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HIDRÁULICA A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória, e com a Educação a Distância presente em todo estado do Espírito Santo, e com polos distribuídos por todo o país. Desde 1999 atua no mercado capixaba, destacando-se pela oferta de cursos de graduação, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 instituições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de quali- dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida nacionalmente como referência em qualidade educacional. R E I TO R GRUPO MULTIVIX R E I 2 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte) João Vitor Rodrigues de Souza Hidráulica / SOUZA, JVR - Multivix, 2022 Catalogação: Biblioteca Central Multivix 2021 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 4 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA QUADROS UNIDADE 1 Quadro 1 – Fórmulas Dimensionas 16 Quadro 2 – Coeficiente de viscosidade para diferentes fluídos a 20ºC 25 Quadro 3 – Coeficiente de viscosidade para diferentes fluídos a 20ºC 27 UNIDADE 2 Quadro 1 – Exemplos de valores “k” para acessórios 34 Quadro 2 – Exemplos de valores de coeficiente de rugosidade 38 UNIDADE 3 Quadro 1 – Variáveis existentes no sistema de sucção e recalque 51 UNIDADE 5 Quadro 1 – Características descritivas de salto hidráulico 98 UNIDADE 6 Quadro 1 – Síntese de valores de CQ encontrados em diferentes estudos 118 5 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE FIGURAS UNIDADE 1 Figura 1 – Barragem: exemplo de construção que envolve a hidráulica 10 Figura 2 – Exemplo de fluído sofrendo variação espacial 11 Figura 3 – Força normal por unidade de área exercida pelo fluido em um ponto da superfície de uma esfera de teste imersa no fluido 12 Figura 4 – A força compressiva por unidade de área associada a cada linha por meio de um ponto no fluido 12 Figura 5 – Representação do estreitamento de um canal 13 Figura 6 – Representação esquemática da redução de tubulação durante um escoamento 14 Figura 7 –Esquema do Princípio de Bernoulli 15 Figura 8 – Pallet de madeira: dimensões de comprimento (L) e massa (M) 17 Figura 9 – Dado obtido experimentalmente 18 Figura 10 – Esquematização de condutos livres 20 Figura 11 – Fluxo Laminar 21 Figura 12 – Fluxo Laminar 21 Figura 13 – Representação da viscosidade em regime (a) laminar e (b) turbulentor 23 Figura 14 – Medição da viscosidade para fluxo laminar de fluido entre duas placas da área A. 24 Figura 15 – Aspersores de incêndio 26 UNIDADE 2 Figura 1 – Abastecimento de Água 30 Figura 2 – Representação da perda de carga distribuída 32 Figura 3 – Exemplos de acessórios de tubulação 32 Figura 4 – Tubulações, válvulas e medidor de vazão 35 Figura 5 – Diagrama de Moody 36 6 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Figura 6 – Exemplificação do método de comprimento equivalente 39 Figura 7 – Exemplo de sistema 40 Figura 8 – Identificação da linha de energia e piezométrica 42 Figura 9 – Sistema de abastecimento de água 43 Figura 10 – Sistema de abastecimento de água 44 Figura 11 – Vazão marcha 45 UNIDADE 3 Figura 1 – Roda d’água 48 Figura 2 – Evolução dos dispositivos hidráulicos 49 Figura 3 – Altura Manométrica Total 50 Figura 4 – Altura Manométrica de Sucção e recalque 51 Figura 5 – Altura Manométrica de Sucção e recalque 53 Figura 6 – Sistema de bombeamento para irrigação 54 Figura 7 – Classificação de bombas hidráulicas 55 Figura 8 – Ponto de operação 58 Figura 9 – Sistema completo de curvas e fórmulas 59 Figura 10 – Curva característica 60 Figura 11 – Conjunto de Dispositivo Hidráulico 61 Figura 12 – Conjunto de Dispositivo Hidráulico 63 Figura 13 – Processo de cavitação 64 UNIDADE 4 Figura 1 – Sistema hidráulico de tubulação e bomba: exemplo de escoamento forçado 67 Figura 2 – Canal de Amsterdã: exemplo de escoamento Livres 68 Figura 3 – Canal de navegação 69 Figura 4 – Elementos geométricos no escoamento livre 70 Figura 5 – Coeficientes de manning para determinados materiais 72 Figura 6 – Variação de parâmetros ao longo do tempo 73 Figura 7 – Variação de parâmetros ao longo do espaço 74 Figura 8 – Variação de parâmetros ao longo do espaço 75 7 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Figura 9 – Variação de parâmetros ao longo do espaço 77 Figura 10 – Canal de Navegação 78 Figura 11 – Seção trapezoidal 80 Figura 12 – Seção triangular 81 Figura 13 – Seção retangular 81 UNIDADE 5 Figura 14 – Seção Circular 83 Figura 1 – tubulação 87 Figura 2 – Movimentação do fluído entre dois pontos de uma tubulação 88 Figura 3 – Sistema de referência considerando fundo do canal - z = 0 89 Figura 4 – Representação gráfica de carga específica versus profundidade 91 Figura 5 – Barragem hidráulica 93 Figura 6 – Seção de controle – Ponto a jusante 94 Figura 7 – Seção de controle – Ponto a montante 94 Figura 8 – Prática esportiva do rafting, que evolve passagens por ressaltos hidráulicos 95 Figura 9 – Macaréu formando em ondas rasas 96 Figura 10 – Macaréu avançando sobre um rio 97 Figura 11 – Macaréu avançando sobre um rio 99 Figura 12 – Energia específica 99 Figura 13 – Seção retangular 101 UNIDADE 6 Figura 14 – Seção Triangular 102 Figura 1 – Saída da mangueira (orifício) sendo comprimido 105 Figura 2 – Sistema de pivô em agricultura: técnica que utiliza bocais 106 Figura 3 – Geometria dos Orifícios 107 Figura 4 – Relação dimensional 107 Figura 5 – Características da parede 108 8 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Figura 6 – Características do regime de escoamento 108 Figura 7 – Área de contração das veias líquidas 110 Figura 8 – Variação de tubulação 111 Figura 9 – Vertedouro em barragem hidráulica 113 Figura 10 – Vertedouro 114 Figura 11 – Componente de Vertedouro 115 Figura 12 – Vertedouro retangular 115 Figura 13 – Espessura da parede 116 Figura 14 – Vertedouro sem contração, com contração lateral e com duas contrações 116 Figura 15 –Vertedouro em barragem hidráulica 117 Figura 16 – Vertedouro retangular com contração 119 Figura 17 – Vertedouro triangular 121 Figura 18 – Parâmetros geométricos do vertedor triangular 121 9 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 11 1. INTRODUÇÃO À HIDRÁULICA 13 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 13 1.1 CONCEITOS BÁSICOS 14 1.2 ESCOAMENTO UNIFORME EM TUBULAÇÕES 22 2. INTRODUÇÃO À HIDRÁULICA 33 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 33 2.1 PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS 34 2.2 SISTEMAS HIDRÁULICOS DE TUBULAÇÕES 44 3. ENERGIA HIDRÁULICA 51 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 51 3.1 SISTEMAS ELEVATÓRIOS 52 3.2 ANÁLISE DE BOMBAS HIDRÁULICAS 60 4. ESCOAMENTOS 70 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 70 4.1 ESCOAMENTO EM SUPERFÍCIES LIVRES 71 4.2 ESCOAMENTVZZO EM CANAIS EM REGIME PERMANENTE E UNIFORME. 80 5. ENERGIA E SISTEMAS DE ESCOAMENTO 89 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 89 5.1 ENERGIA OU CARGA ESPECÍFICA 89 5.2 RESSALTO HIDRÁULICO 98 6. DISPOSITIVOS HIDRÁULICOS 108 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 108 6.1 ORIFÍCIOS E BOCAIS 109 6.2 VERTEDORES 115 1UNIDADE 2UNIDADE 3UNIDADE 4UNIDADE 5UNIDADE 6UNIDADE 10 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS ICONOGRAFIA 11 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A Hidráulica consiste em uma ciência aplicada a práticas de fluidos, principal- mente líquidos em movimento. A ideia básica por trás de qualquer sistema hidráulico é muito simples: você não pode comprimir um líquido. A força ou pressão que é aplicada em um ponto em um sistema selado é transmitida para outro ponto. A força é quase sempre multiplicada no processo. Neste curso, iremos abordar conceitos e informações gerais sobre os diversos tipos de sistemas hidráulicos e seus componentes, como bombas, válvulas e controles. Discutiremos sobre tipos e regimes de escoamento, energia hi- dráulica, sistemas utilizados para transportar fluido sob pressão ou livre e, por fim, funções e tipos de dispositivos hidráulicos comumente empregados no mercado. UNIDADE 1 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 12 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA > Apresentar os principais conceitos relacionados à Hidráulica. > Compreender as novas tecnologias como fator inerente ao cotidiano dos alunos. 13 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 1. INTRODUÇÃO À HIDRÁULICA INTRODUÇÃO DA UNIDADE Os tópicos de Hidráulica abrangem a maioria das disciplinas de ciências e engenharia. De modo geral, seus conceitos básicos são importantes para en- tendimento e concepção de projetos envolvendo barragem, obras fluviais, conceitos de cobertura de inundação, controle de enchentes, controle de se- dimentos e erosão, energia hidrelétrica, entre outros (Figura 1). FIGURA 1 – BARRAGEM: EXEMPLO DE CONSTRUÇÃO QUE ENVOLVE A HIDRÁULICA Fonte: Pixabay (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de uma barragem. O objetivo desta unidade é familiarizar-se com os princípios básicos da Hi- dráulica, bem como fazer um esforço para compreender os conceitos práticos que governam o projeto e a construção de vários sistemas hidráulicos e suas aplicações. Adicionalmente, foram tratados detalhadamente os aspectos funcionais relativos aos principais componentes do sistema hidráulico, bem como aos componentes acessórios. 