrários, contrários ao reforço do poder central promovido pelos
burocratas.
– A defesa das liberdades e de uma representação mais ampla dos cidadãos foram bandeiras levanta-
das pelo Partido Liberal, mas foi só a partir da década de 1860 que estes temas ganharam força. O
NOVO PARTIDO LIBERAL DE 1870-organizado por Zacarias de Góes e Nabuco de Araújo- DEFEN-
DIA EM SEU PROGRAMA A ELEIÇÃO DIRETA NAS CIDADES MAIORES, O SENADO TEMPORÁ-
RIO, A REDUÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO DE ESTADO, LIBERDADE DE CONSCIÊN-
CIA, EDUCAÇÃO, COMÉRCIO, INDÚSTRIA E A ABOLUÇÃO GRADUAL DA ESCRAVATURA;
– CONSERVADORES = FORTES NO RJ, BAHIA E PE / LIBERAIS = FORTES EM SP, MG E RS;
– OS PRESIDENTES DE PROVÍNCIA ERAM, EM REGRA, ESCOLHIDOS FORA DOS QUADROS DA
ELITE PROVINCIAL.
Preservação da Unidade Territorial
Em seu Livro A Construção da Ordem, JoséMurilo de Carvalho propõem uma explicação que dá peso
maior à natureza da elite politica imperial por ser bastante homogênea. Tal homogeneidade resulta-
ria, sobretudo, da educação e da pro�ssão comum. A concentração geográ�ca e identidade de forma-
ção intelectual promoviam contatos pessoais entre estudantes de varias províncias e capitanias.
Além disto, uma parte signi�cativa da elite politica era constituída de magistrados. Desse modo, a
pro�ssão contribuiu para aumentar os índices de homogeneidade dos políticos.
Para Luiz Felipe de Alencastro as premissas foram diferentes. Sua argumentação parte de duas pre-
missas básicas: o papel fundamental das relações escravistas e o quadro das relações internacionais
vigente na primeira metade do século XIX. Neste ultimo Alencastro ressalta o con�ito entre o Brasil
escravista e a Inglaterra interessada em acabar com o trá�co e, se possível, a escravatura.
O trunfo de ser a única monarquia na América era encarado como uma garantia de ordem e um freio
à propagação de ideias republicanas no continente. As elites provinciais não desejavam enfrentar so-
zinhas a poderosa Inglaterra. Um Império centralizado poderia contemporizar na questão do trá�co e
encaminhar o problema sem grandes abalos.
O escravismo limitou as possibilidades de separatismo e uma elite homogênea soube tirar partido
disto, assegurando a unidade do Império.
– A MAIORIA DOS NEGROS FOI ENVIADA PARA AS LAVOURAS DO VALE DO PARAÍBA OU FI-
COU NO RJ. FOI ALIÁS, A IMPORTAÇÃO E NÃO O DESLOCAMENTO DE ESCRAVO DA REGIÃO
DE MINAS GERAIS A PRINCIPAL FONTE DE SUPRIMENTO DE CATIVOS NESSA FASE DA ECONO-
MIA CAFEEIRA;
– O RECÔNCAVO E A CIDADE DE SALVADOR, DESDE O INÍCIO DO SÉCULO XIX, A REBELDIA SE
INSTALOU, ENTÃO OS GRUPOS DOMINANTES NESTA REGIÃO SE APEGAVAM MENOS AO TRA-
BALHO ESCRAVO;
Alguns estudos preliminares indicam que os primeiros donos de fazendas cafeeiras no Vale do Pa-
raíba não tinham ascendentes privilegiados. Vinham de famílias de comerciantes, pequenos proprie-
tários e, às vezes, militares de alta patente.
Um personagem importante na venda do café era o comissário que atuava como intermediário entre
produtores e exportadores. Ele recebia a mercadoria para vender aos exportadores no momento
considerado oportuno.
A Inglaterra onde o costume de se tomar chá estava arraigado, nunca foi uma grande consumidora. O
pouco que se consumia vinha de suas colônias no Caribe, América Central e do Sul. O País dependia
essencialmente da Inglaterra para conseguir empréstimos e créditos. Nossa divida externa era, so-
bretudo com os banqueiros ingleses.
O imperador e a burocracia imperial atendiam à essência dos interesses dominantes, ao promover a
ordem geral, ao dar tratamento gradativo ao problema da escravidão etc. Mas assim agiam, contrari-
ando, às vezes, os pontos de vista de sua base de apoio. A Lei do Ventre-Livre é um exemplo. O núcleo
de uma visão estatista do Brasil se concentrava nos membros vitalícios do Conselho de Estado.
A lei do Trá�co de 1850 equivaleu o trá�co à pirataria e tribunais especiais julgariam os infratores.
Desta vez a lei pegou.
A Estrada União e Indústria foi o empreendimento rodoviário mais importante do período e ligava
Petrópolis a Juiz de Fora.
A Estrada de Ferro sorocabana não se vinculou ao café, mas sim a produção algodoeira que se desen-
volveu na década de 1860.
A agricultura extensiva era praticada tanto no Vale do Paraíba quanto no Oeste Paulista. Mas no
Oeste existia uma grande disponibilidade de terras, permitindo a incorporação continua de novas
áreas ao contrario do Vale do Paraíba.
Foi no Oeste Paulista que se introduziram o arado e o despolpador. Este signi�cou uma verdadeira re-
volução na técnica de descascamento de grãos.
Os fazendeiros paulistas não se voltaram para o imigrante porque acreditavam nas virtudes ou renta-
bilidade do trabalho livre, mas porque a alternativa do escravo desaparecia e era preciso uma
solução.
Após a morte de Francia foi designado presidente Carlos Antônio Lopez que proclamou formalmente
a independência do Paraguai em 1842. Para o Brasil uma das consequências do con�ito foi que o país
�cou ainda mais endividado com a Grã-Bretanha. Mas a maior consequência foi a a�rmação do Exér-
cito como uma instituição com �sionomia e objetivos próprios.
Fim da Escravidão
A explicação mais provável para a Lei do Ventre Livre é que foi uma decisão pessoal do imperador e
de seus conselheiros. Considerava-se nos cálculos dos nossos dirigentes que o Brasil sofria de uma
fraqueza básica em sua frente interna, pois não podia contar com a lealdade de uma parcela grande
de sua população. Sendo que na prática a Lei do Ventre Livre produziu escassos efeitos.
O destino dos ex- escravos variou conforme a região do país. No nordeste, transformaram-se, em re-
gra, em dependentes dos grandes proprietários. O Maranhão representou uma exceção, pois ali os li-
bertos abandonaram as fazendas e se instalaram nas terras desocupadas como posseiros.
