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E os pássaros não voam

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Romance 
 
 
 
 
 
E os Pássaros 
Não Voam! 
Lucio F. Barbosa 
 
 
 
 2 
Apresentação 
 
 
Os pássaros não voam. 
 
Conta com carinho a historia de uma 
jovem, milionária que deixou de lado toda a vaidade e riqueza que o 
mundo pudesse lhe oferecer, para se tornar uma jovem evangélica e 
depositar todo o seu tempo na defesa do menos favorecidos. 
As lutas e suas perseguições que 
Hortência sofria, servia simplesmente para ela ter ainda mais desejo 
em ajudar as pessoas. 
Amava sua família, sua igreja e seus 
amigos e a qualquer momento estava disposta a ver alguém sorrir. 
O amor por um presidiário, e a corrida 
pela liberdade se unem fortemente para se tornar vencedora, a 
conquista em defesa dos meninos de ruas,fez com que Hortência 
fosse feliz. 
O casamento impedido pelo próprio 
destino, Põe fim numa triste historia de amor. Um verdadeiro 
romance, um exemplo de fé, escrito com carinho. 
 Prof. Lúcio Barbosa 
 
 3 
 
 
Iº 
 Jamais poderiam imaginar que 
naquela hora da noite, Nixon já estivesse dormindo. embora a 
cidade estivesse em silencio a noite para ele seria um eterno 
pesadelo. 
 As luzes acessas ornamentavam o 
belo jardim,construído com símbolos, de cores e vidas, pra 
quem faz poesias sem ter alegria. 
 Na cama deitado, entre lençóis, 
cobertas e papeis demonstra que antes esteve abraçado nas 
velhas lembranças que ficaram pra trás. 
 O vento acena um adeus entre as 
folhas, e o orvalho que desce como lágrimas que cai tornando 
a noite lembrada pra sempre. 
 Na parede acima o retrato bonito de 
alguém que sorrindo, de ti despediu, sem beijo e afeto pra 
sempre partiu. 
 4 
 
 Na solidão do quarto amigo, entre 
lagrimas caídas, fecha os olhos a dormir, sem conseguir se 
esquecer da flor que enfeitaria o lar que tanto queria. 
 De um lado para o outro, parecia 
navegar, quando a água furiosa te fazia vacilar, quando o 
escritor sem tintas se ponhava a rabiscar e no sonho, Nixon 
começava a reviver, a triste historia de um pássaro ferido. 
 ... 
 Alguém que aí chegasse jamais 
poderia imaginar que na mente de Nixon a história se repetia 
como num filme que lhe mostrasse. 
 
 Naquela tarde do mês de março, 
ventava um pouco na cidade e tudo estava planejado, jamais 
passaria na cabeça do grupo, que a fúria do destino, mudaria 
o roteiro. 
 Às treze horas e dezesseis minutos, 
um grupo de cinco jovens, encarapuçado entravam no banco, 
na avenida central para um rápido assalto, seria mais um de 
uma serie ocorrido em alguns anos na vida de Nixon, um rapaz 
simpático, elegante, com um metro e oitenta 
 5 
aproximadamente e seus vinte anos de idade, usando 
mascarás e armados. 
 Tudo já estava programado, quando a 
um quarteirão: 
 - Nixon, não deverá entrar sozinho, - 
falava Rechier um dos assaltantes que observava o movimento 
do banco, através da janela de um luxuoso hotel. – é 
importante que entre junto e enquanto o povo tumultue, eu 
juntamente com Maycon e Thomas, realizarei o assalto. – 
completou. 
 O grupo era apenas de pessoas 
jovens que não tiveram talvez o carinho de seus pais, pela 
bebida, pelas drogas, pelo matrimonio desfeito ou até pela 
falta de condições financeiras. 
 Rechier o mais jovem, dezenove anos 
aproximadamente, corpo franzino era o que comandava o 
grupo, Laís a motorista sempre atenta ficava no volante de 
uma blazer branca, preparada para fuga. 
 Naquele momento Nixon parecia não 
estar mais naquele quarto em silencio, mais, o sonho conduziu 
a um passado que serviu para construir o roteiro de sua 
própria vida. 
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 Alguns minutos depois, aquela blazer, 
abriu as portas rapidamente e aqueles jovens numa forma 
terrível entravam naquele estabelecimento, de armas em 
punho. O assalto estava acontecendo. 
 Porém o que ninguém o esperava 
acontecia, o alarme do banco disparava, sirene se ouvia por 
todos os lados, gritos de pavor ecoavam, e os bandidos 
procuravam fugir, mais a policia o impedia. 
 Ouviram se tiros num duelo de dor e 
horror, Laís conseguiu se escapar, porém Nixon e Maycon 
foram presos, enquanto que Rechier caia morto com vários 
tiros, Thomas foi conduzido ao hospital local, policiais também 
foram baleados, agora misturava sirenes de ambulâncias e 
carros de policia, os dois bandidos que restaram no momento 
foi algemado e colocados no camburão, a ação da policia 
estava sendo realizada. 
 
 Do outro lado da cidade, ninguém 
estava sabendo de absolutamente nada, um grupo de 
evangélicos, com bíblias e harpas estavam à frente da 
delegacia, aguardando ordem, para fazerem visitas aos presos, 
que ali já estavam, quando de repente ouviram a sirene da 
 7 
viatura que se aproximava, militares fortemente armados com 
armas perigosas e do outro lado um grupo de evangélicos 
oravam ao Senhor, entre eles uma jovem crente, de cabelos 
compridos e bem trajada, tristemente olhava aquela cena. 
 Os evangélicos se afastaram um 
pouco, enquanto o camburão era aberto pelos militares,e 
quando descia aqueles dois jovens algemados com as mãos 
para trás, algumas marcas de pancadas pela luta que ocorreu 
no momento do assalto, agora sem mascaras e sem armas, o 
destino dá enredo a historia. 
 Primeiro desceu Maycon e 
rapidamente foi conduzido para o interior do DP, em seguida 
Nixon, mais nesse momento de dor e aflição no corpo dele, 
olhares se encontram entre ele e aquela jovem, parece que 
até mesmos se conheciam a muitos anos, ele foi empurrado 
pelos militares para o interior da delegacia e posteriormente 
lançado na cela de numero três, junto com Maycon. 
 
II 
 
 -Eu senti tristeza em você, Hortência, 
quando o segundo jovem foi tirado do camburão, o que 
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houve? – Perguntou D. Leda, a mãe da mesma, uma senhora 
de meia idade. 
 -Tive pena dele mamãe, tão jovem! 
 -Filha, Deus tem um plano na vida 
dele. 
 
 
 No interior da cela os dois choravam, 
a perca do companheiro Rechier: 
 - Ninguém sabe aonde vão enterrar, 
os parentes não tomarão noticia, Laís ninguém sabe para onde 
ela foi e Thomas será que vai morrer? –Comentavam. 
 
 A noite para Nixon estava se tornando 
um pesadelo, pois, revivia cenas após cenas, lembrou que não 
sabia quem era aquela jovem, e que naquela tarde ela não 
entrou em sua cela, desistiu da visita, pois ficara muito 
comovida com a cena que assistiu. 
 No outro dia pela manhã, antes do 
café o carcereiro lhe entregou uma carta, possivelmente 
escrita a noite, endereçada para ele. 
 -Para mim!? – admirou ele. 
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 -Sim para você. – Confirmou o 
carcereiro. 
 -Pô! Beleza, mano, que sorte- Falou 
Maycon aproximando se de Nixon. 
 -Foi ela cara! – saltou de alegria. 
 
 Os outros presos começaram a gritar, 
palavras pejorativas: 
 -Mande esses loucos calarem! 
 -A baderna está demais. – gritavam. 
 
 Aos poucos Nixon começou a ler a 
carta: 
 “Amigo presidiário, não pude dormir 
um só minuto nessa noite, a angustia por lhe ver algemado, 
aprisionado machucou dentro de mim, me senti com vontade 
de chorar, tive vontade de lhe abraçar, e dizer – lhe que 
naquele momento eu deixei de viver, para viver você. 
 Pudesse eu nesse momento estar ao 
teu lado, mais saiba que no silencio em que está tem alguém 
que pode lhe ajudar e esse alguém é o próprio Deus, pois, Ele 
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disse, que veio dar visão aos cegos e libertar a almas que 
estão presas. 
 As estrelas eu pude contemplar pela 
janela de meu quarto, li a bíblia e meditei, espero em Deus, 
saiba você marcou em mim. 
 Espero rever – te e com certeza livre. 
E quando a solidão tocar em você, lembra – ti de mim. Ti amo. 
 Hortência “. 
 
