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A FUNÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA GARANTIA DO DIREITO À HABITAÇÃO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL - UNINTER 
CURSO DE BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL
A FUNÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA GARANTIA DO DIREITO À HABITAÇÃO 
 JAGUARIAÍVA-PR
 2023
2
A FUNÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA GARANTIA DO DIREITO À HABITAÇÃO 
Trabalho de Conclusão de Curso de graduação, apresentado à disciplina e Orientação de Trabalho de Conclusão de Curso - OTCC, do curso de Bacharelado em Serviço Social do Centro Universitário Internacional UNINTER, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel.
Orientadora: Profª Esp. Maria Andrea Dias
JAGUARIAÍVA-PR
12
 2023
A FUNÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA GARANTIA DO DIREITO À HABITAÇÃO 
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, apresentado à disciplina de Orientação de Trabalho de Conclusão de Curso - OTCC, do curso de Bacharelado em Serviço Social do Centro Universitário Internacional UNINTER / Curitiba-PR, como requisito final para a obtenção do título de Bacharel.
Aprovado em:	de	de 2023.
BANCA EXAMINADORA
 Professor 1(Titulação e nome completo)
 Instituição 1
Professor 2 (Titulação e nome completo)
Instituição 2
 Professora Esp. Maria Andrea Dias 
 UNINTER (Orientadora
RESUMO
O presente trabalho trata da função do assistente social na garantia do direito à habitação, tendo como objetivo principal conhecer o trabalho desenvolvido por este profissional na Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Social do Município de Jaguariaíva/PR. As habitações de interesse social são em sua grande maioria projetos desenvolvidos pela gestão pública para atender uma demanda habitacional e assim garantir o direito à moradia de cada cidadão. Atualmente o Brasil responde bem quando se trata de déficit habitacional com produções em larga escala acessíveis a população de baixa renda. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica tendo como base a interpretação de livros,artigos,jornais e revistas relacionados ao tema e um estudo de caso.Entendeu-se que foram vários momentos importantes referentes à política habitacional no Brasil, mostrando o amadurecimento da sociedade e governo nas experiências da questão habitacional até chegar aos dias de hoje, foram muitas as discussões principalmente vindas de organizações sociais em favor de mudanças. É a partir da Constituição Federal de 1988 que os governos passam a ter a responsabilidade da provisão de moradias, tanto nas esferas Federal, Estadual e Municipal. Demonstrou-se a importância da política social como síntese de uma confrontação e articulação de interesses de forças sociais diversas, um conjunto de regulações e intervenções do estado, definidas em um jogo de interesses e condicionadas historicamente, por processos econômicos, políticos e sociais e ainda uma reflexão sobre alguns aspectos do Projeto Ético-político do Serviço Social no Brasil, num contexto de globalização, de fragmentação de direitos e império do capitalismo.
Palavras-chave: Serviço Social. Política Habitacional. Direitos.
ABSTRACT
The present work deals with the function of the social worker in guaranteeing the right to housing, having as main objective to know the work developed by this professional in the Municipal Secretary of Housing and Social Development of the Municipality of Jaguariaíva/PR. Social interest housing are mostly projects developed by public management to meet a housing demand and thus guarantee the right to housing for each citizen. Currently, Brazil responds well when it comes to housing deficit with large-scale productions accessible to the low-income population. The methodology used was bibliographical research based on the interpretation of books, articles, newspapers and magazines related to the theme and a case study. Government in the experiences of the housing issue until today, there were many discussions mainly coming from social organizations in favor of changes. It is from the Federal Constitution of 1988 that governments have the responsibility for housing provision, at both the Federal, State and Municipal levels. The importance of social policy was demonstrated as a synthesis of a confrontation and articulation of interests of diverse social forces, a set of state regulations and interventions, defined in a game of interests and historically conditioned by economic, political and social processes and even a reflection on some aspects of the Ethical-political Project of Social Work in Brazil, in a context of globalization, fragmentation of rights and the empire of capitalism.
Keywords: Social Service. Housing Policy. Rights.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
	Figura 1 – Localização de Jaguariaíva...............................................................................
Figura 2 – Vista Parcial de Jaguariaíva..............................................................................
Figura 3 – Condomínio do Idoso em Jaguariaíva.............................................................. Figura 4 – Condomínio do Idoso em Jaguariaíva..............................................................
Quadro 1 – Entrevistas realizadas.....................................................................................
Quadro 2 – Questionário.................................................................................................... Quadro 3 – Respostas 1 .................................................................................................. Quadro 4 – Respostas 2 ..................................................................................................
	36
37
40
41
43
43
44
45
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
	ABESS ABAS
BNH
BPC
CDHU
CEAS
CNSS
CFESS
CF
COHAB
FADS
FGTS
FNHIS
LBA 
LOAS
MDS
OMS
PAC
PAIH
PNAS
SFH
SNHIS
SUAS
	Associação Brasileira das Escolas de Serviço Social 
Associação Brasileira de Assistentes Sociais 
Banco Nacional de Habitação
Beneficio Prestação Continuada
Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano
Centro de Estudos e Ação Social 
Conselho Nacional de Serviço Social
Conselho Federal de Serviço Social
Constituição Federal 
Companhia de Habitação Popular
Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social
Legião Brasileira de Assistência
Lei Orgânica da Assistência Social
Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome
Organização Mundial da Saúde
Programa de Aceleração do Crescimento 
Plano de Ação Imediata para a habitação
Política Nacional da Assistência Social
Sistema Financeiro da Habitação
Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social
Sistema Único de Assistência Social
	
	
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	9
2 ENTENDENDO O TRABALHO SOCIAL NO DIREITO À HABITAÇÃO	12
2.1 A POLÍTICA NACIONAL DE HABITAÇÃO: CONTEXTOS E PRINCÍPIOS	12
2.1.1 Breve Histórico Trabalho Social em Habitação	15
2.1.2 Sistema Nacional de Habitação	18
2.1.3 Programa Minha Casa Minha Vida	20
2.2 SERVIÇO SOCIAL	21
2.2.1 O Desmonte da Assistência Social no Projeto Neoliberal	22
2.2.2 Projeto Etico Politico do Serviço Social	24
2.2.3 Desafios Postos ao Serviço Social	26
2.2.4 A Atuação do Assistente Social na Área de Habitação	29
3 ESTUDO DE CASO	33
3.1 CARACTERÍSTICAS DO MUNICIPIO DE JAGUARIAÍVA	33
3.1.1 Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Social	34
3.1.2 Condomínio do Idoso – Programa Viver Mais Paraná	36
3.1.3 Assistente Social na Secretaria de Habitação	39
3.1.4 Caracterização da Área de Estudo	39
3.2 ESTRUTURAÇÃO DAS ENTREVISTAS	40
3.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS	43
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS	47
REFERÊNCIAS	49
1 INTRODUÇÃO
O tema: O trabalho do Assistente Social ligado a Política Habitacional ganha importância no cenário de direitos, a questão habitacional passou a ser um dos fatores mais vulneráveis do caos urbano, tornando-se de grande proporção e de difícil solução para o problema que persiste nas cidades e Estados. O trabalho abordao papel do Assistente Social na Secretaria de Habitação de Jaguariaíva/PR.
A Problemática gira em torno da questão:
- Quais os desafios da profissão do assistente social em construir ideias inovadoras que contribuam para o cumprimento dos Direitos, identificando as demandas de atendimento e as prioridades habitacionais do Município?
O objetivo geral é discutir como se desenvolve a prática do assistente social na área da habitação, identificando as possíveis contribuições do serviço social para ampliação dos projetos sociais nesta área. Os objetivos específicos abrangem como a intervenção nos projetos habitacionais podem favorecer a cidadania e os direitos garantidos pela Constituição Federal Brasileira de 1988, procurando perceber as possibilidades e os limites encontrados pelos profissionais;Entendendo a Política Nacional de Habitação:Contextos e Princípios; Inteirando-se sobre o breve histórico trabalho social em habitação;Sabendo sobre o sistema nacional de habitação e o Programa Minha Casa Minha Vida; Apreendendo sobre o serviço social e o desmonte da assistência social no projeto neoliberal; Conhecendo o projeto ético político do serviço social e os desafios postos ao serviço social tal qual a atuação do assistente social no campo da habitação;
O trabalho justifica-se e se torna relevante levando em conta que o crescimento das cidades brasileiras desde o século XX teve como resultado cidades extremamente desiguais, com suas populações vivendo em situações inseguras de habitação. O Município de Jaguariaíva não foge desta realidade, pois vem enfrentando as dificuldades de planejar a expansão urbana. O Município é marcado por ocupações irregulares, domicílios irregularmente construídos em áreas públicas e privadas. No Plano Diretor do Município, encontra-se o direito a cidade para todos, compreendendo o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, á infraestrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer. Através da Secretaria de Habitação procurou-se entender o trabalho do assistente social realizado junto aos Programas Habitacionais existentes e que contemplem a população caracterizada como baixa-renda, os desafios da profissão em construir ideias novadoras que contribuam para a efetivação de Direitos, identificar as demandas de atendimento e as prioridades habitacionais do Município.
