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HIDRÁULICA A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória, e com a Educação a Distância presente em todo estado do Espírito Santo, e com polos distribuídos por todo o país. Desde 1999 atua no mercado capixaba, destacando-se pela oferta de cursos de graduação, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 instituições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de quali- dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida nacionalmente como referência em qualidade educacional. R E I TO R GRUPO MULTIVIX R E I 2 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte) João Vitor Rodrigues de Souza Hidráulica / SOUZA, JVR - Multivix, 2022 Catalogação: Biblioteca Central Multivix 2021 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 4 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA QUADROS UNIDADE 1 Quadro 1 – Fórmulas Dimensionas 16 Quadro 2 – Coeficiente de viscosidade para diferentes fluídos a 20ºC 25 Quadro 3 – Coeficiente de viscosidade para diferentes fluídos a 20ºC 27 UNIDADE 2 Quadro 1 – Exemplos de valores “k” para acessórios 34 Quadro 2 – Exemplos de valores de coeficiente de rugosidade 38 UNIDADE 3 Quadro 1 – Variáveis existentes no sistema de sucção e recalque 51 UNIDADE 5 Quadro 1 – Características descritivas de salto hidráulico 98 UNIDADE 6 Quadro 1 – Síntese de valores de CQ encontrados em diferentes estudos 118 5 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE FIGURAS UNIDADE 1 Figura 1 – Barragem: exemplo de construção que envolve a hidráulica 10 Figura 2 – Exemplo de fluído sofrendo variação espacial 11 Figura 3 – Força normal por unidade de área exercida pelo fluido em um ponto da superfície de uma esfera de teste imersa no fluido 12 Figura 4 – A força compressiva por unidade de área associada a cada linha por meio de um ponto no fluido 12 Figura 5 – Representação do estreitamento de um canal 13 Figura 6 – Representação esquemática da redução de tubulação durante um escoamento 14 Figura 7 –Esquema do Princípio de Bernoulli 15 Figura 8 – Pallet de madeira: dimensões de comprimento (L) e massa (M) 17 Figura 9 – Dado obtido experimentalmente 18 Figura 10 – Esquematização de condutos livres 20 Figura 11 – Fluxo Laminar 21 Figura 12 – Fluxo Laminar 21 Figura 13 – Representação da viscosidade em regime (a) laminar e (b) turbulentor 23 Figura 14 – Medição da viscosidade para fluxo laminar de fluido entre duas placas da área A. 24 Figura 15 – Aspersores de incêndio 26 UNIDADE 2 Figura 1 – Abastecimento de Água 30 Figura 2 – Representação da perda de carga distribuída 32 Figura 3 – Exemplos de acessórios de tubulação 32 Figura 4 – Tubulações, válvulas e medidor de vazão 35 Figura 5 – Diagrama de Moody 36 6 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Figura 6 – Exemplificação do método de comprimento equivalente 39 Figura 7 – Exemplo de sistema 40 Figura 8 – Identificação da linha de energia e piezométrica 42 Figura 9 – Sistema de abastecimento de água 43 Figura 10 – Sistema de abastecimento de água 44 Figura 11 – Vazão marcha 45 UNIDADE 3 Figura 1 – Roda d’água 48 Figura 2 – Evolução dos dispositivos hidráulicos 49 Figura 3 – Altura Manométrica Total 50 Figura 4 – Altura Manométrica de Sucção e recalque 51 Figura 5 – Altura Manométrica de Sucção e recalque 53 Figura 6 – Sistema de bombeamento para irrigação 54 Figura 7 – Classificação de bombas hidráulicas 55 Figura 8 – Ponto de operação 58 Figura 9 – Sistema completo de curvas e fórmulas 59 Figura 10 – Curva característica 60 Figura 11 – Conjunto de Dispositivo Hidráulico 61 Figura 12 – Conjunto de Dispositivo Hidráulico 63 Figura 13 – Processo de cavitação 64 UNIDADE 4 Figura 1 – Sistema hidráulico de tubulação e bomba: exemplo de escoamento forçado 67 Figura 2 – Canal de Amsterdã: exemplo de escoamento Livres 68 Figura 3 – Canal de navegação 69 Figura 4 – Elementos geométricos no escoamento livre 70 Figura 5 – Coeficientes de manning para determinados materiais 72 Figura 6 – Variação de parâmetros ao longo do tempo 73 Figura 7 – Variação de parâmetros ao longo do espaço 74 Figura 8 – Variação de parâmetros ao longo do espaço 75 7 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Figura 9 – Variação de parâmetros ao longo do espaço 77 Figura 10 – Canal de Navegação 78 Figura 11 – Seção trapezoidal 80 Figura 12 – Seção triangular 81 Figura 13 – Seção retangular 81 UNIDADE 5 Figura 14 – Seção Circular 83 Figura 1 – tubulação 87 Figura 2 – Movimentação do fluído entre dois pontos de uma tubulação 88 Figura 3 – Sistema de referência considerando fundo do canal - z = 0 89 Figura 4 – Representação gráfica de carga específica versus profundidade 91 Figura 5 – Barragem hidráulica 93 Figura 6 – Seção de controle – Ponto a jusante 94 Figura 7 – Seção de controle – Ponto a montante 94 Figura 8 – Prática esportiva do rafting, que evolve passagens por ressaltos hidráulicos 95 Figura 9 – Macaréu formando em ondas rasas 96 Figura 10 – Macaréu avançando sobre um rio 97 Figura 11 – Macaréu avançando sobre um rio 99 Figura 12 – Energia específica 99 Figura 13 – Seção retangular 101 UNIDADE 6 Figura 14 – Seção Triangular 102 Figura 1 – Saída da mangueira (orifício) sendo comprimido 105 Figura 2 – Sistema de pivô em agricultura: técnica que utiliza bocais 106 Figura 3 – Geometria dos Orifícios 107 Figura 4 – Relação dimensional 107 Figura 5 – Características da parede 108 8 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Figura 6 – Características do regime de escoamento 108 Figura 7 – Área de contração das veias líquidas 110 Figura 8 – Variação de tubulação 111 Figura 9 – Vertedouro em barragem hidráulica 113 Figura 10 – Vertedouro 114 Figura 11 – Componente de Vertedouro 115 Figura 12 – Vertedouro retangular 115 Figura 13 – Espessura da parede 116 Figura 14 – Vertedouro sem contração, com contração lateral e com duas contrações 116 Figura 15 –Vertedouro em barragem hidráulica 117 Figura 16 – Vertedouro retangular com contração 119 Figura 17 – Vertedouro triangular 121 Figura 18 – Parâmetros geométricos do vertedor triangular 121 9 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 11 1. INTRODUÇÃO À HIDRÁULICA 13 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 13 1.1 CONCEITOS BÁSICOS 14 1.2 ESCOAMENTO UNIFORME EM TUBULAÇÕES 22 2. INTRODUÇÃO À HIDRÁULICA 33 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 33 2.1 PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS 34 2.2 SISTEMAS HIDRÁULICOS DE TUBULAÇÕES 44 3. ENERGIA HIDRÁULICA 51 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 51 3.1 SISTEMAS ELEVATÓRIOS 52 3.2 ANÁLISE DE BOMBAS HIDRÁULICAS 60 4. ESCOAMENTOS 70 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 70 4.1 ESCOAMENTO EM SUPERFÍCIES LIVRES 71 4.2 ESCOAMENTVZZO EM CANAIS EM REGIME PERMANENTE E UNIFORME. 80 5. ENERGIA E SISTEMAS DE ESCOAMENTO 89 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 89 5.1 ENERGIA OU CARGA ESPECÍFICA 89 5.2 RESSALTO HIDRÁULICO 98 6. DISPOSITIVOS HIDRÁULICOS 108 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 108 6.1 ORIFÍCIOS E BOCAIS 109 6.2 VERTEDORES 115 1UNIDADE 2UNIDADE 3UNIDADE 4UNIDADE 5UNIDADE 6UNIDADE 10 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS ICONOGRAFIA 11 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A Hidráulica consiste em uma ciência aplicada a práticas de fluidos, principal- mente líquidos em movimento. A ideia básica por trás de qualquer sistema hidráulico é muito simples: você não pode comprimir um líquido. A força ou pressão que é aplicada em um ponto em um sistema selado é transmitida para outro ponto. A força é quase sempre multiplicada no processo. Neste curso, iremos abordar conceitos e informações gerais sobre os diversos tipos de sistemas hidráulicos e seus componentes, como bombas, válvulas e controles. Discutiremos sobre tipos e regimes de escoamento, energia hi- dráulica, sistemas utilizados para transportar fluido sob pressão ou livre e, por fim, funções e tipos de dispositivos hidráulicos comumente empregados no mercado. UNIDADE 1 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 12 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA > Apresentar os principais conceitos relacionados à Hidráulica. > Compreender as novas tecnologias como fator inerente ao cotidiano dos alunos. 13 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 1. INTRODUÇÃO À HIDRÁULICA INTRODUÇÃO DA UNIDADE Os tópicos de Hidráulica abrangem a maioria das disciplinas de ciências e engenharia. De modo geral, seus conceitos básicos são importantes para en- tendimento e concepção de projetos envolvendo barragem, obras fluviais, conceitos de cobertura de inundação, controle de enchentes, controle de se- dimentos e erosão, energia hidrelétrica, entre outros (Figura 1). FIGURA 1 – BARRAGEM: EXEMPLO DE CONSTRUÇÃO QUE ENVOLVE A HIDRÁULICA Fonte: Pixabay (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de uma barragem. O objetivo desta unidade é familiarizar-se com os princípios básicos da Hi- dráulica, bem como fazer um esforço para compreender os conceitos práticos que governam o projeto e a construção de vários sistemas hidráulicos e suas aplicações. Adicionalmente, foram tratados detalhadamente os aspectos funcionais relativos aos principais componentes do sistema hidráulico, bem como aos componentes acessórios. 14 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 1.1 CONCEITOS BÁSICOS Fluidos são substâncias que se deformam contínua e permanentemente quando são submetidos a forças que variam espacialmente em magnitude ou direção (Figura 2). FIGURA 2 – EXEMPLO DE FLUÍDO SOFRENDO VARIAÇÃO ESPACIAL Fonte: Pixabay (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de uma pia, com a torneira aberta e a água escoando pela torneira. A natureza da relação entre as forças de deformação e a geometria da defor- mação varia de fluido para fluido. Os fluidos podem ser classificados como líquidos (objeto de nossos estudos), que são relativamente densos e mantêm um volume definido, e gases, que são menos densos e se expandem para encher seu contêiner. Os fluidos, tanto líquidos quanto gases, distinguem- -se dos sólidos por sua incapacidade de resistir às forças de deformação: em contraste com os sólidos, eles continuam a deformar enquanto as forças de deformação são aplicadas. 1.1.1 TIPOS E REGIMES DE ESCOAMENTO Suponha que você mergulhe uma esfera de teste sólida em um recipiente de fluido em repouso e suponha ainda que você tenha um pequeno medidor 15 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA com o qual você pode medir a força normal por unidade de área exercida pelo fluido em algum ponto da superfície da esfera (Figura 3). FIGURA 3 – FORÇA NORMAL POR UNIDADE DE ÁREA EXERCIDA PELO FLUIDO EM UM PONTO DA SUPERFÍCIE DE UMA ESFERA DE TESTE IMERSA NO FLUIDO Fonte: Elaborada pelo autor (2022). #PraCegoVer: a imagem representa um círculo, com um ponto indicando a força normal por unidade de área. Essa força por unidade de área é a pressão exercida pelo fluido na superfície da esfera. Isso provavelmente parece um conceito bastante simples. Mas a pressão do fluido é mais do que apenas isso. Agora suponha que você torne a esfera sólida cada vez menor. Você pode pensar nisso como eventualmente se tornando apenas um ponto. Então, está associada a cada linha através desse ponto, compressiva por unidade de área, direcionada para dentro de ambas, as direções ao longo da linha em direção ao ponto, com o mesmo valor que a força por unidade de área que você me- diu na superfície da esfera de teste (Figura 4). FIGURA 4 – A FORÇA COMPRESSIVA POR UNIDADE DE ÁREA ASSOCIADA A CADA LINHA POR MEIO DE UM PONTO NO FLUIDO Fonte: Elaborada pelo autor (2022). #PraCegoVer: a imagem representa um ponto qualquer e sobre ele há duas flechas, uma indicada como direção arbitrária e outra indicando o fluido, representando a força normal por unidade de área. 16 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 E o valor dessa força de compressão por unidade de área é o mesmo para todas as orientações da linha que passam pelo ponto. Esta é a essência do conceito de pressão de fluido: é uma força compressiva por unidade de área que atua igualmente em todas as direções em um ponto do fluido. O conceito de pressão de fluido introduzido acima é igualmente válido para um fluido em movimento. É conveniente e natural pensar na pressão em um fluido em movimento como sendo composta de duas partes: a pressão estática e a pressão dinâmica. Saiba mais acessando o portal do curso de Engenharia Mecânica da UNICAMP clicando aqui (FEM, 2021). 1.1.2 EQUAÇÃO DE ENERGIA Quando um fluido flui para um canal mais estreito (de uma largura “L” para uma “L-x”), sua velocidade (v) aumenta, como mostra a Figura 4 FIGURA 5 – REPRESENTAÇÃO DO ESTREITAMENTO DE UM CANAL Fonte: Elaborada pelo autor (2022). #PraCegoVer: a imagem representa um sentido de escoamento, com as medidas L, V e L-x. Isso significa que sua energia cinética também aumenta. De onde vem essa mudança na energia cinética? O aumento da energia cinética vem do traba- lho em rede feito no fluido para empurrá-lo para o canal e do trabalho feito no fluido pela força gravitacional, se o fluido mudar de posição vertical. Lembre- -se do teorema da energia de trabalho. 17 MULTIVIX EAD Credenciadapela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Há uma diferença de pressão quando o canal se estreita, como mostra a Figu- ra 5. Essa diferença de pressão resulta uma força líquida no fluido: lembre-se de que a pressão vezes a área é igual à força. O trabalho em rede realizado aumenta a energia cinética do fluido. Como resultado, a pressão cairá em um fluido de movimento rápido, esteja ou não confinado a um tubo. FIGURA 6 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA REDUÇÃO DE TUBULAÇÃO DURANTE UM ESCOAMENTO Fonte: Elaborada pelo autor (2022). #PraCegoVer: a imagem representa um desenho sobre a redução de tubulação durante o escoamento. Nos anos 1700, Daniel Bernoulli investigou as forças presentes em um fluido em movimento, conforme mostra a Figura 6. A equação de Bernoulli é uma lei fundamental derivada do princípio da con- servação de energia. Ele define a dependência mútua entre a velocidade, pressão e diferença de altura, durante o escoamento de um fluido. Sendo H1 o ponto inicial (1) e H2, o ponto final (2), e ΔH = H1 – H2, a equação Bernoulli é expressa por (AZEVEDO, 1998): Em que: zx: é a altura do ponto x (1, 2) em relação ao Plano Horizontal de Re- ferência - PHR (m); Px: é a pressão do fluido no ponto x (N/m² = Pa); γ: é o peso específico do fluido (N/m³); vx: velocidade do fluido no ponto (m/s); g: acelera- ção da gravidade (m/s²); e ΔH: perda de carga entre os pontos 1 e 2 (m). 18 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A conservação da energia aplicada ao fluxo do fluido produz a equação de Bernoulli. O trabalho em rede feito pela pressão do fluido resulta mudanças na constante cinética do fluido por unidade de volume. Se outras formas de energia estão envolvidas no fluxo de fluido, a equação de Bernoulli pode ser modificada para levar essas formas em consideração. Essas formas de energia incluem energia térmica dissipada por causa da viscosidade do fluido. FIGURA 7 –ESQUEMA DO PRINCÍPIO DE BERNOULLI Fonte: Wikipédia (2022). #PraCegoVer: a imagem representa um esquema com o princípio de Bernoulli. Outra situação importante é aquela em que o fluido se move, mas sua pro- fundidade é constante e não há perda de carga, ou seja: z1= z2 e H1= H2. Sob essa condição, a equação de Bernoulli torna-se Como acabamos de discutir, a pressão cai à medida que a velocidade aumen- ta em um fluido em movimento. Podemos ver isso a partir do princípio de Bernoulli. Por exemplo, se v2 for maior que v1 na equação, então P2 deve ser menor que P1, para que a igualdade seja mantida. 