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Poder e Violência no Estado

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255Relações de poder e violência no Estado
História
 
 Grotius (1583-1645)
Na sua obra As leis da guerra e da paz (1625), Hugo Grotius fez a defesa 
da noção segundo a qual, para que uma guerra pudesse ser considerada legíti-
ma, tinha de ser declarada por um soberano. Somente os governantes de seus 
respectivos povos é que poderiam declarar a guerra aos seus oponentes.
 
Hobbes (1588-1679) 
Thomas Hobbes, na sua obra magna O Leviatã, de 1650, destaca que a úni-
ca autoridade existente num reino deveria ser a do rei, do monarca absolutista. 
Somente ele, a figura coroada, é quem deteria o monopólio da violência.
FONTE DAS IMAGENS: www.wikipedia.orgn
Os Estados nacionais são portadores de interesses e de identidades culturais e, para prote-
gê-los, utilizaram-se das guerras, vendo nelas um dos meios de se chegar aos seus objetivos. 
Nas guerras, os beligerantes empregam a violência, não para chegar à destruição total do ini-
migo, mas para submeter sua vontade política e impor-lhe suas próprias condições. Portanto, a 
guerra, longe de poder ser reduzida a um puro retorno à violência instintiva, constitui um exer-
cício refletido e controlado pelo Estado.
• Pesquise sobre o conteúdo das obras: O príncipe e O Leviatã. Organize em “fichas” quais são 
as informações mais significativas acerca de cada uma delas. Relate em sala de aula o resultado de 
sua pesquisa.
 PESQUISA
Texto 2 
Ao falar do Estado, Lucien Febvre o qualificou como “uma 
máquina forjada em vista dos resultados que obtém, em parte, 
pela força, e que impõe, em todo o caso, pela força: força ma-
terial, força policial, força armada, soldados, polícias, militares, 
juízes”. Entre as características do “Estado Moderno”, desta-
cou-se sempre, como fundamental, a de ser detentor do mono-
pólio da violência, tanto para fora, na defesa contra os inimigos 
externos na guerra, como para dentro, atuando contra o inimi-
go da ordem social estabelecida pela polícia e pela justiça. (FON-
TANA, 2000, p. 269.)
Texto 3 
A guerra não é mais que a 
continuação da política por outros 
meios”, ela “não é somente um 
ato político, mas um verdadeiro 
instrumento da política, seu pros-
seguimento por outros meios”. 
(CLAUSEWITZ apud FOUCAULT, 2002 p. 22.)
256 Relações de poder
Ensino Médio
Documento 1 
Guerra, guerra, 
guerra...: as pri-
meiras grandes 
vitórias de Na-
poleão na cam-
panha de Itália 
(1796): “Soldados! 
Haveis em 15 dias 
alcançado seis vi-
tórias, tomando vin-
te e uma bandeiras, 
cinqüenta e cinco ca-
nhões, várias praças fortes e conquistada a parte mais rica do Piemonte. Haveis feito 15.000 prisionei-
ros, morto ou ferido mais de 10.000 homens.” (Alocução de Bonaparte às suas tropas. In: Las Cases, Memorial de San-
ta Helena apud FREITAS, 1976, p.118).
Documento 2 
Waterloo: última batalha e grande derrota de Napoleão (1815, Junho): “Eram 8 horas da 
noite. A fuzilaria extinguia-se pouco a pouco, e as nossas tropas tinham perdido a maior parte das suas 
posições. Para todos aqueles que sabiam o que era a guerra, a batalha estava per-
dida... A estrada achava-se já cheia de fugitivos de todas as armas e de todos os 
graus, que gritavam ‘Estamos traídos! Salve-se quem puder!’, e atropelavam tudo 
na sua passagem. A desordem chegara ao auge...” (Coronel Trecfon. Canhedo de Campa-
nha, 1815 apud FREITAS, 1976, p. 120).
 As Guerras Revolucionárias e Nacionais
A Revolução Francesa (1789), fez aparecer, simultaneamente, um 
dos primeiros Estado-nação e o primeiro exército nacional. A partir de 
então, os soldados, imbuídos do status de pertencimento a uma nação, 
não faziam mais as guerras do rei, mas as da pátria. Era a nação em ar-
mas, integrada pelos filhos da pátria, que nutriam grandes exércitos, 
utilizados para manter a ordem e combater os inimigos externos.
Napoleão Bonaparte (1769-1821), soube utilizar como ninguém o 
exército francês com um novo e mais agressivo sentido de mobilida-
de – seus soldados diziam que faziam a guerra com cavalos mais do 
que com as baionetas – e obteve vitórias por toda a Europa, à custa de 
grandes perdas de vidas humanas (as suas guerras vão matar um de ca-
da cinco franceses nascidos entre 1790 e 1795). Foi derrotado, ao final, 
por inimigos que haviam aplicado os seus próprios métodos. Conheça 
um pouco sobre a trajetória de Napoleão através da historiografia.
2. Analise as temáticas dos textos 2 e 3 e escreva um comentário a respeito. 
 ATIVIDADE
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