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391Movimentos sociais, políticos e culturais na sociedade contemporânea: é proibido proibir? História utilizaram a questão da identidade étnica como instrumento de cons- cientização de um grupo diferenciado, conduzindo a percepção das desigualdades e carências em relação aos outros grupos, favorecendo a luta pela democracia. Em 1978, os movimentos negros se organizaram formando o Mo- vimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial (MNUCDR). Isto decorreu depois de vários episódios que forçaram a comunida- de negra a se posicionar perante a sociedade e o Estado, como, por exemplo: a expulsão de quatro atletas negros do Clube Regatas Tietê e a morte de Robson Silveira da Luz em uma delegacia em Guaiana- zes (São Paulo). A partir de então, o MNUCDR vem discutindo questões de valoriza- ção e respeito à cultura de origem africana no Brasil, conquistando di- reitos e denunciando ações de caráter racista no país. Algumas ações afirmativas passaram a ser realizadas por causa das lutas promovidas pelo movimento negro, tais como: a política de cotas em concursos e universidades públicos. Emblema do Movimento Negron ww w. pt .o rg .b r/ n Documento 9 Revoltas de jovens em Paris: outubro de 2005 A morte acidental de dois jovens negros, em 27 de outubro de 2005, após perseguições por policiais, desencadearam protestos de jo- vens imigrantes de diferentes etnias nas principais cidades da França e de outros países europeus, como a Bélgica e a Alemanha. Os jovens contestavam o modo como as pessoas de diferentes etnias e imigran- tes eram tratados na França, reivindicam respeito e condições dignas de trabalho e estudo, ou seja, protestavam contra à segregação social, racial, cultural e econômica. Documento 10 04/11/2005 - 08h56 Paris tem nova noite de violência e manifestantes queimam 400 carros Da Folha Online Jovens franceses promoveram, nesta quinta-feira, mais uma noite de violência nos subúrbios de Pa- ris, e atearam fogo em mais de 400 carros, segundo o site do jornal francês “Le Monde”. Apesar do nú- mero elevado de veículos, houve menos confrontos entre manifestantes e policiais que os ocorridos na noite desta quarta-feira. • Construa uma narrativa histórica a partir de uma pesquisa sobre a condição de existência dos ne- gros e de suas reivindicações no Brasil da segunda metade do século XX. ATIVIDADE 392 Relações Culturais Ensino Médio Pela primeira vez, em mais de uma semana de confrontos, a violência também se espalhou pelas cidades provinciais ao redor de Paris. Jovens também queimaram carros em Dijon, Rouen e Bouches- du-Rhone. Seine-Saint-Denis, no norte de Paris, foi novamente a região mais afetada pela violência: segundo a polícia, ao menos 150 veículos foram destruídos nesse local. Nos departamentos de Essone (sudeste), Val d’Oise (norte) e Yvelines (oeste) também foram registrados atos de violência. Autoridades locais disseram esperar que as celebrações pelo fim do Ramadã [mês sagrado dos muçulmanos, época em que comer, beber e manter relações sexuais são atividades proibidas entre a alvorada e anoitecer, que acontece no nono mês do calendário islâmico] fossem “acalmar os ânimos” dos manifestantes, provindos de bairros pobres dos subúrbios franceses, onde há muitos imigrantes africanos e oriundos de países muçulmanos. Em um dos episódios mais graves registrados na noite de ontem, segundo o “Le Monde”, dois veí- culos da polícia francesa foram atacados “com tiros de pistola e granadas “, sem deixar feridos. Quase 300 policiais e agentes de segurança ocuparam as ruas de Seine-Saint-Denis ontem. O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, se encontrou com chefes da segurança france- sa na noite de ontem na tentativa de estabelecer um “plano de ação para os subúrbios” que deverá ser formalmente apresentado ainda neste mês. Desemprego Para se ter uma idéia da péssima situação econômico-social enfrentada em Seine-Saint-Denis, uma das áreas mais afetadas pelos confrontos, a taxa de desemprego é 4% maior que a taxa nacional fran- cesa, que chega a 9,8%. Em algumas áreas do subúrbio parisiense, a taxa de desemprego chega a ser até um terço maior que os índices do número de pessoas sem trabalho na França. A proporção de pessoas que não pertencem a países da União Européia (UE) na região de Paris é cerca de três vezes maior que a média francesa. Os habitantes dessas periferias, onde vivem populações originárias do Magreb (Marrocos, Argélia, Tunísia) e de outras partes da África, afirmam ser vítimas de discriminação no mercado de trabalho. E se dizem frustrados, sobretudo os jovens, diante da falta de perspectiva para o futuro. (Extraído de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u89238.shtml - Acesso em: 16 dez. 2005). mapa com as regiões afetadas pela violência na França Extraído de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u89360.shtml n n
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