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SISTEMA DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR UNIDADE II SISTEMA DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR Elaboração Gizele Pereira Mota Atualização Neisiana Barbieri Zapellini Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração SUMÁRIO UNIDADE II SISTEMA DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR ..................................................................................................................................5 CAPÍTULO 1 ACREDITAÇÃO HOSPITALAR .................................................................................................................................................... 6 CAPÍTULO 2 COMO OCORRE O PROCESSO DE ACREDITAÇÃO E QUAIS AS EXIGÊNCIAS PARA A CERTIFICAÇÃO EM CONTROLE DE INFECÇÕES HOSPITALARES ....................................................................................................................... 8 CAPÍTULO 3 MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR ........................................................ 12 REFERÊNCIAS ...............................................................................................................................................19 4 5 UNIDADE IISISTEMA DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR O desejo das unidades hospitalares em alcançar um serviço de excelência é obtido através da permanente preocupação com a qualidade nas ações de gestão e de assistência. Neste aspecto, a implantação de serviços coerentes por uma equipe multidisciplinar, entre as quais, pode-se citar as áreas administrativas, médica, econômica, assistencial, tecnológica e, muitas vezes, as áreas de pesquisa e educação, é essencial. (BRASIL, 2002) O Ministério da Saúde através de programas de humanização da assistência, modernização gerencial dos grandes estabelecimentos e a acreditação hospitalar, visa a melhoria da qualidade da assistência dos serviços de saúde prestados. (BRASIL, 2002) Havia uma necessidade em se alcançar a eficiência, o que fez com que surgisse a acreditação hospitalar que possui a meta de um consenso de padrões e níveis de qualidade de maneira sustentável. Nesse aspecto, o Ministério da Saúde, desde 1997, realiza investimentos em campanhas de sensibilização, apresentações de palestras e outros (BRASIL, 2002; FERNANDES, 2000). Como parte integrante do sistema de saúde, as unidades de controle de infecção hospitalar também fazem parte do sistema de acreditação. É o que veremos agora. 6 CAPÍTULO 1 ACREDITAÇÃO HOSPITALAR Acreditação é um processo que as organizações de saúde utilizam para avaliar e certificar a qualidade dos serviços prestados em instituições de saúde. (BRASIL, 2002). Tem o intuito de promover a qualidade desses serviços e assegurar aos pacientes de hospitais, clínicas e laboratórios uma boa assistência à saúde. O processo funciona para as instituições através de uma certificação de qualidade nos serviços oferecidos por elas. Essa certificação de acreditação é exclusiva de instituições de saúde, que visa, além de fiscalizar essas instituições, promover um programa contínuo de educação, que abrange produtividade profissional, uso racional de insumos e melhoria nos resultados. O processo de Acreditação ocorre de forma voluntária, uma vez que é realizada de acordo com a vontade das instituições de saúde; de forma periódica, pois é realizada uma avaliação para a certificação e durante todo o período de validade; bem como de forma reservada, pois os dados das instituições avaliadas não são divulgados. O Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar avalia e verifica todos os serviços de um hospital geral, estabelecendo três níveis de atenção, práticas ou métodos esperados, no qual o hospital será classificado em acreditado ou não-acreditado (BRASIL, 2002). Veremos agora quais são estes níveis: » Nível 1 – Exigências mínimas: as exigências contidas nesse nível contemplam as normas legais do exercício profissional e outras características imprescindíveis para a prestação da assistência médico-hospitalar, como: corpo funcional habilitado; requisitos de segurança ao clientes em atendimentos e procedimentos médico-sanitários; estrutura básica para garantir a assistência. Quando as exigências são cumpridas, o