19 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 1.1.3 ANÁLISE DIMENSIONAL APLICADA AO ESCOAMENTO FORÇADO A análise dimensional é uma técnica matemática usada para prever os pa- râmetros físicos que influenciam o fluxo na mecânica dos fluidos, a transfe- rência de calor na termodinâmica e assim por diante. A análise envolve as unidades fundamentais de dimensões: massa (M), comprimento (L) e tempo (T). É útil no trabalho experimental, porque fornece um guia para fatores que afetam significativamente os fenômenos estudados. A Tabela 1 sintetiza al- guns exemplos de fórmulas dimensionais. QUADRO 1 – FÓRMULAS DIMENSIONAS Variável Física Grandezas Dimensionais Velocidade [v]=LT-1 Aceleração [a]=LT-2 Força [F]=MLT-2 Energia c Potência [Pot ]=ML2 T-3 Frequência [f]=T-1 Fonte: Elaborada pelo autor (2022). #PraCegoVer: a imagem representa uma tabela, com duas colunas e sete linhas. Na primeira linha, há os títulos: variável física e grandezas dimensionais. Na segunda linha, há velocidade, correspondente a [v] = LT-1. Na terceira linha, há aceleração, correspondente a [a] = LT-2. Na quarta linha, há força, correspondente a [F] = MLT-2. Na quinta linha, há energia, correspondente a [F] = MLT-2. Na sexta linha, há potência, correspondente a [Pot] = ML2T-3. Na sétima linha, há frequência, correspondente a [f] = T-1. A análise dimensional é comumente usada para determinar as relações entre várias variáveis, ou seja, para encontrar a força como uma função de outras variáveis quando uma relação funcional exata é desconhecida (Figura 7). Com base na compreensão do problema, assumimos uma certa forma funcional. O teorema da Análise Dimensional é um instrumento básico de grande uti- lidade na Hidráulica experimental. Todo fenômeno físico representado por uma relação dimensionalmente homogênea de n grandezas físicas, na for- 20 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ma: F(G1, Gp, ...Gk, ...G)=0, pode ser descrito por uma relação de n — r grupos adimensionais independentes Φ ( Π1, Π2, ..., Πn-r ) = 0, em que r é o número de grandezas básicas ou fundamentais necessárias para expressar dimensional- mente as variáveis G. FIGURA 8 – PALLET DE MADEIRA: DIMENSÕES DE COMPRIMENTO (L) E MASSA (M) Fonte: Plataforma Deduca (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um pallet com um fundo todo branco. Em geral, tais grandezas são: massa (força), comprimento e tempo. Escolhen- do como variáveis básicas (sistema pró-básico) as grandezas Gk, Gl Gm, cada grupo adimensional independente é da forma (PORTO, 2004): Em que Ai é um número puro; Gi, uma grandeza do fenômeno diferente das variáveis básicas; e α, expoentes a determinar, pela imposição de homogenei- dade dimensional na relação anterior, uma vez que Π é um número puro. No fenômeno físico do escoamento de um líquido real, com velocidade mé- dia (V), caracterizado pela sua viscosidade dinâmica e massa específica (ρ), por meio de uma tubulação circular de diâmetro (D), comprimento (L) e co- eficiente de rugosidade da parede (ε), a queda de pressão (ΔP) ao longo do comprimento da tubulação pode ser tratada pelo teorema dos Π’s, na forma: Com n=7 e r=3, existem quatro grupos adimensionais independentes que descrevem o fenômeno na sua totalidade. Escolhendo para sistema pró-bá- sico o terno ρ; V, D, a aplicação do princípio da homogeneidade dimensional leva aos seguintes adimensionais (PORTO, 2004): 21 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Portanto, existe uma função adimensional na forma: Através de técnicas experimentais, é possível admitir a queda de pressão é diretamente proporcional à relação L/D. Assim temos que: A função entre parênteses pode ser levantada experimentalmente e repre- sentada pelo fator de atrito da tubulação. FIGURA 9 – DADO OBTIDO EXPERIMENTALMENTE Fonte: Plataforma Deduca (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de duas pessoas, um homem e uma mulher. O homem está de com uniforme com uma caneta e uma prancheta em mãos. A mulher está sentada em frente ao computador. 22 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Em 1944, LF Moody plotou os dados da equação de Colebrook e o gráfico resultante tornou-se conhecido como Diagrama de Moody. Foi este gráfico que permitiu ao usuário obter um fator de atrito razoavelmente preciso para condições de fluxo turbulento, com base no número de Reynolds e na rugosidade relativa do tubo (VIANNA, 1997). Desta forma, a queda de pressão é dada por: Como ΔP = γΔH, e γ= ρg, temos que: Em que: o Fator 2 foi introduzido para reproduzir a definição de carga cinética da equação da energia. Deve-se observar que a aplicação do teorema dos Πs não fornece a expressão analítica da função Φ, que pode ser obtida, em cada caso, por teoria ou experimentação. A energia cinética do fluído corresponde a forma de energia que um objeto ou partícula possui em razão de seu movimento. É uma propriedade de um objeto ou partícula em movimento e depende não apenas de seu movimento, mas também de sua massa. 1.2 ESCOAMENTO UNIFORME EM TUBULAÇÕES Em um canal aberto ou rio, asuperfície livre se ajusta às mudanças de pressão e a profundidade aumenta ou diminui para acomodar o fluxo, onde somen- te a pressão na superfície livre é sempre atmosférica, como mostra a Figura 9. Assim, em um fluxo de canal aberto, a força necessária, para fazer a água se mover, ao longo do canal contra o atrito, é fornecida pelo componente de gravidade paralelo ao declive inferior do canal, em vez de um gradiente de pressão, como é o caso no fluxo do tubo. 23 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 10 – ESQUEMATIZAÇÃO DE CONDUTOS LIVRES Fonte: Elaborada pelo autor (2022). #PraCegoVer: a imagem representa um esquema com os condutos livres. Caso contrário, os dois fluxos, tubo uniforme e fluxo de canal, são muito seme- lhantes; no fluxo do tubo, um gradiente de pressão, uniforme em toda a seção do tubo, conduz o fluxo por meio do tubo contra o atrito, ao passo que um componente da gravidade, novamente uniforme ao longo da seção transver- sal do canal, faz com que a água flua para baixo. A liberdade proporcionada pela superfície livre, no entanto, permite que os fluxos de canal aberto assumam uma maior variedade de configurações de fluxo e é conveniente, desde o início, definir regimes particulares de fluxo. 1.2.1 ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO Todo o fluxo de fluido é classificado em uma de duas grandes categorias ou regimes: laminar e turbulento. O fluxo laminar ocorre quando um fluido flui em camadas paralelas, sem in- terrupção entre as camadas. Em baixas velocidades, o fluido tende a fluir sem mistura lateral e as camadas adjacentes deslizam umas sobre as outras, como cartas de jogar. Não há formação de correntes perpendiculares à direção do fluxo. sendo o movimento das partículas do fluido ordenado, com todas as partículas movendo-se em linhas retas paralelas às paredes do tubo, confor- me mostra a Figura 10. 24 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 11 – FLUXO LAMINAR Fonte: Azevedo (1998). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de flechas alinhadas no sentido da direita. Qualquer mistura lateral (mistura em ângulos retos com a direção do fluxo) ocorre pela ação de difusão entre as camadas do líquido. A mistura por difu- são pode ser lenta; entretanto, se o diâmetro do tubo ou tubo for pequeno, essa mistura por difusão pode ser muito significativa. O fluxo turbulento é um regime de fluxo caracterizado por mudanças caóti- cas de propriedades. Isso inclui a variação rápida da pressão e da velocidade do fluxo no espaço e no tempo. Em contraste com o fluxo laminar, o fluido não viaja mais em camadas e a mistura no tubo é altamente eficiente. FIGURA 12 – FLUXO LAMINAR Fonte: Azevedo (1998). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de flechas desalinhadas no sentido da direita. 25 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Nem todas as partículas de fluido viajam com a mesma velocidade dentro de um tubo. A forma da curva de velocidade depende se o fluxo é laminar ou turbulento. Se o fluxo em um tubo for laminar, a distribuição da velocidade em uma seção transversal terá forma parabólica com a velocidade máxima no centro, sendo cerca de duas vezes a velocidade média no tubo. Em fluxo turbulento, uma distribuição de velocidade razoavelmente plana existe em toda a seção do tubo, com o resultado de que todo o fluido flui em um determinado valor único. O número de Reynolds é um número adimensional composto pelas caracte- rísticas físicas do fluxo. A Equação 8 é usada para calcular o número de Rey- nolds (Re) para fluxo de fluido (AZEVEDO, 1998): Em que: V: velocidade do fluxo, D: dimensão linear característica (comprimen- to percorrido do fluido; diâmetro hidráulico etc.); ρ: densidade do fluido (kg/ m³); μ: viscosidade dinâmica (Pa.s);e ν: viscosidade cinemática ( m²/s). Para tubos cilíndricos, admite-se os seguintes valores: • Fluxo laminar: Re < 2000 • Fluxo transiente: 2000 < Re < 2400 • Fluxo turbulento: Re > 2400 1.2.2 LEIS DE RESISTÊNCIA NO ESCOAMENTO TURBULENTO Quando você se serve de um copo de suco, o líquido flui livre e rapidamente. Mas, se você derramar uma gota de azeite, o líquido escorre lentamente e gruda na jarra. A diferença existente é o atrito do fluido, tanto dentro do pró- prio fluido quanto entre o fluido e seus arredores. Chamamos essa proprieda- de de viscosidade dos fluidos. O suco oferece uma menor resistência ao es- 26 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 coamento: por isso, apresenta uma baixa viscosidade. Por outro lado, o azeite tem uma alta viscosidade, justamente por apresentar uma maior resistência ao escoamento. A definição precisa de viscosidade é baseada no fluxo laminar ou não turbu- lento. A Figura 12 mostra esquematicamente como o fluxo laminar e turbu- lento diferem. Quando o fluxo é laminar, as camadas fluem sem se misturar. Quando o fluxo é turbulento, as camadas se misturam e velocidades signifi- cativas ocorrem em direções diferentes da direção geral do fluxo. FIGURA 13 – REPRESENTAÇÃO DA VISCOSIDADE EM REGIME (A) LAMINAR E (B) TURBULENTOR Fonte: Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho da viscosidade em regime laminar e turbulento. Na Figura 12-A, o fluxo laminar ocorre em camadas sem mistura. Observe que a viscosidade causa arrasto entre as camadas e também na superfície fixa. A velocidade perto do fundo do fluxo (vb) é menor que a velocidade perto do topo (vt) porque, neste caso, a superfície do recipiente de contenção está no fundo. Já em Figura 12-B, uma obstrução no vaso causa um fluxo turbulento. O fluxo turbulento mistura o fluido. Há mais interação, maior aquecimento e mais resistência do que no fluxo laminar. A Figura 13 mostra como a viscosidade é medida para um fluido. O fluido a ser medido é colocado entre duas placas paralelas. A placa inferior é mantida fixa, enquanto a placa superior é movida para a direita, arrastando o fluido com ela. A camada (ou lâmina) de fluido em contato com qualquer uma das placas não se move em relação à placa, de modo que a camada superior se move na velocidade v, enquanto a camada inferior permanece em repouso. Cada ca- mada sucessiva de cima para baixo exerce uma força sobre a camada abaixo, tentando arrastá-la, produzindo uma variação contínua na velocidade de v=0. 27 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 14 – MEDIÇÃO DA VISCOSIDADE PARA FLUXO LAMINAR DE FLUIDO ENTRE DUAS PLACAS DA ÁREA A. Fonte: Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma medição da viscosidade para fluxo laminar de fluido entre duas placas da área A. Uma força F é necessária para manter a placa superior, como mostrado na Fi- gura 9, movendo a uma velocidade constante. Experimentos mostraram que essa força depende de quatro fatores. 1º Lugar: F é diretamente proporcional a v (até que a velocidade seja tão alta que ocorra turbulência, então, uma força muito maior é necessária e tem uma dependência mais complicada de v). 2º Lugar: F é proporcional à área A da placa. Essa relação parece razoável, uma vez que A é diretamente proporcional à quantidade de fluido sendo movido. 3º Lugar: F é inversamente proporcional à distância entre as placas L. Essa relação também é razoável; L é como um braço de alavanca e, quanto maior o braço de alavanca, menor a força necessária. 28 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4º Lugar: F é diretamente proporcional ao coeficiente de viscosidade, η. Quanto maior for a viscosidade, maior será a força necessária. Essas dependências são combinadas na equação. Essas dependências são combinadas na Equação9 (PORTO, 2004): Esta equação nos dá uma definição de trabalho da viscosidade do fluido η. Resolvendo, para deixar em termos de η, temos que: A unidade Sistema Internacional (SI) I de viscosidade é N . m².s, ou Pa.s. A Ta- bela 2 lista a viscosidade de determinados fluidos a uma temperatura de 20ºC. QUADRO 2 – COEFICIENTE DE VISCOSIDADE PARA DIFERENTES FLUÍDOS A 20ºC Fluído Viscosidade (Pa) álcool etílico 0,248 × 10-3 água 1,0020 × 10-3 nitrobenzeno 2,0 × 10-3 sangue humano 4 × 10-3 óleo de oliva 81 × 10-3 glicerol 1,485 piche 107 Fonte: Azevedo (1998). #PraCegoVer: a imagem representa uma tabela, com duas colunas e oito linhas. Na primeira linha, há os títulos: fluido e viscosidade (Pa). Na segunda linha, há álcool etílico, tubos novos, correspondente a 0,248 × 10-3. Na terceira linha, há água, referente a 1,0020 × 10-3. Na quarta linha, há nitrobenzeno, referente a 2,0 × 10-3. Na quinta linha, há sangue humano, referente a 4 × 10-3. Na sexta linha, há óleo de oliva, referente a 81 × 10-3. Na sétima linha, há glicerol, referente a 1,485. Na oitava linha, há piche, referente a 107. 29 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA A viscosidade varia de um fluido para outro em várias ordens de magnitude. Como você pode esperar, as viscosidades dos gases são muito menores do que as dos líquidos, e essas viscosidades geralmente dependem da temperatura. 1.2.3 FÓRMULAS EMPÍRICAS PARA O ESCOAMENTO TURBULENTO A perda de carga unitária é definida, conforme a Equação de Darcy-Weisba- ch, como (PORTO, 2004): Há, porém, uma outra possiblidade de quantificar a perda de carga, expressa pelo equacionamento de Hazen-Willians. A equação de Hazen-Williams é uma fórmula empírica que relaciona o fluxo de água em um tubo, suas propriedades físicas e a perda de carga/queda de pressão causada pelo atrito é comumente usada para pequenos fluxos por meio de tubos de pequenos diâmetros: sistemas de irrigação por aspersão, sis- temas de aspersão de incêndio e redes de abastecimento de água (Figura 13) FIGURA 15 – ASPERSORES DE INCÊNDIO Fonte: Plataforma Deduca (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um bombeiro com uniforme com as mãos em um carro de bombeiros. 30 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A expressão geral da perda de carga (J) Hazen-Willians é dada por (PORTO, 2004): Em que: Q é a vazão; D: diâmetro da tubulação; e “m” e “n”: coeficientes rela- cionados à composição do material que reveste a tubulação. Diante das variáveis, há uma expressão de Hazen-Willians comumente utili- zada, expressa por: Em que: C representa o coeficiente de rugosidade. Este valor é tabelado, va- riando de acordo com o tipo de material, conforme mostra a Tabela 3. QUADRO 3 – COEFICIENTE DE VISCOSIDADE PARA DIFERENTES FLUÍDOS A 20ºC Fluído Viscosidade (Pa) Aço rebitado, tubos novos 110 Ferro fundido, novos 130 Ferro fundido, usados 90 Cobre 130 Concreto, acabamento comum 120 Ferro fundido, após 15 – 20 anos de uso 100 Tubos PVC 150 Fonte: Adaptada de Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa uma tabela, com duas colunas e oito linhas. Na primeira linha, há os títulos: fluido e viscosidade (Pa). Na segunda linha, há aço rebitado, tubos novos, correspondente a 110. Na terceira linha, há ferro fundido, novos, referente a 130. Na quarta linha, há ferro fundido, usado, referente a 90. Na quinta linha, há cobre, referente a 130. Na sexta linha, há concreto, acabamento comum, referente a 120. Na sétima linha, há ferro fundido, após 15-20 anos de uso, referente a 100. Na oitava linha, há tubos PVC, referente a 150. Ressalta-se, em tempo, que a Equação 11 pode ser utilizada nas seguintes si- tuações: 31 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA • Escoamento turbulento e/ou de transição. • Temperatura da água a 20ºC. • Não considerar o efeito viscoso. • Aplicado para D ≥ 4” (0,1m) e em redes de distribuição de água, adutoras e sistemas de recalque (Figura 15). CONCLUSÃO Esta unidade objetivou-se a apresentar uma reflexão sobre os conceitos in- trodutórios de Hidráulica, discorrendo ainda sobre importantes elementos e características de regimes de escoamento. Os líquidos em movimento ou sob pressão fizeram um trabalho útil para o ho- mem por muitos séculos antes que o cientista e filósofo francês Blaise Pascal e o físico suíço Daniel Bernoulli formulassem as leis nas quais a moderna tec- nologia de energia hidráulica se baseia. A Lei de Pascal afirma que a pressão em um líquido é transmitida igualmente em todas as direções; ou seja, quan- do a água é feita para encher um recipiente fechado, a aplicação de pressão em qualquer ponto será transmitida para todos os lados do recipiente. A Lei de Bernoulli, formulada cerca de um século depois, afirma que a energia em um fluido é devida à elevação, ao movimento e à pressão e, se não houver perdas devido ao atrito e nenhum trabalho realizado, a soma das energias permanece constante. Assim, a energia da velocidade, derivada do movimen- to, pode ser parcialmente convertida em energia de pressão, aumentando a seção transversal de um tubo, o que retarda o fluxo, mas aumenta a área con- tra a qual o fluido está pressionando. Essas considerações nos auxiliam a compreender os diferentes regimes de escoamento existentes (laminar, transiente e turbulento), como mensurar, por meio de formas empíricas, varáveis relacionadas à perda de carga, veloci- dade de escoamento e força de atrito. UNIDADE 2 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 32 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA > Calcular perda de carga localizada. > Compreender as novas tecnologias como fator inerente ao cotidiano dos alunos. 33 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 2. INTRODUÇÃO À HIDRÁULICA INTRODUÇÃO DA UNIDADE Sistemas hidráulicos consistem em um conjunto de mecanismos que cons- tituem um sistema de distribuição de água com capacidade de fornecer um abastecimento de água (Figura 1) confiável em um nível de serviço aceitável, ou seja, atender a todas as demandas colocadas sobre o sistema com dispo- sições para pressão adequada, proteção contra incêndio e confiabilidade de abastecimento ininterrupto (CESÁRIO, 1995; AWWA, 2005). FIGURA 1 – ABASTECIMENTO DE ÁGUA Fonte: Pixabay (2022). #PraCegoVer: a imagem representa um cano saindo água em uma rede de abastecimento de água. A demanda de água é a força motriz para a operação dos sistemas municipais de água. Como as demandas de água são estocásticas por natureza, a ope- ração hidráulica requer uma compreensão da quantidade de água que está sendo usada, onde está sendo usada e como esse uso varia com o tempo. Nesta unidade, serão apresentadas e discutidas as perdas de carga e de ener- gia envolvidos em um sistema hidráulico, quantificando como essa energia dissipada afeta todo o sistema. 