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Cenarios aplicados a contabilidade

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1ºAula
Escrituração contábil 
e razonetes
Na Contabilidade, podemos perceber uma parte 
teórica e uma prática. Na parte teórica fazemos 
a interpretação e análise dos fatos, sendo que é 
através da prática que executamos os registros desses 
acontecimentos.
Os registros são de extrema importância a todos os 
que fazem uso das informações contábeis. Todavia, para 
se obter uma boa informação contábil é preciso que bons 
profissionais registrem cada fato e cada evento dentro da 
empresa.
A Contabilidade como ferramenta de registro 
de informações faz uso de suas técnicas para trazer às 
empresas as mais reais e concretas informações possíveis, 
porém, é necessário o registro de todas as operações 
realizadas pelas empresas, organizações, instituições e 
demais órgãos. 
Pela importância das informações contábeis nada 
pode escapar. Independente do valor, data e condições 
de pagamento ou até mesmo de recebimento, tudo será 
material de registro nos livros contábeis, podendo estes 
livros ser mecanizados ou não. 
Temos que salientar que a Contabilidade caminhou 
ao lado de toda a evolução, o avanço tecnológico e o 
crescimento do mercado de softwares. Hoje os livros 
contábeis, em sua grande maioria, são feitos por meio 
eletrônico, por programas específicos criados para a 
Contabilidade.
Esta evolução tecnológica não para, pois agora 
temos inclusive a nota fiscal eletrônica, medida imposta 
pelo governo como maneira de controlar e fiscalizar 
todas as entradas e saídas de mercadorias e serviços por 
meios eletrônicos. E assim, as informações contábeis 
estão ficando cada vez mais transparentes. É importante 
ressaltar que a técnica de registrar os fatos contábeis 
denomina-se Escrituração Contábil.
Boa aula!
Cenários Aplicados a Contabilidade I 6
Objetivos de aprendizagem
• Entender com clareza o que é escrituração contábil;
• Abordar aspectos conceituais sobre a escrituração 
contábil;
• Compreender temas importantes relacionados à 
escrituração contábil.
• Compreender aspectos conceituais sobre razão e 
escrituração contábil;
• Entender de forma clara e prática os lançamentos nos 
razonetes;
• Transportar os lançamentos para os razonetes e apurar 
o saldo das Contas;
• Elaborar o Balancete de Verificação.
Seções de estudo
1 - Entender os conceitos: escrituração contábil
2 - Escrituração: diferentes fórmulas 
3 - Compreender e analisar os lançamentos na 
escrituração contábil
4 - Entender os conceitos: razão e balancete de 
verificação
5 - Razão: lançamentos a débito e crédito 
6 - Balancete de verificação: apuração dos saldos 
contábeis
1 - Entender os conceitos: escrituração 
contábil
1.1 - O que é Escrituração?
O Código Civil, na Lei nº 10.406, em seu Artigo 1.179 
(2002, p. 350) destaca o seguinte conceito legal sobre a 
escrituração contábil, e é com base neste conceito que iremos 
aprofundar o entendimento do que é e como deve ser tratada 
a escrituração contábil:
O empresário e a sociedade empresarial são 
obrigadas a seguir um sistema de contabilidade, 
mecanizado ou não, com base na escrituração 
uniforme de seus livros, em correspondência 
com a documentação respectiva, e a levantar 
anualmente o Balanço Patrimonial e o de 
Resultado Econômico.
Em relação à escrituração, Ribeiro (2009, p. 8), afirma 
que “Escrituração é uma técnica contábil que consiste em 
registrar nos livros próprios (Diário, Razão, Caixa e Contas-
correntes) todos os fatos que provocam modificações no 
Patrimônio da empresa”. 
Os documentos mais comuns são: 
a) notas fiscais;
b) notas fiscais de fornecimento de energia elétrica;
c) duplicatas;
d) contas de água e esgoto, etc.
Portanto, como foi dito acima, a contabilidade viabiliza 
a parte prática da Contabilidade, através da qual executamos 
os registros das mutações patrimoniais. A escrituração 
contábil começa pelo livro diário, no qual todos os registros 
são efetuados mediante documentos que comprovem as 
ocorrências dos fatos. 
Podemos dizer, ainda, que a Escrituração, obrigatória, é a 
base do trabalho contábil.
Atenção! Não se pode escriturar nada nos livros 
contábeis sem que documentos idôneos comprovem a 
veracidade do registro.
O controle contábil de cada empresa se dá mediante a 
escrituração dos fatos no livro Diário e, mais tarde, nos outros 
livros de escrituração.
Muito bem pessoal, como se pode notar a escrituração 
é muito importante e temos que realmente fazer uso de 
documentos legais, para não ocorrer problemas à empresa e 
ao profissional contábil. 
Mas, logo adiante, terei a grata satisfação de refletir com 
vocês sobre os métodos de escrituração. Ansiosos(as) para 
conhecer quais são os métodos contábeis de escrituração?!
1.2 - Métodos de escrituração
Para que os fatos sejam escriturados de forma uniforme, 
existe um conjunto de normas que devem ser observadas. 
Ao registro do fato contábil chamamos de lançamento. O 
conjunto desses lançamentos é denominado escrituração. 
Esses registros podem ser feitos de várias maneiras, conforme 
o método adotado.
Mas, o que é método?
Tenho certeza que alguns de vocês já estão com um bom 
dicionário em mãos para definir esta palavra. Vamos conhecer 
o conceito em relação à palavra método.
Método é a forma de fazer as coisas, logo, método de 
escrituração é a forma de registrar os fatos contábeis.
Mas como estamos tratando de contabilidade, iremos 
conhecer os métodos adotados, por esta ferramenta de 
extrema importância para as empresas, sociedades e demais 
órgãos e entidades.
Você Sabia?
Existem dois métodos fundamentais de escrituração: método das 
partidas simples e o método das partidas dobradas.
Anteriormente, era utilizado o método de partida simples. 
Nesse método, sempre que ocorria um pagamento, lançava-
se apenas na conta Caixa, sem utilizar uma contrapartida na 
conta de despesas.
7
Curiosidade
O frade Franciscano Luca Pacioli, publicou um livro em 1494, que 
demonstrava o método de partidas dobradas. Desde então, essa data é 
considerada um marco para a história da contabilidade e esse método 
passou a ser adotado mundialmente.
O método das partidas dobradas, como foi mencionado 
na Aula 03, consiste no seguinte: não existe devedor sem 
credor e vice-versa, sendo que cada débito corresponde a um 
crédito de igual valor. É essa regra que determina a Equação 
de Equilíbrio Patrimonial, ou seja, que o Ativo é igual ao 
Passivo.
Através desse método, registramos todos os fatos 
que alteram o patrimônio da empresa e a cada momento é 
possível conhecer os valores de cada um dos elementos desse 
patrimônio.
Vamos iniciar uma nova Seção para buscar entender mais 
e melhor sobre a escrituração.
