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A estória se passa na década de 80 Parte I – A Luta e o Nascimento do filho de Juciê. Cena 1: sala de estar na casa de D. Ruth, uma estante com TV e som, um jogo de sofá e algumas almofadas. Na parede o retrato de casamento e um retrato maior que mostra uma de suas lutas. Ao lado algumas medalhas penduradas. Personagens: Juciê e sua esposa Rebeca (gestante). D. Ruth sua sogra e Mariel o amigo. Juciê: Rebeca: Juciê: Rebeca: Juciê: D. Ruth: Juciê: D. Ruth: Juciê: - (em pé ao centro da sala, mochila nas costa, pronto para viagem, abraçado com sua esposa que está de costa a sua frente, e acaricia a barriga dela.) - Eu creio que esta será a ultima viagem que farei antes da chegada de nosso filho. - (com humildade)- É o que também espero amor- (Entre um pequeno sorriso nos lábios) - Ai!!! - (Soltando um pouco-a) – O que foi amor. Algum problema com o nosso filho. - (disfarçando) - Nada não, esquece. (Olhando para ele) – Eu sei amor da necessidade dessa viagem, porém, meu coração pede para você não ir. - (caminhando pela sala) – Eu ti entendo Rebeca, mas, até fralda ainda falta para o nosso filho e... – (Pausa, com a entrada de D. Ruth que trazia uma bandeja com café). – Vim trazer um cafezinho ao meu genro antes dele partir. – (Serve-os). Não se preocupe Juciê, boa sorte na sua viagem e que você ganhe mais essa luta, afinal Rebeca não está ficando com nenhuma pessoa estranha. - (Com um sorriso) – Eu entendo D. Ruth, afinal minha viagem é apenas por uma necessidade, pois, está chegando a hora dela ir ao hospital e nem o enxoval acabamos de comprar. (olhando para Rebeca) - Eu juro amor essa será minha última luta, e daí ficaremos para sempre ao lado de nosso filho. –(Ela sorri). (Nesse momento a campainha toca e D. Ruth vai até a porta e abre-a). - (Virando para Juciê) – É o seu amigo Mariel. - Peça para que ele entre. Mariel entra e cumprimenta os. D. Ruth: Mariel: - sente se um pouco rapaz. - Eu agradeço senhora, já estamos um pouco atrasados e até chegarmos ao fim da viagem. (faz uma cara de que vai demorar). Cena 2: Interior de um ônibus seguindo em uma rodovia com muito morro e grande movimento. Personagens: Juciê e Mariel além dos passageiros do ônibus. É possível ver o ônibus deslizando no risco negro desenhado pelo asfalto. Mariel: Juciê: Mariel: Juciê: - Não estou entendendo Juciê, ontem parecia que estava animado com essa luta, agora lhe vejo tão triste. - Estou preocupado, afinal, esposa naquele estado e na verdade me falta dinheiro para comprar até roupas para meu filho que vai nascer. - Calma cara, hoje você vai tirar o pé do lodo, é a luta mais esperada, já ouvi dizer que os ingressos para a apresentação já se esgotaram. - Ainda bem que você existe Mariel e me ajuda a encorajar. (Vira o rosto para o canto e fecha os olhos como se fosse cochilar.) Mariel fica olhando por algum momento. Cena 3: Parte externa em frente do Ginásio de esporte de Sidrolândia, uma grande aglomeração de pessoas tomava conta de todo o espaço, inclusive a pequena praça existente a frente separada do ginásio apenas por uma rua, realmente seria a maior atração naquela cidade. Faixa por todos os lados e um som amplificado anunciava a presença dos ilustres boxeadores Andrade e Juciê. Cena 4: Interior de uma ambulância que corre em velocidades pelas ruas de Dourados. Personagens: Uma enfermeira, Rebeca e D. Ruth. D. Ruth: Rebeca: D. Ruth: Enfermeira: É possível ouvir os gemidos de dores de Rebeca deitada sobre a maca da ambulância. A sirene está ligada ao pedir caminhos. A enfermeira procura a todo o momento regular o soro ligado ao braço de Rebeca. -(Enquanto enxuga o rosto da filha molhado pelo suor e lágrimas que escorrem) - Calma filha, já estamos chegando em breve seu filho vai nascer e... -(Balbuciando) - Juciê, Juciê. -Calma filha daqui a pouco eu ligo para ele. –(Virando para enfermeira) – Como ela está moça. - Ela está bem, tudo está normal, fique tranqüila. –(Faz um gesto de silêncio). Cena 5: Personagens: Camarim de Juciê, duas poltronas, uma pequena rack com TV, um aparelho de telefone, e uma garrafa de café e outra de água além de algumas xícaras e dois copos, sobre a mesa de centro algumas revistas, jornais, etc. ao canto. Juciê, Mariel e o diretor do evento Juciê: Mariel: Juciê: Mariel: Juciê: -(sentado em uma das poltronas enquanto Mariel serve um café). – Cara, na verdade eu vim muito preocupado com a minha esposa, eu percebi que ela já sentia algumas dores. -(Servindo o café a Juciê) - Para com isso Juciê, vai se preocupar, afinal é uma luta decisiva, agora por causa de uma gravidez vai jogar tudo pro ar. –(Senta se ao lado de Juciê, apoiando uma das mãos no ombro dele). - Pensa na grana, cara. Afinal você ta duro. Escute o barulhão que vem lá da quadra, é uma multidão clamando o teu nome. -(Levantando) - Isso não me importa Mariel, afinal é o meu primeiro filho que está para nascer... Estou duro cara, sofro ao ver a minha esposa tendo uma gravidez mal alimentada. -(Levanta e aproxima se do amigo) Então cara. É o momento oportuno, sempre viajei com você e hoje observo que esta luta vai mudar tua situação. -(Pensativo como se lembrando de algo) – Minha esposa disse que temia essa viagem. Mariel: Juciê: Gritos: Diretor de eventos: Mariel: Diretor de eventos: - Mulher nunca pensa positiva, é o fim na vida de qualquer homem. -(Tom áspero) – Cale-te ou eu irei embora agora. (Ouve se gritos na platéia) -Juciê... Juciê... Andrade... Andrade... (Alguém bate na porta, abrindo em seguida) - Venho comunicar lhe que dentro de instante você já estará no ringue. - Vendeu todos os ingressos diretor. - Sim! Ultrapassou nossas expectativas, todas as arquibancadas estão lotadas e... é bom lembrar que de toda entrada apenas dez por cento ficará para cidade o restante será do campeão. (Mariel aplaude, enquanto Juciê dá apenas um leve sorriso, e no momento que o diretor de evento vai para sair o celular de Juciê toca). Cena 6: Personagens: Parte interna do ginásio de esporte. Faixas por todos os lados, um forte esquema de segurança, ao lado esquerdo faixas da torcida de Juciê à direita as de Andrade. Policias vendedores, ambulantes e alguns organizadores que caminham por todos os lados enquanto o apresentador divulga continuamente o evento. Cena 7: Personagens: Sala de cirurgia de um hospital. Rebeca, Médicos e enfermeiros. (Nesta cena não se ouve falas, apenas movimentos de médicos e enfermeiros, barulhos de aparelhos em prol da vida de Rebeca). A cirurgia está sendo realizada, porém, é possível perceber um grande apavoramento os batimentos de Rebeca parecem diminuir. Cena 8: O camarim de Juciê. Mesmos objetos e mobílias da cena anterior. Personagens: Juciê: Juciê e Mariel. -(Caminha no espaço falando ao celular, sobre os olhares irados de Mariel.). – Diga-me como está minha mulher. D. Ruth eu preciso de mais informações, como está o meu filho. Cena 9: Recepção do hospital, Personagens: Algumas pessoas aguardando por atendimentos ou informações. A recepcionista e D. Ruth e o medico informante. D. Ruth: Medico: D. Ruth: Medico: D. Ruth: Medico: -(Falando ao celular) - Calma Juciê, não desista meu filho sua mulher já está sob os cuidados médicos. Sim, claro, qualquer noticia eu te informo. –(Pausa) – Vou desligar meu filho, pois, o medico está vindo daqui a pouco eu te ligo novamente. Tchau. -(Chama D. Ruth por um sinal e a mesma se aproxima para ouvir) – A senhora que é a mãe da paciente. - Sim doutor, da Rebeca e como está minha filha...e o meu neto. - Sua filha passa bem, agora seu neto deve ser internado no CTI pediátrico. -(Apavorada) - O que está acontecendo com meu neto doutor. - (Tentando acalmar) – Calma vó acontece que seu neto nasceu com um serio problema no sangue e deverá ser encaminhado rapidamente ao setor que cuida de pacientes com leucemia. Cena 10: Personagens: O camarim de Juciê. Mesmos objetos e mobílias da cena anterior. Juciê e Mariel. Mariel: Juciê: Mariel: Juciê: Mariel: Juciê: (Assim que Juciê desliga o celular ainda pensativo e com ele entre as mãos em forma de cone, sendo possível perceber o desespero estampado em seu rosto). -(Aproxima se de Juciê numa forma de alguém que já ganhou a luta). –E aí cara, a vitória, bravo a vitória é nossa! - Chega ou nem vou pra luta! Eu falei chega, entendeu. -(Disfarçando) - Calma, calma, o que foi o telefone. Sua esposa já ganhou nenê. - Sim! Ela já ganhou o meu filho, o Eduardo chegou. - Então parabéns mano. –(Foi para saudar, porém foi impedido por um chega pra lá).