34 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2.1 PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS O transporte de fluídos é conduzido por meio de condutos projetados para esta finalidade. Esses condutos podem ser classificados como (PORTO, 2004): Superfície livre Condutos livres ou abertos: são aqueles que estão em contato direto com a pressão atmosférica, sendo destinados principalmente para o transporte de água. Também são chamados de canais. Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma superfície livre. Conduto forçado Condutos forçados ou fechados: são aqueles em que a pressão existente é muito maior que a pressão atmosférica, admitindo- se, nessas condições, que o fluído escoa em dutos sob pressão. Sãocomumente empregados em sistemas que envolvem dispositivos de bombas hidráulicas. Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um conduto forçado. O escoamento interno em tubulações sofre fortes influências das paredes, dissipando energia devido ao atrito. Quando as partículas estabelecem contato com a parede, essas acabam ad- quirindo a mesma velocidade da parede. Isso significa que, como a parede é fixa, a velocidade das partículas em contato com ela será nula, influenciando as partículas vizinhas por meio da viscosidade e turbulência, dissipando a energia. Essa dissipação de energia provoca uma redução da pressão total no fluido ao longo do seu escoamento na tubulação, recebendo o nome de “perda de carga”. A motivação da perda de carga a faz a ser categorizada em duas tipologias (PORTO, 2004): 35 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA • Perda de Carga Distribuída: reflexo da ação das paredes retilíneas sob os fluidos, que provocam uma redução gradativa da pressão distribuída ao longo do comprimento da tubulação. FIGURA 2 – REPRESENTAÇÃO DA PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA Fonte: Elaborado pelo autor (2022). #PraCegoVer: a imagem representa o sentido de escoamento de uma tubulação. • Perda de Carga Localizada: perda de carga provocada pelos acessórios que compõem o sistema de canalização, ou seja: as diversas peças necessárias para a montagem da tubulação, que provocam variação brusca da velocidade, em módulo e direção, intensificando a perda de energia nesses pontos. FIGURA 3 – EXEMPLOS DE ACESSÓRIOS DE TUBULAÇÃO Fonte: Freepik (2021). #PraCegoVer: a imagem representa exemplos de acessórios de tubulação. 36 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O controle das perdas de cargas, em sistema de distribuição de água, é altamente importante para o gerenciamento adequado do sistema. Diversas operações podem ser realizadas para minimizar e/ ou mitigar essas perdas. Saiba mais neste artigo de Morais et al., (2010) clicando aqui. A seguir, veremos o equacionamento utilizado para cada uma das perdas de cargas. 2.1.1 EXPRESSÃO GERAL DAS PERDAS LOCALIZADAS A perda de carga localizada ocorre sempre em acessório que é inserido na tubulação, isto é, para: promover a junção de duas tubulações, variar a direção do escoamento ou controlar a vazão de operação. O acessório tem um coeficiente de perda de carga característico, comumen- te indicado pela letra k. Diante disso, a perda de carga localizada ( hL ) causada por cada acessório, expresso em metros por coluna d’água (m.c.a), pode ser encontrada pela ex- pressão (AZEVEDO, 1998): Em que os valores de “k” são obtidos por meio de referências teóricas, confor- me consta na Tabela 1. 37 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA QUADRO 1 – EXEMPLOS DE VALORES “K” PARA ACESSÓRIOS Acessório K Acessório K Ampliação gradual 0,30 Medidor Venturi 2,50 Comporta aberta 1,00 Pequena derivação 0,03 Controlador de vazão 2,50 Redução gradual 0,15 Cotovelo de 45º 0,40 Saída de canalização 1,00 Cotovelo de 90º 0,90 “T” de passagem direta 0,60 Curva de 45º 0,20 “T” de saída bilateral 1,80 Curva de 90º 0,40 “T” de saída de lado 1,30 Entrada de borda 1,00 Válvula de borboleta aberta 0,30 Entrada normal 0,50 Válvula de ângulo aberta 5,00 Junção 0,40 Válvula de gaveta aberta 0,20 Fonte: Adaptado de Azevedo (1998) e Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa uma tabela com quatro colunas e 10 linhas. Na primeira linha, há os títulos “Acessório” e “k”. Na segunda linha, há: ampliação gradual, referente a 0,30, e Medidor Venturi, referente a 2,50. Na terceira linha, há comporta aberta, referente a 1,00, e pequena derivação, referente a 0,03. Na quarta linha, há controlador de vazão, referente a 2,50, e redução gradual, referente a 0,15. Na quinta linha, há cotovelo de 45º, referente a 0,40, e saída de canalização, referente a 1,00. Na sexta linha, há cotovelo de 90º, referente a 0,90, e “T” de passagem direta, referente a 0,60. Na sétima linha, há curva de 45º, referente a 0,20, e “T” de saída bilateral, referente a 1,80. Na oitava linha, há entrada de borda, referente a 1,00, e válvula de borboleta aberta, referente a 0,30. Na nona linha, há entrada normal, referente a 0,50, e válvula de ângulo aberta, referente a 5,00. Na décima linha, há junção, referente a 0,40, e válvula de gaveta aberta, referente a 0,20. 38 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Os diferentes valores atribuídos ao parâmetro “k” foram possíveis graças a intensas atividades experimentais e análises de sistemas de tubulação. Saiba mais neste trabalho de Azevedo (s/ano), clicando aqui. 2.1.2 ANÁLISE DE TUBULAÇÕES Entre as propriedades dos fluídos, a viscosidade é considerada a mais impor- tante, no que tange à dissipação de energia. Além de ser proporcional a perda de carga, sua relação com as forças de inércia fornecem um número adimen- sional, número de Reynolds (Re), que é o parâmetro que caracteriza o regime de escoamento. FIGURA 4 – TUBULAÇÕES, VÁLVULAS E MEDIDOR DE VAZÃO Fonte: Pixabay (2022). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma tubulação, com válvulas e medidor de vazão na cor roxa. 39 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA As propriedades de temperatura e pressão alteram diretamente os valores de viscosidade da água. Diante disso, considerando a padronização de valores, isto é, 20ºC e 1atm, são adotados os valores 1,0 x 10-3 Pa.s para viscosidade dinâmica (μ) e de 1,0007x10-6 m²/s para viscosidade cinemática (γ) (BRUNETTI, 2008). Ao resolver muitos problemas de dinâmica de fluidos, seja no estado estacio- nário ou transitório, o fator de atrito de Darcy-Weisbach, f, é necessário. Em tubos circulares, este fator pode ser resolvido diretamente com a equação Swamee-Jain, bem como outras, porém a maioria dessas equações são com- plicadas e tornam-se incômodas quando a iteração é necessária. Portanto, muitas vezes, é eficaz resolver esse fator de atrito usando o Gráfico Moody, ilustrado pela Figura 5. FIGURA 5 – DIAGRAMA DE MOODY Fonte: Wikipedia (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o Diagrama de Moody, à esquerda, está o coeficiente de fricción, embaixo, está o número de Reynolds, Re, e à direita, está o K/d Rugosidad relativa. 40 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O experimento de Moodys demonstrou que o escoamento de fluidos em uma tubulação pode ser descrito em função de números adimensionais. O resultado do experimento gerou uma representação gráfica adimensional, usado para calcular a queda de pressão ΔP (Pa), ou perda de carga hf (m) e o regime de escoamento do fluído. O gráfico representa o fator de atrito Darcy- -Weisbach (fD) versus o número de Reynolds para uma variedade de rugosi- dades relativas, a proporção da altura média de rugosidade do tubo para o diâmetro do tubo ou ε/D. A perda de carga pode ser calculada usando a equação de Darcy-Weisbach em que o fator de atrito de Darcy (PORTO, 2004) é: A queda de pressão pode então ser avaliada como: Ou diretamente de Em que “fD” é o fator de atrito do gráfico Moody, “ρ” é a densidade do fluido, “v” é a velocidade média de escoamento no tubo, “L” é o comprimento do tubo “D” é o diâmetro do tubo. O gráfico Moody pode ser dividido em dois regimes de fluxo: laminar e tur- bulento. Para o regime de fluxo laminar (Re<~ 3000), a rugosidade não tem efeito discernível e o fator de atrito Darcy-Weisbach “fD” pode ser determina- do por (PORTO, 2004): Para o regime de fluxo turbulento, a relação entre o fator de atrito e o númeroReynolds Re é considerada. Um modelo para esta relação é a equação de Co- lebrook, definida por (PORTO, 2004): A tabela 2 sintetiza exemplos dos coeficientes de rugosidade (ε) para deter- minados materiais 41 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA QUADRO 2 – EXEMPLOS DE VALORES DE COEFICIENTE DE RUGOSIDADE Materiais Tubos Novos Tubos velhos Aço galvanizado 0,00015 – 0,00020 0,0046 Aço soldado 0,00004 – 0,00006 0,0024 Cimento amianto 0,000025 ---------- Cobre ou latão lisos lisos Ferro forjado 0,00004 – 0,00006 0,0024 Ferro fundido 0,00025 – 0,00050 0,0030 – 0,0050 Vidro lisos lisos Plástico lisos lisos Fonte: Adaptado de Azevedo (1998). #PraCegoVer: a imagem representa uma tabela com três colunas e nove linhas. A primeira linha contém os títulos: materiais; tubos novos; e tubos velhos. Na segunda linha, há: aço galvanizado, referente a 0,00015 – 0,00020 e 0,0046. Na terceira linha, há aço soldado, referente a 0,00004 – 0,00006 e 0,0024. Na quarta linha, há cimento amianto, referente a 0,000025. Na quinta linha, há cobre ou latão, referente a lisos. Na sexta linha, há ferro forjado, referente a 0,00004 – 0,00006 e 0,0024. Na sétima linha, há ferro fundido, referente a 0,00025 – 0,00050 e 0,0030 – 0,0050. Na oitava linha, há vidro, referente a lisos. Na nona linha, há plástico, referente a lisos. 2.1.3 MÉTODOS DE COMPRIMENTOS EQUIVALENTES O método de comprimento equivalente (razão L/D) permite que o usuário descreva a queda de pressão por meio de uma conexão como um compri- mento de tubo. Em teoria, a queda de pressão por meio da conexão é equi- valente à pressão perdida através de um certo comprimento de tubulação naquela taxa de fluxo correspondente. Ao usar um comprimento equivalente determinado a partir de um acessó- rio de tamanho diferente, o método pressupõe que, conforme o tamanho do tubo muda, o tamanho do acessório retém as mesmas proporções relativas, conforme ilustrado na Figura 6. 42 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 6 – EXEMPLIFICAÇÃO DO MÉTODO DE COMPRIMENTO EQUIVALENTE Fonte: Elaborado pelo autor (2022). #PraCegoVer: a imagem representa um exemplo de método de comprimen- to equivalente, com indicação da válvula de retenção, do cotovelo 90º, da vál- vula gaveta, do cotovelo 50º, da válvula de pé e do comprimento equivalente. Os valores de relacionados a comprimentos equivalentes são tabulados em literaturas bibliográficas, obtidos a partir de ensaios e experimentos laboratoriais. Acesso o material de aula Montoro (2009) e saiba mais. Depois de somar esses comprimentos equivalentes conforme apropriado para seu sistema hidráulico, você pode simplesmente calcular a queda de pressão para o comprimento de tubo resultante. Tomemos, como exemplo, a Figura 7: 43 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 7 – EXEMPLO DE SISTEMA Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um exemplo de sistemas, com 10 metros, depois sobre a 20metros, depois se estabiliza mais 10 metros e depois desce 10 metros. • Tamanho do tubo: DN100 (4"); • Diâmetro do tubo: 102,3 mm; • Comprimento da tubulação: 50m; • Acessórios: 3 x 90° de raio de comprimento; • Velocidade de escoamento: 3m/s; • Densidade de fluido: 1000 kg / m³; • Fator de atrito: 0.018. Usando a tabela de acessórios e comprimentos equivalentes acima, descobri- mos que o comprimento equivalente para o cotovelo de 90 ° é de 12 diâme- tros de tubo. Tomando o comprimento do tubo e o número de cotovelos, calculamos o comprimento equivalente da tubulação para fins de perda de pressão. 44 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Usando a Eq. 4, temos que: 2.2 SISTEMAS HIDRÁULICOS DE TUBULAÇÕES 2.2.1 PERDA DE CARGA UNITÁRIA E DECLIVIDADE DA LINHA PIEZOMÉTRICA O traçado de uma adutora, em um projeto de abastecimento, envolve variá- veis associados às características topográficas, condições locacionais. De modo geral, são empregadas para operar por gravidade, isto é, sem a ne- cessidade de disposto energético para promover o transporte do fluido. Conduto Livre: o perfil do plano de carga coincide com a linha piezométrica efetiva. Nessas condições, o escoamento ocorre sob condições de pressão atmosférica. Fonte: KISHI (2020). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um escoamento. Conduto forçado: a adutora encontra- se abaixo da linha piezométrica efetiva, gerando um escoamento submetido à pressão positiva. Fonte: KISHI (2020). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de conduto forçado. É comumente empregado na hidráulica a linha de energia ou a linha piezo- métrica ao trabalhar com os sistemas de tubulação. Essas linhas imaginárias ajudam a encontrar os pontos problemáticos no sistema (geralmente pontos de baixa pressão). 45 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 8 – IDENTIFICAÇÃO DA LINHA DE ENERGIA E PIEZOMÉTRICA Fonte: Chadwick (2004). #PraCegoVer: a imagem é a identificação da linha de energia e piezométrica. Linha Piezométrica: Formados pelos pontos situados na distância P/y acima do centro da tubulação. Linha de energia: Situado pelos pontos na distância v²/2g, acima da linha piezométrica. A linha de energia mostra a altura manométrica total para determinada se- ção transversal no sistema, dado por (PORTO, 2004): 46 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2.2.2 INFLUÊNCIAS RELATIVAS ENTRE O TRAÇADO DA TUBULAÇÃO E AS LINHAS DE ENERGIA Os tubos conectam tanques, vasos, bombas e outros equipamentos mostra- dos nos desenhos de layout do equipamento – e devem fazê-lo de forma efi- ciente, levando em consideração todos os códigos e as normas aplicáveis, os requisitos do cliente, as questões de segurança, as necessidades de acessibili- dade, os fatores de estresse da tubulação, as possíveis interferências e o custo total instalado. Na verdade, a tubulação pode ser um fator de custo impor- tante para qualquer instalação de processo industrial devido às despesas de material, fabricação e mão de obra. FIGURA 9 – SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um tanque com água em um sistema de abastecimento de água. O layout de tubulação inteligente combina o conhecimento de engenheiros de tubulação experientes e engenheiros de processo com uma boa dose de bom senso. Por exemplo, mover uma bomba ou tanque alguns centímetros do local do projeto inicial podem eliminar um cotovelo desnecessário e flan- ges relacionados. 47 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 10 – SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um sistema de abastecimento de água, ao redor, há campos verdes e um céu azul. Além de evitar a contaminação e atingir a pressão e o fluxo corretos, o sistema deve ser adequado para a temperatura da água transportada. Um sistema bem projetado e instalado também será durável, minimizará o ruído do fluxo de água e de problemas como o golpe de aríete e apoiará o uso eficiente da água. Todos os sistemas de abastecimento de água usam uma combinação de tu- bos (de diferentes dimensões e materiais), válvulas e saídas para fornecer água aos usuários do edifício. Alguns sistemas de abastecimento de água também usam tanques de armazenamento e bombas. Projetar um sistema de abas- tecimento de água envolve acertar todos esses elementos para que a água limpa seja entregue ao usuário na taxa e temperatura adequadas. A Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) n. 12218estabelece as diretrizes necessárias para projetos de distribuição de água para abastecimento público (ABNT, 1994). 48 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2.2.3 DISTRIBUIÇÃO DE VAZÃO EM MARCHA Ocorre quando há a distribuição contínua da água ao longo de determinado trecho de tubulação. Nessas condições, a vazão vai se reduzindo ao longo do trecho, gradualmente, impedindo que ela permaneça em condições cons- tantes. A complexidade de se determinar essa vazão, incorporada à variável de perda de carga, é grande. Para facilitar nesse dimensionamento, assume-se a exis- tência de uma vazão fictícia (Qf), existente em um sistema com vazão mon- tante (Qm) e jusante (Qj). FIGURA 11 – VAZÃO MARCHA Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um desenho com uma vazão marcha. Assim, pode-se encontrar a Qf por meio da relação: A partir de deduções matemáticas, pode-se expressar a vazão fictícia por (PORTO, 2004): 49 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA CONCLUSÃO Um sistema de abastecimento de água fornece água das fontes aos clientes e fornece serviços vitais para o funcionamento de uma sociedade industriali- zada e importante para a resposta a emergências e recuperação após eventos desastrosos (por exemplo, terremotos). As variáveis que compõem um sistema hidráulico, desde o revestimento da tubulação (ferro fundido, PVC, aço etc.), os acessórios de tubulação (registros, curvas, válvulas etc.) e os dispositivos hidráulicos (bombas etc.) constituem elementos essenciais, que devem ser investigados e estudados, para garantir que o projeto, de fato, possa atender às exigências legais. Assim sendo, percebemos a importância de compreender as componentes de um sistema hidráulico, bem como a interferência nas linhas de energia atuantes. UNIDADE 3 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 50 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA > Dimensionar sistema elevatório. > Compreender sistemas de bombas hidráulicas. 