Buscar

CONTABILIDADE E ORÇAMENTO PÚBLICOS

Prévia do material em texto

CONTABILIDADE E ORÇAMENTO PÚBLICOS –
Orçamento Público e Estado: Importância do Tema - Perspectiva Atual;
Finanças Públicas;
Política Fiscal e Orçamento;
A política fiscal brasileira consiste na organização orçamentária do governo federal, momento em que são definidas as fontes de arrecadação e os gastos públicos para um determinado período. As determinações da política fiscal do país influenciam diretamente nas suas atividades econômicas, crescimento e  taxa de desemprego.
A maior preocupação das autoridades brasileiras, que definem as diretrizes da política fiscal, é o financiamento do déficit do setor público, entretanto, o governo pode alterar seu volume de receitas e gastos através de instrumentos fiscais. A cobrança de impostos é a maneira mais comum da atingir esse objetivo. Eles podem ser diretos, incidindo diretamente sobre a renda, que é o caso do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) e do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), e indiretos, embutidos nas transações intermediárias e finais. Nesse caso, a contribuição está incorporada ao processo produtivo, como no ICMS, ISS, COFINS e PIS.
As despesas do governo podem ser divididas em gastos de consumo, que podem ser com salários, administração pública, funcionalismo civil e militar; de transferência, que incluem benefícios pagos pelos institutos de previdência social sob a forma de aposentadorias, salário-escola e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço); de subsídios, como pagamentos feitos pelo governo a algumas empresas públicas ou privadas; e investimentos, que são gastos com aquisição de novas máquinas, equipamentos, construção de estradas, pontes e infra-estrutura.
O orçamento do país trata-se do resultado das receitas menos os gastos, esse saldo pode ser considerado equilibrado, superavitário ou deficitário. O Tesouro Nacional, responsável pelas contas públicas, define as atitudes que devem ser tomadas no caso de déficit no país. Para financiar os excessos de gastos, o Banco Central do Brasil pode criar moeda, ou vender títulos da dívida pública ao setor privado.
Por meio da política fiscal do país, o governo pode alcançar seus objetivos econômicos, como a estabilidade e o crescimento.Tendo em vista, que o nível de desemprego é proveniente do baixo crescimento econômico, que resulta em grande parte da falta de políticas fiscais expansivas. Contudo, sua integração com as diretrizes da política monetária possibilitam a redução da taxa de juros, estimulando o investimento privado, que gera novos empregos. Entretanto, antes de adotar qualquer medida econômica, as autoridades brasileiras realizam uma análise do cenário macroeconômico para traçar metas, através dos seus indicadores.
Tipos de política fiscal
Pode ser expansionista ou contracionista:
· Política fiscal expansionista: quando o objetivo é estimular a demanda agregada, especialmente quando a economia está atravessando um período de recessão e precisa de um "empurrão" para se expandir. Como resultado, temos a tendência de déficit ou até mesmo levar à inflação.5
· Política fiscal contracionista: quando o objetivo é reduzir a demanda agregada, por exemplo, quando a economia está em um período de expansão excessiva (superaquecimento econômico) e, há a necessidade de retração econômica, em consequência da excessiva inflação que se constroi neste cenário.6
Política fiscal expansionista
Os mecanismos utilizados são:
· Aumentar a despesa pública para aumentar a produção e reduzir o desemprego.
· Impostos mais baixos, para aumentar o rendimento disponível ao consumidor/investidor, causando aumento de consumo e investimento das empresas, em conclusão, uma mudança no sentido da demanda agregada (expansão).
Política fiscal contracionista
Os mecanismos são inversos aos da politica expansionista. Eles consistem em:
· Reduzir os gastos do governo para desacelerar a produção.
· Aumentar os impostos para que as pessoas não consumam tanto e as empresas invistam menos, consequentemente desloca a demanda agregada (contração).
É que ela reduz a demanda agregada de forma a gerar excesso de oferta agregada de bens, o que irá fazer diminuir o nível de renda e os preços do mercado.
Orçamento Público: Conceito;
O orçamento público é uma lei que, entre outros aspectos, exprime em termos financeiros a alocação dos recursos públicos.
Trata-se de um instrumento de planejamento que espelha as decisões políticas, estabelecendo as ações prioritárias para o atendimento das demandas da sociedade, em face da escassez de recursos. Apresenta múltiplas funções - de planejamento, contábil, financeira e de controle. As despesas, para serem realizadas, têm que estar autorizadas na lei orçamentária anual.
No Brasil, como na maioria dos países de regime democrático, o processo orçamentário reflete a co-responsabilidade entre os poderes, caracterizando-se por configurar quatro fases distintas:
1 - a elaboração da proposta, feita no âmbito do Poder Executivo;
2 - a apreciação e votação pelo Legislativo - no caso do governo federal, o Congresso Nacional;
3 - a sua execução; e
4 - o controle, consubstanciado no acompanhamento e avaliação da execução.
Com a estabilização econômica, o orçamento se reveste da maior importância, na medida em que os valores expressos em termos reais tendem a não ficar defasados, como ocorria no período inflacionário. Em conseqüência, passa a espelhar, com maior nitidez, a alocação dos recursos, favorecendo o acompanhamento e a avaliação das ações governamentais, principalmente pelo contribuinte e seus representantes, colaborando assim, para a construção de um estado moderno, voltado para os interesses da sociedade.
Esta nova realidade demanda a necessidade de difundir amplamente o conteúdo do orçamento, que expressa o esforço do governo para atender à programação requerida pela sociedade, a qual é financiada com as contribuições de todos os cidadãos por meio do pagamento de seus tributos, contribuições sociais e tarifas de serviços públicos.
 
CONCEITOS BÁSICOS
O que é o Orçamento Público?
O Orçamento Geral da União (OGU) prevê todos os recursos e fixa todas as despesas do Governo Federal, referentes aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
As despesas fixadas no orçamento são cobertas com o produto da arrecadação dos impostos federais, como o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), bem como das contribuições, como o da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social - COFINS, que é calculado sobre o faturamento mensal das empresas, nas vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, e bem assim do desconto na folha que o assalariado paga para financiar sua aposentadoria. Os gastos do governo podem também ser financiados por operações de crédito - que nada mais são do que o endividamento do Tesouro Nacional junto ao mercado financeiro interno e externo. Este mecanismo implica o aumento da dívida pública.
As receitas são estimadas pelo governo. Por isso mesmo, elas podem ser maiores ou menores do que foi inicialmente previsto.
Se a economia crescer durante o ano, mais do que se esperava, a arrecadação com os impostos também vai aumentar. O movimento inverso também pode ocorrer.
Com base na receita prevista, são fixadas as despesas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Depois que o Orçamento é aprovado pelo Congresso, o governo passa a gastar o que foi autorizado. Se a receita do ano for superior à previsão inicial, o governo encaminha ao Congresso um projeto de lei pedindo autorização para incorporar e executar o excesso de arrecadação. Nesse projeto, define as novas despesas que serão custeadas pelos novos recursos. Se, ao contrário, a receita cair, o governo fica impossibilitado de executar o orçamento na sua totalidade, o que exigirá corte nas despesas programadas.
A inflação crônica, antes do Plano Real, distorcia o orçamento. Quando o governo elaborava a proposta orçamentária, previa uma taxa anual de inflação, a fim de corrigir as dotações orçamentárias para que elas mantivessem ovalor real. Mas na última década, por causa da inflação crônica e ascendente, essa taxa estimada quase sempre era menor que a inflação efetivamente ocorrida no ano. Com isso, o processo inflacionário corroía as dotações orçamentárias.
