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2 GERACAO - POESIA 2 0

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a
b
c
d
e
A respeito da obra de Carlos Drummond de Andrade, é incorreto
afirmar que
a sua poética mantém uma relação ambígua com a memória,
com traços de esperança, embora sem saudosismo ou
idealização, como atestam os versos: “Pois de tudo fica um
pouco./ Fica um pouco de teu queixo/ no queixo de tua filha.”
(“Resíduo”).
( ) não é sua característica tratar do amor como luxúria carnal
que intensifica a dor de amar, conforme atestam os versos: “Não
cantarei amores que não tenho,/ e, quando tive, nunca celebrei.”
(“Nudez”).
não é marcada por terna evocação saudosista do passado,
como atestam os versos: “E de tudo fica um pouco./ Oh abre os
vidros de loção/ e abafa/ o insuportável mau cheiro da memória.”
(“Resíduo”).
o poeta jamais demonstra dúvidas relativamente ao amor,
conforme atestam os versos: “Amarei mesmo Fulana?/ ou é ilusão
de sexo?” (“O mito”).
o poeta não evita o tema da memória e só trata da expectativa
do futuro, como atestam os versos: “Amanhecem de novo as
antigas manhãs/ que não vivi jamais, pois jamais me sorriram.”
(“Campo de flores”).
Leia os poemas de Carlos Drummond de Andrade.
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar… as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o
convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto
Fernandes
que não tinha entrado na história.
Considere as afirmações a seguir em relação aos poemas de
Drummond:
a
b
c
d
e
I. “Cidadezinha qualquer” aborda a questão do cotidiano ao
associar a rotina de uma pequena cidade a uma determinada
condição existencial.
II. “Poesia” se encontra dentre os textos metapoéticos do autor,
quando a própria poesia é tematizada.
III. “Quadrilha” trata da ordem social violenta e injusta, acentuada
no traço trágico da finitude humana.
Está o que se afirma em:
I e III, apenas.
II e III, apenas.
I, II e III.
I e II, apenas.
I, apenas.
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e
Atente para estes versos de Carlos Drummond de Andrade,
compostos ao tempo da II Guerra Mundial, do poema “A noite
dissolve os homens”.
A noite desceu. Que noite!
Já não enxergo meus irmãos.
E nem tampouco os rumores
que outrora me perturbavam.
[...]
Aurora,
entretanto eu te diviso, ainda tímida,
inexperiente das luzes que vais acender
e dos bens que repartirás com todos os homens.
O poeta expressa nesse conjunto de versos a
fantasmagoria trevosa da guerra que se inicia em meio a um
desengano geral.
suspensão dos ideais de fraternidade para se passar a
combater o cruel inimigo.
dissolução sem remédio que a malignidade humana alimenta
num tempo de violência.
riqueza do momento histórico quando os homens já superaram
o flagelo da guerra.
sombra de uma época histórica à qual se contrapõe a
expectativa de sua superação.
TEXTO
AMorte não
existe para os mortos
Os mortos não
têm medo da morte desabrochada.
[5] Os mortos
conquistam a vida, não
a lendária, mas
a propriamente dita
a que perdemos
[10] ao nascer.
A sem nome
sem limite
sem rumo
(todos os rumos, simultâneos,
[15] lhe servem)
completo estar-vivo no sem fim
de possíveis
acoplados.
A morte sabe disto
[20] e cala.
Só a morte é que sabe
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Vida depois da vida. Poesia e Prosa. Rio
de Janeiro: Nova Aguiar, 1979. p. 461.
a
b
c
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e
Tomando-se o poema em questão e inserindo-o no todo da obra
drummondiana, é procedente sobre sua criação literária o que se
afirma em
Pertenceu à primeira fase do Modernismo, junto com Oswald
de Andrade, participando da Semana de Arte Moderna em São
Paulo, em 1922.
nsere-se como poeta da segunda fase do Modernismo, em que
tenta entender o seu estar-no-mundo diante de si mesmo e das
profundas transformações do mundo.