51 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 3. ENERGIA HIDRÁULICA INTRODUÇÃO DA UNIDADE As bombas são um dispositivo que gastam energia, a fim de elevar, transpor- tar ou comprimir fluidos. As primeiras bombas eram dispositivos para elevar água, como as rodas d'água persa e romana e o parafuso de Arquimedes mais sofisticado (Figura 1). As operações de mineração da Idade Média levaram ao desenvolvimento da bomba de sucção (pistão), muitos tipos das quais são descritas por Geor- ges Agrícola em De re metallica (1556). FIGURA 1 – RODA D’ÁGUA Fonte: Pixabay (2022). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma paisagem, na qual há uma roda d’água. Ao fundo, há montanhas. Uma bomba de sucção funciona por pressão atmosférica; quando o pistão é levantado, criando um vácuo parcial, a pressão atmosférica externa força a água para dentro do cilindro, de onde é permitido escapar por uma válvula de 52 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 saída. A pressão atmosférica por si só pode forçar a água a uma altura máxima de cerca de 10m, então a bomba de força foi desenvolvida para drenar minas mais profundas (Figura 2). FIGURA 2 – EVOLUÇÃO DOS DISPOSITIVOS HIDRÁULICOS Fonte: Pixabay (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um dispositivo hidráulico. 3.1 SISTEMAS ELEVATÓRIOS 3.1.1 ALTURA TOTAL DE ELEVAÇÃO E ALTURA MANOMÉTRICA A altura total de elevação (ou altura manométrica total) de uma bomba d'água é uma medida da potência de uma bomba. Quanto maior for a altura mano- métrica total da bomba, maior será a pressão que a bomba pode gerar. Essa estatística é medida em metros e é calculada colocando um tubo na descar- ga de uma bomba e medindo a altura máxima até a qual ela pode bombear água (Figura 3). 53 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 3 – ALTURA MANOMÉTRICA TOTAL Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma altura manométrica total. A instalação de um dispositivo hidráulico é divido em duas partes. A parte de sucção designa a parcela da tubulação existente antes da bomba. Já a parte de recalque denomina a parte do sistema instalado após a bomba. Neste contexto, o dimensionamento da altura manométrica total é estimada a partir da altura geométrica de sucção (HGS) e da altura geométrica de recal- que (HGR). 54 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 4 – ALTURA MANOMÉTRICA DE SUCÇÃO E RECALQUE Fonte: Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma altura manométrica de sucção e recalque. A partir disso, temos o disposto na Tabela 1. QUADRO 1 – VARIÁVEIS EXISTENTES NO SISTEMA DE SUCÇÃO E RECALQUE SUCÇÃO HgS – altura geométrica de sucção hfS – perda de carga da sucção HmS – altura manométrica de sucção HmS – HgS + hfS RECALQUE HgR – altura geométrica de recalque hfR – perda de carga de recalque HmR – altura manométrica de recalque HmR = HgR + hfR Fonte: Elaborado pelo autor (2021). Considerando as variáveis existentes, a altura manométrica total em um siste- ma de bombeamento pode ser estimada por (AZEVEDO, 1998): 55 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 3.1.2 POTÊNCIA DO CONJUNTO ELEVATÓRIO A energia transmitida a um fluido aumenta a energia do fluido por unidade de volume. Assim, a relação de potência é entre a conversão da energia me- cânica do mecanismo da bomba e os elementos de fluido dentro da bomba. Em geral, isso é governado por uma série de equações diferenciais simultâne- as, conhecidas como equações de Navier-Stokes. No entanto, uma equação mais simples, relacionando apenas as diferentes energias no fluido, conheci- da como equação de Bernoulli, pode ser usada (CHADWICK; MORFETT, 2004) Daí a potência, P, exigida pela bomba (PORTO, 2004): Em que ΔP corresponde à variação de pressão (perda de carga no sistema); Q, à vazão de operação; e η, ao rendimento operacional da bomba (valor forneci- do pelo fabricante) A pressão total pode ter componentes gravitacional, pressão estática e energia cinética; isto é, a energia é distribuída entre a mudança na energia potencial gravitacional do fluido (subindo ou descendo colina), mudança na velocidade ou mudança na pressão estática. A perda de carga, porém, pode ser expressa em função do Eq. 1, que quantifi- ca as perdas de cargas no sistema (Figura 5). 56 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 5 – ALTURA MANOMÉTRICA DE SUCÇÃO E RECALQUE Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma altura manométrica de sucção e recalque. Assim, temos que (PORTO, 2004): Já a potência absorvida pela bomba (PAB) pode ser encontrada pela expres- são (PORTO, 2004): Isso sendo que, para ambos os casos (Eq.3 e Eq. 4), a potência é calculada em unidades de cavalo (cv). As diferentes nomenclaturas de dispositivos hidráulicos por vezes podem gerar confusão no momento de estimar a potência de uma bomba. Leia mais a este respeito por meio da NBR 6445, que estabelece terminologias básicas relativos às turbinas hidráulicas, bombas de acumulação e turbinas-bombas e seus componentes (ABNT, 2016). 57 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 3.1.3 TIPOS E CARACTERÍSTICAS DE BOMBAS HIDRÁULICAS Como vimos no início da unidade, uma bomba hidráulica é o componente de umsistema que converte energia mecânica em energia hidráulica. A energia hidráulica é uma mistura de pressão e escoamento, o que permite que o sis- tema funcione. A energia hidráulica requer pressão e fluxo para funcionar corretamente; o desempenho não pode ser alcançado sem que os dois trabalhem juntos. Por sua vez, a função de uma bomba hidráulica é promover escoamento atra- vés da máquina que, por sua vez, moverá as cargas. O principal aspecto a ser lembrado sobre as bombas hidráulicas é que as bombas produzem fluxo e a pressão é resistente ao fluxo As bombas servem para uma ampla gama de aplicações: poços artesianos, sistemas de irrigação filtragem de aquário, lagoa de filtragem e de arejamen- to; na indústria automóvel para o arrefecimento com água e de injeção de combustível; na indústria de energia para o bombeamento de petróleo; e gás natural ou para o funcionamento de arrefecimento torres e outros compo- nentes de sistemas de aquecimento, ventilação e ar-condicionado. FIGURA 6 – SISTEMA DE BOMBEAMENTO PARA IRRIGAÇÃO Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um sistema de bombeamento pra irrigação em uma plantação. 58 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Especialmente as bombas hidráulicas, estas podem ser classificadas de acor- do com as seguintes características (Figura 7): FIGURA 7 – CLASSIFICAÇÃO DE BOMBAS HIDRÁULICAS Bombas Hidráulicas Volumétricas ou Estáticas Escoamento ou Dinâmicas Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um esquema com três quadrados, nos quais está escrito: Bombas hidráulicas, volumétricas e estatísticas e escoamento ou dinâmicas. As bombas volumétricas usam variação de volume dentro de uma câmara para criar sucção e impulso de um fluido. O fluido é primeiro sugado para dentro da câmara, criando um vácuo e, em seguida, expelido da câmara, au- mentando assim a pressão dentro dela. Algo semelhante ao feito pelo cora- ção de um mamífero. As bombas volumétricas movimentam volumes constantes de líquido a cada ciclo operacional, já que a câmara possui um volume máximo definido e in- variável. As bombas volumétricas são divididas em dois subgrupos: bombas rotativas e bombas alternativas. Bombas Rotativas São assim chamadas porque são acionadas por elementos rotativos. Este grupo inclui o parafuso de Arquimedes, bombas de engrenagem e bombas peristálticas. Fonte: Peres (2015) #PraCegoVer: a imagem representa a foto de uma bomba rotativa. 59 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Bombas volumétricas alternativas Usam o movimento retilíneo alternativo (deslizamento) de um êmbolo para criar a expansão e compressão de um fluido dentro da câmara. As bombas alternativas podem ser de ação simples ou dupla. Exemplos deste tipo incluem bombas de pistão e diafragma. Fonte: Pixabay (2021) #PraCegoVer: a imagem representa a foto de uma bomba volumétrica alternativa. As bombas dinâmicas, também conhecidas como bombas cinéticas, são dis- positivos nos quais a energia é transmitida ao fluido continuamente por meio de um impulsor, que transmite energia cinética (velocidade) ao fluido, ener- gia essa que é então transformada em pressão em um momento imediata- mente subsequente fase, reduzindo assim a velocidade. As bombas cinéticas podem ser divididas em: bombas axiais ou centrífugas. Bombas centrífugas axiais (ou de turbinas) são aquelas em que o movimento do fluido é garantido por uma hélice entubada, que empurra o próprio fluido como uma hélice marinha. Eles são definidos axiais porque o movimento do fluxo é paralelo ao eixo do impulsor. Fonte: Siqueira et at. (2019). #PraCeoVer: a imagem representa o desenho de uma bomba centrífuga axial. Já as bombas centrífugas radiais, o movimento do impulsor cria um vácuo no tubo de sucção (axial em relação ao impulsor), de modo que o fluido sobe para o corpo da bomba graças à pressão atmosférica e é então transportado para o tubo de entrega (radial) por meio do movimento do impulso. Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma bomba centrífuga radial. 60 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3.2 ANÁLISE DE BOMBAS HIDRÁULICAS Sempre que houver a necessidade de selecionar uma bomba para qualquer necessidade industrial ou pessoal, é importante determinar a altura mano- métrica total necessária para a operação e a vazão necessária. Todos esses dados são importantes porque cada bomba que é fabricada pelo fabricante tem um valor característico de pressão e fluxo no qual leva a uma operação de eficiência máxima. Por exemplo, em uma indústria de processo, se houver necessidade de trans- portar líquidos químicos a uma taxa de fluxo específica para que uma reação química em particular ocorra, então há a necessidade de verificar a carga di- nâmica (que está relacionada à taxa de fluxo) e altura manométrica 3.2.1 CURVA CARACTERÍSTICA DA BOMBA Após o cálculo da carga e da vazão, são consultadas as curvas da bomba for- necidas pelo fabricante e selecionada a bomba que fornece a máxima efici- ência na condição operacional. No entanto, deve-se notar que o melhor ponto de eficiência não é o melhor ponto operacional na prática, porque a curva da bomba descreve como uma bomba centrífuga funciona isolada do equi- pamento da planta. O modo como funciona na prática é determinado pela resistência do sistema em que está instalado. Como regra geral, as bombas centrífugas são usadas com fluidos de baixa viscosidade e as bombas de deslocamento positivo são usadas com fluidos de alta viscosidade. 61 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 8 – PONTO DE OPERAÇÃO Fonte: Wikipedia (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um gráfico com o ponto de operação, com indicação de: curva característica da bomba; ponto de operação da bomba no sistema: onde as curvas características se cruzam; curva característica do sistema ou da tubulação; e altura geométrica do sistema. As curvas da bomba são bastante úteis na seleção, no teste, na operação e na manutenção da bomba. A curva de desempenho da bomba é um gráfico da pressão diferencial em relação à taxa de fluxo operacional. Eles especificam características de desempenho e eficiência. Testes de desempenho são fei- tos nas bombas para verificar as alegações feitas pelo fabricante da bomba. É bem possível que, com o tempo na planta, os requisitos do processo junto com a infraestrutura e as condições possam mudar consideravelmente. Nes- se caso, as curvas da bomba são usadas para verificar se as bombas ainda seriam as mais adequadas para os requisitos modificados. Assim, temos a altura manométrica de instalação (Hm) definida por: Em que HG corresponde ao desnível geométrico da instalação (ou seja, perfil topográfico) e ht, à perda de carga, que envolve as características da tubula- ção e dos acessórios de sucção e recalque. A partir dos equacionamentos, pode-se então encontrar o ponto de operação, como mostra a Figura 9. 62 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 9 – SISTEMA COMPLETO DE CURVAS E FÓRMULAS Fonte: Alem Sobrinho e Contrera (2016). #PraCegoVer: a imagem representa um gráfico com o sistema completo de curvas e fórmulas. 3.2.2 ESCOLHA DO CONJUNTO MOTOR-BOMBA As curvas de desempenho da bomba são indicadores importantes das ca- racterísticas da bomba fornecidas pelo fabricante. Essas curvas são funda- mentais para prever a variação na altura manométrica diferencial na bomba, conforme a vazão muda. No entanto, tais curvas não se limitam à altura ma- nométrica e à variação em outros parâmetros, como potência, eficiência ou Net Positive SuctionHead (NPSH) com fluxo também, pode ser mostrada em gráficos semelhantes pelo fabricante. A NPSHd (disponibilidade de energia com que o líquido entra na bomba) é definida por: Em que Hv corresponde à pressão de vapor do líquido. Devido às restrições mecânicas e de potência fornecidas pela bomba, a carga diminui à medida que empurra mais quantidade de fluido. Em outras pala- vras, quando há um aumento da vazão (para o mesmo diâmetro do rotor), 63 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA ocorre uma queda na altura manométrica diferencial que a bomba é capaz de fornecer. Os dois estão relacionados da seguinte forma (PORTO, 2004): Em que A e B dependem dos parâmetros geométricos e da velocidade de rotação da bomba e são considerados constantes para fins de comparação. No entanto, esta relação linear simples sofre modificação por conta de várias perdas e uma não linear, decrescente H – Q, essa relação é vista na curva ca- racterística da bomba. FIGURA 10 – CURVA CARACTERÍSTICA Fonte: Elaborada pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um gráfico com a curva característica. A partir da curva (Figura 10), observa-se que, mesmo quando a carga dife- rencial cai, a saída obtida aumenta, porque o produto da vazão pela pressão aumenta (lembre-se que a saída líquida da bomba é dada por (PORTO, 2004): Já a eficiência do sistema pode ser expressa por: Isso se deve ao aumento da vazão. No entanto, a redução na altura de des- carga significa que a bomba consome mais energia para empurrar o fluido 64 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 adicional de que precisamos (devido ao aumento da taxa de fluxo). Após um ponto específico, conhecido como o ponto de melhor eficiência, o efeito da redução na carga obtida supera o aumento na vazão. FIGURA 11 – CONJUNTO DE DISPOSITIVO HIDRÁULICO Fonte: Plataforma Deduca (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um conjunto de disposição hidráulico. Como consequência, a energia começa a diminuir e, a partir de então,a efici- ência começa a cair. Matematicamente, o efeito da taxa de fluxo na eficiência é dado por (PORTO, 2004): Em que (PORTO, 2004): A expressão acima (Eq. 11) é chamada de constante de capacidade; já k1 e k2 (Eq. 10) são constantes que dependem do projeto da bomba e da velocidade de rotação. 65 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Por causa dessa característica contraditória, um ponto de eficiência ideal é alcançado para a bomba. Nosso objetivo deve ser selecionar uma bomba que opere próximo ao ponto de eficiência máxima para os requisitos operacionais necessários. Este é o melhor ponto de eficiência para a bomba e plotado na Curva de Eficiência da Bomba. 3.2.3 CAVITAÇÃO As bombas são projetadas para funcionar com um suprimento de água de fluxo total, mas em alguns casos, uma entrada inundada não é suficiente para manter a pressão necessária para evitar a cavitação. A entrada ou o lado da sucção de uma bomba é o ponto de pressão mais baixa em uma determi- nada bomba. Para bombas de deslocamento positivo, a pressão mais baixa ocorre imediatamente antes da engrenagem do rotor; para bombas centrífu- gas, a pressão mais baixa fica perto do olho do impulsor. A cavitação é possível em todos os tipos de bombas e, como seus princípios são essencialmente os mesmos, nos concentraremos nas bombas centrífu- gas. O olho é onde o fluido é puxado para o rotor e onde a rotação do rotor começa a agir sobre o fluido. Quando a pressão que atua sobre o líquido (ca- beça de sucção positiva líquida disponível) é muito baixa, formam-se bolhas e, à medida que o líquido acelera devido à rotação do impulsor, a pressão au- menta e as bolhas colapsam (Figura 12). 66 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 12 – CONJUNTO DE DISPOSITIVO HIDRÁULICO Fonte: Pereira et al. (2018). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um conjunto de disposição hidráulico. Em condições normais de pressão atmosférica, os fluidos têm pressão de va- por previsível. Conforme a pressão dentro da bomba cai abaixo da pressão de vapor do líquido, bolhas se formam. As bolhas entram em colapso quando atingem áreas do líquido onde a pressão está acima da pressão de vapor. No caso da cavitação, essa formação e colapso são rápidos e violentos. Linhas de processamento interrompidas ou mal executadas podem fazer com que a pressão de sucção ou descarga caia, o que leva à cavitação. A cavitação soa como mármores ou cascalho circulando pela bomba, tubos ou mangueiras. Os efeitos da cavitação prolongada são visíveis no impulsor da bomba e em outros componentes: barulho, cavitação, vibração, falha de vedação, erosão do impulsor, alto consumo de energia etc. Quando o líquido atinge uma pressão inferior à pressão atmosférica (Patm), temos que a Hv < Patm. Nessas condições, o líquido entra em embolização em condições e temperatura ambiente, transformando-se em vapor. 