Por exemplo, se o orçamento previa um determinado valor para a construção de uma estrada federal, quando o recurso era liberado, o seu valor real (ou seja, descontada a inflação do período) não era mais suficiente para a execução da obra. Esse problema gerou inúmeras distorções, como a paralisação de projetos pela metade ou a construção de estradas de péssima qualidade.
Evolução do Orçamento Público;
Orçamento Programa;
O orçamento, com o tempo, deixou de ser um mero instrumento de previsão de arrecadação e autorização de gastos e tornou-se um instrumento legal que contém programas e ações vinculadas a um processo de planejamento público, com objetivos e metas a alcançar no exercício ( com ênfase ás realizações do GOVERNO).
Cada governo apresenta ao eleitor seu programa de trabalho. Este programa irá orientar o Estado enquanto sob a direção do respectivo governo. Exemplo: um governo neo-liberal terá um programa orientado para a contenção dos gastos públicos e diminuição da ação do Estado na economia, exemplo: privatização de estatais. Um governo de esquerda por outro lado visará ( em hipótese) uma maior interferência do Estado buscando um crescimento econômico mais moderado no entanto com mais avanços sociais. O orçamento público, ao invés de um documento que somente autorize arrecadar receitas e executar gastos deverá trazer as metas e objetivos que o governo pretende alcançar em determinado exercício.
O orçamento programa é um plano de trabalho expresso por um conjunto de ações a realizar e pela identificação dos recursos necessários a sua execução.
Digamos que você estudante para o MPU estabelecesse seu orçamento-programa; você deveria listar as suas despesas ( livros, apostilas, cursos, passagens etc)..suas fontes de recursos e além disso seu planejamento com suas ações para alcançar tais metas e objetivo, como por exemplo: pretendo fazer tal curso, dia tal estudarei tal matéria, dia tal outra e assim por diante. Você teria seu orçamento programa, diferente de um simples orçamento tal como: esse mês receberei tanto e tereis tais despesas: água, luz, mercado...
Podemos visualizar que por meio do orçamento programa o Governo sinaliza que caminho irá tomar e quais são suas metas e objetivos e direciona as ações do Estado neste caminhar.
Veremos mais adiante algumas características do ORÇAMENTO PROGRAMA.
CARACTERISTICAS DO ORÇAMENTO PROGRAMA.
Ações melhor planejadas.
Identificação dos gastos e realização por programas e sua comparação em termos absolutos e relativos.
Orçamento mais preciso.
Inter-relação entre custo e programação vinculada a objetivos
maior possibilidade de redução de custos
mais fácil identificar funções duplas.
Enfase no que a instituição realiza e não no que ela gasta.
Melhor controle e execução do programa.
ORÇAMENTO TRADICIONAL x ORÇAMENTO PROGRAMA.
TRADICIONAL
Não se baseia em uma programação.
Distribui os recursos segundo os objetos de gastos ( pessoal, material de consumo e outros)
força os diferentes setores públicos a pressionarem as administrações superiores em busca de maiores recursos.
Conduz a administração superior a :
para adequar o total de despesas ao montante das receitas previstas:
- proceder cortes indiscriminados no montante dos recursos solicitados.
- superestimar as receitas para atender às pressões das despesas.
Não incentiva a busca da economicidade por parte do administrador, já que não possui mecanismos para controlar os custos dos produtos oferecidos.
PROGRAMA
Atribui recursos para o cumprimento de determinados objetivos e metas. (não atribui recursos para um conjunto de compras e pagamentos)
atribui responsabilidade ao administrador
permite interdependência e conexão entre os diferentes programas de trabalho
permite mobilizar recursos com razoável antecedência.
Permite localizar duplicidade de esforços
permite o controle de custos do produto oferecido pelo governo à sociedade.
Atenção: a teoria, infelizmente, sempre difere da prática. Na teoria o orçamento programa estabelece os objetivos como critério para a alocação de recursos. Na prática, entretanto,no Brasil o compromisso com a tradição orçamentária tem consumido a maior parte dos recursos.
Orçamento tradicional x Orçamento moderno;
Orçamento tradicional.
Na fase do orçamento tradicional, a peça orçamentária existente era conhecida como orçamento clássico ou tradicional, este orçamento caracterizava-se por ser um documento onde apenas constava a previsão da receita e a autorização da despesa, classificando estas últimas por objeto do gasto e distribuídas pelos diversos órgãos, para o período de um ano.
Neste tipo de orçamento não havia nenhuma preocupação com as reais necessidades da administração ou da população e não se consideravam objetivos econômicos e sociais. É um planejamento dissociado do planejamento. Além disso, era corrigido monetariamente de acordo com o que se gastava no exercício anterior. Sua principal característica: dar ênfase aos objetos de gastos.
Antes do advento da Lei 4.320/64, o orçamento utilizado pelo Governo Federal era o orçamento tradicional.
Orçamento moderno
Na fase do orçamento moderno, destacam-se dois tipos de orçamento: orçamento de desempenho e orçamento-programa.
Orçamento De Desempenho
O orçamento tradicional evoluiu para o orçamento de desempenho, também conhecido como orçamento de realizações. Neste tipo de orçamento, o gestor começa a se preocupar com o que o governo realiza e não com o que compra, ou seja, preocupa-se agora em saber ?as coisas que o governo faz e não as coisas que o governo compra?.
O orçamento de desempenho é o processo orçamentário que se caracteriza por apresentar duas dimensões do orçamento: o objeto de gasto e um programa de trabalho, contendo as ações desenvolvidas.
Apesar de ser um passo importante, o orçamento de desempenho ainda se encontra desvinculado de um planejamento central das ações do governo, ou seja, embora já interligue os objetos de gastos aos objetivos, não poderia, ainda, ser considerado um orçamento-programa, visto que lhe faltava uma característica essencial: a vinculação ao Sistema de Planejamento.
Orçamento-Programa
Como o orçamento de desempenho ainda era falho, faltando-lhe a vinculação com o planejamento governamental, partiu-se para uma técnica mais elaborada, que foi o orçamento-programa, introduzido nos Estados Unidos da América, no final da década de 50, sob a denominação de PPBS (Planning Programning Budgeting System). Este orçamento foi introduzido no Brasil através da Lei 4320/64 e do Decreto-Lei 200/67.
	Muito importante: O orçamento-programa foi instituído no Brasil em 1964, pela Lei 4320/64. O Decreto 200/67 também trouxe várias inovações que visavam à descentralização administrativa, com vários reflexos na legislação orçamentária. No entanto, o orçamento-programa só ganhou efetividade em 1998, com a edição de várias normativas do Ministério do Planejamento. No entanto, para fins de concurso, a Lei 4320/64 é ainda o marco do orçamento-programa no Brasil.
O orçamento-programa pode ser entendido como um plano de trabalho, um instrumento de planejamento da ação do governo, através da identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, além do estabelecimento de objetivos e metas a serem implementados, bem como a previsão dos custos relacionados.
A Constituição Federal (CF) de 1988 pela primeira vez constitucionalizou o orçamento-programa no Brasil (que estava regrado apenas em leis infraconstitucionais, desde 1964) ao estabelecer a normatização da matéria orçamentária através do Plano Plurianual (PPA), da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA), ficando evidente o extremo zelo do constituinte para com o planejamento das ações do governo.
As principais características do orçamento-programa são: integração, planejamento,orçamento; quantificação de objetivos e fixação de metas; relações insumo-produto; alternativas programáticas; acompanhamento físico-financeiro; avaliação de resultados; e gerência por objetivos.