hospital está propício receber o selo “Acreditado”, e o certificado é valido por dois anos. » Nível 2 – Padrões de qualidade no atendimento: neste nível, as exigências apontam instituições que, além de cumprirem as obrigações mínimas, adotam boas práticas na organização da assistência médico-hospitalar, como: documentação atualizada; treinamentos; controle e estatísticas básicas para tomada de decisões clínicas; práticas de auditoria interna. Ou seja, ter o paciente como foco central, propiciando o selo de “Acreditado pleno”, e o certificado é valido por 2 anos. » Nível 3 – Padrões de excelência: as exigências contidas neste nível buscam apontar as instituições que procuram sistematicamente a melhora contínua 7 SISTEMA DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR | UNIDADE II do seu atendimento em: estrutura, novas tecnologias, atualização da equipe técnica-profissional, promoção de ações assistenciais e procedimentos médico-sanitários, atingindo padrões de excelência na prestação da assistência médico-hospitalar. Neste caso, o selo informará: “Acreditado com excelência”, o certificado é válido por 3 anos. 1.1. Benefícios da Acreditação Hospitalar Os benefícios para as instituições de saúde que recebem a acreditação são inúmeros e vão muito além do recebimento do selo de qualidade. É uma forma de manter as estratégias para crescimento e melhoria da qualidade dos serviços prestados em saúde. Podemos citar como alguns desses benefícios os seguintes: » contínua melhoria em atividades de processos dentro das instituições; » redução dos índices de retrabalho, o que gera uma redução nos custos; » integralidade entre todos os setores e entre todos os processos das instituições, pois um dos grandes ensinamentos da acreditação é trabalhar em conjunto e para o mesmo objetivo; » marketing positivo através do selo da acreditação; » compromisso de toda a equipe em alcançar resultados contínuos; » conhecimento dos pontos fracos e que podem ser melhorados dentro da instituição, bem como dos pontos positivos e diferenciais que precisam ser destacados; » melhoria na competitividade do mercado. 1.2. Mas quais seriam os objetivos da acreditação em controle de infecção hospitalar? Um programa de Acreditação em controle de infecção tem como objetivo qualificar as instituições hospitalares públicas ou privadas no âmbito das infecções hospitalares (IH), além de conhecer e avaliar o desempenho técnico das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Reconhecer publicamente as instituições que realmente efetivam as ações de controle de infecção hospitalar (BRASIL, 2002; FERNANDES, 2000). Segundo o Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar, o programa de Acreditação hospitalar na CCIH é uma ação que visa a prevenção e o controle das infecções hospitalares de seus clientes (BRASIL, 2002). 8 CAPÍTULO 2 COMO OCORRE O PROCESSO DE ACREDITAÇÃO E QUAIS AS EXIGÊNCIAS PARA A CERTIFICAÇÃO EM CONTROLE DE INFECÇÕES HOSPITALARES Antes de entendermos qual é a atuação da CCIH nos processos de certificação de qualidade, faço um convite a vocês: vamos entender o que é QUALIDADE? Qualidade é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a união de características, que incluem nível de excelência profissional, o uso racional de recursos, redução de risco ao paciente/cliente, elevado grau de satisfação referida pelos usuários, além de levar em consideração os valores da sociedade atual (DONABEDIAN, 1992). Com a implementação do controle de qualidade nos serviços de saúde, uma mobilidade de vários recursos humanos e financeiros é utilizada com o intuito de prover essa qualidade. Esta movimentação se baseia no fato de que a qualidade na execução dos serviços tem como resultado último o custo-efetividade(DONABEDIAN, 1992). O controle de infecção tem ligação direta ao conceito de qualidade da assistência à saúde e de suas atividades. A forma como estas ações são realizadas pode influenciar diretamente nos resultados. A análise da qualidade da atenção dos serviços de saúde deve estar em consonância com os dados técnico-científicos, além das crenças e perspectivas individuais e sociais do paciente, que devem determinar a eficácia e a veracidade das ações (DONABEDIAN, 1992). Portanto, entende-se que o processo de avaliação é um item essencial da gestão e especificamente de avaliação da CCIH, pois as repercussões podem trazer grandes contribuições na execução das atividades clínicas dos profissionais e na prevenção do aparecimento das infecções hospitalares (CONTANDRIOPOULOS et al., 1997). Ler, na biblioteca, o Manual Brasileiro de Acreditação, que será abordado nas aulas. 