67 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA A cavitação soa como mármores ou cascalho circulando pela bomba, tubos ou mangueiras. Os efeitos da cavitação prolongada são visíveis no impulsor da bomba e em outros componentes: barulho, cavitação, vibração, falha de vedação, erosão do impulsor, alto consumo de energia etc. FIGURA 13 – PROCESSO DE CAVITAÇÃO Fonte: Baptista e Lara (2012). #PraCegoVer: a imagem representa um desenho do processo de cavitação. Para evitar a cavitação, temos que a disponibilidade de energia com que o líquido entra na bomba e deve ser maior do que aquela requisitada pelo sis- tema (NPSHd > NPSHr). O valor NPSHr é fornecido pelo fabricante. CONCLUSÃO As bombas hidráulicas são essenciais e aplicáveis em um vasto campo de opor- tunidades. Portanto, é melhor aprender mais sobre bombas e onde você pode obter a mais alta qualidade para seus grandes projetos. Portanto, tenha cuida- do ao escolher o tipo de bomba que vai usar, devendo sempre ser considerado: • O volume da água exato que precisa para fluxo ou pressão. A bomba deve ser dimensionada de acordo com os requisitos precisos de pressão e fluxo de seu sistema. • Aprender o suficiente sobre o sistema hidráulico da bomba; determinando a pressão e o fluxo necessário no sistema para escolher um tipo de bomba, o tamanho do modelo e o método de controle da bomba. 68 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Outra coisa a considerar, ao selecionar a melhor qualidade da bomba, são as características técnicas do meio da bomba. Os parâmetros da rede também devem ser considerados, incluindo perdas de carga e vazão, pois ajuda a de- terminar o ponto de operação da bomba. UNIDADE 4 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 69 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA > Compreender os conceitos do escoamento em superfície livre. > Analisar equações e elementos hidráulicos de escoamento livre. 70 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 4. ESCOAMENTOS INTRODUÇÃO DA UNIDADE Sempre que o fluido flui há algum atrito associado ao movimento, o que cau- sa perda de carga. A perda de carga é comumente compensada em sistemas de tubulação por bombas que trabalham no fluido, compensando a perda de carga devido ao atrito. Esta circulação de fluido em sistemas por bombas é conhecida como escoamento forçado (Figura 1). FIGURA 1 – SISTEMA HIDRÁULICO DE TUBULAÇÃO E BOMBA: EXEMPLO DE ESCOAMENTO FORÇADO Fonte: Pixabay (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um sistema hidráulico de tubulaçãoe bomba. É possível projetar alguns sistemas de fluido de uma maneira que não re- queira a presença de bombas para fornecer circulação. A altura manométrica necessária para compensar as perdas de carga é criada por gradientes de densidade e mudanças de elevação. O fluxo que ocorre nessas circunstâncias é denominado escoamento livre (Figura 2). 71 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 2 – CANAL DE AMSTERDÃ: EXEMPLO DE ESCOAMENTO LIVRES Fonte: Pixabay (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um canal de água de Amsterdã. Nesta unidade, serão apresentadas e discutidas questões relacionadas a es- coamento livre. 4.1 ESCOAMENTO EM SUPERFÍCIES LIVRES O fluxo de líquido através de um canal com superfície livre é definido como fluxo de canal aberto (Figura 3). Esta superfície livre do líquido é submetida à pressão atmosférica. Portanto, o fluxo de canal aberto também pode ser defi- nido como o fluxo de líquido através de uma passagem à pressão atmosférica. O fluxo em um canal aberto ocorre devido à gravidade que é obtida fornecen- do uma inclinação do leito. 72 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 3 – CANAL DE NAVEGAÇÃO Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um canal de navegação, com um navio vermelho ancorado. 4.1.1 ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DOS CANAIS Durante o escoamento em um canal livre, é possível determinar ao menos quatro elementos geométricos necessários para que o fluxo ocorra. Conside- rando a seção de um escoamento livre, temos o disposto na Figura 4. 73 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 4 – ELEMENTOS GEOMÉTRICOS NO ESCOAMENTO LIVRE Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho dos elementos geométricos no escoamento livre. Em que: • Q: vazão do escoamento (m³/s). • Io: declividade do canal na seção (m/m ou %). • A: área molhada da seção (m²). • P: Perímetro molhado da seção. Considera-se todo contato entre a parede do canal e o fluído. A fórmula de Manning, também chamada de coeficiente de Chézy (C), usa a inclinação da superfície da água, a área da seção transversal e o perímetro úmido de um comprimento de canal uniforme para determinar a taxa de fluxo. A expressão de Manning é dada por (PORTO, 2004): Onde coeficiente de rugosidade (n) é selecionado a partir de rugosidades de referência padrão com base no material do canal / tubo e sua condição e Rh o raio hidráulico, expresso por (PORTO, 2004): 74 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA A fórmula de Manning é uma fórmula empírica que estima a velocidade média de um líquido fluindo em um conduto que não envolve completamente o líquido, ou seja, fluxo em canal aberto. No entanto, esta equação também é usada para o cálculo das variáveis de fluxo no caso de fluxo em condutos parcialmente cheios, pois eles também possuem uma superfície livre como a de fluxo em canal aberto. É possível descrever a Eq. 1 em termos da área molhada, obtendo-se a relação (PORTO, 2004): A Figura 5 ilustra os coeficientes de rugosidades de referência padrão com base no material do canal/tubo e sua condição. 75 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 5 – COEFICIENTES DE MANNING PARA DETERMINADOS MATERIAIS NATUREZA DAS PAREDES Tubos de ferro fundido sem revestimento ............ Idem, com revestimento de alcatrão ...................... Tubos de ferro galvanizado ....................................... Tubos de bronze ou vidro .......................................... Condutos de barro vitrificado, de esgotos ............ Condutos de berro, de drenagem ............................ Alvenaria de tijolos com argamassa de cimento: condutos de esgoto, de tijolos ................................. Superfície de cimento alisado .................................. Superfícies de argamassa de cimento ................... Tubos de concreto ....................................................... Condutos e aduelas de madeira ............................... Calhas de prancha de madeira aplainada ............. Idem, não aplainada .................................................... Idem, com pranchões ................................................. Canais com revestimento de concreto ................... Alvenaria de pedra argamassa ................................. Alvenaria de pedra seca ............................................. Alvenaria de pedra aparelhada ................................ Calhas metálicas lisas (semicirculares) .................. Idem, corrugadas ......................................................... Canais de terra, retilíneos e uniformes .................. Canais abertos em rocha, lisos e uniformes ......... Canais abertos em rocha, irregulares ou de paredes de pedra irregulares e mal-arrumadas ... Canais dragados ........................................................... Canais curvilíneos e lamosos .................................... Canais com leito pedregoso e vegetação aos taludes Canais com fundo de terra e taludes empedra............. ARROIOS E RIOS 1. Limpos, retilíneos e uniformes 2. Como em 1, porém com vegetação e pedras 3. Com meandros, bancos e poços pouso profundos, limpos 4. Como em 3, águas baixas, declividade fraca 5. Como em 3, com vegetação e pedras 6. Como em 4, com pedras 7. Com margens espraiadas, pouca vegetação 8. Com margens espraiadas, muita vegetação 0,012 0,011 0,013 0,009 0,011 0,011 0,012 0,010 0,011 0,012 0,010 0,010 0,011 0,012 0,012 0,017 0,025 0,013 0,011 0,023 0,017 0,025 0,035 0,025 0,023 0,028 0,025 0,025 0,030 0,035 0,040 0,033 0,045 0,050 0,075 0,013 0,012* 0,014 0,010 0,013* 0,012* 0,013 0,011 0,012 0,013 0,011 0,012* 0,013* 0,015* 0,014* 0,020* 0,033 0,014 0,012 0,025 0,020 0,030 0,040 0,028 0,025* 0,030 0,030 0,028 0,033 0,040 0,045 0,035 0,050 0,060 0,100 0,014 0,013* 0,015 0,011 0,015 0,014* 0,015* 0,012 0,013* 0,015 0,012 0,013 0,014 0,016 0,016 0,025 0,033 0,015 0,013 0,028 0,023 0,033* 0,045 0,030 0,028 0,035* 0,033 0,030 0,035 0,045 0,050 0,040 0,055 0,070 0,125 0,015 --- 0,017 0,013 0,017 0,017 0,017 0,013 0,015 0,016 0,013 0,014 0,015 --- 0,018 0,030 0,035 0,017 0,015 0,030 0,025 0,035 --- 0,033 0,030 0,040 0,035 0,033 0,040 0,050 0,055 0,045 0,060 0,080 0,150 CONDIÇÕES MUITO BOAS BOAS MÁSREGULARES * Valores aconselhados para projetos Fonte: Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa uma tabela, com os coeficientes de manning para determinados materiais, incluindo: tubos de ferro fundido sem revestimento; idem, com revestimento de alcatrão; tubos de ferro galvanizado; tubos de bronze ou vidro; condutos de barro vitrificado, de esgotos; condutos de berro, de drenagem; alvenaria de tijolos com argamassa de cimento: condutos de esgoto, de tijolos; superfície de cimento alisado; superfícies de argamassa de cimento; tubos de concreto; condutos e aduelas de madeira; calhas de prancha de madeira aplainada; idem, não aplainada; idem, com pranchões; canais com revestimento de concreto; alvenaria de pedra argamassa; alvenaria de pedra seca; alvenaria de pedra aparelhada; calhas metálicas lisas (semicirculares); idem, corrugadas; canais de terra, retilíneos e uniformes; canais abertos em rocha, lisos e uniformes; canais abertos em rocha, irregulares ou de paredes de pedra irregulares e mal- arrumadas; canais dragados; canais curvilíneos e lamosos; canais com leito pedregoso e vegetação aos taludes; e canais com fundo de terra e taludes empedrados. 76 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Valores numerosos de n foram calculados para uma variedadede fluxos, canais e tubos. Normalmente, os valores são fornecidos como uma faixa (mínimo – normal – máximo) para um tipo de canal ou material específico. Existem vários fatores que afetam os valores n, incluindo: rigidez da superfície, vegetação, assoreamento/limpeza, obstrução, tamanho/ formato do canal, mudança sazonal, material suspenso, carga de leito, estágio (profundidade do fluxo) e descarga. 4.1.2 TIPOS DE ESCOAMENTO O fluxo de fluidos pode ser classificado em diferentes padrões com base na variação dos parâmetros de fluxo com o tempo e a distância. O benefício de caracterizar o fluxo de fluido como certos padrões ajuda a analisá-lo sob o pa- radigma de solução apropriado. A classificação do escoamento, com base na variação dos parâmetros em relação ao tempo, caracteriza o fluxo em duas categorias: fluxo constante e instável. Se os parâmetros de fluxo, como velocidade, pressão, densidade e descarga não variam com o tempo ou são independentes do tempo, então o fluxo é estável. Se os parâmetros de fluxo variam com o tempo, o fluxo é cate- gorizado como instável (Figura 6). FIGURA 6 – VARIAÇÃO DE PARÂMETROS AO LONGO DO TEMPO Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa dois gráficos, nos quais há a variação de parâmetros ao longo do tempo. 77 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Em condições reais, é muito raro ter tais fluxos com parâmetros exatamente constantes com o tempo. Os parâmetros geralmente variam com o tempo, mas a variação está dentro de uma pequena faixa, como a média de um pa- râmetro particular constante por certo período de tempo. O outro critério de classificação para o fluxo de fluido é baseado na variação dos parâmetros de fluxo com distância ou espaço. Caracteriza o fluxo como uniforme ou não uniforme. O fluxo de fluido é um fluxo uniforme se os parâ- metros de fluxo permanecerem constantes com a distância ao longo do ca- minho do fluxo. E o fluxo de fluido não é uniforme se os parâmetros de fluxo variam e são diferentes em pontos diferentes no caminho do fluxo (Figura 7). FIGURA 7 – VARIAÇÃO DE PARÂMETROS AO LONGO DO ESPAÇO Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa dois gráficos, nos quais há a variação de parâmetros ao longo do espaço. Para um escoamento uniforme, por sua definição, a área da seção transversal do escoamento deve permanecer constante. Portanto, um exemplo adequa- do de fluxo uniforme é o fluxo de um líquido através de uma tubulação de diâmetro constante. E, ao contrário disso, o fluxo através de uma tubulação de diâmetro variável seria necessariamente não uniforme. 1. Fluxo constante e uniforme: Flui através de uma tubulação de diâmetro constante com uma descarga constante com o tempo. 78 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 2. Fluxo constante e não uniforme: Fluxo de descarga fixo através de um tubo afilado. O fluxo de água através de um rio com vazão constante também é um bom exemplo desse fluxo, pois a extensão do rio geralmente varia com a distância e a quantidade de fluxo de água no rio é constante. 3. Fluxo instável e uniforme: Fluxo através da tubulação de seção transversal constante com mudanças repentinas na descarga ou pressão do fluido. 4. Fluxo instável e não uniforme: Picos de pressão em um fluxo através de um tubo de seção transversal variável. Um exemplo prático pode ser o fluxo de água na rede de canais durante o lançamento da água. 4.1.3 VELOCIDADE E PRESSÃO No fluxo de canal aberto, a velocidade não é constante com a profundidade. Pelo contrário: a velocidade parte de zero e aumenta (valor máximo) próximo à superfície da água. FIGURA 8 – VARIAÇÃO DE PARÂMETROS AO LONGO DO ESPAÇO Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um gráfico, com a variação de parâmetros ao longo do espaço. 79 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A diferença de velocidade resulta da resistência ao fluxo na parte inferior e nas laterais do canal. A tensão de cisalhamento, τ, em qualquer ponto de um fluxo turbulento movendo-se sobre uma superfície sólida foi fornecida por Prandtl como (AZEVEDO, 1998): Em que ρ é a densidade da água e γ é um comprimento de mistura caracte- rístico. Na região próxima à superfície sólida, Prandtl fez duas suposições: (i) o comprimento da mistura é proporcional a y (y=0,4y) e (ii) a tensão de cisalhamento é constante (τ0). A intensidade da pressão de um líquido em sua superfície livre é igual à do ambiente atmosférico circundante uma vez que a pressão atmosférica é co- mumente tomada como referência e de igual a zero, a superfície livre do líqui- do é, portanto, uma superfície de pressão zero. A pressão distribuição em um fluxo de canal aberto é governada pela acele- ração da gravidade (g) e outras acelerações e é dada pela equação (PORTO, 2004): Em que gcentrífuga é a aceleração centrífuga devido à curvatura da linha de corrente; r é o raio de curvatura da linha de corrente; (+) é usado para curvatu- ra côncava da linha de corrente, (-) é usado para curvatura convexa. Considerando um canal curvo (Figura 9), a pressão centrífuga é igual a apro- ximadamente (AZEVEDO, 1998): 80 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 9 – VARIAÇÃO DE PARÂMETROS AO LONGO DO ESPAÇO Fonte: Chanson (2004). #PraCegoVer: a imagem representa um desenho com a variação do seu comprimento ao longo do espaço. Em que Pcentrífuga é o aumento de pressão devido à curvatura do fundo do canal; V é a velocidade média do fluxo, r é o raio de curvatura do invertido, (+) é usado para curvatura de limite côncava, (-) é usado para curvatura convexa. Considerando agora um fluxo de canal aberto descendo uma encosta íngre- me θ a pressão no fundo do canal é (na ausência de curvatura do canal) (POR- TO, 2004): Em que d é a profundidade do fluxo medida perpendicular ao fundo do canal e θ é a inclinação do canal. No caso geral, a pressão na parte inferior do canal é igual a (AZEVEDO, 1998): 4.2 ESCOAMENTVZZO EM CANAIS EM REGIME PERMANENTE E UNIFORME. Considerando os aspectos cinéticos, admite-se que um escoamento é per- manente e uniforme quando a variação da velocidade em relação ao tempo e ao espaço é nulo, uso é: Nessas condições, é possível afirmar que a superfície livre da água é paralela ao fundo do canal, o que gera uma profundidade de escoamento constante (I=J). 81 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 10 – CANAL DE NAVEGAÇÃO Fonte: Plataforma Deduca (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um canal de navegação, com um navio passando por ele, ao redor, há mata e um céu azul. 4.2.1 EQUAÇÃO DE RESISTÊNCIA Os regimes de escoamento que podem estar presentes em um canal aber- to são escoamento subcrítico, escoamento crítico e escoamento supercrítico. Este regime de fluxo que existe sob um determinado conjunto de condições pode ser determinado pelo cálculo do número de Froude. O número de Froude define o efeito relativo das forças de gravidade e inércia que fazem com que a água flua e é expresso como (PORTO, 2004): Em que está o Fr representa o número de Froude; V é a velocidade média do fluxo e D é a profundidade hidráulica. A profundidade hidráulica é definida como a relação entre a área molhada e a largura do topo. 82 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA O número de Froude tem alguma analogia com o número de Mach. Na dinâmica de fluidos teórica, o número de Froude não é frequentemente considerado, pois normalmente as equações são consideradas no limite alto de Froude de campo externo desprezível,levando a equações homogêneas que preservam os aspectos matemáticos. Por exemplo, equações de Euler homogêneas são equações de conservação. No entanto, na arquitetura naval, o número de Froude é uma figura significativa usada para determinar a resistência de um objeto parcialmente submerso em movimento na água. A partir da Eq. 10, o regime pode ser classificado em subcrítico, subcrítico e supercrítico. O escoamento crítico se dá quando Fr = 0. Lápis Escoamento subcrítico (Fr < 1,0): Caracteriza- se por apresentar baixas velocidades e grandes profundidades. Quando um canal está operando em regime de fluxo subcrítico, não é possível a formação de salto hidráulico. Fonte: Azevedo (1998). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um escoamento subcrítico. Lápis Escoamento supercrítico (Fr > 1,0): Caracterizado por altas velocidades e profundidades rasas. Quando um canal está operando em regime supercrítico, é possível a formação de um salto hidráulico. Fonte: Azevedo (1998). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um escoamento supercrítico. 83 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4.2.2 CÁLCULO DE CANAIS EM REGIME UNIFORME Para se determinar os parâmetros hidráulicos de canais de seção qualquer, torna-se necessário considerar a geometria do canal. A partir desta, é possível estimar a Área (A), o Perímetro Molhado (P), Raio Hidráulico (Rh), a Largura Superficial (B) e a Profundidade média (ym). • Para uma seção trapezoidal, temos (PORTO, 2004): FIGURA 11 – SEÇÃO TRAPEZOIDAL B b Yn a z 1 Fonte: Elaborada pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um esquema com a seção trapezoidal. 84 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA • Para uma seção triangular, temos (PORTO, 2004): FIGURA 12 – SEÇÃO TRIANGULAR Yn a z B 1 b - 0 Fonte: Elaborada pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um esquema com a seção triangular. • Para uma seção retangular, temos (PORTO, 2004): FIGURA 13 – SEÇÃO RETANGULAR Yn aZ = 0 B b 1 b - 0 Fonte: Elaborada pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um esquema com a seção retangular. 85 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Em canais abertos, a velocidade da água varia com a profundidade e com a distância das laterais do canal. Perto do fundo e próximo às bordas, a água flui com menos rapidez. Ao projetar canais, é importante se preocupar com a velocidade média da água em toda a seção transversal do canal. A velocidade média máxima que pode ser permitida com segurança em um canal para evitar a erosão depende do solo ou do material de revestimento 4.2.3 ELEMENTOS HIDRÁULICOS DE SEÇÃO CIRCULAR A Figura 13 mostra uma seção circular parcialmente cheio com fluxo unifor- me. Desde a resistência ao atrito aumenta com perímetro molhado, mas fluxo de volume a taxa aumenta com o corte transversal área de fluxo, a velocidade máxima e taxa de fluxo ocorrer antes que o tubo esteja completamente cheio. Para esta condição, a geometria propriedades do fluxo são dadas pelas equa- ções (PORTO, 2004): 86 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 14 – SEÇÃO CIRCULAR Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um círculo, referente à seção circular. As fórmulas de Manning anteriores são usadas para prever Vo e Q para um fluxo uniforme quando as expressões acima são substituídas por A, P e Rh. Nestas circunstâncias, temos que: Essas equações têm respectivos máximos para Vo e Q: • Para Vmáx → θ = 257º e yn = 0,813D • Para Qmáx → θ = 308º e yn = 0,938D CONCLUSÃO A análise dos padrões de fluxo da forma da superfície da água, velocidade, tensão de cisalhamento e descarga através de um curso de água se enquadra no título escoamento em canal livre. O fluxo de canal livre é definido como o fluxo de fluido com uma superfície livre aberta para a atmosfera. Os exemplos incluem riachos, rios e bueiros que não fluem completamente. Em escoamentos de canal aberto, a pressão na superfície é constante e a 87 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 linha de grau hidráulico está na superfície do fluido. O fluxo constante e instá- vel depende se a profundidade e a velocidade do fluxo mudam com o tempo em um ponto. Em geral, se a quantidade de água que entra e sai do alcance não muda, o fluxo é considerado estável. O fluxo constante em um canal pode ser uniforme ou não uniforme (variado). Quando as velocidades médias em seções transversais sucessivas de um canal são iguais, o fluxo é uniforme. Isso ocorre apenas quando a seção transversal é constante. O fluxo não uniforme resulta de mudanças graduais ou repentinas na área da seção transversal. O fluxo uniforme e o fluxo variado descrevem as mudanças na profundidade e na velocidade em relação a distância. Se a superfície da água for paralela ao fluxo de fundo do canal, é uniforme e a superfície da água está na profundidade normal. Fluxo variado ou fluxo não uniforme ocorre quando a profundidade ou a velocidade mudam ao longo de uma distância, como em uma constrição ou em um rifle. O fluxo gradual- mente variado ocorre quando a mudança é pequena, e o fluxo rapidamente variado ocorre quando a mudança é grande, por exemplo, uma onda, cacho- eira ou a transição rápida de um canal de fluxo para a entrada de um bueiro. UNIDADE 5 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 88 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA > Analisar energia ou carga específica. > Analisar ressalto hidráulico. 89 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 5. ENERGIA E SISTEMAS DE ESCOAMENTO INTRODUÇÃO DA UNIDADE Existem vários exemplos comuns de queda de pressão em fluidos que se mo- vem rapidamente. As cortinas de chuveiro têm o desagradável hábito de pro- jetar-se para dentro do box quando o chuveiro está ligado. O fluxo de água e ar em alta velocidade cria uma região de baixa pressão dentro do chuveiro e pressão atmosférica padrão do outro lado. A diferença de pressão resulta uma força líquida para dentro, empurrando a cortina para dentro. Você também deve ter notado que, ao passar por um ca- minhão na rodovia, seu carro tende a desviar em sua direção (Figura 1). Segure a borda curta de uma folha de papel paralela à boca com uma mão de cada lado da boca. A página deve ficar inclinada para baixo sobre suas mãos. Sopre no topo da página. Descreva o que acontece e explique o motivo desse comportamento. O motivo é o mesmo: a alta velocidade do ar entre o carro e o caminhão cria uma região de pressão mais baixa, e os veículos são empurrados juntos por uma pressão maior do lado de fora. Nesta unidade, entenderemos melhor a importância de compreender ener- gia específica e salto hidráulico. 5.1 ENERGIA OU CARGA ESPECÍFICA Quando um fluido flui para um canal mais estreito, sua velocidade aumenta. Isso significa que sua energia cinética também aumenta. De onde vem essa mudança na energia cinética? O aumento da energia cinética vem do traba- lho em rede feito no fluido para empurrá-lo para o canal e do trabalho feito no fluido pela força gravitacional, se o fluido mudar de posição vertical. Lembre- -se do teorema da energia de trabalho (YOUNG; FREEDMAN, 2008): 90 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Há uma diferença de pressão quando o canal se estreita. Essa diferença de pressão resulta uma força líquida no fluido: lembre-se de que a pressão vezes a área é igual à força. O trabalhoem rede realizado aumenta a energia ciné- tica do fluido. Como resultado, a pressão cairá em um fluido de movimento rápido, esteja, ou não, confinado a um tubo. FIGURA 1 – TUBULAÇÃO Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de uma tubulação. 5.1.1 ANÁLISE GRÁFICA DA ENERGIA OU CARGA ESPECÍFICA A relação entre pressão e velocidade em fluidos é descrita quantitativamente pela equação de Bernoulli, em homenagem a seu descobridor, o cientista suíço Daniel Bernoulli. A equação de Bernoulli afirma que, para um fluido in- compressível e sem atrito, a seguinte soma é constante (PORTO, 2004): 91 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Em que P é a pressão absoluta, ρ é a densidade do fluido, v é a velocidade do fluido, h é a altura acima de algum ponto de referência e g é a aceleração da gravidade. Se seguirmos um pequeno volume de fluido ao longo de seu ca- minho, várias quantidades na soma podem mudar, mas o total permanece constante. O Princípio de Bernoulli afirma que, em pontos ao longo de uma linha de fluxo horizontal, regiões de pressão mais alta têm velocidade de fluido mais baixa e regiões de pressão mais baixa têm velocidade de fluido mais alta. Dado dois pontos qualquer em uma tubulação (Figura 3), a equação de Ber- noulli pode ser descrita por (PORTO, 2004): FIGURA 2 – MOVIMENTAÇÃO DO FLUÍDO ENTRE DOIS PONTOS DE UMA TUBULAÇÃO Fonte: Wikipedia (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma movimentação do fluído entre dois pontos de uma tubulação. Durante o escoamento, porém, há outras variáveis que interferem diretamen- te na seção transversal do canal. Essas variáveis incluem: a altura do canal (Z), a área da seção transversal, a vazão de operação (Q), a carga piezométrica e a carga cinética que atua no movimento do fluído. 92 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Neste contexto, considerando essas variáveis, a carga total (energia específica) que atua sobre o sistema pode ser encontrada pela relação (AZEVEDO, 1998): Onde H corresponde à carta total; z, à carga altimétrica; y, à carga piezométri- ca; v, à velocidade de escoamento; e g, à aceleração da gravidade. 1. Carga altimétrica: Representado pelo coeficiente z. 2. Carga piezométrica: Representado pelo coeficiente y. 3. Carga cinética: Representada pela razão v2/2g Tomando como referência a seção que passa pelo fundo do canal, temos que z=0 (AZEVEDO, 1998), como mostra a Figura 4. FIGURA 3 – SISTEMA DE REFERÊNCIA CONSIDERANDO FUNDO DO CANAL - Z = 0 Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um sistema de referência considerando fundo do canal - z = 0. 93 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Assim, a energia específica pode ser obtida por (PORTO, 2004): Reescrevendo a Eq. 5 em termos de vazão e área, temos que: 5.1.2 ESCOAMENTO CRÍTICO A Figura 5 demonstra o padrão de variação da energia específica (E) em rela- ção à profundidade. Em grandes valores de profundidade, E é grande porque y é grande. Para valores muito pequenos de y, E é grande porque a velocida- de do escoamento (V) torna-se grande, aumentando consequentemente a energia cinética. No meio, haverá um ponto em que a energia específica, E, é mínima. Este é o ponto que é definido para ter condições críticas de esco- amento (ocorrendo em uma profundidade de fluxo = profundidade crítica). Fluxos com menor profundidade e maior velocidade de fluxo são chamados de escoamento supercrítico (Ponto B) e fluxos com maior profundidade e menor velocidade de escoamento são chamados de escoamento subcrítico (Ponto A), conforme mostrado na Figura 5. 94 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 4 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE CARGA ESPECÍFICA VERSUS PROFUNDIDADE Fonte: Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma representação gráfica de carga específica versus profundidade. O número de Froude é um parâmetro adimensional usado em conexão com o fluxo de canal aberto, expresso por (PORTO, 2004): Em que o subscrito m denota a profundidade média hidráulica. Para modelagem de canal aberto, o número de Froude de um modelo é igua- lado ao número de Froude do dispositivo de tamanho real. A proporção de comprimento é definida e as proporções de escala para velocidade e descar- ga são determinadas a partir da igualdade. No entanto, o modelador deve se certificar de que as diferenças na perda de fricção entre o modelo e o disposi- tivo real são insignificantes ou contabilizadas de alguma forma. O número de Froude fornece um conjunto de critérios para determinar se um determinado escoamento é: 95 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 1. Superior, fluvial, lento ou crítico: ocorre quando Fr<1. Fonte: Plataforma Deduca (2021) #PraCegoVer: a imagem representa um lago calmo em meio a uma vegetação verde, ao fundo, há montanhas. 2. Crítico: ocorre quando Fr=1. Evento raro de acontecer. Fonte: Plataforma Deduca (2021) #PraCegoVer: a imagem representa uma casa em um lago tranquilo, com vegetação aquática. 3. Torrencial, rápido ou supercrítico: ocorre quando Fr>1. Fonte: Plataforma Deduca (2021) #PraCegoVer: a imagem representa uma cachoeira em meio a várias árvores. 5.1.3 SEÇÕES DE CONTROLE Uma seção de controle é definida como uma seção em que existe uma rela- ção fixa entre a vazão e a profundidade do escoamento. Barragens, vertedou- ros, comportas são alguns exemplos típicos de estruturas que dão origem a seções de controle (Figura 6). 96 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A profundidade crítica também é um ponto de controle. No entanto, é eficaz em um perfil de fluxo que muda de subcrítico para supercrítico fluxo. No caso reverso de transição de fluxo supercrítico para fluxo subcrítico, um O salto hi- dráulico é geralmente formado ignorando a profundidade crítica como um ponto de controle. Qualquer de escoamento terá pelo menos uma seção de controle. FIGURA 5 – BARRAGEM HIDRÁULICA Fonte: Pixabay (2021). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de uma barragem hidráulica. Uma barragem hidrelétrica é um dos principais componentes de uma instalação hidrelétrica. Uma barragem é uma grande estrutura feita pelo homem, construída para conter um pouco de água. Além da construção para a produção de energia hidrelétrica, são criadas barragens para controlar a vazão dos rios e regular as enchentes. Saiba mais pesquisando por: barragens hidráulicas. 97 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Na síntese de perfis que ocorrem em elementos de canal conectados em série, as seções de controle fornecem uma chave para a identificação de formatos de perfil adequados. Pode-se notar que os escoamentos subcríticos têm con- troles na extremidade a jusante, enquanto os escoamentos supercríticos são por controle seções existentes na extremidade a montante da seção do canal. Na Figura 10, para o Perfil M1, a seção de controle (indicada por um ponto es- curo) está a montante do vertedouro e da comporta, respectivamente. FIGURA 6 – SEÇÃO DE CONTROLE – PONTO A JUSANTE Fonte: Smith (1982). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma seção de controle. Para a situação mostrado na Figura 11, a profundidade crítica no transborda- mento livre na extremidade do canal atua como o controle a jusante. Para uma queda repentina (estouro livre) devido à curvatura do simplifica a pro- fundidade crítica geralmente ocorre a uma distância de cerca de 4yc a mon- tante da queda. FIGURA 7 – SEÇÃO DE CONTROLE – PONTO A MONTANTE Fonte:Smith (1982). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma seção de controle. 98 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5.2 RESSALTO HIDRÁULICO Um salto hidráulico é um fenômeno na ciência da hidráulica frequentemen- te observado em escoamentos em canais abertos, como rios e vertedouros. Quando o líquido em alta velocidade descarrega em uma zona de velocidade mais baixa, ocorre um aumento bastante abrupto na superfície do líquido. O líquido que flui rapidamente é abruptamente desacelerado e aumenta em altura, convertendo parte da energia cinética inicial do escoamento em um aumento na energia potencial, com alguma energia irreversivelmente perdi- da pela turbulência em calor. Em um escoamento de canal aberto, isso se ma- nifesta como o fluxo rápido desacelerando rapidamente e se acumulando em cima de si mesmo, semelhante à forma como uma onda de choque se forma. O fenômeno foi observado e documentado pela primeira vez por Leonardo da Vinci em 1500. A matemática foi descrita pela primeira vez por Giorgio Bidone quando ele publicou um artigo em 1820 chamado Experiences sur le remou et sur la propagation des ondes (CHANSON, 2004). FIGURA 8 – PRÁTICA ESPORTIVA DO RAFTING, QUE EVOLVE PASSAGENS POR RESSALTOS HIDRÁULICOS Fonte: Pixabay (2021). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um grupo de pessoas praticando rafting, eles estão de capacete amarelo e algumas pessoas estão com remos nas mãos. 99 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 5.2.1 DESCRIÇÃO DE RESSALTO Os saltos hidráulicos podem ser vistos tanto na forma estacionária, quanto na forma dinâmica ou móvel, que é conhecida como onda positiva ou salto hidráulico em translação. Eles podem ser descritos usando as mesmas abor- dagens analíticas e são simplesmente variantes de um único fenômeno. O macaréu é um salto hidráulico e é um exemplo típico de salto hidráulico móvel. O fenômeno ocorre quando as ondas do mar se chocam com as águas de um rio. Como é verdade para saltos hidráulicos em geral, os macaréus as- sumem várias formas dependendo da diferença no nível da água a montante e a jusante, variando de uma frente de ondular a uma parede de água seme- lhante a uma onda de choque (PORTO, 2004). A Figura 13 mostra um maca- réu de maré com as características comuns às águas rasas a montante – uma grande diferença de elevação é observada. FIGURA 9 – MACARÉU FORMANDO EM ONDAS RASAS Fonte: Pixabay (2021). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um macaréu formando em ondas rasas. A Figura 14 mostra um macaréu com as características comuns às águas pro- fundas a montante – uma pequena diferença de elevação é observada e a frente é mais ondulada. Em ambos os casos, a onda de maré se move na ve- 100 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 locidade característica das ondas na água da profundidade encontrada ime- diatamente atrás da frente da onda. FIGURA 10 – MACARÉU AVANÇANDO SOBRE UM RIO Fonte: Wikipédia (2021). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um macaréu avançando sobre um rio. Um salto hidráulico estacionário é o tipo mais frequentemente visto em rios e em recursos de engenharia, como emissários de barragens e obras de irri- gação. Eles ocorrem quando um fluxo de líquido em alta velocidade descar- rega em uma zona do rio ou estrutura projetada que só pode sustentar uma velocidade mais baixa. Quando isso ocorre, a água desacelera em uma subida bastante abrupta (um degrau ou onda estacionária) na superfície do líquido. A Quadro 1 sintetiza algumas das características deste tipo de evento. 101 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA QUADRO 1 – CARACTERÍSTICAS DESCRITIVAS DE SALTO HIDRÁULICO Característica Antes do Salto Depois do Salto Velocidade do escoamento supercrítico (mais rápido do que a velocidade da onda) subcrítico Altura do fluido baixo alto Vazão normalmente turbulento suave Tipicamente turbulento (instável) Fonte: Adaptado de Azevedo (1998). #PraCegoVer: a imagem representa uma tabela, com três colunas e quatro linhas. Na primeira linha, há os títulos: característica, antes do salto e depois do salto. Na segunda linha, há velocidade do escoamento, supercrítico (mais rápido do que a velocidade da onda) e subcrítico. Na terceira linha, há altura do fluido, baixo e alto. Na quarta linha, há vazão, normalmente turbulento suave e tipicamente turbulento (instável). Uma situação física em que tanto o escoamento supercrítico quanto o subcrítico estarão presentes é o salto hidráulico. Sempre que o escoamento supercrítico estiver ocorrendo em uma encosta que não sustentará o escoamento supercrítico, um salto hidráulico estará presente para fazer a transição abrupta do escoamento supercrítico para o subcrítico. Isso ocorreria, por exemplo, quando a encosta de um canal diminui de uma encosta íngreme em que ocorre o escoamento supercrítico para uma encosta moderada que só pode sustentar o escoamento subcrítico. 5.2.2 FORÇA ESPECÍFICA A energia específica (Es) de um líquido em uma abertura canal é a energia mecânica total (expressa como uma manométrica) em relação à parte infe- rior do canal, que pode ser expressa como: 102 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 11 – MACARÉU AVANÇANDO SOBRE UM RIO Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um desenho referente à energia e sistema hidráulico. A energia específica atinge um valor mínimo (Es,min) em alguns ponto in- termediário, denominado ponto crítico, caracterizado pela profundidade yc e velocidade crítica Vc. A energia mínima específica também é chamada de energia crítica (Figura 16). FIGURA 12 – ENERGIA ESPECÍFICA Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um desenho referente à energia específica. 103 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Em uma situação prática, como em uma comporta de barragem, é possível observar a variação da energia específica no escoamento. Na montante da barragem, o escoamento segue um regime subcrítico (lento). No instante em que passa na comporta, este escoamento varia para o regime torrencial (supercrítico), algo que perdura até novamente atingir estabilidade (subcrítico). 5.2.3 RETANGULARES E NÃO RETANGULARES A determinação da energia e velocidade em canais varia em função da geo- metria deste canal. <INICIO O.A CÍRCURLO> • Retangular: Para uma seção retangular, Área (A)=By e T=B. Assim, temos que (PORTO, 2004): Como a vazão pode ser expressa por unidade de largura, isto é: Então: A energia mínima (Emin) e a velocidade críticza (Vc) são expressas por (POR- TO, 2004): 104 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 13 – SEÇÃO RETANGULAR Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um desenho referente à seção retangular. • Não Retangular: Para uma seção triangular, temos que Área (A)=my² e T=2y. Logo (PORTO, 2004): A energia específica na profundidade crítica da água poderá ser encontrada por (PORTO, 2004): 105 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 14 – SEÇÃO TRIANGULAR Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa um desenho referente à seção triangular. CONCLUSÃO A análise dos padrões de fluxo da forma da superfície da água, velocidade, tensão de cisalhamento e descarga através de um curso de água se enquadra no título escoamento em canal livre. O fluxo de canal livre é definido como o fluxo de fluido com uma superfície livreaberta para a atmosfera. Os exemplos incluem riachos, rios e bueiros que não fluem completamente. Em escoamentos de canal aberto, a pressão na superfície é constante e a linha de grau hidráulico está na superfície do fluido. O fluxo constante e instá- vel depende se a profundidade e a velocidade do fluxo mudam com o tempo em um ponto. Em geral, se a quantidade de água que entra e sai do alcance não muda, o fluxo é considerado estável. O fluxo constante em um canal pode ser uniforme ou não uniforme (variado). Quando as velocidades médias em seções transversais sucessivas de um canal são iguais, o fluxo é uniforme. Isso ocorre apenas quando a seção transversal é constante. O fluxo não uniforme resulta de mudanças graduais ou repentinas na área da seção transversal. O fluxo uniforme e o fluxo variado descrevem as mudanças na profundidade e na velocidade em relação a distância. Se a superfície da água for paralela ao fluxo de fundo do canal, é uniforme e a superfície da água está na profundidade normal. Fluxo variado ou fluxo não uniforme ocorre quando a profundidade ou a velocidade mudam ao longo de uma distância, como em uma constrição ou em um rifle. O fluxo gradual- 106 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 mente variado ocorre quando a mudança é pequena, e o fluxo rapidamente variado ocorre quando a mudança é grande, por exemplo, uma onda, cacho- eira ou a transição rápida de um canal de fluxo para a entrada de um bueiro. UNIDADE 6 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 107 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA > Determinar expressões de vazão em orifícios e bocais. > Determinar expressões de vazões em vertedores. 108 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 6. DISPOSITIVOS HIDRÁULICOS INTRODUÇÃO DA UNIDADE Os dispositivos hidráulicos vêm em uma ampla variedade de tipos e aplica- ções. Eles são usados para conectar a mangueira hidráulica a componentes como cilindros hidráulicos, canos, tubos; ou, também, para promover o esco- amento e a medição da vazão em determinados sistemas hidráulicos. Os diferentes tipos de acessórios hidráulicos permitem que o fluido flua, mude sua direção, desvie ou se misture. Essas conexões devem ser capazes de criar uma vedação justa e evitar vazamentos na aplicação. Esses dispositivos são amplamente usados em aplicações hidráulicas. FIGURA 1 – SAÍDA DA MANGUEIRA (ORIFÍCIO) SENDO COMPRIMIDO Fonte: Pixabay (2021). #PraCegoVer: a imagem representa a mão de um homem segurando uma mangueira, da qual sai água. Nesta unidade, entenderemos melhor a importância dos orifícios, bocais e vertedores, bem como as fórmulas e cálculos aplicáveis. 109 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6.1 ORIFÍCIOS E BOCAIS Orifícios e bicos são equipamentos comuns em sistemas hidráulicos. Os ori- fícios são mais comumente usados como dispositivos de medição de fluxo, bem como para controlar o fluxo. Os bocais são frequentemente usados para controlar a velocidade, direção, massa, forma e/ou a pressão do escoamento que emerge deles. Em um bocal, a velocidade do fluido aumenta às custas de sua energia de pressão (Figura 2). FIGURA 2 – SISTEMA DE PIVÔ EM AGRICULTURA: TÉCNICA QUE UTILIZA BOCAIS Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um sistema de pivô em agricultura. 6.1.1 CLASSIFICAÇÃO DOS ORIFÍCIOS As placas de orifício são mais usadas para mensurar a velocidade de escoa- mento em tubulações em situações em que o fluído apresenta como carac- terística a presença de uma única fase e de homogeneidade. Nessas circuns- tâncias e quando a placa de orifício é construída e instalada de acordo com os padrões apropriados, a taxa de escoamento pode ser facilmente determinada usando fórmulas publicadas com base em pesquisas substanciais e publica- das na indústria, padrões nacionais e internacionais. A classificação dos orifícios pode se dar a partir: 110 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA • de sua geometria: os orifícios podem ser do tipo concêntricos (indicados para fluídos limpos); excêntricos e segmentais (indicados para fluídos que apresentam material em suspensão) e segmentado (indicado para fluídos de maior viscosidade). FIGURA 3 – GEOMETRIA DOS ORIFÍCIOS Fonte: Azevedo (1998). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho da geometria dos orifícios. • Das dimensões relativas: os orifícios podem ser do tipo pequeno, que ocorre quando seu diâmetro “d” é menor ou igual a altura “h” da parede (d ≤ h). Quando o diâmetro “d” é maior que a altura “h”, o orifício é classificado como de dimensão relativa grande. FIGURA 4 – RELAÇÃO DIMENSIONAL Fonte: Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho da relação dimensional. 111 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 • Das características da parede: os orifícios podem ser do tipo espesso, que ocorre quando as lâminas de escoamento, chamadas de veias líquidas, tocam a parede do sistema hidráulico. Quando isso não ocorre, o orifício é caracterizado como de parede delgada. FIGURA 5 – CARACTERÍSTICAS DA PAREDE Fonte: Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa a foto das características da parede. • Do regime de escoamento: os orifícios podem ser chamados de livres, que ocorre quando estes escoam direto para contato com a pressão atmosférica. Quando este escoamento corre para um novo regime hidráulico (tubulação, reservatório etc.), o orifício é chamado de afogado. FIGURA 6 – CARACTERÍSTICAS DO REGIME DE ESCOAMENTO Fonte: Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho das características do regime de escoamento. 112 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA 6.1.2 DESCARGA LIVRE EM ORIFÍCIOS Assumindo um fluxo horizontal (negligenciando a pequena diferença de ele- vação entre os pontos de medição), a Equação de Bernoulli pode ser modifi- cada para: A equação pode ser adaptada ao fluxo vertical adicionando alturas de eleva- ção (PORTO, 2004): Em que γ = peso específico do fluido (km/m³); e h = altura manométrica (m). Assumindo perfis de velocidade uniformes no fluxo a montante e a jusante, a Equação de Continuidade pode ser expressa como (PORTO0, 2004) Em que v = velocidade de escoamento (m/s); e A = área da seção do escoa- mento (m²). Combinando a Eq.1 e Eq. 2 e assumindo que A2 < A1, temos que (PORTO, 2004): Para uma dada geometria (A), a taxa de fluxo pode ser determinada medindo a diferença de pressão (P2-P1). A vazão teórica q será na prática menor (2 - 40%) devido às condições geométricas. 113 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A equação ideal (4) pode ser modificada com um coeficiente de descarga (Cd) (PORTO, 2004): O coeficiente de descarga é uma função do tamanho do jato ou abertura do orifício: Em que “AVC” representa a área de contração das veias líquidas. FIGURA 7 – ÁREA DE CONTRAÇÃO DAS VEIAS LÍQUIDAS Fonte: Elaborado pelo autor (2021). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma área de contração das veias líquidas. Contração das veias líquidas é a área mínima do jato que aparece logo após a restrição. O efeito viscoso é geralmente expresso em termos do parâmetro adimensional do Número de Reynolds. Devido ao Benoulli e à Equação de Continuidade, a velocidade do fluido será a mais alta e a pressão, a mais baixa na contração da veia líquida. Após o dispositivo de medição, a velocidade diminuirá para o mesmo nível de antes da obstrução. A pressão se recupera para um nívelde pressão inferior à pressão anterior à obstrução e adiciona uma perda de carga ao escoamento. 114 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Assim, temos que a vazão em orifícios livres pode ser descrita por (PORTO, 2004): 6.1.3 PERDA DE CARGA EM ORIFÍCIOS Uma placa de orifício é uma placa fina com um orifício, que geralmente é colocada em um tubo. Quando uma fluido passa pelo orifício, sua pressão aumenta ligeiramente a montante do orifício, mas como o fluido é forçado a convergir para passar pelo orifício, a velocidade aumenta e a pressão do fluido diminui. FIGURA 8 – VARIAÇÃO DE TUBULAÇÃO Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de uma variação de tubulação. Um pouco a jusante do orifício, o fluxo atinge seu ponto de convergência má- xima, onde a velocidade atinge seu máximo e a pressão atinge seu mínimo. Além disso, o escoamento se expande, a velocidade cai e a pressão aumenta. Ao medir a diferença na pressão do fluido nas tomadas a montante e a jusan- te da placa, a taxa de fluxo pode ser obtida a partir da equação de Bernoulli usando coeficientes estabelecidos a partir de extensa pesquisa. 115 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A perda de carga em orifícios é determinada, portanto, a partir da diferença entre a carga cinética devido à velocidade teórica (VT) e a carga cinética devi- do à velocidade real (VR) do jato, expresso por (PORTO, 2004): Como (PORTO, 2004): Tem-se que: 6.2 VERTEDORES Um vertedouro é uma estrutura usada para fornecer a liberação controlada de água de uma barragem ou dique a jusante, normalmente no leito do próprio rio represado. Os vertedouros garantem que a água não danifique as partes da estrutura não projetadas para transportar água. Podem incluir comportas para regular o escoamento de água e o nível do reservatório. Esses recursos permitem que um vertedouro regule o escoamento a jusante, ao liberar água de maneira controlada antes que o reservatório esteja cheio, os operadores podem evitar uma liberação inaceitavelmente grande posteriormente. 116 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 9 – VERTEDOURO EM BARRAGEM HIDRÁULICA Fonte: Plataforma Deduca (2022). #PraCegoVer: a imagem representa a foto de um vertedouro em barragem hidráulica. A água normalmente flui por um vertedouro apenas durante os períodos de inundação, quando o reservatório atingiu sua capacidade e a água continua entrando mais rápido do que pode ser liberada. Em contraste, uma torre de captação é uma estrutura usada para controlar a liberação de água em uma base rotineira para fins como abastecimento de água e geração de hidroele- tricidade. A hidroeletricidade consiste no uso da energia cinética e/ou potencial para produzir eletricidade. Isso é conseguido convertendo o potencial gravitacional ou energia cinética de uma fonte de água para produzir energia. A energia hidrelétrica é um método de produção de energia sustentável. Saiba mais pesquisando por: hidrelétricas. 117 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6.2.1 NOMENCLATURA Um vertedouro consiste, portando, de uma passagem livre por onde a água a montante escoa para um ponto a jusante, conforme pode ser visto na Figura 10. O escoamento da água se dá em queda livre, o que significa que ela está sob efeito da pressão atmosférica. FIGURA 10 – VERTEDOURO Fonte: Azevedo (1998). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um vertedouro. Além da aplicação em hidrelétricas, os vertedouros são amplamente utiliza- dos para medir vazões de pequenos rios, riachos e cursos d´águas – normal- mente inferiores a 300 L/s (PORTO, 2004). Basicamente, as partes que compõe um vertedouro são: face, crista ou soleira, corpo ou parede, conforme mostra a Figura 11. 118 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA FIGURA 11 – COMPONENTE DE VERTEDOURO Fonte: Azevedo (1998). #PraCegVer: a imagem representa o componente de vertedouro. Em relação às tipologias, diversos critérios podem ser usados para classificar um vertedouro. Os principais deles encontram-se na sequência. • Quanto à geometria: vertedouro retangular, circular, trapezoidal, triangular etc. FIGURA 12 – VERTEDOURO RETANGULAR Fonte: Azevedo (1998). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um vertedouro retangular. • Quanto à espessura da parede: é chamado de parede delgada, quando a espessura da parede é insuficiente para promover a formação de linhas paralelas de escoamento (e < 2/3H); caso contrário, é chamado de espessa (e > 2/3 H). 119 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 13 – ESPESSURA DA PAREDE Fonte: Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho da espessura da parede. Quanto ao comprimento da soleira: vertedouro sem contração verte- douro com contração lateral e vertedouro com duas contrações. FIGURA 14 – VERTEDOURO SEM CONTRAÇÃO, COM CONTRAÇÃO LATERAL E COM DUAS CONTRAÇÕES Fonte: Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de Vertedouro sem contração, com contração lateral e com duas contrações. 