Orçamento Público Federal: Sistema de Planejamento e Orçamento – Estrutura;
Princípios Orçamentários;
Unidade - O orçamento deve ser uno, ou seja, deve existir apenas um orçamento para dado exercício financeiro. 
Totalidade - O princípio orçamentário da totalidade determina que haja um orçamento único para cada um dos entes federados, com a finalidade de se evitar a ocorrência de múltiplos orçamentos paralelos internamente à mesma pessoa política.
Universalidade - Princípio pelo qual o orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas do Estado. Indispensável para o controle parlamentar, pois possibilita :
a) conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia autorização para respectiva arrecadação e realização;
b) impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e de despesa sem prévia autorização Legislativa;
c) conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fim de autorizar a cobrança de tributos estritamente necessários para atendê-las.
Anualidade ou Periodicidade
O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um determinado período de tempo, geralmente um ano. A exceção se dá nos créditos especiais e extraordinário autorizados nos últimos quatro meses do exercício, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício subsequente.
Exclusividade
A lei orçamentária deverá conter apenas matéria orçamentária ou financeira. Ou seja, dela deve ser excluído qualquer dispositivo estranha à estimativa de receita e à fixação de despesa.
Especificação, Especialização ou Discriminação
As receitas e as despesas  devem aparecer de forma discriminada, de tal forma que se possa saber, pormenorizadamente, as origens dos recursos e sua aplicação.
Não Vinculação ou Não Afetação das Receitas
Nenhuma parcela da receita geral poderá ser reservada ou comprometida para atender a certos casos ou a determinado gasto. Ou seja, a receita não pode ter vinculações. Essas reduzem o grau de liberdade do gestor e engessa o planejamento de longo, médio e curto prazos.
Orçamento Bruto
Este princípio clássico surgiu juntamente com o da universalidade, visando ao mesmo objetivo. Todas as parcelas da receita e da despesa devem aparecer no orçamento em seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução.
Equilibrio
O princípio do equilíbrio pressupõe que a receita prevista na LOA deve ser igual à despesa nela fixada. A finalidade deste princípio é a de impedir o déficit orçamentário, principalmente no âmbito da LOA. 
Legalidade
 todo o orçamento público deve ser elaborado por lei e todas as leis que tratam de matéria orçamentária (as leis do Plano Plurianual – PPA, de Diretrizes Orçamentárias – LDO, a Lei Orçamentária Anual – LOA, as leis que autorizam os créditos suplementares e especiais etc.) devem ser aprovadas pelo Poder Legislativo.
Publicidade
O conteúdo orçamentário deve ser divulgado (publicado) nos veículos oficiais de comunicação para conhecimento do público e para eficácia de sua validade.
Clareza ou Objetividade
O orçamento público deve ser apresentado em linguagem clara e compreensível a todas pessoas que, por força do ofício ou interesse, precisam manipulá-lo.
Exatidão
De acordo com esse princípio as estimativas devem ser tão exatas quanto possível, de forma a garantir à peça orçamentária um mínimo de consistência para que possa ser empregado como instrumento de programação, gerência e controle.
Atuação do Legislativo e do Executivo;
A INTERAÇÃO EXECUTIVO/LEGISLATIVO NO PROCESSO ORÇAMENTÁRIO
Esta seção apresenta um modelo espacial sobre a interação do Congresso com o Executivo na elaboração e execução do orçamento anual brasileiro. O modelo parte de um cenário muito simplificado em que o Executivo não tem poder para evitar que o Congresso altere seu projeto de orçamento. Nessas condições irrealistas, o Executivo não possui meios para impedir que o Congresso mude o orçamento para um ponto distante das preferências do governo, mais próximo ao ponto preferido por uma maioria do Congresso. Depois, passo a passo, o modelo vai atribuindo ao Executivo uma série de poderes e examina como cada uma dessas salvaguardas o habilita a proteger sua proposta original de possíveis alterações produzidas no Legislativo, sendo que cada uma delas representa normas e procedimentos do processo orçamentário brasileiro atual. Em conjunto, essas regras significam que o Executivo corre poucos riscos de ter a proposta alterada contra sua vontade.
Ciclo da Proposta Orçamentária (Tramitação, Limites, Prioridades, Aprovação);
O processo orçamentário, compreendido como o conjunto dos instrumentos de planejamento e controle relacionados à elaboração, discussão, aprovação e execução do PPA, da LDO e da LOA, tem ciclo de 4 anos, que corresponde ao prazo do Plano Plurianual, abrangendo assim, portanto, quatro Orçamentos, isto é, quatro sucessivas leis orçamentárias anuais, que são elaboradas atendendo a diretrizes orçamentárias especificadas em distintas leis editadas anualmente. O processo orçamentário anual percorre as seguintes etapas: 
· elaboração da proposta orçamentá- ria pelos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública, seus órgãos, entidades e fundos, sob a coordenação do Poder Executivo, incluindo a preparação do programa de trabalho (estabelecimento de objetivos, metas e custos). Nessa fase, o órgão especializado do Poder Executivo também prepara a estimativa da receita, isto é, da totalidade da origem dos recursos que financiarão o cumprimento da programação orçamentária; 
· encaminhamento ao Poder Legislativo da proposta orçamentária do ente da Federação, como projeto de lei; 
· discussão e deliberação da proposta orçamentária pelo Poder Legislativo; 
· devolução do projeto de lei da proposta orçamentária ao Poder Executivo para sanção, até o término da sessão legislativa; 
· promulgação, pelo chefe do Poder Executivo, da LOA; 
· programação e execução do Orçamento pelos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública, seus órgãos, entidades e fundos; 
· avaliação e controle interno, prévio, concomitante e subsequente, da execução orçamentária, feito pelas unidades especializadas próprias dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública, seus órgãos, entidades e fundos, como responsáveis pelas ações de controle interno, sob a coordenação do Poder Executivo; 
· encaminhamento da prestação de contas anual ao Poder Legislativo, pelo chefe do Poder Executivo, englobando o resultado da execução orçamentários dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública, seus órgãos, entidades e fundos, constituída dos balanços, demonstrativos e relatórios previstos em lei;
· avaliação e controle externo, concomitante e subsequente, da execução orçamentária, feitos pelos tribunais de contas, que emitem parecer prévio sobre as contas anuais do Chefe do Poder Executivo e julgam as contas dos demais responsáveis por bens, dinheiros e valores públicos; 
· julgamento das contas do Chefe do Poder Executivo pelo Poder Legislativo, com base em parecer prévio emitido pelo respectivo Tribunal de Contas.
· 
Plano Plurianual;
O Plano Plurianual é o planejamento de médio prazo da Administração Pública e tem por finalidade estabelecer de forma regionalizada as diretrizes, objetivos e metas (DOM) da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para aquelas relativas aos programas de duração continuada. 
O PPA é inovação da Constituição da República de 1988. Esse termo substitui os anteriores, às vezes denominados de plano plurianual de investimento, plano nacional de desenvolvimento, entre outros. O PPA é doutrinariamente conhecido como o planejamento estratégico de médio prazoda administração pública brasileira. 
Para fins de concurso público, quando se menciona a palavra planejamento, a referência é o PPA e quando se fala em orçamento remete-se à Lei Orçamentária Anual – LOA. 
Ao assumir o mandato, já no 1º ano, o Chefe do Poder Executivo elabora o seu planejamento de gastos, ou seja, estabelece o que pretende executar, em termos de obras e serviços, durante seu período de governo, 4 anos. 
