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2001-09-13219-Sistema-Genital-Feminino

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ANATOMIA 
AULA 9
ABERTURA 
Olá!
O sistema genital feminino possui estruturas internas e externas. Dentre seus órgãos internos 
estão a vagina, o útero, as tubas uterinas e os ovários. Já na porção externa está a vulva, que 
compreende o monte do púbis, os lábios maiores e menores, o clitóris, os bulbos do vestíbulo 
e as glândulas vestibulares maiores e menores. O sistema genital feminino possui, além de 
sua função reprodutora, também importante papel na produção de hormônios e no 
desenvolvimento fetal. 
Nesta aula, você aprenderá sobre a anatomia e as funções do sistema genital feminino 
e algumas patologias que podem envolvê-lo com seus respectivos tratamentos. 
Bons estudos.
Sistema Genital 
Feminino
REFERENCIAL TEÓRICO
O sistema genital feminino possui órgãos internos e externos, cuja principal função é 
a reprodução, mas também é responsável pela produção de alguns hormônios e 
pelo desenvolvimento fetal.
Para estudar as funções do sistema genital feminino e suas estruturas anatômicas, além 
de conhecer a gravidez ectópica e suas particularidades, realize a leitura do capítulo 
"Sistema Genital Feminino", da obra Anatomia, base teórica para esta aula e, ao final, você 
saberá:
• Identificar a anatomia macroscópica das estruturas que compõem o sistema genital
feminino.
• Explicar as funções da vulva e dos órgãos e estruturas intrapélvicas do sistema genital
feminino.
• Relacionar a anatomia topográfica do sistema genital feminino com a gravidez ectópica.
Boa leitura!
Sistema genital feminino
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar a anatomia macroscópica das estruturas que compõem o 
sistema genital feminino;
 � Explicar as funções da vulva e dos órgãos e as estruturas intrapélvicas 
do sistema genital feminino;
 � Relacionar a anatomia topográfica do sistema genital feminino com 
a gravidez ectópica.
Introdução
Nesta unidade, você vai aprender sobre a anatomia e as funções do 
sistema genital feminino que, além de sua função reprodutora, também 
é importante na produção de hormônios e no desenvolvimento fetal.
Você também vai aprender sobre algumas patologias que podem envolver 
o sistema e seus respectivos tratamentos.
Estruturas que compõem o sistema 
genital feminino
O sistema genital feminino pode ser dividido em estruturas externas e internas. 
O órgão genital externo é denominado vulva ou pudendo e inclui o monte do 
púbis, os lábios maiores e menores, o clitóris, os bulbos do vestíbulo e as glân-
dulas vestibulares maiores e menores. Os órgãos internos são constituídos pela 
vagina, pelo útero, pelas tubas uterinas ou trompas e pelos ovários (Figura 1). 
Figura 1. Estruturas reprodutoras femininas (corte sagital).
Fonte: Vanputte et al. (2016, p. 1035).
O monte do púbis é a porção adiposa anterior à sínfise púbica. Os lábios 
maiores são pregas cutâneas preenchidas por panículo adiposo que contém 
músculo liso e extremidades do ligamento redondo do útero. Os lábios menores 
são pregas arredondadas de pele sem pelos e gordura, cujas lâminas mediais 
formam o frênulo do clitóris e as lâminas laterais, o prepúcio do clitóris. O 
clitóris é um órgão erétil localizado anteriormente no ponto de encontro dos 
lábios menores. 
O vestíbulo é o espaço circundado pelos lábios menores, onde se encontram 
os óstios da uretra e da vagina e os ductos das glândulas vestibulares maiores 
e menores. O óstio da uretra está localizado anteriormente ao da vagina. 
O hímen é uma prega fina de mucosa que circunda a luz dentro do óstio da 
vagina, os bulbos vestibulares são massas de tecido erétil, alongados e pares, 
situados ao longo das laterais do óstio da vagina. 
As glândulas vestibulares maiores estão situadas na porção superficial 
do períneo, e as vestibulares menores, entre os óstios da uretra e da vagina. 
Os órgãos internos do sistema genital feminino atuam na produção de 
gametas funcionais, proteção e sustentação do embrião em desenvolvimento, 
além de propiciar a amamentação ao recém-nascido.
Sistema genital feminino2
A vagina é um tubo músculo membranáceo que se estende do colo do 
útero até a fenda entre os lábios menores, é posterior à uretra e anterior 
ao reto. A Figura 2 a seguir apresenta a vista posterior do útero e suas 
estruturas e a vista de uma secção no ovário para observação de sua 
composição interior.