Quanto à metodologia empregada a pesquisa é direcionada pela teoria crítica marxista de Karl Marx que para Medeiros e Sviercoski (2020, p. 52), é a atividade material dos seres humanos, ou seja,aquilo se que faze é que determina as ideias, e não o contrário. Ao falar sobre a Teoria Crítica Marxista, ela possibilita ao profissional uma visão crítica de sua atuação, fazendo assim uma leitura crítica da realidade.
A fundamentação teórica utilizada para desenvolver o estudo é embasada em pesquisa bibliográfica e sua abordagem é de maneira qualitativa. Segundo Minayo et al. (1997, p. 16), “(...) a metodologia inclui as concepções teóricas de abordagem, o conjunto de técnicas que possibilitam a construção da realidade”. 
A metodologia é o caminho para realização de algo, onde são utilizados métodos para se atingir a produção de conhecimentos, onde se pode trabalhar com uma realidade subjetiva que não podendo ser quantificado.
A análise de documentos e pesquisa de fontes que venham a contribuir para maior fundamentação da pesquisa é de extrema importância para elaboração de uma pesquisa que seja fundamentada. Este estudo caracteriza-se por ser de caráter descritivo com abordagem qualitativa. 
Segundo Bogdan e Biklen (1982 apud LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p. 13), “a pesquisa qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes”. 
Além disso, um dos focos consiste em captar os significados que as pessoas atribuem a determinados eventos. Através da pesquisa qualitativa pode-se analisar a realidade que permeia o cotidiano profissional do Assistente Social, além de permitir um olhar mais abrangente sobre o tema. 
A Apresentação do trabalho deu-se de forma coesa através de seções primária,secundárias e terciárias:
Entendendo o Trabalho Social no Direito à Habitação;	
	A Política Nacional de Habitação: Contextos e Princípios;
	Breve Histórico Trabalho Social em Habitação;
Sistema Nacional de Habitação;	
Programa Minha Casa Minha Vida;
Serviço Social;
O Desmonte da Assistência Social no Projeto Neoliberal;
Projeto Etico Politico do Serviço Social;
Desafios Postos ao Serviço Social;
A Atuação do Assistente Social na Área de Habitação;
Estudo de Caso;
Considerações Finais;	
2 ENTENDENDO O TRABALHO SOCIAL NO DIREITO À HABITAÇÃO 
Em uma sociedade marcada pela desigualdade e pela falta de atendimento aos direitos básicos, a mobilização é uma ação, em primeiro lugar, de afirmação de direitos. É reconhecer o cidadão como sujeito e que, ao integrar um empreendimento habitacional, está efetivando seu direito à moradia. Entende-se, também, que o direito à moradia pode e deve ser a porta de entrada para os demais direitos, especialmente o direito à cidade. Isso significa a busca pela cidadania plena, melhoria da qualidade de vida e o combate às desigualdades sociais.
Para melhor compreensão, a pesquisa dividiu o assunto em tópicos distintos, que unidos contemplam uma visão uniforme do assunto. 
2.1 A POLÍTICA NACIONAL DE HABITAÇÃO: CONTEXTOS E PRINCÍPIOS
Sobre o conceito de habitação até meados do século XIX, a terra no Brasil era concedida pela Coroa,as sesmarias, ou simplesmente ocupada, sendo que a cidade chamada Rocio era o lugar onde estavam as casas e pequenas produções agrícolas para o subsidio local. A terra até então não tinha valor comercial. O decreto Lei de Terras,em setembro de 1850, mudou esse cenário, ao instituir a posse fundiária no país, tanto rural quanto urbana: foi legitimada a propriedade de quem já detinha “cartas de sesmaria” ou provas de ocupação “pacífica e sem contestação”. O resto, de propriedade da Coroa, foi leiloado. Para ter terra,desde então era necessário pagar por ela (FERREIRA e UEMURA, 2008).
Segundo a Agenda Habitat II a concepção de “adequada habitação” significa algo mais que ter um teto para se abrigar, significa também dispor de um local privado, com espaço suficiente, acessível, seguro tanto no que tange à estabilidade e durabilidade estrutural, e ventilação suficientes; adequada infraestrutura que inclua o fornecimento de serviços básicos como água, luz e saneamento ambiental e que seja também adequadamente localizada para viabilizar o acesso ao trabalho e com um custo acessível para a população (AGENDA HABITAT II/1993).
Diante dos dois conceitos entende-se que desde a promulgação da Lei de Terras fica evidente a difícil batalha dos trabalhadores na conquista do direito a moradia, na busca por um teto digno e um endereço certo.
Como já se sabe, a constituição federal de 1988, em seu artigo 5º elenca os direitos e garantias fundamentais do cidadão, na qual entre os incisos esta a garantia à propriedade, mais precisamente no de número XXII, não sendo essa garantia uma obrigação do Estado.
Mas mesmo assim através de políticas dos municípios, por inúmeras vezes se ve e ouve que alguns Municípios para ajudar seus moradores e para “cumprir” os direitos constitucionais, doam através de autorização de direito real de uso também normatizada na Constituição Federal de 1988, que em seu parágrafo 1º do artigo 183, assim descreve, “o título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil”; onde as famílias possam ter sua casa, para terem uma vida digna, em uma área mesmo que pequena construir sua prole, amparado pela proteção de saber que a final de cada dia terá onde dar abrigo a sua família (C.F.;1998).
Entrementes, não poderão ser realizados esses projetos sem um enorme planejamento, seja ambiental ou social.Sabe-se que todos tem o direito e que a União assim o fez em sua Carta Magna, porém o crescimento desgovernado gera mais problemas do que soluções, ex: loteamentos criados através de políticas públicas deverão ser preenchidos com todas as suas benfeitorias uteis e necessárias para que seus habitantes tenham todas as circunstâncias favoráveis de saúde, higiene, e, segurança adequada.
Dentre as várias políticas de se fazer valer os direitos dos cidadãos quanto sua habitação (moradia), pode-se aqui elencar também os créditos financeiros, conhecidos popularmente como financiamentos habitacionais,ora concedidos através da Caixa Econômica Federal, COHAB, CDHU, dentre outros.
No Brasil se ve um grande aumento neste quesito, podendo-se adquirir imóveis próprios com ajuda dos entes financeiros, através do Sistema Financeiro de Habitação que dá subsídios para os compromissários compradores como forma de incentivo.
Tem-se também elencado no artigo 183 (Constituição Federal) mais um direito de habitação (moradia) que é o usucapião, qual seja, o direito daquele que possuir como sua área urbana, não superior a 250,00 (duzentos e cinquenta metros quadrados), por cinco anos ininterruptos sem oposição, e utilizando-a para sua moradia, sem que o mesmo tenha outra propriedade,se preencher os requisitos para adquirir o domínio e a propriedade.
Artigo 183 – “aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, se não for proprietário de outro imóvel urbano ou rural” (C.F.;1988).
Se tem vários direitos protegidos pela Carta Magna, porém nem sempre cumpridos por quem tem o dever de proporcioná-los, quer dizer, a União, Estados, Municípios e Distrito federal, que carecendo de uma política justa e confiável não o faz. Palavras e direitos podem ser ditos, porém devem ser cumpridos, para que todos possam viver em sociedade com dignidade e respeito, que nada mais é do que um dever do Estado.
A problemática da habitação social envolve a dinâmica da profissão em exercício
dos Assistentes Sociais constituindo um lócus que carece de intervenção. Aliado a isso,
observa-se a carência de equipamentos coletivos como abastecimento de água, luz, transporte, calçamento, saneamento urbano, coleta de lixo e demais elementos de infra-estrutura. Atualmente, a responsabilidade de assegurar as moradias é, sobretudo, do Estado, devendo prover o direito de habitar aos que não dispõem de recursos, através da Política Habitacional com intuito de minimizar o déficit de moradias na sociedade, seja concebendo situações para residir nas áreas de assentamentos com melhorias na infra-estrutura e no fornecimento de água, energia elétrica e criação de rede de esgotos, como na posse-da terra aos assentados, garantindo a oportunidade de fixarem-se ao local, ou através da construção de conjuntos habitacionais para aumentar a facilidade de aquisição de um imóvel às famílias.
Refere-se a ações formadoras de cultura, vinculadas a uma perspectiva de mundo que busca combater a subserviência e o clientelismo. Não está se esta falando de práticas “disciplinadoras” ou de “controle” da população, dirigidas ao enquadramento social ou para a adesão acrítica às intervenções ocorridas em seu território, mas de seu empoderamento enquanto agentes sociais de mudança
O trabalho social possui uma orientação ética e política: democrática, educativa e organizadora, que incentiva a participação, a ação coletiva dos cidadãos, o fazer no dia a dia do protagonismo cidadão, socializando informações, investindo na capacitação dos sujeitos na apropriação de novos valores e conceitos de morar e conviver no espaço urbano (PAZ e TABOADA, 2010).
Não é por se transferir para a sociedade organizada as responsabilidades que são do Estado na formulação ou implantação de políticas públicas, sob a fala da participação. A comunidade mobilizada precisa conhecer profundamente seus direitos e a quem cabe atendê-los.
2.1.1 Breve Histórico Trabalho Social em Habitação
O trabalho social em habitação dever ser compreendido na conjunção da configuração da questão urbana, a partir da segunda metade do século XX, marcada pela desigualdade social e segregação socio espacial, decorrentes do modelo político e econômico adotado nos diferentes momentos históricos, mas que se agravou, consideravelmente, desde o governo autoritário militar (1964 a 1984).