Enquanto em SP os empregos estáveis foram ocupados pelos imigrantes, relegando-se os ex- escra-
vos aos serviços irregulares e mal pagos, no RJ o quadro foi algo diverso. Tendo em vista a tradição de
empregos de negros escravos, o trabalhador negro ali teve oportunidades relativamente maiores.
No �m do período colonial, os libertos ou livres representavam 42% da população de origem africana
e 27,8% da população total do Brasil. Livres eram negros ou mulatos já nascidos em liberdade; liber-
tos eram os que obtiveram a liberdade no curso da vida.
– DEPOIS QUE O TRÁFICO DE ESCRAVOS FOI PROIBIDO, AÍ SIM A OPÇÃO UTILIZADA FOI A DE
ABASTECER ATRAVÉS DE ESCRAVOS NO MERCADO INTERNO, COMPRANDO-OS DE REGIÕES
EM DECADÊNCIA;
Foi, alias a importação e não o deslocamento de escravos da região de Minas Gerais, como se pensava
há alguns anos, a principal fonte de suprimento de cativos nessa fase da economia cafeeira
(1820/1840).
– 1850 = EXTINÇÃO DO TRÁFICO DE ESCRAVOS + LEI DE TERRAS + CENTRALIZAÇÃO DA
GUARDA NACIONAL + PRIMEIRO CÓDIGO COMERCIAL;
– MINISTÉRIO DA CONCILIAÇÃO = 1853-1856 – ACORDO NACIONAL ENTRE LIBERAIS E
CONSERVADORES;
– SILVA JARDIM = REPUBLICA PELA REVOLUÇÃO POPULAR / QUINTINO BOCAIÚVA = REPÚ-
BLICA PELA TRANSIÇÃO PACÍFICA;
– REPUBLICANOS DO RJ = MAIOR REPRESENTAÇÃO POLÍTICA DOS CIDADÃOS, DIREITOS E
GARANTIAS INDIVIDUAIS, FIM DA ESCRAVIDÃO, FEDERALISMO; Apesar de muito ativo na propa-
ganda o movimento republicano do RJ não conseguiu organizar-se em partido politico.
– REPUBLICANOS DE SP = MAIOR ÊNFASE AO FEDERALISMO, BURGUESIA CAFEEIRA, MENOR
INTERESSE PELAS LIBERDADES CIVIS E POR EVITAR FALAR NO PROBLEMA DA ESCRAVIDÃO;
– OS LIBERAIS DO PERÍODO REGENCIAL, COM O REGENTE FEIJÓ, REDUZIRAM OS EFETIVOS
MILITARES E CRIARAM A GUARDA NACIONAL;
– LEI SARAIVA 1881 = REFORMA ELEITORAL PROPOSTA NO IMPÉRIO QUE ESTABELECIA O
VOTO DIRETO PARA AS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS, ACABANDO COM A DISTINÇÃO ENTRE VO-
TANTES E ELEITORES, MANTINHA-SE O VOTO CENSITÁRIO E INTRODUZIA-SE O CENSO LITE-
RÁRIO, OU SEJA, ANALFABETOS NÃO PODIAM MAIS VOTAR E O DIREITO DE VOTO ERA ESTEN-
DIDO AOS NÃO CATÓLICOS, AOS BRASILEIROS NATURALIZADOS E AOS LIBERTOS;
– A BALANÇA COMERCIAL DO IMPÉRIO FOI NO GERAL POSITIVA, MAS TINHA QUE ATENDER
AO SERVIÇO DA DÍVIDA EXTERNA;
Pouco mais de 300 mil imigrantes entraram no Brasil entre 1846 e 1875, metade deles portugueses.
O açúcar manteve o segundo lugar em nossa pauta de importações, mas entre 1861-1870 foi ultra-
passado pelo algodão. O cultivo do algodão concentrava-se em Pernambuco, Maranhão, Alagoas e
Paraíba sendo produzido por pequenos e médios agricultores.
Apesar dos EUA serem o principal importador de nosso café, a Inglaterra até a década de 1870-80 �-
gurou em primeiro lugar entre os países de destino das mercadorias exportadas pelo Brasil.
Minas não se vinculava predominantemente ao mercado externo. A base de sua economia consistia
na criação de animais e no cultivo de alimentos. Até a abolição Minas foia província de maior popula-
ção e o maior número de escravos, embora fosse proporcionalmente superada pelo RJ em numero de
cativos. Era uma região escravista com uma economia voltada para o mercado interno.
 
REPÚBLICA VELHA
– CONSTITUIÇÃO DE 1891 = MANDATO DE DEPUTADO POR 3 ANOS E PRESIDENTE 4 ANOS.
OS SENADORES COM MANDATO DE 9 ANOS, 3 SENADORES REPRESENTANDO CADA ESTADO;
a ideia de ultra federalismo sustentada pelos positivistas gaúchos, foi combatida tanto pelos militares
como pelos paulistas.
Os eleitores eram os homens maiores de 21 anos, excluídos os mendigos, os analfabetos e praças mi-
litares. A mulher continuou implicitamente impedida de votar. Extinguiu-se a pena de morte, rara-
mente aplicada no Império.
– NA REVOLUÇÃO FEDERALISTA, TÍNHAMOS = REPUBLICANOS HISTÓRICOS (POPULAÇÃO DO
LITORAL) X LIBERAIS, FEDERALISTAS OU MARAGATOS (POPULAÇÃO RURAL). MOTIVO= REVI-
SAR A CONSTITUIÇÃO ESTADUAL QUE PERMITIA A REELEIÇÃO DO PRESIDENTE DA
PROVÍNCIA;
– O VOTO NÃO ERA OBRIGATÓRIO, NEM SECRETO. O COMPARECIMENTO ELEITORAL NA RE-
PÚBLICA VELHA CRESCEU EM RELAÇÃO AO IMPÉRIO. A participação eleitoral cresceu 400% en-
tre 1886 e 1898.
– SERIA ERRÔNEO PENSAR QUE OS CORONEIS DOMINARAM A CENA POLÍTICA DA PRIMEIRA
REPÚBLICA, POIS ELES DEPENDIAM DE OUTROS GRUPOS;
Em SP a elite politica oligárquica esteve mais próxima dos interesses dominantes, ligados à economia
cafeeira e, com o correr do tempo, também à indústria.
O PRR gaúcho impôs-se como uma maquina politica forte, inspirada em uma versão autoritária do
positivismo, arbitrando os interesses dos estancieiros e imigrantes em ascensão. A oligarquia mineira
não era simples instrumento dos cafeicultores e criadores de gado. Era uma maquina de políticos pro-
�ssionais que tirava boa parte de seu poder nomeando funcionários, legalizando posse de terras e de-
cidindo investimentos de infraestrutura.
