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Nova vacina da dengue entenda como ela funciona

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Nova vacina da dengue: entenda como ela funciona
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Em 2023, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma nova vacina contra a
dengue no Brasil — trata-se da Qdenga, da farmacêutica Takeda, que promove proteção contra os
quatro sorotipos do vírus.
Dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, indicam que mais de mil pessoas faleceram
pela dengue em 2022 (o maior índice desde 2015, quando 986 pessoas morreram de dengue). Além
disso, no último ano, também houve quase 1,5 milhão de casos prováveis da doença.
O que é dengue?
Dengue é uma infecção viral transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e representa
um grande problema de saúde pública não apenas no Brasil, mas em vários países da América Latina.
Existem quatro sorotipos diferentes do vírus e a recuperação da infeção por um sorotipo proporciona
imunidade vitalícia apenas contra ele.
Sendo assim, a exposição posterior a qualquer outros dos sorotipos pode estar associada a um risco
aumentado de doença grave, por isso a importância de manter a vacinação em dia.
Uma das formas de evitar a transmissão é realizando o controle do mosquito vetor — evitando deixar
água parada em recipientes, pneus, vasos. Ou seja, a vacinação acaba sendo mais uma ferramenta na
busca pelo controle da doença, que continua causando epidemia no Brasil. São anos de estudo em
busca de um imunizante que seja eficaz.
Como funciona a nova vacina da Dengue
A Qdenga é uma vacina que se baseia no sorotipo 2 do vírus atenuado da dengue (quando o vírus
permanece vivo, mas enfraquecido, sem capacidade de causar a doença, assim como acontece nas
vacinas contra caxumba, febre amarela, poliomielite oral e sarampo).
De acordo com a Takeda, a base do sorotipo 2 do vírus fornece o “esqueleto” genético para os outros
sorotipos do vírus, assim o imunizante consegue proteger contra qualquer um deles. Recentemente, a
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vacina foi aprovada para ser usada em qualquer pessoa de 4 a 60 anos e deve ser administrada por via
subcutânea, em duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
Segundo a farmacêutica, a eficácia foi demonstrada a partir da primeira dose, sendo ampliada com o
reforço. Mas, assim como acontece com outras vacinas, as pesquisas indicaram uma diminuição da
eficácia no segundo ano de seguimento após a vacinação (24 meses) e, por isso, a farmacêutica está
avaliando a necessidade de uma dose de reforço após 4,5 anos.
“Essa avaliação está em andamento, mas ainda não podemos concluir se será necessário o
reforço, uma vez que a vacina continuou demonstrando significativa redução de
hospitalizações (84%) e de casos gerais de dengue (61,2%), mesmo após seguimento de
4,5 anos, com o esquema primário preconizado. De qualquer forma, a Takeda seguirá
avaliando uma potencial necessidade de dose de reforço”, informa o laboratório em nota.
Como a nova vacina foi desenvolvida
Para desenvolver o imunizante, foram feitos 19 estudos de fases 1, 2 e 3 envolvendo mais de 28 mil
pessoas (crianças e adultos) em áreas endêmicas e não endêmicas. Todos foram acompanhados por
quatro anos e meio. Os resultados apontam que a vacina atingiu seu objetivo primário de eficácia, que
 variou por sorotipo do vírus da dengue.
Mas, segundo a fabricante, as análises mostram que ao longo do seguimento de quatro anos e meio, a
vacina evitou 84% dos casos de hospitalização de dengue e 61% dos casos de dengue sintomática na
população total do estudo.
A principal vantagem dessa vacina em relação ao imunizante já existente é que ela pode ser aplicada
em qualquer pessoa entre 4 e 60 anos sem a necessidade da realização de um teste pré-vacinação para
saber se a pessoa já se contaminou pelo vírus anteriormente.
“A aprovação dessa vacina é muito importante porque vai proteger contra uma doença
bastante prevalente e frequente no nosso meio. É um imunizante bastante seguro e eficaz
para essa faixa etária que foi aprovado. Além disso, ela não tem o inconveniente que a outra
vacina tem que poderia trazer um risco aumentado para quem nunca tivesse sido infectado
anteriormente”, afirmou Alfredo Elias Gilio, infectologista pediátrico e coordenador da Clínica
de Imunizações do Hospital Israelita Albert Einstein.
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