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Introdução ao BIM

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10
76
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1.
0
INTRODUÇÃO AO BIM – 
BUILDING INFORMATION 
MODELING
2
Murillo Magedanz
São Paulo
Platos Soluções Educacionais S.A 
2022
 INTRODUÇÃO AO BIM – BUILDING 
INFORMATION MODELING
1ª edição
3
2022
Platos Soluções Educacionais S.A
Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César
CEP: 01418-002— São Paulo — SP
Homepage: https://www.platosedu.com.br/
Head de Platos Soluções Educacionais S.A
Silvia Rodrigues Cima Bizatto
Conselho Acadêmico
Alessandra Cristina Fahl
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Camila Braga de Oliveira Higa
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Mariana Gerardi Mello
Revisor
Alana Dias de Oliveira
Editorial
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Márcia Regina Silva
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________ 
Magedanz, Murillo
Introdução ao BIM - Building Information Modeling 
/ Murillo Magedanz. – São Paulo: Platos Soluções 
Educacionais S.A., 2022.
32 p.
ISBN 978-65-5356-127-4
1. Building Information Modeling. 2. Modelagem BIM. 
 3. Softwares BIM. I. Título.
CDD 005
_____________________________________________________________________________ 
Evelyn Moraes – CRB 010289/O
M191i 
© 2022 por Platos Soluções Educacionais S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A.
4
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina __________________________________ 05
Introdução ao BIM ___________________________________________ 06
Ferramentas BIM para modelagem e projeto ________________ 19
Planejamento e compatibilização com metodologia BIM ____ 32
Gestão de Projetos BIM ______________________________________ 45
INTRODUÇÃO AO BIM – BUILDING INFORMATION 
MODELING
5
Apresentação da disciplina
Com essa disciplina, você será capacitado e preparado para expandir 
seus horizontes e conhecer mais sobre o BIM. Os temas serão 
abordados com demonstração e embasamento para construir e moldar 
sua carreira.
A essencialidade do BIM torna indispensável para qualquer profissional 
envolvido com a construção civil conhecimentos acerca dessa tecnologia. 
A formação visa apresentar, de maneira dinâmica, os principais 
atores do universo BIM. Além disso, o conteúdo é rico em abordagens 
inovadoras e conceitos acerca do BIM que profissionais do mais alto 
nível dominam e conhecem. Temas e habilidades como comunicação, 
gestão e liderança também fazem parte das aulas, contribuindo para 
habilidades fundamentais para um alto desempenho em atividades de 
gestão em BIM.
Você também irá conhecer ferramentas, além do Revit, que podem ter 
grande usabilidade e podem transformar seu modo de trabalhar com o 
BIM.
Ao fim do curso, você poderá compreender o que realmente é o BIM, 
como trabalhar com ele, quais são as principais ferramentas do mercado 
e o que precisa ser feito para poder avançar cada vez mais na temática, 
tornando-se um profissional único no seu campo de atuação.
Ótimos estudos!
6
Introdução ao BIM
Autoria: Murillo Magedanz
Leitura crítica: Alana Dias de Oliveira
Objetivos
• Introduzir conceitos e processos do universo da 
tecnologia BIM.
• Entender as ferramentas existentes dentro desta 
tecnologia.
• Vantagens e desvantagens da implementação deste 
recurso.
7
1. BIM: além de tecnologia, são pessoas
Para iniciarmos nossos estudos: afinal, o que é o BIM? Como dizem 
Eastman et al. (2014, p. 1): “Modelagem da informação da Construção 
(em inglês, Building Information Modeling - BIM) é um dos mais 
promissores desenvolvimentos na indústria relacionada a arquitetura, 
engenharia e construção (AEC)”. Com isso, podemos visualizar sua 
grandeza e importância para todo campo da construção civil e seus 
envolvidos.
Na prática, a tecnologia BIM proporciona uma construção virtual. 
Dessa forma, o que acontece é que, após essa construção 
virtual, chamada de modelo BIM, podemos coletar as informações 
que desejamos em seu banco de dados extenso. Com esses dados, 
podemos, então, extrair medidas e informações, sendo exemplos: áreas; 
volumes; quantitativos; orçamentos; planejamentos, e tudo mais que 
conseguirmos produzir matematicamente. Observe a ilustração do 
funcionamento do BIM na Figura 1.
Figura 1 – Fluxograma básico do funcionamento do BIM
Fonte: elaborada pelo autor.
De acordo com a Figura 1, o fluxograma ficou dividido em quatro fases. 
Imagine que você irá utilizar o BIM para auxiliar na produção de uma 
casa. Dessa forma, temos:
• Fase 01: nessa fase, inicia-se a modelagem de acordo com as 
necessidades e exigências pré-definidas em reuniões anteriores. 
8
Sendo que, durante a construção do modelo, essas definições 
poder se alterar a fim de maior adequação dos usuários da casa.
• Fase 02: as informações do modelo são convertidas 
em documentos que irão auxiliar a construção 
física. Esses documentos podem ser plantas, cronogramas, 
quantitativos, análises de eficiência energética, entre outros que a 
equipe julgar necessário.
• Fase 03: aqui é quando a construção virtual se tornará uma 
construção real. É nessa fase o BIM atua de diversas maneiras 
como programação de equipes, demanda de materiais, 
conferência de medidas e acompanhamento da obra – nunca se 
limitando a apenas isto. Tudo o que conseguir criar a partir dos 
dados do modelo pode ser feito.
• Fase 04: nesse momento, a casa será entregue. Entretanto, 
o BIM não para por aqui. Ele pode continuar atuando 
na coordenação da casa, manutenção, serviços e inclusive a 
segurança do local.
Desse modo, o BIM é uma tecnologia que pode atuar desde a concepção 
de uma edificação, até o fim de sua vida útil com sua demolição.
1.1 A história do BIM
Lembre-se que, há algumas décadas, desenhos e projetos eram 
desenvolvidos manualmente. Nossa referência mais expressiva, é 
Brasília (DF), a capital de nosso país. Oscar Niemeyer desenvolveu, 
também, outros pontos turísticos conhecidos mundialmente, ilustrados 
na Figura 2, e tudo isso era feito sem computadores e informações 
completas sobre todas as etapas que surgiriam ao longo da execução 
das obras.
9
Figura 2 – Projetos de Oscar Niemeyer
Fonte: adaptada de https://casacor.abril.com.br/especiais/oscar-niemeyer-o-arquiteto-da-
vida/. Acesso em: 9 dez. 2021.
Como podemos observar na Figura 2, os projetos antigamente eram 
linhas sem informações especificadas em cada detalhe pensado pelo 
projetista. Ao longo dos anos, com o desenvolvimento de softwares, o 
banco de dados foi se ampliando e as representações ficaram cada vez 
mais carregadas de significados.
O BIM pode parecer atual, mas sua idealização e conceituação 
aconteceram nos anos 1970, com o professor Charles M. Eastman, 
também conhecido por Chuck Eastman, docente do Instituto de 
Tecnologia da Geórgia. Na época, os profissionais da área demandavam 
por algo além do tradicional CAD (Desenho Auxiliado por Computador), 
e que fosse mais aplicado à construção. 
Sendo assim, em 1974, Eastman juntamente com uma equipe, publicou 
uma pesquisa intitulada An outline of the building description system 
(um esboço do sistema de descrição do edifício). Também conhecida 
como o BDS (Building Description System, ou Sistema de Descrição da 
10
Construção). A partir desse momento, abriram-se portas para um novo 
conceito e possibilidades de novas tecnologias aplicadas.
Com isso, o BDS proporcionou diversas discussões acerca do 
assunto, pois agora temos a informação necessária para a construção 
associada ao banco de dados dos projetos. Tais movimentos da 
época promoveram,assim, um desenvolvimento constante, até que 
em 1986 Robert Aish publicou um artigo intitulado Three-dimensional 
Input and Visualization.