MG e a União
Minas se equilibrava entre o café, o gado e de certo modo, a indústria sem ter um polo dominante.
Sem ter o dinamismo de SP o estado dependia dos benefícios da União.
A elite politica mineira guardou certa distância dos interesses especí�cos do “café” e do “leite” e acu-
mular poder como políticos pro�ssionais. Pelo censo de 1890 �caram com 37 deputados na Câmara
Federal e os paulistas 22. Eles controlavam o acesso a muitos cargos federais e a construção de mui-
tas ferrovias em território mineiro. Nos anos 1920 quase 40% das novas estradas de ferro federais ali
se concentraram.
RGS e a União
– OS POLÍTICOS GAÚCHOS REPRESENTAVAM UM ESTADO DEDICADO ESSENCIALMENTE A
ATIVIDADES VOLTADAS PARA O MERCADO INTERNO; Na economia defendiam politica conserva-
dora de gastos do governo federal e estabilização de preços. A in�ação era prejudicial ao mercado do
charque.
O Nordeste
A Bahia tinha o mesmo numero de deputados de SP e Pernambuco 17. Entre 1896 e 1911 através de
Francisco Rosa e Silva, Pernambuco exerceu a liderança do Nordeste.
Café com Leite
A campanha presidencial de 1909-10 foi a primeira disputa efetiva da vida republicana. Rui Barbosa
procurou atrair o voto da classe média, defendendo os princípios democráticos e o voto secreto.
A estrela do RGS começou a aparecer a partir da eleição de Afonso Pena e passou a ser 3º força politica do
Brasil no governo de Hermes da Fonseca.
MG e SP realizam um pacto não escrito em Ouro Fino, em 1913, para se revezar na presidência e evi-
tar disputas entre si.
O Estado e a Burguesia do Café
Três presidentes saídos de SP- Rodrigues Alves, Campos Sales e Washington Luís- desagradaram o
setor cafeeiro ou chocaram-se com ele. Já que um presidente devia se preocupar com os interesses
gerais da Nação.
SP sozinho recebeu 52,4% dos imigrantes até a década de 1920. Entre 1897 -1930 os italianos for-
mavam o grupo mais numeroso (35,5%) e atrás vinham portugueses e espanhóis.
– NA IMIGRAÇÃO, O AUXÍLIO DO GOVERNO SÓ ERA DADO A QUEM FOSSE ENCAMINHADO
PARA AS FAZENDAS;
– UMA CARACTERÍSTICA DA IMIGRAÇÃO PORTUGUESA FOI A SUA CONCENTRAÇÃO MAIOR
NAS CIDADES; Assim como os japoneses os espanhóis permaneceram longo tempo em atividades
agrícolas e pela preferencia de viver em pequenas cidades do interior.
– O COLONATO VEIO SUBSTITUIR A EXPERIÊNCIA FRACASSADA DA PARCERIA. OS COLONOS,
OU SEJA, A FAMÍLIA DE TRABALHADORES IMIGRANTES SE RESPONSABILIZAVA PELO TRATO
DO CAFEZAL E PELA COLHEIRA, RECEBENDO BASICAMENTE DOIS PAGAMENTOS EM DI-
NHEIRO: UM ANUAL, PELO TRATO DE TANTOS MIL PÉS DE CAFÉ E OUTRO POR OCASIÃO DA
COLHEITA.
– “CONTRATOS DE FORMAÇÃO” = OS COLONOS PLANTAVAM O CAFÉ, CUIDAVAM POR 4
ANOS, NÃO RECEBIAM SALÁRIOS, MAS PODIAM PLANTAR GÊNEROS ALIMENTÍCIOS ENTRE AS
FILEIRAS DOS CAFEZAIS NÃO SÓ PARA O SEU CONSUMO, COMO PARA A VENDA EM MERCA-
DOS LOCAIS;
– AO MESMO TEMPO EM QUE A PRODUÇÃO CAFEEIRA AUMENTOU, OCORREU EM SP UMA
DIVERSIFICAÇÃO AGRÍCOLA QUE SE LIGA À ASCENSÃO DOS IMIGRANTES. ESTIMULADA PE-
LAS CIDADES EM CRESCIMENTO, A PRODUÇÃO DE ARROZ, FEIJÃO E MILHO EXPANDIU-SE.
No seu apogeu a borracha ocupou o segundo lugar em nossa pauta de exportações, ponto máximo
entre 1898 e 1910 equivalendo a um quarto de nossas vendas no exterior.
Industrialização
A Bahia foi o primeiro núcleo das atividades têxteis reunido 5 das nove fabricas do Brasil em 1866.
Em 1885 a produção se deslocara para o centro-sul. Em numero MG tinha mais unidades fabris, mas
o DF concentrava as mais importantes.
– O ESTADO NÃO FOI NEM UM ADVERSÁRIO NEM UM INCENTIVADOR DA INDÚSTRIA NA RE-
PÚBLICA VELHA;
O capital estrangeiro não dominou nossa economia, mas se localizou em setores estratégicos.
– ENQUANTO SP TEVE COMO CENTRO DE SUAS ATIVIDADES A AGRICULTURA DE EXPORTA-
ÇÃO, O RS DESENVOLVEU-SE QUASE INTEIRAMENTE EM FUNÇÃO DO MERCADO INTERNO;
– O MOVIMENTO OPERÁRIO CARIOCA TENDEU A BUSCAR O ALCANCE DE REIVINDICAÇÕES
IMEDIATAS, COMO AUMENTO DE SALÁRIO. A TRANSFORMAÇÃO RADICAL DA SOCIEDADE
NÃO FAZIA PARTE DE SUAS REINVIDICAÇÕES. AO CONTRÁRIO DISSO, NO MOVIMENTO DE SP
PREDOMINOU O ANARQUISMO, O ANARCO-SINDICALISMO, TINHA POR OBJETIVO A TRANS-
FORMAÇÃO RADICAL DA SOCIEDADE E A IMPLANTAÇÃO DO SOCIALISMO;
Na capital da republica a presença de jovens militares e a menor dependência das classes medias em rela-
ção às classes agrárias favoreceu até certo ponto uma politica de colaboração de classes. A composição
da classe operária se concentrava em setores vitais de serviços (ferroviário, marítimo, docas), trata-
dos com um pouco de consideração pelo governo. Havia também no RJ um maior contingente de
trabalhadores nacionais, acostumados a uma tradição paternalista nas relações patrão e
empregados.