Figura 2. Anatomia externa do útero em vista posterior.
Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p.729).
O útero é um órgão muscular oco de paredes espessas e piriformes, pode 
ser dividido em corpo do útero (dois terços superiores do órgão), que inclui 
o fundo do útero, parte arredondada acima dos óstios uterinos das tubas, e 
o colo do útero. O corpo é separado do colo pelo istmo do útero. O colo do 
útero é o terço inferior cilíndrico e estreito do útero. A quantidade de tecido 
muscular no colo é bem menor do que no corpo do útero, sendo constituído 
principalmente por tecido fibroso e colágeno.
A parede do corpo do útero é formada por três lâminas: perimétrio (serosa), 
miométrio (músculo liso) e endométrio (mucosa interna). 
As tubas uterinas se estendem lateralmente a partir dos cornos uterinos e 
se abrem para a cavidade peritoneal próximo aos ovários. Os ovários são as 
3Sistema genital feminino
gônadas femininas com formato e tamanho semelhantes a uma amêndoa, estão 
suspensos pelas duas pregas peritoneais e fixados ao útero pelos ligamentos 
útero-ováricos. 
Endometriose é o crescimento de tecido endometrial fora do útero. Essa formação de 
tecido ectópico geralmente ocorre na região pélvica, externo ao útero, nos ovários, 
no intestino, no reto, na bexiga e na delicada membrana que reveste a pélvis. Porém, 
esses crescimentos também podem ocorrer em outras partes do corpo. A endome-
triose é um problema comum, que pode transcorrer em gerações seguintes de uma 
mesma família. Geralmente, o diagnóstico acontece entre 25 e 35 anos, mas a doença 
provavelmente inicia após a menstruação regular. A endometriose é uma causa comum 
de infertilidade feminina, com prevalência em torno de 10%.
As causas da endometriose ainda não são um consenso, porém algumas já foram 
identificadas:
 � menstruação retrógrada;
 � crescimento de células embrionárias;
 � sistema imunológico deficiente;
 � outras causas como histerectomia prévia e o transporte de células pelo sistema 
linfático.
Funções da vulva e dos órgãos e estruturas 
intrapélvicas do sistema genital feminino 
A vulva tem como função evitar a entrada de material exógeno no trato uro-
genital, orientar o jato de micção e funcionar como tecido sensitivo e erétil 
para relação e excitação sexual (Figura 3). Os lábios maiores e os menores têm 
como função proteger as demais estruturas da vulva. O clitóris é uma estrutura 
para excitação sexual. As glândulas vestibulares têm função secretora para 
lubrificação do vestíbulo e da vagina durante a relação sexual. 
Sistema genital feminino4
Figura 3. Vulva.
Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 738).
A vagina serve como canal para o líquido menstrual e como canal de parto, 
além de, na relação sexual, receber o pênis e o ejaculado. 
O útero tem como função abrigar o embrião durante todo o seu desenvolvi-
mento. As tubas uterinas servem como conduto e local de fertilização para os 
ovócitos liberados durante o ciclo menstrual. O infundíbulo é a porção distal 
afunilada da tuba uterina. A abertura do infundíbulo é o óstio, que é rodeado 
por fímbrias que se abrem na porção média do ovário. O infundíbulo se liga 
à ampola, que se estreita para se tornar o istmo, que é a parte da tuba uterina 
mais próxima do útero.
5Sistema genital feminino
Os ovários têm como função a produção de hormônios reprodutivos e de 
células germinativas. O peritônio (epitélio do ovário) cobre a superfície dos 
ovários, que possuem uma cápsula externa denominada de túnica albugínea, 
dividida internamente em um córtex contendo folículos e uma medula, que 
recebe vasossanguíneos e linfáticos e nervos.
Síndrome do ovário policístico: é o distúrbio hormonal mais comum entre mulheres 
em idade fértil, afetando de 6 a 7% delas. A síndrome é caracterizada pela cessação 
permanente da ovulação e pela elevada produção de andrógenos. As mulheres 
afetadas podem apresentar alterações como menstruações irregulares, infertilidade, 
acne e perda de cabelos. Além disso, nas últimas décadas, várias complicações têm 
sido associadas à síndrome devido ao desequilíbrio metabólico e a inflamações, como 
diabetes melito tipo 2.
No miométrio, estão localizados os principais ramos dos vasos sanguíneos 
e nervos do útero; durante o parto, a contração do miométrio dilata o óstio do 
colo e expele o feto e a placenta. 
