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FUNDAMENTOS 
DE AUDITORIA 
CONTÁBIL 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Identificar os conceitos, as terminologias, os princípios fundamentais e as
funções da contabilidade.
 > Reconhecer os principais usuários da contabilidade e sua importância.
 > Aplicar as técnicas de qualidade nas informações das demonstrações con-
tábeis.
Introdução
A contabilidade é um importante e indispensável instrumento de gestão para 
todas as pessoas jurídicas, porque fornece informações de natureza econômica, 
financeira, patrimonial, entre outras. Contudo, nem sempre os usuários da infor-
mação contábil têm as mesmas necessidades informacionais, e isso faz com que 
a contabilidade seja ainda mais útil no processo decisório, pois também produz 
dados de conteúdo físico, produtividade, desempenho e eficiência.
Para que seja possível fornecer todas essas informações, a contabilidade é 
norteada por normas, procedimentos e terminologias que são de domínio do 
profissional contábil, que, ao elaborar as demonstrações contábeis, assegura a 
qualidade da informação contábil no seu âmbito de abrangência.
Princípios 
fundamentais de 
contabilidade
Cleonice Witt
Neste capítulo, você vai conhecer o conceito, a importância e os principais 
usuários da contabilidade, além das áreas e funções do profissional contábil e as 
técnicas de qualidade nas informações das demonstrações contábeis. 
Princípios fundamentais da contabilidade
A contabilidade está presente no cotidiano de todas as pessoas, porém é 
obrigatória para as pessoas jurídicas de direito público e privado, com ou 
sem fins lucrativos, independentemente do seu tipo societário ou porte. A 
ciência contábil é, portanto, muito abrangente, pois abarca configurações 
de pessoas jurídicas distintas, de direito público e privado, que têm como 
função principal auferir lucro ou fim social. 
Entretanto, a abrangência da contabilidade não decorre apenas do aspecto 
legal, mas da necessidade informacional das organizações na condução do 
negócio, visto que o cotidiano exige tomada de decisões, e, nesse caso, os 
dados são fundamentais como suporte ao processo decisório. No tocante a 
esse processo, quem o comanda são as pessoas que formam o conjunto dos 
usuários da informação contábil. 
Assim, usuários da informação contábil são pessoas físicas ou jurídicas 
que tenham interesse em conhecer os dados de uma entidade, podendo ser 
usuários internos, como gerentes, diretores, funcionários, e/ou externos à 
empresa, como acionistas, instituições financeiras, fornecedores, governo, 
sindicato, entre outros (MARION, 2018).
Geralmente os dados que interessam a esses usuários são os que constam 
nos relatórios e nas demonstrações contábeis e que englobam principalmente 
informações econômico-financeiras, como a posição do patrimônio, o valor 
do capital, montante das despesas e receitas, fluxos de caixa, entre outras. 
Veja na Figura 1 o fluxo de geração das informações contábeis até o momento 
em que essas informações são entregues para os usuários interessados 
nesses dados. 
Princípios fundamentais de contabilidade2
Figura 1. Fluxo de geração das informações contábeis.
Fonte: Marion (2018, p. 5).
Conforme a Figura 1, a coleta de dados é o primeiro passo no registro das 
informações contábeis e se dá por meio de documentos que evidenciam a 
ocorrência do fato, como, por exemplo, notas fiscais. Na sequência, os fatos 
são registrados por meio de softwares contábeis, fiscais e gerenciais, nos 
quais são processados. Após o processamento, os dados são base para a 
elaboração dos relatórios, como o balanço patrimonial, e utilizados pelos 
usuários na tomada de decisões como fonte de informações.
Nesse contexto, pode-se conceituar contabilidade como o sistema de in-
formação que controla o patrimônio de uma entidade (PADOVEZE, 2016). Desse 
modo, destaca-se que a contabilidade tem como objetivo controlar o patrimônio 
das entidades, por meio de técnicas, apresentando os seus diversos aspectos 
e variações. Ao controlar o patrimônio das entidades, a contabilidade é capaz 
de produzir informações acerca desse patrimônio, tais como a forma que ele 
está constituído, montante de dívidas e de capital próprio, valores disponíveis 
em caixa, banco e aplicações financeiras, bens para revenda e/ou produção 
alocados em estoque, bens próprios em utilização, dentre outros dados.