14 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 1.1 CONCEITOS BÁSICOS Fluidos são substâncias que se deformam contínua e permanentemente quando são submetidos a forças que variam espacialmente em magnitude ou direção (Figura 2). FIGURA 2 – EXEMPLO DE FLUÍDO SOFRENDO VARIAÇÃO ESPACIAL Fonte: Pixabay (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de uma pia, com a torneira aberta e a água escoando pela torneira. A natureza da relação entre as forças de deformação e a geometria da defor- mação varia de fluido para fluido. Os fluidos podem ser classificados como líquidos (objeto de nossos estudos), que são relativamente densos e mantêm um volume definido, e gases, que são menos densos e se expandem para encher seu contêiner. Os fluidos, tanto líquidos quanto gases, distinguem- -se dos sólidos por sua incapacidade de resistir às forças de deformação: em contraste com os sólidos, eles continuam a deformar enquanto as forças de deformação são aplicadas. 1.1.1 TIPOS E REGIMES DE ESCOAMENTO Suponha que você mergulhe uma esfera de teste sólida em um recipiente de fluido em repouso e suponha ainda que você tenha um pequeno medidor 15 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA com o qual você pode medir a força normal por unidade de área exercida pelo fluido em algum ponto da superfície da esfera (Figura 3). FIGURA 3 – FORÇA NORMAL POR UNIDADE DE ÁREA EXERCIDA PELO FLUIDO EM UM PONTO DA SUPERFÍCIE DE UMA ESFERA DE TESTE IMERSA NO FLUIDO Fonte: Elaborada pelo autor (2022). #PraCegoVer: a imagem representa um círculo, com um ponto indicando a força normal por unidade de área. Essa força por unidade de área é a pressão exercida pelo fluido na superfície da esfera. Isso provavelmente parece um conceito bastante simples. Mas a pressão do fluido é mais do que apenas isso. Agora suponha que você torne a esfera sólida cada vez menor. Você pode pensar nisso como eventualmente se tornando apenas um ponto. Então, está associada a cada linha através desse ponto, compressiva por unidade de área, direcionada para dentro de ambas, as direções ao longo da linha em direção ao ponto, com o mesmo valor que a força por unidade de área que você me- diu na superfície da esfera de teste (Figura 4). FIGURA 4 – A FORÇA COMPRESSIVA POR UNIDADE DE ÁREA ASSOCIADA A CADA LINHA POR MEIO DE UM PONTO NO FLUIDO Fonte: Elaborada pelo autor (2022). #PraCegoVer: a imagem representa um ponto qualquer e sobre ele há duas flechas, uma indicada como direção arbitrária e outra indicando o fluido, representando a força normal por unidade de área. 16 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 E o valor dessa força de compressão por unidade de área é o mesmo para todas as orientações da linha que passam pelo ponto. Esta é a essência do conceito de pressão de fluido: é uma força compressiva por unidade de área que atua igualmente em todas as direções em um ponto do fluido. O conceito de pressão de fluido introduzido acima é igualmente válido para um fluido em movimento. É conveniente e natural pensar na pressão em um fluido em movimento como sendo composta de duas partes: a pressão estática e a pressão dinâmica. Saiba mais acessando o portal do curso de Engenharia Mecânica da UNICAMP clicando aqui (FEM, 2021). 1.1.2 EQUAÇÃO DE ENERGIA Quando um fluido flui para um canal mais estreito (de uma largura “L” para uma “L-x”), sua velocidade (v) aumenta, como mostra a Figura 4 FIGURA 5 – REPRESENTAÇÃO DO ESTREITAMENTO DE UM CANAL Fonte: Elaborada pelo autor (2022). #PraCegoVer: a imagem representa um sentido de escoamento, com as medidas L, V e L-x. Isso significa que sua energia cinética também aumenta. De onde vem essa mudança na energia cinética? O aumento da energia cinética vem do traba- lho em rede feito no fluido para empurrá-lo para o canal e do trabalho feito no fluido pela força gravitacional, se o fluido mudar de posição vertical. Lembre- -se do teorema da energia de trabalho. 17 MULTIVIX EAD Credenciadapela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Há uma diferença de pressão quando o canal se estreita, como mostra a Figu- ra 5. Essa diferença de pressão resulta uma força líquida no fluido: lembre-se de que a pressão vezes a área é igual à força. O trabalho em rede realizado aumenta a energia cinética do fluido. Como resultado, a pressão cairá em um fluido de movimento rápido, esteja ou não confinado a um tubo. FIGURA 6 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA REDUÇÃO DE TUBULAÇÃO DURANTE UM ESCOAMENTO Fonte: Elaborada pelo autor (2022). #PraCegoVer: a imagem representa um desenho sobre a redução de tubulação durante o escoamento. Nos anos 1700, Daniel Bernoulli investigou as forças presentes em um fluido em movimento, conforme mostra a Figura 6. A equação de Bernoulli é uma lei fundamental derivada do princípio da con- servação de energia. Ele define a dependência mútua entre a velocidade, pressão e diferença de altura, durante o escoamento de um fluido. Sendo H1 o ponto inicial (1) e H2, o ponto final (2), e ΔH = H1 – H2, a equação Bernoulli é expressa por (AZEVEDO, 1998): Em que: zx: é a altura do ponto x (1, 2) em relação ao Plano Horizontal de Re- ferência - PHR (m); Px: é a pressão do fluido no ponto x (N/m² = Pa); γ: é o peso específico do fluido (N/m³); vx: velocidade do fluido no ponto (m/s); g: acelera- ção da gravidade (m/s²); e ΔH: perda de carga entre os pontos 1 e 2 (m). 18 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A conservação da energia aplicada ao fluxo do fluido produz a equação de Bernoulli. O trabalho em rede feito pela pressão do fluido resulta mudanças na constante cinética do fluido por unidade de volume. Se outras formas de energia estão envolvidas no fluxo de fluido, a equação de Bernoulli pode ser modificada para levar essas formas em consideração. Essas formas de energia incluem energia térmica dissipada por causa da viscosidade do fluido. FIGURA 7 –ESQUEMA DO PRINCÍPIO DE BERNOULLI Fonte: Wikipédia (2022). #PraCegoVer: a imagem representa um esquema com o princípio de Bernoulli. Outra situação importante é aquela em que o fluido se move, mas sua pro- fundidade é constante e não há perda de carga, ou seja: z1= z2 e H1= H2. Sob essa condição, a equação de Bernoulli torna-se Como acabamos de discutir, a pressão cai à medida que a velocidade aumen- ta em um fluido em movimento. Podemos ver isso a partir do princípio de Bernoulli. Por exemplo, se v2 for maior que v1 na equação, então P2 deve ser menor que P1, para que a igualdade seja mantida. 19 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 1.1.3 ANÁLISE DIMENSIONAL APLICADA AO ESCOAMENTO FORÇADO A análise dimensional é uma técnica matemática usada para prever os pa- râmetros físicos que influenciam o fluxo na mecânica dos fluidos, a transfe- rência de calor na termodinâmica e assim por diante. A análise envolve as unidades fundamentais de dimensões: massa (M), comprimento (L) e tempo (T). É útil no trabalho experimental, porque fornece um guia para fatores que afetam significativamente os fenômenos estudados. A Tabela 1 sintetiza al- guns exemplos de fórmulas dimensionais. QUADRO 1 – FÓRMULAS DIMENSIONAS Variável Física Grandezas Dimensionais Velocidade [v]=LT-1 Aceleração [a]=LT-2 Força [F]=MLT-2 Energia c Potência [Pot ]=ML2 T-3 Frequência [f]=T-1 Fonte: Elaborada pelo autor (2022). #PraCegoVer: a imagem representa uma tabela, com duas colunas e sete linhas. Na primeira linha, há os títulos: variável física e grandezas dimensionais. Na segunda linha, há velocidade, correspondente a [v] = LT-1. Na terceira linha, há aceleração, correspondente a [a] = LT-2. Na quarta linha, há força, correspondente a [F] = MLT-2. Na quinta linha, há energia, correspondente a [F] = MLT-2. Na sexta linha, há potência, correspondente a [Pot] = ML2T-3. Na sétima linha, há frequência, correspondente a [f] = T-1. A análise dimensional é comumente usada para determinar as relações entre várias variáveis, ou seja, para encontrar a força como uma função de outras variáveis quando uma relação funcional exata é desconhecida (Figura 7). Com base na compreensão do problema, assumimos uma certa forma funcional. O teorema da Análise Dimensional é um instrumento básico de grande uti- lidade na Hidráulica experimental. Todo fenômeno físico representado por uma relação dimensionalmente homogênea de n grandezas físicas, na for- 20 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ma: F(G1, Gp, ...Gk, ...G)=0, pode ser descrito por uma relação de n — r grupos adimensionais independentes Φ ( Π1, Π2, ..., Πn-r ) = 0, em que r é o número de grandezas básicas ou fundamentais necessárias para expressar dimensional- mente as variáveis G. FIGURA 8 – PALLET DE MADEIRA: DIMENSÕES DE COMPRIMENTO (L) E MASSA (M) Fonte: Plataforma Deduca (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um pallet com um fundo todo branco. Em geral, tais grandezas são: massa (força), comprimento e tempo. Escolhen- do como variáveis básicas (sistema pró-básico) as