9 SISTEMA DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR | UNIDADE II 2.1. Acreditação Hospitalar e Controle de Infecção Hospitalar Os integrantes de cada nível de acreditação em relação ao Controle de Infecção Hospitalar possuem diferentes orientações. Vamos conhecê-las: 2.1.1. Controle de infecções - Nível 1 A organização conta com: » Equipe multiprofissional habilitada. » O serviço possui capacidade de isolamento para clientes/pacientes portadores de doenças infectocontagiosas. » Realiza-se vigilância epidemiológica dos clientes/pacientes internados nas áreas críticas (BRASIL, 2002). 2.1.1.1 Itens de orientação » Equipe multiprofissional habilitada e dimensionada adequadamente às necessidades do serviço. » Sistema de documentação e registros correspondentes aos procedimentos de Controle de Infecções, conforme legislação vigente. » Atuação da Comissão de Serviço de Controle de Infecção (CCI) na Organização. » Normas e procedimentos específicos para as áreas críticas. » Precauções padrão e rotinas de isolamento. » Interação com o Laboratório de Microbiologia e condutas para microorganismos multirresistentes. » Padronização e uso racional de antimicrobianos, conforme perfil da Organização. » Procedimentos de lavagem simples e antissepsia das mãos e de biossegurança. » Procedimentos de limpeza e desinfecção institucional. » Vigilância epidemiológica em clientes/pacientes internados em áreas críticas. 10 UNIDADE II | SISTEMA DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR 2.1.2. Controle de infecções – Nível 2 A organização possui: » Manual(is) de normas, rotinas e procedimentos documentado(s), atualizado(s) e disponível(is), abordando o Controle de Infecções. » O serviço executa atividades sistemáticas e contínuas de vigilância epidemiológica e de monitorização. » Dispõe de programa de educação e treinamento continuado, que busca a melhoria de processos e a prevenção de acidentes e sequelas. » Ênfases de integração com os outros serviços da Organização (BRASIL, 2002). 2.1.2.1 Itens de orientação » Manual(is) de normas, rotinas e procedimentos documentado(s), atualizado(s) e disponível(is). » Ações sistemáticas e contínuas de busca ativa, bem como monitorização por meio de sistema de registro dos resultados. » Programa de educação e treinamento continuado. » Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integração institucional. » Sistema de análise crítica dos casos atendidos, visando a melhoria da técnica, controle de problemas, melhoria de processos e procedimentos, minimização de riscos e efeitos colaterais. » Registro do perfil de sensibilidade ou resistência a antimicrobianos. » Procedimentos de orientação aos clientes/pacientes. 2.1.3. Controle de infecções - Nível 3 O serviço dispõe de: » Sistema de verificação da satisfação dos clientes (internos e externos). » Faz parte do programa institucional da qualidade e produtividade, com evidências de ciclos de melhoria. » Possui sistema de informação com dados, taxas e indicadores que viabilizam a avaliação do serviço e a comparação com referenciais adequados (BRASIL, 2002). 11 SISTEMA DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR | UNIDADE II 2.1.3.1 Itens de orientação » Sistema de planejamento e melhoria contínua de estrutura, novas tecnologias, atualização técnico-profissional, ações assistenciais e procedimentos. » Fluxo do programa destinado a controlar as infecções, processo de vigilância epidemiológica e processamento de resultados. » Ciclos de melhoria com impacto sistêmico. » Sistema de aferição da satisfação dos clientes (internos e externos). 12 CAPÍTULO 3 MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR Os manuais de boas práticas, geralmente, são construídos tendo como base fundamentações científicas. E são validados por instituições públicas de renomado reconhecimento dentro do nosso país. Estas podem ser exemplificadas, sem sombra de dúvida, pela ANVISA. A seguir, seguem alguns dos itens que compõem as boas práticas de Controle de Infecção Hospitalar. 