O endométrio está em constante modificação durante o ciclo menstrual; se 
há concepção, o blastocisto se implanta nessa camada; se não houver concepção, 
a camada mais superficial é eliminada na menstruação.
O sangramento menstrual é sempre proporcional ao crescimento do endo-
métrio uterino; este processo é fisiológico e quando esse sangramento excede a 
normalidade existe alguma alteração na mulher. Os distúrbios do útero podem 
incluir uma disfunção hormonal, miomas (fibroides, tumores benignos do 
miométrio subjacente) e o câncer de endométrio, sendo que todos apresentam 
um sangramento vaginal anormal. 
As infecções pélvicas acabam produzindo aderências e cicatrizes do 
endométrio ou das tubas uterinas, podendo resultar em infertilidade. Os sinto-
mas iniciais podem ser dor abdominal e pélvica (cervical e dos anexos) e febre, 
os leucóticos aparecem elevados e a cultura endocervical é positiva. Dentre os 
agentes infecciosos comuns estão a gonorreia, as bactérias anaeróbias e a clamídia. 
Sistema genital feminino6
Sabemos que uma das principais funções do sistema genital feminino é 
a fecundação, porém, existem problemas que podem impedir que a mulher 
fecunde ou que consiga manter uma gestação. Dentre as possíveis causas da 
infertilidade feminina estão: disfunção ovulatória (diminuição da reserva 
ovariana, oligo-ovulação ou amenorreia, síndrome dos ovários policísticos, 
amenorreia hipotalâmica); patologia tubária ou pélvica (endometriose; cica-
trizes e aderências que podem ser causadas por doença inflamatória pélvica, 
infecção crônica, cirurgia tubária, gravidez ectópica ou ruptura de apêndice); 
doença da tireoide; doença da hipófise (hiperprolactinemia).
A histerectomia é a excisão do útero por abordagem abdominal ou vaginal. Pode ser 
indicada para o tratamento de:
 � miomas; 
 � endometriose; 
 � doença inflamatória pélvica; 
 � cistos de ovário recorrentes; 
 � sangramento uterino excessivo; 
 � câncer do colo do útero, do corpo do útero ou dos ovários, de acordo com o seu 
estadiamento.
A histerectomia pode ser:
 � parcial: remoção do corpo do útero, mantendo-se o colo do útero. 
 � total: ocorre a retirada do corpo e do colo do útero.
Gravidez ectópica
Cerca de 15% de todas as gestações acabam em aborto espontâneo; dentre 
as possíveis causas estão as genéticas ou ambientais, anterior ao período em 
que é possível ocorrer vida extrauterina (cerca de 24 semanas de gestação 
e 750 g de peso corporal). O aborto, quando inevitável, é manifestado com 
sangramento maciço, dor e dilatação do óstio interno. O aborto pode ser uma 
ameaça quando ocorre sangramento uterino indolor, com o colo do útero 
fechado e não apagado.
7Sistema genital feminino
Gravidez ectópica é a nomenclatura utilizada para qualquer gravidez que 
ocorra fora do útero. A gravidez tubária é o tipo mais comum de gestação 
ectópica. Quando ocorre uma oclusão parcial da tuba, como nos casos de 
piossalpinge (coleção de pus na tuba uterina) ou aderências, o blastocisto pode 
não fazer o trajeto da tuba até o útero, podendo implantar-se na mucosa da 
tuba uterina. O local mais comum é na ampola. 
Algumas das possíveis causas da gravidez ectópica incluem: uso de DIU, 
doença inflamatória pélvica, salpingite (inflamação ou deformação das trom-
pas de falópio), complicações de infecção por clamídia e fertilização in vitro, 
entre outras. 
O diagnóstico se dá pela ausência de elevação apropriada do nível sérico 
de β-hCG nas primeiras semanas de gravidez e também por ultrassonografia, 
quando não se localiza uma gravidez intrauterina.
Nos casos de gravidez ectópica tubária, ocorre apenas a formação de âmnio 
e cório, não se encontrando uma verdadeira decídua. Geralmente, a gestação 
termina com a expulsão do embrião para a cavidade abdominal. Se não for 
realizado o diagnóstico precoce, existe o risco de ruptura da tuba uterina e 
hemorragia grave durante as oito primeiras semanas da gestação, constituindo 
uma ameaça à vida materna e levando à morte do embrião. Quando ocorre na 
tuba direita, pode ser frequentemente confundida com um quadro de apendicite, 
com irritação do peritônio parietal e dor referida em fossa ilíaca direita. A 
implantação, em casos raros, também pode ocorrer no mesentério da cavidade 
abdominal. Embora o desenvolvimento do feto possa ocorrer normalmente, 
é considerada uma gravidez de altíssimo risco devido à grave ameaça à vida 
da mãe e do feto. As opções de tratamento incluem: utilização de metotrexato 
(age inibindo o metabolismo do ácido fólico) e cirurgia.
