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Lagrimas de um campeão

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A estória se passa na década de 80 
Parte I – A Luta e o Nascimento do filho de Juciê. 
Cena 1: sala de estar na casa de D. Ruth, uma estante com TV e som, um 
jogo de sofá e algumas almofadas. Na parede o retrato de casamento 
e um retrato maior que mostra uma de suas lutas. Ao lado algumas 
medalhas penduradas. 
Personagens: Juciê e sua esposa Rebeca (gestante). D. Ruth sua sogra e 
Mariel o amigo. 
 
Juciê: 
 
 
 
 
Rebeca: 
 
 
Juciê: 
 
 
Rebeca: 
 
 
 
Juciê: 
 
 
 
D. Ruth: 
 
 
 
 
Juciê: 
 
 
 
 
 
 
 
D. Ruth: 
Juciê: 
 
 - (em pé ao centro da sala, mochila nas costa, pronto para 
viagem, abraçado com sua esposa que está de costa a sua 
frente, e acaricia a barriga dela.) - Eu creio que esta será a 
ultima viagem que farei antes da chegada de nosso filho. 
 
 - (com humildade)- É o que também espero amor- (Entre 
um pequeno sorriso nos lábios) - Ai!!! 
 
 - (Soltando um pouco-a) – O que foi amor. Algum problema 
com o nosso filho. 
 
 - (disfarçando) - Nada não, esquece. (Olhando para ele) – 
Eu sei amor da necessidade dessa viagem, porém, meu 
coração pede para você não ir. 
 
- (caminhando pela sala) – Eu ti entendo Rebeca, mas, até 
fralda ainda falta para o nosso filho e... – (Pausa, com a 
entrada de D. Ruth que trazia uma bandeja com café). 
 
 – Vim trazer um cafezinho ao meu genro antes dele partir. –
(Serve-os). Não se preocupe Juciê, boa sorte na sua viagem e 
que você ganhe mais essa luta, afinal Rebeca não está 
ficando com nenhuma pessoa estranha. 
 
- (Com um sorriso) – Eu entendo D. Ruth, afinal minha 
viagem é apenas por uma necessidade, pois, está chegando a 
hora dela ir ao hospital e nem o enxoval acabamos de 
comprar. (olhando para Rebeca) - Eu juro amor essa será 
minha última luta, e daí ficaremos para sempre ao lado de 
nosso filho. –(Ela sorri). (Nesse momento a campainha toca 
e D. Ruth vai até a porta e abre-a). 
 
- (Virando para Juciê) – É o seu amigo Mariel. 
- Peça para que ele entre. 
Mariel entra e cumprimenta os. 
 
D. Ruth: 
 
Mariel: 
 
- sente se um pouco rapaz. 
 
- Eu agradeço senhora, já estamos um pouco atrasados e até 
chegarmos ao fim da viagem. (faz uma cara de que vai 
demorar). 
 
Cena 2: Interior de um ônibus seguindo em uma rodovia com muito morro 
e grande movimento. 
Personagens: Juciê e Mariel além dos passageiros do ônibus. 
É possível ver o ônibus deslizando no risco negro desenhado pelo 
asfalto. 
Mariel: 
 
 
Juciê: 
 
 
 
Mariel: 
 
 
 
Juciê: 
 
 
- Não estou entendendo Juciê, ontem parecia que estava 
animado com essa luta, agora lhe vejo tão triste. 
 
- Estou preocupado, afinal, esposa naquele estado e na 
verdade me falta dinheiro para comprar até roupas para 
meu filho que vai nascer. 
 
- Calma cara, hoje você vai tirar o pé do lodo, é a luta mais 
esperada, já ouvi dizer que os ingressos para a apresentação 
já se esgotaram. 
 
- Ainda bem que você existe Mariel e me ajuda a encorajar. 
(Vira o rosto para o canto e fecha os olhos como se fosse 
cochilar.) 
Mariel fica olhando por algum momento. 
 
 
Cena 3: Parte externa em frente do Ginásio de esporte de Sidrolândia, uma 
grande aglomeração de pessoas tomava conta de todo o espaço, 
inclusive a pequena praça existente a frente separada do ginásio 
apenas por uma rua, realmente seria a maior atração naquela 
cidade. Faixa por todos os lados e um som amplificado anunciava a 
presença dos ilustres boxeadores Andrade e Juciê. 
 
 
Cena 4: Interior de uma ambulância que corre em velocidades pelas ruas de 
Dourados. 
Personagens: Uma enfermeira, Rebeca e D. Ruth. 
 
 
 
 
 
D. Ruth: 
 
 
 
Rebeca: 
 
D. Ruth: 
 
 
Enfermeira: 
É possível ouvir os gemidos de dores de Rebeca deitada 
sobre a maca da ambulância. A sirene está ligada ao pedir 
caminhos. A enfermeira procura a todo o momento regular 
o soro ligado ao braço de Rebeca. 
 
-(Enquanto enxuga o rosto da filha molhado pelo suor e 
lágrimas que escorrem) - Calma filha, já estamos chegando 
em breve seu filho vai nascer e... 
 
-(Balbuciando) - Juciê, Juciê. 
 
-Calma filha daqui a pouco eu ligo para ele. –(Virando para 
enfermeira) – Como ela está moça. 
 
- Ela está bem, tudo está normal, fique tranqüila. –(Faz um 
gesto de silêncio). 
 
Cena 5: 
 
 
 
Personagens: 
Camarim de Juciê, duas poltronas, uma pequena rack com 
TV, um aparelho de telefone, e uma garrafa de café e outra 
de água além de algumas xícaras e dois copos, sobre a 
mesa de centro algumas revistas, jornais, etc. ao canto. 
Juciê, Mariel e o diretor do evento 
Juciê: 
 
 
 
Mariel: 
 
 
 
 
 
 
Juciê: 
 
 
 
Mariel: 
 
 
Juciê: 
 
-(sentado em uma das poltronas enquanto Mariel serve um 
café). – Cara, na verdade eu vim muito preocupado com a 
minha esposa, eu percebi que ela já sentia algumas dores. 
 
-(Servindo o café a Juciê) - Para com isso Juciê, vai se 
preocupar, afinal é uma luta decisiva, agora por causa de 
uma gravidez vai jogar tudo pro ar. –(Senta se ao lado de 
Juciê, apoiando uma das mãos no ombro dele). - Pensa na 
grana, cara. Afinal você ta duro. Escute o barulhão que vem 
lá da quadra, é uma multidão clamando o teu nome. 
 
-(Levantando) - Isso não me importa Mariel, afinal é o meu 
primeiro filho que está para nascer... Estou duro cara, sofro 
ao ver a minha esposa tendo uma gravidez mal alimentada. 
 
-(Levanta e aproxima se do amigo) Então cara. É o 
momento oportuno, sempre viajei com você e hoje observo 
que esta luta vai mudar tua situação. 
-(Pensativo como se lembrando de algo) – Minha esposa 
disse que temia essa viagem. 
 
Mariel: 
 
 
Juciê: 
 
 
 
Gritos: 
 
 
Diretor de 
eventos: 
 
Mariel: 
 
Diretor de 
eventos: 
 
- Mulher nunca pensa positiva, é o fim na vida de qualquer 
homem. 
 
-(Tom áspero) – Cale-te ou eu irei embora agora. 
 
(Ouve se gritos na platéia) 
 
-Juciê... Juciê... Andrade... Andrade... 
(Alguém bate na porta, abrindo em seguida) 
 
- Venho comunicar lhe que dentro de instante você já estará 
no ringue. 
 
- Vendeu todos os ingressos diretor. 
 
- Sim! Ultrapassou nossas expectativas, todas as 
arquibancadas estão lotadas e... é bom lembrar que de toda 
entrada apenas dez por cento ficará para cidade o restante 
será do campeão. 
 
(Mariel aplaude, enquanto Juciê dá apenas um leve 
sorriso, e no momento que o diretor de evento vai para sair 
o celular de Juciê toca). 
 
 
Cena 6: 
 
 
Personagens: 
Parte interna do ginásio de esporte. Faixas por todos os 
lados, um forte esquema de segurança, ao lado esquerdo 
faixas da torcida de Juciê à direita as de Andrade. 
Policias vendedores, ambulantes e alguns organizadores 
que caminham por todos os lados enquanto o apresentador 
divulga continuamente o evento. 
 
Cena 7: 
Personagens: 
Sala de cirurgia de um hospital. 
Rebeca, Médicos e enfermeiros. 
 
 
 
(Nesta cena não se ouve falas, apenas movimentos de 
médicos e enfermeiros, barulhos de aparelhos em prol da 
vida de Rebeca). A cirurgia está sendo realizada, porém, é 
possível perceber um grande apavoramento os batimentos 
de Rebeca parecem diminuir. 
 
Cena 8: 
 
O camarim de Juciê. Mesmos objetos e mobílias da cena 
anterior. 
Personagens: 
 
Juciê: 
Juciê e Mariel. 
 
-(Caminha no espaço falando ao celular, sobre os olhares 
irados de Mariel.). – Diga-me como está minha mulher. D. 
Ruth eu preciso de mais informações, como está o meu 
filho. 
 
Cena 9: Recepção do hospital, 
 
Personagens: Algumas pessoas aguardando por atendimentos ou 
informações. A recepcionista e D. Ruth e o medico 
informante. 
 
D. Ruth: 
 
 
 
 
 
Medico: 
 
 
D. Ruth: 
 
 
Medico: 
 
 
D. Ruth: 
 
 
Medico: 
-(Falando ao celular) - Calma Juciê, não desista meu filho 
sua mulher já está sob os cuidados médicos. Sim, claro, 
qualquer noticia eu te informo. –(Pausa) – Vou desligar 
meu filho, pois, o medico está vindo daqui a pouco eu te 
ligo novamente. Tchau. 
 
-(Chama D. Ruth por um sinal e a mesma se aproxima para 
ouvir) – A senhora que é a mãe da paciente. 
 
- Sim doutor, da Rebeca e como está minha filha...e o meu 
neto. 
 
- Sua filha passa bem, agora seu neto deve ser internado no 
CTI pediátrico. 
 
-(Apavorada) - O que está acontecendo com meu neto 
doutor. 
 
- (Tentando acalmar) – Calma vó acontece que seu neto 
nasceu com um serio problema no sangue e deverá ser 
encaminhado rapidamente ao setor que cuida de pacientes 
com leucemia. 
 
 
 
 
 
Cena 10: 
 
Personagens: 
O camarim de Juciê. Mesmos objetos e mobílias da cena 
anterior. 
Juciê e Mariel. 
 
 
 
 
 
Mariel: 
 
 
 
Juciê: 
 
Mariel: 
 
 
Juciê: 
 
Mariel: 
 
 
Juciê: 
(Assim que Juciê desliga o celular ainda pensativo e com 
ele entre as mãos em forma de cone, sendo possível 
perceber o desespero estampado em seu rosto). 
 
-(Aproxima se de Juciê numa forma de alguém que já 
ganhou a luta). –E aí cara, a vitória, bravo a vitória é nossa! 
 
 
- Chega ou nem vou pra luta! Eu falei chega, entendeu. 
 