Em SP a classe média girava em torno da burguesia do café e não havia grupos militares inquietos e
dispostos a se aliar com “os de baixo”. A maior presença de proletários estrangeiros favorecia a in�u-
encia difusa do anarquismo. Os patrões e o governo, principalmente o ultimo, eram o outro, o inimigo.
Na raiz do ciclo de greves de 1917 e 1920 temos: o agravamento da carestia com a I Guerra Mundial
com especulação de gêneros alimentícios e a existência de uma vaga revolucionaria na Europa aberta
com a Revolução Russa de Fevereiro e Outubro.
– A MAIORIA DOS FUNDADORES DO PARTIDO COMUNISTA PROVINHA DO ANARQUISMO.
Fato excepcional na América Latina onde quase todos os partidos resultaram de cisões do Partido
Socialista.
O PCB esteve na ilegalidade em quase toda sua historia. Até 1945 teve atuação legal entre março e
julho de 1922 e janeiro e agosto de 1927.
– LEI ANÍBAL DE TOLEDO OU LEI CELERADA = AUMENTOU OS PODERES DO GOVERNO PARA
FECHAR ORGANIZAÇÕES CUJOS ATOS FOSSEM CONSIDERADOS LESIVOS AO BEM PÚBLICO;
Na década de 1920, ou mesmo após a I Guerra Mundial, a presença da classe média urbana tornou-se
mais visível.
O sentido do Tenentismo
A Escola Militar da Praia Vermelha foi de�nitivamente fechada em 1904. Na Escola Militar de Rea-
lengo iniciada em 1911 o currículo em muito diferente. Agora se tratava de formar militares pro�ssi-
onais. O treinamento de o�ciais melhoroucom a ida de 3 turmas para a Alemanha entre 1906 e 1910.
Hermes da Fonseca era entusiasta da organização militar alemã. Nos anos 1920, a renovação militar
se ampliou com vinda da missão francesa.
Em que consistia a salvação?
Reduzir o poder da oligarquia nas áreas onde isto parecia mais fácil e eram mais chocantes as desi-
gualdades sócias. Dai a atuação nos estados do Norte e Nordeste: Ceará, Pernambuco, Alagoas. O
que se viu foi a substituição de velhas oligarquias por novas.
Os tenentes queriam centralizar o poder novamente para educar o povo e seguir uma politica vaga-
mente nacionalista. Faziam restrições às eleições diretas, ao sufrágio universal, insinuando a crença
no autoritarismo para a reforma do Estado e da sociedade.
Os civis
No governo Bernardes a presidência mostrou pouca disposição para arcar com a politica de valoriza-
ção do café. A saída foi transferir a defasa do café da União para os Estado de São Paulo. Uma lei esta-
dual de 1924 criou o Instituto Paulista de Defesa Permanente do Café, depois Instituto do Café do
Estado de S Paulo.
O PD paulista
Em 1926 surgiu o Partido Democrático (PD), com programa liberal propondo voto secreto e obriga-
tório, a representação das minorias e �scalização eleitoral por parte do Judiciário.
Carlos Prestes não entrou imediatamente no PCB. Com um pequeno grupo fundou a Liga da Ação
Revolucionaria, os comunistas condenavam seu personalismo até que uma ordem de Moscou garan-
tiu o ingresso de Prestes no partido em 1934.
ERA VARGAS
Os grandes industriais contavam com a proteção do PRP, no qual estavam representados. Não ti-
nham também razões para simpatizar com a oposição, pois eram um dos seus alvos. As associações
industriais foram favoráveis a Júlio Prestes. No RJ, o CIB (Centro Industrial Brasileiro) expressou so-
lidariedade ao candidato governista.
A partir de 1930 temos uma troca da elite no poder sem grandes rupturas. Caíram os quadros oligár-
quicos tradicionais. Subiram os militares, os técnicos diplomados, os jovens políticos e, um pouco
mais tarde, os empresários.
O novo Estado nascido após 1930 teve 3 elementos acentuados:
1)    A atuação econômica voltada gradualmente para a industrialização
2)    A atuação social tendente a dar alguma proteção ao trabalhador urbano.
3)    O papel central atribuído as Forças Armadas como suporte a criação de uma indústria de base e
como garantia da ordem interna.
Em 1930 o governo provisório de Vargas assumiu o Poder Executivo e o Legislativo ao dissolver o
Congresso Nacional e as assembleias estaduais e municipais. Todos os governadores, com exceção do
governador de Minas Gerais, foram demitidos e, em seu lugar, nomeados interventores federais.
– A IGREJA LEVOU A MASSA DA POPULAÇÃO CATÓLICA A APOIAR O NOVO GOVERNO DE
VARGAS. ESTE, EM TROCA, TOMOU MEDIDAS IMPORTANTES EM SEU FAVOR, DESTACANDO-
SE UM DECRETO DE 1931, QUE PERMITIU O ENSINO DA RELIGIÃO NAS ESCOLAS PÚBLICAS;
O controle da politica cafeeira passou inicialmente ao CNC (Conselho Nacional do Café), este ainda �-
cava sujeito aos interesses cafeeiros, pois era constituído por delegados dos estados produtores. Em 1933, o
órgão foi extinto e substituído pelo Departamento Nacional do Café (DNC) que efetivou a federali-
zação do café e tendo seus diretores nomeados pelo ministro da Fazenda.
– CÓDIGO DOS INTERVENTORES = 1931, NORMAS DE SUBORDINAÇÃO DOS INTERVENTORES
AO PODER CENTRAL. LIMITAVA A ÁREA DE AÇÃO DOS ESTADOS, QUE FICARAM PROIBIDOS
DE CONTRAIR EMPRÉSTIMOS EXTERNOS SEM AUTORIZAÇÃO DO GOVERNO FEDERAL, GAS-
TAR MAIS DE 10% COM SERVIÇO DE POLÍCIA MILITAR, PROIBIDOS DE DOTAR AS POLÍCIAS ES-
TADUAIS DE ARTILHARIA OU AVIAÇÃO EM PROPORÇÃO SUPERIOR AO EXÉRCITO;
– SURGIMENTO DAS JUNTAS DE CONCILIAÇÃO E JULGAMENTO PARA ARBITRAR CONFLITOS
ENTRE PATRÕES E OPERÁRIOS, UM ÚNICO SINDICATO POR CATEGORIA PROFISSIONAL DE
1931 A 1934. A sindicalização não seria obrigatória DEPOIS DE 1934, ADOÇÃO DO PRINCÍPIO DE
PLURALIDADE SINDICAL (POSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO DE MAIS DE 1 SINDICATO
POR CATEGORIA); Na prática a pluralidade não pegou e foi extinta novamente em 1939.