Para Santos e Rossato (2018) na sociedade de modo geral, e particularmente nos mercados da construção civil e imobiliário prevalecia uma noção de habitação popular que a identificava como moradia para a classe pobre, que não podia comprar no mercado uma casa, além de ter baixa qualidade construtiva e localização distante dos bairros nobres das cidades. 
Essa visão contribuiu para estigmatização da população e segregação social em grandes conjuntos populares uniformizados, padronizados, distantes dos centros das cidades e dos locais de lida, com baixa qualidade, não respeitando as diferenças regionais e culturais e sem a participação dos futuros moradores dos conjuntos nas definições do desenho e arranjos arquitetônicos (SANTOS;ROSSATO,2018).
A ideologia dominante era a do urbanismo sanitarista, parte do projeto político da ditadura, que não tolerava invasões de terra e que tentava, a todo custo, impor ordem no espaço urbano. A construção destes conjuntos puxou a fronteira de expansão urbana. Ou melhor, a criação destes conjuntos habitacionais na periferia distante aumentou a oferta de terra urbanizada localizada entre os conjuntos e o tecido urbano central (FREITAS, 2006).
Afirma-se que o fazer social associado a programas de habitação de
interesse social, como política de governo, está presente no país desde quando a
Política Nacional de Habitação e Saneamento (PNHS) foi definida no BNH, no
período de 1968 a 1986. Este trabalho se desenvolvia na área das Companhias de Habitação (COHABs),através do recurso da taxa de Apoio Comunitário (TAC), criada
em 1973, visando á manutenção dos conjuntos habitacionais e seus equipamentos
comunitários ou para o pagamento de assistente social que atuasse nesse novo
espaço constituído ,executando um plano de serviço social, custo este, embutido no
preço da habitação que era financiada ao mutuário. 
Desde os anos 1960, observa-se a frequência de interdisciplinaridade na
composição das equipes, restrita aos profissionais da área de humanas, incluindo
especialmente sociólogos, psicólogos, pedagogos e assistentes sociais. No entanto é significativo a predominância dos profissionais do setor de Serviço Social que trazem para esta atuação referências teórico-metodológicas e compromisso ético-políticos,construídos pela profissão num movimento de luta contra as bases conservadoras e tradicionais da profissão (SANTOS,ROSSATO,2018).
De outra forma, havia o trabalho social desenvolvido pelos Institutos de Orientação ás Cooperativas Habitacionais,criados em todas as regiões do país, em 1966 para gerir e acompanhar o Programa de Cooperativas Habitacionais que atendiam com habitação de baixo custo, os trabalhadores sindicalizados contribuintes do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) o objetivo era orientar as cooperativas habitacionais, através de elaboração de projetos, regularização jurídica e fundiária, seleção dos candidatos, construção e entrega das obras e assessoria técnica e social, destacando-se entre eles o comparecimento de Assistentes Sociais (CARTILHA DO FGTS,2008).
O trabalho social adquiriu um caráter menos administrativo e orientava-se no a respeito de que o mutuário se assumisse como cidadão com consciência de seus direitos e deveres e da importância de sua participação ou protagonismo social. Em geral, apesar do período repressivo e do cerceamento de atividades organizativas, as programações de trabalho social objetivavam a discussão dos direitos e deveres dos cidadãos que adquiriam uma unidade habitacional (SANTOS,ROSSATO,2018).
Segundo o Ministério dasCidades (2010) cabe destacar, que majoritariamente os assistentes sociais lideravam e ocupavam postos de chefia e coordenação nos programas. No foco do trabalho social, nos projetos destinados às favelas, acrescentava-se a mobilização da população para tornar cientes e discustir o projeto, já que as favelas localizadas, normalmente, em áreas impróprias ao uso habitacional, exigia a remoção das famílias. Na esfera municipal, geralmente, os atendimentos e programas de habitação voltados à população de baixa renda eram compreendidos como ações emergenciais e não como peça de uma política habitacional e, em muitos municípios, as ações ficavam sob a responsabilidade de secretarias ou órgãos de assistência social. Do ponto de vista governamental, a “política habitacional” para este segmento reduziu-se ao atendimento emergencial e à remoção de favelas para áreas e conjuntos localizados nas periferias, desprovidos de serviços públicos.
Na primeira metade dos anos 1980, as lutas por redemocratização do País
levaram a organização de movimentos específicos. Espalharam-se nas cidades, em
especial nas metrópoles e cidades de grande porte, os movimentos reivindicatórios
por casas, urbanização, regularização, melhorias e serviços urbanos, dirigidos à
esfera municipal e estadual, com estratégias de mobilização de massa e de
ocupação de terrenos ociosos. 
Destacam-se, neste período, as experiências municipais de atendimento à demanda dos movimentos sociais organizados, como os mutirões habitacionais em São Paulo, nas gestões Covas/Montoro (1982-1985), a anistia aos loteamentos clandestinos e os primeiros projetos de melhoria ou urbanização de favelas (MINISTÉRIO DAS CIDADES,2010).
A atuação das equipes técnicas envolvidas nos projetos habitacionais passa a ter como eixo central o apoio às reivindicações e à organização popular. Os movimentos de moradia passam a identificar os técnicos como aliados de suas lutas, num contexto mais amplo de lutas pela redemocratização do País (MINISTÉRIO DAS CIDADES,2010).
Essa nova posição teve influência de urbanistas e de organismos internacionais
que defendiam a permanência das famílias nas favelas, através de sua urbanização.
Ao foco do trabalho social, acresceu-se a preocupação com o meio ambiente e
com a sustentabilidade das famílias, iniciando-se a discussão de programas de
geração de trabalho e renda, e projetos de educação ambiental associados ao
trabalho social na habitação de interesse social. 
A experiência de execução de projetos integrados (intervenções físicas e sociais concomitantes), adquirida com a contratação e desenvolvimento do Programa Habitar Brasil - BID, desde de 1999 reforçou a necessidade do desenvolvimento desse trabalho, demonstrou a eficácia de projetos integrados em comparação ao modelo de trabalho anterior, onde essa integração não era exigida, e levou o Ministério das Cidades a incluir o trabalho social na Política Nacional de Habitação e estender essa exigência para os Programas de Saneamento Ambiental Integrado, desde o advento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2007 (MINISTÉRIO DAS CIDADES,2010).
Para o Ministério das Cidades (2010) o Habitar Brasil-BID (HBB) foi à base para os programas e projetos federais propostos desde 1999 para a estrutura de projetos integrados por ações físicas e sociais, que incluíam o controle da questão ambiental e a regularização fundiária; no conteúdo mínimo exigido para o trabalho social voltado 
· para os eixos de mobilização e organização da comunidade;
· educação sanitária e ambiental;
· na geração de trabalho e renda; 
· no trabalho Social exigido na fase antes das obras;
· na fase de obras e na fase do pós obras; 
· a exigência da avaliação do projeto, após um período de doze meses de sua conclusão, que indicaria os primeiros resultados obtidos com o projeto, através de uma Matriz de Indicadores consensuada entre todos os atores que participaram do Programa e que envolveu todas as dimensões do projeto integrado.
Desde 2003, a exigência do trabalho social estende-se a todos os programas em que o Ministério das Cidades concedesse recursos a fundo perdido e naqueles obtidos através de empréstimos a Estados e Municípios. 
A Cartilha do Seminário Internacional do Serviço Social e Intervenções Habitacionais (2011) que diz:com a Política Nacional de Habitação, o trabalho social passou a ser parte obrigatória dos projetos de intervenção habitacional. Refere-se a uma atividade essencial a ser realizada com as famílias beneficiadas pelos projetos. Esse tipo de trabalho envolve várias ações, que se iniciam antes da obra e continuam após a mudança dos moradores. 
Com a exigência do trabalho social e dos investimentos em habitação dos últimos anos, especialmente com o PAC e o Programa Minha Casa, Minha Vida, uma série de projetos de intervenções vem sendo desenvolvida nos vários Municípios brasileiros.
2.1.2 Sistema Nacional de Habitação
É o principal instrumento da Política Nacional de Habitação e visa tornar possível tudo o que a política tem como princípio, objetivo e diretriz. Para suprir um vazio e enfrentar o déficit habitacional por meio de ações integradas entre os três governos (participando o conselho das cidades, estaduais, do DF e municipais).
A importância da elaboração da Política Nacional de Habitação deu-se por ser este documento legal um mecanismo de desenvolvimento de políticas especificas preferenciais para a população de baixa renda, portanto, habitação de interesse social. Outra grande importância desta política nacional de habitação é criação do Sistema Nacional de Habitação, com seus subsistemas de habitação de mercado e de habitação de interesse social. O primeiro subsistema procurava reorganizar o mercado privado de habitação ao passo em que o segundo subsistema,visava garantir que os recursos públicos fossem destinadas exclusivamente ao subsidio à população de mais baixa renda.
Neste sentido, configurou-se um nova política nacional de habitação que visava ampliar os recursos do FGTS para financiamentos habitacionais e arregimentar outros fundos na perspectiva de ampliar a produção subsidiada de habitação para as faixas de até 3 salários mínimos e de fomentar o mercado privado de habitação.(SHIMBO,2010)
Importante revelar, até para fundamentar as diferentes políticas públicas implementadas neste período, que o subsistema de habitação de interesse social gerou como arcabouço institucional o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), articulando as políticas públicas neste setor entre estados e municípios.