grandezas Gk, Gl Gm, cada grupo adimensional independente é da forma (PORTO, 2004): Em que Ai é um número puro; Gi, uma grandeza do fenômeno diferente das variáveis básicas; e α, expoentes a determinar, pela imposição de homogenei- dade dimensional na relação anterior, uma vez que Π é um número puro. No fenômeno físico do escoamento de um líquido real, com velocidade mé- dia (V), caracterizado pela sua viscosidade dinâmica e massa específica (ρ), por meio de uma tubulação circular de diâmetro (D), comprimento (L) e co- eficiente de rugosidade da parede (ε), a queda de pressão (ΔP) ao longo do comprimento da tubulação pode ser tratada pelo teorema dos Π’s, na forma: Com n=7 e r=3, existem quatro grupos adimensionais independentes que descrevem o fenômeno na sua totalidade. Escolhendo para sistema pró-bá- sico o terno ρ; V, D, a aplicação do princípio da homogeneidade dimensional leva aos seguintes adimensionais (PORTO, 2004): 21 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Portanto, existe uma função adimensional na forma: Através de técnicas experimentais, é possível admitir a queda de pressão é diretamente proporcional à relação L/D. Assim temos que: A função entre parênteses pode ser levantada experimentalmente e repre- sentada pelo fator de atrito da tubulação. FIGURA 9 – DADO OBTIDO EXPERIMENTALMENTE Fonte: Plataforma Deduca (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de duas pessoas, um homem e uma mulher. O homem está de com uniforme com uma caneta e uma prancheta em mãos. A mulher está sentada em frente ao computador. 22 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Em 1944, LF Moody plotou os dados da equação de Colebrook e o gráfico resultante tornou-se conhecido como Diagrama de Moody. Foi este gráfico que permitiu ao usuário obter um fator de atrito razoavelmente preciso para condições de fluxo turbulento, com base no número de Reynolds e na rugosidade relativa do tubo (VIANNA, 1997). Desta forma, a queda de pressão é dada por: Como ΔP = γΔH, e γ= ρg, temos que: Em que: o Fator 2 foi introduzido para reproduzir a definição de carga cinética da equação da energia. Deve-se observar que a aplicação do teorema dos Πs não fornece a expressão analítica da função Φ, que pode ser obtida, em cada caso, por teoria ou experimentação. A energia cinética do fluído corresponde a forma de energia que um objeto ou partícula possui em razão de seu movimento. É uma propriedade de um objeto ou partícula em movimento e depende não apenas de seu movimento, mas também de sua massa. 1.2 ESCOAMENTO UNIFORME EM TUBULAÇÕES Em um canal aberto ou rio, asuperfície livre se ajusta às mudanças de pressão e a profundidade aumenta ou diminui para acomodar o fluxo, onde somen- te a pressão na superfície livre é sempre atmosférica, como mostra a Figura 9. Assim, em um fluxo de canal aberto, a força necessária, para fazer a água se mover, ao longo do canal contra o atrito, é fornecida pelo componente de gravidade paralelo ao declive inferior do canal, em vez de um gradiente de pressão, como é o caso no fluxo do tubo. 23 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 10 – ESQUEMATIZAÇÃO DE CONDUTOS LIVRES Fonte: Elaborada pelo autor (2022). #PraCegoVer: a imagem representa um esquema com os condutos livres. Caso contrário, os dois fluxos, tubo uniforme e fluxo de canal, são muito seme- lhantes; no fluxo do tubo, um gradiente de pressão, uniforme em toda a seção do tubo, conduz o fluxo por meio do tubo contra o atrito, ao passo que um componente da gravidade, novamente uniforme ao longo da seção transver- sal do canal, faz com que a água flua para baixo. A liberdade proporcionada pela superfície livre, no entanto, permite que os fluxos de canal aberto assumam uma maior variedade de configurações de fluxo e é conveniente, desde o início, definir regimes particulares de fluxo. 1.2.1 ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO Todo o fluxo de fluido é classificado em uma de duas grandes categorias ou regimes: laminar e turbulento. O fluxo laminar ocorre quando um fluido flui em camadas paralelas, sem in- terrupção entre as camadas. Em baixas velocidades, o fluido tende a fluir sem mistura lateral e as camadas adjacentes deslizam umas sobre as outras, como cartas de jogar. Não há formação de correntes perpendiculares à direção do fluxo. sendo o movimento das partículas do fluido ordenado, com todas as partículas movendo-se em linhas retas paralelas às paredes do tubo, confor- me mostra a Figura 10. 24 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 11 – FLUXO LAMINAR Fonte: Azevedo (1998). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de flechas alinhadas no sentido da direita. Qualquer mistura lateral (mistura em ângulos retos com a direção do fluxo) ocorre pela ação de difusão entre as camadas do líquido. A mistura por difu- são pode ser lenta; entretanto, se o diâmetro do tubo ou tubo for pequeno, essa mistura por difusão pode ser muito significativa. O fluxo turbulento é um regime de fluxo caracterizado por mudanças caóti- cas de propriedades. Isso inclui a variação rápida da pressão e da velocidade do fluxo no espaço e no tempo. Em contraste com o fluxo laminar, o fluido não viaja mais em camadas e a mistura no tubo é altamente eficiente. FIGURA 12 – FLUXO LAMINAR Fonte: Azevedo (1998). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de flechas desalinhadas no sentido da direita. 25 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Nem todas as partículas de fluido viajam com a mesma velocidade dentro de um tubo. A forma da curva de velocidade depende se o fluxo é laminar ou turbulento. Se o fluxo em um tubo for laminar, a distribuição da velocidade em uma seção transversal terá forma parabólica com a velocidade máxima no centro, sendo cerca de duas vezes a velocidade média no tubo. Em fluxo turbulento, uma distribuição de velocidade razoavelmente plana existe em toda a seção do tubo, com o resultado de que todo o fluido flui em um determinado valor único. O número de Reynolds é um número adimensional composto pelas caracte- rísticas físicas do fluxo. A Equação 8 é usada para calcular o número de Rey- nolds (Re) para fluxo de fluido (AZEVEDO, 1998): Em que: V: velocidade do fluxo, D: dimensão linear característica (comprimen- to percorrido do fluido; diâmetro hidráulico etc.); ρ: densidade do fluido (kg/ m³); μ: viscosidade dinâmica (Pa.s);e ν: viscosidade cinemática ( m²/s). Para tubos cilíndricos, admite-se os seguintes valores: • Fluxo laminar: Re < 2000 • Fluxo transiente: 2000 < Re < 2400 • Fluxo turbulento: Re > 2400 1.2.2 LEIS DE RESISTÊNCIA NO ESCOAMENTO TURBULENTO Quando você se serve de um copo de suco, o líquido flui livre e rapidamente. Mas, se você derramar uma gota de azeite, o líquido escorre lentamente e gruda na jarra. A diferença existente é o atrito do fluido, tanto dentro do pró- prio fluido quanto entre o fluido e seus arredores. Chamamos essa proprieda- de de viscosidade dos fluidos. O suco oferece uma menor resistência ao es- 26 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 coamento: por isso, apresenta uma baixa viscosidade. Por outro lado, o azeite tem uma alta viscosidade, justamente por apresentar uma maior resistência ao escoamento. A definição precisa de viscosidade é baseada no fluxo laminar ou não turbu- lento. A Figura 12 mostra esquematicamente como o fluxo laminar e turbu- lento diferem. Quando o fluxo é laminar, as camadas fluem sem se misturar. Quando o fluxo é turbulento, as camadas se misturam e velocidades signifi- cativas ocorrem em direções diferentes da direção geral do fluxo. FIGURA 13 – REPRESENTAÇÃO DA VISCOSIDADE EM REGIME (A) LAMINAR E (B) TURBULENTOR Fonte: Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho da viscosidade em regime laminar e turbulento. Na Figura 12-A, o fluxo laminar ocorre em camadas sem mistura. Observe que a viscosidade causa arrasto entre as camadas e também na superfície fixa. A velocidade perto do fundo do fluxo (vb) é menor que a velocidade perto do topo (vt) porque, neste caso, a superfície do recipiente de contenção está no fundo. Já em Figura 12-B, uma obstrução no vaso causa um fluxo turbulento. O fluxo turbulento mistura o fluido. Há mais interação, maior aquecimento e mais resistência do que no fluxo laminar. A Figura 13 mostra como a viscosidade é medida para um fluido. O fluido a ser medido é colocado entre duas placas paralelas. A placa inferior é mantida fixa, enquanto a placa superior é movida para a direita, arrastando o fluido com ela. A camada (ou lâmina) de fluido em contato com qualquer uma das placas não se move em relação à placa, de modo que a camada superior se move na velocidade v, enquanto a camada inferior permanece em repouso. Cada ca- mada sucessiva de cima para baixo exerce uma força sobre a camada abaixo, tentando arrastá-la, produzindo uma variação contínua na velocidade de v=0. 27 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 14 – MEDIÇÃO DA VISCOSIDADE PARA FLUXO LAMINAR DE FLUIDO ENTRE DUAS PLACAS DA ÁREA A. Fonte: Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma medição da viscosidade para fluxo laminar de fluido entre duas placas da área A. Uma força F é necessária para manter a placa superior, como mostrado na Fi- gura 9, movendo a uma velocidade constante. Experimentos mostraram que essa força depende de quatro fatores. 