A partir dos elementos produzidos pela contabilidade é possível calcular 
índices que possibilitam avaliar a situação econômico-financeira da entidade. 
Essa análise é muito utilizada pelos gestores para verificar a conjuntura do 
negócio, pelas instituições financeiras para analisar a viabilidade da concessão 
de empréstimos e financiamentos, pelos investidores para averiguar se a 
entidade é um bom negócio para se investir, pelos fornecedores no momento 
de liberar as compras a prazo, entre outros.
Princípios fundamentais de contabilidade 3
Dessa forma, conclui-se que a função da contabilidade é prover de informa-
ções os usuários internos e externos, por meio dos relatórios e demonstrações 
contábeis, e realizar análise de caráter quantitativo e qualitativo sobre o 
patrimônio das entidades. 
Para cumprir esse papel, a contabilidade utiliza um conjunto de termos 
para realizar as suas atividades. Essa terminologia própria e homogênea 
facilita o entendimento e a comunicação com os usuários da informação 
contábil. Dessa forma, cada uma das áreas contábeis possui sua terminologia 
própria, por isso, é importante que o profissional se especialize na área em 
que deseja atuar. 
É comum encontrarmos nas diversas profissões terminologias pró-
prias, com palavras cujos significados são específicos para aquela 
área de trabalho, e na contabilidade não é diferente. Algumas das palavras mais 
comuns na contabilidade são: ativo, passivo, débito, crédito, conta, lançamento, 
partidas dobradas, despesa, receita, gasto, custo, plano de contas, entre outras 
(RIBEIRO, 2019). 
Características qualitativas da informação contábil
Para ser útil aos seus usuários, a informação contábil precisa preencher 
certos requisitos indispensáveis para garantir a qualidade necessária. 
Portanto, não é qualquer informação produzida que é útil. Ela deve 
atender a certas exigências que estão previstas nas normas contábeis 
emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). 
O atendimento a esses requisitos é indispensável para não induzir o 
usuário da informação a erro, uma vez que ele toma decisões baseadas 
nessas informações. Por exemplo, se você for viajar para um destino cujo 
caminho você não conhece e alguém alguém lhe indicar um caminho errado, 
você poderá chegar a um destino que não gostaria, a algum lugar perigoso e 
até mesmo ficar sem condições de retornar. O mesmo ocorre com o usuário 
da informação contábil caso as informações que lhe sejam oferecidas não 
preencham as características qualitativas da informação contábil. Essas 
características são divididas em fundamentais e de melhoria, as quais serão 
abordadas nas seções a seguir.
Princípios fundamentais de contabilidade4
Características qualitativas fundamentais
Segundo a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral (NBC), as ca-
racterísticas qualitativas fundamentais são de relevância e representação 
fidedigna. A informação contábil é relevante quando ela é capaz de fazer a 
diferença na tomada de decisões dos seus usuários, como quando elas per-
mitem ao usuário prever determinadas situações e/ou confirmar avaliações 
já realizadas com base em dados contábeis ou até de outras fontes. Além 
disso, a materialidade é um aspecto da relevância da informação contábil, 
pois a informação é material quando a sua distorção, omissão ou incerteza 
pode influenciar as decisões do seu usuário (CONSELHO FEDERAL DE CONTA-
BILIDADE, 2019).
Com base no exemplo anterior, agora suponha que quando você for viajar 
para um destino cujo caminho é desconhecido e alguém lhe der uma infor-
mação que possibilite prever o melhor horário para a viagem a fim de nãoenfrentar congestionamentos, essa informação será relevante e fará toda a 
diferença na sua viagem. 
