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Movimentos Sociais e Culturais

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377Movimentos sociais, políticos e culturais na sociedade contemporânea: é proibido proibir?
História
20
Altair Bonini1n
1Colégio de Aplicação Pedagógico da Universidade Estadual 
de Maringá – Maringá – UEM
Geração Coca-Cola 
(Legião Urbana)
Quando nascemos fomos programados
A receber o que vocês nos empurraram
Com os enlatados dos USA, de 9 às 6.
Desde pequenos nós comemos lixo
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês.
Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola. 
(...)
(Composição: Renato Russo [1960-1996], 1978.
Fonte: letras.terra.com.br/letras/22491/ Acesso em: 16 dez. 2005).n
partir de 1950, muitas formas de resistência surgiram 
contra os governos autoritários, o sistema capitalista 
e a globalização. Quem foram os sujeitos desses mo-
vimentos? A ordem estabelecida pode ser contestada? 
Quem a estabeleceu? Quem deve se submeter às pessoas 
que ditam esta ordem? Alguém deve obedecê-las? 
Você conhece algum grupo que luta por um mun-
do melhor e por direitos?
São estas questões que você poderá discutir 
neste Folhas.
RELAÇÕES CULTURAIS:
Movimentos sociais, políticos e culturais na 
sociedade contemporânea: é proibido proibir?
378 Relações Culturais
Ensino Médio
 Um mundo em transformações aceleradas
Após a Segunda Guerra Mundial, ocorreram transformações sensí-
veis no mundo. Essas modificações referem-se, principalmente, à par-
ticipação do Estado na vida econômica, aparentemente rompendo os 
princípios clássicos do liberalismo. Esta intervenção é claramente visí-
vel nas tendências relativas à formação de companhias estatais, à re-
gulamentação de salários e ao planejamento econômico das nações. 
Estas tendências, que haviam sido iniciadas logo após a crise de 1929, 
acentuaram-se após 1945. O capitalismo assume a forma do Estado de 
Bem Estar Social, com a implantação de alguns benefícios às classes 
trabalhadoras. No entanto, sua estrutura continuou a mesma: proprie-
dade particular, lucro e, por extensão, a desigualdade social continua 
existindo normalmente.
As décadas de 1960 e 1970 foram marcadas pelas lutas (algumas 
às vezes de forma organizada, outras não) de variados segmentos so-
ciais que passaram a questionar a ordem estabelecida pelo capitalismo 
e seus representantes na busca por maiores direitos civis, sociais e po-
líticos. Entre os vários grupos de sujeitos históricos que realizaram mo-
vimentos de resistência à dominação capitalista e à estruturação da so-
ciedade em seus moldes estão os camponeses, os negros e os jovens 
e as mulheres.
Nos anos 1990, com o avanço do processo de globalização atual, 
outros movimentos vêm a tona contestando a exclusão social, o de-
semprego e os governos dos países de economia desenvolvida. 
 Os camponeses e a luta pela terra
A luta pela terra esteve presente, ao longo do tempo, em muitas so-
ciedades. Algumas realizaram reforma agrária estabelecendo uma divi-
são mais justa das propriedades de terra, como foi o caso da Itália, que 
realizou uma reforma agrária a partir de 1948. A Rússia redistribuiu as 
terras após a Revolução de 1917, mas a posse legal passou a perten-
cer ao Estado. A França, após a Revolução de 1789, redistribuiu as ter-
ras da Igreja Católica e da Nobreza entre os camponeses. Os EUA, em 
meados do século XIX, doava terras no Oeste a quem desejasse culti-
vá-las, fazendo desta distribuição o alicerce de sua estabilidade social. 
Enquanto isso, na América Latina, principalmente no Brasil, o Estado 
colocou empecilhos para que pequenos agricultores adquirissem ter-
ras. Devido a isso, até hoje a América Latina, inclusive o Brasil, possui 
uma estrutura fundiária composta por grandes latifúndios. 
Você pode se perguntar por que esta situação se alterou em paí-
ses como a França, os EUA, a Itália e por aqui, no Brasil, continuou a 
mesma coisa?
Texto 1
Reforma Agrária:
Modificação geral, de inicia-
tiva política, das formas de 
propriedade e dos modos 
de exploração agrários. Esta 
transformação tem um obje-
tivo econômico e social que 
beneficia o mundo agrícola 
procurando, ao mesmo tem-
po, favorecer o desenvolvi-
mento global do país.
A Reforma Agrária se impõe 
por razões técnicas nos lo-
cais onde os modos de pos-
se e de exploração do solo 
impedem o aumento da pro-
dução de alimentos, também 
se torna necessária por ra-
zões sociais (como o desem-
prego) que leva o governo a 
intervir.
(Adaptado de BIROU, 1982, 
p. 350.)

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