Ao aderirem ao SNHIS, os estados e municípios se comprometeriam a cumprir os requisitos previstos na Lei, dentre os quais, instituir um Fundo Local de Habitação de Interesse Social e seu Conselho Gestor e elaborar o Plano Local de Habitação de Interesse Social (SHIMBO, 2010 ).
O FNHIS recebe todos os recursos de origem fiscal destinados á habitação, que fazem parte da inscrição no OGU (ouvidoria geral da união), que inclui as emendas parlamentares. Os reforços podem ser contratados através de empréstimos externos ou outras operações. Além do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social, poderão também ser associados a recursos onerosos como o FGTS e linhas de créditos de outras fontes. 
De acordo com Shimbo(2010) a destinação dos recursos do FNH é distribuída de forma descentralizada com a orientação e compatibilidade de cada local através da Politica Nacional de Humanização. A aplicação do recurso é vinculada em ações do programa de habitação de interesse social, articulada á politica de desenvolvimento urbano expressa no plano diretor, os recursos serão liberados para aplicação em:
Aquisição, construção, conclusão ou melhoria de unidades habitacionais em áreas urbanos e rurais;
Desenvolvimento de lotes para implantação de futuros projetos;
Urbanização de assentamento, regularização fundiária de áreas caracterizadas de interesse social;
Implantação de saneamento básico e estruturas ligadas ao programa;
Materiais para construção;
Recuperação de imóveis para fins habitacionaisde interesse social;
Outros programas e intervenções na forma aprovada pelo conselho gestor do programa.
2.1.3 Programa Minha Casa Minha Vida
	
O Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) é um programa do Governo Federal, gerido pelo Ministério das Cidades e operacionalizado pela CAIXA, que consiste em aquisição de terreno e construção ou requalificação de imóveis contratados como empreendimentos habitacionais em regime de condomínio ou loteamento, constituídos de apartamentos ou casas que depois de concluídos são alienados às famílias que possuem renda familiar mensal de até 2 sálarios mínimos. O PMCMV foi lançado em março/2009, com o objetivo de criar mecanismos de incentivo à produção e aquisição de 1 milhão de novas unidades habitacionais, atualmente essa meta é de 2 milhões de novas moradias para as famílias com salário bruto mensal de até R$ 5.000,00 (ROSATTO E ANA,2014).
Segundo site do UOL (2023) atualmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou no dia 14/02/2023 na Bahia uma nova versão do Minha Casa, Minha Vida. O programa habitacional é um desafio primordial para o governo, que tem a intenção de elevar o limite do financiamento de R$ 96 mil para R$ 150 mil para as classes menos favorecidas e terá como objetivo prover 2 milhões de moradias até 2026.
A Faixa 1 vai beneficiar as famílias com salário bruto de até R$ 2.640. A intenção é que até 50% das unidades financiadas e subsidiadas sejam dirigidas a esse setor informou o governo. 
O mandato de Jair Bolsonaro (PL) rebatizou o programa de Casa Verde Amarela e fez alterações nas regras para a população mais pobre.
E no Município de Jaguariaíva (objeto dessa pesquisa),o Departamento de Habitação já entregou 200 unidades habitacionais do Programa para o Grupo 1 em janeiro de 2020.
No total, o governo federal garantirá andamento de obras de 186,7 mil moradias em todo o país, segundo o Palácio do Planalto. A ideia é que haja pelo menos três modelos de moradia. Os formatos deverão variar conforme o perfil da cidade e a necessidade das famílias, como kitnets para uma ou duas pessoas e casas com varanda (UOL,2023).
Segundo o Ministro da Casa Civil o atual governo pretende entregar para as famílias que se adequem a Faixa 1, 120 mil unidades de moradias, sendo 80% para o primeiro semestre/2023.O atual presidente em mandatos anteriores favorecia as classes com renda mensal abaixo de dois salários mínimos, não eram cobrados juros e o financiamento era aprovado até mesmo para negativados já que não era feita análise de crédito, mesmo endividadas as famílias conseguiam o financiamento habitacional. Com o Programa Casa Verde e Amarela a Faixa 1 foi abolida, criou-se o Grupo 1, para assistência das famílias com renda de dois salários mínimos e juros de até 4,25%ao ano para cotista do FGTS (UOL,2023).
O Novo MCMV seria lançado em janeiro, porém devido ao atraso nas obras dos projetos já contratados, houve precisão de reformas devido a problemas estruturais das casas, adiou-se o evento para fevereiro. O Governo Federal ainda pretende lançar um programa de incentivo aos beneficiários do Bolsa Família, capacitando-os com cursos profissionalizantes com treinamentos inclusive em canteiro de obras, devendo abranger pedreiros, encanadores e eletricistas 
2.2 SERVIÇO SOCIAL
Com a promulgação da constituição de 1988, também foi fortalecida a base do serviço social, o código de ética anterior (1986) foi revisado, e com o código de 1993 os profissionais puderam proclamar suas aspirações coletivas.
Segundo CFESS (1993) o mesmo ano foi regulamenta legalmente a profissão (Lei 8.662/93), surgem também a Lei Orgânica da Assistencia Social (LOAS), que cria uma nova perspectiva sobre a visão da assistência social no Brasil, que passa a assumir papel de política pública social, e tem nos profissionais seus aliados, na busca por efetivação das ações sociais, assegurando serviços e benefícios a população em situação de vulnerabilidade. 
O Serviço Social no início, foi caracterizado pela formação de profissionais destinados a trabalharem voltados aos problemas sociais, que eram consequências de tudo que estava sendo vivenciado naquela época, transformações econômicas e industriais. Pode-se dizer que o profissional sofreu grandes transformações com o passar dos anos, atualmente o assistente social possui um perfil bem diferente, ele responde por demandas que lhes são apresentadas, levando sempre em consideração as necessidades de responder às exigências e as contradições da sociedade capitalista.
2.2.1 O Desmonte da Assistência Social no Projeto Neoliberal
O neoliberalismo consiste na sustentação da tese segundo a qual o mercado é o principal e insubstituível mecanismo de regulação social, onde defende o Estado mínimo. O propósito do neoliberalismo é combater as políticas macroeconômicas de matriz keynesiana e o combate à garantia dos direitos sociais, defendendo como meta a estabilidade monetária. 
A reformulação benéfica vem sendo conduzida com o ajuste neoliberal, que implica a desregulamentação de direitos sociais, no corte dos gastos sociais e apelo ao mérito individual.
Devido à situação de pobreza dos países latinos americanos as estratégias neoliberais não deram certo, então se usa o assistencialismo como forma de atenuar os problemas existentes.
No caso brasileiro o ajuste tornou-se particularmente dramático tanto do ponto de vista econômico quanto do social pelo aspecto econômico.“O país sul-americano ofereceu maior resistência às políticas de desregulamentação financeira e abertura comercial irrestrita, todos os impactos das políticas de ajuste implementadas nos anos 90 estão sobrepondo com grande intensidade e num tempo muito curto. Já no aspecto social, o país foi pego a meio caminho, na sua tentativa tardia de montagem de um Estado de Bem-Estar Social. Dada a sua massa gigantesca de pobreza estrutural, praticamente excluída dos benefícios do desenvolvimento passado, o país é atingido pelos dois lados, o desenvolvido e o subdesenvolvido” (SOARES, 2002). 
Como resultado desse ajuste a conformação de um sistema dualidade de proteção social que não se refere mais a inserção ou não no mercado formal de trabalho, mas a níveis de renda que se traduzem em diferentes graus de capacidade contributiva dos diferentes segmentos sociais e que se revelam como possíveis de serem incluídos pelo processo de globalização.
Assim, assistimos em toda a década de 90, a desregulamentação da Constituição Federal de 1988, num ataque a agenda universalista prevista, que mesmo antes de ser implementada já sofreu um desmonte, através das reformas da previdência, onerando cada vez mais o trabalhador, a focalização da assistência social e a universalização excludente na saúde. 
Neste sentido, para as políticas sociais a orientação dos organismos internacionais é a focalização das ações, com estímulos a fundos sociais de emergências, a mobilização da solidariedade individual e voluntária, bem como as organizações filantrópicas e organizações não governamentais. A descentralização é um marco nos municípios, que sofrem com as invasões de pessoas de outros municípios a procura de serviços que não tem em suas cidades, ferindo mais uma vez a Constituição. “Em 1998 as prefeituras nordestinas no Brasil fizeram uma greve, num movimento de paralisação explícita que denunciava sua absoluta incapacidade de dar respostas aos mais elementares problemas de suas cidades” (SOARES, 2002, p.84).
O Brasil nos anos 90 promoveu uma reestruturação das Políticas Sociais na expectativa da solidariedade, da focalização e seletividade, da refilantropização da pobreza e responsabilidade social, redução dos gastos sociais, descentralização e mercantilização dos bens sociais, promovendo assim o desmonte dos direitos sociais, tão duramente conquistados no Brasil. 