-(Disfarçando) - Calma, calma, o que foi o telefone. Sua 
esposa já ganhou nenê. 
 
- Sim! Ela já ganhou o meu filho, o Eduardo chegou. 
 
- Então parabéns mano. –(Foi para saudar, porém foi 
impedido por um chega pra lá).- O que é isto. 
 
- O meu filho está no CTI. –(Falou duramente olhando 
para o alto). 
 
Cena 11: 
Personagens: 
Enfermaria nº. 04 do hospital, ala feminina, com três leitos. 
D. Ruth, Rebeca, outras duas pacientes e dois recém-
nascidos. 
 
 
 
 
 
D. Ruth: 
 
 
Rebeca: 
 
 
D. Ruth: 
 
 
 
Rebeca: 
 
D. Ruth: 
Nesta cena é possível ver duas mães sentadas no leito e 
amamentando seu bebe, enquanto isso Rebeca no leito 
central um pouco recostada no travesseiro chora. Sua mãe 
se aproxima. 
 
- Não chore minha filha, agradeça a Deus por tudo o que 
acontece. –(Acaricia lhe os cabelos)- Ele vai te ajudar. 
 
- Somente eu não posso estar com meu filho nos braços, 
mãe. 
 
- Pode sim minha filha em breve você terá, eu já liguei pro 
Juciê ele está confiante que vai conseguir ganhar essa luta, 
daí ele ter condições de pagar o tratamento do nenê. 
 
- E se ele não conseguir mamãe. 
 
- Venderemos a casa minha filha, porém, o meu neto vai 
sarar. Nem que tenhamos de morar num barraco a beira da 
estrada. 
 
Cena 12: 
 
 
 
Personagens: 
Interior do ginásio de esporte, no centro da quadra um 
ringue improvisado, local para a equipe organizado, muitas 
faixas e uma iluminação adequada para o momento. 
 
Publico que superlotam todo o recinto, apresentador, juiz, 
comissão organizadora e os pugilistas Andrade e Juciê. 
Narrador: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Narrador: 
-(No centro do palco o narrador anuncia a abertura do 
grande evento e passa a fazer a chamada oficial). – Neste 
momento vamos receber vindo do grande sudeste brasileiro, 
ele que tem desafiado grandes lutadores e conquistado 
vários troféu no Brasil e inteiro e até na América do Sul, é 
ele Andrade Morais. 
 
 (O ginásio de esporte parece ir ao chão, ovacionado pelo 
grito do publico que torcia ou pelos que torciam contra, 
Andrade, trazia uma faixa na cabeça escrito o vitorioso, 
short verde com listras brancas e camiseta regata amarela, 
sobre uma capa dourada, que ao passar a corda, tirou e 
entregou ao seu empresário um velho calvo e de bigode. 
Cumprimentou o povo e ficou ao canto esquerdo do 
ringue.). 
 
-(Continuando) – E agora com vocês o mais requisitado de 
todos os lutadores com o maior numero de vitórias já 
conquistadas, veio hoje para enfrentar e ter a certeza de que 
já é o grande vencedor da noite e poderá levar consigo além 
do troféu todo valor recebido na portaria nesta noite. –
(Neste momento por trás da cortina, ao ouvir ao lado de 
Juciê, Mariel parece ver numa visão um montão de 
dinheiro sendo repartido entre ele e Juciê.). - (Continua o 
narrador) – Vamos então receber acompanhado de seu 
empresário o já consagrado e reconhecido lutador Juciê 
Schwarzer ele que veio de... 
(Aplausos e gritos por todos os cantos, o som de queima de 
fogos, e ao lado de Mariel, Juciê, entra no ringue 
cumprimenta o povo e dá abraço no adversário. Ao voltar 
para o seu canto vestido de um short vermelho e preto e 
com uma capa amarela escrita atrás “a vitória é minha!”, 
após retirá-la do corpo e entregar a Mariel, Juciê parece 
viver cena do filho que não conhece, ele parece ver o filho 
nos braços da mãe Rebeca aplaudindo enquanto ele luta.). 
A luta vai começar... 
 
Cena 13: 
 
Personagens: 
Corredor que dá vista ao UTI pediátrico. 
 
D. Ruth e uma enfermeira. Algumas pessoas e funcionários 
que transitam em silencio. 
 
(Nesta cena não se houve nenhuma palavra, elas apenas 
estão a observar o pequeno Eduardo pelo vidro. O mesmo 
está em aparelhos, lagrimas parecem escorrer dos olhos de 
D. Ruth, depois de alguns minutos se retira acompanhando 
a enfermeira). 
 
Cena 14: 
 
 
 
Personagens: 
Interior do ginásio de esporte, no centro da quadra um 
ringue improvisado, local para a equipe organizado, muitas 
faixas e uma iluminação adequada para o momento. 
 
Publico que superlotam todo o recinto, apresentador, juiz, 
comissão organizadora, Mariel e os pugilistas Andrade e 
Juciê. 
 
 
 
 
 
 
Mariel: 
(Aplausos, gritos e vaias se misturam neste cenário, afinal, 
enquanto Andrade está de pé apoiado ao canto do rinque 
recebendo tratamento da equipe de apoio, Juciê está caído 
ao centro enquanto o juiz agachado ao seu lado faz uma 
contagem regressiva). 
 
-(Do lado de fora do ringue fala aos gritos com a 
comissão) – Isso é covardia não vale. 
(Juciê num rápido impulso se levanta e esta preparado 
para seguir o próximo round, mais por um instante ele 
novamente imagina o filho nos braços de Rebeca pedindo 
para ele lutar). 
 
Cena 15: 
 
 
 
 
Personagens: 
 
Parte externa em frente do Ginásio de esporte de 
Sidrolândia, Faixa por todos os lados e um som amplificado 
anunciava a presença dos ilustres boxeadores Andrade e 
Juciê. 
 
Pessoas correndo em desespero, camburões de policias por 
todos os lados. Uma senhora de idade e um andarilho, 
policiais. 
Gritos de 
desesperos: 
 
 
Senhora de 
 
-Eles fugiram... Eles fugiram – (O grupo se referia ao 
assalto que acabava de acontecer na portaria do ginásio de 
esporte.). 
 
idade: 
 
 
 
Um policial: 
 
Senhora de 
idade: 
 
 
Andarilho: 
 
 
Outro policial: 
 
Andarilho: 
- (Saindo do banheiro feminino do lado externo)- Eles 
fugiram para -(lá falava ela aproximando de dois policiais 
fardados que ainda faziam segurança naquele lugar). 
 
-Para onde senhora. 
 
- Para lá. Correram para lá. –(Dizia ela apontando para a 
rua que seguia rumo a funerária). – Eu tive medo e me 
escondi no banheiro. 
 
-(Com um saco nas costa) – Eu também vi moço, eram dois 
rapazes altos, porém, entraram no carro e se foram. 
 
-Você viu. 
 
- Sim com os olhos que a terra vai comer. 
 
 
Cena 16: 
 
Personagens: 
Enfermaria nº. 04 do hospital, ala feminina, com três leitos. 
 
D. Ruth, Rebeca, o médico e outra paciente. Um dos leitos 
está vazio. 
 
D. Ruth: 
 
 
 
Rebeca: 
 
 
Outra 
paciente: 
 
 
 
 
O médico: 
 
 
 
Rebeca: 
 
 
D. Ruth: 
-(Em pé ao lado da filha). –Deus vai lhe dar muita vitória 
minha filha. Eu creio que em breve você estará em sua 
casa. 
 
-(Sentada no leito) – Eu sei mamãe, para Deus nada é 
impossível, mais eu quero é estar ao lado de meu filhinho. 
Até quando eu vou sofrer esta separação. 
 
(Caminha lentamente pelo quarto com o filho nos braços) – 
Calma logo você vai se alegrar com o seu filho, tenha 
paciência minha amiga. –(Confortava-a). – Eu também 
torço por você. 
 
- (Entra no quarto trazendo um estestocópio pendurado ao 
pescoço, cumprimenta as pacientes com uma boa noite). - 
tenho que falar com a senhora D. Ruth. 
 
- O que está acontecendo com meu filho. - (Perguntou 
desesperada).Se é sobre meu filho, eu também quero saber. 
 
- Calma filha. Hoje ainda Juciê há de vir e você vai se 
tranqüilizar muito mais. 
 
Cena 17: 
 
Personagens: 
O mesmo cenário da cena 14 
 
Os mesmos da cena 14, além do apresentador. 
Mariel: 
 
 
 
 
Apresentador: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mariel: 
 
 
Juciê: 
 
 
Mariel:-(Aproximando se de Juciê e enxugando o rosto dele.) – 
Vai firme Juciê, afinal neste segundo round você se saiu 
muito bem. O premio é grande demais, pense no teu filho 
cara. 
 
-(Surge rapidamente no palco e disse) – Atenção senhoras 
e senhores estamos aproveitando esse momento para pedir 
muita atenção, sabemos que a luta magnífica, e vai 
prosseguir dentro de alguns minutos, porém, do lado de 
fora do estádio aconteceu um grave problema, vocês 
ouviram a sirene da policia, não se apavorem que está tudo 
resolvido, na verdade ninguém morreu, tudo está resolvido. 
Continuemos então a festa. 
 
- ouviu Mariel é muita gente esperando sua vitória. 
Acredite cara. 
 
-(Falando com dificuldade) – Você vai ver teremos uma 
grande surpresa. Algo não está correto. 
 
--(Saindo do ringue para o reinicio da luta) - Você é 
pessimista cara. 
 
Cena 18: 
 
Personagens: 
Enfermaria nº. 04 do hospital, ala feminina, com três leitos. 
 
D. Ruth, Rebeca. 
 
Rebeca: 
 
D. Ruth: 
 
 
Rebeca: 
 
 
D. Ruth: 
 
 
 
- Mãe eu tenho medo de algo pior acontecer. 
 
- O que está pensando minha filha, afinal o nenê está fora 
de perigo. 
 
- Não mamãe eu sinto que Juciê vai passar uma luta pior do 
que a da competição. 
 
- Filha, pense no melhor para teu marido, basta o sacrifício 
financeiro, o filho que está no CTI, agora você ainda pensa 
em mais problemas para esse homem. 
 
Rebeca: - Sim mamãe e a senhora sabe o quanto eu a amo. 
 
Cena 19: 
 
Personagens: 
O mesmo cenário da cena 19 
 
Os mesmos da cena 19 
 Fim de luta no ginásio, gritos de vitória de um lado, do 
outro ódio e vaia, afinal em pouco segundos Andrade é 
levado a nocaute, o serviço de som anuncia repetidas vezes 
o nome de Juciê Schwarzer como vencedor, Mariel pula e 
abraça o amigo. Do lado de externo do ginásio se ouve 
fogos e gritos de vitória. O braço direito de Juciê é 
levantado pelo juiz, em seguida ele ainda abraça o 
adversário e a festa no interior do ginásio continua. Juciê 
levanta o troféu e na mente a imaginar levantando o filho, 
diante os olhares de sua esposa e sua sogra. 
 
Cena 20: 
 
 
 
 
 
Personagens: 
Camarim de Juciê, duas poltronas, uma pequena rack com 
TV, um aparelho de telefone, e uma garrafa de café e outra 
de água além de algumas xícaras e dois copos, sobre a mesa 
de centro algumas revistas, jornais, etc. ao canto. As bolsas 
de viagem já estão arrumadas sobre um sofá. 
 