3.1. Higienização das mãos Existem diferentes técnicas para a higienização das mãos, mas a escolha depende do objetivo final a que se destina. Podem ser divididas em (BRASIL, 2007): » higienização simples; » higienização antisséptica; » fricção de antisséptico; » antissepsia cirúrgica ou pré-operatório. 3.2. Como fazer? Quando fazer? Sabe-se que as mãos dos trabalhadores de serviços de saúde podem ser higienizadas com água e sabão, com preparação alcoólica e com o uso de antisséptico. A utilização de um determinado produto depende das indicações descritas abaixo (BRASIL, 2007): 3.2.1. Uso de água e sabão (BRASIL, 2007) Indicação: » Mãos visivelmente sujas ou que foram contaminadas por sangue ou outros fluidos corporais. » Sempre no início do turno de trabalho. » Sempre que houver a utilização do banheiro. » Antes e após alimentação. 13 SISTEMA DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR | UNIDADE II » Anterior ao preparo e à manipulação de medicamentos. » Em todas as situações acima, a ser seguida pela preparação alcoólica. 3.2.2. Uso de preparação alcoólica (BRASIL, 2007) Indicação: Sempre depois de lavar com água e sabão, pois as mãos precisam estar visivelmente limpas, além de ser indicado nas seguintes situações: 3.2.3. Antes de contato com o paciente Objetivo: proteger os pacientes da transmissão de patógenos advindos das mãos do profissional de saúde. Pode causar contaminação: » Exame físico (medir pulsação; aferir a pressão arterial etc.). » Contato direto (ajuda com higiene corporal, massagem etc.). » Gestos de afeto (abraço, aperto de mão etc.). 3.2.4. Após contato com o paciente Objetivos: proteção do profissional e das superfícies muito próximas ao paciente, essa medida impede a transmissão de microrganismos do próprio paciente. 3.2.5. Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos Objetivo: para a proteção do paciente, pois evita transmissão de patógenos advindos das mãos do profissional. Podem causar contaminação: » Contato com membranas mucosas (medicamentos administrados por vias oftálmicas ou nasal). » Contato com a pele não intacta (quando se realiza curativos e/ou aplicação de injeções). » Contato com dispositivos invasivos (cateteres; tubo endotraqueal). 14 UNIDADE II | SISTEMA DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR 3.2.6. Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram preparo cirúrgico Objetivo: proteger o paciente, evitando que se contamine pela transmissão de patógenos advindos das mãos do trabalhador de saúde. Podem causar contaminação: » Cateteres vasculares periféricos. 3.2.7. Após risco de exposição a fluidos corporais Objetivo: para proteção do trabalhador de saúde e das superfícies próximas ao paciente, pois evita a transmissão de microrganismos do paciente para os profissionais e também para outros pacientes. 3.2.8. Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao paciente Objetivo: protegero paciente, impedindo que os microrganismos sejam transmitidos de uma área para outra. Pode gerar contaminação: » Troca de fraldas nos hospitais. » Manipulação de cateter intravascular. 3.2.9. Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao paciente Objetivo: para proteger o profissional e as superfícies próximas ao paciente, isso evitará transmissão de patógenos do paciente para outros profissionais e/ou pacientes. Podem causar contaminação: » Manipulação de respiradores. » Manipulação de monitores cardíacos. » Ajustes de infusão de medicação endovenosa. 15 SISTEMA DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR | UNIDADE II 3.2.10. Antes e após remoção de luvas Objetivo: proteção do trabalhador de saúde e das superfícies intimamente próximas ao paciente, para evitar contaminação por microrganismos do paciente aos outros profissionais e pacientes. Lembre-se: as luvas de proteção NUNCA substituem a higienização das mãos. 3.2.11. Uso de antissépticos (BRASIL, 2007) Associação de detergentes com antissépticos, destinados para a higienização antisséptica das mãos e também para a degermação da pele. 3.2.12. Higienização antisséptica das mãos » Sempre recomendado para prevenir contaminação quando em contato com pacientes portadores de patógenos multirresistentes. » Em casos de epidemias, surtos e pandemias. 