Os ajustes neoliberais ainda provocam reformas administrativas, onde se restringe cortes quantitativos e lineares do funcionalismo públicos. Devido a estas restriçõestêm ocorrido alterações quanto a universalidade e equidade de políticas sociais no âmbito da seguridade brasileira. O Brasil adotou um modelo misto na reforma no que se refere a previdência, mantendo uma previdência publica básica e concomitantemente tentando facilitar uma previdência privada. Esse modelo incita muitas indagações tais como: qual seria a abrangência da previdência publica se esta passasse a ser estatal; como a sociedade iria pagar para financiar a expansão da previdência complementar privada; a baixa taxa de contribuição para a previdência; aumento da informalidade; o corte de benefícios; problema estrutural do financiamento e “o principio deda multiplicidade e diversidade de fontes, já apontando na constituição de 1988, não está previsto na atual reforma” (SOARES, 2002). 
Todas estas questões não estão sendo postas em debates, por ser efetuada pelo executivo que favorece a previdência privada.
Também houve muitas mudanças no financiamento das políticas sociais. O Fundo de Estabilização dar liberdade aos executores da política econômica, para atender o FMI. “Os cortes lineares através da descentralização focalizada de serviços e benefícios trouxe graves conseqüências para a equidade na distribuição desses recursos destinados ao “social”(SOARES, 2002, p.88). 
Diante desta realidade surgiu a necessidade de aumentar os gastos com as políticas sociais, mas foi apenas uma hipótese. Os direitos garantidos na constituição estão longe de ser contemplados em sua totalidade. Os direitos são garantias de todos os cidadãos, mesmo que o neoliberalismo o tente nunca vai acabar com as conquistas dos trabalhadores ao longo da história.
2.2.2 Projeto Etico Politico do Serviço Social
O Projeto ético-político do Serviço Social é compreendido como um conjunto de valores e concepções ético-políticas que direcionam a prática do assistente social. Identifica-se como coletivo, de modo a abranger toda a categoria, induzindo-a à finalidades, como um projeto profissional que apresenta a profissão na sociedade de acordo com seus princípios, valores, objetivos e funções, que respaldam o trabalho do assistente social nos espaços sócio-ocupacionais, tanto público como privado. Tem como base a transformação. É através dele que o Serviço Social tem a sua imagem.
Esse projeto foi construído no contexto histórico de transição dos anos 1970 aos 1980, num processo de redemocratização da sociedade brasileira, recusando o conservadorismo profissional, presente no Serviço Social da época. Constata-se o seu amadurecimento na década de 90, alcançando assim, três décadas de formulação teórica, período de profundas transformações societárias, que afetam a produção, a política, a economia, a cultura, o trabalho, marcados pelo neoliberalismo. Assim, o projeto apresenta seu fundamento tanto no legado marxiano como na tradição marxista, pois, o pensar de Marx é o que define a prática emancipatória do Serviço Social.Assume como norte três dimensões: Teórico-metodológica (fundamento de análise da realidade na sociedade), técnico-operativa (instrumento utilizado pela categoria junto à população) e ético-política (relações contraditórias de poder e forças sociais na sociedade capitalista), assim como podemos explicitar nas palavras de Iamamoto: "A dimensão política acompanha as iniciativas de redimensionamento da profissão desde a reconceituação, comumente denominado na década de oitenta como “projeto político profissional" (IAMAMOTO, 2011, p.184).
É um projeto desenvolvido por parcela majoritária de assistentes sociais onde estão explicitados os limites e responsabilidades que atravessam o exercício profissional do assistente social. O assistente social vivencia o Projeto Ético-Político no exercício da profissão exigindo, portanto, um sujeito profissional que tem competência para propor e negociar com a instituição os seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e atribuições profissionais. Requer ir além das rotinas institucionais para buscar apreender, no movimento da realidade, as tendências e possibilidades, desenvolvidas e transformadas em projetos de trabalho (NETTO,2004).
O projeto ético-político inscreve o Serviço Social como uma profissão necessariamente articulada a um projeto de sociedade, além de expressar uma direção ao exercício profissional que se quer visível na profissão. Ou seja, é preciso que o projeto ético político seja entendido como uma referência para o exercício profissional do assistente social. Colaborando também para que o profissional não se sinta só, mesmo estando trabalhando sozinho em uma organização. Este quadro impõe aos profissionais a necessidade de repensar competências, construir habilidades e saberes de modo a dar conta das relações sociais estabelecidas.
Os assistentes sociais, nas suas diversas inserções e na efetivação das suas atribuições e competências, precisam ter como preocupação as diversas armadilhas que estão colocadas no que se refere à análise das expressões evidenciadas do projeto ético-politico no cotidiano profissional, sendo certamente um desafio, mas não uma impossibilidade, o que se apresenta como obstáculo é apenas a casca do impossível, que encobre as possibilidades dos homens construírem sua própria história.
2.2.3 Desafios Postos ao Serviço Social
Apresenta-se na contemporaneidade um novo contexto a ser enfrentado pela categoria, o que pode-se também afirmar como uma das mais complexas realidades a confrontar. Trata-se de um processo que, segundo Netto, além de já estar presente na categoria, encaminha-se com mais rigor para o futuro:
A prova que, nos marcos dessa conjuntura, já estão sendo e continuarão a sê-lo mais severamente nos próximos anos submetida àquelas vanguardas da categoria profissional. O que está (e estará cada vez mais) em jogo é a sua autonomia política para conduzir o denominado projeto ético político que construíram para a profissão nos anos 1980 e 1990.Compreender o que está envolvido nesta prova supõe retomar componentes histórico-políticos muito expressivos da gênese e do desenvolvimento desse projeto profissional (NETTO, 2004, p.22).
O profissional de Serviço Social enfrenta barreiras no seu cotidiano. São impactos em relação à autonomia profissional, um desafio dentro do exercício de negociação política necessário ao seu trabalho, o que limita, por muitas vezes, sua prática profissional. Esses infortúnios roubam as condições históricas da categoria, podendo comprometer o fazer profissional individual e coletivo, tornando instável a sinalização do projeto ético-político. 
Iamamoto (2004) contribui sobre esse assunto, quando destaca: "Assim, as alterações que incidem no chamado 'mundo do trabalho' e nas relações entre Estado e sociedade (...), atingem diretamente o trabalho cotidiano do assistente social". 
A construção teórico-metodológica da pós-modernidade interfre na sociedade, na política, na economia e na cultura. O contexto neo-liberal é antagônico ao projeto ético político do Serviço Social, tornando-se uma ameaça real à sua implementação, como, por exemplo, na ideia de que cada um tem sua identidade, fazendo dessa forma, apologia ao individualismo. Sabemos que essa ideia atende aos interesses do modo de produção capitalista. Entre tantas questões, pode-se identificar alguns obstáculos enfrentados pelos profissionais na busca da materialização daquilo que compreendem como projeto ético-político no terreno da prática profissional. Antes de tudo, é fundamental entender que o projeto ético-político profissional anda na contramão dos interesses éticos, políticos e operacionais do mundo do mercado contemporâneo.
Ao tematizar a busca da consolidação do projeto, Marilda Vilela Iamamoto faz uma crítica, considerando o redimensionamento da trajetória da profissão na atualidade, segundo ela:
Os valores e princípios ético-políticos radicalmente humanos, que iluminaram as trilhas percorridas pelos assistentes sociais nas últimas décadas, sofrem hoje, um forte embate com a idolatria da moeda, o fetiche do mercadoe do consumo. O individualismo possessivo, a lógica contábil e financeira que se impõe e sobrepõe às necessidades e direitos humanos e sociais. Entretanto, a mistificação das idéias não impedem a produção crescente das desigualdades de todas as cores e naipes, decorrentes dos precessos concentracionistas de renda, terra, poder, ciência e cultura. Desigualdades sentidas e vividas por indivíduos sociais que se revoltam, resistem e lutam para construírem outros horizontes para a vida em sociedade, na contracorrente do poder, integrando-se às forças renovadoras da vida e, portanto, da história (IAMAMOTO, 2011,p.141).
Os entraves com as questões burocráticas e goveramentais, a falta de condições materiais e estruturais de trabalho, a falta de ética com os parceiros da categoria, a falta de uniformidade na formação profissional, a não ruptura total da categoria com as práticas conservadoras, são variáveis constantes, que apontam o enfraquecimento do projeto.
Pode-se afirmar que os assistentes sociais vivenciam em todos os espaços sócio ocupacionais as tendências de precarização e exploração do trabalho. Com isso, não temos dúvidas que as tendências mais gerais do mercado de trabalho, como a flexibilização e a falta de regulamentação, que tanto produzem instabilidade e insegurança, estão presentes nas condições de trabalho dos assistentes sociais como um problema, pois os mesmos lidam com indivíduos diretamente inseridos em situações de violação de direitos, de violência e de desigualdade social.
É nesta compreensão que se concorda com Iamamoto (2007) quando afirma: verifica-se (...) uma tensão entre o trabalho controlado e submetido ao poder do empregador, as demandas dos sujeitos de direitos e a relativa autonomia do profissional para perfilar seu trabalho. Assim, o trabalho do assistente social encontra-se sujeito a um conjunto de determinantes históricos, que fogem ao seu controle e impõe limites, socialmente objetivos, à consecução de um projeto profissional coletivo no cotidiano do mercado de trabalho. Alargar as possibilidades de condução do trabalho no horizonte daquele projeto exige estratégias político-profissionais que ampliem bases de apoio no interior do espaço ocupacional e somem forças com segmentos organizativos da sociedade civil, que se movem pelos mesmos princípios éticos e políticos.