 A partir dessa declaração, o coração 
de Nixon mudou, dos olhos dele, caiu se lagrimas, quiçá de 
amor, quiçá por tristeza de ali estar. Começou a imaginar 
como foi à noite para Hortência, talvez olhando pela janela e 
contemplando as estrelas a brilhar num horizonte distante,talvez pedindo a Deus por ele, enquanto isso ali naquela cela, 
lembrava da triste desgraça que arruinou a sua vida. Nixon 
viajava no pensamento: 
- O que foi – assustou 
Maycon,tentando despertar. 
- Ti a-mo!!! – repetiu lentamente 
Nixon. 
 
 11 
 
 Na sala, em casa de Hortência, 
sempre cabisbaixa, fitava os olhos na fotografia que saiu em 
primeira pagina no noticiário. 
 - Ele é bonito. – balbuciava ela ao 
passar a mão sobre o retrato.começou a sentir saudade, mais 
na sua mente a lembrança da triste cena, na porta da 
delegacia. 
 -Porque fui lá? – Perguntou para si 
mesma. 
 O pensamento foi interrompido, 
quando rapidamente sua mãe entrava na sala, como se 
estivesse atravessando para outro quarto, enxugando as mãos 
em uma toalha cor de rosa, se depara com Hortência quase a 
chorar. 
 Hortência levantando joga o jornal 
para trás, corre para sua mãe, abraça – a e chora. 
- Me perdoe mamãe? – Leda não 
sabia o que fazer. 
- Eu ti perdôo minha filha, porém, 
você é uma serva de Deus, e este homem é um bandido, ore 
para que Deus possa salvar. 
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- Bandido... eu sei que ele é, 
mamãe... – virando de costa para sua mãe – E Deus pode 
salvar! 
- Sim. Claro, pois, para Deus tudo é 
possível. 
 
 
 No corredor do hospital, Leda e 
Hortência, abraçadas com as bíblias, conversam com um 
enfermeiro no corredor, enquanto muitas pessoas 
contemplam as. 
 -Sim... tomamos conhecimento de 
que ele foi operado- falava d. Leda. 
 - Mais a senhora não poderá entrar 
sem autorização da justiça.-afirmava o enfermeiro. 
 - A justiça divina, no permitiu aqui 
estar.- Informou Hortência. 
 
 
 
 
 
 13 
III 
 
 
 Na delegacia, Hortência falava com o 
delegado. 
- Doutor, permita nos que possamos 
visitar Thomas. 
 
 
Mais tarde Hortência e Leda realizam 
o sonho e conseguem visitar Thomas que se encontra 
internado. 
-Deus, pode salvar você jovem! – 
afirmava Leda para o jovem acamado. 
- É verdade... Jesus ti ama. – 
confortou Hortência. 
 
 
 
Na cela de nº 03, Nixon relia 
constantemente o bilhete enviado por Hortência. 
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- Você vai ficar louco cara, se 
apaixonou por um papel. – criticava Maycon. 
- Ela é bonita... queria tanto revê – la. 
 
 
No caminho para escola, certa tarde, 
Hortência ia conversando com uma colega, enquanto 
caminhava por uma calcada pouco movimentada, a jovem 
usava trajes totalmente diferente, calças jeans, tênis e 
camiseta floreada, usava pinturas e tinha seus cabelo curto. 
Mais era uma amiga de Hortência que não tinha preconceito 
com ninguém. 
- Você não entende Viviane, na 
verdade nunca tive amor por um homem, e tenho até 
vergonha de lhe dizer, em vez de lhe falar do evangelho, 
diga para mim o que fazer. 
- Hortência realmente você está 
apaixonada, e por ele ser um presidiário, é que você está 
sofrendo, procure um psicólogo, talvez você encontre uma 
solução. 
A vida de Hortência mudou 
completamente, na escola tudo parecia diferente, e os 
 15 
amigos não entendiam mais, antes apenas uma crente, 
agora além de não participar das festas, ficou ainda mais 
triste. 
 
Certa noite sua mãe levantou 
vagarosamente, foi até seu quarto encontrou –a de joelhos 
dobrada, orando com a fotografia de Nixon em sua mão, era 
um pequeno recorte do jornal. E no dia seguinte na hora do 
café junto à mesa. 
- Onde eu encontrei você orando na 
madrugada. – comentou Leda com a filha, que não lhe 
respondia. – estou pensando em lhe mandar para Goiás, 
passar uns dias na casa de seus avós. 
 Hortência levantou rapidamente. 
- Se me amas de verdade, não faça 
isso mamãe. Ore por mim.-falou e se ausentou da presença 
de sua mãe. 
Professor Max, não pronunciava 
nenhuma palavra, deixava sempre que a esposa tomasse as 
atitudes a respeito da filha. 
- Devemos saber o que fazer com 
nossa filha, Max. – Implorava Hortência ainda à mesa. 
 16 
- Hortência, fale com Deus. – Max 
tinha uma confiança tremenda.- ela também está sofrendo e 
ela é nossa única filha e todos que a conhece amam ela. 
O silencio tomou conta por alguns 
minutos, Max um homem de cabelos grisalhos, usava óculos 
e cuidava dos empreendimentos da família, desde a fabrica 
de tecidos até a fazenda que adquiriu como herança de seus 
pais. 
 
 
Certo dia Hortência, pediu ao pai que 
emprestasse o carro e a mesma seguiu com destino a 
delegacia, antes de funcionar o veiculo leu um versículo da 
bíblia, acenou um adeus aos pais que contemplava da 
varanda, para eles ela disse que ia à casa de uma amiga de 
escola fazer alguns trabalhos. 
No caminho antes de chegar à 
delegacia, ao passar em frente a um escritório leu a placa e 
viu que era um advogado, voltou um pouco para trás, 
estacionou e... minutos depois. 
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- Então quero que o senhor vá 
comigo, somente assim terei mais facilidade de entrar para 
vê – lo e o senhor conhecerá. 
- E se espera a liberdade desse moço, 
pode contar comigo jovem. – Propôs Dr. Mariel o 
Advogado. 
- Sim. E com ajuda do maior 
advogado que é Deus. – Completou Hortência. 
 
Minutos depois, os dois estacionavam 
a porta da delegacia, após se identificarem com o delegado, 
ela sempre com a bíblia na mão, foram para a cela 
conversar com o presidiário Nixon, que para tal surpresa não 
podia imaginar, quando o mesmo se encontrava sentado de 
costa, somente se short ao lado do amigo, ouviu aquela voz 
feminina que dizia. 
- Jovem!!! 
Ele se levantou rapidamente e voltou 
se para ela, segurando nos ferros da grade. 
- Você!? – Balbuciou 
O olhar de ambos se encontrou em 
silencio, os demais contemplavam aquela cena, Maycon 
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aproximou se do amigo, o delegado ao lado do advogado, 
não entendiam tal reação. Minutos depois. 
-Eu... eu... sou Hortência! – 
apresentou – à. - Este é dr. Mariel o advogado que vai 
trabalhar em sua causa, sim, esse é o delegado.- sorriu. 
Dr. Mariel também fez menção de se 
apresentar melhor, mais foi interrompido por Nixon que 
rapidamente também se apresentou. 
- Eu sou Nixon! E este é meu amigo 
Maycon. 
 