- O que é isto. - O meu filho está no CTI. –(Falou duramente olhando para o alto). Cena 11: Personagens: Enfermaria nº. 04 do hospital, ala feminina, com três leitos. D. Ruth, Rebeca, outras duas pacientes e dois recém- nascidos. D. Ruth: Rebeca: D. Ruth: Rebeca: D. Ruth: Nesta cena é possível ver duas mães sentadas no leito e amamentando seu bebe, enquanto isso Rebeca no leito central um pouco recostada no travesseiro chora. Sua mãe se aproxima. - Não chore minha filha, agradeça a Deus por tudo o que acontece. –(Acaricia lhe os cabelos)- Ele vai te ajudar. - Somente eu não posso estar com meu filho nos braços, mãe. - Pode sim minha filha em breve você terá, eu já liguei pro Juciê ele está confiante que vai conseguir ganhar essa luta, daí ele ter condições de pagar o tratamento do nenê. - E se ele não conseguir mamãe. - Venderemos a casa minha filha, porém, o meu neto vai sarar. Nem que tenhamos de morar num barraco a beira da estrada. Cena 12: Personagens: Interior do ginásio de esporte, no centro da quadra um ringue improvisado, local para a equipe organizado, muitas faixas e uma iluminação adequada para o momento. Publico que superlotam todo o recinto, apresentador, juiz, comissão organizadora e os pugilistas Andrade e Juciê. Narrador: Narrador: -(No centro do palco o narrador anuncia a abertura do grande evento e passa a fazer a chamada oficial). – Neste momento vamos receber vindo do grande sudeste brasileiro, ele que tem desafiado grandes lutadores e conquistado vários troféu no Brasil e inteiro e até na América do Sul, é ele Andrade Morais. (O ginásio de esporte parece ir ao chão, ovacionado pelo grito do publico que torcia ou pelos que torciam contra, Andrade, trazia uma faixa na cabeça escrito o vitorioso, short verde com listras brancas e camiseta regata amarela, sobre uma capa dourada, que ao passar a corda, tirou e entregou ao seu empresário um velho calvo e de bigode. Cumprimentou o povo e ficou ao canto esquerdo do ringue.). -(Continuando) – E agora com vocês o mais requisitado de todos os lutadores com o maior numero de vitórias já conquistadas, veio hoje para enfrentar e ter a certeza de que já é o grande vencedor da noite e poderá levar consigo além do troféu todo valor recebido na portaria nesta noite. – (Neste momento por trás da cortina, ao ouvir ao lado de Juciê, Mariel parece ver numa visão um montão de dinheiro sendo repartido entre ele e Juciê.). - (Continua o narrador) – Vamos então receber acompanhado de seu empresário o já consagrado e reconhecido lutador Juciê Schwarzer ele que veio de... (Aplausos e gritos por todos os cantos, o som de queima de fogos, e ao lado de Mariel, Juciê, entra no ringue cumprimenta o povo e dá abraço no adversário. Ao voltar para o seu canto vestido de um short vermelho e preto e com uma capa amarela escrita atrás “a vitória é minha!”, após retirá-la do corpo e entregar a Mariel, Juciê parece viver cena do filho que não conhece, ele parece ver o filho nos braços da mãe Rebeca aplaudindo enquanto ele luta.). A luta vai começar... Cena 13: Personagens: Corredor que dá vista ao UTI pediátrico. D. Ruth e uma enfermeira. Algumas pessoas e funcionários que transitam em silencio. (Nesta cena não se houve nenhuma palavra, elas apenas estão a observar o pequeno Eduardo pelo vidro. O mesmo está em aparelhos, lagrimas parecem escorrer dos olhos de D. Ruth, depois de alguns minutos se retira acompanhando a enfermeira). Cena 14: Personagens: Interior do ginásio de esporte, no centro da quadra um ringue improvisado, local para a equipe organizado, muitas faixas e uma iluminação adequada para o momento. Publico que superlotam todo o recinto, apresentador, juiz, comissão organizadora, Mariel e os pugilistas Andrade e Juciê. Mariel: (Aplausos, gritos e vaias se misturam neste cenário, afinal, enquanto Andrade está de pé apoiado ao canto do rinque recebendo tratamento da equipe de apoio, Juciê está caído ao centro enquanto o juiz agachado ao seu lado faz uma contagem regressiva). -(Do lado de fora do ringue fala aos gritos com a comissão) – Isso é covardia não vale. (Juciê num rápido impulso se levanta e esta preparado para seguir o próximo round, mais por um instante ele novamente imagina o filho nos braços de Rebeca pedindo para ele lutar). Cena 15: Personagens: Parte externa em frente do Ginásio de esporte de Sidrolândia, Faixa por todos os lados e um som amplificado anunciava a presença dos ilustres boxeadores Andrade e Juciê. Pessoas correndo em desespero, camburões de policias por todos os lados. Uma senhora de idade e um andarilho, policiais. Gritos de desesperos: Senhora de -Eles fugiram... Eles fugiram – (O grupo se referia ao assalto que acabava de acontecer na portaria do ginásio de esporte.). idade: Um policial: Senhora de idade: Andarilho: Outro policial: Andarilho: - (Saindo do banheiro feminino do lado externo)- Eles fugiram para -(lá falava ela aproximando de dois policiais fardados que ainda faziam segurança naquele lugar). -Para onde senhora. - Para lá. Correram para lá. –(Dizia ela apontando para a rua que seguia rumo a funerária). – Eu tive medo e me escondi no banheiro. -(Com um saco nas costa) – Eu também vi moço, eram dois rapazes altos, porém, entraram no carro e se foram. -Você viu. - Sim com os olhos que a terra vai comer. Cena 16: Personagens: Enfermaria nº. 04 do hospital, ala feminina, com três leitos. D. Ruth, Rebeca, o médico e outra paciente. Um dos leitos está vazio. D. Ruth: Rebeca: Outra paciente: O médico: Rebeca: D. Ruth: -(Em pé ao lado da filha). –Deus vai lhe dar muita vitória minha filha. Eu creio que em breve você estará em sua casa. -(Sentada no leito) – Eu sei mamãe, para Deus nada é impossível, mais eu quero é estar ao lado de meu filhinho. Até quando eu vou sofrer esta separação. (Caminha lentamente pelo quarto com o filho nos braços) – Calma logo você vai se alegrar com o seu filho, tenha paciência minha amiga. –(Confortava-a). – Eu também torço por você. - (Entra no quarto trazendo um estestocópio pendurado ao pescoço, cumprimenta as pacientes com uma boa noite). - tenho que falar com a senhora D. Ruth. - O que está acontecendo com meu filho. - (Perguntou desesperada).Se é sobre meu filho, eu também quero saber. - Calma filha. Hoje ainda Juciê há de vir e você vai se tranqüilizar muito mais. Cena 17: Personagens: O mesmo cenário da cena 14 Os mesmos da cena 14, além do apresentador. Mariel: Apresentador: Mariel: Juciê: Mariel:-(Aproximando se de Juciê e enxugando o rosto dele.) – Vai firme Juciê, afinal neste segundo round você se saiu muito bem. O premio é grande demais, pense no teu filho cara. -(Surge rapidamente no palco e disse) – Atenção senhoras e senhores estamos aproveitando esse momento para pedir muita atenção, sabemos que a luta magnífica, e vai prosseguir dentro de alguns minutos, porém, do lado de fora do estádio aconteceu um grave problema, vocês ouviram a sirene da policia, não se apavorem que está tudo resolvido, na verdade ninguém morreu, tudo está resolvido. Continuemos então a festa. - ouviu Mariel é muita gente esperando sua vitória. Acredite cara. -(Falando com dificuldade) – Você vai ver teremos uma grande surpresa. Algo não está correto. --(Saindo do ringue para o reinicio da luta) - Você é pessimista cara. Cena 18: Personagens: Enfermaria nº. 04 do hospital, ala feminina, com três leitos. D. Ruth, Rebeca. Rebeca: D. Ruth: Rebeca: D. Ruth: - Mãe eu tenho medo de algo pior acontecer. - O que está pensando minha filha, afinal o nenê está fora de perigo. - Não mamãe eu sinto que Juciê vai passar uma luta pior do que a da competição. - Filha, pense no melhor para teu marido, basta o sacrifício financeiro, o filho que está no CTI, agora você ainda pensa em mais problemas para esse homem. Rebeca: - Sim mamãe e a senhora sabe o quanto eu a amo. Cena 19: Personagens: O mesmo cenário da cena 19 Os mesmos da cena 19 Fim de luta no ginásio, gritos de vitória de um lado, do outro ódio e vaia, afinal em pouco segundos Andrade é levado a nocaute, o serviço de som anuncia repetidas vezes o nome de Juciê Schwarzer como vencedor, Mariel pula e abraça o amigo. Do lado de externo do ginásio se ouve fogos e gritos de vitória. O braço direito de Juciê é levantado pelo