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O que é a displasia cervical

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O que é a displasia cervical?
5 minutos para ler
Displasia é o termo usado para descrever o desenvolvimento celular anormal que pode resultar em
malformações nos tecidos e órgãos em qualquer parte do corpo. Na displasia cervical, o problema
ocorre no colo do útero (canal endocervical), que conecta a cavidade uterina à vagina.
A displasia do colo do útero também é conhecida como neoplasia intraepitelial cervical (NIC) e está
fortemente associada à infecção pelo papilomavírus humano (HPV), transmitido principalmente por via
sexual. É mais comum em mulheres com menos de 30 anos, mas pode se desenvolver em qualquer
idade.
O prognóstico é positivo para mulheres com displasia cervical que recebem acompanhamento e
tratamento médico adequados. No entanto, quando não tratadas, as lesões mais avançadas podem
evoluir para um câncer cervical.
Quais os tipos de displasia cervical?
A displasia do colo do útero é classificada de acordo com seu grau de evolução, podendo ser leve,
moderada ou grave. Isso depende do número de células afetadas e da progressão das lesões.
https://vidasaudavel.einstein.br/cancer-cervical-6-fatos-importantes-sobre-o-cancer-de-colo-do-utero/
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A displasia leve, em alguns casos, resolve-se sem tratamento, necessitando apenas de
acompanhamento médico e de exames como o teste de Papanicolau. Esse exame citopatológico é
realizado durante a consulta médica, por meio de um exame ginecológico no qual material do colo
uterino é coletado e enviado para análise. No entanto, quando a doença avança, é necessário realizar
um tratamento para eliminar as células anormais e, assim, reduzir o risco de câncer cervical.
O que está por trás da displasia cervical
A infecção crônica por certos tipos de HPV é a principal causa da displasia cervical, especialmente nas
formas moderada e grave. Nas mulheres, o risco aumentado de infecção persistente por HPV está
associado ao início precoce da atividade sexual, à prática de relações sexuais com homens não
circuncidados (procedimento cirúrgico de remoção do prepúcio, membrana que envolve a extremidade
do pênis), ao histórico de múltiplos parceiros sexuais e/ou ao relacionamento com parceiros que tiveram
várias parceiras(os) sexuais.
Além disso, a infecção crônica por HPV e a displasia cervical estão associadas a fatores que afetam o
sistema imunológico, tais como alterações hormonais, alimentação inadequada, sedentarismo, estresse,
consumo excessivo de bebidas alcoólicas, tabagismo, tratamentos com drogas imunossupressoras para
certas doenças, pós-operatório de transplante de órgãos e infecção pelo HIV.
Tabagismo aumenta chances do desenvolvimento
Entre as mulheres com infecção crônica por HPV, aquelas que fumam têm o dobro de chances de
desenvolver displasia cervical grave em comparação com as não fumantes.
Como é feito o diagnóstico?
Como não provoca sintomas como dor, coceira, corrimento e odor fora do normal, frequentemente a
displasia cervical é descoberta pelo exame Papanicolau de rotina. Embora o Papanicolau sozinho possa
identificar a displasia cervical (em caso de suspeita, o médico costuma repetir o teste), exames de
avaliação adicionais podem ser solicitados, como:
Colposcopia – Exame ampliado do colo do útero para detectar células anormais seguido ou não
por biópsia;
Curetagem endocervical – Conhecida popularmente como “raspagem do colo do útero”, é um
procedimento para verificar se há células anormais no canal cervical;
Biópsia em cone – Tipo de biópsia que também é conhecido como conização, em que o médico
remove uma amostra de tecido cervical em formato de cone que é então enviada para exames
laboratoriais. O procedimento por ser realizado com um bisturi elétrico de baixa voltagem e alta
frequência de corrente (LEEP, na sigla em inglês) ou com um bisturi tradicional (biópsia em cone a
frio);
Teste de DNA do HPV – Exame cujo objetivo é identificar se a infecção tem algumas das cepas
relacionadas ao câncer cervical. 
Qual é a conduta terapêutica para o tratamento?
https://vidasaudavel.einstein.br/exames-de-rotina/
https://vidasaudavel.einstein.br/alcool-no-organismo/
https://www.acog.org/womens-health/faqs/loop-electrosurgical-excision-procedure
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O tratamento da displasia cervical depende da gravidade do quadro, idade e estado geral de saúde da
paciente. Na displasia cervical leve, geralmente é adotado o monitoramento contínuo com testes de
Papanicolau para verificar se o problema persiste por mais de dois anos e se há risco de evolução para
um quadro moderado ou grave.
Além de ser um método diagnóstico, a biópsia em cone por LEEP também pode ser utilizada com
finalidades terapêuticas para remover completamente as lesões pré-cancerígenas. Outras abordagens
terapêuticas incluem a criocirurgia, eletrocauterização e cirurgia a laser, que são empregadas com o
mesmo objetivo.
Atenção aos riscos
Dado que todas as formas de tratamento das neoplasias cervicais moderadas e graves estão
associadas a sangramento intenso e possíveis complicações em uma gravidez futura, é crucial que as
pacientes esclareçam suas dúvidas com o médico. Em todos os casos, após o tratamento, é necessário
realizar exames de acompanhamento, que podem incluir testes de Papanicolau ou um teste de DNA do
HPV.
Revisão técnica: Erica M. Zeni, médica da Unidade de Pronto Atendimento do Hospital Israelita
Albert Einstein. Possui graduação e residência em Clínica Médica pela Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) e residência em Medicina Interna pela Universidade de São Paulo (USP).
Também possui pós-graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica
Medicina Paliativa, em Buenos Aires, Argentina.
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