 
 
 IV 
 
Agora Hortência estava mais feliz, 
tinha alguém que podia lhe ajudar, dr. Mariel sempre estaria 
à disposição, dona Leda também conversou com o esposo, e 
propôs em ajudar o jovem que estava hospitalizado, na 
igreja oravam constantemente, e sempre faziam visitas, 
Maycon também foi apoiado, pois, ao mesmo tempo em que 
batalhavam pela liberdade, eles ouviam a palavra de Deus. 
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Certa vez Hortência contou para sua 
professora, que admirou o amor daquela jovem e começou a 
comentar entre os alunos. 
Hortência era cada vez mais querida 
entre os companheiros, na escola todos lhe pediam 
conselhos, outros pediam orações, mais ao mesmo tempo 
começou a ser odiada por Loríta uma jovem que não 
concordava, acreditava que Hortência queria apenas se 
aparecer, certa vez Loríta, uma japonesinha de dezesseis 
anos mais ou menos, se escondeu atrás da parede para 
contemplar, por ter jogado uma casca de banana, 
exatamente no lugar aonde Hortência teria que passar para 
ir ao carro, Hortência despercebidamente não olhando no 
que tinha no chão, pisou sobre a casca caiu, machucando a 
perna a qual deixou alguns dias sentindo dores, foi ajudada 
pelos colegas que ajudaram inclusive a chegar em casa. 
Loríta, continuava a planejar as suas 
tramas, certo dia pediu para Hortência que não desconfiava 
dela a passar a limpo uma carta dizendo ser para um jovem 
que Loríta queria te – lo como namorado, depois de três 
dias Hortência recebeu uma correspondência de um jovem 
perigoso na sociedade, o qual comunidade desconfiava ser 
 20 
usuário de drogas, cabeludo, brinco e cheio de gíria, dizendo 
que aceitaria o pedido de namoro. 
A noticia repercutiu no colégio e no 
bairro, todos dias que a filha do professor Max, além de 
defender um bandido na cadeia agora pede namoro a um 
drogueiro.À noite Hortência estava de joelhos 
dobrados, pedindo misericórdia para Deus. 
-Senhor, tenha misericórdia de mim, 
para que eu possa suportar todas essas provas, perdoar 
meus inimigos e amar aqueles que não me amam. 
A diretora da escola, chamou 
Hortência para conversar, Hortência contou toda a verdade, 
porém Loríta não assumiu a culpa, na porta da escola certa 
vez Hortência teve um encontro em ela não esperava, antes 
de entrar no carro Ariel o jovem da carta estava lhe 
esperando, ela tentou fugir dizendo não saber de nada, foi 
ameaçada, alguns amigos de Hortência assistiram, ela 
segura pelo braço mais conseguiu se livrar, entrou no carro 
e em choro partiu.Loríta ficou contemplando como se de 
nada soubesse. 
 21 
As ameaças eram constante, o 
telefone as vezes tocava e quando ela atendia ele dizia que 
ia se vingar porque ela o enganou. 
 
- Papai, dr. Mariel está trabalhando 
dificilmente no caso de Nixon. – Comentava Hortência com 
seu pai, no escritório da fabrica.- creio que tão breve Nixon 
estará livre das grades. 
- E Maycon?! 
- Com certeza terá liberdade no 
mesmo dia. 
- Filha, tudo eu farei para cumprir 
com o seu desejo, tenho certeza que eles vão mudar de vida 
e até poderão no ajudar na fabrica. 
- Pena. – Ela se levanta- Thomas, 
voltou a ter fortes crises, e poderá não resistir. 
- Seja feita a vontade de Deus! 
 
Todas as tardes antes de Hortência ir 
a escola, era possível ver o monza preto que ela dirigia 
seguindo para a delegacia, e ao seu lado o advogado Mariel 
visitando Nixon e Maycon. 
 22 
-Esse amor é grande. – Brincava 
Maycon, eu era respondido sempre com um sorrizo. 
-Vocês vão ser livres daí... – garantia 
Hortência. 
Naquele dia aproveitando que o 
advogado estava conversando com o delegado em outra 
sala, Nixon fez uma declaração. 
- Hortência, eu ti amo. 
Hortência parecia não ter escutado, 
mais depois de alguns minutos pelos vãos da cela, segurou 
nas mãos de Nixon e confirmou dizendo. 
-Eu também! – sorriram. 
 
 
 V 
 
 
D. Leda sempre de joelhos dobrada, 
orava pela vida da filha. 
- Senhor Jesus, olhe pela minha filha, 
ajude a vencer esse grande desafio. 
 
 23 
Leda tinha medo de que em qualquer 
momento a filha pudesse também estar envolvida num dos 
casos de Nixon. 
Certo dia o telefone da firma de Max 
tocou. 
- É para o senhor Professor! – Falou a 
secretaria, passando o fone para ele. 
Professor Max após ouvir as primeiras 
palavras. 
-O que? A minha filha seqüestrada? – 
Professor Max levantou rapidamente entre o olhar de outras 
pessoas que estavam no interior do escritório. 
A voz no telefone parecia insistir. 
-Eu sei... mais porque vocês 
seqüestraram a minha filha? 
 
Minutos depois, viaturas começavam 
a percorrer todas as ruas, alguns com destinos as periferias. 
Hortência havia sido atacada ao sair de um supermercado 
onde estava comprando frutas, possivelmente para levar a 
Nixon e Maycon, e na saída foi abordada por duas pessoas 
que vedaram os seus olhos e conduziu, ela escutava apenas 
 24 
quando ambos sentados no banco da frente dialogavam a 
seu respeito. 
- Nunca mais fará chantagem a 
ninguém. 
Hortência também ouviu quando eles 
falavam com o seu pai pelo celular, um deles olhou para trás 
e disse a ela- Calma garota, você verá o céu ainda hoje! 
Ambos gargalharam. 
Hortência permanecia em espírito de 
oração, o seu coração estava voltado a fazer o bem. 
- Moço, Deus ama vocês! – entre a 
angustia, ela ainda pronunciava essas palavras. 
 
Professor Max com Leda, da varanda 
de sua residência, que ficava em um lugar mais alto, 
contemplava a cidade e em lagrimas, imaginavam o que 
estava acontecendo. 
- Deus, prova todos os que ele ama, 
Leda, eu tenha que nossa filha voltara em vida! – Professor 
homem que tinha consigo o amor e a paciência que 
aprendeu nos primeiros anos do evangelho. 
 25 
- Hortência, tem nos dado grandes 
problemas Max. 
- Não diga assim, um dia nos 
venceremos, e com Hortência. 
 
Hortência começou a perceber que 
estava sendo conduzida por uma estrada de muito barro, ela 
até percebia que o carro, um jipe Toyota, parava para se 
abrir porteiras. 
- Soltem me! - pedia ela. 
- Espere o resgate garota! – zombava 
um deles- enquanto isso não acontece vamos usar da sua 
beleza! 
 
No corredor do hospital, uma maca 
conduzia um paciente coberto por um lençol branco, e no 
consultório o medico ligava para o delegado. 
- Sim, doutor, Thomas não resistiu e 
nesta manhã ele foi a óbito. 
 
 26 
Na cela Nixon e Maycon tomaram 
conhecimento da morte do companheiro naquela manhã, 
chorava por um instante. 
 
No quarto de Nixon, nenhum barulho 
se quer, o mesmo revivia cena por cenas, como se estivesse 
vivendo naquele momento. 
 
Professor Max, desligava o telefone, 
sendo aguardado por Leda, que a escutava. 
- O carro de Hortência, foi 
recuperado, a policia irá recolher no pátio da delegacia... 
- E ela? 
- Ainda não sabem noticias. 
 
Hortência jamais poderia imaginar qual 
seria o seu futuro, lançado agora em um quarto escuro, de 
olhos vedados e sofrendo ameaças de torturas e estupros. 
 
Próximo a entrada da fazenda onde 
Hortência estava, uma região de morros e serras, a policia 
analisavam o mapa. 
 27 
 
No outro dia, a preocupação entre os 
conhecidos de Hortência era grande, na escola todos 
comentavam a falta da mesma, na casa os pais pareciam 
não dormir, algumas pessoas acreditavam que ela havia 
morrido. E na delegacia... 
- Hortência, disse que voltaria ontem 
aqui e não voltou, o que será? – imaginava Nixon que não 
estava sabendo do que acontecia. 
 
 
Entre a sujeira do velho casebre, 
Hortência ouvia palavras torpes e piadas entre os bandidos, 
que os ameaçavam caso o valor do resgate não fosse pago. 
- O Senhor nosso Deus terá 
misericórdia de vocês. – falava Hortência, entre lagrimas e 
soluços. 
Depois de gargalhadas, 
- veremos então quando a noite 
chegar, serás nossa mulher! – Afirmou um deles. 
- E saberás que o dinheiro do 
papaizinho, não irás te livrar. 
 28 
- Mais o meu Deus me livrará! 
 