2 - Escrituração: diferentes fórmulas 
2.1 - Fórmulas de escrituração
São chamadas Fórmulas de Escrituração as diferentes 
formas de fazer um lançamento de acordo com os fatos 
sucedidos e seus respectivos registros. Nem sempre vamos 
ter apenas um débito para um crédito, o mesmo lançamento 
poderá ter mais de um débito ou mais de um crédito. Desta 
forma, temos quatro fórmulas de lançamento:
 1ª Fórmula: Utilizada quando existe um débito e 
um crédito - Essa primeira fórmula é usada para lançamentos 
simples, ou seja, uma conta devedora em contrapartida com 
uma conta credora. Para armar um lançamento usamos os 
elementos descritos acima (débito e crédito) colocando antes 
do crédito a letra “a”, o que indica que a conta devedora deve 
à conta credora. 
Exemplo: Compra à vista de uma mesa no valor de R$ 
500.00, conforme nota fiscal NF Nº 5347.
Mobiliários 500.00
a Caixa 500.00
Pagamento pela compra de uma mesa conforme NF Nº 
5347.
Ainda podemos representar o mesmo lançamento da 
seguinte forma:
D Mobiliários 500.00
C Caixa 500.00
Pagamento pela compra de uma mesa conforme NF Nº 
5347.
Entenderam porque foi debitado o mobiliário e creditado 
no caixa? Calma! Vou explicar.
 2ª Fórmula: Utilizada quando existe um débito 
e mais de um crédito - A 2ª fórmula é utilizada quando 
há um débito e mais de um crédito. Todos devem estarse 
perguntando, mas pode ocorrer este fato? Sim, e iremos 
aprender neste instante com o exemplo logo abaixo.
Exemplo: Compra de um veículo no valor R$ 20.000,00 
sendo pagas R$ 5.000,00 no ato da compra e o restante após 
45 dias, conforme nota fiscal NF. 677800.
Veículos 20.000,00
a Caixa 5.000,00
a Duplicatas a Pagar 15.000,00
Pagamento pela compra de um veículo conforme nota 
fiscal NF Nº 677800.
Ainda podemos representar o mesmo lançamento da 
seguinte forma:
D Veículos 20.000,00
C Caixa 5.000,00
C Duplicatas a Pagar 15.000,00
Pagamento pela compra de um veículo conforme nota 
fiscal NF Nº 677800.
Vejamos:
a) Quando a empresa comprou o veículo, automaticamente este bem 
passou a integrar o patrimônio da empresa.
b) Sendo verdade afirmar que este veículo é um bem, então um 
ativo.
c) Este veículo está aumentando ainda mais os ativos já existentes, então, 
toda vez que aumentar o ativo devemos debitar.
Mas, porque temos 2 (dois) créditos? Vejam só a 
explicação:
a) O veículo foi comprado parte a vista e parte a 
prazo.
b) Na parte à vista a empresa pagou em dinheiro, que 
estava no caixa da empresa. Assim, este pagamento está 
diminuindo o saldo do caixa, daí temos que creditar, pois toda 
vez que diminuir o ativo deve-se creditar.
c) Em um terceiro momento, temos ainda o restante do 
veículo a ser pago a prazo, dentro de 45 dias.
d) Quando compramos a prazo, estamos assumindo 
uma obrigação para com nosso fornecedor de honrar o 
compromisso na data do vencimento.
e) Esta compra a prazo gera uma duplicata a pagar. 
Assim, temos uma obrigação (Passivo).
f) É verdade afirmar que toda vez que aumentarem as 
obrigações para com terceiros devemos creditar, aumentando 
o passivo.
3ª Fórmula: Utilizada quando existe mais de um 
débito e apenas um crédito - Exemplo: Pagamento de 
Cenários Aplicados a Contabilidade I 8
salários no valor de R$ 538,00 de aluguel no valor de R$ 300,00 
e de material de escritório no valor de R$ 60,00 com o cheque 
nº 000001
a Banco c/ movimento 898,00
Salários 538,00
Aluguel 300,00
Material de Escritório 60,00
Pago salários, aluguel e materiais de escritório referentes 
ao mês de março.
Ainda podemos representar o mesmo lançamento da 
seguinte forma:
D Salários 538,00
D Aluguel 300,00
D Material de Escritório 60,00
C Banco c/ movimento 898,00
Pago salários, aluguel e materiais de escritório referentes 
ao mês de março.
 
Antes de começar a demonstração de como foi realizada 
esta operação, vamos recordar o que representa a conta banco 
movimento.
Vejam a explicação de cada detalhe deste fato: 
a) A empresa está comprando uma mesa e esta se tornou 
automaticamente um ativo, um bem, correto?
b) Sim! Então se a mesa é um ativo e o nosso ativo está 
aumentando por conta deste novo bem adquirido, então se 
deve debitar.
c) Mas, de que forma foi pago a mesa adquirida pela 
empresa?
d) Como foi à vista, teremos que retirar dinheiro do caixa 
para pagar a compra desta mesa, correto?
e) O caixa é um ativo e em nossa regra diz que toda vez 
que diminuir o ativo deve-se creditar. 
f) Então foi isso que aconteceu, para pagar a mesa 
tivemos que retirar dinheiro do caixa para efetuar o pagamento 
e, assim, diminuiu nosso caixa e respectivamente nosso ativo.
g) Este é o motivo de creditar a conta caixa.
Quero chamar a atenção de todos(as) a respeito da 
conta banco, pois quando tratar do banco, estaremos 
contabilizando todas as entradas e saídas da conta 
corrente que a empresa possui em uma instituição 
financeira e a contabilidade nomeia esta conta como Banco Conta 
Movimento. Assim, todo movimento neste ativo referente aos 
recebimentos e pagamentos realizados pela empresa em cheque 
deve ser registrada no ativo, denominado Banco Conta Movimento.
Pessoal, notem que neste fato, todos os compromissos e 
obrigações realizados pela empresa, com funcionários, aluguel 
e o material de escritório, foram pagos com cheque.
Vamos imaginar a seguinte situação a seguir e representar 
em forma do Razão (Razonete). A empresa possui R$ 898,00 
na conta Banco Movimento. Confiram:
Este é o saldo antes de serem 
efetuados os pagamentos pelo 
Banco.
Banco Conta Mov. 
898,00
Devem estar se perguntando, por que estão todos aqui 
lançados a crédito?! Simples! São obrigações que a empresa 
assumiu no mês anterior e serão pagas agora.
Salários a pagar 
538,00 
Aluguel a pagar 
300,00
Fornecedores a pagar 
60,00
Então, neste momento, vamos efetuar o pagamento de 
todas estas obrigações para com terceiros.
Já na conta banco a contrapartida a 
crédito diminuindo o saldo, devido 
aos pagamentos realizados, sendo 
assim o banco ficou com o saldo zero.
Banco Conta Mov. 