6.2.2 COEFICIENTE DE VAZÃO EM VERTEDORES Os vertedores em canais abertos utilizam os princípios de fluxo de canal aber- to para transmitir água retida para problemas estruturais a montante. Eles podem funcionar como vertedouros principais, vertedouros de emergência ou ambos. Eles podem estar localizados na própria barragem ou em um nível natural nas proximidades da barragem. De modo geral, a equação de vertedores de parede delgada é expressa por (PORTO, 2004): 120 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Em canais de grandes dimensões, a vazão do vertedouro (Q) pode ser deter- minada a partir da relação (PORTO, 2004) : Em que h1 e h2 consistem, respectivamente, na distância mínima e máxima do orifício, conforme mostra a Figura 15. FIGURA 15 – VERTEDOURO EM BARRAGEM HIDRÁULICA Fonte: Elaborado pelo autor (2022). #PraCegoVer: a imagem representa um desenho com a representação das distâncias em um orifício de grande dimensão. Aplicando a Eq. 13 na relação geométrica estabelecida pela Figura 11, temos que a vazão em um vertedouro é obtida por (PORTO, 2004): Considerando um vertedor sem contração lateral, temos que (PORTO, 2004): Os valores de CQ foram experimentalmente testados por diferentes autores, e são expressos em função de H e P, conforme mostra a Tabela 1 (NEVES, 1989). 121 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 QUADRO 1 – SÍNTESE DE VALORES DE CQ ENCONTRADOS EM DIFERENTES ESTUDOS Fórmula Altura do Vertedor P (m) Carga H (m) 0,05 0,10 0,15 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 Bazin 0,20 2,03 2,03 2,07 2,17 2,28 2,42 2,46 2,50 2,54 Rehbock 0,20 1,86 1,89 1,98 2,13 2,14 2,88 2,88 2,50 4,02 Francis 0,20 1,81 1,84 1,90 1,95 2,13 1,95 2,16 2,18 2,22 Soc. Suíça 0,20 1,85 1,90 1,99 2,10 2,36 2,10 2,40 2,45 2,48 Bazin 0,50 1,99 1,95 1,94 1,97 2,08 2,14 2,22 2,27 2,32 Rehbock 0,50 1,83 1,82 1,88 1,93 2,04 2,12 2,21 2,28 2,39 Francis 0,50 1,82 1,81 1,87 1,91 1,99 2,05 2,05 2,06 2,10 Soc. Suíça 0,50 1,82 1,81 1,88 1,94 2,06 2,20 2,20 2,24 2,30 Bazin 1,00 1,99 1,92 1,90 1,90 1,94 2,03 2,10 2,15 2,21 Rehbock 1,00 1,83 1,79 1,84 1,86 1,91 2,00 2,08 2,13 2,20 Francis 1,00 1,82 1,79 1,85 1,86 1,89 1,95 1,99 2,02 2,04 Soc. Suíça 1,00 1,82 1,79 1,85 1,87 1,93 2,02 2,09 2,14 2,18 Bazin 1,50 1,99 1,92 1,90 1,88 1,89 1,90 1,96 2,01 2,06 Rehbock 1,50 1,82 1,78 1,84 1,85 1,86 1,88 1,94 1,99 2,03 Francis 1,50 1,81 1,78 1,86 1,86 1,87 1,87 1,91 1,941,97 Soc. Suíça 1,50 1,82 1,78 1,84 1,88 1,89 1,90 1,96 2,01 2,05 Fonte: Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa uma tabela com a síntese de valores de CQ encontrados em diferentes estudos. Considerando um valor de referência de CQ = 0,62, a partir da Eq. 15, tem-se que (PORTO, 2004): Sendo assim, para vertedores retangulares sem contração, a vazão pode ser obtida por meio da relação (PORTO, 2004): 122 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Em que a vazão é expressa em m³/s; e o comprimento e a altura, em metros (m). 6.2.3 EQUACIONAMENTOS A partir das características do vertedouro, diferentes equacionamentos são postos para determinar sua vazão. Por exemplo: considere um vertedouro retangular com contrações, conforme mostra a Figura 16. FIGURA 16 – VERTEDOURO RETANGULAR COM CONTRAÇÃO Fonte: Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um vertedouro retangular com contração. Como, neste caso, o vertedor possui contração, faz-se necessário realizar a cor- reção quanto ao comprimento da soleira (L). Isso significa que, a partir da Eq. 17, temos que (PORTO, 2004): 123 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Como visto anteriormente, a geometria dos vertedores também pode variar. Consequentemente, ao alterar o vertedouro, o equacionamento para determinar a vazão da água que escoa sobre ele também irá se alterar. É o que acontece, por exemplo, com o uso de vertedores triangulares. Quanto às características dos vertedores triangulares, tem-se que: • Vazão de operação: São construídos para operar com vazão baixa, inferior a 30 L/s. • Material: Construídos basicamente de aço inoxidável e suas bordas não devem ser mais largas do que 1-2 mm para definir claramente a localização do feixe de medição do vertedouro. • Aplicação: São frequentemente usados na prática por sua simplicidade e baixos custos de aquisição. 124 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA Considere o vertedor triangula mostrado na Figura 17. FIGURA 17 – VERTEDOURO TRIANGULAR Fonte: Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de vertedouro triangular. Admitindo-se uma faixa horizontal com altura elementar dz e comprimento x, a vazão será dada por (PORTO, 2004): FIGURA 18 – PARÂMETROS GEOMÉTRICOS DO VERTEDOR TRIANGULAR Fonte: Porto (2004). #PraCegoVer: a imagem representa o desenho de parâmetros geométricos do vertedor triangular. 125 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Como mostra a Figura 18, temos que (PORTO, 2004): Para tanto, derivando a Eq. 21, posteriormente, integrando em termos de H e 0, temos que a vazão em um vertedor triangular é obtida por: Os vertedouros de medição deste tipo são usados principalmente em localidades com uma grande variedade de fluxos. Com uma altura do vertedouro aumentando linearmente, a área de fluxo aumenta quadraticamente. Ao medir com precisão o nível do vertedouro, o vertedouro de medição triangular é um dos medidores de vazão mais precisos. CONCLUSÃO Nesta unidade, vimos que existem dois usos distintos para bocais e placas de orifício. O primeiro é restringir o escoamento onde a alta precisão geralmente não é importante e o segundo é a medição do escoamento onde a precisão do cálculo é crítica. Para fins de restrição de escoamento, uma placa de ori- fício é normalmente usada e é geralmente aceitável usar valores típicos do coeficiente de descarga conforme apresentado neste artigo para o cálculo do tamanho do orifício. Vimos também que os vertedouros são fornecidos para barragens de arma- zenamento e detenção para liberar o excedente ou água de inundação que não pode ser contida no espaço de armazenamento alocado e em barragens de desvio para desviar os escoamentos que excedem aqueles que são trans- formados na barragem de desvio. A função primária do vertedouro é liberar o excesso de água do reservatório para evitar o galgamento e possível rompi- mento da barragem. Esta disciplina forneceu um tratamento fundamental da hidráulica de enge- nharia. Destinou-se principalmente a servir como um livro-texto para alunos 126 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA de graduação em engenharia. No entanto, também serviu como uma refe- rência muito útil para engenheiros em atividade que desejam revisar os prin- cípios básicos e suas aplicações em sistemas de engenharia hidráulica. A hidráulica de engenharia é uma extensão da mecânica dos fluidos em que muitas relações empíricas são aplicadas e suposições simplificadas feitas para alcançar soluções práticas de engenharia. Como tal, o leitor foi expos- to a muitos problemas comumente encontrados na prática e vários cenários de solução, incluindo procedimentos de projeto eficazes, equações, gráficos/ tabelas sugeridas, com intuito de possibilitar e fornecer elevada capacidade profissional. 127 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 REFERÊNCIAS AZEVEDO NETTO, J. M. Manual de Hidráulica. 8. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1998. Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM). Unicamp. Definições II. Disponível em: http://www. fem.unicamp.br/~instrumentacao/pressao/introducao06.html. Acesso em: 16 nov. 2021. PORTO, R. de M. Hidráulica básica. 3. ed. São Carlos: EESC-USP, 2004. VIANNA, M. R. Mecânica dos Fluidos para Engenheiros. 3. ed. Belo Horizonte: Imprimatur, 1997. BAPTISTA, M; LARA M. Fundamentos da Engenharia Hidráulica. Belo Horizonte: UFMG, 2002. 440 p. DUARTE, S. N.; BOTREL, T. A.; FURLAN, R. A. Hidráulica: Exercícios. Série didática 009. 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Acesso em: 22 nov. 2021. 128 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 HIDRÁULICA MORAIS, D, C; CAVALCANTE, C, A. V, A; A, T.Priorização de áreas de controle de perdas em redes de distribuição de água. Pesquisa Operacional [on-line]. 2010, v. 30, n. 1. pp. 15-32. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0101-74382010000100002. Acesso em: 24 nov. 2021. AZEVEDO NETTO, J. M. Manual de Hidráulica. 8. ed. São Paulo: Blucher, 1998. BAPTISTA, M.; LARA, M. Fundamentos de Engenharia Hidráulica. 2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2002. CHADWICK, A.; MORFETT, J. Hidráulica em Engenharia Civil e Ambiental, 2004. PORTO, R. de M. Hidráulica básica. 3. ed., São Carlos: EESC-USP, 2004. ABNT. Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 6445 – Turbinas hidráulicas, turbinas- -bombas e bombas de acumulação. Fornece um vocabulário básico de termos relativos às turbinas hidráulicas, bombas de acumulação e turbinas-bombas, e seus componentes. Rio de Janeiro, 2016. 56p. ALÉM SOBRINHO, P.; CONTRERA, R.C. Abastecimento e concepção. Apresentação da disciplina Saneamento II. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Disponível em: http:// docplayer.com.br/11497737-Introducao-e-concepcao-de-sistemas-deabastecimento-de-agua. html. Acesso em: 03 nov. 2021. HENN, E.A.L. Máquinas de fluido. 2. ed. Porto Alegre: UFSM, 2006. PEREIRA, R, S. Teste de cavitação envolvendo o Projeto, Construção e Uso de um Equipamento – visando a Análise, o Desgaste e a formação Pittings. Unisanta Science and Technology, v.7, n. 2. 2018. PERES, J. G. Hidráulica Agrícola. 1. ed. São Carlos: UFSCar, 2015. SIQUEIRA, B, V. et al. Desenvolvimento de um módulo para ensaio de resistência à cavitação. Engenharia Mecânica (TCC). Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Santa Cecília. DOI:10.13140/RG.2.2.19585.71523. AZEVEDO NETTO, J. M. Manual de Hidráulica. 8. ed. São Paulo, 1998. PORTO, R. de M. Hidráulica básica. 3. ed. São Carlos: EESC-USP, 2004. CHANSON, H. Hydraulics of Open Channel Flow. An Introduction Basic Principles, Sediment Mo- tion, Hydraulic Modelling, Design of Hydraulic Structures. Butterworth-Heinemann. 2004. ISBN 978-0-7506-5978-9. DOI: doi.org/10.1016/B978-0-7506-5978-9.X5000-4 DUARTE, S. N.; BOTREL, T. A.; FURLAN, R. A. Hidráulica: Exercícios. Série didática 009. Departa- mento de Engenharia Rural – ESALQ, 1996. HENN, E. A. L. Máquinas de fluido. 2. ed. Porto Alegre: UFSM, 2006. PERES, J. G. Hidráulica Agrícola. 1. ed. São Carlos: UFSCar, 2015. SIQUEIRA, B, V. et al. Desenvolvimento de um módulo para ensaio de resistência à cavitação. Engenharia Mecânica (TCC). Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Santa Cecília. DOI:10.13140/RG.2.2.19585.71523. AZEVEDO NETTO, J. M. Manual de Hidráulica. 8. ed. São Paulo, 1998. PORTO, R. de M. Hidráulica básica. 3. ed. São Carlos: EESC-USP, 2004. NEVES, E. T. Curso de Hidráulica. 9. ed. São Paulo, 1989. EAD.MULTIVIX.EDU.BR CONHEÇA TAMBÉM NOSSOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA NAS ÁREAS DE: SAÚDE • EDUCAÇÃO • DIREITO • GESTÃO E NEGÓCIOS 129 HIDRÁULICA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SIQUEIRA, B, V. et al. Desenvolvimento de um módulo para ensaio de resistência à cavitação. Engenharia Mecânica (TCC). Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Santa Cecília. DOI:10.13140/RG.2.2.19585.71523. CHANSON, H. Hydraulics of Open Channel Flow. An Introduction Basic Principles, Sediment Mo- tion, Hydraulic Modelling, Design of Hydraulic Structures. Butterworth-Heinemann. 2004. ISBN 978-0-7506-5978-9. DOI: doi.org/10.1016/B978-0-7506-5978-9.X5000-4. YOUNG, H.; FREEDMAN, R. Física I-Mecânica. 12. ed. Pearson Education Limited, 2008. ISBN: 9788588639300. SMITH, P. D. Basic Hydraulics. 1. ed. Jul. 29, 1982. ISBN: 9781483140766. AZEVEDO NETTO, J. M. Manual de Hidráulica. 8. ed. São Paulo: Bluncher, 1998. PORTO, R. de M. Hidráulica básica. 3. ed. São Carlos: EESC-USP, 2004. NEVES, E. T. Curso de Hidráulica. 9. ed. São Paulo: Alves, 1989. SIQUEIRA, B. V. et al. Desenvolvimento de um módulo para ensaio de resistência à cavitação. Engenharia Mecânica (TCC). Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Santa Cecília. CHANSON, H. Hydraulics of Open Channel Flow. An Introduction Basic Principles, Sediment Motion, Hydraulic Modelling, Design of Hydraulic Structures. Butterworth-Heinemann. 2004. YOUNG, H.; FREEDMAN, R. Física I-Mecânica. 12. ed. Pearson Education Limited, 2008. SMITH, P. D. Basic Hydraulics. 1.ed. J. 29, 1982. MACINTYRE, A. J. Máquinas Manuais de Hidráulica Geral. São Paulo: Edgard Blücher, 1972. EAD.MULTIVIX.EDU.BR CONHEÇA TAMBÉM NOSSOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA NAS ÁREAS DE: SAÚDE • EDUCAÇÃO • DIREITO • GESTÃO E NEGÓCIOS Quadro 1 – Fórmulas Dimensionas Quadro 2 – Coeficiente de viscosidade para diferentes fluídos a 20ºC Quadro 3 – Coeficiente de viscosidade para diferentes fluídos a 20ºC Quadro 1 – Exemplos de valores “k” para acessórios Quadro 2 – Exemplos de valores de coeficiente de rugosidade Quadro 1 – Variáveis existentes no sistema de sucção e recalque Quadro 1 – Características descritivas de salto hidráulico Quadro 1 – Síntese de valores de CQ encontrados em diferentes estudos Figura 1 – Barragem: exemplo de construção que envolve a hidráulica Figura 2 – Exemplo de fluído sofrendo variação espacial Figura 3 – Força normal por unidade de área exercida pelo fluido em um ponto da superfície de uma esfera de teste imersa no fluido Figura 4 – A força compressiva por unidade de área associada a cada linha por meio de um ponto no fluido Figura 5 – Representação do estreitamento de um canal Figura 6 – Representação esquemática da redução de tubulação durante um escoamento Figura 7 –Esquema do Princípio de Bernoulli Figura 8 – Pallet de madeira: dimensões de comprimento (L) e massa (M) Figura 9 – Dado obtido experimentalmente Figura 10 – Esquematização de condutos livres Figura 11 – Fluxo Laminar Figura 12 – Fluxo Laminar Figura 13 – Representação da viscosidade em regime (a) laminar e (b) turbulentor Figura 14 – Medição da viscosidade para fluxo laminar de fluido entre duas placas da área A. Figura 15 – Aspersores de incêndio Figura 1 – Abastecimento de Água Figura 2 – Representação da perda de carga distribuída Figura 3 – Exemplos de acessórios de tubulação Figura 4 – Tubulações, válvulas e medidor de vazão Figura 5 – Diagrama de Moody Figura 6 – Exemplificação do método de comprimento equivalente Figura 7 – Exemplo de sistema Figura 8 – Identificação da linha de energia e piezométrica Figura 9 – Sistema de abastecimento de água Figura 10 – Sistema de abastecimento de água Figura 11 – Vazão marcha Figura 1 – Roda d’água Figura 2 – Evolução dos dispositivos hidráulicos Figura 3 – Altura Manométrica Total Figura 4 – Altura Manométrica de Sucção e recalque Figura 5 – Altura Manométrica de Sucção e recalque Figura 6 – Sistema de bombeamento para irrigação Figura 7 – Classificação de bombas hidráulicas Figura 8 – Ponto de operação Figura 9 – Sistema completo de curvas e fórmulas Figura 10 – Curva característica Figura 11 – Conjunto de Dispositivo Hidráulico Figura 12 – Conjunto de Dispositivo Hidráulico Figura 13 – Processo de cavitação Figura 1 – Sistema hidráulico de tubulação e bomba: exemplo de escoamento forçado Figura 2 – Canal de Amsterdã: exemplo de escoamento Livres Figura 3 – Canal de navegação Figura 4 – Elementos geométricos no escoamento livre Figura 5 – Coeficientes de manning para determinados materiais Figura 6 – Variação de parâmetros ao longo do tempo Figura 7 – Variação de parâmetros ao longo do espaço Figura 8 – Variação de parâmetros ao longo do espaço Figura 9 – Variação de parâmetros ao longo do espaço Figura 10 – Canal de Navegação Figura 11 – Seção trapezoidal Figura 12 – Seção triangular Figura 13 – Seção retangular Figura 14 – Seção Circular Figura 1 – tubulação Figura 2 – Movimentação do fluído entre dois pontos de uma tubulação Figura 3 – Sistema de referência considerando fundo do canal - z = 0 Figura 4 – Representação gráficade carga específica versus profundidade Figura 5 – Barragem hidráulica Figura 6 – Seção de controle – Ponto a jusante Figura 7 – Seção de controle – Ponto a montante Figura 8 – Prática esportiva do rafting, que evolve passagens por ressaltos hidráulicos Figura 9 – Macaréu formando em ondas rasas Figura 10 – Macaréu avançando sobre um rio Figura 11 – Macaréu avançando sobre um rio Figura 12 – Energia específica Figura 13 – Seção retangular Figura 14 – Seção Triangular Figura 1 – Saída da mangueira (orifício) sendo comprimido Figura 2 – Sistema de pivô em agricultura: técnica que utiliza bocais Figura 3 – Geometria dos Orifícios Figura 4 – Relação dimensional Figura 5 – Características da parede Figura 6 – Características do regime de escoamento Figura 7 – Área de contração das veias líquidas Figura 8 – Variação de tubulação Figura 9 – Vertedouro em barragem hidráulica Figura 10 – Vertedouro Figura 11 – Componente de Vertedouro Figura 12 – Vertedouro retangular Figura 13 – Espessura da parede Figura 14 – Vertedouro sem contração, com contração lateral e com duas contrações Figura 15 – Vertedouro em barragem hidráulica Figura 16 – Vertedouro retangular com contração Figura 17 – Vertedouro triangular Figura 18 – Parâmetros geométricos do vertedor triangular Apresentação da disciplina 1. INTRODUÇÃO À HIDRÁULICA INTRODUÇÃO DA UNIDADE 1.1 CONCEITOS BÁSICOS 1.2 ESCOAMENTO UNIFORME EM TUBULAÇÕES 2. INTRODUÇÃO À HIDRÁULICA INTRODUÇÃO DA UNIDADE 2.1 PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS 2.2 SISTEMAS HIDRÁULICOS DE TUBULAÇÕES 3. ENERGIA HIDRÁULICA INTRODUÇÃO DA UNIDADE 3.1 SISTEMAS ELEVATÓRIOS 3.2 ANÁLISE DE BOMBAS HIDRÁULICAS 4. ESCOAMENTOS INTRODUÇÃO DA UNIDADE 4.1 ESCOAMENTO EM SUPERFÍCIES LIVRES 4.2 ESCOAMENTvzzO EM CANAIS EM REGIME PERMANENTE E UNIFORME. 5. ENERGIA E SISTEMAS DE ESCOAMENTO INTRODUÇÃO DA UNIDADE 5.1 ENERGIA OU CARGA ESPECÍFICA 5.2 RESSALTO HIDRÁULICO 6. DISPOSITIVOS HIDRÁULICOS INTRODUÇÃO DA UNIDADE 6.1 ORIFÍCIOS E BOCAIS 6.2 VERTEDORES