Um dos bandidos tentou beija – la a 
força, o outro porém o impediu. 
- Não. – Bradou ele – Isto não, só 
tocaremos nela quando a esperança do resgate findar. 
 
Minutos depois do lado de fora da 
velha casa, um dos bandidos está verificando o carro (jipe), 
quando olha para estrada, percebe que vai se aproximando 
um velho andarilho, trazendo algumas muambas nas costas, 
ele por alguns momentos ele se põe a olhar, depois grita 
para o parceiro. 
- Pivete, venha ver que se aproximava 
um anta velho... cheio de muambas nas costa, mais parece 
um jumento do que um velho qualquer. – gargalhou. 
 O sai para ver e... 
 - Pôxa! Estamos esperando grana 
meu, trazido por uma moça bonita, agora me vem um velho 
suro desse!!! 
 
 29 
 Quando o velho se aproximava, 
chapéu velho na cabeça, dois sacos de estopas nas costas, 
camiseta rasgada e calça remendada, é empurrado pelos 
bandidos que tomar lhe a matula, que o mesmo consegue 
segurar. 
 Um dos bandidos puxando por uma 
das mãos, diz: 
- Coisa bonita tem aqui! 
E enquanto um deles ficam limpando 
algumas válvulas do carro, o outro conduz com estupidez o 
velho, que quando vê Hortência, naquele quarto escuro, caído 
no chão de mãos amarradas, simplesmente balançou a cabeça 
e saiu, na porta sem dizer nenhuma palavra despediu 
levantando o chapéu e continuou a caminhada. 
Os bandidos sem imaginarem a trama 
acontecida, começam a zombar enquanto ele entre em um 
pequeno caminho, como se fosse para um córrego. 
Distante alguns metros o velho 
andarilho, aumento os passos, parando em seguida em baixo 
de uma árvore de ipê, quando percebe que os mesmo não lhe 
vê mais,jogando as matulas ao chão, tira de dentro de um 
 30 
deles um telefone celular e... após digitar rapidamente um 
número. 
-Sim. Sou eu o capitão Baldo. – 
Enquanto falava segurando o aparelho com uma das mãos, 
com a outra retirava sua farda que estava enrolada em jornal 
dentro da outra bolsa. – sim, eu até fui levado aos empurrões 
para vê ela – Rindo- O disfarce foi perfeito. 
 
Em uma loja da cidade, estava Loríta 
e Ariel conversando. 
- Sabe que a crentinha está 
seqüestrada. – falou ela. 
-Não ... 
- Então, saiba que é verdade e 
querem é muitos dinheiros. – pondo as mãos na cintura- que 
bom desta vai morra. 
Ariel se afastou, sentiu a maldade de 
Loríta machucar seu coração. 
- Hum! Parece que ele não gostou. – 
Saiu se saracoteando como alguém que estivesse zombando. 
 
 31 
Na casa de Hortência, a todos os 
momentos d. Leda, vai ao quarto da filha, olha o retrato que 
está na parede e chora. 
Professor Max, atento a todas as 
noticias, enquanto isso dr. Mariel dando total atenção á Nixon 
e Maycon na delegacia. 
Nixon na verdade já tem 
conhecimento do que está acontecendo com Hortência, mais 
acredita na coragem da mesma e tem certeza que ela vai ser 
vencedora. 
Na igreja os irmãos oram fervorosos 
pela mesma e na escola ou entre os amigos todos unem na 
mesma esperança e fé. 
E o que ninguém poderia também 
esperar é que Ariel, um jovem que nunca soube o que é ter 
pena de um alguém, ficou movido de compaixão, quando 
tomou conhecimento, saiu da loja em que estava no seu traje 
de rapaz que foi criado pelas ruas, começou a caminhar, no 
trajeto uniu a outros meninos e meninas de ruas, brancas 
pretos, bonitas ou não, ao passar por uma banca de revista, 
comprou um jornal, viu a reportagem sobre Hortência em que 
 32 
estava estampada na primeira pagina e mostrou aos 
companheiros. 
Saíram caminhando como num grupo 
de meninos que procuram por um brinquedo, o sino da igreja 
está tocando, eles sobem a escadaria, sob os olhares de 
muitos, entram na igreja e começam a rezar por Hortência. 
O padre vai até eles, num gesto de 
concordância Ariel mostra a foto do jornal e torna joelhar - se. 
 
 Na fazenda onde Hortência está, os 
bandidos estão todos no quarto próximo da mesma, fazendo 
todas as sortes de ameaças, encostando-se ao pescoço da 
mesma arma para que ela sinta o desespero, porém, ela se 
mostra firme. 
De repente ouve barulhos estranhos 
como que de carros, eles se apavoram e quando pensam em 
olhar na porta, percebem que estão cercados por vários 
camburões, policiais de varias formas e sotaques, eles tentam 
correr e são seguros, entre os militares, ali eles ouvem a voz 
de alguém que fala para que eles olhem em seu rosto, naquele 
momento os bandidos reconhecem o velho andarilho que 
esteve ali e percebem que foram vitimas de uma cilada bem 
 33 
montada pelo famoso capitão Baldo, Comandante da policia 
militar da região. 
Outros militares cuidaram de 
libertarem Hortência, enquanto isso os bandidos são colocados 
no camburão. 
 
Quando a noticia de que Hortência 
estava livre foi anunciado pela imprensa, e como aconteceu, 
enquanto a mãe chorava emocionada abraçada com a bíblia ao 
lado de Max e o pastor da igreja, faixas com dizeres de boas 
vindas eram colocadas nas proximidades da casa de Hortência, 
por grupos de amigos, professores e pessoas da cidade. 
E o que ninguém poderia esperar, 
também acontecia, um grupo de meninos e meninas de ruas 
de doze a 21 anos aproximadamente, coordenadas por Ariel 
aproximava se da casa de Hortência com faixas que 
emocionavam a comunidade, e sentavam se cantando hinos 
de vitória e gritando palavras como: 
- Hortência... Hortência... você é uma 
flor, continue com a gente! 
 34 
Em seguida sentaram em circulo de 
fronte a varanda e foram cumprimentados pelos familiares de 
Hortência. 
A chegada de Hortência foi uma festa 
que marcou entre lagrimas e risos, quando os militares 
entregaram aos pais, na presença da imprensa, as lagrimas 
caíram em parcelas dobradas e todos queriam beija- la. 
Hortência acompanhada da segurança 
fez questão de ir cumprimentar os meninos de rua, e quando 
sem esperar teve como surpresa a presença de Ariel. 
- Hortência!!! 
- Ariel!!! 
- Perdoe-me – Hortência não resistiu 
a esse pedido e abraço à Ariel e... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
 VI 
 
 
- Eu ti perdoou e seremos grandes 
amigos. 
 Os meninos repetiam as palavras de 
ordens, agora acompanhadas com a multidão. 
 - Hortência... Hortência... você é uma 
flor, continue com a gente! 
 Ate um militar fardado, esqueceu 
que estava em serviço e começou a participar do movimento, 
quando se lembrou procurou se disfarçar sendo observado por 
muitos. 
 
No dia seguinte entre a manchete, 
também ouve a observação em que dizia que meninos de ruas 
recepcionavam a filha do Professor Max, um dos maiores 
empresários da cidade. 
 
Ainda naquela mesma noite, 
Hortência ao lado dos pais e do pastor orou agradecendo a 
 36 
Deus pelo livramento e apresentaram também todos que se 
preocuparam com ela. 
 
 
O reencontro com Nixon e Maycon foi 
emocionante, uma vez que o advogado conseguiu a liberação 
para que Hortência, pudesse conversar com eles no pátio do 
presídio, onde também muitos detentos, autoridades e pessoas 
presenciaram o encontro. 
À noite na igreja, um fato marcou na 
vida de Hortência, quando toda a igreja estava ornamentada e 
repleta de pessoas, para ouvir quando a mesma assumiria 
diante do altar para testemunhar o que aconteceu em sua 
vida. 
O louvor naquela noite envaidecia os 
presentes que aguardavam ansiosos o momento. 
Quando Hortência chegou 
acompanhada dos pais, em uma blazer, junto também veio à 
amiga Viviane, o advogado e alguns amigos da escola, que ao 
desembargar foram recebidos pelo grupo de louvor da igreja e 
do pastor José de Arimatéia, um senhor jovem de cor branca, 
alto, simpático aparentando ter vinte e seis anos de idade, 
 37 
aproximadamente e sua esposa Muriel, ainda jovem, e de cor 
bem negra e que trazia em si um sorrizo meigo e bonito. 
 
