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Nanotecnologia contribui para evolução das próteses ortopédicas

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Nanotecnologia contribui para evolução das próteses
ortopédicas
Dispositivos são feitos de metal, cerâmica ou polímero de alta resistência e podem substituir
articulações, tendões e membros do corpo.
Próteses ortopédicas cirúrgicas com maior duração e menos rejeição têm sido desenvolvidas e
disponibilizadas graças à nanotecnologia na saúde. 
Feitas de metal, cerâmica ou polímero de alta resistência, podem substituir uma articulação — como a
do ombro, quadril, tornozelo, cotovelo, dedos da mãe e do pé —, tendões e membros do corpo. 
O cirurgião com especialidade em ortopedia pode usar esses equipamentos de diversas maneiras,
dependendo das necessidades e da situação do paciente.
A tecnologia utilizada em próteses aumentou exponencialmente nas últimas décadas, o que levou a um
pós-operatório mais tranquilo para o paciente. 
A partir da nanotecnologia e de novos métodos construtivos, é possível ter uma compreensão cada vez
maior da anatomia humana e de como esses dispositivos podem trabalhar com o corpo do paciente.
Além disso, proporcionam materiais cada vez mais leves e resistentes, aumentando a durabilidade das
próteses e reduzindo visitas ao cirurgião-ortopedista.
De acordo com o Centro de Tecnologias Estratégicas no Nordeste (Cetene) — unidade de pesquisa
vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) —, a nanotecnologia pode ser
definida como o estudo de manipulação da matéria em escala atômica e molecular. 
Isso inclui o desenvolvimento de materiais que estão relacionados a várias áreas, como medicina,
ciência da computação, eletrônica, biologia, física, química e engenharia dos materiais.
A atuação nesses segmentos tem como princípio a construção de estruturas e novos materiais a partir
dos átomos. O objetivo é elaborar estruturas estáveis com eles, não de chegar a um controle individual.
Nanoestruturas de grafeno melhoram resistência de próteses
A incorporação de nanoestruturas de grafeno — uma das formas cristalinas do carbono, como diamante
e grafite — ajuda a melhorar a resistência de cerâmicas avançadas de zircônia ao envelhecimento
hidrotérmico (degradação em baixa temperatura), facilitando seu uso como biomaterial.
A descoberta, publicada em estudo na revista científica Journal of the European Ceramic Society, foi
feita por uma equipe de pesquisa do Conselho Superior de Pesquisa Científica (CSIC) e da Universidade
de Sevilha, na Espanha.
https://blog.iclinic.com.br/nanotecnologia-na-saude/
https://www.rededorsaoluiz.com.br/especialidades/ortopedia
https://www.gov.br/cetene/pt-br/areas-de-atuacao/nanotecnologia
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S095522192100889X?via%3Dihub
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Os pesquisadores apontam que a falta de estabilidade mecânica a longo prazo em meios aquosos,
como os fluidos do corpo humano, é a principal limitação para o uso da cerâmica avançada de zircônia
como biomaterial em próteses de joelho e quadril.
Em entrevista à imprensa, Ana Morales Rodríguez, pesquisadora da Faculdade de Física da
Universidade de Sevilha, explica que o fato de o grafeno ser impermeável fez a equipe pensar que ele
poderia ser usado como barreira contra a umidade na cerâmica, o que pode modificar a resistência ao
envelhecimento hidrotérmico.
Os resultados mostraram que os materiais contendo grafeno apresentaram significativa melhora na
resistência ao envelhecimento, alta tolerância a danos e integridade microestrutural bastante superior
quando comparados à cerâmica de zircônia.
Importância das tecnologias assistivas
Conforme o Guia para Prescrição, Concessão, Adaptação e Manutenção de Órteses, Próteses e Meios
Auxiliares de Locomoção, do Ministério da Saúde, a junção de reabilitação e cuidado é entendida como
uma estratégia de saúde e uma resposta social à deficiência.
Esse método tem nas tecnologias assistivas (TA) um ajudante importante para a valorização, integração,
inclusão e promoção dos direitos das pessoas com deficiência. No universo das TA, as órteses, próteses
e meios auxiliares de locomoção (OPM) ocupam papel de destaque no âmbito da saúde.
Segundo o documento, a efetividade desses dispositivos perpassa por um processo responsável e
qualificado que inclui avaliação, prescrição, confecção, dispensação, preparação, treino para o
uso, acompanhamento, adequação e manutenção.
Vale lembrar que “tecnologia assistiva” é um termo utilizado para identificar todo o arsenal de serviços e
recursos que colaboram para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas e,
consequentemente, promover inclusão e independência.
A tecnologia assistiva nasce da aplicação de avanços tecnológicos em áreas já estabelecidas. Trata-se
de uma disciplina de domínio de profissionais de diferentes áreas do conhecimento que interagem para
restaurar a função humana.
Refere-se ainda à pesquisa, fabricação, uso de equipamentos, estratégias ou recursos utilizados para
potencializar as habilidades funcionais do desempenho humano, desde as tarefas básicas de
autocuidado até o desempenho de atividades profissionais.
Um pouco de história
Como ressaltado pelo guia do Ministério da Saúde, a busca por dispositivos que pudessem auxiliar o ser
humano diante de perdas funcionais ou de membros do corpo tem sido descrita desde épocas remotas,
datadas de 3.500 a.C.
No entanto, somente a partir da Guerra Civil Americana e das primeira e segunda guerras mundiais
foram observados avanços nos processos relacionados às técnicas cirúrgicas de amputações e na
https://www.t4h.com.br/noticias/nanoestruturas-de-grafeno-melhoram-desempenho-de-materiais-ceramicos-como-biomateriais-em-proteses/
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_manutencao_orteses_proteses_auxiliares_locomocao.pdf
https://blog.iclinic.com.br/tecnologia-saude/
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confecção de OPMs.
No século passado, depois da Primeira Guerra Mundial, foram criados fóruns e instituições, como a
Associação Americana de Órteses e Próteses, para discutir e desenvolver padrões éticos,
programas científicos e educacionais e alternativas para melhorar o relacionamento entre os
protesistas e os profissionais da área da saúde.
Assim, segundo o estudo do Ministério, os avanços na restauração protética e ortética sempre são
provenientes de múltiplas frentes. 
Desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas, melhoria no tratamento de pré e pós-operatório e
avanços na tecnologia de materiais são exemplos. Fatores como design e técnicas utilizadas pela
indústria de próteses e melhor entendimento das implicações psicossociais decorrentes de perdas
funcionais também são relevantes.

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