Esse planejamento é elaborado pelo Executivo e aprovado pelo Poder Legislativo. É uma Lei temporária, com período de vigência para 4 anos. 
O que foi planejado para 4 anos, através da Lei do PPA, deverá ser cumprido passo a passo, ano a ano, através da Lei Orçamentária Anual – LOA, ou seja, o PPA e a LOA devem estar coordenados e integrados entre si. Essa previsão está no § 1º do art. 166 da CF, onde estabelece que nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. 
Princípios básicos que norteiam o Plano Plurianual:
 O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, através de sua Secretaria Federal de Orçamento, elaborou o Manual Técnico de Orçamento – MTO. Esse manual estabelece as políticas, diretrizes, metodologia e procedimentos para a elaboração dos orçamentos na administração pública federal. 
Anualmente o MTO é atualizado. 
O MTO - 2005 estabeleceu os princípios básicos que devem reger o PPA: Identificação clara dos objetivos e prioridades do Governo; Integração do planejamento e do orçamento; Promoção da gestão empreendedora; Garantia da transparência; Estímulo às parcerias; Gestão orientada para resultados; e Organização das ações de Governo em programas. 
Encaminhamento do PPA: 
O encaminhamento do projeto de lei do PPA ao Legislativo é de iniciativa exclusiva do chefe do Poder Executivo. 
Para a União o prazo será até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial, ou seja, deverá ser encaminhado até 31 de agosto do 1º ano de governo (art. 35, § 2º, inciso I, da CF – ADCT). 
Para os Estados/DF e Municípios as suas Constituições e Leis Orgânicas respectivamente podem fixar prazo diverso do estabelecido na Constituição Federal. Em caso omisso, deverá ser obedecido o prazo da CF. Exemplificando: 
1º ano de mandato: o Chefe do Executivo governa com a proposta – PPA, de seu antecessor e elabora e encaminha o seu PPA para 4 anos. 2º ano de mandato: o Chefe do Executivo trabalha com seu PPA aprovado pelo Poder Legislativo. 3º ano de mandato. 4º ano de mandato.
Devolução do PPA: 
O Congresso Nacional deverá devolver o PPA aprovado, ao chefe do Executivo, para sanção ou veto, até o encerramento da sessão legislativa (art. 35, § 2º, inciso I, da CF – ADCT). Conforme estabelecido na CF, o encerramento da sessão legislativa será em 15 de dezembro (art. 57 da CF). 
Observe o quadro abaixo: 
Legislatura Período de 4 anos (parágrafo único, art. 44, CF) 
Sessão Legislativa Será de 15 de fevereiro a 15 de dezembro (art. 57, CF).
Período Legislativo 1º período: vai de 15 de fevereiro a 30 de junho (art. 57, CF). 	
2º período: vai de 1º de agosto a 15 de dezembro (art. 57, CF).
 Vigência do PPA:
 Inicia-se no segundo ano do mandato do chefe do Poder Executivo e termina no primeiro ano do mandatário subseqüente. Portanto, apesar de sua duração ser de quatro anos, sua vigência não coincide com a do mandato presidencial. 
Assim tem sido cobrado em concurso! 
(CESPE – ACE/TCU – 2004) Instituído pela Constituição Federal de 1988, o plano plurianual, de vigência coincidente com a do mandato do chefe do Poder Executivo, estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. 
O PPA foi instituído pela CF/88 e a sua vigência não coincide com o mandato presidencial. Ao assumir o mandato, em 1º de janeiro, o Presidente da República governa com o PPA de seu antecessor. Portanto, opção incorreta. 
Assim, o planejamento estratégico (PPA), elaborado para execução a médio prazo (4 anos), torna-se a base dos planos da administração pública. A partir desse plano de médio prazo é que se prepara o orçamento operacional (LOA), dessa forma, cumpre-se ano a ano o que foi planejado para quatro. 
Onde está determinado que o PPA é planejamento de médio prazo? Está inserido no MTO – 2005.
 Relembrando! Para fins de concurso devemos entender o termo “planejamento” como sendo a lei do plano plurianual. 
Resumindo: A Lei do Plano Plurianual deverá estabelecer, de forma regionalizada as diretrizes objetivos e metas: Por que tanta ênfase nas DOM? É porque geralmente os elaboradores de provas de concursos tentam confundir os candidatos com as finalidades da Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO. Esta lei estabelece as Metas e Prioridades da Administração Pública. 
Resumindo: Plano Plurianual Estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
 Lei de Diretrizes Orçamentárias Compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 
ETAPAS DO PPA
Construção dos Objetivos Estratégicos de Governo
O Governo do Estado define os objetivos estratégicos tendo por base os compromissos assumidos no processo eleitoral. Esses objetivos representam os anseios de todos os cearenses, que se traduzem nos resultados estratégicos a serem alcsnçados pelo governo, nas áreas social, econômica e de gestão.
Assim, os resultados estratégicos de governo são na verdade a concretização da visão de futuro do Estado e de sua população.
Construção dos Objetivos Estratégicos Setoriais
Depois de definidos os resultados, estratégicos a serem alcançados pelo governo, cabe às Secretarias Setoriais elaborarem seus objetivos estratégicos, agora mais focados nas necessidades específicas da população do Estado. Os objetivos estratégicos setoriais são formulados de modo a tornarem-se grandes resultados nas áreas de Saúde, Educação, Proteção Social, Trabalho, Saneamento Básico, Habitação, Transporte, Energia, Planejamento, Orçamento, Administração, Arrecadação Tributária, etc.
Identificação e Pactuação das Prioridades Regionais
A equipe de governo promoverá vários encontros regionais a fim de aproximar mais a população das tomadas de decisões. Afinal, o que importa é saber o que a população quer e pensa acerca do seu município e rua região.
A identificação e pactuação das prioridades regionais da população é um importante passo para a elaboração do PPA. Um pouco adiante iremos saber mais sobre a elaboração do PPA Participativo.
Consolidação do Plano
Realizadas as etapas anteriores, serão reunidas e consolidadas todas as propostas num único documento, que se transforma em Projeto de Lei do Poder Executivo (Governador).
O Projeto de Lei é enviado à Assembléia Legislativa do Estado, que aprecia as propostas, podendo ainda incluir novas propostas (chamadas de emendas) e, em seguida, esse Projeto de Lei é votado pelos deputados e transformam em Lei.
Aprovação do Plano pela Assembléia Legislativa do Estado
O Plano Plurianual, após aprovado pela Assembléia Legislativa do Estado, se transforma em Lei, uma Lei Estadual.
A importância deste fato é que o Administrador Público (Governador) fica vinculado a esse compromisso, sendo que só poderá ser realizada qualquer ação governamental se estiver estipulada no PPA.
Lei de Diretrizes Orçamentárias
Instituída pela Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é o instrumento técnico-legal que articulao PPA à LOA. A LDO deve ser promulgada a cada exercício financeiro antes da preparação, pelo Poder Executivo, do Projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA), devendo conter, consoante ao disposto nos arts. 165, parágrafo 2º, e 169, parágrafo 1º da Constituição Federal, disposições sobre: 
· as metas e prioridades, incluindo as despesas de capital para o exercício subsequente; orientações para a elaboração da LOA; 
· disposições sobre alterações na legisla- ção tributária; 
· estabelecimento das políticas de aplicação das agências oficiais de fomento; 
· autorização específica para a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, criação de cargos ou alteração de estrutura de carreiras, bem como admissão de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, ressalvadas as empresas de economia mista.