Após alguns minutos do culto, ao som 
de um fundo musical, que emocionou a todos os presentes, foi 
passada a palavra para Hortência narrar o que aconteceu em 
sua vida e o que Deus realizou de melhor ao dar lhe grandes 
livramentos e vitória. 
Hortência enquanto narrava sua 
trajetória, entre o olhar em lagrimas de muitas pessoas que 
sentiam ali os grandes livramentos de Deus, e num momento 
observou que Hortência olhava constantemente para a porta 
de entrada da igreja... e num instante a comunidade 
evangélica olhou para trás e viram o que estava acontecendo, 
Hortência continuou a pregar profundamente inspirada por 
Deus, o povo de vez em quanto disfarçadamente olhavam para 
a porta de entrada, e o que mais emocionava era que um 
grupo de meninos de rua entravam na igreja, vagarosamente 
e o que mais marcava era que na frente, não mais de cabelos 
compridos, não mais de brincos na orelha, sem correntes ou 
pulseiras, sem shorts e sem camisetas regatas, estava 
coordenando a frente do grupo o Hortência não podia esperar, 
 38 
um jovem que até ali era considerado na cidade, como 
delituoso, rejeitado pela sociedade, não coordenando agora 
uma gangue, mais trazendo uma faixa entre meninos e 
meninas, o jovem Ariel, na faixa os dizeres: “Hortência, 
cansemos de ser mendingos, queremos ser filhos de 
Deus” . 
Neste momento ao som do hino o 
ultimo labor, do Cantor Cristão, a igreja recebia os novos 
irmãos, para Hortência, era mais um milagre, o jovem que 
tanto lhe perseguiu, agora não era mais seu inimigo, era 
considerado seu irmão em Cristo. 
- Nunca contei a meu pai e nem a 
ninguém, a não ser os que viam – dizia ela ainda 
testemunhando- no caso as professoras do colégio aonde 
estudo, as perseguições sofridas por este jovem, que era 
enganado por satanás, mais apresentei nas mãos de Deus, 
que tudopode resolver, hoje eu vejo ele livre do inimigo e 
juntamente com ele um grupo de jovens, rapazes e meninas, 
transformando se numa nova criatura, é mais um milagre em 
minha vida, por saber que hoje posso telo como irmão e uma 
nova família reunida em oração... 
 
 39 
Outra vez Hortência se torna primeira 
pagina nos jornais da região com o titulo “Jovens rebelde 
renunciam as gangues,após aceitarem Jesus através da 
menina Hortência”. 
 
No dia seguinte ao entrar no presídio 
para visitar Nixon e Maycon, os encontra lendo o jornal. 
- Você esta virando defensora de 
bandidos. – Brincou Nixon ao vê la chegando. 
O amor de Nixon por Hortência, já 
estava sendo notado por todos, embora muitos comentários 
existiam da coragem de uma jovem evangélica, herdeira única 
de uma das maiores fortunas da região, se apaixonar por 
presidiário, e levar a sua vida em dedicação a pessoas 
excluídas da sociedade. 
Muitas vezes Hortência era vista 
conversando com os garis (Varredores de ruas), outras vezes 
sentada junto aos mendigos e lendo a palavra sagrada. 
 
Na tarde daquele dia, ela estava 
conversando com os seus pais na sala de sua casa, enquanto 
tomavam suco de acerola, servido pela criada Diná. 
 40 
- Papai espero que o senhor não fique 
triste pelo o que estou fazendo entre os pobres, o meu 
galardão, não espero deles, mais sim, do Deus que tudo pode. 
Sei que sou ignorada por muitos, outros da sociedade rejeitam 
ser meus amigos, o importante é que Deus é por mim. 
- Jamais filha, ficarei triste contigo, 
muito porém, somos felizes por você não ter orgulho, e viver... 
- entre um povo que precisa de 
carinho, filha. – Completou a mãe. 
 No dia seguinte, num bairro nobre da 
cidade, a família de Hortência olhava uma residência. 
- Se aqui está bom, filha,podes 
começar a organizar. – Falava o pai sorridente. 
- E trate de contratar bons 
funcionários... – continuava a mãe. 
- Claro que sim!- Afirmava 
Hortência. – terei uma reunião com todos os meninos de rua, 
embora que Ariel será o coordenador dessa casa de apoio. 
 
Na reunião realizado no 
estacionamento da firma de Prof. Max, entre varias pessoas, 
 41 
para tratarem a respeito da organização da casa de apoio, 
Hortência perguntou antes de encerrar a reunião. 
- E qual nome daremos a esta nova 
entidade? 
- Casa de apoio aos meninos de rua, 
amigos da Hortência.- opinaram. 
A opção foi aceita entre aplausos dos 
presentes. 
 
 No dia seguinte em forma de 
mutirão, muitos jovens trabalhavam, Ariel por exemplo fez o 
letreiro do prédio, algumas meninas cuidavam da limpeza 
interna, todos estavam animados com a idéia de Hortência, 
pois, sabiam que agora a cidade podia contar com uma nova 
entidade para auxiliar os menores carentes. 
 
- Você é demais, Hortência – Falou 
Nixon ao revê – la durante a visita. 
- Nixon ainda existe um sonho a ser 
realizado em minha vida... – falou ela. 
 42 
A conversa de Hortência com Nixon, 
quase sempre era presenciado por Maycon, seu companheiro 
de luta e de cela. 
- Posso saber? – perguntou ele. 
- Ter você para sempre em minha 
vida não é um sonho, sim uma realidade, darei tudo o que for 
possível para te ver livre, agora o mais importante é que você 
aceite a Jesus como único e suficiente salvador de sua alma. 
- Hortência... se for possível Deus me 
perdoar ainda hoje desejo aceitar esse convite... 
- Eu também! – Disse Maycon. 
 As lagrimas caíram dos olhos de 
Hortência, por saber que Deus estava trabalhando em sua 
vida. 
 
 VII 
 
 
 No dia seguinte acompanhado de 
sua mãe, de seu advogado e do pastor José de Arimatéia, 
voltaram ao presídio e ali foi feita a confissão de ambos na 
 43 
presença dos mesmos. Outras pessoas de outras celas 
também participaram da cerimônia. 
 
 
Milagres pareciam acontecer na vida 
de Hortência, quando ela recebeu em sua casa na presença 
de seus pais, o advogado e o delegado que estavam 
trabalhando no caso de Nixon e Maycon, para anunciar a ela 
que o dia do julgamento dos mesmos já estava marcado. 
Para Hortência foi um momento 
maravilhoso, agora as orações aumentariam para que eles 
pudessem serem livres das grades. 
Hortência sabia muito bem que eles 
estavam ali pagando o que realmente mereciam, mais 
acreditava também que algo de melhor poderia acontecer se 
eles deixassem aquele lugar, principalmente agora que o 
amava e que junto com o amigo tinha aceitado a Jesus. 
Certo dia Nixon relatou para ela a sua 
vida, como tudo começou, desde a primeira droga em que 
usou, até o momento em que foi preso e que ela presenciou 
em partes. 
 44 
Um dia ele se lembrou da amiga Laís, 
comentou com Hortência dizendo que tinha saudades, depois, 
passou alguns dados e Hortência propôs ligar para a terra de 
Nixon, para conversar com a mãe dele e isso fez. 
Conforme ela relatou que a velha mãe 
chorou quando soube que o filho embora preso estava bem. 
Hortência prometeu a ela que buscaria para que pudesse ver 
Nixon. 
Hortência pediu informações de Laís, 
amedrontada a velha passou, dizendo que Laís havia se 
regenerado, deixou de tudo casou se e foi embora para Tókio. 
O sonho de Hortência, aos poucos 
estava tornando se realidade. 
 
O dia – a – dia em sua vida estava de 
forma agitada, corria de um lado para o outro, a fim de 
resolver problemas, entre as firmas do pai, a casa de apoio, a 
delegacia, a escola e ainda ter oportunidade de ir a igreja. 
 