O artigo de Marcelo Braz (2004), que trata do governo Lula e o projeto ético do Serviço Social, atribui ao início do governo do presidente Lula, as consequências advindas ao projeto, colocando sua materialização cada vez mais em xeque, mais precisamente pela redução do Estado. A respeito desses problemas, ele destaca:
A partir destas percepções, cabe pontuar algumas problematizações relacionadas aos Princípios Fundamentais do Código de Ética, no que tange à sua garantia efetiva, no próprio exercício profissional se se pensa na necessária garantia, imperativa, da "qualidade dos serviços prestados" e, ainda, no permanente "aprimoramento intelectual" (também imperativo) como compromissos ético-políticos do assistente social, percebe-se as dificuldades de suas efetivações, pois se desenvolvem em condições objetivas político-profissionais bastante adversas (BRAZ, 2004).
A grande preocupação do Serviço Social não se dá apenas no ato de enfrentar os desafios contemporâneos através das lutas da categoria por melhores condições de ensino, mas também em desenvolver mediações que possibilitem, no enfrentamento das expressões da questão social, materializar o compromisso ético-político assumido pelo projeto profissional hegemônico do Serviço Social, dentro das bases teóricas marxistas, as quais colidem com as bases filosóficas do pensamento pós-moderno.
Os desafios postos ao profissional, expressam um conjunto de determinações que, para enfrentá-las, faz-se necessário compreendê-las, interpretá-las e polemizá-las em um debate contínuo. Essas questões nos remetem ao aprofundamento teórico e político , como também no âmbito da formação e do exercício profissional.
Posicionando-se neste processo, contrários ao ensino à distância na graduação, e aos cursos presenciais de curta duração, na defesa de uma concepção de ensino universal de qualidade, socialmente referenciado, de forma organizada e coletiva. Para uma profissão ser orientada por um projeto profissional crítico significa ainda, a possibilidade de construção permanente de perfis profissionais, dentre eles o profissional que conhece suas competências e imprime qualidade técnica às suas ações com uma direção crítica clara e consciente, visando as defesas permanentes dos direitos sociais e humanos, considerando a conquista da humanidade, herança das lutas dos movimentos sociais e trabalhistas de modo a superar a história de relação profissional com o conservadorismo (CUNHA,et.al, 2010).
Apenas com uma boa base teórica e metodológica pode-se construir estratégias de enfrentamento das sequelas deixadas pelas relações sociais capitalistas. A reflexão de uma teoria dos princípios valorativos, da articulação consciente de meios, visando a fins determinados de escolhas técnico-profissionais. Do contrário, ficará sempre a aparência de uma profissão cuja intervenção restringe-se apenas ao âmbito do imediato, desse modo, não há mudanças substantivas entre o exercício profissional e as práticas assistenciais voluntaristas, desenvolvidas por leigos e por ações voluntárias (FALEIROS, 2011).
Entende-se que a historicidade da profissão foi construída entre formas conservadoras. Não significa que deverá perdurar dessa maneira. Cabe à toda a categoria lutar para que essa imagem equivocada do agir profissional, ainda relacionada à assistência de ajuda aos carentes, seja substituída pela imagem de um profissional que defende a justiça e a equidade, a democracia, as políticas públicas e os direitos sociais.Tais conquistas não são individuais, mas coletivas. Tem-se que ousar, acima de tudo com uma dosagem de ética e sabedoria, para fazer valer esses direitos outrora conquistados, frutos de muitos combates, que não podem simplesmente ser ignoradas ou deixadas para trás.
2.2.4 A Atuação do Assistente Social na Área de Habitação
Com o atual debate sobre os novos espaços sócio ocupacional e competências do Assistente Social, a habitação vem ganhando destaque. É possível perceber a singularidade dos novos papéis que o Serviço Social exerce (MOTA, 2010). 
Com a estabilização da economia o advento de programas voltados ao desenvolvimento social, novas demandas foram requerendo os profissionais do Serviço Social. Educação, direitos humanos, assim como a habitação tornou-se áreas de atuação do Assistente Social. Além disso,o Assistente Social tornou-se um solucionador dos problemas que se apresentam diante dele. Os problemas eram identificados pela própria instituição, pelos próprios objetivos do contexto em que atuava o Assistente Social, obrigando-se este à manipulação de certos recursos, e a partir deles, pensar os problemas apresentados (FALEIROS, 2011).
O papel do Assistente Social que visa inserir estes trabalhadores nos programas de políticas habitacionais, assegurando a eles o acesso ao direito social estabelecido na Constituição Federal, o direito à moradia. Assim, conforme o Art. 6°- direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição (ANGHER, 2011, p. 29). 
Como os Assistentes Sociais são profissionais engajados nas lutas sociais e na ampliação e acesso aos direitos civis, políticos e sociais, a habitação, torna-se uma área necessitada da atuação deste profissional decorrente da grande demanda da sociedade em ter acesso à moradia digna com estabelecida na Constituição Federal.
A inserção do Serviço Social passa a ser relevante a fim de desenvolver um trabalho de promoção social a partir do envolvimento dos próprios usuários no desenvolvimento do projeto (CUNHA,et.al., 2010). 
O Assistente Social na habitação atua,também, na autoestima dos usuários que passam a se observar como sujeitos de cidadania, que goza de direitos e de políticas habitacionais. Este é um profissional preocupado com a ampliação dos direitos sociais universais, e contra as desigualdades; até mesmo para cobrar dele esta postura estabelecida em seu atual Código de Ética Profissional (CREES, 2005).
O Código de Ética do Assistente Social regulamentado em 1993 dá o horizonte da profissão. É uma proposta de engajamento profissional na garantia dos direitos sociais aos usuários, assim como garantias trabalhistas a estes profissionais que devem se comprometer com uma luta política da profissão, em uma busca de uma atuação profissional regida pelas normas estabelecidas no Código que propicie a melhoria da qualidade de vida dos usuários. No caso habitacional o Assistente Social garante, não somente a casa, mas, também, a estrutura necessária para a moradia e mobilidade do usuário e sua família. O Código de Ética nos indica um rumo ético-político, um horizonte para o exercício profissional. O desafio é a materialização dos princípios éticos na cotidianidade do trabalho, evitando que se transformem em indicativos abstratos, deslocados do processo social. Afirma, como valor ético central, o compromisso com a parceria inseparável, a liberdade. Implica a autonomia, emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais, o que tem repercussões efetivas nas formas de realização do trabalho profissional e nos rumos a ele impressos (IAMAMOTO, 2008, p. 77).  
No caso habitacional o Assistente Social garante, não somente a casa, mas, também, a estrutura necessária para a moradia e mobilidade do usuário e sua família.
Portanto, essa garantia de moradia não pode ser vista como um favor ou que não contemple as necessidades do usuário, pois a atuação do profissional do Serviço Social deve está pautada na autonomia e ampliação dos direitos dos cidadãos. 
Se o direito a moradia for visto como uma ação de caridade, bondade ou qualquer sentimento próximo, a atuação não está seguindo o Código de Ética da Profissão, nem mesmo a instrumentalidade requerida em uma atuação profissional. Assim,  o Serviço Social como profissão interventiva e investigativa apropria-se de instrumentos que compõem a pratica do cotidiano de trabalho do assistente social, que foram utilizados no processo de trabalho, sendo estes o instrumental utilizado: as entrevistas com os usuários utilizando formulários e entrevistas dirigidas individuais e/ou grupais para conhecer as demandas enfrentadas criando alternativas de enfrentamento, visita domiciliar, avaliações do agir profissional praticada pelos usuários do trabalho e pelos elaboradores dos projetos (CUNHA, et.al., 2010).  
O seguinte explana a importância da participação do usuário para a criação de um projeto habitacional. Onde este é ponto chave que faz com que haja eficácia do produto de seu trabalho. No entanto, a execução dos projetos habitacionais é pertinente com a participação dos assistentes sociais. Além de que é por meio da participação da sociedade civil com a mobilização que se consegue a criação de políticas públicas que atendam a uma demanda habitacional.
 Para que a população venha ter um respaldo desse acesso às políticas e programas habitacionais, os profissionais devem estar atualizados, atentos às novas normas, novos instrumentos, sem esquecer a dimensão ético-politico da profissão. Igualmente, a instrumentalidade para o Serviço Social não é somente um conjunto de técnicas, mas sim, o uso constantes de instrumentos que se faz necessário ao cotidiano de profissional, sendo assim, é por meio desses instrumentos que os assistentes sociais modificam, altera e até mesmo transformam a realidade social (GUERRA, 2000).
Portanto, essa garantia de moradia não pode ser vista como um favor ou que não contemple as necessidades do usuário, pois a atuação do profissional do Serviço Social deve está pautada na autonomia e ampliação dos direitos dos cidadãos. Se o direito a moradia for visto como uma ação de caridade, bondade ou qualquer sentimento próximo, a atuação não está seguindo o Código de Ética da Profissão, nem mesmo a instrumentalidade requerida em uma atuação profissional. 