Sistema genital feminino8
Existem vários artigos publicados sobre endometriose em bases de dados científicas, 
faça uma busca no link a seguir e conheça alguns deles:
https://goo.gl/Y2QzC 
Saiba como a endometriose pode afetar a qualidade de vida de mulheres neste artigo:
https://goo.gl/n5m7kQ 
Assista ao vídeo a seguir para entender melhor o que é a endometriose: 
https://goo.gl/St8HHP 
A ida periódica ao ginecologista é importante para o cuidado da mulher com o seu 
corpo. Em geral, realiza-se uma consulta anual para a coleta do exame de Papanicolau 
e a verificação de alterações patológicas e morfológicas do colo do útero. Nessa 
consulta, também é realizado o exame das mamas. A consulta ginecológica é um 
momento propício para a mulher tirar dúvidas sobre possíveis alterações hormonais 
e menstruais, em um contexto de atenção integral à sua saúde. O Ministério da Saúde 
vem abordando, nos últimos anos, a importância da atenção primária à saúde da 
mulher como um forte indicador de prevenção de cânceres como o de ovário, o de 
mama e o de colo do útero. Não raras vezes, as mulheres acabam por acostumar-se 
com dores ou desconfortos na região pélvica, imaginando que podem passar ou que 
se tratam de sintomas normais do sistema genital feminino. Postergar a investigação 
nesses casos é um risco para saúde, de modo que a ida ao consultório do ginecologista 
ou ao posto de saúde é um importante meio para a investigação e para o tratamento 
desses tipos de problemas. 
9Sistema genital feminino
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2009.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 
10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
VANPUTTE, C. L. et al. Anatomia e fisiologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.
VARELLA, D. Endometriose: Drauzio Comenta #38. YouTube, 2017. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=P5G-ouo8T6o>. Acesso em: 19 out. 2017.
Leituras recomendadas
GOSS, C. M. Gray anatomia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.
HAMMER, G. D.; MCPHEE, S. J. Fisiopatologia da doença: uma introdução à medicina 
clínica. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.
HANKIN, M. H.; MORSE, D. E.; BENNETT-CLARKE, C. A. Anatomia clínica: uma abordagem 
por estudos de casos. Porto Alegre: AMGH, 2015. 432 p.
MOORE, K. L; DALLEY, A.F. Anatomia orientada para clínica. 5. ed. Rio de Janeiro: Gua-
nabara Koogan, 2007.
PUTZ, R.; PABST, R. Atlas de anatomia SOBOTTA. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
SOCIEDADE BRASILEIRA PARA ESTUDO DA DOR. Endometriose. São Paulo: SBED, 2017. 
Disponível em: <http://www.sbed.org.br/lermais_materias.php?cd_materias=491>. 
Acesso em: 19 out. 2017. 
Sistemagenital feminino10
PORTFÓLIO
ATIVIDADE
Você faz parte de uma equipe de atenção da Saúde da Mulher e atende uma jovem de 20 
anos, que nunca realizou coleta de Papanicolau. Ela refere que sua primeira menstruação 
aconteceu aos 16 anos e que, desde os 18, tem relações sexuais com o mesmo namorado 
sem camisinha. Diz que esporadicamente vem tendo corrimentos e que às vezes tem um 
pouco de sangramento fora do período menstrual. Ao ser questionada se tem dor durante a 
relação sexual, ela responde que sim.
Ao exame físico, apresenta dor pélvica ao exame de toque vaginal. Ao exame especular, 
apresenta um pólipo em colo cervical.
Com base nas informações acima, para auxiliar a paciente a compreender seu caso 
clínico, responda:
1 - Qual o possível diagnóstico da paciente? 
2 - Quais as possíveis causas desse diagnóstico? 
3 - Cite os possíveis tratamentos. 
4 - Existem medidas de prevenção ou testes que poderiam ter sido realizados pela 
paciente? Quais?
PESQUISA
AUTOESTUDO
Cistos no ovário | Drauzio Comenta #42
aCESSE https://www.youtube.com/watch?v=EDY48pyJIDs
Dependendo da idade da paciente, do tamanho e da aparência do cisto, pode 
haver a necessidade de retirada. Mas na maioria das vezes, cistos no ovário 
não causam maiores problemas.
N

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