Juciê, Mariel, o diretor do evento e um segurança. 
 
 
 
 
 
Mariel: 
 
Juciê: 
 
 
 
Mariel: 
 
 
 
 
Diretor de 
evento: 
 
 
 
Juciê acabava de sair do banheiro ainda com a tolha em 
volta do pescoço, cabelos molhados mostrando que havia 
tomado banho e Mariel desfolhava algumas revistas. 
 
- Daqui a pouco vamos embora Juciê, afinal é só vitória. 
 
- E os homens trouxeram o dinheiro. Tenho pressa de ir 
para ver meu filho. 
 
 
- Calma cara, é muita grana para contar, imagine o que 
Andrade, não deve estar com raiva nessa hora de você, duro 
e com a cara arrebentada. –(Risos). 
Alguém bate na porta entrando em seguida, é o segurança 
e o diretor do evento. 
 
-(Cumprimentando) - Vimos cumprimentar pelo 
nascimento de seu filho. (Mariel se levanta) – e dar uma 
noticia. 
 
Juciê: 
 
 
Diretor de 
eventos: 
 
 
Mariel: 
 
 
 
 
 
Diretor de 
eventos: 
 
 
 
 
Juciê: 
 
 
Mariel: 
 
 
Diretor de 
eventos: 
 
 
 
 
 
 
 
Mariel: 
 
Diretor de 
eventos: 
 
Juciê: 
 
 
 
Mariel: 
 
-Agradeço por se lembrar de meu filho. 
 
 
 
- Eduardo... Ele se chama Eduardo! –(Mostra um simples 
sorriso). 
 
-E ai diretor quantos mil reais é o premio que Juciê vai 
levar nessa noite. 
 
(A pergunta mudou o semblante do diretor que apoiou se 
nos braços de Juciê e sentou se na poltrona). 
 
 
-Tenho que dar lhe uma noticia. –(Enfiando a mão no bolso 
da camisa, retira uma única nota e entrega a Juciê)- Aqui 
está o dinheiro de vocês. Precisamos pedir desculpas pelo 
que aconteceu nessa noite. 
 
-(Levantando) – O senhor deve estar enganado, parece que 
eu ganhei a luta. Não foi isso que aconteceu. 
 
-(Meio assustado) – O senhor deve estar brincando é bem 
humorado. 
 
 
- Não, não há nenhuma brincadeira. –(Levantando) – Tudo 
isso é sério. – (o segurança se aproxima do diretor de 
eventos) – Quando acontecia o segundo round, eu acredito 
que todos vocês ouviram o barulho das sirenes de policia, 
era um assalto que acontecia exatamente na portaria do 
ginásio e todo o dinheiro que entrou foi levado. E na 
verdade não temos como ressarcir. 
 
- Nós vamos sair daqui somente com a passagem. 
 
 
- É o que podemos fazer nada mais. 
 
- Realmente eu não estava enganado, algo iria dar errado, 
na verdade meu filho no CTI e agora volto duro para casa. 
(Atira a tolha no sofá). 
 
- E o que pensam em fazer. Ou... 
 
Diretor de 
eventos: 
 
 
Juciê: 
 
-Se a policia pegar os bandidos e resgatar o dinheiro, 
mandaremos para vocês. 
 
-(Irado) – Vocês são todos... –(Parte para cima do diretor 
de eventos, porém é impedido pelo segurança). 
 
 
 
Parte II – À volta para casa e a prisão de Juciê 
 
Cena 1: 
 
 
Personagens: 
Terminal Rodoviário, dois ônibus estacionados nas 
plataformas. 
 
Mariel e Juciê, o agente, alguns passageiros com malas, 
seguranças, motoristas e cobradores. 
 
 
 
 
 
 
 
Mariel: 
 
 
Juciê: 
 
Mariel: 
 
Juciê: 
 
Mariel: 
 
 
Juciê: 
 
 
Mariel: 
Mariel e Juciê estão na fila entre outras pessoas, afim de 
comprar a passagem para o embarque. Mariel está na 
frente de Juciê que trás a mochila as costas. De repente 
Mariel percebe que Juciê se afastou da fila e sentou em uma 
cadeira. Mariel foi até ele. 
 
- Não vai comprar sua passagem, agora pensa em dormir 
aqui na rodoviária. 
 
- não eu não vou comprar passagem. 
 
- O que vai fazer então. 
 
- Vou pegar carona. 
 
- Você está louco, numa hora dessas, temos o dinheiro para 
passagem. 
 
- Sim. Eu vou pegar carona e o dinheiro eu para levar para 
minha esposa, a minha Rebeca. 
 
- Faça o que você quiser Juciê eu não vou de carona e vou 
agora comprar minha passagem. –(Se afasta de Juciê e 
segue para guichê). – Você vai me pagar, na verdade você 
teria que não aceitar ir sem o dinheiro de premio. 
 
Cena 02: 
 
Quarto da casa de D. Ruth. Um guarda roupas, uma cama 
de casal e um abajur aceso ao canto. 
 
Personagens: 
 
D. Ruth. 
D. Ruth: -(Sentada ao lado da cama e falando ao telefone) – Calma 
Juciê, não faça loucuras nenhuma é um perigo a estrada 
meu filho, não arrisque a tua vida o tempo está de chuva e 
já são altas horas. Aqui está tudo bem. 
 
Cena 03: 
 
 
Personagens: 
Garoa na quase madrugada, beira de uma rodovia, poucos 
carros. 
 
Juciê, Mariel e um caminhoneiro. 
 
Juciê: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juciê: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juciê: 
 
 
 
 
Motorista: 
 
(Caminha lentamente a beira da rodovia, ele não 
permanece parado a fim de conseguir uma carona, cada 
carro que vem ele para e da um sinal, nenhum para, a 
garoa molha seus cabelos, seu rosto. De repente ele solta 
uma frase). – Deus tenha misericórdia de mim. –(Continua 
caminhando). 
 
De repente ele percebe que é o ônibus que está vindo ele 
disfarçadamente olha e percebe que Mariel vai entre os 
seus passageiros. Mariel parece zombar dele e acena um 
adeus pela janela embaçada. 
 
- Meu Deus eu quero ver meu filho. –(Balbucia ele, 
abraçando a mochila já quase molhada). 
 
Depois de ser passado por alguns veículos, que seguiam 
para ambos os caminhos, inclusive atirando lhe águas com 
os pneus, um caminhoneiro resolve parar. Juciê corre até 
alcançar o local onde o mesmo estacionou e dirigindo se 
ao caminhoneiro. 
 
-(Subindo no degrau da porta do caminhão que além do 
motorista, vinha um auxiliar). –Desculpe moço, sei que 
está tarde, mais preciso de uma carona para chegar em 
minha casa, o senhor pode me ajudar. 
 
-(Colocando o rosto pela janela) – Você está molhado, se 
quiseres ir suba na carroceria. Tem que ser rápido. 
 
Juciê sobe rapidamente, ao entrar na carroceria percebe que 
o mesmo transporta uma grande carga de gramasem forma 
de tapetes para plantio, e as mesmas estão bem embarradas 
devido à chuva que molha. 
 
A chuva para aumentar e Juciê se encolhe em um canto da 
carroceria para se proteger, porém, o barro deixa suja a tua 
roupa. 
 
 
Cena 04: 
 
Personagens: 
Corredor que dá vista ao UTI pediátrico. 
 
Rebeca e uma enfermeira. Algumas pessoas e funcionários 
que transitam em silencio. 
 
 
 
 
 
Rebeca: 
 
(Nesta cena pouco se houve palavras, elas apenas estão a 
observar o pequeno Eduardo pelo vidro. O mesmo está em 
aparelhos, lagrimas escorrem dos olhos de Rebeca.) 
 
-(Fala baixinho) – Meu filho eu ti amo. Eu ti amo meu 
filho. 
 
Depois de alguns minutos se retira acompanhando a 
enfermeira. 
 
Cena 05: 
 
Personagens; 
Recepção do hospital 
 
Juciê, Recepcionista, algumas pessoas e um segurança. 
 
 
 
 
Recepcionista: 
 
Juciê: 
 
Recepcionista: 
 
 
Juciê: 
 
Recepcionista: 
 
 
Juciê: 
 
 
 
Após subir a rampa do hospital, sujo de lama e molhado 
pela chuva, Juciê entra na recepção e é observado pelas 
pessoas, dirige se a recepcionista. 
- Pronto senhor o que deseja. 
 
- Gostaria de ver o meu filho Eduardo. 
 
-(Após olhar de cima a baixo e ver as condições de Juciê) – 
O senhor não poder... ele está no CTI e ainda é muito cedo. 
 
- E a minha esposa Rebeca. Posso ou não vê-la. 
 
- Eu já lhe disse que agora não. E o senhor dá licença por 
que tem mais gente na fila. 
 
- Senhora eu acabei de chegar de viagem, me dê 
oportunidade de falar com minha esposa. 
 
Recepcionista: 
 
 
 
 
 
 
 
Juciê: 
-(levantando um pouco olha em direção do segurança). – 
Segurança, por favor. –(Apontando Juciê). – Este cidadão. 
 
O segurança se aproxima e sem dizer nenhuma palavra sob 
os olhares de quem ali estava, pegou pelo braço de Juciê e 
levou para fora, empurrando para chuva. Juciê caminha a 
passos lentos até alcançar o meio fio. 
 
- (Olhando para o hospital ele grita em voz alta) – Meu 
filho! 
 
Cena 06: 
 
Personagens: 
Enfermaria nº. 04 do hospital, ala feminina, com três leitos. 
 
Rebeca e outra paciente. 
 
Rebeca: 
 
 
 
Outra 
paciente: 
 
 
 
 
 
 
Outra 
paciente: 
 
 
 
Rebeca: 
(Sob o olhar da outra paciente que está com o nenê no 
colo) – hoje eu vi meu nenê, ele está tão lindo, tive vontade 
de pegar em meu colo. Será um sonho quando isso 
acontecer. 
 
 
- fique tranqüila eu creio que isso não vai demorar. 
 
Rebeca vai até a janela, abre a cortina e quando olha, 
tamanha é sua surpresa, ela reconhece Juciê, sentado ao 
lado da rua em um meio fio, abraçado a mochila. Ela que 
acenar um adeus, porém, não consegue. Então chora. 
 
 
- o que está acontecendo rebeca. – (Fica ao lado dela, e 
entre a chuva que cai, ela também vê a figura do homem 
que Rebeca ama). – Porque será que ele não entrou. 
 
- Talvez fosse impedido. 
 
Elas o contemplam se levanta e com a mochila embaixo do 
braço, caminhar entre a chuva e a enxurrada. 
 
Rebeca amparada pela amiga volta para o seu leito e 
chora. 
 
 
Cena 07: 
 
Frente ao muro da casa de D. Ruth. Uma rua simples e 
asfaltada. 
 