Em suma, o conceito do BIM tem sido abordado há décadas. Dessa 
maneira, seu aprimoramento é constante existindo inúmeras 
desenvolvedoras de software que produzem e trabalham em diversas 
ferramentas BIM. Desse modo os profissionais contam com uma gama 
de possibilidades para aplicar no seu trabalho.
Já dizia Engelbart (1962), em seu artigo Augmenting Human Intellect 
(Aumentando o Intelecto Humano: Uma Estrutura Conceitual):
O arquiteto a seguir começa a inserir uma série de especificações e dados–
um piso de laje de seis polegadas, paredes de concreto de doze polegadas 
com 2,5 metros de altura dentro da escavação e assim por diante. Quando 
ele termina, a cena revisada aparece na tela. Uma estrutura está tomando 
forma. (ENGELBART, 1962, p. 1)
Dessa forma, observamos que ao decorrer dos anos surgiu a 
necessidade aos projetistas de transformarem as simples linhas de um 
projeto, em informações expressivas que impactarão toda a vida útil 
da edificação. Agora, nossas edificações são construídas não apenas no 
canteiro de obras, mas dentro dos softwares que desenvolvem todos os 
projetos necessários.
11
1.1.1 BIM no Brasil
De acordo com Andrade e Ruschel (2009), que realizaram um 
levantamento em artigos publicados no Seminário de Tecnologia e 
Informação e Comunicação na Construção Civil (TIC) e no Workshop 
Brasileiro de Gestão de Processo de Projetos na Construção de Edifícios 
(WBGPPCE), o termo BIM passou a ser estudado e divulgado em nosso 
país somente a partir de 2007. Se compararmos essa informação com 
o período de idealização desta tecnologia, vemos que o Brasil demorou 
cerca de 30 anos para ter conhecimento sobre o tema. Entretanto, os 
mesmos autores dizem que fazemos parte da geração BIM 1.0, pois o 
crescimento de sua implementação cresce a passos largos em nosso 
país.
Um exemplo prático deste cenário, é que por meio do Decreto n° 
10.306 (2020), realizado pelo Governo Federal, foi instituído que 
em concorrências de licitações de obras e serviços de engenharia e 
arquitetura, será preferencialmente adotada a metodologia BIM.
Outro fator de relevância, é a velocidade com que as informações 
percorrem pelo mundo. Hoje, a mesma informação que profissionais 
internacionais tem acesso, nós também temos por meio da internet. 
Facilitando a aquisição de novos conhecimentos e alavancando o 
mercado da construção civil brasileira.
1.2 O que não é BIM
De acordo com Eastman et al. (2014), o BIM também é um termo 
popularmente utilizado pelos desenvolvedores de software para 
descrever as potenciais facilidades que seus produtos oferecem. 
Com isso, a definição do que a Tecnologia BIM é, sofre distorções e 
variações. O que nos mostra que é tão importante entender o que é 
BIM, quanto saber o que não é BIM. Apenas objetos tridimensionais (3D) 
12
não significam que o produto utiliza a tecnologia BIM, como aponta o 
resumo ilustrado na Figura 3.
Figura 3 – Definições do que não é o BIM 
Fonte: elaborada pelo autor.
Dessa forma, preste sempre atenção: projetos que se apresentam 
em 3D podem ou não utilizar a tecnologia BIM em sua concepção. 
Mas, como podemos diferenciar essas situações? Como visto 
anteriormente, esse recurso não serve apenas como representação 
gráfica de edificações, ele carrega consigo informações sobre cada item 
empregado na edificação.
1.3 Como implementar o BIM no cotidiano do 
profissional da construção civil?
De acordo com Kensek (2018), a implementação BIM é a transição de 
um escritório AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção) profissional 
do CAD para o processo BIM. Além disso, abrange os métodos de 
13
entrega de projetos e sua relação com a modelagem de informações 
da construção, resume os problemas para organizar e entregar um 
projeto BIM, descreve recursos para o desenvolvimento do plano de 
execução BIM do Inglês (BIM Execution Plan – BEP) e enfatiza os papéis 
de liderança do gerente da equipe. Por fim, conclui com uma discussão 
sobre os recursos disponíveis para ajudar os escritórios a determinar o 
nível de maturidade do processo BIM e indica excelentes projetos que se 
destacaram no uso do BIM.
O BIM se encontra em um setor chamado AECO (Arquitetura, 
Engenharia, Construção e Operação), uma extensão da sigla AEC que 
inclui também profissionais e empresas relacionados com a operação e 
manutenção de edifícios e infraestruturas. Dessa forma, esta tecnologia 
participa de várias etapas da vida útil da edificação.
Como em qualquer metodologia de trabalho, esta tecnologia necessita 
de algumas ferramentas para sua implementação, sendo as principais: 
coordenação; interoperabilidade; colaboração.
O ponto chave para a implementação eficaz da tecnologia na rotina de 
trabalho de uma empresa desenvolvedora de projetos, conforme Leusin 
(2018), é a integração de todos os dados, a possibilidade de acesso 
simultâneo e um banco de dados com as informações necessárias 
para desenvolver as diversas disciplinas de um projeto, sendo elas: 
arquitetura; hidrossanitário; elétrico; estrutural etc.
É sempre importante ter uma central de dados, seja ela em um servidor 
local ou até mesmo na nuvem. Isso é de suma importância para que 
todos os profissionais envolvidos na concepção, tenham acesso ao que 
está sendo feito. Excluindo a antiga necessidade de se esperar que 
uma etapa de concepção se finde para que assim se inicie as demais. 
Um exemplo disso é o ter o profissional designado para conceber o 
projeto arquitetônico, trabalhando simultaneamente com o profissional 
14
de projeto estrutural, diminuindo incongruências desde a etapa de 
concepção.
Mas é importante lembrar que BIM não se restringe apenas a projetos. 
Temos a tecnologia presente em toda a vida útil da edificação, como 
mostrado na Figura 4.
Figura 4 – Ciclo de vida BIM
Fonte: https://biblus.accasoftware.com/ptb/bim-o-que-e-e-para-o-que-serve-tudo-o-que-e-
preciso-saber/. Acesso em: 8 dez. 2021.
1.4 Fundamentação do BIM
1.4.1 Coordenação
Como já dito, para o desenvolvimento de projetos de edificações, têm-
se diversas disciplinas e profissionais envolvidos. Imagine uma sala 
de reuniões com cinco projetistas de áreas diferentes, projetando, ao 
mesmo tempo, o mesmo edifício. Por mais que haja um banco de dados, 
15
a coordenação de projetos tem o intuito de instruir e gerir todos os 
âmbitos deste desenvolvimento.
É ela que definirá a hierarquia ou atribuirá as funções aos profissionais 
competentes, supervisionará o desenvolvimento das soluções técnicas 
adotadas, direcionará as decisões e identificará discrepâncias existentes. 
Ou seja, da mesma forma que temos um mestre de obras e engenheiro 
executor dentro do canteiro de obras que coordena todas as ações, 
temos um profissional coordenando a construção do edifício dentro dos 
softwares BIM (MANZIONE; MELHADO; NÓBREGA JR, 2021).
1.4.2 Interoperabilidade
Para conseguir desenvolver o projeto completo de um edifício seguindo 
todos os preceitos da tecnologia BIM, não é comum que apenas um 
software atenda todas as necessidades que se tem. Dessa forma, 
muitos desses programas deverão ser utilizados nas diferentes fases de 
concepção de projetos. É nesse momento, segundo Kensek (2018), que 
existe a necessidade de compreender o que é interoperabilidade, que 
é a capacidade de transferir os dados presentes no projeto e atender a 
interface das diversas desenvolvedores de softwares existentes.
Sempre possuir arquivos compatíveis com o padrão de transferência 
em BIM é de extrema importância. e o formato que atende essas 
necessidades, é o IFC. Sendo reconhecido como referência para 
a importação e exportação de dados, em dezenas de softwares 
certificados. A organização não governamental buildingSMART é quem 
define os padrões deste formato, pois ela tem o propósito de integrar e 
padronizar os processos a serem desenvolvidos na implementação da 
tecnologia BIM.16
1.4.3 Colaboração
A compreensão do que é coordenação na tecnologia BIM é de suma 
importância para compreender que a colaboração são os profissionais 
que realizam as atividades de produção dentro da concepção do projeto. 