Assim,  segundo Cunha et.al.(2010), o Serviço Social como profissão interventiva e investigativa apropria-se de instrumentos que compõem a pratica do cotidiano de trabalho do assistente social, que foram utilizados no processo de trabalho, sendo estes o instrumental utilizado: as entrevistas com os usuários utilizando formulários e entrevistas dirigidas individuais e/ou grupais para conhecer as demandas enfrentadas criando alternativas de enfrentamento, visita domiciliar, avaliações do agir profissional praticada pelos usuários do trabalho e pelos elaboradores dos projetos. 
A partir de então, a orientação para o trabalho social vem sendo desenvolvida em diversos organismos públicos,nos mais diferentes programas de habitação, onde se destacam: O respeito às conquistas importantes dos movimentos sociais de moradia, como o direito das famílias em permanecerem na área ocupada, minimizando ao máximo o número de famílias a serem removidas, a necessária infraestrutura urbana e a participação durante a execução do empreendimento,o Serviço Social passou a ser um componente estratégico numa intervenção habitacional (MAGALHÃES,2005).
O Assistente Social na habitação como em qualquer área de atuação deve garantir o acesso aos direitos e amenizar as expressões da questão social, na busca da equidade e da cidadania plena. Contudo, para isto ele deve estar atualizado profissionalmente para saber utilizar de forma correta seus instrumentos de trabalho, como as políticas e programas habitacionais, sem esquecer-se do compromisso ético político da profissão. 
3 ESTUDO DE CASO
O procedimento deu-se com visitas a Secretaria Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Social de Jaguariaíva para aquisição de conhecimentos conhecer os empreendimentos habitacionais, que são moradias de interesse social e também o primeiro condomínio para idosos do Paraná, utilizou-se ainda o banco de dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Habitação para finalização deste trabalho.
3.1 CARACTERÍSTICAS DO MUNICIPIO DE JAGUARIAÍVA
Jaguariaíva é um município brasileiro localizado na região dos Campos Gerais do estado do Paraná, Brasil. Segundo a estimativa populacional de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o município possuía 35.027 habitantes.
Figura 1 – Localização de Jaguariaíva
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre,2020.
No início do século XVII, bandeirantes paulistas e tropeiros de gado fizeram as primeiras penetrações na região que constitui o território de Jaguariaíva. Essas entradas realizaram-se através do histórico Caminho de Sorocaba que de São Paulo conduzia a Viamão, na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. O nome da cidade é referência ao Rio Jaguariaíva que corta o município e consta em antigos mapas cartográficos. 
Destacou-se o nome do coronel Luciano Carneiro Lobo, que em 1795 adquiriu a fazenda Jaguariaíva, propriedade rural que deu origem ao atual município. Em 15 de setembro de 1823 um Alvará Imperial elevou a Fazenda Jaguariaíva à categoria de Freguesia. No ano de 1828, liderados por Dona Isabel e o coronel Lobo, a comunidade solicitou licença para a construção de uma capela, sob a invocação do Senhor Bom Jesus da Pedra Fria, prontamente concedida por D. Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, Bispo de São Paulo.
A cidade tornou-se referência da industrialização rural durante a segunda metade do século XX, devida a proliferação de madeireiras, fábricas de celulose e papel que se estabeleceram no Município. Jaguariaíva, na atualidade, fornece para o mercado brasileiro e internacional produtos como resina, madeira para construção, compensado, celulose, papel para revestimento e papel imprensa.
Figura 2 – Vista Parcial de Jaguariaíva
Fonte: Diário dos Campos 2021.
3.1.1 Secretaria Municipal de Habitaçãoe Desenvolvimento Social
Compete à Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Social executar programas municipais decorrentes de convênios com órgãos públicos e privados que implementam políticas voltadas para a assistência e o bem-estar social da população, desenvolver programas habitacionais; apoiar os Conselhos que trabalham o bem-estar Social. em por finalidade incentivar iniciativas de associativismo e/ou cooperativismo para a aquisição de moradias e/ou fomento a ações de geração de emprego e renda, identificar a necessidade de ações de urbanização e de regularização de áreas ocupadas ou em via de ocupação pela população de baixa renda e estabelecer ações que visem o reassentamento de moradores desalojados devido à desapropriação da área habitacional, decorrente de obra pública ou desocupação de área de risco.
O Departamento de Habitação funciona na Estação Cidadã Durvalino de Azevedo na Praça Getúlio Vargas sendo todo trabalho social desenvolvido nesse Departamento.
Quanto a estrutura organizacional: A Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Social conta com 04 (quatro) Diretorias e 07 (sete) Divisões (Lei Nº 2834/2021), sendo elas:
Diretoria de Habitação;
Divisão de Habitação;
Diretoria de Proteção Básica e Serviço Social;
Divisão do Centro de Referência de Assistência Social Primavera - CRAS Primavera;
Divisão do Centro de Referência de Assistência Social Pedrinha - CRAS Pedrinha;
Divisão de Projetos Sociais;
Diretoria de Gestão Técnica;
Divisão de Finanças, Planejamento e Administração;
Diretoria de Proteção Social Especial;
Divisão do Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS;
Divisão da Casa Lar;
Considerando a abrangência de sua ação, é objetivo da Secretaria programar e executar campanhas e atendimento individualizado nas áreas, trabalho e habitação; organizar e participar programas de esclarecimento em meios de comunicação disponíveis na comunidade; o atendimento das necessidades da família, em coordenação com esforços e iniciativas da sociedade; a orientação a população migrante de baixa renda, proporcionando-lhe ajuda e soluções emergenciais; prestação de apoio aos portadores de deficiência física e ao idoso, mobilizando a colaboração comunitária. Enfim atuando, nos direitos junto à população, no sentido de buscar mediar os conflitos e tensões atenuando a situação desigual criada pela relação capitalista da sociedade.
3.1.2 Condomínio do Idoso – Programa Viver Mais Paraná
Jaguariaíva é a primeira cidade paranaense a receber um empreendimento desta natureza pelo Governo do Estado, que deverá utilizar a experiência do projeto piloto para levá-lo a todas as regiões do Paraná. Um dos fatores que contribuiu com a escolha foi a contrapartida da Prefeitura de Jaguariaíva, com a doação da área, o que viabilizou as obras. O empreendimento que recebeu um investimento de R$ 3,8 milhões através de uma parceria entre prefeitura e governo do estado é algo pioneiro no Brasil, sendo o primeiro a ser entregue num total de 15 condomínios que estão sendo construídos em diferentes regiões do estado.
O empreendimento é composto por 40 unidades habitacionais e ainda conta com praça de convivência, biblioteca, sala de informática, academia ao ar livre, horta comunitária, salão de festa e para atividades, pista de caminhada, quiosques próprios para prática de jogos, ambulatório para atendimento médico, guarita, sala de administração, tudo pensado para proporcionar conforto, qualidade de vida e segurança aos moradores. 
Atualmente, 35 casas no Condomínio do Idoso estão ocupadas. Os idosos contemplados para morar no local já foram informadas sobre os procedimentos inerentes a documentação. O contrato firmado com a prefeitura dispõe que o órgão é responsável pela manutenção periódica do local e pela promoção dos serviços básicos de saúde, Para se beneficiar o interessado deve ter a partir de 60 anos, renda de um até seis salários mínimos, possuir cadastro positivo, não ter imóvel e morar sozinho ou com cônjuge ou companheiro,os trâmites são realizados através da Secretaria de Habitação. A casa pode ser usada até quando o idoso desejar, pagando uma contrapartida mensal de 15% de um salário-mínimo. O valor do aluguel atual é de R$183,75,sendo locatária a COHAPAR. 
Quando uma unidade é desocupada ela passa ao próximo idoso do cadastro habitacional do município que atender aos requisitos do projeto. A prioridade é para residentes em área de risco ou insalubre que tenham sido desabrigados, mulheres responsáveis pelo núcleo familiar, pessoas com deficiência, inscritos no Bolsa Família ou BPC (Benefício de Prestação Continuada), moradores em coabitação e casos de ônus excessivo de aluguel.
A responsabilidade é do CRAS Primavera ,a assistente social e a psicólogo que a cada 15 dias reunem-se com os grupos de convivência no salão de festa do condominio para realização da convivência e o fortalecimento de vínculos. 
 Figura 3 – Condominio do Idoso em Jaguariaíva
 Fonte: José Fernando Ogura/AEN - 2021
O Projeto Viver Mais preenche uma lacuna no sistema habitacional brasileiro com o atendimento das pessoas idosas, que não conseguem mais realizar o sonho da casa própria por causa da idade, explicou o presidente da Cohapar, Jorge Lange. “Todos os detalhes dos projetos são pensados para que essa pessoa acima dos 60 anos possa ter um envelhecimento com segurança, prazer de viver e com os cuidados que o Estado pode dar, em parceria com os municípios”.
O direito do ser humano a uma habitação condigna é um direito que assiste toda a mulher, homem, jovem e criança a adquirir e sustentar uma casa e uma comunidade seguras onde possam viver em paz e dignidade. 
O direito à habitação é reconhecido como um direito humano na Declaração Universal dos Direitos do Homem:
"Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência música e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou outros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade"(DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS,Artigo 25º, nº1,2000).