– REFORMA CAMPOS = O ENSINO SECUNDÁRIO PASSA A TER UM CURRÍCULO SERIADO, O EN-
SINO EM DOIS CICLOS, A FREQUÊNCIA OBRIGATÓRIA, A EXIGÊNCIA DE DIPLOMA DO NÍVEL
SECUNDÁRIO PARA INGRESSO NO ENSINO SUPERIOR;
– CÓDIGO ELEITORAL = 1ª LEI NACIONAL, OBRIGATORIEDADE DO VOTO E CARÁTER SECRETO,
– 1927: LEI ELEITORAL DO RN ERA UMA LEI ESTADUAL;
Apesar de contar com a simpatia de alguns núcleos agrários, da classe média e dos operários, os te-
nentes tiveram contra si a grande maioria da população de SP. Este é alias um bom exemplo de como
não podemos falar do tenentismo como expressão da classe media: em S Paulo, o movimento militar
foi para um lado; a classe social foi para o outro.
– NA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932, O ESPERADO APOIO DO RS E MG NÃO
OCORREU, O PLANO DOS REVOLUCIONÁRIOS ERA REALIZAR UM ATAQUE FULMINANTE
CONTRA A CAPITAL DA REPÚBLICA. DIVERSOS SETORES DA SOCIEDADE PAULISTA PARTICIPA-
RAM, COM EXCEÇÃO DA CLASSE OPERÁRIA ORGANIZADA; Esta revolução marcou o inicio da
aviação no Brasil como arma de combate, em proporções consideráveis.
– CONSTITUIÇÃO 1934 = PROIBIÇÃO DE DIFERENÇA DE SALÁRIOS PARA UM MESMO TRABA-
LHO, POR MOTIVO DE IDADE, SEXO, NACIONALIDADE OU ESTADO CIVIL. O ENSINO RELIGI-
OSO SERIA DE FREQUÊNCIA FACULTATIVA NAS ESCOLAS PÚBLICAS, SENDO ABERTO A TODAS
AS CONFISSÕES, NÃO SÓ A CATÓLICA. QUESTÕES DA SEGURANÇA NACIONAL;
A bancada de 40 deputados classistas- maior que a de MG- seria previsivelmente mais controlável
pelo governo e serviu para contrabalancear a oposição de SP e RGS.
– LEI DE SEGURANÇA NACIONAL = 1935, CRIMES CONTRA A ORDEM POLITICA E SOCIAL, TAIS
COMO A GREVE DE FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS, ETC;
O Integralismo (AIB) identi�cava como seus inimigos o liberalismo, o socialismo, o capitalismo �nan-
ceiro internacional em mãos dos judeus. A AIB atraiu para suas �leiras entre 100 mil e 200 mil pes-
soas. O que não é pouco num país de baixa mobilização politica.
O exercito se fortaleceu na Era Vargas tanto em números quanto em reequipamento e posições de
prestigio. Além do tenentismo, o numero de altas patentes militares simpáticos a republica velha era
um problema para a coesão do exercito.
A Revolução de 1931 ajudou a depurar o exército. Naquele ano 48 o�ciais foram exilados, entre eles
7 generais. No �m de 1933, 36 dos 40 generais da ativa tinham sido promovidos ao posto pelo novo
governo. No grupo leal a Vargas de destacaram Dutra e Góis Monteiro.
O programa da ANL era nacionalista, contudo nenhum de seus itens abordava diretamente os proble-
mas operários. A criação da ANL foi favorecida pela mudança do PCB. Com a entrada de Prestes, o
partido deixou de ser um pequeno agrupamento voltado para a classe operaria e se converteu num
organismo mais forte do ponto de vista numérico e composição social mais variada. A temática nacio-
nal passou a prevalecer sobre a temática social.
Ainda em 1936 o congresso aprovou a instalação de um Tribunal de Segurança Nacional.
O PRP se reconstituiu e se aproximou de Vargas.
– PODEMOS SINTETIZAR O ESTADO NOVO SOB O ASPECTO SOCIOECONÔMICO, DIZENDO
QUE REPRESENTOU UMA ALIANÇA DA BUROCRACIA CIVIL E MILITAR E DA BURGUESIA IN-
DUSTRIAL, CUJO OBJETIVO COMUM IMEDIATO ERA O DE PROMOVER A INDUSTRIALIZAÇÃO
DO PAÍS SEM GRANDES ABALOS SOCIAIS;
A burguesia industrial era menos radical que os técnicos governamentais no apoio ao intervencio-
nismo do Estado e na ênfase contra o capital estrangeiro. A burguesia reivindicava medidas no setor
de cambio e das tarifas sobre as importações que resultassem em proteção da indústria instalada no
Brasil.
– AS FORÇAS ARMADAS FORAM AS RESPONSÁVEIS PELA INSTALAÇÃO DE UMA INDÚSTRIA
ESTATAL DO AÇO. Já que Vargas e os grupos privados inclinavam-se por uma associação com capi-
tais estrangeiros alemães ou americanos.
Até 1942, a politica de substituição de importações se fez sem um planejamento geral, considerando-se cada setor como um caso especi�co. O incentivo à industrialização foi muitas vezes associado ao
nacionalismo, mas Getúlio evitou mobilizar a nação numa cruzada nacionalista.
– VARGAS APROVOU OS PLANOS MILITARES PARA A COMPRA DE ARMAS ALEMÃS, INGLESAS,
DA TCHECOSLOVÁQUIA, EUA.
– A PARTIR DE 1937, O ESTADO EMBARCOU COM MAIOR DECISÃO EM UMA POLÍTICA DE
SUBSTITUIR IMPORTAÇÕES PELA PRODUÇÃO INTERNA E DE ESTABELECER UMA INDÚSTRIA
DE BASE;
– NOVO CÓDIGO DE MINAS = 1940, PROIBIA-SE A PARTICIPAÇÃO DE ESTRANGEIROS NA MI-
NERAÇÃO E NA METALURGIA;
– A POLÍTICA DO CNP (CONSELHO NACIONAL DO PETRÓLEO CRIADO EM 1938) BLOQUEOU A
INICIATIVA DE EMPRESAS ESTRANGEIRAS;
– EM 1940, FOI CRIADO O IMPOSTO SINDICAL – INSTRUMENTO BÁSICO DE FINANCIAMENTO
DO SINDICATO E DE SUA SUBORDINAÇÃO AO ESTADO; A greve e o lockout patronal foram
proibidos.
– A PARTIR DE 1936, UMA LEI SEPAROU ENTRE FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS E
EXTRANUMERÁRIOS.