Um método utilizado para gerenciar e compartilhar as informações de 
comunicação entre as pessoas que estão participando do processo, 
é o BCF (the BIM Collaboration Format, do português Formato de 
Colaboração BIM) (MANZIONE; MELHADO; NÓBREGA JR, 2021).
Outro fator importante é que a abordagem colaborativa também trata 
da seleção e a participação de todos os participantes principais o mais 
cedo possível, para não influenciar no tempo de entrega do projeto 
concluído. Fazer um processo de seleção adequada, torna o processo 
de implementação da tecnologia BIM obter os benefícios que todo o 
sistema propõe (EASTMAN et al., 2014).
1.5 Quais as vantagens e desvantagens da 
implementação do BIM nas empresas AEC?
Que a tecnologia tem seu enfoque na construção civil já está claro, 
agora, precisamos entender a sua vantagem de implementação. Por que 
seria viável modificar empresas já consolidadas com o sistema CAD 2D 
para esta nova forma de projetar?
1. Visualização antecipada e mais precisa de um projeto.
Os modelos apresentados em 3D dentro dos softwares que possuem 
interfaces em BIM, proporcionam melhor visualização do que está sendo 
confeccionado. Isso é importante para os projetistas, mas, ainda mais 
para o cliente, que solicitou o serviço. Isso se deve ao fato que este tipo 
de apresentação facilita a compreensão de pessoas leigas no assunto, 
correlacionando o que está na tela do computador com a imagem real 
da edificação já pronta.
17
2. Extração de quantitativos e orçamentos, prevendo o gasto total 
para executar o projeto.
3. Assertividade na compra de materiais previstos em projeto.
Como o banco de dados é grande e preciso, todos os materiais inseridos 
ao longo do desenvolvimento do projeto carregam as características 
em relação a preço, quantidades, tipo, coloração, desempenho e entre 
outros. Isso faz o processo ser mais rápido, transparente e seguro, 
diminuindo erros durante a obra e prevendo possíveis erros para saná-
los o quanto antes.
4. Benefícios pós–construção.
Este modelo, quando adotado de forma correta, proporciona que o 
profissional faça uma previsão da vida útil de toda a estrutura. Esta 
antevisão, permite que cronogramas de reformas e manutenções sejam 
realizados, bem como, prognosticar a vida útil da edificação.
Mas, é claro que desafios também serão enfrentados durante o 
processo, e algumas desvantagens podem ser notadas, ficando a 
cargo do profissional colocar em uma balança e verificar se esta 
implementação será realmente eficaz ao seu método de projetar e 
construir imóveis.
De acordo com Eastman et al. (2014), 65% das empresas de construção 
civil são constituídas de cinco pessoas, ou menos. Logo, se torna inviável 
em alguns casos investir em novas tecnologias, observando pelo quesito 
financeiro da organização.
Referências
ANDRADE, Max; RUSCHEL, Regina. BIM: conceitos, cenários das pesquisas 
publicadas no Brasil e tendências. SBQP 2009–Simpósio Brasileiro de Qualidade 
do Projeto no Ambiente Construído. 2009.
18
BRASIL. Presidência da República. Decreto nº 10.306, de 2 de abril de 2020. 
Estabelece a utilização do Building Information Modelling [...]. Brasília: D.O.U., 
2020. Disponível em:https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/
Decreto/D10306.htm. Acesso em: 5 dez. 2021.
EASTMAN, C. et al. Manual de BIM. Porto Alegre: Bookman, 2014.
ENGELBART, D. C. Augmenting Human Intellect: A Conceptual Framework. Doug 
Engelbart Institute, Sebastopol, 1962. Disponível em: https://dougengelbart.org/
content/view/138#9. Acesso em: 5 dez. 2021.
KENSEK, Karen. Building Information Modeling (BIM)–Fundamentos e 
Aplicações. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018.
LEUSIN, S. R. Gerenciamento e Coordenação de Projetos BIM. Porto Alegre: 
Grupo GEN, 2018.
MANZIONE, Leonardo; MELHADO, Silvio; NÓBREGA JR., Claudino L. BIM e Inovação 
em Gestão de Projetos. Porto Alegre: Grupo GEN, 2021.
19
Ferramentas BIM para 
modelagem e projeto
Autoria: Murillo Magedanz
Leitura crítica: Alana Dias de Oliveira
Objetivos
• Principais softwares BIM e suas funcionalidades.
• O que são softwares irmãos?
• Gerenciamento de dados e arquivos.
20
1. Introdução
Há uma questão que precisa estar sempre clara: BIM é muito além de 
qualquer software existente no mercado. É uma tecnologia complexa e 
repleta de informações, que possibilita o desenvolvimento de projetos 
de edificações de forma detalhada e explicativa. Os softwares existentes 
são ferramentas utilizadas para o desenvolvimento eficaz dos projetos, 
com bancos de dados que agilizam todos os processos necessários. De 
acordo com Eastman et al. (2013) as empresas desenvolvedoras de 
softwares BIM voltados para a arquitetura, pré-definiram um conjunto 
de famílias de objetos de construção que podem ser estendidas, 
modificadas ou acrescidas. Esse é o ponto inicial que se difere dos 
projetos realizados em CAD, nos quais os desenhos utilizados para os 
projetos são separados em blocos e suas adaptações ou personalizações 
são mais complexas. Os atributos de cada objeto pertencente às 
famílias são as características que enriquecem essa forma de projetar. 
Sendo elas as utilizadas para realizar as análises, estimativas de custos, 
quantificações, listas detalhadas de materiais, entre outros.
Ferramentas que agilizam os procedimentos de projetar são 
encontradas na grande maioria dos softwares BIM. Um exemplo prático 
disso é a movimentação de um objeto dentro do projeto. Antes, em 
um software 2D, essa alteração deveria ser realizada em cada uma das 
pranchas (planta baixa, layout, imagens em 3D, cortes, detalhamentos 
e muitas outras). Já nos softwares BIM, a alteração realizada em uma 
das pranchas é feita de forma automática nas demais, agilizando todo o 
processo necessário e reduzindo o tempo empregado nessas alterações.
2. Principais softwares BIM e funcionalidades
Sabe-se que para o desenvolvimento de projetos de edificações existem 
diversas disciplinas e profissionais envolvidos. Dessa forma, muitos 
21
softwares podem ser utilizados para executar as diferentes tarefas 
necessárias ao longo do processo, e alguns deles estão listados a seguir:
2.1 Revit
Empresa desenvolvedora: Autodesk.
O principal enfoque do software é a modelagem da informação das 
disciplinas: arquitetura, estrutural e instalações prediais. Possui 
detalhamentos minuciosos e realistas.
Para facilitar, agilizar e fluir o processo de projetar é necessário ter 
um template ou modelo. O template é uma estrutura pré-definida, 
com as configurações das diversas ferramentas e recursos presentes 
no programa, além de dados dos componentes, tabelas, normativas, 
padrões, entre outros.
Quando se realiza a instalação do software, um modelo padrão é 
apresentado e este pode ser aprimorado ao longo do projeto de acordo 
com as necessidades dos usuários. Outra opção é desenvolver um 
template do zero e empregá-lo em sua rotina de trabalho.
Esse é um software que não trabalha nativamente com cálculos, 
sendo utilizado para modelagem. Dessa forma, para o campo de 
dimensionamentos e otimização de atividades, existe a possibilidade 
de anexar ao programa uma ferramenta de programação denominada 
Dynamo. Com ela, a programação proporciona criar rotinas lógicas 
de automatização de processos, encontrar soluções de problemas e 
analisar os projetos. Na Figura 1, vê-se uma interface do programa.
22
Figura 1 – Interface do programa Revit. 
Fonte: captura de tela de Autodesk.
2.2 ArchiCAD
Empresa desenvolvedora: Graphisoft.