Assim, é com a utilização da informação contábil. Por exemplo, se um 
gestor que está prestes a tomar a decisão de contratar mais 100 empregados 
consultar os relatórios e demonstrações contábeis, nos quais consta que, em-
bora as vendas estejam em alta, os clientes não estão pagando as operações 
realizadas a prazo. Devido a essa insuficiência de recursos, não será possível 
arcar com um aumento na folha de pagamento de 100 novos empregados, 
mas sim de 40. Assim, essa informação foi extremamente relevante e evitou 
a contratação em um momento inadequado para tais despesas. 
Já a característica da representação fidedigna da informação contábil 
se refere à confiabilidade que essas informações devem ter. Para que a 
informação contábil seja confiável, ela deve ser completa, neutra e isenta de 
erros. Mesmo sabendo que a perfeição nem sempre é possível de se alcançar, 
o objetivo dessa característica é aumentar o máximo possível a completude 
e a neutralidade e diminuir ou extinguir a ocorrência de erros.
A informação é completa quando contém todos os dados importantes 
para que o usuário compreenda os fenômenos que estão sendo represen-
tados e inclui todas as descrições e explicações necessárias — por exemplo, 
a representação completa do grupo de ativos, a descrição da natureza dos 
ativos do grupo, o valor de todos os componentes do grupo de ativos e a 
descrição daquilo que a representação numérica retrata (CONSELHO FEDERAL 
DE CONTABILIDADE, 2019).
Princípios fundamentais de contabilidade 5
A neutralidade da informação contábil é caracterizada por não ser ten-
denciosa na seleção de informações financeiras que devem ser apresentadas 
e por não conter manipulações que façam com que elas transmitam uma 
situação favorável ou desfavorável.
A isenção de erros significa que o processo utilizado para produzir as 
informações apresentadas foi selecionado e aplicado sem erros no processo. 
No entanto, a informação contábil isenta de erros não quer dizer que a re-
presentação tem de ser precisa em todos os aspectos, mas, sim, que não há 
erros ou omissões na descrição do fenômeno. Por exemplo, a estimativa de 
preço ou de valor não observável não pode ser determinada como precisa 
ou imprecisa (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2019).
Características qualitativas de melhoria
As características qualitativas da informação contábil de melhoria compre-
endem comparabilidade, capacidade de verificação, tempestividade e com-
preensibilidade, as quais melhoram a utilidade das informações relevantes e 
possuem representação fidedigna do que pretendem representar (CONSELHO 
FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2019).
A comparabilidade se fundamenta na possibilidade de a informação con-
tábil de uma entidade ser comparada com dados de outras entidades e com 
informações similares de outro período da mesma entidade. Sendo assim, 
a comparabilidade jamais se refere a um único elemento, mas, no mínimo, 
a dois itens. Nesse caso, é indispensável que os itens a serem comparados 
tenham consistência, como, por exemplo, a utilização dos mesmos métodos.
A capacidade de verificação como uma característica qualitativa da in-
formação contábil diz respeito à possibilidade de vários observadores bem-
-informados e independentes chegarem ao consenso de que determinada 
representação é fidedigna (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2019).
A tempestividade se caracteriza por disponibilizar as informações no tempo 
certo, ou seja, a tempo de serem analisados os dados que podem influenciar 
na tomada de decisões. De modo geral, quanto mais antiga é a informação, 
menos utilidade ela tem, porém há casos que mesmo informações passadas 
continuam tendo utilidade, como identificação e avaliação de tendências 
(CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2019).
Também a informação contábil é dotada de melhoria quando ela é com-
preensível e os dados estão ordenados e classificados com clareza e precisão. 
Destaca-se que as características qualitativas de melhoria, sendo conside-
radas individualmente ou na sua totalidade, não têm a capacidade de tornar 
Princípios fundamentais de contabilidade6
informações que são irrelevantes em relevantes, duvidosas em confiáveis. Por 
isso, são características de melhoria, uma vez que esses atributos guarnecem 
as informações contábeis de maior utilidade aos seus usuários.