– O PERÍODO DE 1934-1940 CARACTERIZOU-SE PELA CRESCENTE PARTICIPAÇÃO DA ALEMA-
NHA NO COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL; Tornou-se o segundo mercado para o café e o 1º para
o nosso algodão.
A eclosão da 2º Guerra Mundial foi mais importante que o Estado Novo para a de�nição dos rumos
de nossa politica externa. No plano econômico a politica dos americanos foi conservadora. Seu inte-
resse voltou-se para as matérias primas estratégicas como a borracha, o minério de ferro, o manga-
nês, tentando obter o controle de compra destes materiais.
– A FEB NÃO FOI UMA INICIATIVA IMPOSTA PELOS ALIADOS, FOI UMA DECISÃO DO GO-
VERNO BRASILEIRO; Mais de 20 mil homens lutaram na Itália.
Até 1940 os migrantes para o sul provinham principalmente de Minas e não do nordeste. O núcleo de
maior atração era o DF.
Período democrático 
Nas eleições presidenciais de 1930 votaram 1,9 milhões de eleitores, representando 5,7% da popula-
ção total; em dezembro de 1945 votaram 6,2 milhões, representando 13,4% do povo brasileiro.
Dutra venceu com 55% dos votos contra 35% atribuídos ao brigadeiro Eduardo Gomes. O PCB alcan-
çou uma votação correspondente a 10% do total, com signi�cativa concentração de eleitores nas
grandes cidades. Surgiu como o 4º maior partido com 17 deputados e 1 senador ainda alcançando a
maior bancada na câmara municipal do DF.
Vargas elegeu-se senador pelo Rio Grande do Sul e S Paulo e deputado em 7 estados.
2º Mandato de Vargas
Ele obteve 48,7 do total de votos e Eduardo Gomes 29,7%. Um quarto da votação de Vargas veio de
SP, mostrando que o antigetulismo paulista era coisa do passado. Os tempos e a composição da popu-
lação de SP tinham mudado.
A constituição de 1946 estabeleceu 3 senadores por estado e para o DF. Votavam os maiores de 18
anos alfabetizados de ambos os sexos. Na constituição de 1934 a obrigatoriedade de voto feminino
era apenas para as mulheres que exercessem função pública remunerada.
– FUNDAÇÃO DO BNDE = 1952
– PLANO ARANHA = SEGUNDO GOVERNO DE VARGAS, TINHA POR OBJETIVO CONTROLAR A
EXPANSÃO DO CRÉDITO E DO CÂMBIO NAS TRANSAÇÕES COM O EXTERIOR.
– MARCHAS DA PRODUÇÃO = MARCHAS DO SETOR CAFEEIRO CONTRA O CONFISCO CAM-
BIAL PRESENTE NA INSTRUÇÃO Nº 70 DA SUMOC;
– MANIFESTO DOS CORONEIS = DEFENDIA A NECESSIDADE DE SE REEQUIPAR O EXÉRCITO,
REVER VENCIMENTOS E ESTABELECER CRITÉRIOS MAIS JUSTOS DE PROMOÇÃO. O DOCU-
MENTO DEMONSTRAVA UM ESTADO DE INQUIETAÇÃO DO EXÉRCITO DURANTE O SEGUNDO
GOVERNO DE VARGAS;
– MANIFESTO DOS GENERAIS = EXIGIAM A RENÚNCIA DE VARGAS APÓS O ATENTADO A CAR-
LOS LACERDA;
– CARTA BRANDI = UMA SUPOSTA CARTA QUE MOSTRAVA JOAO GOULART SE ALIANDO A PE-
RÓN PARA DEFLAGRAR NO BRASIL UM MOVIMENTO ARMADO, QUE INSTAURARIA UMA RE-
PÚBLICA SINDICALISTA;
Governo JK
A UDN lançou o general Juarez Távora que era adversário do getulismo. Juscelino alcançou 36% dos
votos e Juarez 30%.
A alta o�cialidade das Forças Armadas- especialmente o exército- estava disposta, em sua maioria, a
garantir o regime democrático, dentro de certos limites. Estes diziam respeito à preservação da or-
dem interna e ao combate ao comunismo. Os dois temas estão relacionados, pois o comunismo re-
presentava a inversão extrema da ordem social.
Nem todos os “golpistas” eram “entreguistas”. Alguns deles combinavam a ideia do golpe com a de-
fesa dos interesses nacionais.
Juscelino governou enfatizando a necessidade de se promover “desenvolvimento e “ordem”, objetivos
gerais compatíveis com os das Forças Armadas. Ele tratou de atender demandas especi�cas da cor-
poração militar, no plano de vencimentos e equipamentos.
– NACIONAL-DESENVOLVIMENTISMO = SINTETIZA UMA POLÍTICA ECONÔMICA QUE TRA-
TAVA DE COMBINAR O ESTADO, A EMPRESA PRIVADA NACIONAL E O CAPITAL ESTRANGEIRO
PARA O DESENVOLVIMENTO, COM ÊNFASE NA INDUSTRIALIZAÇÃO;
A atuação dos sindicatos foi se concentrando cada vez mais no setor público ou de utilidade pública.
Além disto, no setor de mercado, o peso da organização sindical se concentrou mais nos setores tra-
dicionais em declínio, caso típico dos têxteis. Nesta época, o sindicalismo teve di�culdades em pene-
trar em um setor de ponta- a indústria automobilística. As multinacionais atraiam os trabalhadores
com benefícios e esperança de promoções.
– JK ROMPE COM O FMI;
Lott foi um candidato desastroso. Falava mal em publico e tentava assumir arti�cialmente o discurso
getulista. Desagradava o PSD com sua defesa sincera do voto aos analfabetos; desagradava ao PTB e
a esquerda com suas criticas sinceras a Cuba e ao comunismo.
– JÂNIO QUADROS REPRESENTAVA AS ESPERANÇAS DA ELITE ANTIGETULISTA;
JUC (Juventude Universitária Católica) foi assumindo posições socialistas e entrou em choque com a
hierarquia eclesiástica. Dela nasceu a Ação Popular, com objetivos revolucionários e desvinculada da
Igreja sendo duramente reprimida após 1964.