3.2.13. Degermação da pele » Utilizado no pré-operatório cirúrgico e está indicado para toda a equipe responsável pelo procedimento. » Sempre utilizar para a realização de procedimentos invasivos. Exemplos: drenagens de abcessos, inserção de cateter intravascular, para realizar punções etc. 3.3. Prevenção de Infecção em Corrente Sanguínea 3.3.1. Recomendações para prevenção 3.3.1.1 Recomendações para cateter periférico (ANVISA, 2010) Higienização das mãos Proceder a higiene das mãos primeiramente com água e sabonete líquido, em caso de estarem sujas visualmente ou quando estiverem contaminadas (sangue e outros fluidos corporais). Após, utilizar preparação alcoólica. Para a manipulação de cateteres intravasculares, é imprescindível que a higiene das mãos seja realizada antes e após o toque do sítio de inserção do cateter e 16 UNIDADE II | SISTEMA DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR também antes e após a inserção, remoção, manipulação ou troca de curativo. (ANVISA, 2010). Seleção do cateter e sítio de inserção Selecionar o cateter periférico com base no objetivo pretendido, na duração da terapia, na viscosidade do fluido, nos componentes do fluido e nas condições de acesso venoso. (ANVISA, 2010). Os cateteres para a técnica intravenosa devem ser de menor calibre e menor comprimento de cânula, pois cateteres que possuem menor calibre possuem menor chance de causar flebite mecânica (irritação da parede da veia pela cânula) e também menor chance de obstrução do fluxo sanguíneo dentro da veia. Quando se alcança um bom fluxo sanguíneo, este favorecerá a distribuição dos medicamentos administrados e reduzirá risco de flebite química (irritação da parede da veia por produtos químicos). Essa complicação ocorre com administração de medicamentos irritantes ou vesicantes. (ANVISA, 2010). Preparo da pele » Fricção da pele com solução à base de álcool, os produtos mais utilizados são: Gluconato de clorexidina 0,5 – 2%, PVPI alcoólico 10% ou álcool 70%. Há a necessidade de apenas uma aplicação. » Quando utilizado álcool ou gluconato de clorexidina, deve-se aguardar a secagem antes da punção. » Quando utilizado o PVPI, deve-se aguardar 1,5 a 2,0 minutos, no mínimo, antes da punção. » Quando houverem sujidades na pele, proceder a degermação anterior à antissepsia. Sempre utilizando a mesma solução da degermação e antissepsia. » Inserir o cateter venoso periférico utilizando luvas não estéreis. » Quando houver necessidade, remover os pelos com tricotomizador elétrico ou tesoura. (ANVISA, 2010). Estabilização » Estabilizar o cateter, de forma que a integridade do acesso seja mantida, com a preocupação em evitar deslocamentos. Sempre estar com o cateter estabilizado antes de realizar o curativo. 17 SISTEMA DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR | UNIDADE II » O material que entrará em contato com o sítio de inserção deve ser sempre estéril. » Para realizar a estabilização do cateter, manter a técnica asséptica. Sendo utilizados materiais próprios para estabilização ou fita adesiva estéril. » A estabilização não pode interferir no acesso do cateter, na monitorização do sítio de inserção e nem impedir a infusão da terapia. Coberturas O propósito da cobertura é: » Proteger o sítio de acesso e ajudar a minimizar possíveis infecções que podem ocorrer pela interface entre a superfície do cateter e a pele. » Auxiliar na fixação do acesso no local escolhido e prevenir que o dispositivo se movimente e cause algum dano ao vaso. A cobertura precisa ser estéril: semi-oclusiva (gaze ou fixador) ou membrana transparente semipermeável – MTS. (ANVISA, 2010). A cobertura deve ser trocada sempre que houver alguma suspeita de contaminação ou quando estiver úmida, solta, suja e com a integridade comprometida. Em coberturas não impermeáveis, o sítio de inserção deve ser protegido com plástico durante o banho. (ANVISA, 2010). Manutenção Os acessos vasculares necessitam ter a permeabilidade mantida com cloreto de sódio 0,9% antes e após o uso, pois auxiliam a promover e manter o fluxo, prevenir que não ocorra a mistura de medicamentos e de soluções, como os exemplos abaixo: (ANVISA, 2010) » sangue e componentes; » amostra de sangue; » medicamentos ou soluções incompatíveis; » terapia intermitente; » na conversão de terapia contínua para terapia intermitente; » O sítio de inserção do cateter deve ser examinado diariamente, através da palpação da cobertura, para avaliar se há sensibilidade, e através da inspeção por meio da cobertura. 