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163Urbanização e industrialização no século XIX História eram realizadas em espaços abertos, ao ar livre, as paisagens eram em tons claros. A água e a luz foram os temas que mais se destacaram, mas também deram importância para as luzes das cidades que davam ritmo à noite. As pinturas parecem estar atrás de uma cortina de chu- va ou de vapor. Preocupados com sua época, representaram em suas obras os trens, as estações, os cafés e casas de espetáculos, as grandes avenidas (bule- vares redesenhados pelo urbanista Georges-Eugène Haussmann [1809- 1891]) e as pessoas se acotovelando nas ruas. Documento 9 CLAUDE MONET. Estação Saint-Lazare: o trem da Nor- mandia, 1877. Óleo sobre tela, 59,6 x 80,2 cm. The Art Institu- te of Chicago. n ww w- pe rs on al. um ich .e du ga lle ry n • Com base no texto, analise as pinturas de Millet e Monet representadas nas imagens presentes nos documentos 8 e 9 desta unidade, elaborando uma ficha para cada obra com os seguintes itens: a) Nome completo do autor, local, data, nome da obra. b) Quais são as cores que predominam? Quais são as formas predominantes, os personagens principais estão em primeiro ou em segundo planos? São representadas ao ar livre ou em am- bientes fechados? c) Qual é o tema da obra? O que os documentos 8 e 9 procuram representar? Que relações po- dem estabelecer com o contexto histórico de sua produção? d) A que movimentos artísticos pertencem às documentos 8 e 9? Quais são suas características principais que podem ser relacionadas com o contexto histórico de sua produção? ATIVIDADE O futuro nas grandes cidades Uma tendência que vem se acentuando na atualidade, em relação às grandes cidades, é a diminuição das atividades produtivas indus- triais. Os centros industriais estão se transferindo para áreas próximas nas regiões metropolitanas, em pequenas e médias cidades. Por outro lado, as regiões centrais destes locais estão especializando-se em ser- viços que atendam as suas necessidades. Algumas pessoas (especial- mente da classe média) também estão buscando as pequenas e médias cidades em busca, principalmente, de segurança. Entretanto, as gran- des cidades ainda continuam sendo um pólo de atração para pessoas do mundo inteiro. Texto 2 No início do próximo milênio, em 2006, pela primeira vez na história da humanidade a quantidade de pessoas morando em cidades deve ser maior do que a população rural do planeta. Não é uma me- ra curiosidade, mas uma revolução. Para os brasileiros, dos quais 80% vivem em áreas urbanas, é difícil imaginar que, há 200 anos, 98% da população mundial estava no campo. 164 Relações culturais Ensino Médio Rápida, a revolução urbana é um fenômeno da segunda metade deste século XX. A partir da funda- ção de Jericó, a primeira cidade murada do mundo, a população urbana demorou cerca de 9 mil anos para chegar a 38% do total do mundial, em 1975. Desde então, já saltou para 47% e, segundo proje- ções das Nações Unidas, chegará a 55% em 2015 e 61% em 2025. Ou seja, em apenas 50 anos, os moradores das cidades terão sido multiplicados de 1,5 bilhão pa- ra 5 bilhões de pessoas – o equivalente a 500 mil cidades de São Paulo. Isto indica que, apesar das previsões de que as novas tecnologias de informação e a acumulação e problemas nas metrópoles implicariam a desarticulação da vida urbana, a cidade absorveu as mudan- ças e ainda é o motor do desenvolvimento científico. Mas isto tem um preço. “O número de moradores urbanos vivendo em pobreza absoluta cresceu rapidamente nos anos 80, especialmente na América Latina, África e nas economias asiáticas menos favorecidas”. O alerta consta do “Relatório Global sobre Aglomerações Humanas”, que resume o encontro (Habitat) promovido pela ONU em 1996 sobre o te- ma. Agravada pela globalização, a desigualdade entre cidades é um dos maiores custos da revolução urbana. O Programa do Habitat mostra que a renda média domiciliar das cidades dos países industriali- zados é de 38 vezes maior do que a das cidades africanas: US$ 9544 contra US$ 252 por ano. Mesmo nas cidades dos países industrializados, os 20% mais ricos têm uma renda 10 vezes maior do que os 20% mais pobres. À aceleração da desigualdade somou-se à crise do Estado, que tirou dos governos muito de seu poder de investimento em infra-estrutura e serviços sociais. Como resultado, para uma parcela cres- cente da população, a vida urbana também passou a ser sinônimo de desemprego, miséria, violência, favelas, congestionamentos e poluição. A urbanização é mais acelerada nos países pobres: em média 5% ao ano, contra 0,7% nos países desenvolvidos. Ao mesmo tempo, deve haver uma multiplicação das grandes cidades nas regiões pobres. Em 1950, havia apenas cerca de 100 aglomerações urbanas com mais de 1 milhão de habitantes no mun- do – a maioria nos países ricos. Em 2015, segundo a ONU, haverá 527 grandes cidades. E 3 a cada 4 estarão nos países menos desenvolvidos. ( TOLEDO, José Roberto de. Folha de São Paulo, 02 mai. 1999.) • A partir do texto 2, quais são as expectativas que o autor coloca em relação à vida nas grandes ci- dades para este século? Você concorda com o autor? Dê sua opinião. Construa uma narrativa his- tórica comparando o contexto contemporâneo com o da urbanização do século XIX. ATIVIDADE
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