Esse software tem o enfoque na disciplina de arquitetura, possibilitando 
maiores possibilidades para criatividade e o uso de designs inovadores. 
Da mesma forma que o Revit, o ArchiCAD é um programa voltado para 
a modelagem, mas que possibilita o retorno de informações como 
quantitativos,estimativas e detalhamentos dos materiais empregados 
no projeto.
Sendo um software criado por arquitetos e tendo estes profissionais 
como seu público-alvo, seus desenvolvedores o atualizam 
constantemente em relação às normativas e necessidades do mercado 
da construção civil brasileira.
Possui uma interface intuitiva ao usuário e fornece detalhamentos, 
modelagens em 3D e biblioteca ampla de informações e dados. Na 
Figura 2, vê-se uma interface do programa.
23
Figura 2 – Interface programa ArchiCAD.
Fonte: https://helpcenter.graphisoft.com/wp-content/uploads/archicad-23-reference-
guide/020_configuration/TabBarUI.png. Acesso em: 25 abr. 2022.
2.3 Navisworks
Empresa desenvolvedora: Autodesk.
Sendo um software de gestão e compatibilização de projetos, o 
Navisworks faz o papel importante da tecnologia BIM de combinar as 
informações das diversas disciplinas em um só modelo e revisá-las para 
solucionar os erros entre os projetos antes de iniciar a obra, antecipando 
e reduzindo possíveis problemas.
Nele, para as diversas atividades que são necessárias para a 
materialização de um projeto da edificação é possível integrar 
cronogramas, simular uma sequência de tarefas e análises de possíveis 
desvios do planejamento inicial.
É possível, também, utilizá-lo para visualizar simulações das etapas da 
obra, sendo muito empregado durante o processo de construção para 
24
verificar se tudo está sendo realizado de acordo com o planejado. Por 
exemplo: a evolução detalhada do levantamento das paredes, passagem 
de encanamentos e conduítes, confecção das estruturas em concreto 
armado e entre outros. Na Figura 3, vê-se uma interface do programa.
Figura 3 – Interface programa Navisworks, identificação de 
intersecção de elementos em projeto de estrutura metálica
Fonte: https://www.bestsw.com.br/autodesk/navisworks-manage/. Acesso em: 25 abr. 
2022.
2.4 TQS e Eberick
Empresa desenvolvedora: para o software TQS a empresa 
desenvolvedora é a TQS e para o Eberick a empresa desenvolvedora é a 
AltoQi.
Ambos são softwares indicados para projetos de estruturas em concreto 
armado, entretanto, podem desenvolver projetos estruturais de outros 
materiais, por exemplo, estruturas metálicas ou em madeira. Sendo 
desenvolvidos no Brasil, todo o processo de dimensionamento e 
25
pré-requisitos está totalmente embasado nas normas da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) vigentes.
Com eles, é realizada a análise dos esforços e flechas, bem como o 
dimensionamento detalhado das dimensões dos elementos, quantidade 
de área de aço e detalhamentos das armaduras. Fornecendo ao 
final do processo as pranchas com especificações e detalhamentos 
necessários. Na Figura 4, vê-se uma interface do TQS, e na Figura 5 do 
Eberick.
Figura 4 – Interface programa TQS, modelagem 3D da estrutura em 
concreto armado
Fonte: https://www.tqs.com.br/v18/destaques/bim.html. Acesso em: 25 abr. 2022.
26
Figura 5 – Interface programa Eberick, modelagem 3D de estrutura 
em concreto armado
Fonte: https://brasilsofts.com/produto/eberick-v8-gold-vitalicio/. Acesso em: 25 abr. 2022.
2.5 CypeCAD
Empresa desenvolvedora: Multiplus / Cype.
É um software referência nos detalhamentos finais dos elementos, 
empregado no dimensionamento e cálculo de estruturas em concreto 
armado, pré-moldados, concreto protendido, estruturas em madeira e 
estruturas mistas de concreto armado e aço.
Mesmo sendo um software espanhol, possui em seu banco de dados as 
normativas brasileiras de concreto armado (NBR 6118), fundações (NBR 
6122), carregamentos (NBR 6120), barras de aço (NBR 7480), ventos (NBR 
6123) e ações e combinações de esforços (NBR 8681).
Como os demais softwares BIM, tabelas e quantificações de materiais 
e seus detalhamentos, são emitidos de forma minuciosa e precisa ao 
usuário. Na Figura 6, vê-se uma interface do programa.
27
Figura 6 – Interface do programa CypeCAD, projeto de estrutura 
metálica para barracão
Fonte: captura de tela de Cype.
2.5 QiBuilder
Empresa desenvolvedora: AltoQi.
Software desenvolvido para realizar os projetos complementares: 
hidrossanitário; elétrico; preventivo de incêndio; Sistema de Proteção 
contra Descargas Atmosféricas (SPDA); gás; cabeamento estruturado; e 
alvenaria estrutural. Criado por uma empresa brasileira, possui todo o 
seu sistema embasado em normativas da ABNT.
Transmite com muita facilidade ao usuário os recursos que otimizam 
os cálculos, modelagem, dimensionamentos, compatibilização, 
detalhamentos e visualização. Agilizando os procedimentos necessários 
ao projetar os sistemas prediais. Na Figura 7, vê-se uma interface do 
programa.
28
Figura 7 – Projeto realizado no software QiBuilder, projeto 
hidráulico e sanitário
Fonte: http://galeriadeprojetos.altoqi.com.br/galeria/projeto-hidraulico-5-pavimentos-citta-
life-residence-florianopolis-sc/. Acesso em: 25 abr. 2022.
3. O que são softwares irmãos?
São considerados softwares irmãos aqueles que possuem a mesma 
matriz desenvolvedora, ou seja, a mesma empresa e área de aplicação. 
São exemplos:
• Autodesk: Revit atuando na área de arquitetura, Navisworks na 
área de planejamento e compatibilização, Insight que realiza 
análises de desempenho da edificação e entre outros.
• AltoQi: QiBuilder atuando na área dos projetos de instalações 
prediais, Eberick na área de estruturas, QiVisus atuando na área de 
orçamentação e planejamento.
Muitas empresas da construção civil optam pela utilização de softwares 
irmãos por alguns fatores, sendo eles:
29
• A interoperabilidade entre os programas apresenta uma eficiência 
superior.
• Interfaces semelhantes, o que proporciona melhor desempenho 
dos profissionais, visto que não precisam se especializar em 
inúmeras interfaces de programas.
• Custo dos pacotes. As empresas desenvolvedoras normalmente 
ofertam pacotes de softwares com valores mais atrativos quando 
comparado com compras individuais do mesmo programa.
Como dito anteriormente, raramente o projeto completo de uma 
edificação será desenvolvido em um único software. Identificar as 
ferramentas nas quais se obtém os resultados esperados demanda 
certo tempo e dedicação, principalmente para se identificar quais 
atenderão as necessidades da equipe de projetistas.
4. Gerenciamento de dados e arquivos
A vida útil de um edifício é definida como o tempo ao qual este atenderá 
de forma íntegra as necessidades do usuário, pré-definidas em projeto 
e posterior construção. A determinação do tempo de durabilidade da 
vida útil de um imóvel é realizada a partir da composição de vários 
elementos, como: serviços de manutenção; alterações climáticas; 
mudanças no entorno da obra; uso adequado da edificação etc.
A tecnologia BIM não se trata apenas da etapa de projetos e a 
construção, e sim de toda a vida útil desta edificação. Dessa forma, é 
importante sempre ter um banco de dados consolidado de todas essas 
etapas, que forneça informações aos usuários, proprietários e técnicos 
que possam necessitar para realizar manutenções, reformas ou até 
mesmo a demolição do imóvel.
30
Por ser uma tecnologia que se propõe descomplicar processos, é de 
grande relevância compreender o que é BIM Document Management, 
ou Gestão de Documentos BIM. Este é um sistema de gerenciamento de 
dados e documentos organizados em arquivos digitais, com acesso às 
partes interessadas e que participam do fluxo de trabalho.
