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383Movimentos sociais, políticos e culturais na sociedade contemporânea: é proibido proibir? História minista, primeiramente nos EUA, com a fundação, em 1966, da Or- ganização Nacional da Mulher (NOW, em inglês) e na Europa Ocidental (Inglaterra e França). No Brasil, o movimento feminis- ta só adquiriu força a partir da década de 70. O Movimento Feminista se tor- nou expressivo em várias partes do mundo, com motivações e for- mas de lutas diferenciadas, por- tanto com características diferen- tes. Nos EUA, por exemplo, como a composição social foi formada por inúmeros grupos étnicos, ele passou a lutar pelo reconhecimen- to de direitos civis para as mulhe- res pertencentes às minorias, queriam maior alteridade e melhores condições de vida e de traba- lho. Na Europa Ocidental lutavam por direitos políticos e igualdade. No Brasil, durante o período militar e da redemocratização (décadas de 1970 e 1980), muitas militantes do movimento feminista, oriundas das camadas médias e intelectualizadas, postula- vam a transformação da sociedade como um todo. No entanto, após várias críticas, as feminis- tas brasileiras incorporaram as reivindicações dos movimentos de bairros, de moradia e contra a carestia, compostos pelas classes populares e médias, cuja participação feminina era majo- ritária. Dessa forma, passaram a reivindicar o acesso à infra-estrutura urbana básica (água, luz, esgoto, asfalto, creches e escolas, etc.), maior participação política, igualdade social, de gêne- ro e melhores condições de trabalho. Em 1975, com o objetivo de diminuir as diferenças entre homens e mulheres e muitas das discriminações sofridas por estas no mundo, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou o Decênio das Nações Unidas para as Mulheres com ações afirmativas em relação à saúde, edu- cação e trabalho, entre 1975 a 1985, tornando as reivindicações das mulheres mais visíveis. A partir da década de 1980, o Movimento Feminista passou a repensar seus pressupostos te- óricos e se reorganizou na forma de vários grupos e organizações. Novos objetivos e lutas fo- ram sendo incorporados, entre eles o abandono da “guerra dos sexos” (homens X mulheres), para repensar as questões relativas às mulheres a partir de estudos sobre gênero. Nesta pers- pectiva, foram considerados os papéis construídos tanto para os homens quanto para as mu- lheres em uma determinada sociedade, privilegia-se o aspecto relacional entre ambos. • Reuna-se com seus colegas e elabore uma pauta de reivindicação que atenda os interesses das mulheres do começo do século XXI e compare com as lutas do movimento feminino das décadas de 1970 e 1980. ATIVIDADE Documento 4 Ce di do p el o Ce nt ro d e fo rm aç ão U rb an o Ru ra l I rm ão A ra új o; n 384 Relações Culturais Ensino Médio A Revolução jovem Nos anos 1960, os jovens de inúmeros países, como França, Ingla- terra, Tchecoslováquia, EUA, México, Brasil, entre outros, revoltaram- se contra a forma opressiva que as sociedades de classe assumiram. Lutavam contra a estruturação da sociedade sob o controle de uma in- dústria avançada, com forte apelo consumista e massificante, que não permitia a contestação, na qual a valorização não recaia sobre os su- jeitos, mas sobre a modernização, racionalização e o planejamento bu- rocrático, ou seja, uma sociedade tecnocrática. Ainda, os jovens passa- ram a lutar contra regimes governamentais autoritários e repressores, como foi o caso da Tchecoslováquia e do Brasil após 1964. Desta forma, grande parte da energia crítica desta nova geração de descontentes foi canalizada para atividades até então não descobertas pelas formas tradicionais de luta política, manifestando-se de maneiras surpreendentes. Uma das formas dos jovens explicitarem a sua rebel- dia foi pelas manifestações culturais. Contracultura foi o termo criado pela imprensa norte-americana, nos anos 1960, para caracterizar um conjunto de manifestações cultu- rais nos Estados Unidos e Europa, com menor repercussão na América Latina. Assim, contracultura foi a cultura não reconhecida oficialmen- te, portanto, marginal. A contracultura norte-americana surgiu dos movimentos de contesta- ção do modo de vida e cultura ocidental. Jovens intelectuais, boêmios, marginalizados como os gays e negros, a partir do final da década de 1950, passaram a criticar e a recusar a forma de organização da socieda- de americana e o mito do “sonho americano” relativo à idéia de sucesso. Nos anos 1960, os jovens da classe média americana passaram a apoiar os movimentos de contestação e a criticar a cultura estadunidense. Descrentes com o futuro e desencantados com o presente, os jo- vens de diferentes países tentaram criar um mundo alternativo expres- so pela música e pelo movimento underground. A contestação dos jovens pela música Texto 2 68, o ano em que os profetas falharam A primavera também foi a estação da crise na França. Os chamados “acontecimentos de maio” fo- ram não apenas a maior mobilização estudantil da história francesa, como também se ampliaram, ge- rando o que foi, possivelmente, sua maior greve geral. Mas quem tomou as grandes decisões em 1968? Os movimentos mais característicos de 1968 idealizaram e se opuseram à liderança, à estruturação e à estratégia. Sua ideologia natural deveria ha- ver sido o anarquismo, mais do que as imagens de Marx, Lenin, Mao e Che preferidas por seus parti-
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