Hortência transmitiu a Nixon e 
Maycon tudo o quanto ouviu de sua mãe Guaracy, , Nixon 
sentiu se alegre, e contou para Hortência que seu aniversario 
 45 
era dois dias antes do julgamento e disse que sentira alegre se 
receber liberdade nesse dia. 
 
Os pais de Hortência já haviam 
percebido que a mesma estava também apaixonada por Nixon 
e certa noite deixaram de ir a igreja para conversar com ela 
que após ser interrogada por Max, caminhou lentamente pela 
sala, como se estivesse a procura de palavras e depois com o 
maior respeito, respondeu: 
- Sim! Papai, é verdade eu a amo e 
tenho certeza que Nixon é a pessoa em que Deus está 
preparando para mim. 
Prof. Max, levantou se da poltrona e 
aproximou se da filha, abraçou – á e disse: 
- Filha, não sou contra apenas 
continue a pedir confirmação de Deus. 
D. Leda também abraço a filha e 
disse: 
- Filha nós ti amamos, muito. 
 A emoção tomou conta da família, o 
amor, a união e a fé faziam parte desta família que embora 
milionária tinha uma razão de viver, a comunhão com Deus. 
 46 
 VIII 
 
A estória aqui narrada era relembrada 
a cada item por Nixon em sonho, nem mesmo o barulho do ar 
condicionado, fazia despertar do sono. E a estória 
continuava... 
 
Na Casa de Apoio Amigos da 
Hortência, Ariel coordenava quase tudo e sempre ao 
levantarem Ariel, tinha um compromisso de convocar todos 
para a oração matinal onde sempre começava com o Pai 
Nosso. 
Em seguida cada um procurava algo a 
fazer e sempre Hortência visitava, levando com ela professor, 
pastor ou algum outro profissional para dar as crianças e 
menores orientações que fosse precisa. 
Da mesma forma o grupo de menores 
orava em favor da liberdade de Nixon e Maycon, assim oravam 
por todos que soubessem que estava doentes ou aprisionados. 
 
 
 47 
Numa tarde Ariel estava lendo a 
bíblia, num dos corredores da Casa de Apoio, quando ouviu o 
telefone tocar, ao atende – lo do outra lado da linha, uma voz 
feminina dizia: 
- Ariel, quero apenas lhe dizer que 
você esta enganado, se é que você se fazendo de santinho é 
para conquistar Hortência, saiba então que ela está de 
casamento quase marcado... 
- Ca-sa-men-to mar-ca-do?! – 
soletrou ele., depois porém numa resposta consciente e de 
revolta disse: - olhe aqui minha amiga, não perca seu tempo 
em dar me essas noticias, pois o meu interesse é que ela seja 
muito feliz, seja comigo ou o outro, o importante é que ela 
mudou a minhavida... e para melhor. – ao dizer assim 
desligou o telefone. 
Outras vezes ouvia as mesmas coisas 
até que um dia contou para Hortência, que disse não importar 
lembrando passagem da bíblia, pois, o inimigo veio senão para 
matar, roubar ou destruir, mais o filho de Deus, veio para dar 
vida e vida em abundancia. 
 
 48 
Realmente Hortência já havia 
comentado que após a liberdade de Nixon , ela pretenderia 
casar se com eles, algumas pessoas achavam bom outros até 
criticavam, mais o amor é tudo e faz na vida tudo até o que 
não podemos imaginar. 
 Agora o casamento e o julgamento 
seriam outra batalha para ela, uma idéia que começava a ser 
trabalhada em sua mente, porém sempre com o apoio dos 
pais, os fiéis companheiros que ela sempre teve. 
Dois dias antes do julgamento 
Hortência viajou em seu carro, para Oriente uma cidade do 
interior paulista em companhia da mãe e da amiga Viviane. 
Foram à casa de d. Guaracy para 
busca-la a fim de ver o filho no dia do julgamento, para ele 
seria uma grande surpresa, uma vez que passou o dia 
chateado por não ter recebido a visita de Hortência, e até 
mesmo Maycon sentiu se entristecido, principalmente porque 
era o aniversario dos vinte e um anos de Nixon. Porem, que 
não sabia que Hortência preparava para ambos uma grande 
surpresa. 
Hortência também soube que Maycon 
era casado, e que tinha deixado a esposa Siméia em 
 49 
companhia de uma filha de apenas três anos de vida por nome 
Ana Caroline na cidade de Inúbia Paulista. 
Após conversar com d. Guaracy, 
pegou com a mesma o numero do telefone e ligou para Siméia 
que não sabia se sorria ou se chorava ao saber que o esposo 
estava vivo. 
Hortência prometeu que no dia do 
julgamento ela pediria para Maycon para a filha, sendo assim 
Siméia agradeceu chorando. 
Um dia antes do julgamento, 
Hortência pediu ao advogado que conseguisse uma 
autorização para que Nixon e Maycon pudessem falar com ela 
no pátio o que foi consentido, desde que fosse na presença do 
delegado e alguns policiais, uma vez que estava próximo ao 
julgamento. 
Hortência atravessou o grande portão 
de ferro, de longe avistou Nixon que aproximar se pela 
primeira vez beijou lhe o rosto e disse para que não ficasse 
triste por não ter lhe visitado no dia anterior, pois, tinha uma 
grande surpresa para ele. 
 50 
Ao dizer assim ela olhou para trás e 
deu sinal ao advogado para permitisse a entrada das pessoas 
que ficaram do lado de fora. 
Nixon, por cima do ombro de 
Hortência, pode ver entrando no pátio do presídio ao lado de 
d. Leda a sua tão querida e velha mãe. 
Nixon não resistindo e comovido pelo 
amor materno, deixou a noiva de lado e correndo saltou no 
pescoço da velha mãe e chorou. 
- Mamãe – Balbuciou ele 
- Meu filho – chorou ela. 
Nixon não esperava a grande 
surpresa que Hortência planejou para ele, Maycon também a 
conhecia por isto a abraçou. 
 D. Guaracy, tinha os cabelos brancos 
pela idade e pelo sofrimento, viúva, vendia cachorro quente 
nas ruas para pagar o aluguel da pequena casa onde morava 
sozinha. 
 
 
 
 
 51 
 
 IX 
 
Siméia porém nova, esta não veio 
com Hortência, mais chorava a ausência do esposo, trabalhava 
como domestica em casa de famílias e filha sempre ficava na 
creche. 
 
 
Eram nove horas da manhã quando o 
camburão encostou-se à porta do tribunal e desceram 
algemados para serem julgados, naquele momento estavam 
sob os olhares de Hortência, d. Leda, prof. Max e d. Guaracy, 
alem de outras pessoas que vieram para testemunhar e 
assistirem ao julgamento. 
A família de Hortência sempre 
abraçados a bíblia sagrada e em sentido de oração para que 
pudesse ser vitoriosos. 
A segurança do local era maior 
naquele momento, pois, um grupo de policiais tirava guardas, 
e enquanto isso as orações se multiplicavam, na igreja de 
Hortência os irmãos estavam reunidos, na casa de apoio, 
 52 
oravam em forma de rodízio, coordenado por Ariel e na casa 
de Maycon a esposa pedia a Deus por ele. 
 