Priorizar sempre para que dados sejam salvos no formato IFC é de suma 
importância, visto que esta é a referência de importação e exportação 
de arquivos em BIM, possibilitando que todos os profissionais da 
construção civil que terão contato com o edifício ao longo de sua vida 
útil tenham acesso a essas informações.
O uso da nuvem para armazenamento e compartilhamento de 
documentos, faz com que as informações sejam transmitidas 
rapidamente e armazenadas de forma ordenada. Faz-se necessária a 
utilização de um banco de dados sobre o empreendimento desde a 
concepção do projeto, e isso é considerado umaetapa preliminar. Nesta, 
o projetista, normalmente o arquiteto, realiza reuniões para 
compreender os objetivos e desejos do proprietário do imóvel. 
Essas reuniões são denominadas briefing e as informações precisam 
ficar armazenadas tanto para respaldo do profissional, quanto do 
proprietário.
A partir da concepção do projeto arquitetônico, as demais disciplinas 
podem ser desenvolvidas. Mas como se trata da tecnologia BIM, 
alterações no projeto arquitetônico já se dão de forma automática 
nas demais e apenas ajustes simplificados precisam ser realizados. 
Como a compatibilização, planejamento e previsão de possíveis 
problemas, acontecem antes do encaminhamento dos projetos ao 
canteiro de obras, a documentação de projetos é de suma importância 
para possíveis reformas e manutenções futuras. É necessário que o 
proprietário saiba como efetivamente foi concebida sua edificação 
para que, por exemplo, ao decidir fazer a instalação de um quadro não 
tenha um transtorno de um vazamento por ter furado exatamente 
31
onde um encanamento estava passando. Situações do cotidiano que 
ocasionarão possíveis problemas, podem ser previstas quando o usuário 
é respaldado com a documentação adequada da edificação.
Ao concluir uma obra, lembre-se sempre de entregar ao proprietário o 
Manual do Usuário, mediante a protocolo. Ele é previsto pela normativa 
NBR 15575 (ABNT, 2013) e deve conter informações da edificação e 
materiais utilizados, com relação ao seu uso adequado e manutenções 
necessárias. 
Referências
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 15575: Edificações 
habitacionais–Desempenho. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
EASTMAN, Chuck et al. Manual de BIM: Um guia de modelagem da informação da 
construção para arquitetos, engenheiros, gerentes, construtores e incorporadores. 
Porto Alegre: Bookman, 2013.
32
Planejamento e compatibilização 
com metodologia BIM
Autoria: Murillo Magedanz
Leitura crítica: Alana Dias de Oliveira
Objetivos
• BIM no planejamento de projetos.
• Processos de compatibilização – convencional e BIM.
• Planejamento de edificações e execução de obras.
• Softwares BIM usados para planejamento e 
compatibilizações.
33
1. Introdução
Dentro do processo de gestão, a implementação de técnicas que 
consolidem o princípio da melhoria contínua deve ser enfatizada, 
principalmente, para que haja o acompanhamento do desempenho das 
metodologias empregadas e para que estas sejam alteradas caso não 
atinjam os objetivos esperados. Este princípio de melhoria contínua 
é bem exemplificado com o ciclo PDCA que é uma sigla para: Plan 
(Planejar), Do (Executar), Check (Verificar), Act (Agir). Não se deve definir 
um planejamento estático e sim, um planejamento com busca constante 
de melhorias.
A tecnologia BIM proporciona essa atualização constante e a inserção 
de novos dados e informações que surgem ao longo do processo. Isso 
é especialmente importante quando se trata de execução de obra, 
quando existem diversas variáveis envolvidas como mão de obra, muitos 
fornecedores, intempéries e variações inesperadas.
Dessa forma, devemos compreender que planejar as diversas etapas 
na vida útil de uma edificação é essencial. Mas, além disso, faz-se 
necessário compreender que o acompanhamento constante deve 
ser priorizado, pois ineficiências, atrasos e enganos possuem uma 
representatividade no custo total da obra.
2. Planejamento de projetos
No desenvolvimento dos projetos, normalmente é realizado o 
planejamento pelo gerente de projetos ou BIM manager por meio da 
aplicação da técnica de Estrutura Analítica do Projeto (EAP). Esta auxilia 
na definição hierárquica a partir da totalidade da obra e é por ela que 
é realizada a decomposição de atividades de forma progressiva até se 
atingir o objetivo final.
34
Identificar as etapas que devem ser desenvolvidas fornece informações 
que auxiliam o gestor durante a organização do projeto. A partir desses 
dados, ele poderá definir os profissionais necessários para a concepção 
do projeto, bem como os softwares que devem ser utilizados.
Como demonstrado na Figura 1, a interoperabilidade também é um 
fator de extrema relevância para o planejamento. O fato de todos os 
projetos estarem reunidos em um servidor ou na nuvem, agiliza o 
processo de envio e de alterações necessárias. Vale lembrar que quando 
se realiza a alteração em um item dentro projeto, graças a tecnologia 
BIM, todos os demais sofrem essa alteração automaticamente. Isso é 
vantajoso no ganho de tempo e maior facilidade para cumprimento de 
cronograma.
Figura 1 – Interoperabilidade BIM entre os profissionais e projetos
Fonte: adaptada de BibLus (2017).
35
3. Processo de compatibilização de projetos
O processo de compatibilidade de projetos é a atividade de detecção de 
distúrbios e erros durante a fase de projeto. A falta dessa etapa pode 
levar a atrasos e custos imprevistos no canteiro de obras. Portanto, 
é imprescindível a implementação deste procedimento na rotina do 
projeto antes da fase de execução.
Existem formas de realizar a compatibilização de projetos sem o 
uso da tecnologia BIM, sendo uma delas a utilização de projetos 
impressos fazendo a verificação de forma manual e analisando a olho 
nu todos os projetos em busca de sobreposições ou inconsistências. 
As desvantagens deste método são claras, além de demorado, o risco 
de erros é alto devido ao volume de informações a serem analisadas. 
Além disso, o custo com impressões também é expressivo, pois muitos 
projetos necessitam de inúmeras pranchas.
O uso de softwares CAD já diminui um pouco o ônus do processo, mas 
este trabalho não deixa de ser considerado manual. A compatibilização 
no CAD é realizada por meio da sobreposição dos projetos das diversas 
disciplinas em uma única prancha (normalmente a referente ao projeto 
arquitetônico) e a análise em busca de incoerências é feita de forma 
visual, demonstrando a limitação e ineficiência deste método. Assim 
como o método anterior, a responsabilidade pela confiabilidade do 
processo fica sob responsabilidade do analista que o realizou.
Com a Figura 2 é possível visualizar o quão confuso o processo pode 
se tornar e a sobreposição das representações gráficas exige atenção 
máxima para que erros não sejam cometidos.
36
Figura 2 – Compatibilização de projetos em programa CAD
Fonte: AltoQi (2022, [s.p.]).
Entretanto, a tecnologia BIM trouxe uma metodologia de 
compatibilização extremamente segura, rápida e eficiente. Além 
da visualização da modelagem dentro dos softwares em 3D, que já 
possibilita uma melhor compreensão dos projetos, existem elementos 
paramétricos programados que identificam de forma automática as 
inconsistências.
A conclusão do processo de compatibilização de projetos representa um 
custo de 1% a 1,5% do valor total da obra, mas seu uso efetivo rende 
uma economia de 5% a 10% na mesma referência. Demonstrando 
que o investimento, de tempo e de recursos financeiros, para sua 
implementação adequada se faz necessária para se ter produto final 
com excelência (REGINATTO et al., 2017). A Figura 3 ilustra possíveis 
problemas causados pela incompatibilização entre projetos.
37
Figura 3 – Incompatibilização entre o projeto estrutural e projeto 
hidráulico
Fonte: Reginatto et al. (2017, [s.p.]).
4. Planejamento de edificações
A tecnologia BIM, por meio da automação de atividades e redistribuição 
de esforços, possibilita a boa dinâmica com a fase de concepção de 
projetos. Esta etapa é considerada primordial e de extrema relevância, 
pois é nela que serão determinados como os demais procedimentos 
serão realizados. Sua implementação fará com que o procedimento seja 
assertivo e com menor incidência de erros.