– PLANO ECONÔMICO DE JÂNIO = FORTE DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL, CONTENÇÃO DOS
GASTOS PÚBLICOS E DA EXPANSÃO MONETÁRIA. OS SUBSÍDIOS PARA A IMPORTAÇÃO DE
TRIGO E PETRÓLEO FORAM REDUZIDOS, O QUE PROVOCOU UMA ELEVAÇÃO NO PREÇO DO
PÃO E DOS COMBUSTÍVEIS;
– HOUVE UM AVANÇO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS, COMO OS SETORES ESQUECIDOS DO
CAMPO. O MOVIMENTO RURAL MAIS IMPORTANTE DO PERÍODO FOI O DAS LIGAS CAMPO-
NESAS, TENDO COMO LÍDER OSTENSIVO UMA FIGURA DA CLASSE MÉDIA URBANA – O ADVO-
GADO PERNAMBUCANO FRANCISCO JULIÃO, QUE PROMOVEU AS LIGAS À MARGEM DOS
SINDICATOS E TRATOU DE ORGANIZAR OS CAMPONESES. AS LIGAS COMEÇARAM A SURGIR
EM FINS DE 1955, PROPONDO DEFENDER OS CAMPONESES CONTRA A EXPULSÃO DA TERRA,
A ELEVAÇÃO DO PREÇO DOS ARRENDAMENTOS, A PRÁTICA DO CAMBÃO, PELA QUAL O CO-
LONO DEVERIA TRABALHAR UM DIA POR SEMANA DE GRAÇA PARA O DONO DA TERRA.
– SURGIRAM LIGAS EM VÁRIOS PONTOS DO PAÍS, SOBRETUDO NO NORDESTE.
– EM 1961, REALIZOU-SE EM BH O I CONGRESSO NACIONAL DOS TRABALHADORES
AGRÍCOLAS.
– A IGREJA CATÓLICA PROMOVEU NO NORDESTE A SINDICALIZAÇÃO RURAL, AO MESMO
TEMPO EM QUE SE OPÔS ÀS LIGAS CAMPONESAS.
As greves aumentaram bastante em números. As paralisações tenderam a se concentrar no setor pú-
blico e espacialmente tenderam a se deslocar de SP para outras regiões do país. Temos a excessiva
dependência do movimento sindical em relação ao regime politico. A queda do regime levaria com ele
o sindicalismo populista.
Politica
O PTB foi o partido que mais cresceu entre 1945 e 1964, passando de 22 deputados federais para
116 em 1962.  O PSD e a UDN declinaram, em 1945 elegeram juntos 81% dos deputados federais e
caindo para 51% nas eleições de 1962.
Um setor do PCB opôs-se às tímidas medidas de liberalização promovidas no interior do partido e à
linha de colaboração com o governo Jango. Dai nasceu o PC do B que encontrou na China e depois na
Albânia seu suposto modelo de �delidade aos princípios marxista-leninistas.
– REFORMAS DE BASE DE JOÃO GOULART:
A) REFORMA AGRÁRIA = COM O OBJETIVO DE ELIMINAR CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA E
GARANTIR O ACESSO;
B) REFORMA URBANA = CRIAR CONDIÇÕES PELAS QUAIS OS INQUILINOS PODERIAM SE TOR-
NAR PROPRIETÁRIOS DAS CASAS ALUGADAS;
C) REFORMA POLÍTICA= NECESSIDADE DE ESTENDER O DIREITO DE VOTO AOS ANALFABE-
TOS E AOS INFERIORES DAS FORÇAS ARMADAS.
– PLANO TRIENAL = REFORMA AGRÁRIA, REFORMAS ADMINISTRATIVAS, REDUÇÃO DOS GAS-
TOS PÚBLICOS, MAS NÃO DOS INVESTIMENTOS PÚBLICOS, CORTE DE SUBSÍDIOS A ALGUNS
PRODUTOS IMPORTADOS, AUMENTO DOS IMPOSTOS SOBRE OS GRUPOS DE RENDA MAIS
ALTA.
Nos últimos meses do governo Goulart a resolução dos con�itos pela via democrática foi sendo des-
cartada como impossível ou desprezível por todos os atores políticos. A direita ganhou os conserva-
dores moderados para sua tese: só uma revolução puri�caria a democracia pondo �m à luta de clas-
ses, ao poder dos sindicatos e os perigos do comunismo.
É certo que a maioria da o�cialidade preferira, ao longo dos anos, não quebrar a ordem constitucio-
nal, mas havia outros princípios mais importantes para os militares: a manutenção da ordem social,
o respeito à hierarquia, o controle do comunismo. Se estes princípios eram quebrados, então a or-
dem virava desordem e isto justi�cava a intervenção.
Regime Militar  
AI-1- baixado pelos comandantes das 3 armas- o objetivo era reforçar o Poder Executivo e reduzir o
campo de ação do congresso. O presidente da república �cava autorizado a enviar projetos de lei que
deveriam ser apreciados no prazo de 30 dias na câmara e igual prazo no senado; do contrario seriam
automaticamente aprovados. Também passou ao presidente a iniciativa dos projetos de lei que vies-
sem a criar ou aumentar despesas.
As imunidades parlamentares foram suspensas e o comando supremo �cou autorizado a cassar man-
datos em qualquer nível. Bem como a suspender direitos políticos por dez anos.
Ainda tínhamos o habeas corpus e a relativa liberdade de imprensa.
O AI- 1 estabeleceu a eleição de um novo presidente da república pelo congresso nacional.
– PAEG = CASTELO BRANCO, REDUZIR O DEFICIT DO SETOR PÚBLICO, CONTRAIR O CRÉDITO
PRIVADO E COMPRIMIR OS SALÁRIOS. BUSCOU CONTROLAR OS GASTOS DOS ESTADOS, ME-
LHORA DA SITUAÇÃO DAS EMPRESAS PÚBLICAS, CORTE DE SUBSÍDIO A PRODUTOS BÁSICOS
COMO TRIGO E PETRÓLEO. INTRODUÇÃO DA CORREÇÃO MONETÁRIA PARA PAGAMENTO
EM ATRASO.
– FIM DA ESTABILIDADE NO EMPREGO APÓS 10 ANOS, CRIAÇÃO DO FGTS;
A Constituição de 1967
Nas eleições de 1966, a ARENA obteve 63,9% dos votos válidos para a Câmara dos deputados e o
MDB, 36%. Houve 14% de votos em branco e 6,8% de votos nulos.
Submetido a novas cassações, o congresso foi fechado por 1 mês e reconvocado pelo AI-4 para se
reunir extraordinariamente a �m de aprovar o texto constitucional. A nova lei incorporou a legislação
que ampliou os poderes do Executivo, especialmente em matéria de segurança nacional, mas não
manteve os dispositivos excepcionais que permitiriam novas cassações de mandatos, perda de direi-
tos políticos etc.
– AI 2 = A ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE E VICE SERÁ REALIZADA POR MAIORIA ABSOLUTA NO
CONGRESSO + EXTINÇÃO DOS PARTIDOS POLÍTICOS EXISTENTES; com criação do
bipartidarismo.