 A LRF também se ocupou da LDO, dando- -lhe novos conteúdos que se acrescentam àqueles estabelecidos pela Constituição Federal. Dessa forma, a LDO deve, também, conter dispositivos sobre: ƒ 
· o equilíbrio entre receitas e despesas; ƒ 
· critérios e forma de limitação de empenho, que será efetivada na hipótese de se verificar, ao final de cada bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento dos resultados primário e nominal estabelecidos; ƒ 
· normas relativas ao controle de custo; ƒ 
· normas relativas à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos orçamentários; 
· o montante da reserva de contingência, definido com base na receita corrente líquida, destinado ao atendimento a passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos; ƒ
· a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso; ƒ 
· o montante da despesa considerada irrelevante, no caso de criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental; ƒ
· exigências para a realização de transferências voluntárias aos municípios, entendidas essas como a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou que não corresponda aos recursos destinados ao Sistema Único de Saúde; ƒ
· condições com vistas à destinação de recursos para cobrir, direta ou indiretamente, necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas; ƒ
· regras para a inclusão de novos projetos na lei orçamentária ou em créditos adicionais, que estará condicionada: 
• à previsão ou autorização, por lei, de inclusão do investimento no PPA, quando a sua duração for superior a um exercício financeiro; 
• ao adequado atendimento aos projetos em andamento; 
• à consignação de dotações orçamentárias destinadas à conserva- ção do patrimônio público; 
• a outras condições e exigências para transferência de recursos. A LRF também estabelece que a LDO seja acompanhada das seguintes peças: ƒ Anexos de Metas Fiscais, contendo as metas anuais, para o exercício a que se refere a LDO e os dois subsequentes, em valores constantes e correntes, relativos a receitas, despesas, resultado nominal e primário, e montante da dívida pública, incluindo: 
• avaliação do cumprimento das metas anuais;
 • evolução do patrimônio líquido;
 • avaliação da situação financeira e atuarial dos regimes geral de previdência e próprio dos servidores públicos e dos demais fundos pú- blicos e programas estatais de natureza atuarial; 
• demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia da receita; 
• demonstrativo da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. ƒ
· Anexo de Riscos Fiscais, com a avalia- ção dos passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas.
 O projeto da LDO é anualmente elaborado pelo Poder Executivo da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios e submetido ao Poder Legislativo pelo Presidente da República, pelos governadores dos estados ou do Distrito Federal ou pelos prefeitos municipais, respectivamente, até o dia 15 de abril de cada ano. Após análise e aprovação do Poder Legislativo, o Projeto da LDO deve ser devolvido para sanção presidencial até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa.
e Lei Orçamentária Anual;
Consoante, estabelece a Constituição Federal (art. 165, parágrafo 5º) a Lei Orçamentária Anual (LOA), que compreende: ƒ
· o Orçamento Fiscal, incluindo todas as receitas e despesas públicas referentes aos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios, seus fundos, órgãos da administração direta, autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; ƒ
· o Orçamento de Investimentos das Empresas em que a União, os estados, o Distrito Federal ou os municípios, direta ou indiretamente, detenham a maioria do capital com direito a voto; ƒ 
· o Orçamento da Seguridade Social, abrangendo todos os órgãos e entidades da administração direta e indireta da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público vinculados à saúde, previdência e assistência social. 
Os orçamentos devem conter a discriminação da receita e da despesa, objetivando demonstrar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo (Lei nº 4.320/1964, art. 2º). 
O projeto da LOA é de iniciativa do Presidente da República, dos governadores de estado ou do Distrito Federal e dos prefeitos municipais, podendo ser alterado pelo Poder Legislativo, desde que as emendas: ƒ 
· sejam compatíveis com o PPA e com a LDO; ƒ 
· indiquem os recursos necessários, que devem ser provenientes de anulação de despesas, excetuando pessoal e encargos, serviços da dívida e transferências constitucionais; ƒ
· sejam relacionadas com a correção de erros ou omissões ou com os dispositivos do texto do projeto de lei. 
As emendas ao Projeto da LOA deverão ser apresentadas à Comissão Mista Permanente das Casas Legislativas.
Alterações Orçamentárias - Créditos Adicionais;
Os créditos adicionais representam as autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na LOA (Lei nº 4.320/1964, art. 40). Os créditos adicionais são classificados em: ƒ 
· suplementares: destinam-se ao reforço de dotações orçamentárias já existentes no orçamento; ƒ 
· especiais: os destinados a atender a despesas para as quais não haja dota- ção orçamentária específica; ƒ
· extraordinários: os destinados a atender a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção interna ou calamidade pública. Os créditos suplementares e especiais requerem autorização legislativa. No caso dos cré- ditos suplementares, esta pode ser dada pela própria LOA, ao passo que os créditos especiais somente podem ser abertos mediante autoriza- ção contida em lei específica.
Controle e Avaliação da Execução Orçamentária: Controle Externo, Controle Interno e Critérios (Eficiência, Eficácia e Efetividade);
Controle é uma forma de manter o equilíbrio na relação existente entre Estado e Sociedade, fazendo surgir daquele as funções que lhe são próprias, exercidas por meio dos seus órgãos, sejam estes ligados ao Executivo, Legislativo ou Judiciário.
Em decorrência dos princípios da eficiência administrativa e da eficácia dos seus atos, o Estado se vê cercado de mecanismos de controle das atividades estatais, gerados pela necessidade de se resguardar a própria administração pública, bem como os direitos e garantias coletivos.
Assim, foram criados dois tipos de mecanismos devidamente açambarcados pela CF/88: o Controle Interno, realizado pelos próprios órgãos do Estado, e o Controle Externo, realizado pelo Poder Legislativo que é auxiliado pelas Cortes de Contas.
No que toca ao que denominou-se Controle Interno, o art. 74 da CF/88 é taxativo ao dispor que os três poderes devem mantê-lo, de forma integrada, com a finalidade de: 
· avaliar o cumprimento de metas do plano plurianual e a execução dos orçamentos públicos
· comprovar a legalidade e avaliar osresultados, sob os aspectos de eficiência e eficácia, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos e entidades da administração; 
· exercer o controle das operações de crédito;
· apoiar o controle externo.
Quanto ao Controle Externo, mencionado no art. 71 da CF/88, firme-se que é um controle político de legalidade contábil e financeira e a ele cabe averiguar: 
· probidade dos atos da administração; 
· regularidade dos gastos públicos e do emprego de bens, valores e dinheiros públicos
· fiel execução do orçamento.
Mesmo que as atividades desempenhadas por esses dois mecanismos apresentem alguma similaridade, mostra-se necessário e oportuno registrar suas diferenças, uma vez que são distintos.
O mecanismo de Controle Interno faz parte da Administração, subordina-se ao Administrador, tendo por função acompanhar a execução dos atos e apontar, em caráter sugestivo, preventivo ou corretivamente, as ações a serem desempenhadas com vistas ao atendimento da legislação pertinente.
Com relação ao Controle Externo, caracteriza-se por ser exercido por órgão autônomo e independente da Administração, cabendo-lhe, entre as atribuições indicadas pela CF/88, exercer fiscalização. Mediante tal função, os Tribunais de Contas devem verificar se os atos praticados pela Administração estão em conformidade com as normas vigentes, observando-se as questões contábeis, financeiras, orçamentárias, operacionais e patrimoniais.