juiz, em seguida ele ainda abraça o adversário e a festa no interior do ginásio continua. Juciê levanta o troféu e na mente a imaginar levantando o filho, diante os olhares de sua esposa e sua sogra. Cena 20: Personagens: Camarim de Juciê, duas poltronas, uma pequena rack com TV, um aparelho de telefone, e uma garrafa de café e outra de água além de algumas xícaras e dois copos, sobre a mesa de centro algumas revistas, jornais, etc. ao canto. As bolsas de viagem já estão arrumadas sobre um sofá. Juciê, Mariel, o diretor do evento e um segurança. Mariel: Juciê: Mariel: Diretor de evento: Juciê acabava de sair do banheiro ainda com a tolha em volta do pescoço, cabelos molhados mostrando que havia tomado banho e Mariel desfolhava algumas revistas. - Daqui a pouco vamos embora Juciê, afinal é só vitória. - E os homens trouxeram o dinheiro. Tenho pressa de ir para ver meu filho. - Calma cara, é muita grana para contar, imagine o que Andrade, não deve estar com raiva nessa hora de você, duro e com a cara arrebentada. –(Risos). Alguém bate na porta entrando em seguida, é o segurança e o diretor do evento. -(Cumprimentando) - Vimos cumprimentar pelo nascimento de seu filho. (Mariel se levanta) – e dar uma noticia. Juciê: Diretor de eventos: Mariel: Diretor de eventos: Juciê: Mariel: Diretor de eventos: Mariel: Diretor de eventos: Juciê: Mariel: -Agradeço por se lembrar de meu filho. - Eduardo... Ele se chama Eduardo! –(Mostra um simples sorriso). -E ai diretor quantos mil reais é o premio que Juciê vai levar nessa noite. (A pergunta mudou o semblante do diretor que apoiou se nos braços de Juciê e sentou se na poltrona). -Tenho que dar lhe uma noticia. –(Enfiando a mão no bolso da camisa, retira uma única nota e entrega a Juciê)- Aqui está o dinheiro de vocês. Precisamos pedir desculpas pelo que aconteceu nessa noite. -(Levantando) – O senhor deve estar enganado, parece que eu ganhei a luta. Não foi isso que aconteceu. -(Meio assustado) – O senhor deve estar brincando é bem humorado. - Não, não há nenhuma brincadeira. –(Levantando) – Tudo isso é sério. – (o segurança se aproxima do diretor de eventos) – Quando acontecia o segundo round, eu acredito que todos vocês ouviram o barulho das sirenes de policia, era um assalto que acontecia exatamente na portaria do ginásio e todo o dinheiro que entrou foi levado. E na verdade não temos como ressarcir. - Nós vamos sair daqui somente com a passagem. - É o que podemos fazer nada mais. - Realmente eu não estava enganado, algo iria dar errado, na verdade meu filho no CTI e agora volto duro para casa. (Atira a tolha no sofá). - E o que pensam em fazer. Ou... Diretor de eventos: Juciê: -Se a policia pegar os bandidos e resgatar o dinheiro, mandaremos para vocês. -(Irado) – Vocês são todos... –(Parte para cima do diretor de eventos, porém é impedido pelo segurança). Parte II – À volta para casa e a prisão de Juciê Cena 1: Personagens: Terminal Rodoviário, dois ônibus estacionados nas plataformas. Mariel e Juciê, o agente, alguns passageiros com malas, seguranças, motoristas e cobradores. Mariel: Juciê: Mariel: Juciê: Mariel: Juciê: Mariel: Mariel e Juciê estão na fila entre outras pessoas, afim de comprar a passagem para o embarque. Mariel está na frente de Juciê que trás a mochila as costas. De repente Mariel percebe que Juciê se afastou da fila e sentou em uma cadeira. Mariel foi até ele. - Não vai comprar sua passagem, agora pensa em dormir aqui na rodoviária. - não eu não vou comprar passagem. - O que vai fazer então. - Vou pegar carona. - Você está louco, numa hora dessas, temos o dinheiro para passagem. - Sim. Eu vou pegar carona e o dinheiro eu para levar para minha esposa, a minha Rebeca. - Faça o que você quiser Juciê eu não vou de carona e vou agora comprar minha passagem. –(Se afasta de Juciê e segue para guichê). – Você vai me pagar, na verdade você teria que não aceitar ir sem o dinheiro de premio. Cena 02: Quarto da casa de D. Ruth. Um guarda roupas, uma cama de casal e um abajur aceso ao canto. Personagens: D. Ruth. D. Ruth: -(Sentada ao lado da cama e falando ao telefone) – Calma Juciê, não faça loucuras nenhuma é um perigo a estrada meu filho, não arrisque a tua vida o tempo está de chuva e já são altas horas. Aqui está tudo bem. Cena 03: Personagens: Garoa na quase madrugada, beira de uma rodovia, poucos carros. Juciê, Mariel e um caminhoneiro. Juciê: Juciê: Juciê: Motorista: (Caminha lentamente a beira da rodovia, ele não permanece parado a fim de conseguir uma carona, cada carro que vem ele para e da um sinal, nenhum para, a garoa molha seus cabelos, seu rosto. De repente ele solta uma frase). – Deus tenha misericórdia de mim. –(Continua caminhando). De repente ele percebe que é o ônibus que está vindo ele disfarçadamente olha e percebe que Mariel vai entre os seus passageiros. Mariel parece zombar dele e acena um adeus pela janela embaçada. - Meu Deus eu quero ver meu filho. –(Balbucia ele, abraçando a mochila já quase molhada). Depois de ser passado por alguns veículos, que seguiam para ambos os caminhos, inclusive atirando lhe águas com os pneus, um caminhoneiro resolve parar. Juciê corre até alcançar o local onde o mesmo estacionou e dirigindo se ao caminhoneiro. -(Subindo no degrau da porta do caminhão que além do motorista, vinha um auxiliar). –Desculpe moço, sei que está tarde, mais preciso de uma carona para chegar em minha casa, o senhor pode me ajudar. -(Colocando o rosto pela janela) – Você está molhado, se quiseres ir suba na carroceria. Tem que ser rápido. Juciê sobe rapidamente, ao entrar na carroceria percebe que o mesmo transporta uma grande carga de gramasem forma de tapetes para plantio, e as mesmas estão bem embarradas devido à chuva que molha. A chuva para aumentar e Juciê se encolhe em um canto da carroceria para se proteger, porém, o barro deixa suja a tua roupa. Cena 04: Personagens: Corredor que dá vista ao UTI pediátrico. Rebeca e uma enfermeira. Algumas pessoas e funcionários que transitam em silencio. Rebeca: (Nesta cena pouco se houve palavras, elas apenas estão a observar o pequeno Eduardo pelo vidro. O mesmo está em aparelhos, lagrimas escorrem dos olhos de Rebeca.) -(Fala baixinho) – Meu filho eu ti amo. Eu ti amo meu filho. Depois de alguns minutos se retira acompanhando a enfermeira. Cena 05: Personagens; Recepção do hospital Juciê, Recepcionista, algumas pessoas e um segurança. Recepcionista: Juciê: Recepcionista: Juciê: Recepcionista: Juciê: Após subir a rampa do hospital, sujo de lama e molhado pela chuva, Juciê entra na recepção e é observado pelas pessoas, dirige se a recepcionista. - Pronto senhor o que deseja. - Gostaria de ver o meu filho Eduardo. -(Após olhar de cima a baixo e ver as condições de Juciê) – O senhor não poder... ele está no CTI e ainda é muito cedo. - E a minha esposa Rebeca. Posso ou não vê-la. - Eu já lhe disse que agora não. E o senhor dá licença por que tem mais gente na fila. - Senhora eu acabei de chegar de viagem, me dê oportunidade de falar com minha esposa. Recepcionista: Juciê: -(levantando um pouco olha em direção do segurança). – Segurança, por favor. –(Apontando Juciê). – Este cidadão. O segurança se aproxima e sem dizer nenhuma palavra sob os olhares de quem ali estava, pegou pelo braço de Juciê e levou para fora, empurrando para chuva. Juciê caminha a passos lentos até alcançar o meio fio. - (Olhando para o hospital ele grita em voz alta) – Meu filho! Cena 06: Personagens: Enfermaria nº. 04 do hospital, ala feminina, com três leitos. Rebeca e outra paciente. Rebeca: Outra paciente: Outra paciente: Rebeca: (Sob o olhar da outra paciente que está com o nenê no colo) – hoje eu vi meu nenê, ele está tão lindo, tive vontade de pegar em meu colo. Será um sonho quando isso acontecer. - fique tranqüila eu creio que isso não vai demorar. Rebeca vai até a janela, abre a cortina e quando olha, tamanha é sua surpresa, ela reconhece Juciê, sentado ao lado da rua em um meio fio, abraçado a mochila. Ela que acenar um adeus, porém, não consegue. Então chora. - o que está acontecendo rebeca. – (Fica ao lado dela, e entre a chuva que cai, ela também vê a figura do homem que Rebeca ama). – Porque será que ele não entrou. - Talvez fosse impedido. Elas o contemplam se levanta e com a mochila embaixo do braço, caminhar entre a chuva e a enxurrada. Rebeca amparada pela amiga volta para o seu leito e chora. Cena 07: Frente ao muro da casa de D. Ruth. Uma rua simples e asfaltada. Personagens: D. Ruth, um jovem, e Juciê. D. Ruth: Juciê: D. Ruth: Juciê: D. Ruth: A chuva deu uma cessada, D. Ruth ajuda um jovem a pregar uma placa, com os seguintes dizeres “Vende – se esta casa”. É possível ouvir e as batidas do martelo. Juciê vê e se aproxima, D. Ruth deixa o jovem sozinho e vai ao encontro do genro. -(Abraçando o) – Meu filho porque está tão abatido. - A senhora não deve vender sua casa D. Ruth. É a única coisa que a senhora tem. - Eu preciso lhe ajudar meu filho. Entrando abraçado com D. Ruth no portão de sua casa. - E minha esposa e meu filho, D. Ruth. - Eles estão bem, acredito que amanhã Rebeca já estará em casa. Vamos entrar e conte-me como foi sua viagem. Primeiro tome um banho e um café bem quente que eu mesma vou preparar. Cena 08: Personagens: Quarto de Juciê na casa de D. Ruth. Um guarda roupa grande, uma cama de casal, um espelho grande na parede, um quadro que mostra ele e Rebeca no dia do casamento. Alguns enfeites sobre a penteadeira. E um ventilador ligado. Juciê e D. Ruth. D. Ruth: Juciê: Juciê está dormindo, o ventilador está ligado, afinal foi uma noite que jamais será esquecida. O celular está a seu lado. De repente alguém bate na porta. -(Após bater na porta) – Juciê, Juciê sou eu meu filho, levante venha almoçar, daqui a pouco nós ao hospital já é quase hora da visita. Acorde. - Já estou indo D. Ruth. –(Quando ele está levantando o celular toca, olha no visor e atende) – Fala Mariel. Cena 09: Personagens: Esquina da praça em frente ao portão de uma escola alguns carros estacionados o segurança sentado em uma cadeira próximo ao portão de entrada. Mariel, Algumas pessoas que passam, os alunos que correm no pátio da escola e o pipoqueiro que aguarda a hora do intervalo. Mariel: -(Fala ao telefone) – Não você não pode aceitar afinal eu vi a placa de venda que sua sogra colocou na casa dela, e daí cara, vocês vão morar na rua, e sabe você vai aquentar o diabo dessa velha. –(Caminha falando ao celular) – Se você quiser um trampo diferente vem aqui, sim vem aqui. (Pausa) – Para com isso cara, dá tempo, daqui mesmo você vai visitar o seu filho. Então tudo bem, você vem ver o serviço né. Valeu eu ti espero. Vem mesmo. (Algumas pessoas prestam atenção e percebem que ele traz uma bolsa na mão). Cena 10: Personagens: Sala de jantar em casa de D. Ruth. Uma mesa ao centro com quatro cadeiras, uma estante pequena uma geladeira e uma fruteira ao canto. Juciê e D. Ruth. Juciê: D. Ruth: Juciê: D. Ruth: Juciê: Juciê sentado a um lado da mesa e D. Ruth do outro. Enquanto almoçam. - Não D. Ruth eu não vou demorar, apenas vou ver pois, parece que Mariel me arrumou trabalho, e a senhora eu estou precisando, pois, nem concordo com a venda de sua casa. - Na verdade Juciê eu não vou com o jeito desse seu amigo Mariel. É bom que você se cuide. - Pode crer D. Ruth eu vou me cuidar, ainda mais agora que eu tenho um lindo filho, sim, o Eduardo para cuidar. -Se é que você vai não demore, pois, a visita será as três horas e nós temos que estar lá pra ver meu neto... - E meu filho! - (Levantou sorrindo). Cena 11: Delegacia de policia. Sala do delegado. Personagens: Delegado e dois policiais Delegado: Um policial: Delegado: Outro policial: - Tomei conhecimento que tem um suspeito a muitas horas em frente a uma escola, e tem consigo uma bolsa, o segurança ligou pra que alguém vá até lá. (Ambos em pé em frente à escrivania do delegado) – Faremos o que manda delegado. - Antes, porém, passe no posto e abasteça a viatura. - Certo delegado. –(Se retiram). Cena 09: Personagens: Esquina da praça em frente ao portão de uma escola alguns carros estacionados o segurança sentado em uma cadeira próximo ao portão de entrada. Mariel, Juciê, algumas pessoas que passam, os alunos que correm no pátio da escola e o pipoqueiro que aguarda a hora do intervalo. Juciê: Mariel: Juciê: Mariel: Mariel e Juciê se encontram, já é hora de recreio na escola. - Eu não posso Mariel ficar aqui por muito tempo, tenho que visitar o meu filho e minha esposa no hospital. - Poxa cara, você prefere ver sua sogra vender sua casa, do que encarar um serviço legal é venda de livros. Você deixar você aqui segurando esse material que já está nesta bolsa, são alguns folhetos demonstrativos. –(Vai para entregar, Juciê recusa). – Eu não posso Mariel, amanhã eu venho, quero ver meu filho, pois, eu não conheço ainda, minha esposa deve estar ansiosa e minha sogra me espera para ir comigo. - Você vai ser covarde cara, a noite eu vou com você fazer visita ao teu filho. Segura essa bolsa, enquanto vou pegar mais material, vamos aproveitar os alunos para demonstraro produto, é educacional. Juciê sem nada desconfiar da pequena bolsa que segura, vê o amigo se deslizando pela rua e virando na esquina. Ele procura um banco na praça para sentar sob a sombra de arvore. Cena 10: Personagem: Sala de estar na casa de D. Ruth, uma estante com TV e som, um jogo de sofá e algumas almofadas. Na parede o retrato de casamento e um retrato maior que mostra uma de suas lutas. Ao lado algumas medalhas penduradas. D. Ruth. D. Ruth: D. Ruth olha para o relógio de pulso. - Meu Deus Juciê está demorando, está quase na hora da visita. –(Caminha pela sala). – O que será que está acontecendo com este rapaz. Cena 11: Personagens: Enfermaria nº. 04 do hospital, ala feminina, com três leitos. Rebeca e outra paciente. Rebeca: Outra paciente: Rebeca: (Segurando o filho da companheira de quarto nos braços). – Teu filho é muito lindo, breve vocês irão embora daqui. - Você também vai se alegrar muito, pois, teu filho vai ser livre da UTI. - Realmente eu creio que Deus vai me dar essa vitória. (Pausa)- Já é quase hora da visita e daqui a pouco meu esposo vai estar aqui. (Sorri). Cena 12: Personagens: Esquina da praça em frente ao portão de uma escola alguns carros estacionados o segurança sentado em uma cadeira próximo ao portão de entrada. Juciê, algumas pessoas que passam, os alunos que correm no pátio da escola e o pipoqueiro é hora do intervalo. No final dois policiais. Policial: Juciê está sentado, de vez em quanto olha para o relógio do celular. Começa a imaginar sua chegada no hospital. Olha para a bolsa como se estivesse perguntando o que tinha dentro dela. Levanta e anda um pouco, pega o celular e começa a discar, quando para de repente ao ver o camburão estacionar bruscamente. Assustado ele vê dois policiais aproximar se dele. (Aproximando se dele) – Solte a bolsa no chão e mãos ao alto. Juciê: Policial: Juciê: Policial: - (Tremulo) – A bolsa não é minha, moço, não sei o que está acontecendo. - Solte a bolsa no chão. Ao largar a bolsa no chão, o outro policial bate revista e em seguida abre a bolsa e depara, com uma arma, alguns papelotes de cocaína, e outros entorpecentes além de uma pequena quantidade em dinheiro. Juciê ao ver aquilo chora. - Pelo amor de Deus, moço eu não mereço isso. Eu não sei o que é isto. Eu quero ver meu filho e minha esposa. (Algemando ele com as mãos para trás) – Na delegacia você fala isso para o delegado. (Ele é empurrado para dentro do camburão) – Agora todo mundo é inocente. Cena 13: Personagens: Enfermaria nº. 04 do hospital, ala feminina, com três leitos. D. Ruth. Rebeca e outra paciente. D. Ruth: Rebeca: D. Ruth: Rebeca: D. Ruth: -(Entrando) – Oi filha vim trazer um lanchinho pra você. - E onde está Juciê ele não vai vir para ver o nenê. - Filha ele estava pronto para vir, de repente o amigo dele, o Mariel ligou dizendo que tinha conseguido um serviço para ele, ele foi ver e disse que voltava logo, e não apareceu, já liguei no celular dele e só está dando caixa postal. - Eu não entendo mamãe, eu não suporto esse Mariel. Ele me repugna, tenho náuseas quando falam nele. – (Pausadamente passa as mãos no cabelo, abrindo o pacote com o lanche). – Onde está seu celular me empresta, por favor. - Eu ligo pra você minha filha, é bom que você se tranqüilize. –(Ela começa a fazer ligação). As pacientes ficam observando em silencio a ligação que D. Ruth está fazendo, enquanto Rebeca começa a fazer o D. Ruth: lanche. De repente uma pergunta muda o semblante de D. Ruth. - Esse celular não está com o meu genro... Está com quem... o que está acontecendo. Cena 14: Personagens: Delegacia de policia. Sala do delegado. Delegado, Juciê e os dois policiais. Delegado: Juciê: Delegado: (Ao