Cada edifício é único, pois possui objetivos bem definidos, seguindo as 
necessidades preestabelecidas com relação a prazos, custos, qualidade 
de serviços, destinação de uso e exigências do cliente. Compreender e 
atender as individualidades de cada empreendimento, torna o processo 
mais extensopor requerer mais tempo de estudo para a concepção do 
projeto.
38
Dando enfoque a letra “I” do termo BIM, que advém da palavra 
Information, seu impacto é principalmente no banco de dados necessário 
para a concepção do projeto. Informações com relação às exigências 
do contratante, normativas vigentes e materiais necessários, estarão 
sempre presentes na metodologia de confecção de projetos e agilizará 
processos.
Dessa forma, o BIM pode, também, ser compreendido como criador de 
modelos em escala de edifícios dentro de um modelo computacional 3D, 
gerando uma colaboração facilitada entre os participantes, identificação 
de futuros problemas ou erros no canteiro de obra, agilidade e confiança 
na entrega dos projetos. Portanto, na escala computacional, simulam-
se todas as etapas da construção, tornando o processo detalhado e 
personalizado para cada edificação projetada.
A Figura 4 representa esse modelo computacional em 3D de uma 
parcela de um projeto hidrossanitário, mostrando o auxílio na definição 
das etapas que precisam ser realizadas. Esse esclarecimento ao executor 
do projeto, facilita a identificação de todos os materiais, cotas e itens 
necessários para atender as demandas. Quando se trata de projeto, 
todos os itens prescritos em normativas devem ser seguidos durante o 
dimensionamento, esclarecendo e fornecendo ao executor os dados de 
forma correta garantindo que o planejamento de prazos e orçamentos, 
por exemplo, seja atendido.
39
Figura 4 – Representação 3D de projeto hidrossanitário
Fonte:  Farias (2017, [s.p.]).
5. BIM no planejamento de tempo de execução 
de obra
Quando se trata da indústria da construção, o planejamento sempre se 
torna um problema. Atualmente, existe uma realidade bem diferente 
do esperado, apresentando diversas forças de trabalho informais 
e profissionais, não qualificadas atuando diretamente no mercado. 
Compreender os vários planos em vigor para implementação posterior 
é um dos maiores problemas enfrentados pelas empresas deste setor, 
em que as informações contidas em planilhas e projetos, não se tornam 
palpáveis e os colaboradores não conseguem obter uma visualização 
imaginativa do planejamento da obra em três dimensões. Além do 
mais, apenas o ato de planejar não sana problemas com relação a 
atrasos na entrega de etapas, falta de materiais ou até mesmo falta de 
profissionais.
40
Juntamente com o planejamento, deve-se existir o ato de controlar as 
ações dentro do canteiro de obras. Planejar e controlar são atividades 
complementares e devem sempre ser implementadas em conjunto.
Entre as diversas vantagens na implementação da tecnologia BIM no 
setor da engenharia civil, a modelagem realizada em softwares pode 
ser associada à variável tempo incorporando informações gráficas 
para duração de etapas pré-definidas que irão ser materializadas 
na construção. O controle, por meio da realização da comparação 
entre o que está sendo efetivamente construído com a modelagem 
confeccionada, fornece parâmetros que podem atualizar cronogramas 
e planejamentos feitos durante a etapa de projeto, enquanto tudo vai 
sendo atualizado simultaneamente por conta de seu sistema integrado 
de informações.
De acordo com Eastman et al. (2011), a comunicação entre a equipe de 
projetos e de execução de obras, faz com que os erros sejam reduzidos 
de forma expressiva, principalmente, pelo fornecimento constante de 
dados para a modelagem em BIM. As vantagens desse processo são 
inúmeras: processo de construção mais ágil; redução de custos; redução 
de retrabalho; entendimento das necessidades de cada etapa de 
construção prevista; e procedimentos mais eficientes.
6. Softwares para compatibilizações e 
planejamentos
Quando inserida a variável tempo ao modelo BIM, alguns autores 
denominam essa dimensão como 4D. Alguns softwares possibilitam o 
acompanhamento dessa variável e são citados a seguir.
41
6.1 Navisworks
Esse software proporciona o acompanhamento da obra do início ao fim, 
auxiliando os profissionais no controle das atividades. Nele, a avaliação 
de conflitos entre a execução e planejamento, pode ser realizada antes 
mesmo de acontecerem.
As simulações gráficas proporcionam a visualização de diversos 
cenários com o auxílio de opções de câmeras e modos de observação. 
Estas auxiliam a avaliação dos métodos construtivos implementados e 
verificam se existem metodologias que fornecem melhores resultados.
A organização de maquinário, insumos e equipamentos, também pode 
ser inserida no programa, a fim de acelerar as atividades dentro do 
canteiro, prevendo o que é necessário para desempenhar de forma 
adequada o que foi previsto. Outros elementos essenciais dentro do 
canteiro de obras também podem ser controlados, por mais que não 
façam parte de uma atividade específica, por exemplo: controle de EPI’s 
(Equipamentos de Proteção Individual); controle de cartão ponto dos 
funcionários; manutenção periódica de máquinas e ferramentas etc. A 
Figura 5 ilustra a interface do software.
Figura 5 – Simulação e animação de modelo no programa 
Navisworks 
Fonte: captura de tela de Autodesk.
42
6.2 Vico
O Vico (sigla para Virtual Construction) é um software em BIM que possui 
foco em soluções orçamentárias. Quando se trata de orçamentação, 
as variáveis de custo e tempo são sempre dependentes uma da outra, 
bem como o prazo de execução de uma atividade também varia. Tal fato 
pode ser de difícil controle, exigindo, assim, uma ferramenta de gestão.
Essa plataforma possui a capacidade de atualização automática do 
cronograma e planejamento da obra quando os projetos sofrem alguma 
alteração.
Ela proporciona, ainda, uma análise de produtividade da equipe de 
execução, pois as atualizações proporcionam a relação entre etapas 
concluídas e tempo de duração. O banco de dados dessa informação 
fornece para a equipe dados para que a assertividade seja cada vez 
maior, facilitando planejamento de obras futuras. A Figura 6 ilustra essa 
a interface do software.
Figura 6 – Interface do programa Vico, com demonstração de 
gráficos
Fonte: captura de tela de Synergy Software.
43
6.3 Revit vinculado ao MS Project
Apesar de o programa Revit não fornecer simulações ao longo do 
tempo, a visualização proporcionada é estática de cada etapa. O uso 
deste software é vantajoso, pois, o banco de dados que se adapta a ele 
é de mais fácil acesso, além de ser o software mais utilizados entre os 
profissionais do mercado da construção civil – sua interface é clara e 
intuitiva.
Ele possibilita a associação de seus dados ao software de planejamento 
MS Project, que fornece gráficos de Gantt que possibilita analisar o 
status de execução das etapas. Com ele, é possível alterar datas de início 
e conclusão das tarefas, a ordem das atividades interferências entre 
elas. Outra vantagem do uso deste software, é sua interface que se 
assemelha ao Excel, programa muito comum nas empresas, facilitando a 
implementação e entendimento dos profissionais.
Referências
AUTODESK. Controle os resultados do projeto com o software de revisão 
Navisworks. [s. l.], 2021. Disponível em: https://www.autodesk.com.br/products/
navisworks/features. Acesso em: 1 fev. 2022.
FARIAS, Vanessa. Plataforma BIM: Tudo sobre a grande tendência da Construção. 
Sienge, Florianópolis, 11 de setembro de 2017. Disponível em: https://www.sienge.
com.br/blog/plataforma-bim/. Acesso em: 1 fev. 2022.
JUNIOR, Francisco G. ALTOQI. Os processos de compatibilização de projetos na 
construção civil e o BIM. Mais Engenharia, Florianópolis, 2022. Disponível em: 
https://maisengenharia.altoqi.com.br/bim/os-processos-de-compatibilizacao-de-
projetos-na-construcao-civil-e-o-bim/. Acesso em: 9 fev. 2022.
