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Biossíntese de ácidos nucléicos

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A biossíntese de ácidos nucleicos é o processo pelo qual células vivas sintetizam o DNA e o RNA, que são fundamentais para a transmissão e expressão da informação genética. O DNA é o material genético primário em organismos eucarióticos e procarióticos, enquanto o RNA desempenha diversos papéis, incluindo a transcrição do código genético, a síntese de proteínas e a regulação da expressão gênica. A biossíntese desses ácidos nucleicos é um processo altamente organizado e regulado, envolvendo uma série de enzimas, co-fatores e moléculas precursoras.
A síntese de DNA, ou replicação, é crucial para a divisão celular e a transmissão de informação genética de uma geração para a seguinte. A replicação ocorre no núcleo das células eucarióticas e no citoplasma das células procarióticas. Ela é iniciada em regiões específicas chamadas origens de replicação, onde proteínas especializadas se ligam e desenrolam a dupla hélice do DNA, criando uma estrutura conhecida como "forquilha de replicação".
A enzima chave na replicação do DNA é a DNA polimerase, que adiciona nucleotídeos complementares ao longo da cadeia de DNA desenrolada, seguindo a regra de pareamento de bases: adenina com timina e guanina com citosina. A replicação é semiconservativa, o que significa que cada molécula de DNA replicada contém uma cadeia antiga e uma nova. Esse mecanismo garante a fidelidade na transmissão do material genético.
Durante a replicação, a DNA polimerase requer uma "cabeça de ponte", ou primer, geralmente fornecido pelo RNA. Uma enzima chamada primase sintetiza esse primer para iniciar a replicação. Outro elemento importante é a atividade de proofreading da DNA polimerase, que verifica e corrige erros durante a síntese, reduzindo a taxa de mutações.
Já a biossíntese de RNA, conhecida como transcrição, ocorre no núcleo de células eucarióticas e no citoplasma de procarióticas. Ela envolve a cópia de uma parte do DNA para formar uma molécula de RNA. A enzima chave aqui é a RNA polimerase, que se liga a regiões específicas do DNA chamadas promotores e começa a sintetizar uma cadeia de RNA, seguindo a mesma regra de pareamento de bases, exceto que no RNA, a uracila substitui a timina.
O processo de transcrição tem três fases principais: iniciação, elongação e terminação. Na iniciação, a RNA polimerase se liga ao promotor e começa a desenrolar a dupla hélice do DNA. Na elongação, a RNA polimerase adiciona nucleotídeos ao RNA em crescimento. Na terminação, a síntese é concluída e o RNA recém-formado se dissocia da RNA polimerase e do DNA.
Após a transcrição, o RNA recém-sintetizado pode sofrer modificações para se tornar funcional. No caso do RNA mensageiro (mRNA), há adição de uma "cap" no final 5', uma cauda de poli-A no final 3', e a remoção de segmentos não codificantes chamados íntrons, através do processo de splicing. O mRNA então é transportado para o citoplasma para ser traduzido em proteína.
A biossíntese de ácidos nucleicos é controlada por diversos mecanismos regulatórios. Fatores de transcrição, por exemplo, são proteínas que se ligam ao DNA para regular a transcrição de genes específicos. Modificações epigenéticas, como metilação do DNA e modificação de histonas, também desempenham um papel importante na regulação da expressão gênica, influenciando quais partes do genoma são transcritas.
Dada a sua importância, a biossíntese de ácidos nucleicos é um alvo para medicamentos e terapias. Antibióticos como a rifampicina atuam inibindo a RNA polimerase bacteriana, interrompendo a síntese de RNA. Quimioterápicos, como a doxorrubicina, interferem na replicação do DNA, inibindo o crescimento de células cancerígenas.
Em resumo, a biossíntese de ácidos nucleicos é um processo complexo e essencial para a transmissão da informação genética e para a síntese de proteínas. A replicação do DNA permite a transmissão do material genético para células filhas, enquanto a transcrição e as modificações subsequentes garantem que as células possam produzir as proteínas necessárias para suas funções. A regulação cuidadosa desses processos é fundamental para a saúde celular e para evitar doenças relacionadas a mutações e erros de replicação.

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