telefone) – Sim. Eu sou o delegado e seu genro foi pego com uma mala de drogas, arma e dinheiro na porta da escola, com certeza é mais um traficante. (Pausa) – Não adianta a senhora justificar, quem vai julgar isso é a própria policia, sim, ele está a minha frente, algemado e será com certeza será encaminhado ao presídio de segurança máxima. - Doutor me deixa falar com minha sogra. -(Afasta um pouco o celular e retruca) – Aqui bandido não fala. (Prossegue no celular) - Dona, não adianta a senhora insistir teu genro está preso, se o teu neto está internado, o deixe ai é melhor do que saber que tem um pai bandido... Ou a senhora para de insistir ou mando buscar a senhora também. –(Desligando o celular) - Conduzam-no para a cela e podem dar o corretivo. Cena 15: Personagens: Enfermaria nº. 04 do hospital, ala feminina, com três leitos. D. Ruth. Rebeca e outra paciente. Rebeca: D. Ruth: Rebeca: D. Ruth: Outra -O que está acontecendo mamãe. Por favor, me diga o que está acontecendo. -(Um tanto perturbada, desliga o celular) – Filha não se preocupe, não posso lhe falar agora. - Pode falar mamãe, serei forte para ouvir, afinal eu percebi que é foi a policia que atendeu a ligação. - Com certeza minha filha, Mariel aprontou uma grande desgraça ao seu marido. A outra paciente abraça Rebeca e disse: Paciente: - Fique em paz minha amiga, Deus vai lhe dar vitória. Creia. Cena 16: Personagens: Corredor rumo às celas do presídio. Juciê, os policiais e os presos que estão nas celas. Policial 1: Presidiários: Policial: Presidiário: Juciê: Presidiário: Presidiário 2: Juciê: Presidiário: Juciê segue algemado e de vez enquanto um policial lhe dá nas costas, um chute nas nádegas e alguns cutucões com o cacetete. - Por aqui bandido. –(Empurrando o). –Eu disse por aqui. - (Batem nas grades, e vaiam gritando) – Mais um, mais um... - (Empurrando ele dentro de uma cela, com mais cinco presos que vaiam) – É aqui bandido... é aqui que o sol vai nascer quadrado. – (Juciê geme ao cair no chão). As algemas são retiradas e as portas são trancadas. Olhando para os presos grita – Ele é traficante de drogas nas escolas dêem um corretivo nele. (Tatuado por todo o corpo) – E aí vendendo bolinha pras criancinhas da escola. - Eu nunca fiz nada disso, nem sei por que estou aqui. - Ah. Não a policia então está mentindo, inventando tudo e agora... Tem razão, depois que entra todo mundo faz milagres, todo mundo é santo. Outros dois presidiários se aproximam, as vistas de muitos outros, que contemplam a cena até da outra cela. Seguram um em cada braço e colocando o encostado a parede o outro começa a espanca - lo com murros e ponta pés. Os presidiários aplaudem enquanto Juciê geme. - Fala garoto qual o sabor é o de vender drogas na escola. - Eu não devo, não sei o que está acontecendo. Eu quero ver meu filho. Ele está doente. - Agora você fala meu filho, e o filho dos outros que você Presidiário idoso: Presidiário idoso: queria levar para as drogas... Vamos responde. –(Mais pancadas por todo o corpo, até que ele cai ao solo, Juciê imagina seu filhinho sentado e enxugando o sangue que escorre de seu rosto). – Confessa que com criança não se mexe. Um presidiário já idoso que estava na cela a frente e contemplava pela grade, resolve defender. -Parem com isso pessoal, se ele está falando no filho com certeza ele não está mentindo. Eu peço parem de judiar desse homem. Os presidiários gritam em e vaiam até que eles vêem os policiais retornando próximo a grade. - Hei policiais ajudem não deixe matar esse homem. Ele está apanhando demais. Cena 17: Personagens: Piscina de um clube, muitas arvores, chalés, pedalinhos e muitas outras atrações. Mariel, algumas mulheres bonitasque o acariciam e pessoas no clube. Mariel: Mariel descansa ao lado de duas mulheres bonitas, deitado sobre uma esteira, e tomando água de coco como se tivesse ganhado muito dinheiro. De repente o celular toca. - Alô quem, quem. Oi D. Ruth, quantas surpresas como está a senhora, -(Disfarçando) - e o meu amigo Juciê falem como ele está. (Pausa) – sinto tanta falta de nossas viagens... que isso D. Ruth estou num árduo trabalho nesse momento. –(Toma um pouco de água de coco)- E o filhinho dele, logo eu irei visitar. Pode crer! Um abraço D. Ruth. Tchau. –(Desligando o celular ele dá uma tremenda gargalhada). – Eu quero mais é que esse seu genrinho babaca se fuzile. Cena 18: Telefone publico em frente uma loja, de uma rua sem movimento. Personagens: D. Ruth. D. Ruth: -(Após colocar o fone no orelhão) – Eu ainda vou provar que meu genro é inocente seu desgraçado, agora você sim Mariel é quem destruiu inclusive a vida de meu neto e meu filho. –(Sai caminhando seguindo pela calcada). Cena 15: Personagens: Enfermaria nº. 04 do hospital, ala feminina, com três leitos. Enfermeira, Rebeca e outra paciente. Enfermeira: Rebeca: Enfermeira: Rebeca: Enfermeira: Outra paciente: Rebeca: Enfermeira: Rebeca está conversando com a outra paciente, quando a enfermeira entra trazendo uma prancheta em suas mãos. Elas para dar atenção. - Quem é Rebeca Schwarzer. - Sou eu mesma pode falar. -Está sentindo saudades de casa. - Sinto verdadeiramente, sinto muita saudade. -(Sorrindo) - Então acabe com essa saudade agora, arrume as suas coisas, você já está de alta. Rebeca foi abraçada pela amiga de quarto. - Boa sorte Rebeca, você já está vencendo. (Brincando) – Agora sou eu quem vou ficar de castigo. - Então deixe eu dar um beijinho em seu filhinho, antes de eu ir embora. –(Aproximou se do leito e beijou na testa da criança). E o meu filho eu irei levar. - (Com carinho) – Não Rebeca, seu filho ainda não vai... Ele continuará mais algum dia conosco. –(as lagrimas de Rebeca escorre pela face). II parte: 05 ANOS DEPOIS. A penitenciaria de segurança máxima e a morte de Juciê. Cena 01: O cenário mostra o lado externo da penitenciaria de segurança máxima de uma capita, fortes muralhas, camburões, que chegam e saem continuamente, forte aparato policial e uma fila de pessoa, aguardando a hora da visita, algumas já sendo revistadas entre elas Rebeca e D. Ruth. Cena 02: Personagens: Pavilhão 06, cela 04. o modelo horrível de prisão. Policiais, presos, familiares que caminham em busca de visita, D. Ruth, Rebeca e Juciê. Rebeca: Juciê: Rebeca: D. Ruth: Juciê: D. Ruth: Rebeca: Juciê: Juciê cinco anos depois se mostra mais magro, um olhar de tristeza e com barba por fazer. Ele se encontra sentado no chão, bem no cato da parede, observando as pessoas que passam no corredor para visita, outros presos em sua cela também lhe observa em silencio. Quando de repente. - Juciê... –(Ele dá um salto e ficando em pé vai até a grade e na presença de todos e da sogra ele a beija, pelo vão dos ferros) – Eu ti amo meu amor. - Eu também te amo. – (Após cumprimentar D. Ruth a sua sogra) – Fale para mim do meu filho, sinto muita vontade de conhecê-lo... Diga se ele pergunta de mim. - Pergunta amor, pergunta sempre de você, está bem perto, pois, daqui a quinze dias ele fará cinco aninhos. –(Entrega a ele um retrato do filho) – Há eu trouxe esse retrato dele, veja como está lindo. É a sua cara amor. - Ele irá fazer uma grande festa quando você sair daqui. - É o meu sonho D. Ruth. Abraçar o meu filho e beija-lo sem parar. - Eu vou indo, pois, o deixei no parquinho ai da frente, depois, você vai Rebeca. - Sim mamãe, logo eu chego em casa, só vou combinar sobre o aniversario do nenê, em seguida eu chego em casa. (D. Ruth se despede de Juciê e se retira). - Como está à situação de vocês meu amor. Eu gostaria tanto de estar no aniversario de meu filho. Rebeca: Juciê: Rebeca: - Você vai estar meu amor, eu vou lutar para conseguir que ao menos nesse dia, você possa ir ver nosso filho. Há eu não queria comentar, mamãe vendeu a casa para ajudar no tratamento do nenê, agora estamos morando em duas peças no fundo da oficina do seu Rodolfo. - Fico muito chateado meu amor, pois, é por minha causa que vocês estão padecendo e o meu filho fazendo quimioterapia, dormindo numa casa de madeira velha, você trabalhando de diarista e eu aqui... - Calma amor, não fala mais nada, está nascendo os primeiros fios de cabelos no nosso filho, eu acredito que ele vai sarar e vai jogar bola com você. Cena 03: Personagens: Frente da casa de D. Ruth, fechada agora de balaustras a qual divide de uma antiga oficina, com alguns carros velhos. Eduardo, D. Ruth e Rebeca. Eduardo: D. Ruth: Eduardo: D. Ruth: Eduardo: Rebeca: Eduardo brinca de bola, no quintal é uma bola leve e de vez em quando grita o nome da avó. - Vovó vem me ver marcar mais gol. -(Atende o chamado do neto e vem e aplaude) – Lindo! Lindo! A vovó quer mais gol. -(Mostrando ainda alegre com atenção da avó, grita) – Sou igual o papai. Não é vovó. - Claro meu neto, e vai ser igual o papai. Eduardo, para de jogar um momento pega a bola nas mãos e vem ao encontro da avó. - Vovó fala pra mim, o papai vai vir no meu aniversario. (Nesse momento alguém mexe no portão, é Rebeca chegando, Eduardo corre até ela e abraça). -Papai lhe mandou um beijo meu filho e se o juiz autorizar ele vai vir no seu aniversario. Eduardo: - Ele vai tirar uma foto de campeão comigo mamãe. – (Imagina um retrato que tem na parede). Beija o rosto de Rebeca. –(Volta a correr e jogar bola). Cena 04: Personagens: Pavilhão 06, cela 04. O modelo horrível de prisão. Policiais, presos e Juciê. Juciê: Presidiário 1: Juciê: Presidiários: Juciê: (Após despedir da esposa e que ela se retira, vira para trás e vê dois presidiários dos oitos que ali estão com ele, fazendo gracinhas referindo se a Rebeca) – Eu não estou entendendo. Vocês estão criticando de quem. .. quem é a gostosa que vocês estão falando. - A gata que falava com você. - Me respeitem exijo respeito à minha mulher. -(Gritam em coro) – Sua mulher, sua mulher!!! –(Nesse momento os dois primeiros se aproximam dele e tentam segurar). – Ela também pode ser nossa. - (Num ímpeto de rapidez Juciê se atira contra ambos e violentamente numa fúria inédita, nocauteia numa só pancada os dois deixando os desmaiados frente aos olhares perplexos dos demais). - Mais alguém preparado para me enfrentar. – (Nenhuma resposta se ouve. A policia chega correndo). Cena 05: Personagens: Frente da casa de D. Ruth, fechada agora de balaustras a qual divide de uma antiga oficina, com alguns carros velhos. Eduardo, Mariel e D. Ruth e Rebeca. Eduardo: Eduardo continua jogando bola, enquanto D. Ruth está estendendo algumas peças de roupas no varal e Rebeca molha as flores de um grande vaso ao lado da porta de entrada. De repente alguém bate palmas na entrada no portão, e Eduardo ao ver corre para os braços da mãe. - Não atenda mamãe, não atenda, por favor, esse homem tem olho de mal. –(Ele salta no colo da mãe dele, como se já conhecesse antes, enquanto D. Ruth vai ao portão para Mariel: D. Ruth: Mariel: D. Ruth: Mariel: Eduardo: Rebeca: Rebeca: D. Ruth: atendê-lo). - Oi D. Ruth não vai convidar-me para entrar. - O que você quer na minha casa Mariel. Depois, de tudo que você fez. - Esqueceu que eu sempre fui amigo de seu genro D. Ruth quero saber noticiasdele. - Ele está exatamente no lugar que você colocou ele, tirou dele até o direito dele conhecer o próprio filho. Por favor vá embora, eu não te suporto mais, vá antes que eu chame a policia. - Tudo bem, eu vou D. Ruth, porém, muito em breve a senhora a de me ver. Adeus. –(Falando assim se retira, após limpar os óculos). D. Ruth retorna ao lado do neto e da filha. (Ainda no colo de sua mãe) – Ele é mau, vovó, muito mau. Ai... (Ele sente uma dor) – O que foi meu filho. O que está doendo. Mamãe olha, ele está suando. D. Ruth pega um pano para passar no rosto do neto, de repente ele tosse. O pano fica vermelho. - Meu Deus, meu filho não está bem... O que foi meu filho. Eduardo começa a gemer, D. Ruth pega do braço da filha que se desespera. (Eduardo geme) – Calma minha filha, o seu filho vai melhorar, liga no hospital agora. (Ele continua a gemer). Cena 06: Personagens: Sala do diretor do presídio. Diretor, dois policiais e o atendente ao telefone. Diretor: - Eu quero que dêem uma correção em Juciê, levem o para a Policial 1: Diretor: Policial 2: Diretor: Atendente: Do outro lado da linha: Rebeca. Atendente: Rebeca: Atendente: cela disciplinar. - Mas eu ouvi dizer que ele estará recebendo o direito a ir a casa dele daqui a dois dias, para conhecer o filho e participar do aniversario da criança. - Esqueça disso e faça o que estou lhe mandando, quanto a liberação já pode dizer que suspendi, pois, eu mesmo falarei com o juiz. - Doutor... - Chegam de conversas, eu mesmo irei com vocês para levá- lo a cela disciplinar. (Levanta e sai, sendo seguido pelos policiais e observado pelo atendente). – Vocês têm que me atender. (O telefone toca). - Dona eu não posso fazer nada, o diretor transferiu ele a uma cela disciplinar. Eu sei entendo a sua razão, mais quem manda não é nós. - Meu filho foi encaminhado muito mal ao hospital. Eu tenho que falar com meu marido. - Torço pela saúde do teu filho, porém, suspenderam toda regalia de seu esposo. Não vai adiantar a senhora insistir. - E se Deus o livre meu filho morrer. - Dona não pense nisso, e mesmo assim a situação não é tão fácil. Cena 07: Personagens: Pronto socorro do hospital Médicos, atendentes, Eduardo e D. Ruth. A correria é muito grande, aparelhos e tentativas de reanimá-los, Eduardo está deitado na maca enquanto que D. Ruth contempla a angustia do filho. Ela por instante se lembra da frase de Mariel que dizia: - Tudo bem, eu vou D. Ruth, porém, muito em breve a senhora a de me ver. Adeus. Medico: - (Conversar com a equipe e depois fala com os atendentes) – Podem encaminhar o paciente para o CTI. – (A equipe obedece enquanto ele se aproxima de D. Ruth) – A senhora vai poder ir para casa, qualquer coisa informamos a senhora, porém, que lhe adiantar, a situação de seu neto é só Deus. Para nós já fizemos o que tínhamos que fazer. D. Ruth chora e sem dizer uma só palavra se retira. Cena 04: Personagens: Pavilhão 06, cela 04. O modelo horrível de prisão. Policiais, presos e Juciê e o diretor do presídio. Diretor: Juciê: Diretor: (Chegando a porta da cela, observa Juciê sentado a um canto, muitos presos o contemplam). - Podem algemar ele, levo o para cela disciplinar, lá é o lugar para valentes. Os policiais atendem a ordem do diretor, abrem a cela e algemam, Juciê que deixa aquele lugar sob o olhar confuso de alguns. O diretor acompanha pelo corredor rumo a cela disciplinar. - Meu filho, eu amo você. – (Parecia contemplar o seu filho, porém, de nada sabia a respeito da enfermidade). - Para mim você ainda é o filho que não nasceu. -(Alterado) – Cale você não tem direito a reclamar. Cena 05: Personagens: Sala da casa de D. Ruth. (Desta vez menor e a mobília que antes tinha cada qual em seu lugar, algumas estão sobre o outro devido o espaço). Rebeca e D. Ruth. Rebeca: Eduardo: -(Sentada em uma das poltronas ao lado de sua mãe) - Eu tenho mamãe de meu filho não resistir, estava sonhando com o aniversario dele, agora até a visita no presídio está proibida, Juciê, só vai sair da disciplina um dia após o aniversario de Eduardo. - Calma minha filha, pois, eu acredito que Eduardo vai sair dessa e Juciê também vai voltar para casa. O celular de D. Ruth toca: D. Ruth: D. Ruth: - Alo quem fala, é do hospital, alguma coisa com o meu neto. –(Rebeca levanta e se aproxima da mãe) - Quer a nossa presença ai. Sim claro, já estamos indo. Rebeca começa a chorar, D. Ruth desliga o celular. - Calma filha, vamos correr para o hospital. Seja tudo o que Deus quiser. Cena 06: Personagens: Cela disciplinar, pequena com apenas um colchão sem lençol jogado a um canto, e a entrada de um banheiro sem porta. Juciê e um policial como segurança. Juciê: Policial: Juciê caminha por entre a cela com dificuldades, pois seus pés estão presos um ao outro por uma pequena corrente, parecido a um animal ele começa a pensar. - Seu aniversario está chegando meu filho, e eu não vou poder ti ver, todo o meu sonho está sendo destruído, me perdoe eu não tenho culpa. –(Senta no colchão e chora). (Sentado em uma cadeira próximo a porta). -Pare de chorar ai o, afinal você teria que ter pensado antes de querer ser machão. Cena 07: Personagens: Recepção do hospital Rebeca, D. Ruth e um médico, além de funcionários e pessoas que transitam por ali. Medico: D. Ruth: Rebeca: Medico: Após passarem pela recepção, D. Ruth e Rebeca são recebidas por um medico que as chamam a um lado. - Na verdade nós não podemos deixá-las enganadas e precisamos que tenham forças. - Pode dizer doutor, o que está acontecendo com meu neto. - Mamãe, o Eduardo estava bem, ele é meu filho, onde ele está. - Calma mãe, não podemos fazer mais nada, fizemos o que D. Ruth: podíamos, mesmo assim ele entrou em coma, e a respiração dele é só por