898,00 538,00 
300,00 
60,00
Salários a pagar 
538,00 538,00 Aqui está o lançamento a débito 
fazendo o pagamento desta 
obrigação.
Aqui está o lançamento a débito 
fazendo o pagamento desta 
obrigação.
Aluguel a pagar 
300,00300,00
Aqui está o lançamento a débito 
fazendo o pagamento desta 
obrigação.
Fornecedores a pagar 
4ª Fórmula: Utilizada quando existe mais de um 
débito e mais de um crédito - É uma fórmula que não é 
usada na prática, pois, como pode ser visto a seguir, nada mais 
60,0060,00
9
representa do que vários lançamentos de primeira fórmula. 
Exemplo: Compra de um armário em aço no valor de R$ 
400,00 e de materiais de escritório no valor de R$ 60,00 sendo 
as condições de pagamento: 50% do valor da compra a vista e 
50% do valor da compra após 30 dias.
Mobiliários 400,00
Material de Escritório 60,00
a Caixa 230,00
a Duplicatas a Pagar 230,00
Pago armário em aço e materiais de escritório NF Nº 
1111
Ainda podemos representar o mesmo lançamento da 
seguinte forma:
D Mobiliários 400,00
D Material de Escritório 60,00
C Caixa 230,00
C Duplicatas a Pagar 230,00
Pago armário em aço e materiais de escritório NF Nº 
1111
Este fato é bem simples e fácil. Vamos entender como 
iremos proceder neste exemplo:
a) A empresa comprou alguns itens e estes foram pagos 
à vista e o restante a prazo.
b) Os mobiliários e materiais de escritório devem ser 
debitados, pois estes são bens.
c) Debita-se porque imagina a seguinte situação, não 
tínhamos nada de mobiliário nem materiais de escritório 
(bens) com esta aquisição o nosso ativo aumentou, e com isso 
toda vez que aumentar o ativo devemos debitar.
d) Como foi pago uma parte à vista o dinheiro deve sair 
do caixa, sendo assim esta operação irá diminuir o saldo do 
caixa (ativo) e toda vez que diminuir o ativo devemos creditar.
e) E, por último, o restante a prazo devemos creditar, já que 
temos obrigações por ter realizado uma compra a prazo, sendo 
assim toda vez que aumentar nossas obrigações, e obrigações é 
passivo, devemos creditar.
Agora que já conhecemos as Fórmulas de Escrituração, 
vamos falar sobre os Livros Contábeis utilizados na 
escrituração.
O Termo de Fechamento é igual ao Termo de Abertura, 
sendo que é necessário trocar o título para “Termo de 
Termo de Abertura
Contém este livro ____(______________) folhas numeradas tipográfica 
e seguidamente do nº __________ ao nº ___________ e servirá de Livro 
Diário nº ______ da empresa ____________ estabelecida com o ramo 
de ______________________, com sede na Rua_______________, 
nº_________, Município de ____________________, Estado de 
_____________________, cujos atos constitutivos foram arquivados na Junta 
Comercial do ______________________________ em ___/___/_____, NIRE 
nº ______________ e inscrição do CNPJ sob nº________________.
 ________________, ___ de ________ de _____.
_________________________________ 
Representante Legal
_________________________________ 
Contabilista
Fechamento” e a palavra “servirá” será substituída pela 
palavra “serviu”.
Formalidades intrínsecas (internas) 
Os lançamentos deverão:
• estar em idioma e moeda corrente nacional;
• ter individuação e clareza;
• estar em ordemcronológica de dia, mês e ano;
• não podem ter intervalos em branco nem entrelinhas, 
borraduras, rasuras, emendas e transporte de margens.
O livro Diário está sujeito às formalidades extrínsecas 
e intrínsecas. A falta de cumprimento das formalidades 
extrínsecas anula todo o Diário, que passa a fazer prova 
somente contra o contribuinte. Contudo a inobservância 
das formalidades intrínsecas inabilita apenas o registro ou 
registros onde ocorrerem. 
Livro Razão - Segundo Ribeiro (2009, p. 12), “dentre 
os livros de escrituração, sem dúvida o mais importante para 
a Contabilidade é o Razão, porque registra o movimento 
individualizado de cada uma das contas movimentadas 
pela empresa.” A escrituração do livro Razão passou a ser 
obrigatória a partir de 1991 (art. 14 da Lei nº 8.218, de 
29/08/1991).
O artigo citado acima diz que a tributação do Imposto 
de Renda das Pessoas Jurídicas baseada na escrituração fiscal 
Cenários Aplicados a Contabilidade I 10
e contábil só será aprovada caso a empresa mantenha, em boa 
ordem e conforme as normas contábeis, livro que resuma e 
mostre o total de cada conta e subconta, dos lançamentos 
encontrados no Diário. Caso não exista a devida escrituração, 
haverá o arbitramento da empresa em questão.
Por esse motivo, é considerado o livro mais importante 
da contabilidade, pois através dele apuramos o saldo de cada 
conta contábil. Esse livro fornece uma rápida visualização 
de cada componente patrimonial da empresa, coisa que não 
conseguimos saber no diário, já que nele temos somente uma 
listagem em ordem cronológica dos fatos. Ainda lembramos 
que é através do livro Razão que obtemos os dados para 
confecção de nossas Demonstrações Contábeis.
Livro Conta-Corrente - O livro Conta-Corrente é 
utilizado para verificar as movimentações de contas de Ativo 
e Passivo, ou seja, as contas que representam os direitos a 
receber e as obrigações a pagar.
Esse livro é um classificador das contas de Clientes 
(direitos a receber) e Fornecedores (obrigações a pagar). 
Neste livro é feito um desdobramento das contas acima, 
individualizando-se os titulares destes direitos e obrigações.
Livro Caixa - O livro Caixa é utilizado para controlar 
os numerários que circulam na empresa, ou seja, todos os 
fatos que envolvam entradas e saídas de dinheiro, fixando seu 
saldo no final de cada dia. Como o controle do movimento de 
dinheiro é muito importante para a empresa, é essencial que 
se tenha um livro próprio para efetuar esse controle.
Os recebimentos de dinheiro ou cheque são registrados 
como entrada (débito) no caixa. Por outro lado, os pagamentos 
feitos pela empresa, inclusive aqueles feitos com cheque, são 
registrados como saída (crédito) de caixa. 
O saldo do livro Caixa expressa exatamente os valores 
que existem fisicamente na empresa. Esse saldo é encontrado 
da seguinte maneira: debitamos o saldo do livro caixa do dia 
anterior na conta Caixa, a esse valor somamos todas as entradas 
de dinheiro ocorridas no dia e, subtraímos as saídas ocorridas. 
Esse saldo é sempre devedor, pois como foi mencionado 
na Aula 03, a conta Caixa é uma conta de Ativo, portanto 
de natureza devedora. É inaceitável que a conta Caixa tenha 
saldo credor, pois esse fato demonstrará um estouro de caixa.