As características qualitativas da informação contábil não se resu-
mem a meros atributos imprescindíveis às informações, elas assu-
mem relevância ao abarcar em seu perfil os princípios contábeis, anteriormente 
expressos na Resolução nº 750/93 e, atualmente, na NBC TG Estrutura Conceitual 
(CFC, 2019).
Contabilidade e o profissional contábil
O profissional habilitado a exercer as funções inerentes às áreas contábeis 
é o contador, bacharel em ciências contábeis. O Decreto-lei nº 9295/46 criou 
o Conselho Federal de Contabilidade e os CRCs e definiu as atribuições do 
contador. Conforme o decreto, somente podem exercer a profissão de contador 
e atuar nas áreas contábeis os profissionais que, após a regular conclusão do 
curso de bacharelado em ciências contábeis, reconhecido pelo Ministério da 
Educação, obtêm a aprovação em Exame de suficiência e registro pelo CRC 
ao qual estiverem sujeitos (BRASIL, 1946). 
Entre as atribuições dos profissionais contábeis estão:
 � organização e execução de serviços de contabilidade em geral;
 � escrituração dos livros de contabilidade obrigatórios, bem como de 
todos os necessários no conjunto da organização contábil e levanta-
mento dos respectivos balanços e demonstrações;
 � perícias judiciais ou extrajudiciais, revisão de balanços e de contas 
em geral, verificação de haveres, revisão permanente ou periódica de 
escritas, regulações judiciais ou extrajudiciais de avarias grossas ou 
comuns, assistência aos conselhos fiscais das sociedades anônimas 
e quaisquer outras atribuições de natureza técnica conferidas por lei 
aos profissionais de contabilidade (BRASIL, 1946).
Segundo Marion (2018), o profissional contador poderá exercer as ati-
vidades citadas em áreas como contabilidade financeira, contabilidade 
de custos, contabilidade gerencial, contabilidade estratégica, auditoria 
e ocupar cargos como de analista financeiro, perito, consultor, professor, 
Princípios fundamentais de contabilidade 7
pesquisador contábil, servidor público, assessor, gestor, entre outros. Ainda 
segundo o autor, o contador poderá atuar em diferentes regimes e ambientes 
profissionais, tais como os que são descritos a seguir.
 � Empresas: contador geral, contador de custos, controller, subcontador, 
auditor interno, contador fiscal, contador internacional.
 � Profissional autônomo: auditor independente, consultor, proprietário 
de escritório contábil, perito contábil.
 � Ensino: professor, pesquisador, escritor, conferencista.
 � Órgãos públicos: contador público, fiscal de tributos, cargos em tri-
bunais de contas.
Além dessas diversas áreas e funções, cabe salientar que o profissional 
contador poderá complementar a sua formação com especializações em 
áreas ainda mais específicas.
Escrituração contábil
Para cumprir o seu maior papel, que é o de gerar informações para tomada 
decisões e para a gestão das entidades, a contabilidade se utiliza de diver-
sas técnicas, dentre elas, a escrituração e a elaboração das demonstrações 
contábeis. A escrituração precede a elaboração das demonstrações contábeis 
e a aplicação das demais técnicas, pois é por meio dela que os registros 
dos fatos administrativos ocorrem. Assim, escrituração é a técnica contábil 
utilizada para registro dos fatos que causam alteração no patrimônio das 
entidades e que permite a elaboração de demonstrativos e relatórios capazes 
de apresentar a posição patrimonial (CREPALDI, 2013). Lembra-se de que a 
realização da escrituração é responsabilidade de contabilista legalmente 
registrado, conforme a Lei nº 10.406, de 10 dejaneiro de 2002, em seu art. 
1.182 (BRASIL, 2002).
A escrituração deve ser feita em idioma e moeda nacionais, em ordem 
cronológica, com base em documentos fidedignos e pelo método das parti-
das dobradas. universalmente utilizado e exigido pelas normas contábeis. 
O método das partidas dobradas se baseia no princípio de que todo débito 
corresponde a um ou mais créditos de igual valor e vice-versa (CREPALDI, 
2013). Para realizar a escrituração contábil, o profissional deve seguir os 
procedimentos normatizados por meio da Interpretação Técnica Geral (ITG) 
2000 (R1) (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2014).