18 UNIDADE II | SISTEMA DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR Remoção do cateter Nos casos em que o cateter foi instalado em situação de emergência, onde pode ter havido um comprometimento da técnica asséptica, este precisa ser trocado o mais rápido possível. Da mesma forma, precisa ser trocado quando houverem suspeitas de contaminação, complicações ou mau funcionamento (ANVISA, 2010). Em situações de acesso periférico limitado, cabe ao responsável a decisão de manter o cateter além das 72- 96 horas. Entretanto, precisam ser levados em consideração os seguintes fatores: avaliação do cateter, integridade da pele, duração e tipo da terapia prescrita. Todas essas decisões precisam ser documentadas no prontuário do paciente. (ANVISA, 2010). Já em casos de pacientes neonatais e pediátricos, os cateteres não devem ser trocados como descrito acima, e sim permanecer até que se complete a terapia intravenosa, a menos que indicado clinicamente (flebite ou infiltração) (ANVISA, 2010). 19 REFERÊNCIAS BRASIL, Agência Nacional da Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 306, de 7 de dezembro de 2004. BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Higienização das mãos em serviços de saúde. Brasília: Anvisa, 2007. BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Infecção de Corrente Sanguínea: Orientações para Prevenção de Infecção Primária de Corrente Sanguínea. Brasília: Anvisa, 2010. BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manuais de Orientação para Prevenção de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde – Corrente Sanguínea, setembro 2010. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/home/servicosdesaude. Acesso em: 26 mar. 2021. BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Orientações técnicas para o funcionamento dos Estabelecimentos funerários e congêneres. Brasília: Anvisa, 2007. BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria n. 29, de 13 de janeiro de 1998. BRASIL, Agência Nacional de Vigilância sanitária. Resolução RDC n. 68, de 10 de outubro de 2007. BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária.Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies. Brasília: Anvisa, 2010. BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. BRASIL, Ministério da Saúde. Manual de lavanderia hospitalar. Brasília, 1986. BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria n. 2616, de 12 de maio de 1998. Regulamenta as ações de controle de infecção hospitalar no país, em substituição a Portaria MS n. 930/92. Disponível em: http// http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt2616_12_05_1998.html. BRASIL, Ministério da Saúde. Processamento de artigos e superfícies em estabelecimentos de saúde. Brasília, 2012. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar. 3. ed. Brasilia: Ministério da Saúde, 2002. BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA n. 358, de 29 de abril de 2005. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n. 15, de 15 de março de 2012. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n. 93, de 26 de maio de 2006. http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/home/servicosdesaude 20 REFERÊNCIAS BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RE n. 515, de 15 de fevereiro de 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de procedimentos básicos em microbiologia clínica para o controle de infecção hospitalar: Módulo I/Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar – Brasília, 2000. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual brasileiro de acreditação. 3. edição. Brasília 2002. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo de Manejo clínico para o Novo Coronavírus (2019 – nCoV). Brasília, 2020. BRASIL. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 41, n. 4, Aug. 2008. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. CONAMA. 2005. Resolução Conama n. 358, de 29 de abril de 2005. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre. cfm?codlegi=462. Acesso em: 26 maio 2021. CONTANDRIOPOULOS, A. 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