Sua temática está concentrada nas questões metafísicas,
como comprova o poema anterior, isolando-se das questões
sociais, contrariando seus conterrâneos da Segunda Geração do
Modernismo, como Jorge de Lima e Murilo Mendes.
Apropria-se da linguagem cotidiana, renovando o modo de
fazer poesia, o que compromete os princípios da Semana de 22.
Seus versos apresentam reminiscência do Parnasianismo, cujo
período primava pela rigidez formal e riqueza vocabular.
O que há de mais importante na literatura, sabe? É a aproximação,
a comunhão que ela estabelece entre seres humanos, mesmo a
distância, mesmo entre mortos e vivos. O tempo não conta para
isso. Somos contemporâneos de Shakespeare e de Virgílio.
Somos amigos pessoais deles. (...) O maior prêmio de Estocolmo
ou dos Estados Unidos não vale o telegrama de amor que alguém
desconhecido, e que não conheceremos nunca, nos manda lá do
Pará porque leu uma coisa nossa e ficou comovido e rendido. O
telegrama não é para nós, é para o nosso amor próprio. É uma voz
do coração e do espírito, solta no ar, que nos atinge e repercute
em nós. Dito assim, fica meio grandiloquente, mas não sei dizer
melhor, você entenderá. Quem já sentiu isso compreende sem
explicação. Funciona. É. E constitui uma das grandes alegrias da
vida. Palavra, música, arte de todas as formas: essas coisas têm
sua magia. Ai de quem não a sente.
Carlos Drummond de Andrade. Tempo, vida, poesia. Rio de Janeiro: Record,
1986, p. 58-59.
a
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c
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e
O Texto, de autoria do poeta mineiro Carlos Drummond de
Andrade, pelo seu teor, poderia constar como:
um elogio aos dotes literários de autores como Shakespeare e
Virgílio.
um louvor à palavra escrita, que supera as barreiras do tempo
e da distância.
uma aprovação eloquente de quem consegue expressar-se
corretamente.
um testemunho de nossa adesão aos inventos tecnológicos
criados na modernidade.
um desabafo de quem espera ser agraciado com importantes
prêmios literários.
TEXTO:
Sou entre flor e nuvem,
estrela e mar.
Por que havemos de ser unicamente humanos,
limitados em chorar?
[5] Não encontro caminhos
fáceis de andar
Meu rosto vário desorienta as firmes pedras
que não sabem de água e de ar.
E por isso levito.
[10] É bom deixar
um pouco de ternura e encanto indiferente
de herança, em cada lugar.
Rastro de flor e estrela,
nuvem e mar.
[15] Meu destino é mais longe e meu passo mais rápido:
a sombra é que vai devagar.
MEIRELES, Cecília. In: MOISÉS, Massaud. A Literatura Brasileira através de
textos. 21. ed. rev. e aum. São Paulo: Cultrix, 1998. p. 454.
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c
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O texto de Cecília Meireles representa
a primeira fase modernista, porque prega a ruptura com os
valores tradicionais.
a primeira fase modernista, pela utilização do verso livre, que
inaugura esse período.
a segunda fase do modernismo brasileiro, por ser de cunho
intimista e apresentar uma reflexão sobre a condição humana.
a segunda fase do modernismo brasileiro, por revelar-se
engajado, denunciando problemas sociais.
a terceira fase modernista, pela preocupação com o fazer
artístico, a construção da produção literária em si.
O tempo seca a beleza.
seca o amor, seca as palavras.
Deixa tudo solto, leve,
desunido para sempre
como as areias nas águas.
O tempo seca a saudade,
seca as lembranças e as lágrimas.
Deixa algum retrato, apenas,
vagando seco e vazio
como estas conchas das praias.
O tempo seca o desejo
e suas velhas batalhas.
Seca o frágil arabesco,
vestígio do musgo humano,
na densa turfa mortuária.
Esperarei pelo tempo
Com suas conquistas áridas.
Esperarei que te seque,
não na terra, Amor-Perfeito,
num tempo depois das almas.
Cecília Meireles. Arte Literária Brasileira, Clenir Bellezi de Oliveira. São Paulo:
Moderna 2000.