3 - Compreender e analisar os 
lançamentos na escrituração contábil
3.1 - Retificações de lançamento 
Os livros contábeis não podem apresentar erros, rasuras 
ou borrões, segundo a legislação em vigor. Podem ocorrer 
diversos erros, rasuras ou borrões, como segue:
• erro ou omissão na redação; 
• borrão ou rasura;
• omissão de dados importantes na escrituração; 
• valor incorreto resultando em registro a mais ou a 
menos; 
• impropriedade na classificação das contas; 
• inversão da posição da conta, se devedora ou credora, 
no registro do fato administrativo; 
• duplicidade de registro contábil de um mesmo fato 
administrativo; 
• omissão de registro de um fato administrativo; 
• salto de linha ou de página; 
• outros.
O erro é humano e apesar de não serem aceitos nos 
livros contábeis eles acontecem. Vamos então aprender como 
arrumar esses erros. 
Os modos de correção que podem ser usados são: estorno 
de lançamento, lançamento complementar, lançamento 
retificativo ou ressalva por profissional habilitado.
Quando o erro de redação for encontrado antes do 
encerramento do lançamento pode ser corrigido mediante 
a utilização de uma ressalva. Ao se descobrir o erro depois 
de encerrado o lançamento, a solução é estorná-lo e fazer-se 
novo sem erro.
Estorno é o lançamento ao contrário, isto é, a conta 
creditada no lançamento errado vai ser creditada no estorno e 
vice e versa. Esse fato anula o lançamento errado.
Exemplo:
Lançamento errado
D Despesa com materiais R$ 200,00
C Caixa R$ 200,00
Pago pela compra de papel sulfite
Estorno
D Caixa R$ 200,00
C Despesa com materiais R$ 200,00
Estorno de lançamento de compra de papel sulfite
No lançamento complementar repetimos o lançamento 
original, lançado apenas a diferença de valor.
Exemplo: Compra de papel sulfite no valor de R$ 300,00.
Lançamento errado
D Despesa com materiais R$ 200,00
C Caixa R$ 200,00
Pago pela compra de papel sulfite
Lançamento Complementar
D Despesa com materiais R$ 100,00
C Caixa R$ 100,00
Complemento de lançamento de compra de papel sulfite
No lançamento retificativo, estornamos apenas a 
diferença de valor. Exemplo: Compra de papel sulfite no valor 
de R$ 300,00.
Lançamento errado
D Despesa com materiais 400,00
C Caixa 400,00
Pago pela compra de papel sulfite
Lançamento Complementar
D Caixa 100,00
C Despesa com materiais 100,00
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Estorno de parte de lançamento de compra de papel 
sulfite
Acontecendo borrões, rasuras ou registros nas 
entrelinhas, deve-se fazer uma ressalva. Ressalvar, neste caso, 
é usar termos que permitam a correção do erro cometido, tais 
como: “digo”, “em tempo”, “ou melhor”, “aliás”, etc.
Com o conhecimento dessa técnica contábil 
(Escrituração), você já poderá elaborar o Balancete de 
Verificação e utilizar os Razonetes, que são assuntos abordados 
na nossa próxima aula.
Para Refletir
Notem que com as informatizações dos sistemas contábeis, o 
profissional desenvolve com muito mais rapidez e segurança seu 
trabalho, gerando assim as informações necessárias a todos os que 
delas fizerem uso.
Espero que seus estudos referentes 
a Aula 05 tenham sido proveitosos. 
É importante que reflitam sobre os 
conteúdos e as estratégias didáticas 
empregadas para a aprendizagem: o 
que foi bom? O que pode melhorar? 
Habituem-se a fazer leituras 
complementares, a fim de ampliar sua 
compreensão e os seus conhecimentos sobre os temas abordados.
Vamos fazer uma breve pausa e retornar para a próxima aula, 
quando, então, iremos conhecer e aprofundar as demais técnicas 
contábeis. Até lá!
4 – Entender os conceitos: razão e 
balancete de verificação
Razonete - Na Aula 03, o conceito sobre Razonete 
já foi aprendido, porém nesta aula vamos aprofundar esse 
assunto.
Para Ribeiro (2009, p. 12), também denominado Gráfico 
em T ou Conta em T, o Razonete nada mais é que uma 
versão simplificada do livro Razão.
Sabemos, como anteriormente citado na Aula 03, que 
o livro Razão é o mais importante dos livros utilizados pela 
Contabilidade, pois através dele podemos inspecionar a 
movimentação de todas as Contas.
É extremamente importante possuir esse controle 
individualizado de cada Conta, pois através dele obtemos os 
saldos dessas Contas para futura confecção das Demonstrações 
Contábeis.
A partir de agora vamos utilizar o Razonete como 
substituto do livro Razão, já que é a versão simplificada do 
mesmo, para demonstrar os movimentos de débito e crédito 
que ocorrem nas Contas.
Vamos utilizar, como exemplo, o Razonete da Conta 
Caixa:
Conta Caixa
Débito Crédito
Como pode ser notado na figura acima, no lado esquerdo 
temos todos os débitos, que representam as entradas de Caixa; 
no lado direito temos todos os créditos, que representam as 
saídas de Caixa.Vamos através de um exemplo prático demonstrar a 
utilização do Razonete da Conta Caixa. Os lançamentos que 
vamos efetuar são:
1. Investimento inicial em dinheiro no valor de R$ 
30.000,00.
2. Compra de um terreno, à vista, no valor de R$ 
20.000,00.
3. Depósito em dinheiro no Banco X no valor de R$ 
5.000,00.
4. Realização de saque através do cheque nº 999, Banco 
X, para reforço de Caixa, no valor de R$ 1.500,00.
Primeiramente, vamos lançar esses fatos em partidas de 
Diário:
1. Investimento inicial em dinheiro no valor de R$ 
30.000,00
Caixa 30.000,00
a Capital 30.000,00
Investimento Inicial
Penso que muitos devem estar se perguntando: mas 
professor, por que tenho que debitar no Caixa e por que 
tenho que creditar este capital inicial? 
Iremos resolver tais questões de imediato. Vamos levantar 
a solução de cada ponto com um método simplificado para 
demonstrar a resolução destes problemas.
Vamos entender este primeiro fato!
1º - O débito na Conta Caixa foi realizado porque o 
dinheiro ou capital investido pelos sócios no início da atividade 
empresarial deve ser depositado em uma conta, podendo ser 
a Conta Caixa ou a Conta Banco Conta Movimento. E como 
sabemos, o Caixa é um ativo e toda vez que aumenta o ativo 
devemos debitar.
2º - O crédito em relação à conta capital pertence ao 
Patrimônio Líquido. Toda vez que aumentar este Patrimônio 
Líquido seja ele, capital social, lucros ou prejuízos ou reservas 
de capital, devemos seguir a seguinte regra abaixo.