Personagens: 
 
D. Ruth, um jovem, e Juciê. 
 
 
 
 
 
 
D. Ruth: 
 
Juciê: 
 
 
D. Ruth: 
 
 
 
Juciê: 
 
D. Ruth: 
A chuva deu uma cessada, D. Ruth ajuda um jovem a 
pregar uma placa, com os seguintes dizeres “Vende – se 
esta casa”. 
É possível ouvir e as batidas do martelo. Juciê vê e se 
aproxima, D. Ruth deixa o jovem sozinho e vai ao encontro 
do genro. 
 
-(Abraçando o) – Meu filho porque está tão abatido. 
 
- A senhora não deve vender sua casa D. Ruth. É a única 
coisa que a senhora tem. 
 
- Eu preciso lhe ajudar meu filho. 
 
Entrando abraçado com D. Ruth no portão de sua casa. 
 
- E minha esposa e meu filho, D. Ruth. 
 
- Eles estão bem, acredito que amanhã Rebeca já estará em 
casa. Vamos entrar e conte-me como foi sua viagem. 
Primeiro tome um banho e um café bem quente que eu 
mesma vou preparar. 
 
Cena 08: 
 
 
 
 
Personagens: 
Quarto de Juciê na casa de D. Ruth. Um guarda roupa 
grande, uma cama de casal, um espelho grande na parede, 
um quadro que mostra ele e Rebeca no dia do casamento. 
Alguns enfeites sobre a penteadeira. E um ventilador 
ligado. 
 
Juciê e D. Ruth. 
 
 
 
 
 
D. Ruth: 
 
 
 
Juciê: 
Juciê está dormindo, o ventilador está ligado, afinal foi uma 
noite que jamais será esquecida. O celular está a seu lado. 
De repente alguém bate na porta. 
 
-(Após bater na porta) – Juciê, Juciê sou eu meu filho, 
levante venha almoçar, daqui a pouco nós ao hospital já é 
quase hora da visita. Acorde. 
 
- Já estou indo D. Ruth. –(Quando ele está levantando o 
celular toca, olha no visor e atende) – Fala Mariel. 
 
Cena 09: 
 
 
 
Personagens: 
Esquina da praça em frente ao portão de uma escola alguns 
carros estacionados o segurança sentado em uma cadeira 
próximo ao portão de entrada. 
 
Mariel, Algumas pessoas que passam, os alunos que correm 
no pátio da escola e o pipoqueiro que aguarda a hora do 
intervalo. 
Mariel: -(Fala ao telefone) – Não você não pode aceitar afinal eu vi 
a placa de venda que sua sogra colocou na casa dela, e daí 
cara, vocês vão morar na rua, e sabe você vai aquentar o 
diabo dessa velha. –(Caminha falando ao celular) – Se 
você quiser um trampo diferente vem aqui, sim vem aqui. 
(Pausa) – Para com isso cara, dá tempo, daqui mesmo você 
vai visitar o seu filho. Então tudo bem, você vem ver o 
serviço né. Valeu eu ti espero. Vem mesmo. 
 
(Algumas pessoas prestam atenção e percebem que ele traz 
uma bolsa na mão). 
 
Cena 10: 
 
 
 
Personagens: 
Sala de jantar em casa de D. Ruth. Uma mesa ao centro 
com quatro cadeiras, uma estante pequena uma geladeira e 
uma fruteira ao canto. 
 
Juciê e D. Ruth. 
 
 
 
Juciê: 
 
 
 
 
D. Ruth: 
 
 
Juciê: 
 
 
D. Ruth: 
 
 
Juciê: 
Juciê sentado a um lado da mesa e D. Ruth do outro. 
Enquanto almoçam. 
 
- Não D. Ruth eu não vou demorar, apenas vou ver pois, 
parece que Mariel me arrumou trabalho, e a senhora eu 
estou precisando, pois, nem concordo com a venda de sua 
casa. 
 
- Na verdade Juciê eu não vou com o jeito desse seu amigo 
Mariel. É bom que você se cuide. 
 
- Pode crer D. Ruth eu vou me cuidar, ainda mais agora que 
eu tenho um lindo filho, sim, o Eduardo para cuidar. 
 
-Se é que você vai não demore, pois, a visita será as três 
horas e nós temos que estar lá pra ver meu neto... 
 
- E meu filho! - (Levantou sorrindo). 
 
Cena 11: Delegacia de policia. Sala do delegado. 
Personagens: Delegado e dois policiais 
Delegado: 
 
 
 
Um policial: 
 
 
Delegado: 
 
Outro policial: 
- Tomei conhecimento que tem um suspeito a muitas horas 
em frente a uma escola, e tem consigo uma bolsa, o 
segurança ligou pra que alguém vá até lá. 
 
(Ambos em pé em frente à escrivania do delegado) – 
Faremos o que manda delegado. 
 
 - Antes, porém, passe no posto e abasteça a viatura. 
 
- Certo delegado. –(Se retiram). 
 
Cena 09: 
 
 
 
Personagens: 
Esquina da praça em frente ao portão de uma escola alguns 
carros estacionados o segurança sentado em uma cadeira 
próximo ao portão de entrada. 
 
Mariel, Juciê, algumas pessoas que passam, os alunos que 
correm no pátio da escola e o pipoqueiro que aguarda a 
hora do intervalo. 
 
 
Juciê: 
 
 
Mariel: 
 
 
 
 
 
Juciê: 
 
 
 
Mariel: 
Mariel e Juciê se encontram, já é hora de recreio na escola. 
 
- Eu não posso Mariel ficar aqui por muito tempo, tenho 
que visitar o meu filho e minha esposa no hospital. 
 
- Poxa cara, você prefere ver sua sogra vender sua casa, do 
que encarar um serviço legal é venda de livros. Você deixar 
você aqui segurando esse material que já está nesta bolsa, 
são alguns folhetos demonstrativos. –(Vai para entregar, 
Juciê recusa). 
 
 – Eu não posso Mariel, amanhã eu venho, quero ver meu 
filho, pois, eu não conheço ainda, minha esposa deve estar 
ansiosa e minha sogra me espera para ir comigo. 
 
- Você vai ser covarde cara, a noite eu vou com você fazer 
visita ao teu filho. Segura essa bolsa, enquanto vou pegar 
mais material, vamos aproveitar os alunos para demonstraro produto, é educacional. 
 
Juciê sem nada desconfiar da pequena bolsa que segura, vê 
o amigo se deslizando pela rua e virando na esquina. Ele 
procura um banco na praça para sentar sob a sombra de 
arvore. 
 
Cena 10: 
 
 
 
 
Personagem: 
Sala de estar na casa de D. Ruth, uma estante com TV e 
som, um jogo de sofá e algumas almofadas. Na parede o 
retrato de casamento e um retrato maior que mostra uma de 
suas lutas. Ao lado algumas medalhas penduradas. 
 
D. Ruth. 
 
 
 
D. Ruth: 
D. Ruth olha para o relógio de pulso. 
 
- Meu Deus Juciê está demorando, está quase na hora da 
visita. –(Caminha pela sala). – O que será que está 
acontecendo com este rapaz. 
 
Cena 11: 
 
Personagens: 
Enfermaria nº. 04 do hospital, ala feminina, com três leitos. 
 
Rebeca e outra paciente. 
 
Rebeca: 
 
 
Outra 
paciente: 
 
Rebeca: 
(Segurando o filho da companheira de quarto nos braços). 
– Teu filho é muito lindo, breve vocês irão embora daqui. 
 
- Você também vai se alegrar muito, pois, teu filho vai ser 
livre da UTI. 
 
- Realmente eu creio que Deus vai me dar essa vitória. 
(Pausa)- Já é quase hora da visita e daqui a pouco meu 
esposo vai estar aqui. (Sorri). 
 
Cena 12: 
 
 
 
Personagens: 
Esquina da praça em frente ao portão de uma escola alguns 
carros estacionados o segurança sentado em uma cadeira 
próximo ao portão de entrada. 
 
Juciê, algumas pessoas que passam, os alunos que correm 
no pátio da escola e o pipoqueiro é hora do intervalo. No 
final dois policiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Policial: 
 
Juciê está sentado, de vez em quanto olha para o relógio do 
celular. Começa a imaginar sua chegada no hospital. Olha 
para a bolsa como se estivesse perguntando o que tinha 
dentro dela. Levanta e anda um pouco, pega o celular e 
começa a discar, quando para de repente ao ver o 
camburão estacionar bruscamente. Assustado ele vê dois 
policiais aproximar se dele. 
 
(Aproximando se dele) – Solte a bolsa no chão e mãos ao 
alto. 
 
Juciê: 
 
 
Policial: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juciê: 
 
 
Policial: 
 
- (Tremulo) – A bolsa não é minha, moço, não sei o que 
está acontecendo. 
 
- Solte a bolsa no chão. 
 
Ao largar a bolsa no chão, o outro policial bate revista e em 
seguida abre a bolsa e depara, com uma arma, alguns 
papelotes de cocaína, e outros entorpecentes além de uma 
pequena quantidade em dinheiro. 
 
Juciê ao ver aquilo chora. 
 
- Pelo amor de Deus, moço eu não mereço isso. Eu não sei 
o que é isto. Eu quero ver meu filho e minha esposa. 
 
(Algemando ele com as mãos para trás) – Na delegacia 
você fala isso para o delegado. (Ele é empurrado para 
dentro do camburão) – Agora todo mundo é inocente. 
 
Cena 13: 
 
Personagens: 
Enfermaria nº. 04 do hospital, ala feminina, com três leitos. 
 
D. Ruth. Rebeca e outra paciente. 
 
D. Ruth: 
 
Rebeca: 
 
D. Ruth: 
 
 
 
 
Rebeca: 
 
 
 
 
 
D. Ruth: 
 
 
 
 
-(Entrando) – Oi filha vim trazer um lanchinho pra você. 
 
- E onde está Juciê ele não vai vir para ver o nenê. 
 
- Filha ele estava pronto para vir, de repente o amigo dele, o 
Mariel ligou dizendo que tinha conseguido um serviço para 
ele, ele foi ver e disse que voltava logo, e não apareceu, já 
liguei no celular dele e só está dando caixa postal. 
 
- Eu não entendo mamãe, eu não suporto esse Mariel. Ele 
me repugna, tenho náuseas quando falam nele. – 
(Pausadamente passa as mãos no cabelo, abrindo o pacote 
com o lanche). – Onde está seu celular me empresta, por 
favor. 
 
- Eu ligo pra você minha filha, é bom que você se 
tranqüilize. –(Ela começa a fazer ligação). 
 
 As pacientes ficam observando em silencio a ligação que 
D. Ruth está fazendo, enquanto Rebeca começa a fazer o 
 
 
 
D. Ruth: 
lanche. De repente uma pergunta muda o semblante de D. 
Ruth. 
 
- Esse celular não está com o meu genro... Está com quem... 
o que está acontecendo. 
 
Cena 14: 
Personagens: 
Delegacia de policia. Sala do delegado. 
Delegado, Juciê e os dois policiais. 
Delegado: 
 
 
 
 
 
 
Juciê: 
 
Delegado: 
 
 
 
(Ao telefone) – Sim. Eu sou o delegado e seu genro foi pego 
com uma mala de drogas, arma e dinheiro na porta da 
escola, com certeza é mais um traficante. (Pausa) – Não 
adianta a senhora justificar, quem vai julgar isso é a própria 
policia, sim, ele está a minha frente, algemado e será com 
certeza será encaminhado ao presídio de segurança 
máxima. 
 