LE BIM c’est quoi et pourquoi faire du BIM? Tout ce que vous devez savoir. BiLus, 
Itália, 30 de março de 2020. Disponível em: https://biblus.accasoftware.com/fr/le-
bim-cest-quoi-et-pourquoi-faire-du-bim-tout-ce-que-vous-devez-savoir/. Acesso em: 
27 jan. 2022.
REGINATTO, J. H.E. et al. Modelagem e compatibilizaçãode projetos de um edifício 
multifamiliar em software de plataforma BIM. Simpósio de sustentabilidade e 
44
contemporaneidade nas ciências sociais, [s. l.], v. 5, p. 24, 2017. Disponível em: 
https://www.fag.edu.br/upload/contemporaneidade/anais/594c165427d71.pdf. 
Acesso em: 26 abr. 2022.
SACKS, R. et al. Manual de BIM: Um Guia de Modelagem da Informação da 
Construção para Arquitetos, Engenheiros, Gerentes, Construtores e Incorporadores. 
Porto Alegre: Grupo A, 2021.
SYNERGY SOFTWARE SYSTEMS. Vicosoft–virtual construction | 4d and 5d bim 
modeling solutions. [s. l.], 2022.
45
Gestão de Projetos BIM
Autoria: Murillo Magedanz
Leitura crítica: Alana Dias de Oliveira
Objetivos
• Controle de qualidade do modelo.
• Gestão de arquivos e componentes BIM.
• Monitoramento de projetos BIM.
46
1. Introdução
Todo processo a ser desenvolvido necessita de um gerenciamento de 
qualidade para que o produto satisfaça o consumidor final. A gestão 
de projetos e obras que contempla a tecnologia BIM faz com que os 
resultados sejam mais eficazes e seguros.
Investir e priorizar uma boa gestão proporciona resultados no ambiente 
de trabalho e entre os profissionais que desempenham as atividades. 
Um bom gestor define os processos e busca ferramentas para otimizar 
os processos.
Diversos autores definem a tecnologia BIM como um modelo de 
excelência para gestão de obras, sua principal característica é sempre 
buscar o que há de mais moderno em termos de tecnologia e 
implementá-las nos processos de projetos e construções.
Clareza no banco de dados, modelos em 3D, caracterização de todos os 
materiais e a possibilidade de diversos softwares integrados, promovem 
melhores tomadas de decisões.
Quando se trata de canteiros de obras, seu ciclo de vida pode ser 
mais organizado e facilitado. Dando ênfase às pessoas, à tecnologia e 
aos processos, o fluxo de trabalho fica claro e contínuo. Dessa forma, 
o desempenho da gestão está diretamente ligado à implementação 
adequada da tecnologia BIM no fluxo de trabalho, assim como na Figura 
1.
A implementação dessa tecnologia causa estranheza e maior volume de 
trabalho no início do processo. Isso deve-se principalmente à adaptação 
de equipe e ajuste de ferramentas. Entretanto, ao longo do tempo, o 
processo fica claro e agiliza as etapas de desenvolvimento.
47
Ao implementar o BIM em uma empresa de projetos, o gestor poderá 
observar diversas melhorias na rotina de trabalho. Sendo elas:
• Informações precisas.
• Qualidade dos projetos.
• Velocidade de trabalho.
• Redução no tempo de entrega e custos.
• Processos mais colaborativos.
• Quantitativos e orçamentos assertivos.
Figura 1 – Uso da ferramenta BIM na gestão de toda a vida útil da 
edificação
Fonte: https://www.e-zigurat.com/blog/pt-br/perguntas-e-respostas-bim/. Acesso em: 26 
abr. 2022.
48
2. Controle de qualidade do modelo
Para atingir a qualidade esperada no produto que irá ser entregue, 
primeiramente é necessário compreender qual o significado de 
qualidade para este processo. Alguns pontos que devem ser enfatizados 
são: atendimento aos requisitos do empreendimento solicitados pelo 
contratante; controle de custos do projeto e empreendimento; controle 
de pessoal e dos recursos disponíveis.
Sabendo que o projeto se constitui de diversos modelos BIM referentes 
a diversas disciplinas que compõem o projeto final, o autor e 
responsável por cada disciplina deve efetuar o controle de sua etapa, 
além de atender normativas e diretrizes pré-definidas ao produto.
Softwares menos conhecidos no Brasil, como dRofus e Codebook, 
possuem recursos que fornecem controle sobre o desenvolvimento 
do projeto e atendem aos requisitos definidos durante a concepção do 
projeto. Ter metas identificadas como a principal diretriz é fundamental 
para alcançar as entregas esperadas e acordadas com os prestadores de 
serviços.
Outro fator que garante o fluxo de trabalho contínuo, sem interferências 
interdisciplinares ou em uma mesma disciplina, é a compatibilização de 
projetos, item que verifica erros e que não deve ser esquecido.
Como já dito, sistemas de programação podem automatizar os recursos 
de verificação e compatibilização. Mas, para que esse procedimento seja 
eficaz, o gestor de projetos deve atentar e coordenar nomenclaturas 
padronizadas, tanto no modelo e seus componentes, quanto nas 
regras que foram definidas no aplicativo de verificação. Por exemplo, 
se foi programado identificar a existência de banheiros que atendam 
às exigências PNE (Pessoa com Necessidades Especiais) e o projetista 
nomeou o cômodo como WC PNE, o programa não conseguirá 
49
identificar pelo fato de a nomenclatura não atender o que foi pré-
definido.
Vale enfatizar que, em projetos desenvolvidos no sistema CAD, esse 
procedimento não pode ser aplicado pelo fato dele não ter informações 
vinculadas à representação que é feita.
É de suma importância o gestor de projetos definir um padrão de 
nomenclaturas. A referência padronizada pode seguir a NBR 15965 
-1 (ABNT, 2011) que pode ser disponibilizada em conjunto com banco 
de dados do modelo para que todos os responsáveis pelas disciplinas 
possam ter acesso à ela.
3. Ambiente de trabalho BIM otimizado
A interoperabilidade dos arquivos em BIM nos diversos softwares, 
minimiza os erros na conversão de dados e comunicação entre 
profissionais, o que resulta em processos rápidos e uniformizados.
Sabendo que os procedimentos com a tecnologia são mais ágeis e 
assertivos, o tempo economizado é convertido em maiores margens 
de lucros e menores riscos de retrabalhos. Esses fatores fazem os 
profissionais serem mais bem remunerados e com maior qualidade dos 
serviços prestados.
Além da comunicação eficaz entre os profissionais responsáveis pelas 
diversas disciplinas de projeto, o BIM também proporciona uma melhor 
comunicação entre esses profissionais e os do canteiro de obras. Outra 
questão extremamente importante é melhorar a comunicação com 
diversos fornecedores de equipamentos e materiais. Quando se trata 
de materiais, a tecnologia proporciona quantitativos e as características 
mais assertivas, facilitando o processo de orçamentação e entrega dos 
produtos.
50
Figura 2 – Comunicação de integrantes do processo
Fonte: elaborada pelo autor.
De acordo com Leusin (2018), um dos fatores que contribuem para 
uma alta produtividade no processo de projeto BIM é a possibilidade 
de pré-configurar o ambiente de trabalho no aplicativo de autoria, a 
organização do gabarito de projeto (template) ou seleção de favoritos 
de modo a refletir os dados específicos do empreendimento ou da 
organização, seja no Revit®, no ArchiCAD®, no VectorWorks® ou em 
outros.
Figura 3 – Modelo de template do software Revit.
Fonte: Leusin (2018, p. 42).
Essa otimização feita por templates é imprescindível para equipes de 
alto desempenho. Já que com a amplitude do BIM existem inúmeras 
empresas e projetistas com o seu próprio nicho de atuação, identidade 
51
visual e metodologia de projeto. Logo, um template quase nunca poderá 
ser replicado devido às necessidades individuais de cada profissional.
