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QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES EM ESPERA DE REABILITAÇÃO PROTÉTICA NO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ

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QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES EM ESPERA DE REABILITAÇÃO
PROTÉTICA NOMUNICÍPIO DE CHAPECÓ
Eduarda Kleinebing
Gabriely Cordeiro Fortes
Kaue Oselame
Nicóly Pompermaier Pereira
1 INTRODUÇÃO
A cidade de Chapecó, localizada ao oeste de Santa Catarina, consta com uma
população residente de 254.785 mil habitantes, divididos em uma área territorial de 624.846
km2, sendo a 6° maior em população e a 32° maior no estado de Santa Catarina, Possui 59
estabelecimentos de saúde pública espalhados pelo seu território, sendo um deles o Centro de
Especialidades Odontológicas (CEO). (IBGE 2023).
Conforme o site da cidade de Chapecó (2024), o CEO de Chapecó oferece a chamada
atenção secundária em saúde, sendo elas atendimentos e procedimentos nas áreas de cirurgia
oral menor, estomatologia, atendimento a portadores de necessidades especiais, periodontia,
radiologia, endodontia e o atendimento para a reabilitação protética dos pacientes
necessitados. O serviço trata os pacientes que necessitam de reabilitação oral por dentes
perdidos, fornecendo próteses totais (dentaduras) ou próteses parciais removíveis, quando
ainda há dentes em boca. O encaminhamento é dado pelo cirurgião dentista da Unidade
Básica de Saúde (UBS) em que o paciente foi atendido e são necessárias aproximadamente 4
consultas no CEO e após isso as consultas de ajustes realizados para melhor atender o
paciente.
A qualidade de vida dos pacientes que aguardam a obtenção de próteses dentárias
através do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) é uma preocupação central em
saúde pública. Em um estudo realizado pelo SB Brasil (2010), foi apresentado o grau de
edentulismo, sendo que o parâmetro foi pelo uso e pela necessidade de prótese dividido em
grupos de faixa etária entre 15 a 19, 35 a 44 e 65 a 74 anos para o Brasil e regiões. Dessa
forma, foram obtidas as seguintes informações:
● 15 a 19 anos: Para maxila e mandíbula, 13,7% necessitavam de reabilitação protética
no Brasil e 9,2% no sul. 96,3% não usavam próteses dentárias superiores. Entre os
usuários (3,7%), a maioria (3,2%) usava uma ponte fixa. Próteses totais foram
encontradas apenas na Região Sudeste (0,3%). 99,4% dos jovens não usavam próteses
dentárias inferiores. Apenas 0,6% usava uma ponte fixa e 0,1% usava prótese parcial
removível, presente apenas na Região Nordeste. No sul, 97,6% não usavam
próteses dentárias superiores, e 1,9% usavam ponte fixa. 0,0% de pacientes com
próteses totais. 0,3 usavam prótese inferior, sendo que 0,2 usava prótese parcial
removível.
● 35 a 44 anos: Para maxila e mandíbula, 68,8% necessitavam de reabilitação protética
no Brasil e 62,9% no sul. 67,2% não usavam próteses dentárias superiores. A maioria
dos usuários usava prótese parcial removível (16,0%), sendo a maior porcentagem na
Região Nordeste (22,9%). A prótese total foi o segundo tipo mais usado, com 9,1% de
usuários. 89,9% não usavam prótese dentária inferior. Entre os usuários, a maioria
usava prótese parcial removível (5,3%), seguida de 2,3% que usava prótese total.
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Apenas 31,2% dos examinados não necessitavam de prótese, sendo a maior
necessidade a de prótese parcial em um maxilar (41,3%), seguida de 26,1% que
necessitavam de prótese parcial nos dois maxilares. No sul, 65,3% não usavam algum
tipo de prótese superior, sendo a maioria prótese total (14,5%), e 6% usava 1 ponte
fixa, 1,7% mais de 1 ponte fixa, 11,5% prótese parcial removível e 1% de prótese fixa
+ removível. Já na arcada inferior, 87,9% não usavam algum tipo de prótese inferior.
O maior uso de prótese foi a prótese parcial removível com 5,2%, dando sequência
para 3,1% dos usuários para prótese total, 2,4 com 1 ponte fixa, 1,1 com mais de 1
ponte fixa e 0,3 com ponte fixa + removível.