Princípios fundamentais de contabilidade8
Destaca-se que atualmente a escrituração contábil das médias e grandes 
empresas é realizada por meio do Sistema Público de Escrituração Digital 
(SPED), que é um software disponibilizado pela Receita Federal para todas as 
empresas, a fim de que elas mantenham e enviem informações de natureza 
contábil e fiscal (a partir da escrituração digital mantida nas empresas), in-
formações previdenciárias e livros fiscais, comerciais e contábeis (gerados a 
partir da escrituração e registrados nos órgãos responsáveis) e demonstrações 
contábeis (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2021).
A escrituração contábil é o ponto de partida para a geração das 
informações e elaboração dos relatórios e demonstrações contábeis.
Demonstrações contábeis
As demonstrações contábeis, também chamadas de demonstrações finan-
ceiras, fornecem informações a respeito da situação patrimonial e financeira 
e o desempenho da entidade. Segundo Crepaldi (2013), as demonstrações 
contábeis mostram os resultados da gestão da entidade em relação aos 
recursos que lhe foram confiados para administrar. 
Conforme o art. 176 da Lei nº 6.404 (BRASIL, 1976), ao final de cada exercício 
social, devem ser elaboradas as demonstrações contábeis ou demonstrações 
financeiras. Além disso, o artigo dispõe que as demonstrações contábeis 
devem exprimir com clareza a situação do patrimônio das empresas e as 
mudanças ocorridas no período por meio das seguintes demonstrações:
 � Balanço Patrimonial (BP);
 � Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);
 � Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
 � Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
 � Demonstração do Valor Adicionado (DVA).
O BP demonstra a situação patrimonial da entidade; a DLPA evidencia os 
lucros ou prejuízos acumulados ao longo dos exercícios; a DRE apresenta o 
lucro ou prejuízo apurado no exercício; a DFC expõe a movimentação do caixa; 
e a DVA exibe a riqueza gerada pela entidade.
Princípios fundamentais de contabilidade 9
Nem todas as empresas são obrigadas a elaborar todas essas de-
monstrações. Existem vários requisitos para identificar quais as 
demonstrações que cada entidade está obrigada legalmente a elaborar, embora, 
para fins gerenciais e de tomada de decisões, a elaboração de todas essas 
demonstrações é recomendada. 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC)
A contabilidade por ser uma ciência social, isto é, decorrente das ações 
humanas sobre o patrimônio das pessoas físicas e jurídicas, ela é dinâmica. 
Esse dinamismo faz com que as regras e normas devam ser examinadas 
e, se necessário, atualizadas para acompanhar o movimento social que 
interfere no patrimônio, que é o objeto da contabilidade. Além disso, o 
mercado globalizado passou a exigir que o mundo fale uma língua contá-
bil que tenha a mesma base, adaptável aos mercados conforme as suas 
características.
No Brasil, passou a existir o processo de convergências das normas con-
tábeis brasileiras para padrões internacionais, do qual resultou a revogação 
de normas que se tornaram inadequadas, atualização de outras e criação 
de novas normas disciplinadoras do novo cenário mundial. Assim sendo, foi 
criado o CPC, que tem como objetivo: 
[...] o estudo, o preparo e a emissão de documentos técnicos sobre procedimentos 
de contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a 
emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centraliza-
ção e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a 
convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais (COMITÊ DE 
PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2005, documento on-line).
O CPC é um órgão que interpreta, orienta e revisa normas para que o 
Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM), o Banco Central do Brasil (BACEN), Agência Nacional de Energia Elétrica 
(ANEEL), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Agência 
Nacional de Saúde (ANS), entre outros, realizem a emissão de normas que 
competem a cada órgão. Ao longo de sua existência, o CPC emitiu e revisou 
pronunciamentos contábeis, alguns deles podem ser vistos no Quadro 1.