Ao decorrer do dia, Hortência esteve 
em conversar com os seus pais em no escritório da casa de 
apoio enquanto que Ariel estava em outros setores da casa 
cuidando de alguns afazeres. 
- Tudo o que possuímos filha Será 
passado em seu nome, enquanto ainda estamos em vida- dizia 
o pai. – na verdade você é nossa única herdeira. 
- Assim aprenderá desde já a cuidar 
do que lhe pertence- continuava a mãe – embora está 
sonhando com o casamento, temos certeza que as coisas vão 
melhorar, agora nos seus planos já existe alguém para lhe 
ajudar, no caso o Nixon. 
- É verdade, mamãe, porém, irei 
também contar com a ajuda de Maycon e Ariel, afinal não será 
apenas eu e Nixon, seremos um grupo forte e firme e mais 
ainda, Deus é o coordenador maior. –Riram. 
- entre os bens que possuímos, - Dizia 
Prof. Max- temos, a casa em que moramos, a fabrica, as duas 
 53 
fazendas em Minas Gerais, próximo a Eloi Mendes, e a fazenda 
no Município de Ocauçu, no estado de São Paulo. 
Hortência se levanta: 
-Cuidarei bem, papai! Podes crer. 
Na sala da casa de Siméia em Inúbia 
Paulista, estava sentadinha no chão a pequena Ana Caroline, 
rabiscando um papel, e em suas caratuchas dizia estar 
desenhando o seu papai. A mãe contemplava entristecida e 
enquanto isso na porta do fórum um grupo de pessoas 
aguardavam o resultado do julgamento, inclusive Hortência e a 
família. 
Amigos de Hortência também 
estavam ali, pois, sabiam que ela estava lutando para ver 
aqueles que queriam abandonar o mundo do crime para viver 
a paz de uma nova vida, a qual Hortência levou a eles através 
da palavra de Deus – a bíblia. 
Voltando a casa de Siméia, ainda 
continuam no mesmo lugar, a filha que sonha e a mãe que lhe 
assiste. 
São seis horas da tarde em um 
horário de verão, quando o sol ainda está alto, o telefone toca 
 54 
e antes da Siméia atender Ana corre e pega o fone. Após 
perguntar quem é ela se emociona e pergunta em lagrima: 
- Papai... é o senhor, quando voltará! 
A emoção toa conta do lugar, a 
muitos meses não ouviam a voz de Maycon, Siméia pega o 
fone e Maycon confirma: 
-Estou voltando, recebi a liberdade, já 
sou livre quero revê – los. 
 
 
 X 
 
 
Dr. Mariel saia do tribunal abraçado, 
entre os dois ex – presidiários, d. Guaracy abraçava o filho e 
chorava, ambos agradecia Hortência e a família pela força de 
vê los livres. 
A noite partiram para um jantar a 
convite do Professor Max, na casa de apoio, onde também 
estaria outros representantes e claro os meninos de rua que ali 
ficavam. 
 55 
Ariel teve o privilégio de conhecer os 
novos amigos e se propôs ser grandes companheiros para 
ajudarem Hortência no que fosse preciso. 
Na hora do jantar o Professor Max, se 
levantou enquanto eram servidos e anunciou a todos sua 
alegria em poder anunciar naquele momento a data do 
casamento da filha Hortência com Nixon e com certeza seria 
um casal que jamais deixariam de apoiar a casa de apoio, 
também comentou que Maycon ajudaria Hortência e o futuro 
esposo na direção da empresa, enquanto que Ariel seria 
responsável em cuidar dos assuntos sociais o qual foi confiado 
por Hortência. 
Muito embora, Max abreviou suas 
confiança em dizer – lhes que o evangelho não poderia deixar 
de ser pregado por todo o grupo e onde estivesse, porque 
graças a Palavras a liberdade reinava naquele momento. 
A palavras do prof. Max, foi 
reverenciada com aplausos naquele momento e ele preferiu 
encerrar seu discurso convidando a todos para fazerem de 
mãos dadas a oração em o Senhor ensinou- “O pai nosso”. 
Maycon no dia seguinte pode 
reencontrar a família, pois, foi busca – los para junto dele, pois 
 56 
fixariam residência próxima a onde Hortência morava, para 
ajudar assim como era o desejo da família. 
Agora livre pode levar a filha a 
conhecer alguns lugares na cidade e sempre a noite iam junto 
com toda a equipe na igrejaorar a Deus. 
 
Na casa de Max e Leda, agora o 
comentário, era apenas o casamento da filha, uma vez que já 
começavam a organizar os arranjos e tudo o que fosse preciso 
para uma cerimônia nupcial. 
A casa onde Hortência morava, agora 
não estava apenas entre três, ou seja ela, o pai e a mãe, mais 
contavam também com Nixon, d. Guaracy, Maycon, a esposa e 
a filha Ana. 
Nixon também contou na igreja o que 
Deus fez em sua vida, como partiu para o mundo do crime e 
de como Deus usou Hortência para ganha – los para Jesus. 
D. Guaracy e Siméia também 
levantaram as mãos e aceitaram a este Jesus, através do amor 
que Hortência demonstrou. 
Os dias passaram... finalmente 
chegou o dia tão esperado. 
 57 
Amigos e companheiros da família 
estavam presentes seria realizado o casamento de uma das 
mais querida jovem daquela cidade, um momento marcante e 
o imenso era imenso. 
Ninguém iria faltar, autoridades, 
médicos, pastores, e os garis foram convidados, enfim o amor 
de Hortência não tinha preconceitos. 
- O amor invade sinais, e salta 
muralhas! – dizia ela. 
Ariel e seu grupo de garotos 
auxiliavam em tudo, afinal Hortência deixou de ser vista por 
ele assim como era vista no passado, mais sim uma irmã 
verdadeira que em resumos de palavras Deus preparou a ele, 
ou seja uma mãe que ele não conheceu.. 
O momento estava chegando, Maycon 
e Siméia, o Pastor e a esposa, dr. Mariel e esposa, o delegado 
e a esposa, era alguma das testemunhas de casamento que já 
estavam presentes no amplo salão aonde seria realizado a 
cerimônia. 
Nixon estava ansioso, de minuto a 
minuto olhava o relógio, eles já estava se preparando para ir 
ao cartório, sonhava em ver a noiva vestida de branco, 
 58 
acompanhada por um casalzinho de crianças bem escurinhas, 
escolhidas na casa de apoio para serem colocadas como 
damas de honras. 
 
- Que linda! – imaginava. 
Para todos que conheciam Hortência, 
Merecia um presente de Deus, menina amorosa e que nunca 
deixou de amar ao próximo. 
 Enquanto a mãe com a ajuda da 
esposa de Maycon e d. Guaracy, cuidava de coordenar alguma 
coisa na casa, Hortência resolveu ir pessoalmente até a Igreja 
para ver como estava o arranjo, uma vez que não casaria na 
igreja católica, mais sim numa igreja evangélica. 
 Minutos após ter chegado naquele 
lugar, e estar conversando com algumas irmãs viu quando seu 
pai aproximou em outro carro dando lhe sinal com a mão, ao 
atende – lo ele lhe disse: 
 - Filha, papai veio dizer lhe que na 
hora de ir se arrumar pois, já está quase na hora. 
 Aproximando se da porta do carro 
em que seu pai estava deu beijo em seu rosto, e disse: 
 59 
 - Papai, eu ti amo! Já vou – 
acenando um adeus para as irmãs entrou em seu carro, e ao 
sair algumas lhe acenavam a mãos. 
 O movimento no transito naquela 
tarde de sábado era grande, carros que iam e carros que viam, 
tornavam uma luta para dirigirem. 
 Enquanto isso Nixon e Maycon, 
conversavam alguns momentos enquanto olhava e conheciam 
as dependências da fabrica, e olhava na parede os quadros, 
com fotografias da fazenda. 
 - Pô Nixon você é o mais novo 
milionário. – Elogiava Maycon 
 - Não pense assim, afinal a maior 
riqueza de minha vida chama se Hortência, que quase deu a 
vida por mim... 
- E por mim...- Completou Maycon. 
- Ela ajudou as crianças de rua, fez de 
Ariel um homem da sociedade, e no livrou dos grilhões da 
morte... Hortência é tudo para mim... eu me casando com ela, 
você irá me ajudar a administrar e Ariel também será nosso 
companheiro, afinal os pais de Hortência precisam descansar. 
 60 
O movimento nas propriedades da 
família de Hortência era grande devido a festa de casamento, 
muitas pessoas vieram de vários lugares, para presenciar, 
afinal tinha um numero de amigos que se multiplicavam a cada 
minuto. 
As horas corriam, o pai de Hortência 
durante todo o trajeto nas ruas e avenidas, olhava pelo 
retrovisor do carro para ver se a via, mais o transito lhe 
impedia. 
Horas mais tarde já em sua residência 
ele começou a ficar inquieto, ilhava de segundo em segundo 
no relógio de pulso que estava em seu braço, outras vezes 
confirmava no relógio de parede que estava na sala, o povo 
começou a perceber a inquietude e até começaram a 
interrogar – lhe. 
Max teria razão de se preocupar, 
afinal já fazia horas que tinha visto a filha sair da porta da 
igreja para retornar para casa. 
Muitos dos que estavam ali puderam 
perceber a ansiedade de Max, ao olhar constantemente para a 
banda que se dirigia com destino a Igreja. 
 61 
De vez em quanto entre os dentes 
parecia soletrar palavras. 
 