1º Lugar: F é diretamente proporcional a v (até que a velocidade seja tão alta que ocorra turbulência, então, uma força muito maior é necessária e tem uma dependência mais complicada de v). 2º Lugar: F é proporcional à área A da placa. Essa relação parece razoável, uma vez que A é diretamente proporcional à quantidade de fluido sendo movido. 3º Lugar: F é inversamente proporcional à distância entre as placas L. Essa relação também é razoável; L é como um braço de alavanca e, quanto maior o braço de alavanca, menor a força necessária. 28 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4º Lugar: F é diretamente proporcional ao coeficiente de viscosidade, η. Quanto maior for a viscosidade, maior será a força necessária. Essas dependências são combinadas na equação. Essas dependências são combinadas na Equação9 (PORTO, 2004): Esta equação nos dá uma definição de trabalho da viscosidade do fluido η. Resolvendo, para deixar em termos de η, temos que: A unidade Sistema Internacional (SI) I de viscosidade é N . m².s, ou Pa.s. A Ta- bela 2 lista a viscosidade de determinados fluidos a uma temperatura de 20ºC. QUADRO 2 – COEFICIENTE DE VISCOSIDADE PARA DIFERENTES FLUÍDOS A 20ºC Fluído Viscosidade (Pa) álcool etílico 0,248 × 10-3 água 1,0020 × 10-3 nitrobenzeno 2,0 × 10-3 sangue humano 4 × 10-3 óleo de oliva 81 × 10-3 glicerol 1,485 piche 107 Fonte: Azevedo (1998). #PraCegoVer: a imagem representa uma tabela, com duas colunas e oito linhas. Na primeira linha, há os títulos: fluido e viscosidade (Pa). Na segunda linha, há álcool etílico, tubos novos, correspondente a 0,248 × 10-3. Na terceira linha, há água, referente a 1,0020 × 10-3. Na quarta linha, há nitrobenzeno, referente a 2,0 × 10-3. Na quinta linha, há sangue humano, referente a 4 × 10-3. Na sexta linha, há óleo de oliva, referente a 81 × 10-3. Na sétima linha, há glicerol, referente a 1,485. Na oitava linha, há piche, referente a 107. 29 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA A viscosidade varia de um fluido para outro em várias ordens de magnitude. Como você pode esperar, as viscosidades dos gases são muito menores do que as dos líquidos, e essas viscosidades geralmente dependem da temperatura. 1.2.3 FÓRMULAS EMPÍRICAS PARA O ESCOAMENTO TURBULENTO A perda de carga unitária é definida, conforme a Equação de Darcy-Weisba- ch, como (PORTO, 2004): Há, porém, uma outra possiblidade de quantificar a perda de carga, expressa pelo equacionamento de Hazen-Willians. A equação de Hazen-Williams é uma fórmula empírica que relaciona o fluxo de água em um tubo, suas propriedades físicas e a perda de carga/queda de pressão causada pelo atrito é comumente usada para pequenos fluxos por meio de tubos de pequenos diâmetros: sistemas de irrigação por aspersão, sis- temas de aspersão de incêndio e redes de abastecimento de água (Figura 13) FIGURA 15 – ASPERSORES DE INCÊNDIO Fonte: Plataforma Deduca (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um bombeiro com uniforme com as mãos em um carro de bombeiros. 30 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A expressão geral da perda de carga (J) Hazen-Willians é dada por (PORTO, 2004): Em que: Q é a vazão; D: diâmetro da tubulação; e “m” e “n”: coeficientes rela- cionados à composição do material que reveste a tubulação. Diante das variáveis, há uma expressão de Hazen-Willians comumente utili- zada, expressa por: Em que: C representa o coeficiente de rugosidade. Este valor é tabelado, va- riando de acordo com o tipo de material, conforme mostra a Tabela 3. QUADRO 3 – COEFICIENTE DE VISCOSIDADE PARA DIFERENTES FLUÍDOS A 20ºC Fluído Viscosidade (Pa) Aço rebitado, tubos novos 110 Ferro fundido, novos 130 Ferro fundido, usados 90 Cobre 130 Concreto, acabamento comum 120 Ferro fundido, após 15 – 20 anos de uso 100 Tubos PVC 150 Fonte: Adaptada de Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa uma tabela, com duas colunas e oito linhas. Na primeira linha, há os títulos: fluido e viscosidade (Pa). Na segunda linha, há aço rebitado, tubos novos, correspondente a 110. Na terceira linha, há ferro fundido, novos, referente a 130. Na quarta linha, há ferro fundido, usado, referente a 90. Na quinta linha, há cobre, referente a 130. Na sexta linha, há concreto, acabamento comum, referente a 120. Na sétima linha, há ferro fundido, após 15-20 anos de uso, referente a 100. Na oitava linha, há tubos PVC, referente a 150. Ressalta-se, em tempo, que a Equação 11 pode ser utilizada nas seguintes si- tuações: 31 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA • Escoamento turbulento e/ou de transição. • Temperatura da água a 20ºC. • Não considerar o efeito viscoso. • Aplicado para D ≥ 4” (0,1m) e em redes de distribuição de água, adutoras e sistemas de recalque (Figura 15). CONCLUSÃO Esta unidade objetivou-se a apresentar uma reflexão sobre os conceitos in- trodutórios de Hidráulica, discorrendo ainda sobre importantes elementos e características de regimes de escoamento. Os líquidos em movimento ou sob pressão fizeram um trabalho útil para o ho- mem por muitos séculos antes que o cientista e filósofo francês Blaise Pascal e o físico suíço Daniel Bernoulli formulassem as leis nas quais a moderna tec- nologia de energia hidráulica se baseia. A Lei de Pascal afirma que a pressão em um líquido é transmitida igualmente em todas as direções; ou seja, quan- do a água é feita para encher um recipiente fechado, a aplicação de pressão em qualquer ponto será transmitida para todos os lados do recipiente. A Lei de Bernoulli, formulada cerca de um século depois, afirma que a energia em um fluido é devida à elevação, ao movimento e à pressão e, se não houver perdas devido ao atrito e nenhum trabalho realizado, a soma das energias permanece constante. Assim, a energia da velocidade, derivada do movimen- to, pode ser parcialmente convertida em energia de pressão, aumentando a seção transversal de um tubo, o que retarda o fluxo, mas aumenta a área con- tra a qual o fluido está pressionando. Essas considerações nos auxiliam a compreender os diferentes regimes de escoamento existentes (laminar, transiente e turbulento), como mensurar, por meio de formas empíricas, varáveis relacionadas à perda de carga, veloci- dade de escoamento e força de atrito. UNIDADE 2 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 32 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA > Calcular perda de carga localizada. > Compreender as novas tecnologias como fator inerente ao cotidiano dos alunos. 33 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 2. INTRODUÇÃO À HIDRÁULICA INTRODUÇÃO DA UNIDADE Sistemas hidráulicos consistem em um conjunto de mecanismos que cons- tituem um sistema de distribuição de água com capacidade de fornecer um abastecimento de água (Figura 1) confiável em um nível de serviço aceitável, ou seja, atender a todas as demandas colocadas sobre o sistema com dispo- sições para pressão adequada, proteção contra incêndio e confiabilidade de abastecimento ininterrupto (CESÁRIO, 1995; AWWA, 2005). FIGURA 1 – ABASTECIMENTO DE ÁGUA Fonte: Pixabay (2022). #PraCegoVer: a imagem representa um cano saindo água em uma rede de abastecimento de água. A demanda de água é a força motriz para a operação dos sistemas municipais de água. Como as demandas de água são estocásticas por natureza, a ope- ração hidráulica requer uma compreensão da quantidade de água que está sendo usada, onde está sendo usada e como esse uso varia com o tempo. Nesta unidade, serão apresentadas e discutidas as perdas de carga e de ener- gia envolvidos em um sistema hidráulico, quantificando como essa energia dissipada afeta todo o sistema. 34 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2.1 PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS O transporte de fluídos é conduzido por meio de condutos projetados para esta finalidade. Esses condutos podem ser classificados como (PORTO, 2004): Superfície livre Condutos livres ou abertos: são aqueles que estão em contato direto com a pressão atmosférica, sendo destinados principalmente para o transporte de água. Também são chamados de canais. Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma superfície livre. Conduto forçado Condutos forçados ou fechados: são aqueles em que a pressão existente é muito maior que a pressão atmosférica, admitindo- se, nessas condições, que o fluído escoa em dutos sob pressão. Sãocomumente empregados em sistemas que envolvem dispositivos de bombas hidráulicas. Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um conduto forçado. O escoamento interno em tubulações sofre fortes influências das paredes, dissipando energia devido ao atrito. Quando as partículas estabelecem contato com a parede, essas acabam ad- quirindo a mesma velocidade da parede. Isso significa que, como a parede é fixa, a velocidade das partículas em contato com ela será nula, influenciando as partículas vizinhas por meio da viscosidade e turbulência, dissipando a energia. Essa dissipação de energia provoca uma redução da pressão total no fluido ao longo do seu escoamento na tubulação, recebendo o nome de “perda de carga”. A motivação da perda de carga a faz a ser categorizada em duas tipologias (PORTO, 2004): 35 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA • Perda de Carga Distribuída: reflexo da ação das paredes retilíneas sob os fluidos, que provocam uma redução gradativa da pressão distribuída ao longo do comprimento da tubulação. FIGURA 2 – REPRESENTAÇÃO DA PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA Fonte: Elaborado pelo autor (2022). #PraCegoVer: a imagem representa o sentido de escoamento de uma tubulação. • Perda de Carga Localizada: perda de carga provocada pelos acessórios que compõem o sistema de canalização, ou seja: as diversas peças necessárias para a montagem da tubulação, que provocam variação brusca da velocidade, em módulo e direção, intensificando a perda de energia nesses pontos. FIGURA 3 – EXEMPLOS DE ACESSÓRIOS DE TUBULAÇÃO Fonte: Freepik (2021). #PraCegoVer: a imagem representa exemplos de acessórios de tubulação. 36 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O controle das perdas de cargas, em sistema de distribuição de água, é altamente importante para o gerenciamento adequado do sistema. Diversas operações podem ser realizadas para minimizar e/ ou mitigar essas perdas. Saiba mais neste artigo de Morais et al., (2010) clicando aqui. A seguir, veremos o equacionamento utilizado para cada uma das perdas de cargas. 2.1.1 EXPRESSÃO GERAL DAS PERDAS LOCALIZADAS A perda de carga localizada ocorre sempre em acessório que é inserido na tubulação, isto é, para: promover a junção de duas tubulações, variar a direção do escoamento ou controlar a vazão de operação. O acessório tem um coeficiente de perda de carga característico, comumen- te indicado pela letra k. Diante disso, a perda de carga localizada ( hL ) causada por cada acessório, expresso em metros por coluna d’água (m.c.a), pode ser encontrada pela ex- pressão (AZEVEDO, 1998): Em que os valores de “k” são obtidos por meio de referências teóricas, confor- me consta na Tabela 1. 37 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA QUADRO 1 – EXEMPLOS DE VALORES “K” PARA ACESSÓRIOS Acessório K Acessório K Ampliação gradual 0,30 Medidor Venturi 2,50 Comporta aberta 1,00 Pequena derivação 0,03 Controlador de vazão 2,50 Redução gradual 0,15 Cotovelo de 45º 0,40 Saída de canalização 1,00 Cotovelo de 90º 0,90 “T” de passagem direta 0,60 Curva de 45º 0,20 “T” de saída bilateral 1,80 Curva de 90º 0,40 “T” de saída de lado 1,30 Entrada de borda 1,00 Válvula de borboleta aberta 0,30 Entrada normal 0,50 Válvula de ângulo aberta 5,00 Junção 0,40 Válvula de gaveta aberta 0,20 Fonte: Adaptado de Azevedo (1998) e Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa uma tabela com quatro colunas e 10 linhas. Na primeira linha, há os títulos “Acessório” e “k”. Na segunda linha, há: ampliação gradual, referente a 0,30, e Medidor Venturi, referente a 2,50. Na terceira linha, há comporta aberta, referente a 1,00, e pequena derivação, referente a 0,03. Na quarta linha, há controlador de vazão, referente a 2,50, e redução gradual, referente a 0,15. Na quinta linha, há cotovelo de 45º, referente a 0,40, e saída de canalização, referente a 1,00. Na sexta linha, há cotovelo de 90º, referente a 0,90, e “T” de passagem direta, referente a 0,60. Na sétima linha, há curva de 45º, referente a 0,20, e “T” de saída bilateral, referente a 1,80. Na oitava linha, há entrada de borda, referente a 1,00, e válvula de borboleta aberta, referente a 0,30. Na nona linha, há entrada normal, referente a 0,50, e válvula de ângulo aberta, referente a 5,00. Na décima linha, há junção, referente a 0,40, e válvula de gaveta aberta, referente a 0,20. 38 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Os diferentes valores atribuídos ao parâmetro “k” foram possíveis graças a intensas atividades experimentais e análises de sistemas de tubulação. Saiba mais neste trabalho de Azevedo (s/ano), clicando aqui. 2.1.2 ANÁLISE DE TUBULAÇÕES Entre as propriedades dos fluídos, a viscosidade é considerada a mais impor- tante, no que tange à dissipação de energia. Além de ser proporcional a perda de carga, sua relação com as forças de inércia fornecem um número adimen- sional, número de Reynolds (Re), que é o parâmetro que caracteriza o regime de escoamento. FIGURA 4 – TUBULAÇÕES, VÁLVULAS E MEDIDOR DE VAZÃO Fonte: Pixabay (2022). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma tubulação, com válvulas e medidor de vazão na cor roxa. 39 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA As propriedades de temperatura e pressão alteram diretamente os valores de viscosidade da água. Diante disso, considerando a padronização de valores, isto é, 20ºC e 1atm, são adotados os valores 1,0 x 10-3 Pa.s para viscosidade dinâmica (μ) e de 1,0007x10-6 m²/s para viscosidade cinemática (γ) (BRUNETTI, 2008). Ao resolver muitos problemas de dinâmica de fluidos, seja no estado estacio- nário ou transitório, o fator de atrito de Darcy-Weisbach, f, é necessário. Em tubos circulares, este fator pode ser resolvido diretamente com a equação Swamee-Jain, bem como outras, porém a maioria dessas equações são com- plicadas e tornam-se incômodas quando a iteração é necessária. Portanto, muitas vezes, é eficaz resolver esse fator de atrito usando o Gráfico Moody, ilustrado pela Figura 5. FIGURA 5 – DIAGRAMA DE MOODY Fonte: Wikipedia (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o Diagrama de Moody, à esquerda, está o coeficiente de fricción, embaixo, está o número de Reynolds, Re, e à direita, está o K/d Rugosidad relativa. 40 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O experimento de Moodys demonstrou que o escoamento de fluidos em uma tubulação pode ser descrito em função de números adimensionais. O resultado do experimento gerou uma representação gráfica adimensional, usado para calcular a queda de pressão ΔP (Pa), ou perda de carga hf (m) e o regime de escoamento do fluído. O gráfico representa o fator de atrito Darcy- -Weisbach (fD) versus o número de Reynolds para uma variedade de rugosi- dades relativas, a proporção da altura média de rugosidade do tubo para o diâmetro do tubo ou ε/D. A perda de carga pode ser calculada usando a equação de Darcy-Weisbach em que o fator de atrito de Darcy (PORTO, 2004) é: A queda de pressão pode então ser avaliada como: Ou diretamente de Em que “fD” é o fator de atrito do gráfico Moody, “ρ” é a densidade do fluido, “v” é a velocidade média de escoamento no tubo, “L” é o comprimento do tubo “D” é o diâmetro do tubo. O gráfico Moody pode ser dividido em dois regimes de fluxo: laminar e tur- bulento. Para o regime de fluxo laminar (Re<~ 3000), a rugosidade não tem efeito discernível e o fator de atrito Darcy-Weisbach “fD” pode ser determina- do por (PORTO, 2004): Para o regime de fluxo turbulento, a relação entre o fator de atrito e o númeroReynolds Re é considerada. Um modelo para esta relação é a equação de Co- lebrook, definida por (PORTO, 2004): A tabela 2 sintetiza exemplos dos coeficientes de rugosidade (ε) para deter- minados materiais 41 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA QUADRO 2 – EXEMPLOS DE VALORES DE COEFICIENTE DE RUGOSIDADE Materiais Tubos Novos Tubos velhos Aço galvanizado 0,00015 – 0,00020 0,0046 Aço soldado 0,00004 – 0,00006 0,0024 Cimento amianto 0,000025 ---------- Cobre ou latão lisos lisos Ferro forjado 0,00004 – 0,00006 0,0024 Ferro fundido 0,00025 – 0,00050 0,0030 – 0,0050 Vidro lisos lisos Plástico lisos lisos Fonte: Adaptado de Azevedo (1998). #PraCegoVer: a imagem representa uma tabela com três colunas e nove linhas. A primeira linha contém os títulos: materiais; tubos novos; e tubos velhos. Na segunda linha, há: aço galvanizado, referente a 0,00015 – 0,00020 e 0,0046. Na terceira linha, há aço soldado, referente a 0,00004 – 0,00006 e 0,0024. Na quarta linha, há cimento amianto, referente a 0,000025. Na quinta linha, há cobre ou latão, referente a lisos. Na sexta linha, há ferro forjado, referente a 0,00004 – 0,00006 e 0,0024. Na sétima linha, há ferro fundido, referente a 0,00025 – 0,00050 e 0,0030 – 0,0050. Na oitava linha, há vidro, referente a lisos. Na nona linha, há plástico, referente a lisos. 2.1.3 MÉTODOS DE COMPRIMENTOS EQUIVALENTES O método de comprimento equivalente (razão L/D) permite que o usuário descreva a queda de pressão por meio de uma conexão como um compri- mento de tubo. Em teoria, a queda de pressão por meio da conexão é equi- valente à pressão perdida através de um certo comprimento de tubulação naquela taxa de fluxo correspondente. Ao usar um comprimento equivalente determinado a partir de um acessó- rio de tamanho diferente, o método pressupõe que, conforme o tamanho do tubo muda, o tamanho do acessório retém as mesmas proporções relativas, conforme ilustrado na Figura 6. 