aparelhos. Suportem. a criança não pode sofrer. D. Ruth abraça a filha. - Doutor, faça o melhor pelo meu neto. (Frente ao médico as duas choram). Cena 08: Personagens: Sala do diretor do presídio. Diretor, e o atendente ao telefone. Atendente: Diretor: Atendente: Diretor: Atendente: -(fala ao telefone) – Mas senhora, ele rebelou na cela, espancou e feriu dois outros presos, esse é o motivo que ele foi levado para cela disciplinar. O diretor que ouvia o telefone na escrivania ao lado indignou se e falou para o atendente. - Diga para a sogra desse canalha, que ele não será liberado hoje, somente amanhã depois das dez, daí sim, nós iremos saber se ele vai ou não no aniversario do filo dele. - Doutor mais ela não está se referindo ao aniversario da criança e sim... – (O atendente estava um tanto estranho e voz um tanto gaguejada, porém, o diretor interrompeu tomando o fone da mão dele e desligando o aparelho. Em seguida se retirou). É ordem minha. –(Falou ao se retirar). – O filho dele morreu. – (Falava em voz baixa enquanto o diretor deixava a sala, porém não ouviu). Cena 09: Personagens: Cela disciplinar, pequena com apenas um colchão sem lençol jogado a um canto, e a entrada de um banheiro sem porta. Juciê e um policial como segurança, mais policiais e dois enfermeiros. Juciê se retorcia sobre o colchão demonstrando que estava Policial: Juciê: Policial: com forte dor. (Chegando próximo a grade) – O que está acontecendo. - Muitas dores no rim moço. - fica quieto que vou chamar alguém para lhe atender. – (Caminha rapidamente pelo corredor). Juciê olha e percebe que está sozinho daí muda o semblante, mostrando que não sente nada, é apenas uma grandedesculpa para sair daquele lugar. . Momento depois o policial retorna acompanhado de mais dois policiais e dois enfermeiros. Sem dizer nenhuma palavra abre a porta da cela e ajudam o a subir em uma maca e saem seguindo o corredor rumo à enfermaria. Cena 10: Cemitério municipal. Personagens: Rebeca, D. Ruth, Mariel e pessoas que seguem um cortejo e ajudam no sepultamento. D. Ruth: Rebeca: Rebeca sem dizer uma palavra, segue chorando, abraçada com a mãe, enquanto o corpo do filho segue a frente, varias pessoas seguem atrás. Ao chegar no local ela observa a sepultura sendo fechada, em seguida, varias pessoas colocam flores sobre a sepultura, de repente, D. Ruth levanta os olhos e entre os presente ela vê Mariel de óculos escuros, no mesmo jeito que Eduardo viu no dia em que ele teve medo e agarrou nos braços da mãe Rebeca. D. Ruth lembro se da frase que Mariel falou naquele dia. “Tudo bem, eu vou D. Ruth, porém, muito em breve a senhora a de me ver”. Adeus. -Filha. Vamos embora. –(Puxando a filha pelos braços) – e sinto vontade de sair daqui. -Não estou entendendo porque a senhora está eufórica. – (Mesma assim Rebeca chorando seguiu a mãe, deixando para trás o filho que o amava). D. Ruth olhava para trás e parecia ver que Mariel lhe seguia por trás das sepulturas. Chegando perto do segurança do cemitério elas pararam e ele ao passar por ela, deu um pequeno sorriso e arrumou os óculos, momento em que Rebeca também a viu e compreendeu a pressa da mãe. Mariel: - Tudo bem D. Ruth, tudo bem Rebeca que bom a gente nos ver novamente. Sem obter nenhuma resposta, ele continuou caminhando enquanto elas ficaram aborrecidas naquele local. Cena 11: Personagens: Enfermaria do presídio - Juciê, o enfermeiro e o diretor do presídio. Diretor: Enfermeiro: Diretor: Juciê: Diretor: Juciê: Diretor: -(Entrado na enfermaria) - Como ele está. - Ele já tomou a medicação necessária, daqui a alguns minutos ele já pode retornar a cela e ficar de repouso. - Quero que não demore mandar ele de volta para cela. - (Erguendo um pouco a cabeça) – Doutor eu quero ver o meu filho, amanhã é o aniversario dele. - Sua esposa e sua sogra já tomaram conhecimento, que você não será liberado amanhã, pois, deverá ficar mais uns dois dias na cela disciplinar. - Doutor, por favor, eu não conheço meu filho, ele está doente me ajude, por favor. - É bom você ficar bonzinho e amanhã depois da visita irá pensar. Cena 12: Personagens: Sala do diretor do presídio. Diretor, e o atendente ao telefone. Diretor: Atendente: O diretor retorna a sua sala e ao entrar vai direto para sua escrivania e começa a desfolhar uns papeis, levanta os olhos e observa que o atendente está lhe olhando sem parar. - Porque me olha dessa forma, William. - Quero lhe falar algo, porém, tenho medo doutor. Sim, é a respeito do preso Juciê. Diretor: Atendente: Diretor: Atendente: Diretor: Atendente: Diretor: Atendente: Diretor: Atendente: - Pois, então fale e não tenha o que temer. - O senhor se lembra que amanhã é o aniversario do filho dele, e que a criança estava doente. A mãe dele me ligou. - Sim. E o que tem isso. - Acontece que no momento que o senhor desligou o telefone que estava comigo, a vó da criança estava me dizendo que o menino havia falecido. -(Assustado) – O que. Você esta brincando. -Não doutor, eu não estou brincando, e sim o senhor, não quis me ouvir. - Vou agora pedir para levá-lo a cela normal, e daí levarei até o velório. - Não adianta mais doutor, pois, o corpo já foi sepultado. - Não vou dizer nada para ele, vou apenas vou apenas voltar para cela normal, tirarei da disciplina e amanhã após falar com a psicóloga, levarei para ver sua família. O atende ficou olhando enquanto o diretor se retira. - Como esse homem é mal. Cena 13: Personagens: Quarto de um hotel, uma cama de casal, um guarda roupas e um televisor ao canto, além de algumas malas. Mariel, uma mulher e investigador e dois policiais. Mariel: Mariel está deitado, ao lado uma mulher, ambos seminus, o televisor está ligado. De repente alguém bate a porta. - Quem será. –(Levanta correndo e veste um short, a mulher faz um mesmo com um vestido) – Um momento já vai. Quando ele abre a porta, surpresa ao ver dois policiais acompanhando um oficial. Mariel: Oficial de justiça: - Não estou entendendo. - Não precisa entender, é uma ordem judicial, o senhor está preso. (Os policiais algemam os dois e em seguida leva-os). Cena 14: Personagens: Quarto de Rebeca na casa de D. Ruth, a mesma mobília que antes existia, porém, agora um quarto menor e moveis empilhados. Rebeca e D. Ruth. Rebeca: D. Ruth: Rebeca: D. Ruth: Rebeca: D. Ruth: Rebeca ao lado da mãe desfolha os álbuns de fotografias do filho e do esposo, em lagrimas elas contemplam. - Meu filho estava tão bonito mamãe. Amanhã ele ia fazer cinco aninhos, o sonho de meu filho foi interrompido. - Vai ser muito difícil se o pai dele conseguir amanhã a liberação, para vir conhecer o filho. - Nem pensa nisso mamãe, acho que ele não vai conseguir a liberdade, por isso, amanhã eu quero vê-lo na visita, e vou pedir para o advogado analisar o que aconteceu e por que o impediram de vir no velório do filho. - Mariel causou tudo isso, apenas porque Juciê não recebeu o pagamento no dia da luta, de campeão a derrotado a vida de meu genro se tornou. - É verdade mamãe, ganhou tantas lutas pela vida afora e perdeu dentro da própria casa, afinal não conheceu o próprio filho, que nasceu no dia em que ele viajou. - Você está triste, porém, viveu ao lado de seu filho mas, para Juciê foi o filho que não nasceu. Cena 15: Personagens: Pavilhão 06, cela 04. O modelo horrível de prisão. Juciê alguns presos e um agente policial. É madrugada, chove na cidade, uma chuva um tanto fina, as Juciê: Agente policial: Juciê: Agente policial: Juciê: Agente policial: Juciê: Presidiário: Juciê: luzes parecem escura e no presídio os presos todos dormem. O agente policial caminha a passos lentos com as mãos para trás, Juciê planeja algo em sua cela. (Em pé próximo a grade, pensando) – hoje é o aniversario de meu filho, eu tenho que arrumar jeito de ir vê-lo. - (Ao ouvir ele falando um tanto alto, como se tivesse resmungando, para olha para ele e pergunta) – O que está falando. - Hoje é aniversario de meu filho e eu não vou poder ir ver. - Quantos anos irá fazer: - Cinco anos, porém, eu nunca vi viajei no dia em que ele nasceu e depois fui preso. - Então você é uma tranqueira. Merece mesmo ficar enjaulado, morrer, mofar nessa privada. – (Falando assim se retira para um lado, Juciê fica olhando e maquinando o que fazer). Juciê olha para os parceiros que estão deitados nos beliches, observa na parte de baixo um deles que está de olhos abertos observando tudo. Juciê aproxima dele