Além disso, note-se o caráter opinativo do Controle Interno, haja vista que pode ou não atender à proposta que lhe seja feita para alterar o modo ou forma de praticar determinado ato (responsabilidade e risco do Administrador). No Controle Externo, o Tribunal de Contas possui poderes para impor correções a Administração, bem como pode intervir em licitações e aplicar sanções, como multas ou, dependendo da gravidade, até a decretação de penhora de bens e inelegibilidade do responsável.
Eficiência
- Capacidade administrativa de produzir o máximo de resultados com o mínimo de recursos, energia e tempo; 
- produzir o máximo com o mínimo de desperdício;
- produtividade operacional;
- eficiência está associada à racionalidade - produtividade (ação, força, virtude de produzir).
Eficácia
- Está associada à noção do ótimo, metas e tempo;
- Relação entre resultados pretendidos e resultados obtidos;
- Grau em que se alcançam os objetivos e as metas em um determinado período de tempo, sem levar em conta os custos.
Efetividade
Diz respeito ao resultado concreto, ou às ações que fizeram acontecer esse resultado concreto (fins – objetivo e metas desejadas); 
- Estabelece a relação entre os resultados e o objetivo.
Assim, a gestão eficiente e eficaz está relacionada à capacidade administrativa e de produzir o máximo de resultados com o mínimo de recursos, energia e tempo, exigindo assim, o planejamento e o gerenciamento dos recursos humanos, dos materiais, dos recursos financeiros, de forma efetiva.
Receita Pública e Despesa Pública: Conceitos, Estágios e Classificação;
Para Bezerra Filho (2008), a receita na Administração Pública representa as operações de ingresso de recursos financeiros nos cofres públicos que, de acordo com a sua origem, podem ser receita orçamentária e receita extraorçamentária. 
Receita Orçamentária ou Receita Pública 
Os recursos auferidos necessários à efetiva- ção dos programas de governo estabelecidos na LOA são chamados receita orçamentária ou receita pública, considerada como o conjunto dos ingressos de recursos enquadráveis nos diversos itens da tabela da receita codificada na legisla- ção própria, previsíveis nos orçamentos públicos, como receitas correntes ou de capital.
 Receita Extraorçamentária 
É aquela que ingressa nos cofres públicos, porém não é de propriedade do Estado (não é Receita Pública). Possui as seguintes características: ƒ
· são recursos transitórios, que pertencem a terceiros e estão de posse do Estado; ƒ
· sua arrecadação não depende de autorização legislativa (exceção às operações de créditos por antecipação de receita orçamentária); ƒ
· sua realização não se vincula à execu- ção do orçamento, nem constitui renda do Estado. Este é apenas depositário desses valores; ƒ 
· não pode ser contabilizada como Receita Orçamentária, exceção seja feita no caso de reversão de recursos extraorçamentários em orçamentários. Ex.: cau- ção recebida de terceiros e revertida ao Estado por descumprimento de cláusula contratual por parte do contratado; ƒ
· é contabilizada em CONTAS FINANCEIRAS adequadas, existentes no plano de contas da entidade. Exemplificando: cauções, fianças, depósitos para garantia de instâncias, consignações em folha de pagamento a favor de terceiros, retenções na fonte, salários não reclamados, operações de crédito por antecipação da receita orçamentária (curto prazo) e outras assemelhadas. É verdade que o dinheiro recebido, a título de receita extraorçamentária, soma- -se às disponibilidades financeiras, mas, em contrapartida, constitui um passivo exigível (dívida flutuante) e, como tal, será restituído quando de direito for reclamado. 
Classificação da Receita Orçamentária
 As receitas orçamentárias compreendem os seguintes grupos de contas, correspondentes às categorias econômicas: RECEITAS CORRENTES e RECEITAS DE CAPITAL. ƒ 
· Receitas correntes – são os recursos financeiros que regularmente ingressam nos cofres do Estado (não são esporádicos) para financiar, a princípio, as despesas correntes (custeio da máquina pública, juros/encargos da dívida e transferências legais). Ultrapassada a despesa corrente (superávit corrente), poderá financiar despesas de capital (investimento e amortização do principal da dívida pública). ƒ 
· Receitas de capital – são os recursos financeiros oriundos de possibilidades permitidas pela legislação através da constituição de dívidas, da conversão em espécie de seus bens e direitos (alienações); dos recursos recebidos de outras pessoas de Direito Público ou Privado (convênios e doações), destinados a atender a despesas classificáveis em Despesas de Capital. 
As RECEITAS CORRENTES desdobram-se nas seguintes SUBCATEGORIAS ECONÔMICAS: 
a) Receita Tributária – é a proveniente de impostos, taxas e contribuições de melhoria; 
b) Receita de Contribuições – é a proveniente das seguintes contribuições: sociais (previdência social, saúde e assistência social), de intervenção no domínio econômico (tarifas de telecomunicações) e de interesse das categorias profissionais ou econômicas (órgãos representativos de categorias profissionais), como instrumentos de intervenção nas respectivas áreas; 
c) Receita Patrimonial – é a proveniente da exploração econômica do patrimô- nio da instituição, tais como aluguéis, arrendamentos, dividendos, aplicações de disponibilidades em opções de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes etc.; 
d) Receita Agropecuária – é a proveniente da exploração de atividades agropecuárias de origem vegetal ou animal: agricultura, pecuária, silvicultura, extra- ção de produtos vegetais etc.; 
e) Receita Industrial – é a proveniente de atividades industriais: extração mineral, indústria de transformação, indústria editorial e gráfica, indústria de lixo etc.; 
f) Receita de Serviços – é a proveniente de atividades caracterizadas pelas prestações de serviços financeiros, transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscaliza- ção, judiciário, processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes a atividades da entidade e outros serviços;
g) Transferências Correntes – recursos financeiros recebidos de pessoas jurí- dicas ou físicas, independentes de contraprestação direta em bens ou serviços e que serão aplicados no atendimento a despesas correntes: transferências constitucionais e legais, convênios, doações etc.; 
h) Outras Receitas Correntes – constituí- das de outras receitas não enquadradas nas classificações anteriores: multas, juros de mora, indenizações e restitui- ções, cobranças da dívida ativa etc.
As RECEITAS DE CAPITAL desdobram-senas seguintes SUBCATEGORIAS ECONÔMICAS: 
a) Operações de Crédito – provenientes de compromissos contratados para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financiamento de obras e serviços, através da colocação de títulos públicos ou da contratação de empréstimos e financiamentos obtidos junto a entidades estatais ou privadas. Podem ser internas ou externas; 
b) Alienação de Bens – é a proveniente de produto resultante da venda de componentes do ativo permanente: bens móveis e imóveis, ações etc.; 
c) Amortizações de Empréstimos – é a proveniente dos ingressos das amortizações dos valores anteriormente concedidos, ou seja, de recebimento de empréstimos concedidos a outro ente; 
d) Transferências de Capital – recursos financeiros de pessoas jurídicas ou físicas, independentes de contraprestação direta em bens ou serviços, e que serão aplicados no atendimento a despesas de capital: transferências constitucionais e legais, convênios, doações; 
e) Outras Receitas de Capital – constituí- das de outras receitas não enquadradas nas classificações anteriores: integralização do capital social, resultado Banco Central do Brasil, remuneração das disponibilidades do Tesouro Nacional. 