42 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 6 – EXEMPLIFICAÇÃO DO MÉTODO DE COMPRIMENTO EQUIVALENTE Fonte: Elaborado pelo autor (2022). #PraCegoVer: a imagem representa um exemplo de método de comprimen- to equivalente, com indicação da válvula de retenção, do cotovelo 90º, da vál- vula gaveta, do cotovelo 50º, da válvula de pé e do comprimento equivalente. Os valores de relacionados a comprimentos equivalentes são tabulados em literaturas bibliográficas, obtidos a partir de ensaios e experimentos laboratoriais. Acesso o material de aula Montoro (2009) e saiba mais. Depois de somar esses comprimentos equivalentes conforme apropriado para seu sistema hidráulico, você pode simplesmente calcular a queda de pressão para o comprimento de tubo resultante. Tomemos, como exemplo, a Figura 7: 43 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 7 – EXEMPLO DE SISTEMA Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um exemplo de sistemas, com 10 metros, depois sobre a 20metros, depois se estabiliza mais 10 metros e depois desce 10 metros. • Tamanho do tubo: DN100 (4"); • Diâmetro do tubo: 102,3 mm; • Comprimento da tubulação: 50m; • Acessórios: 3 x 90° de raio de comprimento; • Velocidade de escoamento: 3m/s; • Densidade de fluido: 1000 kg / m³; • Fator de atrito: 0.018. Usando a tabela de acessórios e comprimentos equivalentes acima, descobri- mos que o comprimento equivalente para o cotovelo de 90 ° é de 12 diâme- tros de tubo. Tomando o comprimento do tubo e o número de cotovelos, calculamos o comprimento equivalente da tubulação para fins de perda de pressão. 44 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Usando a Eq. 4, temos que: 2.2 SISTEMAS HIDRÁULICOS DE TUBULAÇÕES 2.2.1 PERDA DE CARGA UNITÁRIA E DECLIVIDADE DA LINHA PIEZOMÉTRICA O traçado de uma adutora, em um projeto de abastecimento, envolve variá- veis associados às características topográficas, condições locacionais. De modo geral, são empregadas para operar por gravidade, isto é, sem a ne- cessidade de disposto energético para promover o transporte do fluido. Conduto Livre: o perfil do plano de carga coincide com a linha piezométrica efetiva. Nessas condições, o escoamento ocorre sob condições de pressão atmosférica. Fonte: KISHI (2020). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um escoamento. Conduto forçado: a adutora encontra- se abaixo da linha piezométrica efetiva, gerando um escoamento submetido à pressão positiva. Fonte: KISHI (2020). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de conduto forçado. É comumente empregado na hidráulica a linha de energia ou a linha piezo- métrica ao trabalhar com os sistemas de tubulação. Essas linhas imaginárias ajudam a encontrar os pontos problemáticos no sistema (geralmente pontos de baixa pressão). 45 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 8 – IDENTIFICAÇÃO DA LINHA DE ENERGIA E PIEZOMÉTRICA Fonte: Chadwick (2004). #PraCegoVer: a imagem é a identificação da linha de energia e piezométrica. Linha Piezométrica: Formados pelos pontos situados na distância P/y acima do centro da tubulação. Linha de energia: Situado pelos pontos na distância v²/2g, acima da linha piezométrica. A linha de energia mostra a altura manométrica total para determinada se- ção transversal no sistema, dado por (PORTO, 2004): 46 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2.2.2 INFLUÊNCIAS RELATIVAS ENTRE O TRAÇADO DA TUBULAÇÃO E AS LINHAS DE ENERGIA Os tubos conectam tanques, vasos, bombas e outros equipamentos mostra- dos nos desenhos de layout do equipamento – e devem fazê-lo de forma efi- ciente, levando em consideração todos os códigos e as normas aplicáveis, os requisitos do cliente, as questões de segurança, as necessidades de acessibili- dade, os fatores de estresse da tubulação, as possíveis interferências e o custo total instalado. Na verdade, a tubulação pode ser um fator de custo impor- tante para qualquer instalação de processo industrial devido às despesas de material, fabricação e mão de obra. FIGURA 9 – SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um tanque com água em um sistema de abastecimento de água. O layout de tubulação inteligente combina o conhecimento de engenheiros de tubulação experientes e engenheiros de processo com uma boa dose de bom senso. Por exemplo, mover uma bomba ou tanque alguns centímetros do local do projeto inicial podem eliminar um cotovelo desnecessário e flan- ges relacionados. 47 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 10 – SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um sistema de abastecimento de água, ao redor, há campos verdes e um céu azul. Além de evitar a contaminação e atingir a pressão e o fluxo corretos, o sistema deve ser adequado para a temperatura da água transportada. Um sistema bem projetado e instalado também será durável, minimizará o ruído do fluxo de água e de problemas como o golpe de aríete e apoiará o uso eficiente da água. Todos os sistemas de abastecimento de água usam uma combinação de tu- bos (de diferentes dimensões e materiais), válvulas e saídas para fornecer água aos usuários do edifício. Alguns sistemas de abastecimento de água também usam tanques de armazenamento e bombas. Projetar um sistema de abas- tecimento de água envolve acertar todos esses elementos para que a água limpa seja entregue ao usuário na taxa e temperatura adequadas. A Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) n. 12218estabelece as diretrizes necessárias para projetos de distribuição de água para abastecimento público (ABNT, 1994). 48 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2.2.3 DISTRIBUIÇÃO DE VAZÃO EM MARCHA Ocorre quando há a distribuição contínua da água ao longo de determinado trecho de tubulação. Nessas condições, a vazão vai se reduzindo ao longo do trecho, gradualmente, impedindo que ela permaneça em condições cons- tantes. A complexidade de se determinar essa vazão, incorporada à variável de perda de carga, é grande. Para facilitar nesse dimensionamento, assume-se a exis- tência de uma vazão fictícia (Qf), existente em um sistema com vazão mon- tante (Qm) e jusante (Qj). FIGURA 11 – VAZÃO MARCHA Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um desenho com uma vazão marcha. Assim, pode-se encontrar a Qf por meio da relação: A partir de deduções matemáticas, pode-se expressar a vazão fictícia por (PORTO, 2004): 49 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA CONCLUSÃO Um sistema de abastecimento de água fornece água das fontes aos clientes e fornece serviços vitais para o funcionamento de uma sociedade industriali- zada e importante para a resposta a emergências e recuperação após eventos desastrosos (por exemplo, terremotos). As variáveis que compõem um sistema hidráulico, desde o revestimento da tubulação (ferro fundido, PVC, aço etc.), os acessórios de tubulação (registros, curvas, válvulas etc.) e os dispositivos hidráulicos (bombas etc.) constituem elementos essenciais, que devem ser investigados e estudados, para garantir que o projeto, de fato, possa atender às exigências legais. Assim sendo, percebemos a importância de compreender as componentes de um sistema hidráulico, bem como a interferência nas linhas de energia atuantes. UNIDADE 3 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 50 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA > Dimensionar sistema elevatório. > Compreender sistemas de bombas hidráulicas. 51 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 3. ENERGIA HIDRÁULICA INTRODUÇÃO DA UNIDADE As bombas são um dispositivo que gastam energia, a fim de elevar, transpor- tar ou comprimir fluidos. As primeiras bombas eram dispositivos para elevar água, como as rodas d'água persa e romana e o parafuso de Arquimedes mais sofisticado (Figura 1). As operações de mineração da Idade Média levaram ao desenvolvimento da bomba de sucção (pistão), muitos tipos das quais são descritas por Geor- ges Agrícola em De re metallica (1556). FIGURA 1 – RODA D’ÁGUA Fonte: Pixabay (2022). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma paisagem, na qual há uma roda d’água. Ao fundo, há montanhas. Uma bomba de sucção funciona por pressão atmosférica; quando o pistão é levantado, criando um vácuo parcial, a pressão atmosférica externa força a água para dentro do cilindro, de onde é permitido escapar por uma válvula de 52 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 saída. A pressão atmosférica por si só pode forçar a água a uma altura máxima de cerca de 10m, então a bomba de força foi desenvolvida para drenar minas mais profundas (Figura 2). FIGURA 2 – EVOLUÇÃO DOS DISPOSITIVOS HIDRÁULICOS Fonte: Pixabay (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um dispositivo hidráulico. 3.1 SISTEMAS ELEVATÓRIOS 3.1.1 ALTURA TOTAL DE ELEVAÇÃO E ALTURA MANOMÉTRICA A altura total de elevação (ou altura manométrica total) de uma bomba d'água é uma medida da potência de uma bomba. Quanto maior for a altura mano- métrica total da bomba, maior será a pressão que a bomba pode gerar. Essa estatística é medida em metros e é calculada colocando um tubo na descar- ga de uma bomba e medindo a altura máxima até a qual ela pode bombear água (Figura 3). 