- Doutor me deixa falar com minha sogra. 
 
 -(Afasta um pouco o celular e retruca) – Aqui bandido não 
fala. (Prossegue no celular) - Dona, não adianta a senhora 
insistir teu genro está preso, se o teu neto está internado, o 
deixe ai é melhor do que saber que tem um pai bandido... 
Ou a senhora para de insistir ou mando buscar a senhora 
também. –(Desligando o celular) - Conduzam-no para a 
cela e podem dar o corretivo. 
Cena 15: 
 
Personagens: 
Enfermaria nº. 04 do hospital, ala feminina, com três leitos. 
 
D. Ruth. Rebeca e outra paciente. 
 
Rebeca: 
 
 
D. Ruth: 
 
 
Rebeca: 
 
 
D. Ruth: 
 
 
 
 
Outra 
-O que está acontecendo mamãe. Por favor, me diga o que 
está acontecendo. 
 
-(Um tanto perturbada, desliga o celular) – Filha não se 
preocupe, não posso lhe falar agora. 
 
- Pode falar mamãe, serei forte para ouvir, afinal eu percebi 
que é foi a policia que atendeu a ligação. 
 
- Com certeza minha filha, Mariel aprontou uma grande 
desgraça ao seu marido. 
 
A outra paciente abraça Rebeca e disse: 
 
 
Paciente: - Fique em paz minha amiga, Deus vai lhe dar vitória. 
Creia. 
 
Cena 16: 
Personagens: 
Corredor rumo às celas do presídio. 
Juciê, os policiais e os presos que estão nas celas. 
 
 
 
 
Policial 1: 
 
Presidiários: 
 
 
Policial: 
 
 
 
 
 
 
Presidiário: 
 
 
Juciê: 
 
Presidiário: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Presidiário 2: 
 
 
Juciê: 
 
 
Presidiário: 
Juciê segue algemado e de vez enquanto um policial lhe dá 
nas costas, um chute nas nádegas e alguns cutucões com o 
cacetete. 
 
- Por aqui bandido. –(Empurrando o). –Eu disse por aqui. 
 
- (Batem nas grades, e vaiam gritando) – Mais um, mais 
um... 
 
- (Empurrando ele dentro de uma cela, com mais cinco 
presos que vaiam) – É aqui bandido... é aqui que o sol vai 
nascer quadrado. – (Juciê geme ao cair no chão). As 
algemas são retiradas e as portas são trancadas. Olhando 
para os presos grita – Ele é traficante de drogas nas escolas 
dêem um corretivo nele. 
 
(Tatuado por todo o corpo) – E aí vendendo bolinha pras 
criancinhas da escola. 
 
- Eu nunca fiz nada disso, nem sei por que estou aqui. 
 
- Ah. Não a policia então está mentindo, inventando tudo e 
agora... Tem razão, depois que entra todo mundo faz 
milagres, todo mundo é santo. 
 
Outros dois presidiários se aproximam, as vistas de muitos 
outros, que contemplam a cena até da outra cela. Seguram 
um em cada braço e colocando o encostado a parede o 
outro começa a espanca - lo com murros e ponta pés. 
 
Os presidiários aplaudem enquanto Juciê geme. 
 
- Fala garoto qual o sabor é o de vender drogas na escola. 
 
 
- Eu não devo, não sei o que está acontecendo. Eu quero ver 
meu filho. Ele está doente. 
 
- Agora você fala meu filho, e o filho dos outros que você 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Presidiário 
idoso: 
 
 
 
 
 
 
Presidiário 
idoso: 
 
 
queria levar para as drogas... Vamos responde. –(Mais 
pancadas por todo o corpo, até que ele cai ao solo, Juciê 
imagina seu filhinho sentado e enxugando o sangue que 
escorre de seu rosto). – Confessa que com criança não se 
mexe. 
 
Um presidiário já idoso que estava na cela a frente e 
contemplava pela grade, resolve defender. 
 
 
-Parem com isso pessoal, se ele está falando no filho com 
certeza ele não está mentindo. Eu peço parem de judiar 
desse homem. 
 
Os presidiários gritam em e vaiam até que eles vêem os 
policiais retornando próximo a grade. 
 
 
- Hei policiais ajudem não deixe matar esse homem. Ele 
está apanhando demais. 
 
Cena 17: 
 
 
Personagens: 
Piscina de um clube, muitas arvores, chalés, pedalinhos e 
muitas outras atrações. 
 
Mariel, algumas mulheres bonitasque o acariciam e 
pessoas no clube. 
 
 
 
 
Mariel: 
Mariel descansa ao lado de duas mulheres bonitas, deitado 
sobre uma esteira, e tomando água de coco como se tivesse 
ganhado muito dinheiro. De repente o celular toca. 
 
- Alô quem, quem. Oi D. Ruth, quantas surpresas como está 
a senhora, -(Disfarçando) - e o meu amigo Juciê falem 
como ele está. (Pausa) – sinto tanta falta de nossas 
viagens... que isso D. Ruth estou num árduo trabalho nesse 
momento. –(Toma um pouco de água de coco)- E o filhinho 
dele, logo eu irei visitar. Pode crer! Um abraço D. Ruth. 
Tchau. –(Desligando o celular ele dá uma tremenda 
gargalhada). – Eu quero mais é que esse seu genrinho 
babaca se fuzile. 
 
Cena 18: 
 
 
Telefone publico em frente uma loja, de uma rua sem 
movimento. 
 
Personagens: D. Ruth. 
D. Ruth: -(Após colocar o fone no orelhão) – Eu ainda vou provar 
que meu genro é inocente seu desgraçado, agora você sim 
Mariel é quem destruiu inclusive a vida de meu neto e meu 
filho. –(Sai caminhando seguindo pela calcada). 
 
Cena 15: 
 
Personagens: 
Enfermaria nº. 04 do hospital, ala feminina, com três leitos. 
 
Enfermeira, Rebeca e outra paciente. 
 
 
 
 
 
Enfermeira: 
 
Rebeca: 
 
Enfermeira: 
 
Rebeca: 
 
Enfermeira: 
 
 
 
 
Outra 
paciente: 
 
 
Rebeca: 
 
 
 
Enfermeira: 
Rebeca está conversando com a outra paciente, quando a 
enfermeira entra trazendo uma prancheta em suas mãos. 
Elas para dar atenção. 
 
- Quem é Rebeca Schwarzer. 
 
- Sou eu mesma pode falar. 
 
-Está sentindo saudades de casa. 
 
- Sinto verdadeiramente, sinto muita saudade. 
 
-(Sorrindo) - Então acabe com essa saudade agora, arrume 
as suas coisas, você já está de alta. 
 
Rebeca foi abraçada pela amiga de quarto. 
 
 
- Boa sorte Rebeca, você já está vencendo. (Brincando) – 
Agora sou eu quem vou ficar de castigo. 
 
- Então deixe eu dar um beijinho em seu filhinho, antes de 
eu ir embora. –(Aproximou se do leito e beijou na testa da 
criança). E o meu filho eu irei levar. 
 
- (Com carinho) – Não Rebeca, seu filho ainda não vai... 
Ele continuará mais algum dia conosco. –(as lagrimas de 
Rebeca escorre pela face). 
 
II parte: 05 ANOS DEPOIS. 
 A penitenciaria de segurança máxima e a morte de Juciê. 
 
Cena 01: O cenário mostra o lado externo da penitenciaria de 
segurança máxima de uma capita, fortes muralhas, 
camburões, que chegam e saem continuamente, forte 
aparato policial e uma fila de pessoa, aguardando a hora da 
visita, algumas já sendo revistadas entre elas Rebeca e D. 
Ruth. 
 
Cena 02: 
 
Personagens: 
Pavilhão 06, cela 04. o modelo horrível de prisão. 
 
Policiais, presos, familiares que caminham em busca de 
visita, D. Ruth, Rebeca e Juciê. 
 
 
 
 
 
 
Rebeca: 
 
 
 
Juciê: 
 
 
 
Rebeca: 
 
 
 
 
D. Ruth: 
 
Juciê: 
 
 
D. Ruth: 
 
 
Rebeca: 
 
 
 
 
Juciê: 
 
 
Juciê cinco anos depois se mostra mais magro, um olhar de 
tristeza e com barba por fazer. Ele se encontra sentado no 
chão, bem no cato da parede, observando as pessoas que 
passam no corredor para visita, outros presos em sua cela 
também lhe observa em silencio. Quando de repente. 
 
- Juciê... –(Ele dá um salto e ficando em pé vai até a grade e 
na presença de todos e da sogra ele a beija, pelo vão dos 
ferros) – Eu ti amo meu amor. 
 
- Eu também te amo. – (Após cumprimentar D. Ruth a sua 
sogra) – Fale para mim do meu filho, sinto muita vontade 
de conhecê-lo... Diga se ele pergunta de mim. 
 
- Pergunta amor, pergunta sempre de você, está bem perto, 
pois, daqui a quinze dias ele fará cinco aninhos. –(Entrega a 
ele um retrato do filho) – Há eu trouxe esse retrato dele, 
veja como está lindo. É a sua cara amor. 
 
- Ele irá fazer uma grande festa quando você sair daqui. 
 
- É o meu sonho D. Ruth. Abraçar o meu filho e beija-lo 
sem parar. 
 
- Eu vou indo, pois, o deixei no parquinho ai da frente, 
depois, você vai Rebeca. 
 
- Sim mamãe, logo eu chego em casa, só vou combinar 
sobre o aniversario do nenê, em seguida eu chego em casa. 
 
(D. Ruth se despede de Juciê e se retira). 
 
- Como está à situação de vocês meu amor. Eu gostaria 
tanto de estar no aniversario de meu filho. 
 
Rebeca: 
 
 
 
 
 
Juciê: 
 
 
 
 
Rebeca: 
- Você vai estar meu amor, eu vou lutar para conseguir que 
ao menos nesse dia, você possa ir ver nosso filho. Há eu não 
queria comentar, mamãe vendeu a casa para ajudar no 
tratamento do nenê, agora estamos morando em duas peças 
no fundo da oficina do seu Rodolfo. 
 
- Fico muito chateado meu amor, pois, é por minha causa 
que vocês estão padecendo e o meu filho fazendo 
quimioterapia, dormindo numa casa de madeira velha, você 
trabalhando de diarista e eu aqui... 
 
- Calma amor, não fala mais nada, está nascendo os 
primeiros fios de cabelos no nosso filho, eu acredito que ele 
vai sarar e vai jogar bola com você. 
 
 
Cena 03: 
 
 
Personagens: 
Frente da casa de D. Ruth, fechada agora de balaustras a 
qual divide de uma antiga oficina, com alguns carros velhos. 
 
Eduardo, D. Ruth e Rebeca. 
 
 
 
Eduardo: 
 
 
D. Ruth: 
 
 
Eduardo: 
 
 
D. Ruth: 
 
 
 
 
Eduardo: 
 
 
 
 
Rebeca: 
 
Eduardo brinca de bola, no quintal é uma bola leve e de vez 
em quando grita o nome da avó. 
 