Impacto da Receita Pública no Patrimônio da Entidade 
Tendo em vista que a receita pública é registrada pelo regime de caixa, as possíveis repercussões de sua ação no patrimônio da entidade são: ƒ 
· recebimento da receita orçamentária efetiva – aquela que proporciona aumento EFETIVO do Saldo Patrimonial. Exemplos: tributos, multas, rendimentos de aplicações financeiras, aluguel, restituições, indenizações, transferências etc. Isto porque não há aumento do passivo permanente nem diminuição de ativos não financeiros (ativo permanente); ƒ 
· recebimento da receita orçamentária por mutação – não implica aumento ou diminuição do saldo patrimonial da entidade, pois o recebimento decorre do aumento da obrigação de longo prazo (operações de crédito, por exemplo) ou alienação de bens ou valores do ativo não financeiro; representa apenas PERMUTAÇÕES DE VALORES nos elementos patrimoniais, ou seja, ingressos sem aumento do Saldo Patrimonial. Pode acontecer de duas formas: 
• permutação de Valores Ativos – recebimento de Créditos (Dívida Ativa e Empréstimos Concedidos), Alienação de Bens etc.; 
• permutação de Valores Ativos e Passivos – recebimento de Opera- ções de Crédito (venda de títulos da dívida pública e os provenientes de contratos de financiamentos); 
· recebimento da receita extraorçamentária – não varia o saldo patrimonial da entidade, pois esse recebimento faz surgir uma obrigação de curto prazo, balanceando a equação patrimonial.
 Estágios da Receita
 A receita orçamentária passa por três fases, denominadas estágios, que são: previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento, a seguir definidos. a) Previsão – a previsão, constante da Lei Orçamentária Anual, indica a expectativa da receita por parte da Fazenda Pública e configura o que se pretende arrecadar no exercício financeiro, com o objetivo de custear os serviços públicos programados para o mesmo período. 
Compreende as seguintes fases: 
• metodologia de elaboração da estimativa; 
• lançamento – ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal, a pessoa que lhe é devedora e inscreve o dé- bito desta. 
O Código Tributário Nacional define, também, as seguintes modalidades de lançamentos: ƒ 
· lançamento direto ou de ofício – é o lançamento feito unilateralmente pela autoridade administrativa, sem intervenção do contribuinte. Exemplos: Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto Territorial Rural 		(ITR); ƒ 
· lançamento indireto ou misto – é o lançamento feito pela autoridade administrativa, com a colaboração do próprio contribuinte ou de uma terceira pessoa, obrigada por lei a prestar informações sobre a matéria de fato indispensável à sua efetivação. Exemplo: Imposto sobre a Renda de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). 
a) Arrecadação – é o ato pelo qual o Estado recebe os tributos e demais créditos a ele devidos. Tais receitas são arrecadadas pelos agentes da arrecadação, que os recebem dos contribuintes e entregam-nos ao Tesouro Público. A arrecadação caracteriza-se como o OBJETO DA RECEITA PÚBLICA. Os agentes de arrecadação podem ser divididos em dois grupos: agentes públicos (tesouraria, coletorias, delegacias, postos fiscais etc.) e os agentes privados (bancos autorizados). 
b) Recolhimento – é constituído da entrega do numerário, arrecadado pelos agentes públicos ou privados, às repartições ou ao Banco Oficial. É o momento a partir do qual o valor está disponível para o Tesouro do Estado. É nesse estágio que se verifica o princípio da unidade de tesouraria, segundo o qual devem ser englobadas, no recolhimento, todas as receitas provenientes de operações de crédito legalmente autorizadas.
Ainda conforme ensina Bezerra Filho (2008), vamos estudar a despesa pública. A despesa na Administração Pública é constituída pela obrigação de desembolso financeiro por parte dos cofres do Estado, objetivando financiar as ações do governo (despesa orçamentária), bem como cumprir outras determinações impostas por leis, contratos (caução, fianças) etc. (despesa extraorçamentária), a seguir estudadas. 
Despesa Orçamentária
 Despesas orçamentárias, ou despesas pú- blicas, constituem o conjunto dos gastos públicos autorizados por intermédio do orçamento ou de créditos adicionais, devendo evidenciar a política econômico-financeira e o programa do Governo, destinado a satisfazer as necessidades da comunidade.
Despesa Extraorçamentária 
É a despesa que não consta da lei do orçamento, compreendendo as diversas saídas de numerários decorrentes do levantamento de depósitos, cauções, pagamento de Restos a Pagar, resgate de operações de crédito por antecipação de receita, bem como quaisquer valores que se revistam de características de simples transitoriedade, recebidos anteriormente e que, na oportunidade, constituíram receitas extraorçamentárias. A seguir, são detalhados os principais eventos de natureza extraorçamentária. 
Pagamento de compromissos financeiros 
a) Restituição de Depósitos – os depósitos são exigidos geralmente para garantias diversas; quando cessam os motivos pelos quais foram exigidos, promove-se a sua devolução através de despesa extraorçamentária, registrando a baixa da exigibilidade (passivo financeiro) surgida com o seu recebimento. Ex.: devolu- ção de caução recebida anteriormente. 
b) Restituição de Consignações – as consignações são valores retidos (descontados) das despesas orçamentárias por força de lei, contratos, acordos etc., que ficam nos cofres públicos para posterior recolhimento à instituição (pública ou privada) de direito através de despesa extraorçamentária. Ex.: contribuições sindicais, planos de saúde, previdência social externa, empréstimos consignados.
 c) Resgate de Empréstimos por Antecipação de Receita Orçamentária – considera-se como o pagamento do principal de empréstimos bancários tomados dentro do exercício financeiro para suprir déficit financeiro; já os encargos decorrentes deste constituem despesa orçamentária. Ex.: Operações de Créditos por Antecipação da Receita. 
d) Pagamento de Restos a Pagar – no encerramento do exercício, geralmente, ficam resíduos da despesa – Restos a Pagar. O seu pagamento deverá ser efetuado no próximo exercício, através da despesa extraorçamentária, não podendo ser orçamentária, pois já foi apropriada na execução orçamentá- ria do exercício anterior. Ex.: despesas empenhadas e não pagas até 31 de dezembro do exercício.
 Inscrição de créditos financeiros (realizável ou créditos em circulação) 
São os provenientes de débitos em conta bancária, recolhimento a menor de numerário por parte dos agentes arrecadadores, pagamentos efetuados a maior ou indevidamente por parte dos agentes pagadores, pagamentos de despesa sem o respectivo empenho prévio e outros, que serão convertidos em numerário futuramente. 
Anulação da receita orçamentária 
No decorrerdo exercício, pode acontecer de algum contribuinte efetivar o pagamento de obrigações tributárias, ou mesmo de outras origens, a maior ou indevidamente, e, consequentemente, solicitar a sua devolução; se esta acontecer no exercício de sua arrecadação, gera apenas um lançamento de estorno da receita realizada, procedendo-se a devolução através de despesa extraorçamentária. Pode acontecer, também, que esse reembolso ao contribuinte só se efetive em exercícios futuros. Nesse caso, será despesa orçamentária, pois não será possível efetivar o estorno precitado (já ocorreu o encerramento da execu- ção orçamentária).
ESTRUTURA DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA 
 Classificação Institucional A classificação institucional reflete a estrutura organizacional de alocação dos créditos orçamentários, e está estruturada em dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária. 
Classificação Funcional A classificação funcional segrega as dotações orçamentárias em funções e subfunções, buscando responder basicamente à indagação “em que” área de ação governamental a despesa será realizada. 
· Função A função pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público. A função se relaciona com a missão institucional do órgão, por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa. 
· Subfunção A subfunção representa um nível de agregação imediatamente inferior à função e deve evidenciar cada área da atuação governamental, por intermédio da agregação de determinado subconjunto de despesas e identificação da natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções.