– AI 3 = ELEIÇÃO INDIRETA PARA GOVERNADOR ATRAVÉS DAS ASSEMBLEIAS ESTADUAIS;
Costa e Silva
Ele concentrava as esperanças dos nacionalistas e dos linha-dura autoritários das Forças Armadas.
Estes estavam descontentes com a politica castelista de aproximação com os EUA e facilidades ao ca-
pital estrangeiro.
Ainda assim, o novo presidente buscou pontes com a oposição moderada e tratou de ouvir os dis-
cordantes. Na área trabalhista incentivou a organização de sindicatos e formação de lideranças sindi-
calistas con�áveis.
No Brasil o PCB opunha-se à luta armada. Em 1967, o grupo liderado por Carlos Marighela rompeu
com o partido e formou a ALN (Aliança de Libertação Nacional).
AI-5
O presidente da república voltou a ter poderes para fechar provisoriamente o congresso. Podia inter-
vir nos Estados e municípios, nomeando interventores. Permissão para cassar mandatos, direitos po-
líticos e demitir ou aposentar servidores públicos. O ato dava ainda poderes de suspender o habeas
corpus aos acusados de crimes contra a segurança nacional e das infrações contra a ordem econô-
mica e social.
– AI 13 = PENA DE BANIMENTO DO TERRITÓRIO NACIONAL A TODO BRASILEIRO QUE SE TOR-
NAR NOCIVO À SEGURANÇA;
– AI 14 = PENA DE MORTE PARA OS CASOS DE GUERRA EXTERNA, PSICOLÓGICA OU REVOLU-
CIONÁRIA; a pena de morte nunca foi formalmente aplicada.
Médici
O período do “milagre brasileiro” estendeu-se de 1969 a 1973, combinando o extraordinário cresci-
mento econômico com taxas relativamente baixas de in�ação. O PIB cresceu uma media anual de
11,2 %, tendo seu pico em 1973, com 13%. A in�ação media anual não passou de 18%. O esforço pela
diversi�cação que visava tornar o país menos dependente de um único produto, deu resultados. En-
tre 1946 e 1964, o café representava 57% do valor de nossas exportações. Passou a representar 37%
entre 1965 e 1971 e apenas 15% entre 1972 e 1975. O FMI criticou esta formula de facilitar a convi-
vência com a in�ação.
O milagre era excessivamente dependente do sistema �nanceiro e do comércio internacional, que
eram responsáveis pela facilidade de créditos e empréstimos externos. Outro ponto negativo era
contar demais com a necessidade de produtos importados como petróleo.
Os salários dos trabalhadores pouco quali�cados foram comprimidos, enquanto os ligados a adminis-
tração de empresas e publicidade se valorizaram ao máximo.
Geisel
Foi o 1º escolhido pelo colégio eleitoral da Carta Magna de 1967 já que o general Médici fora excepci-
onalmente apontado apenas pelo congresso.
Um dos motivos que levou Geisel a optar pela abertura foi o excessivo poder tomado pelos órgãos de
repressão. Um o�cial de patente inferior podia tomar decisões de vida e morte sem que um superior
na hierarquia militar o pudesse controlar ou contrariar. Além disso, a democracia relativa sempre
fora meta do grupo castelista do qual o novo presidente fazia parte.
No pacote de Abril de 1977- congresso posto em recesso e Geisel legislou por decretos. Temos a cria-
ção dos “senadores Biônicos” que eram fabricados por eleições indiretas de um colégio eleitoral facil-
mente controlado pelo governo.
O movimento operário veio à tona de novo no Governo Geisel. O eixo mais combativo se deslocou
das empresas públicas para a indústria automobilística, que era pouco atuante até 1964.
Em 1979 temos a nova lei orgânica dos partidos extinguindo o MDB e a ARENA
 Figueiredo
– 1982 = VOTO DIRETO PARA VEREADOR, PREFEITO E GOVERNADOR; voto vinculado obrigando
o eleitor a escolher candidatos do mesmo partido em todos os níveis de representação, de vereador a
governador.
O PDS situacionista venceu no senado com 46 cadeiras, o PMBD 21, o PDT e o PTB uma cada um. Na
câmara o PDS ganhou com 235 cadeiras e o PMDB 200, 24 do PDT, 13 do PTB e 8 do PT.
A emenda das Diretas Já precisava de dois terços dos votos para ser aprovada. Não passou na Câmara
por 22 votos a menos que o mínimo necessário e apesar de 55 deputados do PDS governista que fo-
ram favoráveis à mesma.
– A DITADURA MILITAR NÃO TEVE CARACTERÍSTICAS FASCISTAS; Os militares raramente atuaram
em bloco na arena politica, dividindo-se em diversas correntes, embora com pontos de contato: os cas-
telistas, a linha-dura e os nacionalistas. Podemos falar de um condomínio do poder entre os militares
como um grupo decisório �nal mais importante e a burocracia técnica do Estado. A palavra técnica in-
dica a diferença entre este novo estrato social e a velha burocracia existente no serviço publico.
Mandavam o Alto Comando Militar, os órgãos de repressão e informação e a burocracia técnica do
Estado.
O ultimo surto do café foi nos anos iniciais da década de 1950. Em 1950 representou 63,9 % das ex-
portações em contraste com os 34,9% de 1945. Depois foi declinando, em 1980 era apenas 12,3%
das nossas vendas exteriores.
Sarney
A alta de seu governo foi o respeito às liberdades públicas. Ainda em 1985 a legislação restabeleceu
as eleições diretas para presidente da República e o direito de voto aos analfabetos.– ASSIM COMO
A LEGALIZAÇÃO DE TODOS OS PARTIDOS POLÍTICOS.
– PLANO CRUZADO = O CRUZEIRO VIRA CRUZADO, A INDEXAÇÃO FOI ABOLIDA, OS PREÇOS,
OS ALUGUEIS E A TAXA DE CÂMBIO FORAM CONGELADOS, REAJUSTE DO SALARIO MINIMO
PELO VALOR DOS 6 ÚLTIMOS MESES, GATILHO SALARIAL, ABONO DE 8%.
O Brasil chegou à década de 1990 como uma das economias mais fechadas do mundo capitalista. As
importações mal alcançavam 5% da produção industrial.
A constituição de 1988 reforçou e estendeu monopólios estatais.
O governo de Itamar Franco manteve o programa de privatizações como o exemplo da venda da CSN.
O FMI era cético a respeito do Plano Real é não deu endosso a emissão de novos títulos da dívida ex-
terna brasileira feita pelo tesouro americano. Em 1993, a in�ação anual chegou a quase 2000%.
 
 
 
7 OPINIÕES SOBRE “RESUMO BORIS FAUSTO(ATUALIZAÇÃO)”
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