- Vovó vem me ver marcar mais gol. 
 
 
-(Atende o chamado do neto e vem e aplaude) – Lindo! 
Lindo! A vovó quer mais gol. 
 
-(Mostrando ainda alegre com atenção da avó, grita) – Sou 
igual o papai. Não é vovó. 
 
- Claro meu neto, e vai ser igual o papai. 
 
Eduardo, para de jogar um momento pega a bola nas mãos e 
vem ao encontro da avó. 
 
- Vovó fala pra mim, o papai vai vir no meu aniversario. 
 
(Nesse momento alguém mexe no portão, é Rebeca 
chegando, Eduardo corre até ela e abraça). 
 
-Papai lhe mandou um beijo meu filho e se o juiz autorizar 
ele vai vir no seu aniversario. 
 
Eduardo: 
 
- Ele vai tirar uma foto de campeão comigo mamãe. – 
(Imagina um retrato que tem na parede). Beija o rosto de 
Rebeca. –(Volta a correr e jogar bola). 
 
Cena 04: 
 
Personagens: 
Pavilhão 06, cela 04. O modelo horrível de prisão. 
 
Policiais, presos e Juciê. 
Juciê: 
 
 
 
 
 
Presidiário 1: 
 
Juciê: 
 
 
Presidiários: 
 
 
 
Juciê: 
 
 
 
 
(Após despedir da esposa e que ela se retira, vira para trás 
e vê dois presidiários dos oitos que ali estão com ele, 
fazendo gracinhas referindo se a Rebeca) – Eu não estou 
entendendo. Vocês estão criticando de quem. .. quem é a 
gostosa que vocês estão falando. 
 
- A gata que falava com você. 
 
- Me respeitem exijo respeito à minha mulher. 
 
 
-(Gritam em coro) – Sua mulher, sua mulher!!! –(Nesse 
momento os dois primeiros se aproximam dele e tentam 
segurar). – Ela também pode ser nossa. 
 
- (Num ímpeto de rapidez Juciê se atira contra ambos e 
violentamente numa fúria inédita, nocauteia numa só 
pancada os dois deixando os desmaiados frente aos olhares 
perplexos dos demais). - Mais alguém preparado para me 
enfrentar. – (Nenhuma resposta se ouve. A policia chega 
correndo). 
 
Cena 05: 
 
 
Personagens: 
Frente da casa de D. Ruth, fechada agora de balaustras a 
qual divide de uma antiga oficina, com alguns carros velhos. 
 
Eduardo, Mariel e D. Ruth e Rebeca. 
 
 
 
 
 
 
 
Eduardo: 
 
 
Eduardo continua jogando bola, enquanto D. Ruth está 
estendendo algumas peças de roupas no varal e Rebeca 
molha as flores de um grande vaso ao lado da porta de 
entrada. 
De repente alguém bate palmas na entrada no portão, e 
Eduardo ao ver corre para os braços da mãe. 
 
- Não atenda mamãe, não atenda, por favor, esse homem 
tem olho de mal. –(Ele salta no colo da mãe dele, como se 
já conhecesse antes, enquanto D. Ruth vai ao portão para 
 
 
Mariel: 
 
 
D. Ruth: 
 
 
Mariel: 
 
 
D. Ruth: 
 
 
 
 
Mariel: 
 
 
 
 
 
Eduardo: 
 
 
Rebeca: 
 
 
 
 
 
Rebeca: 
 
 
 
 
D. Ruth: 
atendê-lo). 
 
- Oi D. Ruth não vai convidar-me para entrar. 
 
 
- O que você quer na minha casa Mariel. Depois, de tudo 
que você fez. 
 
- Esqueceu que eu sempre fui amigo de seu genro D. Ruth 
quero saber noticiasdele. 
 
- Ele está exatamente no lugar que você colocou ele, tirou 
dele até o direito dele conhecer o próprio filho. Por favor vá 
embora, eu não te suporto mais, vá antes que eu chame a 
policia. 
 
- Tudo bem, eu vou D. Ruth, porém, muito em breve a 
senhora a de me ver. Adeus. –(Falando assim se retira, 
após limpar os óculos). 
 
D. Ruth retorna ao lado do neto e da filha. 
 
(Ainda no colo de sua mãe) – Ele é mau, vovó, muito mau. 
Ai... (Ele sente uma dor) 
 
 – O que foi meu filho. O que está doendo. Mamãe olha, ele 
está suando. 
 
D. Ruth pega um pano para passar no rosto do neto, de 
repente ele tosse. O pano fica vermelho. 
 
- Meu Deus, meu filho não está bem... O que foi meu filho. 
 
Eduardo começa a gemer, D. Ruth pega do braço da filha 
que se desespera. 
 
(Eduardo geme) – Calma minha filha, o seu filho vai 
melhorar, liga no hospital agora. (Ele continua a gemer). 
 
 
Cena 06: 
 
Personagens: 
Sala do diretor do presídio. 
 
Diretor, dois policiais e o atendente ao telefone. 
Diretor: - Eu quero que dêem uma correção em Juciê, levem o para a 
 
 
Policial 1: 
 
 
 
Diretor: 
 
 
 
Policial 2: 
 
Diretor: 
 
 
 
 
 
 
Atendente: 
 
 
 
Do outro lado 
da linha: 
Rebeca. 
 
 
Atendente: 
 
 
Rebeca: 
 
Atendente: 
cela disciplinar. 
 
- Mas eu ouvi dizer que ele estará recebendo o direito a ir a 
casa dele daqui a dois dias, para conhecer o filho e 
participar do aniversario da criança. 
 
- Esqueça disso e faça o que estou lhe mandando, quanto a 
liberação já pode dizer que suspendi, pois, eu mesmo falarei 
com o juiz. 
 
- Doutor... 
 
- Chegam de conversas, eu mesmo irei com vocês para levá-
lo a cela disciplinar. (Levanta e sai, sendo seguido pelos 
policiais e observado pelo atendente). – Vocês têm que me 
atender. 
 
(O telefone toca). 
 
- Dona eu não posso fazer nada, o diretor transferiu ele a 
uma cela disciplinar. Eu sei entendo a sua razão, mais quem 
manda não é nós. 
 
 
 
- Meu filho foi encaminhado muito mal ao hospital. Eu 
tenho que falar com meu marido. 
 
- Torço pela saúde do teu filho, porém, suspenderam toda 
regalia de seu esposo. Não vai adiantar a senhora insistir. 
 
- E se Deus o livre meu filho morrer. 
 
- Dona não pense nisso, e mesmo assim a situação não é tão 
fácil. 
 
Cena 07: 
Personagens: 
Pronto socorro do hospital 
Médicos, atendentes, Eduardo e D. Ruth. 
 
 
 
 
 
 
A correria é muito grande, aparelhos e tentativas de 
reanimá-los, Eduardo está deitado na maca enquanto que D. 
Ruth contempla a angustia do filho. Ela por instante se 
lembra da frase de Mariel que dizia: - Tudo bem, eu vou D. 
Ruth, porém, muito em breve a senhora a de me ver. Adeus. 
 
Medico: - (Conversar com a equipe e depois fala com os atendentes) 
– Podem encaminhar o paciente para o CTI. – (A equipe 
obedece enquanto ele se aproxima de D. Ruth) – A senhora 
vai poder ir para casa, qualquer coisa informamos a senhora, 
porém, que lhe adiantar, a situação de seu neto é só Deus. 
Para nós já fizemos o que tínhamos que fazer. 
 
D. Ruth chora e sem dizer uma só palavra se retira. 
 
Cena 04: 
 
Personagens: 
Pavilhão 06, cela 04. O modelo horrível de prisão. 
 
Policiais, presos e Juciê e o diretor do presídio. 
Diretor: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juciê: 
 
 
 
Diretor: 
 
(Chegando a porta da cela, observa Juciê sentado a um 
canto, muitos presos o contemplam). - Podem algemar ele, 
levo o para cela disciplinar, lá é o lugar para valentes. 
 
Os policiais atendem a ordem do diretor, abrem a cela e 
algemam, Juciê que deixa aquele lugar sob o olhar confuso 
de alguns. O diretor acompanha pelo corredor rumo a cela 
disciplinar. 
 
- Meu filho, eu amo você. – (Parecia contemplar o seu 
filho, porém, de nada sabia a respeito da enfermidade). - 
Para mim você ainda é o filho que não nasceu. 
 
-(Alterado) – Cale você não tem direito a reclamar. 
 
Cena 05: 
 
 
 
Personagens: 
Sala da casa de D. Ruth. (Desta vez menor e a mobília que 
antes tinha cada qual em seu lugar, algumas estão sobre o 
outro devido o espaço). 
 
Rebeca e D. Ruth. 
Rebeca: 
 
 
 
 
 
Eduardo: 
 
 
 
 
-(Sentada em uma das poltronas ao lado de sua mãe) - Eu 
tenho mamãe de meu filho não resistir, estava sonhando 
com o aniversario dele, agora até a visita no presídio está 
proibida, Juciê, só vai sair da disciplina um dia após o 
aniversario de Eduardo. 
 
- Calma minha filha, pois, eu acredito que Eduardo vai sair 
dessa e Juciê também vai voltar para casa. 
 
O celular de D. Ruth toca: 
 
D. Ruth: 
 
 
 
 
 
D. Ruth: 
- Alo quem fala, é do hospital, alguma coisa com o meu 
neto. –(Rebeca levanta e se aproxima da mãe) - Quer a 
nossa presença ai. Sim claro, já estamos indo. 
 
Rebeca começa a chorar, D. Ruth desliga o celular. 
 
- Calma filha, vamos correr para o hospital. Seja tudo o que 
Deus quiser. 
 
 
Cena 06: 
 
 
 
Personagens: 
Cela disciplinar, pequena com apenas um colchão sem 
lençol jogado a um canto, e a entrada de um banheiro sem 
porta. 
 
Juciê e um policial como segurança. 
 
 
 
 
 
Juciê: 
 
 
 
Policial: 
Juciê caminha por entre a cela com dificuldades, pois seus 
pés estão presos um ao outro por uma pequena corrente, 
parecido a um animal ele começa a pensar. 
 
- Seu aniversario está chegando meu filho, e eu não vou 
poder ti ver, todo o meu sonho está sendo destruído, me 
perdoe eu não tenho culpa. –(Senta no colchão e chora). 
 
(Sentado em uma cadeira próximo a porta). -Pare de chorar 
ai o, afinal você teria que ter pensado antes de querer ser 
machão. 
 
 
Cena 07: 
Personagens: 
Recepção do hospital 
Rebeca, D. Ruth e um médico, além de funcionários e 
pessoas que transitam por ali. 
 
 
 
Medico: 
 
 
D. Ruth: 
 
Rebeca: 
 
 
Medico: 
Após passarem pela recepção, D. Ruth e Rebeca são 
recebidas por um medico que as chamam a um lado. 
 
- Na verdade nós não podemos deixá-las enganadas e 
precisamos que tenham forças. 
 
- Pode dizer doutor, o que está acontecendo com meu neto. 
 
- Mamãe, o Eduardo estava bem, ele é meu filho, onde ele 
está. 
 