53 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 3 – ALTURA MANOMÉTRICA TOTAL Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma altura manométrica total. A instalação de um dispositivo hidráulico é divido em duas partes. A parte de sucção designa a parcela da tubulação existente antes da bomba. Já a parte de recalque denomina a parte do sistema instalado após a bomba. Neste contexto, o dimensionamento da altura manométrica total é estimada a partir da altura geométrica de sucção (HGS) e da altura geométrica de recal- que (HGR). 54 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 4 – ALTURA MANOMÉTRICA DE SUCÇÃO E RECALQUE Fonte: Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma altura manométrica de sucção e recalque. A partir disso, temos o disposto na Tabela 1. QUADRO 1 – VARIÁVEIS EXISTENTES NO SISTEMA DE SUCÇÃO E RECALQUE SUCÇÃO HgS – altura geométrica de sucção hfS – perda de carga da sucção HmS – altura manométrica de sucção HmS – HgS + hfS RECALQUE HgR – altura geométrica de recalque hfR – perda de carga de recalque HmR – altura manométrica de recalque HmR = HgR + hfR Fonte: Elaborado pelo autor (2021). Considerando as variáveis existentes, a altura manométrica total em um siste- ma de bombeamento pode ser estimada por (AZEVEDO, 1998): 55 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 3.1.2 POTÊNCIA DO CONJUNTO ELEVATÓRIO A energia transmitida a um fluido aumenta a energia do fluido por unidade de volume. Assim, a relação de potência é entre a conversão da energia me- cânica do mecanismo da bomba e os elementos de fluido dentro da bomba. Em geral, isso é governado por uma série de equações diferenciais simultâne- as, conhecidas como equações de Navier-Stokes. No entanto, uma equação mais simples, relacionando apenas as diferentes energias no fluido, conheci- da como equação de Bernoulli, pode ser usada (CHADWICK; MORFETT, 2004) Daí a potência, P, exigida pela bomba (PORTO, 2004): Em que ΔP corresponde à variação de pressão (perda de carga no sistema); Q, à vazão de operação; e η, ao rendimento operacional da bomba (valor forneci- do pelo fabricante) A pressão total pode ter componentes gravitacional, pressão estática e energia cinética; isto é, a energia é distribuída entre a mudança na energia potencial gravitacional do fluido (subindo ou descendo colina), mudança na velocidade ou mudança na pressão estática. A perda de carga, porém, pode ser expressa em função do Eq. 1, que quantifi- ca as perdas de cargas no sistema (Figura 5). 56 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 5 – ALTURA MANOMÉTRICA DE SUCÇÃO E RECALQUE Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma altura manométrica de sucção e recalque. Assim, temos que (PORTO, 2004): Já a potência absorvida pela bomba (PAB) pode ser encontrada pela expres- são (PORTO, 2004): Isso sendo que, para ambos os casos (Eq.3 e Eq. 4), a potência é calculada em unidades de cavalo (cv). As diferentes nomenclaturas de dispositivos hidráulicos por vezes podem gerar confusão no momento de estimar a potência de uma bomba. Leia mais a este respeito por meio da NBR 6445, que estabelece terminologias básicas relativos às turbinas hidráulicas, bombas de acumulação e turbinas-bombas e seus componentes (ABNT, 2016). 57 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 3.1.3 TIPOS E CARACTERÍSTICAS DE BOMBAS HIDRÁULICAS Como vimos no início da unidade, uma bomba hidráulica é o componente de umsistema que converte energia mecânica em energia hidráulica. A energia hidráulica é uma mistura de pressão e escoamento, o que permite que o sis- tema funcione. A energia hidráulica requer pressão e fluxo para funcionar corretamente; o desempenho não pode ser alcançado sem que os dois trabalhem juntos. Por sua vez, a função de uma bomba hidráulica é promover escoamento atra- vés da máquina que, por sua vez, moverá as cargas. O principal aspecto a ser lembrado sobre as bombas hidráulicas é que as bombas produzem fluxo e a pressão é resistente ao fluxo As bombas servem para uma ampla gama de aplicações: poços artesianos, sistemas de irrigação filtragem de aquário, lagoa de filtragem e de arejamen- to; na indústria automóvel para o arrefecimento com água e de injeção de combustível; na indústria de energia para o bombeamento de petróleo; e gás natural ou para o funcionamento de arrefecimento torres e outros compo- nentes de sistemas de aquecimento, ventilação e ar-condicionado. FIGURA 6 – SISTEMA DE BOMBEAMENTO PARA IRRIGAÇÃO Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um sistema de bombeamento pra irrigação em uma plantação. 58 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Especialmente as bombas hidráulicas, estas podem ser classificadas de acor- do com as seguintes características (Figura 7): FIGURA 7 – CLASSIFICAÇÃO DE BOMBAS HIDRÁULICAS Bombas Hidráulicas Volumétricas ou Estáticas Escoamento ou Dinâmicas Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um esquema com três quadrados, nos quais está escrito: Bombas hidráulicas, volumétricas e estatísticas e escoamento ou dinâmicas. As bombas volumétricas usam variação de volume dentro de uma câmara para criar sucção e impulso de um fluido. O fluido é primeiro sugado para dentro da câmara, criando um vácuo e, em seguida, expelido da câmara, au- mentando assim a pressão dentro dela. Algo semelhante ao feito pelo cora- ção de um mamífero. As bombas volumétricas movimentam volumes constantes de líquido a cada ciclo operacional, já que a câmara possui um volume máximo definido e in- variável. As bombas volumétricas são divididas em dois subgrupos: bombas rotativas e bombas alternativas. Bombas Rotativas São assim chamadas porque são acionadas por elementos rotativos. Este grupo inclui o parafuso de Arquimedes, bombas de engrenagem e bombas peristálticas. Fonte: Peres (2015) #PraCegoVer: a imagem representa a foto de uma bomba rotativa. 59 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Bombas volumétricas alternativas Usam o movimento retilíneo alternativo (deslizamento) de um êmbolo para criar a expansão e compressão de um fluido dentro da câmara. As bombas alternativas podem ser de ação simples ou dupla. Exemplos deste tipo incluem bombas de pistão e diafragma. Fonte: Pixabay (2021) #PraCegoVer: a imagem representa a foto de uma bomba volumétrica alternativa. As bombas dinâmicas, também conhecidas como bombas cinéticas, são dis- positivos nos quais a energia é transmitida ao fluido continuamente por meio de um impulsor, que transmite energia cinética (velocidade) ao fluido, ener- gia essa que é então transformada em pressão em um momento imediata- mente subsequente fase, reduzindo assim a velocidade. As bombas cinéticas podem ser divididas em: bombas axiais ou centrífugas. Bombas centrífugas axiais (ou de turbinas) são aquelas em que o movimento do fluido é garantido por uma hélice entubada, que empurra o próprio fluido como uma hélice marinha. Eles são definidos axiais porque o movimento do fluxo é paralelo ao eixo do impulsor. Fonte: Siqueira et at. (2019). #PraCeoVer: a imagem representa o desenho de uma bomba centrífuga axial. Já as bombas centrífugas radiais, o movimento do impulsor cria um vácuo no tubo de sucção (axial em relação ao impulsor), de modo que o fluido sobe para o corpo da bomba graças à pressão atmosférica e é então transportado para o tubo de entrega (radial) por meio do movimento do impulso. Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma bomba centrífuga radial. 60 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3.2 ANÁLISE DE BOMBAS HIDRÁULICAS Sempre que houver a necessidade de selecionar uma bomba para qualquer necessidade industrial ou pessoal, é importante determinar a altura mano- métrica total necessária para a operação e a vazão necessária. Todos esses dados são importantes porque cada bomba que é fabricada pelo fabricante tem um valor característico de pressão e fluxo no qual leva a uma operação de eficiência máxima. Por exemplo, em uma indústria de processo, se houver necessidade de trans- portar líquidos químicos a uma taxa de fluxo específica para que uma reação química em particular ocorra, então há a necessidade de verificar a carga di- nâmica (que está relacionada à taxa de fluxo) e altura manométrica 3.2.1 CURVA CARACTERÍSTICA DA BOMBA Após o cálculo da carga e da vazão, são consultadas as curvas da bomba for- necidas pelo fabricante e selecionada a bomba que fornece a máxima efici- ência na condição operacional. No entanto, deve-se notar que o melhor ponto de eficiência não é o melhor ponto operacional na prática, porque a curva da bomba descreve como uma bomba centrífuga funciona isolada do equi- pamento da planta. O modo como funciona na prática é determinado pela resistência do sistema em que está instalado. Como regra geral, as bombas centrífugas são usadas com fluidos de baixa viscosidade e as bombas de deslocamento positivo são usadas com fluidos de alta viscosidade. 