● 65 a 74 anos: para maxila e mandíbula, 92,7% necessitavam de reabilitação protética
no Brasil e 87,3% no sul. Apenas 23,5% não usavam algum tipo de prótese dentária
superior. A porcentagem de usuários de prótese total foi de 63,1% para o Brasil,
variando de 65,3% na Região Sul a 56,1% na Região Nordeste. 46,1% não usavam
prótese inferior, sendo maior nas regiões Norte e Nordeste (55%). A porcentagem de
usuários de prótese total foi de 37,5% para o Brasil. Apenas 7,3% dos indivíduos não
necessitavam de prótese dentária. A maior necessidade foi a de prótese parcial em um
maxilar (34,2%), seguida de 20% que necessitavam de prótese parcial para dois
maxilares e 17,9% que necessitavam de prótese total em um maxilar. No sul apenas
16,5% do público não fazia o uso de prótese. 65,3% do público fazia o uso de prótese
total, 11,1% com prótese parcial removível, 5,0% com 1 ponte fixa, 1,2% com prótese
fixa + removível e 0,9% com mais de 1 ponte fixa.
Conforme as informações fornecidas, é possível analisar que quanto maior a idade, mais
prevalente é a necessidade de prótese, dessa forma em todas as regiões é visível que o grupo
de 64 a 74 anos é o que mais necessita de reabilitação protética.
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Nesta pesquisa transversal, serão utilizadas entrevistas com usuários do Sistema Único
de Saúde (SUS) que se encontram em lista de espera ou aguardando a entrega de próteses pelo
CEO de Chapecó, Santa Catarina. O CEO desempenha um papel crucial na melhoria da saúde
bucal da população, especialmente daqueles que dependem do SUS para acesso aos serviços
odontológicos.
Utilizando entrevistas como instrumento de coleta de dados, iremos abordar um
número representativo de pacientes em espera de Prótese Total e/ou Prótese Parcial
Removível. Estas entrevistas permitirão uma análise detalhada da qualidade de vida dos
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pacientes, considerando aspectos físicos, emocionais e sociais. Além disso, relacionamos as
respostas obtidas com as atividades e estatísticas do CEO, buscando identificar pontos de
melhoria e avaliar o impacto das políticas e serviços odontológicos oferecidos.
Esta pesquisa se justifica, pois visa contribuir para o aprimoramento dos serviços
odontológicos oferecidos pelo CEO de Chapecó, fornecendo visões valiosas sobre as
necessidades e experiências dos pacientes em espera de próteses dentárias. De acordo com
Izaque, Rangel, Inocencio e Rodrigues (2021), o edentulismo traz diversas questões à saúde
oral e geral. Entre seus prejuízos, destacam-se problemas funcionais, nutricionais, estéticos,
psicológicos e sociais, assim interferindo de forma negativa na qualidade de vida e autoestima
da pessoa. Além disso, ocasiona maior risco de doenças sistêmicas, até mesmo de origem
cardiovascular e metabólica, e assim maior risco de mortalidade. Ao compreender melhor as
demandas e desafios enfrentados por esses pacientes, podemos trabalhar para garantir uma
assistência odontológica mais eficaz e centrada no paciente, promovendo assim uma melhor
qualidade de vida para a comunidade atendida pelo SUS nesta região.
Com esse estudo, será avaliado a situação atual de pacientes em espera de um
tratamento reabilitador protético oferecido à população de Chapecó – SC por um CEO, visto
que a ausência dentária é um grande problema de saúde bucal que vem acometendo adultos e
idosos. Essa ausência pode afetar a capacidade mastigatória, autoestima e fonação, além de
estar associada ao surgimento ou agravamento de algumas doenças bucais segundo o
Ministério da Saúde.
2 OBJETIVO
O objetivo principal deste roteiro de pesquisa é: avaliar a qualidade de vida de
pacientes em espera de próteses totais e/ou parciais no Centro de Especialidades
Odontológicas de Chapecó–SC. Os objetivos secundários são avaliar a condição de
tratamento, na visão dos pacientes, oferecida pelo CEO, para futuramente gerar melhorias;
refletir sobre como a falta de tratamento protético influência na vivência dos usuários de
saúde;
3 METODOLOGIA
Essa pesquisa será realizada por meio de entrevistas com pacientes que estão em
estado de espera do CEO de Chapecó. Os entrevistados serão selecionados a partir da
pesquisa prévia no sistema de espera do próprio CEO, visando os usuários com maior tempo
na fila de espera de próteses a serem atendidas. Será marcado um horário e local com o
paciente para a realizaçãoda entrevista, em casos em que o entrevistado não tem a
possibilidade de sair de casa, a equipe poderá ir à sua casa para a realização da entrevista. No
dia da entrevista, a equipe deverá gravar a conversa e guardá-la para sucessiva consulta na
hora de anotação dos resultados. A entrevista deverá conter as perguntas a seguir, sempre
deixando o paciente à vontade na composição de suas respostas, e mantendo o paciente em
anonimato:
● Qual a sua idade?
● Mora em Chapecó? Se não, em qual localidade?