- Calma mãe, não podemos fazer mais nada, fizemos o que 
 
 
 
 
 
 
D. Ruth: 
 
 
podíamos, mesmo assim ele entrou em coma, e a respiração 
dele é só por aparelhos. Suportem. a criança não pode 
sofrer. 
 
D. Ruth abraça a filha. 
 
- Doutor, faça o melhor pelo meu neto. (Frente ao médico 
as duas choram). 
 
Cena 08: 
 
Personagens: 
Sala do diretor do presídio. 
 
Diretor, e o atendente ao telefone. 
 
Atendente: 
 
 
 
 
 
 
Diretor: 
 
 
 
Atendente: 
 
 
 
 
 
Diretor: 
 
Atendente: 
 
-(fala ao telefone) – Mas senhora, ele rebelou na cela, 
espancou e feriu dois outros presos, esse é o motivo que ele 
foi levado para cela disciplinar. 
 
O diretor que ouvia o telefone na escrivania ao lado 
indignou se e falou para o atendente. 
 
- Diga para a sogra desse canalha, que ele não será liberado 
hoje, somente amanhã depois das dez, daí sim, nós iremos 
saber se ele vai ou não no aniversario do filo dele. 
 
- Doutor mais ela não está se referindo ao aniversario da 
criança e sim... – (O atendente estava um tanto estranho e 
voz um tanto gaguejada, porém, o diretor interrompeu 
tomando o fone da mão dele e desligando o aparelho. Em 
seguida se retirou). 
 
É ordem minha. –(Falou ao se retirar). 
 
– O filho dele morreu. – (Falava em voz baixa enquanto o 
diretor deixava a sala, porém não ouviu). 
 
Cena 09: 
 
 
 
Personagens: 
Cela disciplinar, pequena com apenas um colchão sem 
lençol jogado a um canto, e a entrada de um banheiro sem 
porta. 
 
Juciê e um policial como segurança, mais policiais e dois 
enfermeiros. 
 
 Juciê se retorcia sobre o colchão demonstrando que estava 
 
 
Policial: 
 
Juciê: 
 
Policial: 
com forte dor. 
 
(Chegando próximo a grade) – O que está acontecendo. 
 
- Muitas dores no rim moço. 
 
 - fica quieto que vou chamar alguém para lhe atender. – 
(Caminha rapidamente pelo corredor). 
 
Juciê olha e percebe que está sozinho daí muda o 
semblante, mostrando que não sente nada, é apenas uma 
grandedesculpa para sair daquele lugar. . 
Momento depois o policial retorna acompanhado de mais 
dois policiais e dois enfermeiros. Sem dizer nenhuma 
palavra abre a porta da cela e ajudam o a subir em uma 
maca e saem seguindo o corredor rumo à enfermaria. 
 
Cena 10: Cemitério municipal. 
Personagens: Rebeca, D. Ruth, Mariel e pessoas que seguem um cortejo e 
ajudam no sepultamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
D. Ruth: 
 
 
Rebeca: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rebeca sem dizer uma palavra, segue chorando, abraçada 
com a mãe, enquanto o corpo do filho segue a frente, varias 
pessoas seguem atrás. 
Ao chegar no local ela observa a sepultura sendo fechada, 
em seguida, varias pessoas colocam flores sobre a sepultura, 
de repente, D. Ruth levanta os olhos e entre os presente ela 
vê Mariel de óculos escuros, no mesmo jeito que Eduardo 
viu no dia em que ele teve medo e agarrou nos braços da 
mãe Rebeca. D. Ruth lembro se da frase que Mariel falou 
naquele dia. “Tudo bem, eu vou D. Ruth, porém, muito em 
breve a senhora a de me ver”. Adeus. 
 
-Filha. Vamos embora. –(Puxando a filha pelos braços) – e 
sinto vontade de sair daqui. 
 
-Não estou entendendo porque a senhora está eufórica. –
(Mesma assim Rebeca chorando seguiu a mãe, deixando 
para trás o filho que o amava). 
 
D. Ruth olhava para trás e parecia ver que Mariel lhe seguia 
por trás das sepulturas. Chegando perto do segurança do 
cemitério elas pararam e ele ao passar por ela, deu um 
pequeno sorriso e arrumou os óculos, momento em que 
Rebeca também a viu e compreendeu a pressa da mãe. 
 
Mariel: 
 
- Tudo bem D. Ruth, tudo bem Rebeca que bom a gente nos 
ver novamente. 
 
Sem obter nenhuma resposta, ele continuou caminhando 
enquanto elas ficaram aborrecidas naquele local. 
 
Cena 11: 
 
Personagens: 
Enfermaria do presídio 
 
- Juciê, o enfermeiro e o diretor do presídio. 
 
Diretor: 
 
Enfermeiro: 
 
 
Diretor: 
 
Juciê: 
 
 
Diretor: 
 
 
 
Juciê: 
 
 
Diretor: 
 
 
-(Entrado na enfermaria) - Como ele está. 
 
- Ele já tomou a medicação necessária, daqui a alguns 
minutos ele já pode retornar a cela e ficar de repouso. 
 
- Quero que não demore mandar ele de volta para cela. 
 
- (Erguendo um pouco a cabeça) – Doutor eu quero ver o 
meu filho, amanhã é o aniversario dele. 
 
- Sua esposa e sua sogra já tomaram conhecimento, que 
você não será liberado amanhã, pois, deverá ficar mais uns 
dois dias na cela disciplinar. 
 
- Doutor, por favor, eu não conheço meu filho, ele está 
doente me ajude, por favor. 
 
- É bom você ficar bonzinho e amanhã depois da visita irá 
pensar. 
 
 
Cena 12: 
 
Personagens: 
Sala do diretor do presídio. 
 
Diretor, e o atendente ao telefone. 
 
 
 
 
Diretor: 
 
Atendente: 
 
 
O diretor retorna a sua sala e ao entrar vai direto para sua 
escrivania e começa a desfolhar uns papeis, levanta os olhos 
e observa que o atendente está lhe olhando sem parar. 
 
- Porque me olha dessa forma, William. 
 
- Quero lhe falar algo, porém, tenho medo doutor. Sim, é a 
respeito do preso Juciê. 
 
Diretor: 
 
Atendente: 
 
 
Diretor: 
 
Atendente: 
 
 
 
Diretor: 
 
Atendente: 
 
 
Diretor: 
 
 
Atendente: 
 
Diretor: 
 
 
 
 
 
Atendente: 
 
- Pois, então fale e não tenha o que temer. 
 
- O senhor se lembra que amanhã é o aniversario do filho 
dele, e que a criança estava doente. A mãe dele me ligou. 
 
- Sim. E o que tem isso. 
 
- Acontece que no momento que o senhor desligou o 
telefone que estava comigo, a vó da criança estava me 
dizendo que o menino havia falecido. 
 
-(Assustado) – O que. Você esta brincando. 
 
-Não doutor, eu não estou brincando, e sim o senhor, não 
quis me ouvir. 
 
- Vou agora pedir para levá-lo a cela normal, e daí levarei 
até o velório. 
 
- Não adianta mais doutor, pois, o corpo já foi sepultado. 
 
- Não vou dizer nada para ele, vou apenas vou apenas voltar 
para cela normal, tirarei da disciplina e amanhã após falar 
com a psicóloga, levarei para ver sua família. 
 
O atende ficou olhando enquanto o diretor se retira. 
 
- Como esse homem é mal. 
 
 
 
Cena 13: 
 
 
Personagens: 
Quarto de um hotel, uma cama de casal, um guarda roupas e 
um televisor ao canto, além de algumas malas. 
 
Mariel, uma mulher e investigador e dois policiais. 
 
 
 
Mariel: 
 
 
 
 
 
Mariel está deitado, ao lado uma mulher, ambos seminus, o 
televisor está ligado. De repente alguém bate a porta. 
 
- Quem será. –(Levanta correndo e veste um short, a mulher 
faz um mesmo com um vestido) – Um momento já vai. 
 
Quando ele abre a porta, surpresa ao ver dois policiais 
acompanhando um oficial. 
 
Mariel: 
 
 
Oficial de 
justiça: 
- Não estou entendendo. 
 
 
 
- Não precisa entender, é uma ordem judicial, o senhor está 
preso. 
 (Os policiais algemam os dois e em seguida leva-os). 
 
Cena 14: 
 
 
 
Personagens: 
Quarto de Rebeca na casa de D. Ruth, a mesma mobília que 
antes existia, porém, agora um quarto menor e moveis 
empilhados. 
 
Rebeca e D. Ruth. 
 
 
 
 
Rebeca: 
 
 
D. Ruth: 
 
 
Rebeca: 
 
 
 
 
D. Ruth: 
 
 
 
Rebeca: 
 
 
 
D. Ruth: 
 
Rebeca ao lado da mãe desfolha os álbuns de fotografias do 
filho e do esposo, em lagrimas elas contemplam. 
 
- Meu filho estava tão bonito mamãe. Amanhã ele ia fazer 
cinco aninhos, o sonho de meu filho foi interrompido. 
 
- Vai ser muito difícil se o pai dele conseguir amanhã a 
liberação, para vir conhecer o filho. 
 
- Nem pensa nisso mamãe, acho que ele não vai conseguir a 
liberdade, por isso, amanhã eu quero vê-lo na visita, e vou 
pedir para o advogado analisar o que aconteceu e por que o 
impediram de vir no velório do filho. 
 
- Mariel causou tudo isso, apenas porque Juciê não recebeu 
o pagamento no dia da luta, de campeão a derrotado a vida 
de meu genro se tornou. 
 
- É verdade mamãe, ganhou tantas lutas pela vida afora e 
perdeu dentro da própria casa, afinal não conheceu o próprio 
filho, que nasceu no dia em que ele viajou. 
 
- Você está triste, porém, viveu ao lado de seu filho mas, 
para Juciê foi o filho que não nasceu. 
 
 
Cena 15: 
 
Personagens: 
Pavilhão 06, cela 04. O modelo horrível de prisão. 
 
Juciê alguns presos e um agente policial. 
 É madrugada, chove na cidade, uma chuva um tanto fina, as 
 
 
 
 
Juciê: 
 
 
 
Agente 
policial: 
 
 
 
Juciê: 
 
Agente 
policial: 
 
Juciê: 
 
 
Agente 
policial: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juciê: 
 
 
 
 
Presidiário: 
 
 
Juciê: 
 
 
luzes parecem escura e no presídio os presos todos dormem. 
O agente policial caminha a passos lentos com as mãos para 
trás, Juciê planeja algo em sua cela. 
 
(Em pé próximo a grade, pensando) – hoje é o aniversario 
de meu filho, eu tenho que arrumar jeito de ir vê-lo. 
 
 
 
- (Ao ouvir ele falando um tanto alto, como se tivesse 
resmungando, para olha para ele e pergunta) – O que está 
falando. 
 
- Hoje é aniversario de meu filho e eu não vou poder ir ver. 
 
 
- Quantos anos irá fazer: 
 
- Cinco anos, porém, eu nunca vi viajei no dia em que ele 
nasceu e depois fui preso. 
 
 
- Então você é uma tranqueira. Merece mesmo ficar 
enjaulado, morrer, mofar nessa privada. – (Falando assim se 
retira para um lado, Juciê fica olhando e maquinando o que 
fazer). 
 