A poesia de Cecília Meireles parece ansiar por atingir um mundo
atemporal e imaterial, em que a relatividade não existe e tudo é
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e
absoluto; daí o desprezo pela matériacomo algo que impede a
perfeição e a ascese espiritual, ou seja, a
plenitude da alma.
negação da vida.
dúvida existencial.
carência afetiva.
exaltação da morte.
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Encostei-me em ti, sabendo bem que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem, depus minha vida em ti.
Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil,
fiquei sem poder chorar, quando caí.
MEIRELES, Cecília. Obra Poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985
Acerca do poema acima, pode-se afirmar que
constitui um desabafo exagerado de dor e tristeza, decorrente
do fim de um envolvimento amoroso.
expressa o rompimento de duas pessoas, que, por já ser
previsto, não causou dor no sujeito lírico.
registra o término de um envolvimento afetivo superficial, pois
os amantes não se entregaram totalmente.
contém ambiguidade, pois, apesar de o sujeito lírico dizer que
não chorou, o poema exprime tristeza.
garante que a forma mais aconselhável de lidar com as
desilusões é estarmos de antemão preparados para ela.
Leia o TEXTO para responder às questão.
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
MORAES, Vinícius. A rosa de Hiroxima. Disponível em:<
http://www.viniciusdemoraes.com.br/ptbr/poesia/poesias-avulsas/rosa-de-
hiroxima>. Acesso em: 21 out. 2018.
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Vinícius de Moraes fez parte da Segunda Geração do Modernismo
brasileiro, marcada pela consciência social. Acerca do projeto
literário dessa Geração e de outras características que marcaram
o Modernismo no Brasil, em suas três Gerações, analise as
proposições a seguir e assinale a alternativa CORRETA.
I. Os autores propunham, entre outros temas, refletir sobre o
sentido de estar no mundo, motivados pela instabilidade social e
política que marcou a década de 30 no Brasil e no mundo.
II. A preocupação com a renovação da linguagem e com a
construção de uma literatura que tivesse “a cara do Brasil” era o
principal objetivo da Segunda Geração modernista brasileira, uma
vez que os artistas da Geração anterior não dedicaram atenção a
esse aspecto.
III.A literatura proposta pela Segunda Geração modernista do
Brasil promoveu a consolidação de uma estética que refletia a
construção de uma identidade para a arte nacional, envolvendo os
escritores e demais artistas brasileiros.
IV. A análise do ser humano e de suas angústias, bem como a
necessidade de compreender a relação entre o indivíduo e a
sociedade na qual estava inserido constituíam temáticas
recorrentes tanto na poesia da Segunda Geração modernista
brasileira quanto da Primeira.
V. Em relação ao uso da linguagem, os poetas da Segunda
Geração do Modernismo brasileiro optavam, muitas vezes, pela
simplicidade na escolha vocabular, apesar de apresentarem, em
seus versos, uma estrutura sintática mais complexa e elaborada.
Estão CORRETAS, apenas, as proposições
I, II e III.
II, IV e V.
I, II, e IV.
I, III e V.
III, IV e V.
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Leia o poema “Soneto de fidelidade”, de Vinicius de Moraes
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Hei de vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure,
Quem sabe a morte, angústia de quem vive,
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama,
Mas que seja infinito enquanto dure
Fonte: MORAES, Vinicius de. Antologia poética. 2. ed., Rio de Janeiro: Editora
do Autor, 1960. p. 113.
Embora se distinga da perspectiva romântica, o poema tematiza o
arrebatamento amoroso. Sobre os versos, é correto afirmar que
eles
trazem um olhar otimista e alvissareiro sobre o
sentimentalismo.
enfatizam o zelo e o devotamento do sujeito lírico ao seu amor,
inclusive na morte.
c
d
descuidam da métrica e do emprego de recursos que dão
sonoridade ao texto.
enfocam a efemeridade do amor, a despeito da sua
intensidade, por meio da aproximação entre o sentimento amoroso
e
e a chama.
ressaltam a imortalidade do amor verdadeiro, ideia reforçada
pelo título.

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