Regra básica para o Patrimônio Líquido:
a) Toda vez que aumentar o Patrimônio Líquido – Credita.
b) Toda vez que diminuir o Patrimônio Líquido – Debita.
 2. Compra de um terreno, à vista, no valor de R$ 
20.000,00
Cenários Aplicados a Contabilidade I 12
Terrenos 20.000,00
a Caixa 20.000,00
Compra de um terreno
Vamos entender este segundo fato:
1º - O débito do terreno ocorreu pelo seguinte motivo: 
como bem recém adquirido, o terreno aumenta os bens 
pertencentes à empresa. Sabemos que o que compõem 
o Ativo são Bens e Direitos. Devemos, então, fazer um 
lançamento a débito deste terreno, pois o mesmo está 
aumentando o Ativo.
2º - O crédito na Conta Caixa ocorreu por ser feita a 
aquisição do terreno. A empresa realizou um sacrifício 
financeiro. Para efetuar o pagamento à vista do terreno, sacou 
da Conta Caixa o valor do bem adquirido, já que o Caixa é um 
bem classificado como Ativo. Então, via de regra, toda vez 
que diminuir o Ativo (Bens e Direitos) deve-se creditar.
3. Depósito em dinheiro no Banco X no valor de R$ 
5.000,00
Banco X 5.000,00
a Caixa 5.000,00
Deposito nº 01
Vamos entender este terceiro fato!
1º - O débito na conta Banco Movimento ocorreu 
porque a conta corrente na qual a empresa possui numerários 
depositados é um bem. Quando transferimos dinheiro da 
conta Caixa para a conta Banco Conta Movimento, ocorre 
um aumento neste ativo. Assim, toda vez que aumentar o 
ativo (Bens e Direitos) devemos debitar.
2º - O crédito na Conta Caixa ocorreu porque houve a 
saída de dinheiro do Caixa transferido para a conta corrente 
da empresa, por isso o saldo no Caixa diminuiu. Sabemos que 
o Caixa é um ativo (Bens e Direitos) e toda vez que diminuir 
o ativo devemos creditar.
4. Realização de saque através do cheque nº 999, 
Banco X, para reforço de Caixa, no valor de R$ 1.500,00.
Caixa 1.500,00
a Banco X 1.500,00
Saque com cheque nº 999
Vamos entender este quarto fato:
1º - O débito ocorreu devido ao aumento no saldo da 
Conta Caixa. O dinheiro sacado no Banco foi depositado na 
Conta Caixa da empresa. Já que o Caixa é um ativo (Bens e 
Direitos) toda vez que aumentar este ativo devemos debitar.
2º - O crédito ocorreu porque o ativo está diminuindo o 
saldo por razão deste saque. Sendo o banco um ativo (Bens 
e Direitos), toda vez que diminuir o ativo devemos creditar.
Então, pessoal, após todos estes lançamentos no Livro 
Diário, iremos para segunda seção de estudo fazer os mesmos 
lançamentos, agora no Livro Razão. Vamos estudar um 
pouquinho mais!
5 – Razão: lançamentos a débito e 
crédito 
Para o desenvolvimento desta seção de estudo, a respeito 
do Livro Razão é importante que vocês possam apreender, 
por meio de conceitos e exemplos apresentados, uma visão 
direta sobre a realização e aplicação do método das partidas 
dobradas.
De acordo com Iudícibus e Marion (2009, p. 40):
Segundo a essência do método, hoje 
universalmente aceito, o registro de qualquer 
operação implica que a um débito ou mais 
de um débito numa ou mais contas deve 
corresponder um crédito equivalente em uma 
ou mais contas, de forma que a soma dos 
valores debitados seja sempre igual à soma 
dos valores creditados. Não há débito(s) sem 
crédito(s) correspondente(s).
Em relação ao método das partidas dobradas, como 
acabamos de conferir, lembrem-se que: “não há débito, sem 
crédito correspondente”.
É importante observar os seguintes requisitos antes de 
utilizar os Razonetes:
• devemos utilizar um Razonete para cada Conta;
• os valores de débito e crédito serão lançados, conforme 
estiverem debitados ou creditados no Diário;
• os registros nos Razonetes devem obedecer à mesma 
ordem dos lançamentos do Diário.
Vamos agora colocar os lançamentos feitos acima nos 
Razonetes. Iremos fazer os lançamentos de acordo com cada 
fato dos exemplos que foram aplicados no Livro Diário, 
transportando todas as informações do Livro Diário para o 
Livro Razão.
Vamos entender este primeiro fato: 
a) começaremos pelo lançamento nº 01 do Diário. 
b) com base no Livro diário iremos realizar os 
lançamentos deste 1º fato no Razão.
c) primeiramente, foi feito um débito na conta caixa, que 
demonstraremos da seguinte forma:
Caixa é um bem (Ativo), sendo 
assim, quando aumentar os 
bens ou direitos devemos 
debitar.
Conta Caixa
Débito Crédito
30.000,00
1
Para identificar quais lançamentos estamos nos referindo, 
colocaremos ao lado do valor, o número do lançamento que 
foi feito no Diário. Por isso, consta o número 1 à esquerda dos 
R$ 30.000,00 lançados à debito na Conta Caixa.
Agora lançaremos o crédito respectivo a esse débito na 
Conta Capital, ou seja, sua contrapartida.
13
Capital Inicial faz parte do Patrimônio 
Líquido. Sendo assim quando 
aumentar o capital investido pelos 
sócios deve-se creditar.
Conta Capital
Débito Crédito
30.000,00
Relembrando o fato 1º a respeito dos lançamentos a 
débito e crédito:
1º - O débito na Conta Caixa foi realizado porque a 
mesma é um ativo (Bens e Direitos) e toda vez que aumenta o 
ativo devemos debitar.
2º - O crédito em relação à conta capital, do inicio da 
atividade empresarial, pertence ao Patrimônio Líquido e toda 
vez que aumentar o patrimônio, devemos creditar.
Notem que foram utilizados dois Razonetes, pois nos 
lançamentos foram usadas duas Contas.
Vamos entender o segundo fato: 
Começaremos pelo lançamento nº 02 do Diário. 
Com base no Livro Diário iremos realizar os lançamentos 
deste 2º fato no Razão.
Primeiramente, foi feito um débito na conta Terreno, que 
demonstraremos da seguinte forma:
A contrapartida do lançamento será demonstrada da 
seguinte forma:
Relembrando o fato 2º a respeito dos lançamentos a 
débito e crédito:
1º - O débito do terreno ocorre porque o mesmo é 
um bem e compõe o ativo (Bens e Direitos). Devemos, 
então, fazer um lançamento a débito deste terreno, pois está 
aumentando o ativo.
2º - O crédito na conta Caixa ocorre devido à aquisição do 
terreno, com o que o saldo do Caixa diminuiu. Já que o Caixa é 
um bem e todo bem pode ser classificado como Ativo, então, via 
de regra, toda vez que diminuir o ativo (Bens e Direitos) devemos 
creditar.