Estrutura Programática Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a realização dos objetivos estratégicos definidos no Plano Plurianual – PPA para o período de quatro anos. 
· Programa - é o instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto de ações que concorrem para a concretização de um objetivo comum preestabelecido, visando à solução de um problema ou ao atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade.
· Ação - As ações são operações das quais resultam produtos (bens ou serviços), que contribuem para atender ao objetivo de um programa. As ações, conforme suas características podem ser classificadas como atividades, projetos ou operações especiais. 
a) Atividade: É um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à manutenção da ação de Governo.
 b) Projeto: É um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de Governo. 
c) Operação Especial: Despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um produto, e não gera contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.
Natureza da Despesa Orçamentária O conjunto de informações que constitui a natureza de despesa orçamentária forma um código estruturado que agrega a categoria econômica, o grupo, a modalidade de aplicação e o elemento.
· Categoria Econômica - A despesa, assim como a receita, é classificada em duas categorias econômicas: Despesas Correntes e Despesas de Capital. Despesas Correntes: classificam-se nesta categoria todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. Despesas de Capital: classificam-se nesta categoria aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. 
· Grupo de Despesa - É um agregador de elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de gasto, conforme discriminado a seguir: GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA 1 Pessoal e Encargos Sociais 2 Juros e Encargos da Dívida 3 Outras Despesas Correntes 4 Investimentos 5 Inversões Financeiras 6 Amortização da Dívida 9 Reserva de Contingência 
· Modalidade de Aplicação - A modalidade de aplicação tem por finalidade indicar se os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de Governo ou por outro ente da Federação e suas respectivas entidades, e objetiva, precipuamente, possibilitar a eliminação da dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados. Também indica se tais recursos são aplicados mediante transferência para entidades privadas sem fins lucrativos, outras instituições ou ao exterior.
· Elemento de Despesa - Tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e outros que a administração pública utiliza para a consecução de seus fins. 
· Desdobramento do Elemento de Despesa (facultativo) Conforme as necessidades de escrituração contábil e controle da execução orçamentária, fica facultado por parte de cada ente o desdobramento dos elementos de despesa.
ETAPAS DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA 
Para melhor compreensão do processo orçamentário, pode-se classificar a despesa orçamentária em duas etapas: 
Planejamento A etapa do planejamento abrange, de modo geral, a fixação da despesa orçamentária, a descentralização/movimentação de créditos, a programação orçamentária e financeira e o processo de licitação e contratação. 
· Fixação da despesa: A fixação da despesa orçamentária insere-se no processo de planejamento e compreende a adoção de medidas em direção a uma situação idealizada, tendo em vista os recursos disponíveis e observando as diretrizes e prioridades traçadas pelo governo. A despesa é fixada pela Lei Orçamentária Anual. 
· Orçado inicial: Valor do orçamento inicial fixado pela Lei Orçamentária, distribuído no âmbito da Unidade Orçamentária por Funcional Programática, Elemento da Despesa e Fonte de Recursos. 
· Orçado atualizado: Valor inicial acrescido e/ou reduzido pelos créditos e/ou alterações aprovados.
Execução 
Os estágios da despesa orçamentária pública na forma prevista na Lei nº 4.320/1964 são: empenho, liquidação e pagamento. 
· Empenho - segundo o artigo 58 da Lei nº 4.320/1964, é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. Consiste na reserva de dotação orçamentária para um fim específico. Ressalta-se que o artigo 60 da Lei nº 4.320/1964 veda a realização da despesa sem prévio empenho
· Liquidação - Conforme dispõe o artigo 63 da Lei nº 4.320/1964, a liquidação consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito e tem por objetivo apurar: I. A origem e o objeto do que se deve pagar; II. A importância exata a pagar; e III. A quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação. 
· Pagamento - O pagamento consiste na entrega de numerário ao credor por meio de cheque nominativo, ordens de pagamentos ou crédito em conta, e só pode ser efetuado após a regular liquidação da despesa.
RESTOS A PAGAR No final do exercício, as despesas orçamentárias empenhadas e não pagas serão inscritas em Restos a Pagar e constituirão a Dívida Flutuante. Podem-se distinguir dois tipos de Restos a Pagar: os Processados e os Não-processados. Os Restos a Pagar Processados são aqueles em que a despesa orçamentária percorreu os estágios de empenho e liquidação, restando pendente, apenas, o estágio do pagamento. Já os Restos a Pagar Não-processados são aqueles em que a despesa orçamentária percorreu o estágio de empenho, e ainda não foi liquidado nem pago.
Tomadas e Prestações de Contas: Responsáveis, Processos e Tipos;
O que é Prestação de contas?
É a Prestação de Contas de todos os administradores e demais Responsáveis por dinheiro, bens e valores públicos da Administração Diretae Indireta, inclusive as Fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público Municipal, demonstrando os resultados específicos decorrentes dos atos administrativos da gestão orçamentária, financeira, patrimonial e operacional. É aquela Prestação de Contas através da qual os ordenadores de despesas fazem a apresentação dos resultados dos atos de gestão financeira e patrimonial, praticados durante o exercício financeiro, para apresentação e julgamento da exclusiva competências das Cortes de Contas
A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia das receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.”
“Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.”
De Acordo com as regras constitucionais em vigor, as Contas de Governo, (aquelas Prestações de Contas da responsabilidade dos Chefes de Poder Executivo) deverão ser apreciadas pelos Tribunais de Contas, através de emissão de PARECER PRÉVIO, e julgadas pelo respectivo Poder Legislativo
Quem deve prestar contas e em que período?
· O prefeito enviará anualmente as Prestações de Contas até 30 de janeiro à Câmara Municipal 
· Até 10 de abril, a Câmara remeterá ao TCM 
As Prestações de Contas de Governo são apreciadas mediante a emissão de Parecer Prévio pelo Tribunal de Contas, que é o órgão auxiliar ao Poder Legislativo, a quem compete o julgamento dos Atos de Governo ou Atos Políticos acerca dos resultados gerais do exercício financeiro.
A remessa da Prestação de Contas de Governo não libera o envio ao Tribunal de Contas dos Municípios das respectivas Prestações de Contas de Gestão dos Ordenadores de Despesas e demais Responsáveis por Bens e Valores Públicos 
Prazos:
· Unidades Gestoras da Administração Direta – 120 dias contados da data de encerramento do exercício, extinção da Unidade Administrativa, exoneração ou falecimento do Gestor 
· Órgão e Entidades da Administração Indireta e Fundos Especiais - 150 dias contados da data de encerramento do exercício, extinção da Unidade Administrativa, exoneração ou falecimento do Gestor 
 A Tomada de Contas Especial (TCE) é um processo devidamente formalizado, com rito próprio que visa à apuração de responsabilidade por ocorrência de dano à administração pública federal e à obtenção do respectivo ressarcimento (art. 3º da Instrução Normativa TCU 56/2007).
tomada de contas extraordinária, o procedimento instaurado pelo Tribunal nos casos em
que as contas a ele devidas não tenham sido prestadas no prazo legal, nos termos do inciso VI
do art. 3º da Lei Complementar nº 102/2008, ou se o forem sem atender aos requisitos legais e
regulamentares quanto à sua correta instrução;
e Escrituração e Contabilização: Sistema Orçamentário, Sistema Financeiro, Sistema Patrimonial e Sistema de Compensação.
image1.jpeg

Continue navegando

Outros materiais