e dá sinal para que ele se levante sem saber o porquê o preso se levanta e aproxima de Juciê, enquanto os demais dormem. Juciê num ato violento salta no pescoço dele e disse: - Não grite. Entendeu não grite você vai chamar o policial e diga a ele que você está com muita dor, depois, eu lhe defendo. - Você está me enforcando, o que você vai fazer com ele. (Soltando) – O que vou fazer com ele é problema meu agora deita e chora com dor e diga que não pode se levantar, pra que ele tenha que entra aqui, fica tranqüilo eu lhe defendo Juciê: Policial: Juciê: Policial: Juciê: Policial: Juciê:Policial: Juciê: depois, agora se você não fizer isso eu te arrebento depois. (Alterando a voz) – Eu disse vamos. Amedrontado o presidiário se deitou ao chão “gemendo de dor”, Juciê então todo disfarçado aproxima se da cela. - O policial... Policial. - Fala. O que você quer. - O cara aqui ta caído no chão com dores. (Aproximando se da cela) - Põe ele na cama. -(Disfarçando) - Não vou por não, depois, é capaz de me acusar de novo e novamente me levar a cela. E eu quero ver meu filho Eduardo. –(Riu). - Tomara que não seja mais uma das suas. – (Falou abrindo a cela). - Não vai chamar nenhum outro segurança pra ti ajudar. Bom, também não somos tão bandidos assim e além do mais somente eu e ele estamos acordados. O policial entra e encosta a cela da cadeia. - Não posso fazer isso, mais vou confiar em você. - Pode crer, ta comigo, ta com Deus. Juciê permanece em pé, disfarcadamente observando o movimento, quando ele percebe que o policial está procurando levantar o preso, ele se aproxima disfarçando ajuda e num movimento brusco, dá um golpe no policial que cai desfalecido no chão. Juciê dá sinal para que o outro preso fique calado, rapidamente troca a sua roupa com a do agente, pega aproveita que a porta está aberta, faz uma posse e pergunta ao preso se ele esta bonito, olha para o policial desmaiado, sai e tranca o cadeado da cela, jogando a chave em seguida para rumo ignorado. Disfarçadamente ele se retira, como se estivesse em serviço. Cena 16: Uma cela de cadeia. Pequeno cubículo de uma cadeia Personagens: Mariel e mais quatro presos, e dois agentes. Mariel: Preso 1: Mariel: Preso 2: Mariel: Carcereiro: Mariel leva tapa no rosto, e pontapés, dos presos. - Me deixem dormir, já é madrugada, eu já confessei, amanhã pela manhã chamem o delegado e diga a ele que eu contei Juciê não devia estar preso. - E o filho dele, que ele não conheceu quem vai ressuscitar. Você não está triste de por na cadeia um cara que sonhava ver o filho. Mariel dobra o joelho. E pede clemência. - Por favor, chamem o carcereiro eu já não aquento mais apanhar. Eu errei mais me perdoem. - Peça perdão a Deus e não a nós. Naquela angustia e vendo o rosto sangrando pelas pancadas, Mariel mesmo resolve gritar. - Carcereiro. Socorro! - Ele está cego, as vistas dele estão completamente estourada, parece que cegaram com objetos pontiagudos. O carcereiro aparece correndo acompanhado de mais um policial. E invadem a cela para socorrer enquanto os presos se calam diante a presença deles. Mariel é rapidamente retirado da cela. Cena 17: Personagens: O lado externo do presídio, uma rua um tanto escuro, mostrando ao fundo o pavilhão murado, e adiante algumas casas do inicio da cidade. Juciê e um moto taxista. Juciê após conseguir atravessar todos o saguão, recepção, pátio e guarita do presídio, agora ele consegue chegar a um ponto de ônibus circular. Olha para os lados e teme ser alcançado, de repente vê um motoqueiro e percebe ser moto taxista, dá sinal com a mão e automaticamente é atendido, porém, no momento em que o motoqueiro para e retira o capacete da garupa no intuito de Juciê por sobre a cabeça, recebe uma pancada e cai deixando cair também a moto. Juciê levanta a mesma põe rapidamente o capacete. E disse antes de acelerar: Juciê: - Amanhã eu devolvo a sua moto. Agora vou conhecer meu filho. – (O motoqueiro ficou caído, enquanto ele foge). Cena 18: Personagens: Sala do diretor do presídio. Diretor do presídio, e vários agentes policiais. Diretor do presídio: -(Desesperado andando para lá e para cá) – Cerquem toda a cidade e saídas também, Juciê tem que ser pego vivo ou morto. (Pequena pausa e prossegue) – Observem que ele ainda teve a coragem de nos ligar e dizer que o preso não tinha culpa e sim ele obrigou o outro chorar de dor se não ele mataria. Ele está dizendo inclusive que depois que ele ver o filho ele retorna. Mande camburões para todos os cantos inclusive na casa dele. -(Alterando o tom de voz) – Vamos é agora. Vivo ou morto. -(Os policiais esvaziam a sala do diretor) – Eu também vou junto-(Se retira, dentro em breve ouvem se barulhos de sirene por toda a cidade). Cena 19: Personagens: Sala da casa de D. Ruth. D. Ruth, Rebeca, Juciê. D. Ruth escutou barulhos de sirene, por essa razão, levantou e veio para sala. Rebeca também fez o mesmo e já encontrou D. Ruth na sala procurando olhar pelo buraco da fechadura. D. Ruth: Rebeca: D. Ruth: -(Olhando para Rebeca) - Escutei uma moto parar no portão e parece que alguém mexe no portão. - Credo em cruz mamãe. – (Benze o corpo com o sinal da cruz) – Quem será. –(Olhando para trás vê o retrato do marido e do filho Eduardo, pendurados a parede, abaixo uma frase por ela escrito “Para sempre campeões.”) – Olha por nós meu filho. - É um militar. Minha filha. Ele deixou a moto no portão e caminha para cá em passos largos. Rebeca: D. Ruth: Juciê: D. Ruth: Juciê: D. Ruth: Juciê: D. Ruth: Juciê: Rebeca: - Misericórdia, pois, com tantas sirenes pela cidade, já levaram Juciê, meu filho foi embora, e agora levará uma de nós. - Não pensa nisso minha filha e nem abra a porta. Pegue o cabo da vassoura. Rebeca obedece a mãe vai e volta com a vassoura e uma faca, os barulhos de sirene continua. De repente um grito vem lá de fora. - (Grita como um grito de alguém que está ansioso) – Acorda Eduardo é o papai que veio pra lhe conhecer. Elas reconhecem a voz de Juciê, D. Ruth abre a porta e Rebeca jogando os objetos que trazia as mão no chão, salta no pescoço do esposo e beija. - (Após o abraço de Rebeca e Juciê, também cumprimenta, Rebeca chora) – Você está lindo com essa roupa, para que essa farda Juciê. - (Depois de olhar o retrato do filho na parede, disse). – É para que o meu filho saiba que o herói dele chegou. – (Entra correndo no quarto e volta) – Onde está dormindo o meu filho... Quero vê-lo, quero abraçar, quero beijá-lo agora. - Calma Juciê, temos que conversar, sente aqui. (Aponta para o sofá, mesmo sem atender ele senta para ouvir). – Conta me então o que aconteceu. Onde está o meu filho. (Rebeca vai para abraçá-lo e ele a empurra). - Agora eu quero saber onde está o meu filho. (Levanta – se). - Seu filho... Seu filho teve uma forte crise e... - É aniversario dele e ele está no hospital. – (Virou para sair) - (Brada em alta voz) – Não!!!!! – (Ele parou) – O nosso filho morreu... Sim o Eduardo morreu. (Ela chora). Desesperadamente Juciê se levanta, nesse momento ouvem que o camburão de sirene ligada para em frente o portão da Rebeca e D. Ruth: casa. Antes que os policiais descem Juciê corre para fora sendo seguido por elas. - (Ambas tentam impedir chamando o pelo nome) – Juciê... Juciê volte aqui. Juciê não responde ainda fardado ele corre para fora como se fosse de encontro aos policiais. Cena 20: Personagens: Frente da casa de D. Ruth, fechada agora de balaustras a qual divide de uma antiga oficina, com alguns carros velhos. Juciê, D. Ruth, Rebeca, o diretor do presídio e vários policiais. Juciê: Diretor do Presídio: Ao sair sendo acompanhada por Rebeca e D. Ruth e parecendo ir ao encontro dos policiais antes de desembarcarem da viatura Juciê com o revolver que trazia na cintura que também pertencia ao agente policial, agora em suas mãos ele grita em altíssima voz. - E-du-ar-do! Volte Eduardo. – (O grito parecia ecoar). De repente um tiro tira o silencio da noite que ainda chuviscava. O corpo de Juciê toma por terra sem vida na presença de sua família. Rebeca chora sobre o corpo e policia chega na hora. Admirados e perplexos peloque via. - (Se afasta um pouco e sozinho escorado em um velho carro) – Me perdoe Juciê... Eu tenho que no céu o seu pequeno Eduardo esta a lhe esperar. Assim termina a estória de um eterno campeão, lutou para vencer e morreu sem ser vencedor. Fim
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