Observe que no Razonete da Conta Caixa já havia um 
débito de R$ 30.000,00 referente ao lançamento 1. Com o 
pagamento do terreno, comprado à vista e pago em dinheiro, 
o saldo da Conta Caixa diminuiu, na proporção que foi 
creditado.
É dessa forma que transcrevemos os lançamentos do 
Diário para o Razonete: primeiramente lançamos os débitos 
2
Terreno é um bem (Ativo), sendo 
assim,quando aumentar os bens 
ou direitos devemos debitar.
Conta Terrenos
Débito Crédito
20.000,00
Estamos pagando à vista, o que 
diminui o saldo do Caixa. Assim, 
toda vez que diminuir o ativo (Bens 
ou Direitos) deve–se creditar.
Conta Caixa
Débito Crédito
30.000,0020.000,00
e, em seguida lançamos os créditos.
Vamos entender o terceiro fato! 
• Iremos dar continuidade em nossos lançamentos. 
• Com base no Livro Diário iremos realizar os 
lançamentos deste 3º fato no Razão.
• Primeiramente, foi feito um débito na conta Banco, que 
demonstraremos da seguinte forma:
Vejamos a representação do lançamento 3:
Contrapartida:
Relembrando o fato 3º, a respeito dos lançamentos a 
débito e crédito:
1º - O Débito na conta Banco Movimento ocorreu 
quando transferimos dinheiro da Conta Caixa para a conta 
Banco Conta Movimento, ocorrendo um aumento neste 
ativo. Sendo assim, toda vez que aumentar o ativo (Bens e 
Direitos) devemos debitar.
2º - O Crédito na Conta Caixa, ocorreu devido a saída de 
dinheiro do Caixa, sendo transferido para a conta corrente da 
empresa, fazendo o saldo no Caixa diminuir. Como sabemos 
o Caixa é um ativo (Bens e Direitos) e toda vez que diminuir 
o ativo devemos creditar.
Observem que no Razonete da Conta Caixa já havia um 
débito de R$ 30.000,00 referente ao lançamento 1º. Com o 
pagamento do terreno, comprado à vista e pago em dinheiro, 
o saldo da Conta Caixa diminuiu. Com a transferência de R$ 
5.000,00 para a Conta Banco no valor em que foi creditado na 
Conta Caixa fez que o saldo do Caixa diminuir.
Agora, representaremos finalmente o lançamento 4.
Vamos entender o quarto fato: 
• Iremos dar continuidade em nossos lançamentos. 
• Com base no Livro Diário iremos realizar os 
lançamentos deste 4º fato no Razão.
• Primeiramente, foi feito um débito na conta Caixa, que 
demonstraremos da seguinte forma:
3
Banco é um bem (Ativo), sendo 
assim, quando aumentar os 
bens ou direitos devemos 
debitar.
Conta Banco X
Débito Crédito
5.000,00
2
3
1
Transferência de dinheiro 
do Caixa para o Banco. Essa 
operação fez diminuir o 
saldo do Caixa. Assim, toda 
vez que diminuir o ativo 
(Bens ou Direitos) devemos 
creditar.
Conta Caixa
Débito Crédito
20.000,00
5.000.00
30.000,00
Cenários Aplicados a Contabilidade I 14
Caixa é um bem (Ativo). 
Sendo assim, quando 
aumentar os bens ou 
direitos devemos debitar.
Conta Caixa
Débito Crédito
30.000,00
1.500,00
20.000,00
5.000,00
Como contrapartida da Conta Caixa temos:
Está diminuindo o saldo por 
razão deste saque. Sendo 
o banco um ativo (Bens 
e Direitos), toda vez que 
diminuir o ativo devemos 
creditar.
Conta Banco X
Débito Crédito
5.000,00 1.500,00
Relembrando o fato 4º a respeito dos lançamentos a 
débito e crédito:
1º - O débito ocorre pelo motivo do aumento no saldo 
da Conta Caixa. Devido ao saque realizado no Banco iremos 
depositar este dinheiro na Conta Caixa da empresa. Já que o 
Caixa é um ativo (Bens e Direitos) toda vez que aumentar este 
ativo devemos debitar.
2º - O crédito ocorreu porque o ativo está diminuindo o 
saldo por razão deste saque. Sendo o Banco um ativo (Bens 
e Direitos), toda vez que diminuir o ativo devemos creditar.
Observem que no Razonete da Conta Caixa já havia 
um débito de R$ 30.000,00, referente ao lançamento 1º. 
Com o pagamento do terreno, que foi comprado à vista e 
pago em dinheiro, o saldo da Conta Caixa diminuiu. Com a 
transferência de R$ 5.000,00 para a Conta Banco no valor que 
foi creditado na Conta Caixa, fez o saldo do Caixa diminuir. 
Mas neste 4º fato ocorreu um aumento no Caixa no valor de 
R$ 1.500,00 devido ao saque na Conta Banco e depósito na 
conta caixa da empresa.
Como vocês podem perceber, é fácil transferir os 
lançamentos do Diário para o Razonete. Porém, nosso 
trabalho não termina aqui, temos muitas etapas para serem 
realizadas durante o percurso da escrituração do Livro Diário, 
Livro Razão e Balancete de Verificação.
Vamos explorar ainda mais a escrituração contábil. 
Vamos lá
Depois dos lançamentos transferidos do Diário para os 
Razonetes, precisamos apurar o saldo dos Razonetes para 
transferir esses valores para as Demonstrações Contábeis. 
Nesta ocasião estamos tratando do Balancete de Verificação.
Mas, o que é saldo da conta?
Conceito
De acordo com Calderelli (2004), “saldo é a diferença aritmética entre 
o débito e o crédito de uma conta”. Podemos dizer que temos um 
saldo devedor quando a soma dos débitos é maior que a soma dos 
créditos e saldo credor quando o inverso ocorre, ou seja, soma dos 
créditos maior que a soma dos débitos.
Para apurar o saldo de uma conta agimos da seguinte 
forma:
• Somamos os valores dos débitos;
• Somamos os valores dos créditos;
• Subtraímos os débitos dos créditos, ou vice-versa, para 
apurar o saldo da conta.
Para facilitar o entendimento, iremos dar continuidade ao 
nosso exemplo para visualizar e apurar os saldos das contas, 
sejam elas de natureza devedora ou credora. 
É muito importante sempre apurar o saldo das contas no 
razão, para assim dar continuidade às demais demonstrações 
contábeis. 
Veja a apuração do Saldo da Conta Caixa:
• Soma dos débitos: 31.500,00
• Soma dos créditos: 25.000,00
• Saldo da Conta Caixa: 6.500,00
Após a apuração do saldo da Conta, o próximo passo 
é passar um traço horizontal logo abaixo das somas, através 
do qual limpamos o Razonete. O saldo deverá ficar do lado 
esquerdo, caso seja saldo devedor, e do lado direito, caso seja 
credor. Como segue:
Observando o Razonete acima podemos perceber que 
após os fatos ocorridos ainda nos restou R$ 6.500,00 na 
Conta Caixa.