Princípios fundamentais de contabilidade10
Quadro 1. Alguns pronunciamentos emitidos pelo CPC
Documento Título
CPC 00 Estrutura conceitual para relatório financeiro
CPC 01 Redução ao valor recuperável de ativos
CPC 02 Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de 
demonstrações contábeis
CPC 03 Demonstração dos fluxos de caixa
CPC 04 Ativo intangível
CPC 05 Divulgação sobre partes relacionadas
CPC 06 Arrendamentos
CPC 07 Subvenção e assistência governamentais
CPC 08 Custos de transação e prêmios na emissão de títulos e 
valores mobiliários
CPC 09 Demonstração do valor adicionado (DVA)
CPC 10 Pagamento baseado em ações
CPC 11 Contratos de seguro
CPC 12 Ajuste a valor presente
Fonte: Adaptado de Comitê de Pronunciamentos Contábeis ([2021]).
Cada um desses pronunciamentos se refere a um assunto específico, além 
de gerar uma norma específica. Após a emissão, os pronunciamentos são 
enviados para o órgão regulador competente, que analisa e emite a respectiva 
norma sobre o assunto. No caso do CFC, o conselho analisa, discute e emite 
as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCT) que devem ser aplicadas aos 
registros e demonstrações contábeis.
Com base nos assuntos apresentados neste capítulo, é possível con-
cluir que os profissionais da contabilidade, embasados nos conceitos e 
se utilizando das terminologias contábeis, podem gerar informações de 
qualidade para a tomada de decisões de usuários internos e externos 
das entidades.
Princípios fundamentais de contabilidade 11
Referências
BRASIL. Decreto-Lei nº 9.295 de 27 de maio de 1946. Cria o Conselho Federal de Contabi-
lidade, define as atribuições do Contador e do Guarda-livros e dá outras providências. 
Brasília: Presidência da República, 1946. Disponível em: https://cfc.org.br/wp-content/
uploads/2015/12/lei1249.pdf. Acesso em: 8 jun. 2021.
BRASIL. Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília: Presidência 
da República, 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/
l10406compilada.htm. Acesso em: 8 jun. 2021.
BRASIL. Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976. Brasília: Presidência da República, 1976. 
Dispõe sobre as sociedades por ações. Disponível em http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso 13 mai 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Conheça o CPC. Brasília: CPC, 2005. Disponível 
em: http://www.cpc.org.br/CPC/CPC/Conheca-CPC. Acesso em: 8 jun. 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamentos. Brasília: CPC, [2021]. 
Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos. 
Acesso em: 8 jun. 2021.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. ITG 2000 (R1) – escrituração contábil. Brasília: 
CFC, 2014. Disponível em: https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/ITG2000(R1).pdf. 
Acesso em: 8 jun. 2021.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TG Estrutura Conceitual, de 21 de novembro 
de 2019. Dá nova redação à NBC TG Estrutura Conceitual, que dispõe sobre a estrutura 
conceitual para relatório financeiro. Brasília: CFC, 2019. Disponível em: https://www1.
cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTGEC.pdf. Acesso em: 8 jun. 2021.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. SPED o que é.Brasília: CFC, 2021. Disponível 
em: https://cfc.org.br/tecnica/areas-de-interesse/sped/. Acesso em: 8 jun. 2021.
CREPALDI, S. A. Curso básico de contabilidade. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2013. 
MARION, J. C. Contabilidade empresarial. 18. ed. São Paulo: GEN, 2018.
PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade básica: contabilidade introdutória e inter-
mediária. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
RIBEIRO, O. M. Noções de contabilidade. São Paulo: Saraiva, 2019. 
Leitura recomendada
GIROTTO, M. Revogação da Resolução nº 750/1993: contexto e considerações. Bra-
sília: CFC, 2016. Disponível em: https://cfc.org.br/noticias/revogacao-da-resolucao-
-no-7501993-contexto-e-consideracoes/. Acesso em: 8 jun. 2021.
Princípios fundamentais de contabilidade12
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Princípios fundamentais de contabilidade 13

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