61 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 8 – PONTO DE OPERAÇÃO Fonte: Wikipedia (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um gráfico com o ponto de operação, com indicação de: curva característica da bomba; ponto de operação da bomba no sistema: onde as curvas características se cruzam; curva característica do sistema ou da tubulação; e altura geométrica do sistema. As curvas da bomba são bastante úteis na seleção, no teste, na operação e na manutenção da bomba. A curva de desempenho da bomba é um gráfico da pressão diferencial em relação à taxa de fluxo operacional. Eles especificam características de desempenho e eficiência. Testes de desempenho são fei- tos nas bombas para verificar as alegações feitas pelo fabricante da bomba. É bem possível que, com o tempo na planta, os requisitos do processo junto com a infraestrutura e as condições possam mudar consideravelmente. Nes- se caso, as curvas da bomba são usadas para verificar se as bombas ainda seriam as mais adequadas para os requisitos modificados. Assim, temos a altura manométrica de instalação (Hm) definida por: Em que HG corresponde ao desnível geométrico da instalação (ou seja, perfil topográfico) e ht, à perda de carga, que envolve as características da tubula- ção e dos acessórios de sucção e recalque. A partir dos equacionamentos, pode-se então encontrar o ponto de operação, como mostra a Figura 9. 62 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 9 – SISTEMA COMPLETO DE CURVAS E FÓRMULAS Fonte: Alem Sobrinho e Contrera (2016). #PraCegoVer: a imagem representa um gráfico com o sistema completo de curvas e fórmulas. 3.2.2 ESCOLHA DO CONJUNTO MOTOR-BOMBA As curvas de desempenho da bomba são indicadores importantes das ca- racterísticas da bomba fornecidas pelo fabricante. Essas curvas são funda- mentais para prever a variação na altura manométrica diferencial na bomba, conforme a vazão muda. No entanto, tais curvas não se limitam à altura ma- nométrica e à variação em outros parâmetros, como potência, eficiência ou Net Positive SuctionHead (NPSH) com fluxo também, pode ser mostrada em gráficos semelhantes pelo fabricante. A NPSHd (disponibilidade de energia com que o líquido entra na bomba) é definida por: Em que Hv corresponde à pressão de vapor do líquido. Devido às restrições mecânicas e de potência fornecidas pela bomba, a carga diminui à medida que empurra mais quantidade de fluido. Em outras pala- vras, quando há um aumento da vazão (para o mesmo diâmetro do rotor), 63 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA ocorre uma queda na altura manométrica diferencial que a bomba é capaz de fornecer. Os dois estão relacionados da seguinte forma (PORTO, 2004): Em que A e B dependem dos parâmetros geométricos e da velocidade de rotação da bomba e são considerados constantes para fins de comparação. No entanto, esta relação linear simples sofre modificação por conta de várias perdas e uma não linear, decrescente H – Q, essa relação é vista na curva ca- racterística da bomba. FIGURA 10 – CURVA CARACTERÍSTICA Fonte: Elaborada pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um gráfico com a curva característica. A partir da curva (Figura 10), observa-se que, mesmo quando a carga dife- rencial cai, a saída obtida aumenta, porque o produto da vazão pela pressão aumenta (lembre-se que a saída líquida da bomba é dada por (PORTO, 2004): Já a eficiência do sistema pode ser expressa por: Isso se deve ao aumento da vazão. No entanto, a redução na altura de des- carga significa que a bomba consome mais energia para empurrar o fluido 64 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 adicional de que precisamos (devido ao aumento da taxa de fluxo). Após um ponto específico, conhecido como o ponto de melhor eficiência, o efeito da redução na carga obtida supera o aumento na vazão. FIGURA 11 – CONJUNTO DE DISPOSITIVO HIDRÁULICO Fonte: Plataforma Deduca (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um conjunto de disposição hidráulico. Como consequência, a energia começa a diminuir e, a partir de então,a efici- ência começa a cair. Matematicamente, o efeito da taxa de fluxo na eficiência é dado por (PORTO, 2004): Em que (PORTO, 2004): A expressão acima (Eq. 11) é chamada de constante de capacidade; já k1 e k2 (Eq. 10) são constantes que dependem do projeto da bomba e da velocidade de rotação. 65 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Por causa dessa característica contraditória, um ponto de eficiência ideal é alcançado para a bomba. Nosso objetivo deve ser selecionar uma bomba que opere próximo ao ponto de eficiência máxima para os requisitos operacionais necessários. Este é o melhor ponto de eficiência para a bomba e plotado na Curva de Eficiência da Bomba. 3.2.3 CAVITAÇÃO As bombas são projetadas para funcionar com um suprimento de água de fluxo total, mas em alguns casos, uma entrada inundada não é suficiente para manter a pressão necessária para evitar a cavitação. A entrada ou o lado da sucção de uma bomba é o ponto de pressão mais baixa em uma determi- nada bomba. Para bombas de deslocamento positivo, a pressão mais baixa ocorre imediatamente antes da engrenagem do rotor; para bombas centrífu- gas, a pressão mais baixa fica perto do olho do impulsor. A cavitação é possível em todos os tipos de bombas e, como seus princípios são essencialmente os mesmos, nos concentraremos nas bombas centrífu- gas. O olho é onde o fluido é puxado para o rotor e onde a rotação do rotor começa a agir sobre o fluido. Quando a pressão que atua sobre o líquido (ca- beça de sucção positiva líquida disponível) é muito baixa, formam-se bolhas e, à medida que o líquido acelera devido à rotação do impulsor, a pressão au- menta e as bolhas colapsam (Figura 12). 66 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 12 – CONJUNTO DE DISPOSITIVO HIDRÁULICO Fonte: Pereira et al. (2018). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um conjunto de disposição hidráulico. Em condições normais de pressão atmosférica, os fluidos têm pressão de va- por previsível. Conforme a pressão dentro da bomba cai abaixo da pressão de vapor do líquido, bolhas se formam. As bolhas entram em colapso quando atingem áreas do líquido onde a pressão está acima da pressão de vapor. No caso da cavitação, essa formação e colapso são rápidos e violentos. Linhas de processamento interrompidas ou mal executadas podem fazer com que a pressão de sucção ou descarga caia, o que leva à cavitação. A cavitação soa como mármores ou cascalho circulando pela bomba, tubos ou mangueiras. Os efeitos da cavitação prolongada são visíveis no impulsor da bomba e em outros componentes: barulho, cavitação, vibração, falha de vedação, erosão do impulsor, alto consumo de energia etc. Quando o líquido atinge uma pressão inferior à pressão atmosférica (Patm), temos que a Hv < Patm. Nessas condições, o líquido entra em embolização em condições e temperatura ambiente, transformando-se em vapor. 67 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA A cavitação soa como mármores ou cascalho circulando pela bomba, tubos ou mangueiras. Os efeitos da cavitação prolongada são visíveis no impulsor da bomba e em outros componentes: barulho, cavitação, vibração, falha de vedação, erosão do impulsor, alto consumo de energia etc. FIGURA 13 – PROCESSO DE CAVITAÇÃO Fonte: Baptista e Lara (2012). #PraCegoVer: a imagem representa um desenho do processo de cavitação. Para evitar a cavitação, temos que a disponibilidade de energia com que o líquido entra na bomba e deve ser maior do que aquela requisitada pelo sis- tema (NPSHd > NPSHr). O valor NPSHr é fornecido pelo fabricante. CONCLUSÃO As bombas hidráulicas são essenciais e aplicáveis em um vasto campo de opor- tunidades. Portanto, é melhor aprender mais sobre bombas e onde você pode obter a mais alta qualidade para seus grandes projetos. Portanto, tenha cuida- do ao escolher o tipo de bomba que vai usar, devendo sempre ser considerado: • O volume da água exato que precisa para fluxo ou pressão. A bomba deve ser dimensionada de acordo com os requisitos precisos de pressão e fluxo de seu sistema. • Aprender o suficiente sobre o sistema hidráulico da bomba; determinando a pressão e o fluxo necessário no sistema para escolher um tipo de bomba, o tamanho do modelo e o método de controle da bomba. 68 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Outra coisa a considerar, ao selecionar a melhor qualidade da bomba, são as características técnicas do meio da bomba. Os parâmetros da rede também devem ser considerados, incluindo perdas de carga e vazão, pois ajuda a de- terminar o ponto de operação da bomba. UNIDADE 4 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 69 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA > Compreender os conceitos do escoamento em superfície livre. > Analisar equações e elementos hidráulicos de escoamento livre. 70 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 4. ESCOAMENTOS INTRODUÇÃO DA UNIDADE Sempre que o fluido flui há algum atrito associado ao movimento, o que cau- sa perda de carga. A perda de carga é comumente compensada em sistemas de tubulação por bombas que trabalham no fluido, compensando a perda de carga devido ao atrito. Esta circulação de fluido em sistemas por bombas é conhecida como escoamento forçado (Figura 1). FIGURA 1 – SISTEMA HIDRÁULICO DE TUBULAÇÃO E BOMBA: EXEMPLO DE ESCOAMENTO FORÇADO Fonte: Pixabay (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um sistema hidráulico de tubulação
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