Vejamos, por fim, todos os Razonetes do nosso exemplo 
com seus respectivos saldos: 
Conta Caixa
Débito Crédito
30.000,00
1.500,00
31.500,00 25.000,00
20.000,00
5.000,004
1
3
2
4
1
3
2
Conta Caixa
Saldo 6.500,00
Débito Crédito
30.000,00
1.500,00
31.500,00 25.000,00
20.000,00
5.000,00
15
Agora, na Seção 6, iremos fazer a apuração das contas que 
possuem saldos para lançá-los no Balancete de Verificação.
6 – Balancete de verificação: apuração 
dos saldos contábeis
Inicialmente, vamos elucidar o que é Balancete de 
Verificação. O método das partidas dobradas, utilizado 
pela Contabilidade, deriva do fato de a escrituração de cada 
operação ser feita sempre por meio de um débito e um crédito 
de igual valor.
Desde que os lançamentos de débito e crédito, para 
cada operação, sejam sempre iguais, é obvio que o valor do 
lançamento a débito das diversas contas de uma entidade seja 
igual ao valor total dos lançamentos a crédito. 
Pelo mesmo motivo, é fácil concluir que o valor total 
de todos os saldos credores deve ser igual ao valor total 
dos os saldos devedores. É costume procurar verificar essas 
igualdades periodicamente, relacionando todas as contas em 
demonstrações chamadas Balancetes de Verificação do Razão 
ou apenas Balancete de Verificação.
Após todos os fatos 
o saldo é de R$ 
6.500,00 que deve ser 
lançado no Balancete 
de Verificação.
Conta Caixa
Saldo 6.500,00
Débito Crédito
30.000,00
1.500,00
31.500,00 25.000,00
20.000,00
5.000,004
1
3
2
43
Conta Banco X
Débito Crédito
5.000,00 1.500,00
Saldo 3.500,00
O saldo da Conta Banco 
é de R$ 3.500,00
1
 O saldo da conta capital é 
de R$ 30.000,00
Conta Capital
Débito Crédito
30.000,00
Saldo 30.000,00
2
O saldo da conta 
Terreno é de R$ 
20.000,00
Conta Terrenos
Débito Crédito
20.000,00
Saldo 20.000,00
Conceito
Conforme assevera Ribeiro (2004, p. 13), balancete é uma relação de 
Contas do Livro Razão (ou de Razonetes), com seus saldos devedores 
e credores. O Balancete também é conhecido como Balancete de 
Verificação.
Numa empresa média ou grande, o número de contas a 
serem controladas é muito grande. Por esse motivo, sentiu-
se a necessidade de um relatório que reduzisse ainda mais o 
Livro Razão. Criou-se, então, o Balancete ou Balancete de 
Verificação, que é a listagem das contas, contendo os saldos 
devedores numa coluna e os saldos credores em outra.O Balancete é por essência uma ferramenta de trabalho 
do profissional contábil. O termo verificação vem do fato de 
que o Balancete é utilizado para demonstrar a pontualidade 
dos registros feitos no Livro Razão. 
Segue um exemplo de Balancete de Verificação com 
duas colunas, sendo uma para os débitos e as outras para os 
créditos:
Nº Contas
Saldo
Devedor Credor
Balancete de Verificação
A elaboração do Balancete é extremamente fácil. Cada 
conta vai ter o saldo do seu Razonete transferido para o 
Balancete. Dessa forma, a conta que tiver saldo devedor vai 
ser transferida para a coluna do saldo devedor do Balancete, 
por outro lado, se apresentar saldo credor vai ser transferida 
para a coluna do saldo credor do Balancete.
ATENÇÃO !!!
Todos os saldos apurados no Razão devem ser lançados no 
Balancete de Verificação.
Para melhor visualização de um Balancete, vamos 
elaborar um Balancete de Verificação com os Razonetes, 
citados como exemplo nessa aula.
Segue logo abaixo o saldo de cada Razão e como o mesmo 
deve ser lançado no Balancete de Verificação:
Conta Caixa
Saldo 6.500,00
Débito Crédito
30.000,00
1.500,00
31.500,00 25.000,00
20.000,00
5.000,004
1
3
2
Cenários Aplicados a Contabilidade I 16
Nº Contas
Saldo
Devedor Credor
1 Caixa 6.500,00
2 Capital
3 Terrenos
4 Banco X
TOTAIS
Balancete de Verificação
Apuração do saldo do 2 º fato:
Conta Banco X
Débito Crédito
5.000,00 1.500,00
Saldo 3.500,00
3 4
Nº Contas
Saldo
Devedor Credor
1 Caixa 6.500,00
2 Capital
3 Terrenos
4 Banco X 3.500,00
TOTAIS
Balancete de Verificação
Apuração do saldo do 3 º fato:
Conta Capital
Débito Crédito
30.000,00
Saldo 30.000,00
1
Nº Contas
Saldo
Devedor Credor
1 Caixa 6.500,00
2 Capital 30.000,00
3 Terrenos
4 Banco X 3.500,00
TOTAIS
Balancete de Verificação
Como se pode observar, todos os saldos foram lançados 
no Balancete de Verificação e a soma do saldo Devedor é 
igual ao saldo Credor.
Podemos perceber que todas as Contas que figuram nos 
Razonetes, como também seus próprios saldos, aparecem no 
Balancete de Verificação. Notamos ainda que a soma do saldo 
devedor é igual à soma do saldo credor. Isso é consequência 
dos lançamentos serem registrados no Diário pelo método 
de Partidas Dobradas, ou seja, cada débito possui seu crédito 
correspondente. 
Concluindo, devemos ressaltar a importância da 
confecção do Balancete de Verificação, pois através dele 
podemos encontrar os possíveis erros antes de preparar as 
Demonstrações Contábeis.
2
Apuração do saldo do 4 º fato:
Conta Terrenos
Débito Crédito
20.000,00
Saldo 20.000,00
Nº Contas
Saldo
Devedor Credor
1 Caixa 6.500,00
2 Capital 30.000,00
3 Terrenos 20.000,00
4 Banco X 3.500,00
TOTAIS
Balancete de Verificação
Nº Contas
Saldo
Devedor Credor
1 Caixa 6.500,00
2 Capital 30.000,00
3 Terrenos 20.000,00
4 Banco X 3.500,00
TOTAIS 30.000,00 30.000,00
Balancete de Verificação
Chegamos, assim, ao final de nossa 
sexta aula. Em caso de dúvidas, 
acesse as ferramentas “Fórum” ou 
“Quadro De Avisos”. Acessem os sites 
recomendados. Habituem-se a fazer 
leituras complementares.
Após conferir o resumo-chave e as 
sugestões de livros e sites para pesquisa complementar, vamos fazer 
uma pequena pausa, antes de iniciarmos nossa sétima aula quando, 
então, trataremos das demonstrações contábeis.