4. Gestão de arquivos e componentes BIM
Por ser constituído por diversas disciplinas, a tecnologia BIM acarreta 
muitos arquivos e por ter uma grande quantidade de informações 
constituintes, então o tamanho dos arquivos pode ser expressivo. Por 
existirem vários profissionais desenvolvendo este processo colaborativo, 
precauções devem ser tomadas para que se tenha uma gestão 
organizada, segura e eficiente.
O gestor BIM, ou BIM manager, tem por responsabilidade acompanhar, 
rotineiramente, se o acesso aos arquivos para os membros da equipe 
e externos, está disponível e adequado; se o servidor ou a nuvem 
está recebendo os arquivos salvos; verificar se arquivos repetidos 
estão sendo salvos para não complicar o fluxo de trabalho, verificar 
nomenclaturas e endereços, e acompanhar constantemente os 
componentes adicionados ao modelo.
Padrões de salvamento de arquivos locaistambém devem ser definidos 
para se atingir a organização do sistema. Normalmente, é definida uma 
pasta nomeada como “Arquivo Principal”, onde constam os arquivos 
centrais em BIM utilizados pelos profissionais. As demais pastas, serão 
criadas seguindo a demanda do projeto que está em desenvolvimento.
52
Figura 4 – Exemplo de organização de arquivos
Fonte: Leusin (2018, p. 97).
Para a nomenclatura dos componentes BIM, segue-se normalmente o 
seguinte padrão recomendado pela Comissão Especial de Estudos da 
ABNT sobre o tema de Modelagem de Informação na Construção:
Descrição Tipo_Subtipo_Livre_Responsável
Sendo que cada item define:
• Descrição Tipo: pode ser baseada nos termos definidos pela NBR 
15965-1 (ABNT, 2011 pelas tabelas 2C, 3E ou 3R).
• Subtipo: sendo item opcional, refere-se às dimensões do 
componente (altura x largura x comprimento).
• Livre: texto opcional e definido pelo gestor de projeto, podendo 
conter alguma informação relevante ao projeto que está em 
desenvolvimento.
• Responsável: indicará o responsável pelo componente, podendo 
ser o criador ou quem simplesmente adicionou ele ao modelo.
53
Figura 5 – Componentes pertencentes a NBR 15965, Tabela 2
Fonte NBR 15965 (ABNT, 2011).
5. Monitoramento de projetos BIM
Mesmo que existam softwares que são programados para a indicação 
de inconformidades no processo de compatibilização de projetos, o 
gestor precisa estar sempre atento e acompanhando se os parâmetros 
adotados englobam todas as características necessárias para o projeto 
em desenvolvimento.
Sempre vale lembrar que, cada projeto é individual e personalizado. 
Dessa forma, os parâmetros analisados devem ser atualizados a cada 
novo projeto para que o processo seja eficaz.
54
Outra tarefa importante que é responsabilidade do gestor é o 
acompanhamento dos profissionais que desenvolvem os projetos. 
Estar sempre atento aos erros e acertos cometidos pelos projetistas, 
demonstra ao gestor se a equipe está em harmonia para a entrega 
de produtos de qualidade. A dificuldade com o uso de softwares ou a 
implementação dos processos pré-definidos, podem ser solucionadas 
com cursos profissionalizantes ou ferramentas diferentes fornecidas 
pela tecnologia BIM.
Dessa forma, o gestor sempre precisa estar em busca da melhoria 
contínua de sua equipe, atualização dos processos e manutenção ou 
troca das ferramentas empregadas
6. Disciplinas BIM
Quando se trata de projetos, normalmente a representação 
arquitetônica em três dimensões serve de base para sua representação 
geométrica e entendimento global do projeto. Para novas modelagens 
BIM, disciplinas são adicionadas e são associadas ao modelo de acordo 
com a variável ou informação precisa ser adicionada a ele. Esse processo 
então é responsável pela criação de um modelo federado (Figura 6).
Na era da tecnologia, o BIM evoluiu para inserção de novas disciplinas e 
novos nichos cada um com sua carga de informações necessárias para o 
detalhamento cada vez mais minucioso de processos e trabalhos.
Com o surgimento de mais disciplinas acredita-se que não existe um 
limite para a associação de informações na tecnologia BIM. Isso se 
deve ao fato de cada projeto ser único e a cada particularidade que 
irá surgindo ao longo de sua concepção, novos bancos de dados são 
desenvolvidos. Os tópicos e informações mais contemporâneos do BIM 
são: sustentabilidade, gestão e manutenção (Facilities Management).
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Figura 6 – Modelo federado
Fonte: Manzione (2013, p. 128).
Já se prevê novas disciplinas ligadas a aspectos de segurança e 
prevenção de acidentes no ambiente de trabalho com o uso de 
modelagens em BIM, dessa forma poderá haver a previsão de riscos 
durante a execução das etapas de obras. Isso significa que identificar 
métodos e equipamentos que fornecerão segurança ao trabalhador é 
possível, tornando o ambiente de trabalho cada vez mais seguro.
Referências
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 15965: Sistema de 
classificação da informação da construção, Parte 1: Terminologia e estrutura. Rio de 
Janeiro, 2011.
LEUSIN, Sergio R. Gerenciamento e Coordenação de Projetos BIM. Porto Alegre: 
Grupo GEN, 2018.
MANZIONE, Leonardo; MELHADO, Silvio; NÓBREGA Jr., Claudino L. BIM e Inovação 
em Gestão de Projetos. Porto Alegre: Grupo GEN, 2021.
MANZIONE, Leonardo. Proposição de uma Estrutura Conceitual de Gestão 
do Processo de Projeto Colaborativo com o uso do BIM. 2013. 325 f. Tese 
56
(Doutorado em Engenharia)–Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São 
Paulo, 2013. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3146/
tde-08072014-124306/publico/TESE_LEONARDO_MANZIONE.pdf. Acesso em: 26 abr. 
2022.
SANTA CATARINA. Caderno de especificações de projetos em BIM. Versão 
2.0 2022. Disponível em: https://saude.sc.gov.br/index.php/informacoes-gerais-
documentos/projetos-e-obras-orientacoes/cadernos/8986-caderno-apresentacao-
projetos-em-bim/file. Acesso em: 3 fev. 2022.
SILVÉRIO, W. L.; SIQUEIRA, J. F. R. F; CANEDO, N. R. M. Aplicação da Ferramenta 
BIM no Planejamento de uma Edificação Unifamiliar: Estudo de caso Goiânia-
GO. PUC Goiás, 2020. Disponível em: https://repositorio.pucgoias.edu.br/jspui/
bitstream/123456789/500/1/Aplica%C3%A7%C3%A3o%20da%20Ferramenta%20
BIM%20no%20Planejamento%20de%20uma%20Edifica%C3%A7%C3%A3o%20
Unifamiliar%20Estudo%20de%20caso%20Goi%C3%A2nia-GO.pdf. Acesso em: 26 
abr. 2022.
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	Sumário
	Apresentação da disciplina 
	Introdução ao BIM
	Objetivos
	1. BIM: além de tecnologia, são pessoas 
	Referências 
	Ferramentas BIM para modelagem e projeto
	Objetivos
	1. Introdução
	2. Principais softwares BIM e funcionalidades 
	3. O que são softwares irmãos? 
	4. Gerenciamento de dados e arquivos 
	Referências
	Planejamento e compatibilização com metodologia BIM
	Objetivos 
	1. Introdução 
	2. Planejamento de projetos 
	3. Processo de compatibilização de projetos 
	4. Planejamento de edificações 
	5. BIM no planejamento de tempo de execução de obra 
	6. Softwares para compatibilizações e planejamentos 
	Referências 
	Gestão de Projetos BIM 
	Objetivos 
	1. Introdução 
	2. Controle de qualidade do modelo 
	3. Ambiente de trabalho BIM otimizado 
	4. Gestão de arquivos e componentes BIM 
	5. Monitoramento de projetos BIM 
	6. Disciplinas BIM 
	Referências

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