 XI 
 
Quando Nixon já estava pronto em 
seu terno azul marinho, começou também a se preocupar 
afinal e a noiva, será que ela estava desistindo, porém, ele 
tinha confiança na sinceridade de Hortência. 
Alguns dos convidado já estavam 
preparados para irem a igreja, Nixon seguia na frente, 
acreditando que Hortência estava se arrumando em algum 
lugar, começou a imaginar ela ao entrar na igreja, ele ao 
caminhar do altar ao seu encontro, ao som de um coral 
abençoado, a soltar a fita e beija-la. 
Seria um lar feliz imaginava... 
Agora em que estava se dirigia para a 
igreja, sentado no banco de trás do Omega, dirigido por 
Viviane a amiga de Hortência, entre Maycon e Ariel, no banco 
da frente estava Siméia ao lado de Viviane. 
O carro começava a cruzar as 
avenidas, enquanto isso o sonho de Nixon se multiplicava e na 
 62 
casa de Hortência o olhar preocupado de Max, que já 
procurava por dr. Mariel e comentava a preocupação. 
Mariel, começou a ligar de seu celular, 
para algum setor de transito na cidade. 
 
Ao decorrer da viagem de Nixon e os 
amigos para a igreja, ao aproximarem de um cruzamento, 
Nixon notou um movimento estranho em um semáforo, e 
pediu que Viviane mudasse trajeto para não acontecer atraso, 
mas no momento em que o carro fez curva para entrar em 
uma outra rua, Nixon numa forma tão rápida, pode reconhecer 
o monza azul de Hortência em meio a confusão. 
Todos perceberam a mudança no 
comportamento de Nixon, quiseram saber o que ele estava 
sentindo. 
- Não... não é nada, estou 
emocionado. 
 
Dali até Nixon não conversou mais 
nenhuma palavra, ele não poderia acreditar que era uma 
verdade, parecia um pesadelo, aquele não poderia ser o carro 
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de quem ele tanto o ama, para ele parecia que ele estava 
fingindo que tinha visto algo. 
Maycon e Ariel não o separaram um 
minuto de Nixon,principalmente porque a igreja já estava 
lotada. 
Uma ambulância, partiu com 
velocidade, pedindo caminhos para o pronto socorro. 
Dr. Mariel falava ao celular com o 
delegado. 
- Sim doutor... Hortência ao 
estacionar no semáforo um outro veiculo, entrou 
violentamente contra o carro dela... 
 Dr. Mariel estava preocupado, sem 
saber como transmitir o aviso a família, por isso estava 
tentando contato com autoridades amigas. 
 
 No corredor do hospital, dr. Mariel e 
o pastor da igreja de Hortência estão aguardando noticias, 
quando a porta do centro cirúrgico se abre e o medico 
aproxima se dele e disse: 
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 - Infelizmente Hortência, sofreu 
traumatismo craniano e não resistiu aos ferimentos... 
Hortência morreu! 
 
 Nixon ainda recebia os 
cumprimentos dos que se aproximavam, fotógrafos estavam 
prontos para fazerem as mais bonitas lembranças, enquanto 
isso a multidão ia se aglomerando, afinal era uma das jovens 
mais queridas da cidade. 
 Entre as pessoas da alta sociedade 
da região, estavam também os meninos de ruas que Hortência 
estava organizando, tirando do lamaçal de pecado para o amor 
de Deus. 
 D. Leda, Guaracy e algumas amigas 
chegavam também a igreja, acompanhadas do Prof. Max que 
embora preocupado procurava se disfarçar. 
 
 Porém num certo momento quando 
a próprio povo, começaram a sentir a demora da chegada de 
Hortência, as ausências do pastor José deArimatéia, 
começaram a se perguntarem o que será que estava 
acontecendo? 
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 De repente viram quando dr. Mariel 
chegou em seu carro e juntamente com ele o delegado e o 
medico, chamando Nixon no escritório da igreja diz querer 
falar com ele. 
 - Isto não é verdade, doutor?! – 
Nixon não queria acreditar. 
- É verdade! – Afirmava o medico.- 
Hortência morreu! 
 
 
 XII 
 
 
Na Igreja alguns louvavam a Deus, 
outros porém se preocupavam e constantemente esperava a 
saída de Nixon do escritório. 
 
 Momento mais tarde, não era mais 
surpresa para ninguém, Hortência agora era saudades, a festa 
de casamento deixava de lado o colorido para se enfeitar de 
lagrimas. 
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 Ninguém foi preciso ser convidado 
para o velório, já estavam presente. Nixon continuou a 
imaginar eles se casando, mais apenas a lembrança da palavra 
que ouviu no escritório – Ela morreu! 
 Os meninos de rua choravam, na 
igreja o louvor de despedida, na escola o silencio e a até na 
delegacia a frase falada pelo delegado. 
- Ela amava os pobres! 
Outra vez Hortência foi noticia de 
jornal. Todos já sentiam saudades, aquela que não usou de 
armas para livrar Nixon e Maycon da cadeia, para transformar 
a vida de Ariel o seu perseguidor em grande amigo, deixando 
de ser menino usuário de drogas para ser homem honesto, e 
ajudar a defender dezenas de meninos de rua, a dar alegria 
para Siméia, Ana Caroline e Guaracy, somente com a palavra 
de Deus e o amor sem macula. 
Hortência agora faria uma viagem 
sem volta, multidões lotava um salão do colégio onde estudava 
e estava sendo velada a pedido dos amigos. 
Nixon chorava ao lado caixão, já era 
hora do enterro... o féretro começa a ser conduzido, a frente 
ia Nixon vestido em seu terno,levando o bouquet de flores que 
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seria usado, em seguida as duas crianças de cor escura, em 
traje de noivos que seria damas de honras no casamento. 
Em seguida o caixão era conduzido 
apenas pelos meninos de ruas. Enquanto que as lagrimas dos 
amigos e dos familiares eram enormes. 
Hortência venceu... viveu e amou... 
suas lutas serviram de exemplo... 
O corpo foi colocado na 
sepultura,muitos colocaram flores, Ariel e Maycon ficaram lado 
a lado de Nixon que deitou ali o bouquet de flores, 
pronunciando a palavras de emoção. 
Se levantou ajudado pelo amigos, 
acompanhados do advogado e outras pessoas e seguiram 
direto para a casa de apoio Amigos da Hortência. 
Estavam ainda ali, quando chegaram 
os pais de Hortência, trazendo algumas chaves em suas mãos, 
entrando na sala aonde estavam pediram licenças e abraçaram 
a Nixon e em seguida o velho falou. 
- Nixon nunca pense em nos 
abandonar, aqui está- Estendendo a ele a mão entregou o 
molho de chaves, diante aos olhos dos presentes- Tudo o que 
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temos será teu, você é agora o herdeiro que Hortência me 
confiou. 
D. Leda olhando para ele disse: 
- Apenas não se esqueça que o grupo 
que Hortência formou não pode se dividir... continue unidos, 
Nixon, Maycon e Ariel. 
- Jamais vamos nos separar. – 
Confirmou Nixon- juntos vamos fazer a empresa avançar para 
o futuro e vocês serão tratados como nossos pais, e os 
meninos de ruas serão respeitados a qualquer momento por 
mim, -Nesse instante os três jovens, uniram as mãos uma 
sobre a outra, diante ao olhar de todos- por Maycon e por 
Ariel. 
A união ali acontecida mostrou que o 
amor era verdadeiro, poderiam provar que a sinceridade de 
Hortência passava a ser transmitida por todos, e o que 
Hortência plantou estaria firme até o fim. 
Agora a empresa do Prof. Max, 
passava a ser conhecida como o grupo dos três, porque antes 
era Max, Leda e Hortência, mais agora é Nixon, Maycon e 
Ariel. 
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O dia havia amanhecido, a noite para 
Nixon foi enorme ao reviver cena por cena de um romance 
vivido em sua vida. De repente a Campânia toca, ele se 
levanta rapidamente corre para abrir a porta. Era Maycon e 
Ariel, que vinha para trazer noticias da empresa. 
- São oito horas garoto! Acorda.- 
Riram. 
 
 
 
Fim

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