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● Algo lhe incomoda ou incomodou enquanto espera a sua prótese (fisicamente,
mentalmente, funcionalmente)?
● O que mais lhe incomoda nesse tempo de espera para o recebimento da
prótese?
● Qual o prazo que deram para recebimento da prótese?
● Qual é o tempo em que você está esperando essa prótese?
● Como você avalia a qualidade do atendimento no Centro de Especialidades
Odontológicas?
● O que você mais espera do tratamento?
● É a sua primeira prótese que faz ou é uma troca?
● Qual ou quais são os agravos/doenças que causaram a perda dentária?
● Quanto tempo tem o agravo que o fez ir atrás da prótese?
● Há quanto tempo você sente que necessita da prótese?
● Procurou outros lugares para fazer a prótese anteriormente?
● Quais os motivos de procurar o SUS para a realização da prótese?
● Alguma coisa a acrescentar sobre a qualidade de vida que você está levando
antes da recepção de sua prótese?
De acordo com as respostas obtidas dos pacientes, a equipe deverá sintetizar as
respostas, e anotá-las de forma geral para uma comparação posterior de resultados, sem que a
opinião do entrevistado seja mudada. A entrevista na íntegra deverá ser escrita e
disponibilizada para visualização ao término de todas as pesquisas.
Os instrumentos necessários para a entrevista serão gravadores de voz, cadernos e
computadores para possíveis anotações e posterior transcrição da entrevista.
Além das perguntas específicas, nos idosos que estão à espera das próteses será usada
a ferramenta Geriatric Oral Health Assessment Index (GOHAI) nacionalizada para o
português por Carvalho, et al.(2013), que contém questões para avaliação de condição de
saúde oral dos idosos, contendo ao total 12 perguntas relacionadas à função física: padrões de
mastigação, fala e deglutição; função psicossocial: preocupação com a saúde oral, satisfação
ou não com a aparência, autoconsciência sobre a sua saúde oral e restrições a contato social
devido a problemas orais; dor ou desconforto: sobre qual a medicação para dor ou
desconforto.As respostas são obtidas na escolha de uma entre 6 categorias, que vão de
“Sempre” para “Nunca”, enumeradas de 1 a 6. Esse questionário deve ser aplicado e seus
resultados serão atribuídos e comparados com a entrevista dada pelo paciente, obtendo-se
assim medidas quantitativas.
REFERÊNCIAS
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de Vigilância em
Saúde. SB Brasil 2010: Pesquisa Nacional de Saúde Bucal: resultados principais /
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. –
Brasília : Ministério da Saúde, 2012.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
CARVALHO, Catarina; MANSO, Ana Cristina; ESCOVAL, Ana; SALVADO, Francisco;
NUNES, Carla. Tradução e validação da versão portuguesa do Geriatric Oral Health
6
Assessment Index (GOHAI). Revista Portuguesa de Saúde Pública, [S.L.], v. 31, n. 2, p.
153-159, jul. 2013. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.rpsp.2013.10.002. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.rpsp.2013.10.002. Acesso em: 12 mar. 2024.
CHAPECÓ. PREFEITURA DE CHAPECÓ. SERVIÇOS - saúde bucal. - SAÚDE BUCAL.
2024. Disponível em: https://www.chapeco.sc.gov.br/conteudo/443/serviCos-saUde-bucal.
Acesso em: 11 mar. 2024.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Chapecó. 2023.
Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/sc/chapeco.html. Acesso em: 11
mar. 2024.
IZAQUE, Viviane da Silva; RANGEL, Luiz Felipe Gilson de Oliveira; INOCENCIO,
Athaluama Pires da Silva; RODRIGUES, Carlos Roberto Teixeira. O Impacto do edentulismo
na qualidade de vida: autoestima e saúde geral do indivíduo. Revista Pró-Universus, [S.L.],
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http://dx.doi.org/10.21727/rpu.v12i2.2627. Disponível em:
http://editora.universidadedevassouras.edu.br/index.php/RPU/article/view/2627. Acesso em:
12 mar. 2024.
Pimentel, M. S., Toledo, O. A., Santos, A. M. Qualidade de vida relacionada à saúde
bucal: revisão da literatura. RGO. Revista Gaúcha de Odontologia, 64(1), 83-87, 2016.
REZENDE, Robson Iralla; MORI, Aline Akemi; GONÇALVES, Carolina Lupi; PAVAN,
Angelo José. Prótese dentária na saúde pública. Maringá - Pr: Revista de Odontologia da
Unesp, 2011. 6 p. Disponível em:
https://revodontolunesp.com.br/article/588018ce7f8c9d0a098b4e23/pdf/rou-40-1-12.pdf.
Acesso em: 11 mar. 2024.

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