Juciê olha para os parceiros que estão deitados nos beliches, 
observa na parte de baixo um deles que está de olhos 
abertos observando tudo. Juciê aproxima dele e dá sinal para 
que ele se levante sem saber o porquê o preso se levanta e 
aproxima de Juciê, enquanto os demais dormem. 
Juciê num ato violento salta no pescoço dele e disse: 
 
- Não grite. Entendeu não grite você vai chamar o policial e 
diga a ele que você está com muita dor, depois, eu lhe 
defendo. 
 
 
- Você está me enforcando, o que você vai fazer com ele. 
 
 
(Soltando) – O que vou fazer com ele é problema meu agora 
deita e chora com dor e diga que não pode se levantar, pra 
que ele tenha que entra aqui, fica tranqüilo eu lhe defendo 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juciê: 
 
Policial: 
 
 
Juciê: 
 
Policial: 
 
Juciê: 
 
 
 
Policial: 
 
 
Juciê:Policial: 
 
Juciê: 
depois, agora se você não fizer isso eu te arrebento depois. 
(Alterando a voz) – Eu disse vamos. 
 
 
Amedrontado o presidiário se deitou ao chão “gemendo de 
dor”, Juciê então todo disfarçado aproxima se da cela. 
 
 
- O policial... Policial. 
 
- Fala. O que você quer. 
 
 
- O cara aqui ta caído no chão com dores. 
 
(Aproximando se da cela) - Põe ele na cama. 
 
-(Disfarçando) - Não vou por não, depois, é capaz de me 
acusar de novo e novamente me levar a cela. E eu quero ver 
meu filho Eduardo. –(Riu). 
 
- Tomara que não seja mais uma das suas. – (Falou abrindo 
a cela). 
 
- Não vai chamar nenhum outro segurança pra ti ajudar. 
Bom, também não somos tão bandidos assim e além do 
mais somente eu e ele estamos acordados. 
 
O policial entra e encosta a cela da cadeia. 
 
- Não posso fazer isso, mais vou confiar em você. 
 
- Pode crer, ta comigo, ta com Deus. 
 
Juciê permanece em pé, disfarcadamente observando o 
movimento, quando ele percebe que o policial está 
procurando levantar o preso, ele se aproxima disfarçando 
ajuda e num movimento brusco, dá um golpe no policial que 
cai desfalecido no chão. 
Juciê dá sinal para que o outro preso fique calado, 
rapidamente troca a sua roupa com a do agente, pega 
aproveita que a porta está aberta, faz uma posse e pergunta 
ao preso se ele esta bonito, olha para o policial desmaiado, 
sai e tranca o cadeado da cela, jogando a chave em seguida 
para rumo ignorado. 
Disfarçadamente ele se retira, como se estivesse em serviço. 
 
 
Cena 16: Uma cela de cadeia. Pequeno cubículo de uma cadeia 
Personagens: Mariel e mais quatro presos, e dois agentes. 
 
 
Mariel: 
 
 
 
Preso 1: 
 
 
 
 
 
Mariel: 
 
 
Preso 2: 
 
 
 
 
Mariel: 
 
Carcereiro: 
Mariel leva tapa no rosto, e pontapés, dos presos. 
 
- Me deixem dormir, já é madrugada, eu já confessei, 
amanhã pela manhã chamem o delegado e diga a ele que eu 
contei Juciê não devia estar preso. 
 
- E o filho dele, que ele não conheceu quem vai ressuscitar. 
Você não está triste de por na cadeia um cara que sonhava 
ver o filho. 
 
Mariel dobra o joelho. E pede clemência. 
 
- Por favor, chamem o carcereiro eu já não aquento mais 
apanhar. Eu errei mais me perdoem. 
 
- Peça perdão a Deus e não a nós. 
 
Naquela angustia e vendo o rosto sangrando pelas pancadas, 
Mariel mesmo resolve gritar. 
 
- Carcereiro. Socorro! 
 
- Ele está cego, as vistas dele estão completamente 
estourada, parece que cegaram com objetos pontiagudos. 
 
O carcereiro aparece correndo acompanhado de mais um 
policial. E invadem a cela para socorrer enquanto os presos 
se calam diante a presença deles. Mariel é rapidamente 
retirado da cela. 
 
 
 
Cena 17: 
 
 
 
Personagens: 
O lado externo do presídio, uma rua um tanto escuro, 
mostrando ao fundo o pavilhão murado, e adiante algumas 
casas do inicio da cidade. 
 
Juciê e um moto taxista. 
 Juciê após conseguir atravessar todos o saguão, recepção, 
pátio e guarita do presídio, agora ele consegue chegar a um 
ponto de ônibus circular. Olha para os lados e teme ser 
alcançado, de repente vê um motoqueiro e percebe ser moto 
taxista, dá sinal com a mão e automaticamente é atendido, 
porém, no momento em que o motoqueiro para e retira o 
capacete da garupa no intuito de Juciê por sobre a cabeça, 
recebe uma pancada e cai deixando cair também a moto. 
Juciê levanta a mesma põe rapidamente o capacete. E disse 
antes de acelerar: 
Juciê: - Amanhã eu devolvo a sua moto. Agora vou conhecer meu 
filho. – (O motoqueiro ficou caído, enquanto ele foge). 
 
Cena 18: 
Personagens: 
Sala do diretor do presídio. 
Diretor do presídio, e vários agentes policiais. 
 
Diretor do 
presídio: 
 
-(Desesperado andando para lá e para cá) – Cerquem toda 
a cidade e saídas também, Juciê tem que ser pego vivo ou 
morto. (Pequena pausa e prossegue) – Observem que ele 
ainda teve a coragem de nos ligar e dizer que o preso não 
tinha culpa e sim ele obrigou o outro chorar de dor se não 
ele mataria. Ele está dizendo inclusive que depois que ele 
ver o filho ele retorna. Mande camburões para todos os 
cantos inclusive na casa dele. -(Alterando o tom de voz) – 
Vamos é agora. Vivo ou morto. -(Os policiais esvaziam a 
sala do diretor) – Eu também vou junto-(Se retira, dentro 
em breve ouvem se barulhos de sirene por toda a cidade). 
 
Cena 19: 
Personagens: 
Sala da casa de D. Ruth. 
D. Ruth, Rebeca, Juciê. 
 D. Ruth escutou barulhos de sirene, por essa razão, levantou 
e veio para sala. Rebeca também fez o mesmo e já 
encontrou D. Ruth na sala procurando olhar pelo buraco da 
fechadura. 
D. Ruth: 
 
 
Rebeca: 
 
 
 
 
 
D. Ruth: 
 
-(Olhando para Rebeca) - Escutei uma moto parar no portão 
e parece que alguém mexe no portão. 
 
- Credo em cruz mamãe. – (Benze o corpo com o sinal da 
cruz) – Quem será. –(Olhando para trás vê o retrato do 
marido e do filho Eduardo, pendurados a parede, abaixo 
uma frase por ela escrito “Para sempre campeões.”) – Olha 
por nós meu filho. 
 
- É um militar. Minha filha. Ele deixou a moto no portão e 
caminha para cá em passos largos. 
 
Rebeca: 
 
 
 
D. Ruth: 
 
 
 
 
 
 
Juciê: 
 
 
 
 
 
 
D. Ruth: 
 
 
 
Juciê: 
 
 
 
 
D. Ruth: 
 
 
Juciê: 
 
 
 
D. Ruth: 
 
Juciê: 
 
 
Rebeca: 
 
 
 
 
 
- Misericórdia, pois, com tantas sirenes pela cidade, já 
levaram Juciê, meu filho foi embora, e agora levará uma de 
nós. 
 
- Não pensa nisso minha filha e nem abra a porta. Pegue o 
cabo da vassoura. 
 
Rebeca obedece a mãe vai e volta com a vassoura e uma 
faca, os barulhos de sirene continua. 
De repente um grito vem lá de fora. 
 
- (Grita como um grito de alguém que está ansioso) – 
Acorda Eduardo é o papai que veio pra lhe conhecer. 
 
Elas reconhecem a voz de Juciê, D. Ruth abre a porta e 
Rebeca jogando os objetos que trazia as mão no chão, salta 
no pescoço do esposo e beija. 
 
- (Após o abraço de Rebeca e Juciê, também cumprimenta, 
Rebeca chora) – Você está lindo com essa roupa, para que 
essa farda Juciê. 
 
- (Depois de olhar o retrato do filho na parede, disse). – É 
para que o meu filho saiba que o herói dele chegou. – (Entra 
correndo no quarto e volta) – Onde está dormindo o meu 
filho... Quero vê-lo, quero abraçar, quero beijá-lo agora. 
 
- Calma Juciê, temos que conversar, sente aqui. (Aponta 
para o sofá, mesmo sem atender ele senta para ouvir). 
 
 – Conta me então o que aconteceu. Onde está o meu filho. 
(Rebeca vai para abraçá-lo e ele a empurra). - Agora eu 
quero saber onde está o meu filho. (Levanta – se). 
 
- Seu filho... Seu filho teve uma forte crise e... 
 
- É aniversario dele e ele está no hospital. – (Virou para 
sair) 
 
- (Brada em alta voz) – Não!!!!! – (Ele parou) – O nosso 
filho morreu... Sim o Eduardo morreu. (Ela chora). 
 
Desesperadamente Juciê se levanta, nesse momento ouvem 
que o camburão de sirene ligada para em frente o portão da 
 
 
 
Rebeca e D. 
Ruth: 
casa. Antes que os policiais descem Juciê corre para fora 
sendo seguido por elas. 
 
- (Ambas tentam impedir chamando o pelo nome) – Juciê... 
Juciê volte aqui. 
 
Juciê não responde ainda fardado ele corre para fora como 
se fosse de encontro aos policiais. 
 
 
Cena 20: 
 
 
Personagens: 
Frente da casa de D. Ruth, fechada agora de balaustras a 
qual divide de uma antiga oficina, com alguns carros velhos. 
 
Juciê, D. Ruth, Rebeca, o diretor do presídio e vários 
policiais. 
 
 
 
 
 
 
 
Juciê: 
 
 
 
 
 
 
 
Diretor do 
Presídio: 
 
Ao sair sendo acompanhada por Rebeca e D. Ruth e 
parecendo ir ao encontro dos policiais antes de 
desembarcarem da viatura Juciê com o revolver que trazia 
na cintura que também pertencia ao agente policial, agora 
em suas mãos ele grita em altíssima voz. 
 
- E-du-ar-do! Volte Eduardo. – (O grito parecia ecoar). 
 
De repente um tiro tira o silencio da noite que ainda 
chuviscava. O corpo de Juciê toma por terra sem vida na 
presença de sua família. Rebeca chora sobre o corpo e 
policia chega na hora. Admirados e perplexos peloque via. 
 
 
 
- (Se afasta um pouco e sozinho escorado em um velho 
carro) – Me perdoe Juciê... Eu tenho que no céu o seu 
pequeno Eduardo esta a lhe esperar. 
 
 
Assim termina a estória de um eterno campeão, lutou para 
vencer e morreu sem ser vencedor. 
 
Fim

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