 Figura 4 – Condominio do Idoso em Jaguariaíva 2
 Fonte: Ari Dias/AEN - 2021
O trabalho da Secretaria de Habitação teve grande relevância através das Assistentes Sociais que se fizeram figuras necessárias para o desenvolvimento deste, através da atuação bem mais que apenas ser um executor de políticas públicas, é conseguir avaliar, monitorar, realizar visitas técnicas, assessorar, administrar, é estar intrínseco a um conjunto de ações que flutuam por todas as suas possíveis atribuições como Assistente Social, em um contexto geral é ser um viabilizador de direitos.
3.1.3 Assistente Social na Secretaria de Habitação
Dentro da estrutura da Assessoria Técnica Habitacional, destaca-se o Serviço Social da Secretaria, o Assistente Social acompanha Programas e Empreendimentos Habitacionais, desde o projeto até a implantação, especificamente para acompanhar e auxiliar as famílias no período de ocupação(pré e pós) nas moradias entregues pelo Município.
Dentro das atribuições do cargo, é importante o sigilo das informações, indo de
encontro aos parâmetros ético-metodológico da profissão. Ao acompanhar e
desenvolver o trabalho técnico social em programas habitacionais, o Assistente
Social contribui para a integração das famílias na sociedade através de Projetos de
geração de renda, associativismo entre outros.
Atuando em organizações públicas e privadas dos quadros dominantes da
sociedade cujo campo é a prestação de serviços sociais, o assistente social
exerce uma ação eminentemente educativa, organizativa, nas classes
trabalhadoras. Seu objetivo é transformar a maneira de ver, agir, comportarse e sentir dos indivíduos em sua inserção na sociedade. Essa ação incide,
portanto, sobre o modo deviver e pensar dos trabalhadores, a partir de
situações vivenciadas no seu cotidiano, embora serealize através da
prestação dos serviços sociais, previstos e efetivados pelas entidades a que
o profissional se vincula contratualmente (IAMAMOTO, 1992, p.40).
De acordo com Iamamoto(1992) a prática do assistente social possui um perfil
peculiar em sua trajetória, sendo que a forma sob a qual se apresenta na divisão do
trabalho muda conforme as condições históricas particulares nas quais se
institucionaliza.
3.1.4 Caracterização da Área de Estudo
A área de estudo foi a Habitacional do município de Jaguariaíva,propriamente o trabalho do Profissional de Assistência Social, para tanto faz-se necessário o entendimento da defasagem que ocorre no município referente a Habitação de Interesse Social. Segundo o PLHIS do Município “Déficit Habitacional é um número que leva em conta o total de famílias em condições de moradia inadequadas, ou seja, a necessidade de novas moradias, em função da reposição e incremento dos domicílios existentes”.
3.2 ESTRUTURAÇÃO DAS ENTREVISTAS
A estruturação das entrevistas considerou momentos fundamentais do estudo, quais sejam o de abordar o contexto prévio da questão da habitação dentro do Município e o de investigar o Trabalho do Assistente Social.
Quadro 1 – Entrevistas realizadas
	Cargo
	Diretora da Secretaria de Habitação
	Assistente Social da Secretaria de Habitação
Fonte: a autora,2023.
A entrevista foi semi estruturada, dando aos entrevistados oportunidade de respostas abertas, assim, analisou–se as respostas para discussão.
Quadro 2 – Questionário
	1. Em sua visão, quais são as maiores dificuldades que o município enfrenta para atender à demanda populacional por moradias de baixa renda?
	2. Quais são os dados utilizados por esta Secretaria sobre o déficit habitacional de interesse social para acompanhamento e análise do volume médio necessário de construções?
	3. A Secretaria Municipal de Habitação possui políticas claras, formalizadas e divulgadas sobre o Programa de Habitação de Interesse Social?
	4. Em relação ao Assistente Social, há um conceito básico de como se deve ser realizado o trabalho?
	5. Como o Assistente Social contribui dentro do compromisso ético profissional nos Programas Habitacionais ?
Fonte: a autora,2023.
Morar não significa apenas ter um teto e residir em algum lugar, mas sim perceber que os problemas não param nos aspectos concretos, ultrapassando o próprio território onde o sujeito reside. Isto acontece em razão de que é a partir do espaço territorial que o cidadão é reconhecido e constrói suas relações sociais de vizinhança e de identidade. O direito à moradia não é somente morar em algum lugar, mas é ter o sentimento de pertença, ser reconhecido e ser encontrado (SPOSATI; TOLEDO, 2001).
Quadro 3 – Respostas 1
	Respostas da Diretora 
	1. Existem mais domicílios permanentes do que improvisados, parte da população também sofrem com problemas relacionados à qualidade de suas moradias. Acarretando problemas como: desigualdade social, saúde, educação, violência e exclusão social.
	2. O deficit habitacional total se dá pela soma de cinco (sub)componentes: (i) domicílios rústicos; (ii) domicílios improvisados; (iii) unidades domésticas conviventes deficit; (iv) domicílios identificados como cômodos; e, (v) domicílios identificados com ônus excessivo de aluguel urbano.
	3. Sim ,possui um Plano Local de Interesse Social ,Estratégias de Ação segundo as recomendações do Ministério das Cidades, divulgadas pela Instrução Normativa nº 35, de 17 de junho de 2010, para o enfrentamento dos problemas habitacionais verificados na Etapa 2 – Diagnóstico do Setor Habitacional, devem ser apresentadas as Estratégias de Ação que contemplarão itens a serem discutidos e pactuados com a sociedade.
	4. Atuar de forma ativa, na garantia dos direitos dos cidadãos, para que a população possa ter respaldo ao acessar as políticas e programas habitacionais disponíveis.
	5. [...] acompanhamento dos processos sociais e a pesquisa da realidade social [...] conhecimento da realidade social sobre a qual irá incidir a ação transformadora do trabalho [...] conhecimento da população a quem se dirigem os serviços profissionais [...] em suas condições materiais e subjetivas, considerando as diferenças internas e aquelas decorrentes de relações estabelecidas com os distintos segmentos do capital e com os proprietários [...].
Fonte: a autora,2023.
A moradia identifica o sujeito e lhe atribui um conjunto de referências socioespaciais, positivas ou não, dependendo da localização do endereço. Se a localização revelar área perigosa, feia, pobre e se for caracterizada como vila ou favela, ela estigmatiza o morador, e por vezes, em caso de uma entrevista de emprego, poderá até eliminar a chance de preencher a vaga. O endereço faz parte do conjunto de direitos de cidadania e, parafraseando Sposati e Toledo (2001). 
Quadro 4 – Respostas 2
	Respostas da Assistente Social
	1. A falta de soluções financeiras adequadas à realidade das pessoas de baixa renda é um dos principais entraves para a oferta de soluções de moradia. Acoplar soluções financeiras aos serviços ofertados é essencial para quem quer atuar com impacto no setor, atendendo essa parcela da população.
	2. O termo déficit habitacional significa um determinado número de famílias sem moradia ou que vivem em condições de moradia precárias em uma região. Além disso, também entra nesse cálculo os domicílios em coabitação e com elevado custo de aluguel.
	3. Sim. Acões estabelecidas:
· remover os impedimentos que praticamente paralisaram a atuação dos tradicionais agentes promotores habitacionais;
· estabelecer novas fontes de recursos – não apenas por parte do governo federal mas, também, pelos demais níveis de governo –, que possam ser aplicadas com baixo custo, além de reforçar as fontes já existentes;
· diversificar as modalidades de atendimento habitacional. Destaca-se o potencial de programas como o de lotes urbanizados, para a ocupação racional de grandes áreas com a ajuda da comunidade, onde os empreendedores informais possam aplicar suas energias de forma legal e mais eficiente. Além disso, essa modalidade de programa permite ampliar o atendimento habitacional, por ser menor o investimento por família;
· criar ou recuperar a capacidade de planejamento do atendimento habitacional, em função do déficit acumulado e da demanda;
· criar condições favoráveis, objetivando atrair investidores particulares para o setor habitacional – como por exemplo: adotar normas urbanísticas mais consentâneas com a limitada capacidade econômica da população e procedimentos administrativos mais ágeis e eficientes para aprovação de projetos – e fazer com que os autoconstrutores, atuando fora dos programas oficiais, também tenham condições de agir dentro do marco legal.
	4. O papel do assistente social na área habitacional é de suma importância, pois é por meio desse profissional que o usuário poderá mostrar a demanda e suas necessidades para com a política habitacional. Além de que o papel central do assistente social é de mediador dos interesses da população de baixa renda a qual carece de uma moradia, mostrando a estes que as políticas habitacionais podem atender as suas necessidades.
	5. O assistente social interfere no processamento da ação, seja individual ou coletivamente, incentivando a construção de novos projetos de vida e busca por alternativas de inclusão social. Sua importância nesse setor está configurada pelo compromisso ético na defesa de direitos, seja em relação à moradia digna, seja pelo direito à cidade.
Fonte: a autora,2023.
3.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Um dos primeiros resultados obtidos quando da análise da pesquisa é de caráter teórico-metodológico que orientou o tratamento e o enfoque dos estudos que envolvem a questão habitacional do município de Jaguariaiva. As respostas a essas perguntas permitiram estabelecer parâmetros de avaliação das políticas habitacionais atualmente vigentes no

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