17
Retomando a aula
Espero que agora tenha ficado claro o entendimento 
de vocês sobre o assunto. Vamos, então, recordar os 
pontos principais do conteúdo estudado: 
1 - Entender os conceitos: escrituração contábil
Vimos que a Escrituração é a base do trabalho contábil. A 
Escrituração é uma técnica contábil que consiste em registrar 
nos livros próprios (Diário, Razão, Caixa, Contas-corrente), 
todos os fatos que ocorrem na empresa e que provocam 
modificações no Patrimônio (RIBEIRO, 2009, p. 8). 
A escrituração contábil começa pelo livro diário, no qual 
todos os registros são efetuados mediante documentos que 
comprovem as ocorrências dos fatos. Os documentos mais 
comuns são: a) Notas fiscais; b) Notas fiscais de fornecimento 
de energia elétrica; c) Duplicatas; d) Contas de água e esgoto, 
etc.
2 - Escrituração: fórmulas de escrituração
São chamadas Fórmulas de Escrituração as diferentes 
formas de fazer um lançamento, de acordo com os fatos 
sucedidos e seus respectivos registros.
Existem diversos livros contábeis obrigatórios, que 
são utilizados para escrituração de todas as entidades, por 
meio dos quais são registrados todos os fatos que ocorrem 
nas empresas, permitindo o conhecimento, a qualquer 
momento, da situação econômica, financeira e patrimonial 
desses empreendimentos.
Os registros das ocorrências patrimoniais são feitos 
através de lançamentos nos seguintes livros: a) Livro Diário; 
b) Livro Razão; c) Livro Conta-Corrente; d) Livro Caixa.
3 - Compreender e analisar os lançamentos na 
escrituração contábil
Os livros contábeis não podem apresentar erros, rasuras 
ou borrões, segundo a legislação em vigor. Os modos de 
correção comumente usados são: estorno de lançamento, 
lançamento complementar, lançamento retificativo ou ressalva 
por profissional habilitado.
A informatização dos sistemas contábeis possibilita 
gerar as informações contábeis necessárias, permitindo que o 
profissional desenvolva seu trabalho com muito mais rapidez 
e segurança.
4 - Entender os conceitos: razão e balancete de 
verificação
Razonete também denominado Gráfico em T ou Conta 
em T é uma versão simplificada do livro Razão, o mais 
importante dos livros utilizados pela Contabilidade, através 
do qual se inspeciona a movimentação de todas as Contas. 
Assim, o Razonete serve para demonstrar os movimentos de 
débito e crédito que ocorrem nas Contas.
5 - Razão: lançamentos a débito e crédito 
Os lançamentos do débito e crédito são realizados de 
acordo com cada fato aplicado no Livro Diário, transportando 
todas as informações do Livro Diário para o Livro Razão. O 
método contábil dos lançamentos permite fazer a apuração 
das contas que possuem saldos para lançá-los no balancete.
6 - Balancete de verificação: apuração dos saldos 
contábeis
O valor total de todos os saldos credores deve ser igual ao 
valor total dos saldos devedores. É comum procurar verificar 
essas igualdades periodicamente, relacionando todas as contas 
em demonstrações chamadas Balancetes de Verificação 
do Razão ou apenas Balancete de Verificação. Balancete, 
portanto, é uma relação de Contas do Livro Razão (ou de 
Razonetes), com seus saldos devedores e credores.
CALDERELLI, Antonio. Enciclopédia Contábil e 
Comercial Brasileira. 2. ed. São Paulo: CETEC, 2004. 
HIRASHIMA & ASSOCIADOS. Guia Para 
Pesquisas de Práticas Contábeis: Incluindo Aspectos 
Tributários Relevantes. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 
IUDICIBUS, Sergio de (Coordenação). Contabilidade 
Introdutória. 10ª ed. Equipe de professores da Faculdade 
de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade 
de São Paulo (FEA/USP). São Paulo: Atlas, 2006. 
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica Fácil. 
26. ed. (ampl e atual.) São Paulo: Saraiva, 2009.
SOUZA, Clovis de; FAVERO, Hamilton Luiz; 
LONARDONI, Mário; TAKAKURA, Massazaku. 
Contabilidade: Teoria e Prática. 5. ed. Vol.1. São Paulo: 
Atlas, 2009.
CALDERELLI, Antonio. Enciclopédia Contábil e 
Comercial Brasileira. 29. ed. São Paulo: Cetec, 2004. 
IUDÍCIBUS, Sérgio de; José Carlos Marion. 
Contabilidade Comercial: Atualizado conforme Lei 11638/07 e 
MP nº 449/08. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica Fácil. 26. 
Ed. (Ampl. e atual.). São Paulo: Saraiva, 2009.
ROCHA, José Carlos Fortes. Manual do Contabilista: 
Uma Abordagem da Profissão Contábil. São Paulo: 
Saraiva, 2005.
SÁ, Antônio Lopes de. Dicionário de contabilidade. 9. 
ed. (rev. e ampl.) São Paulo: Atlas, 1995.
Vale a pena
Vale a pena ler
Cenários Aplicados a Contabilidade I 18
Conselho Federal de Contabilidade. Resoluções e 
Pronunciamentos. Brasília: Disponível em: <http://www.
cfc.org.br/>. Acesso em: 15 mar. 2012.
ContabilidadeFinanceira. Disponível em: <http://
contabilidadefinanceira.blogspot.com.br/2011/10/ifrs-
no-brasil.html>. Acesso em: 10 abr. 2012.
Escrituração Contábil. Disponível em: <http://www.
nfe.fazenda.gov.br>. Acesso em: 20 mar. 2012.
Portal de Contabilidade. Disponível em: <www.
portaldecontabilidade.com.br>. Acesso em: 15 mar. 2012.
Academia Brasileira de Ciências Contábeis. Disponível em: 
<http://www.abcienciascontabeis.com.br/>. Acesso em: 
31 mar. 2012.
Código Civil Brasileiro. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/CCIVIL/leis/2002/L10406.htm.> 
Acesso em: 31 mar. 2012.
Escrituração Contábil. Disponível em: <http://www.
nfe.fazenda.gov.br>. Acesso em: 31 mar. 2012.
Portal de Contabilidade. Disponível em: <www.
portaldecontabilidade.com.br>. Acesso em: 21 mar. 2012.
Vale a pena acessar
Minhas anotações
2ºAula
Balanço Patrimonial (BP)
Alunos e alunas,
Estamos iniciando nossa aula de número 5, que terá como 
foco o processo do balanço patrimonial. Para isso, preparamos 
subitens teóricos que nos auxiliarão no processo ensino/
aprendizagem.
Assim, convido-os(as) para embarcarem nessa jornada que 
um único objetivo: conhecimento.
Bons estudos!
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
• reconhecer e entender as funções da administração financeira;
• identificar a obrigatoriedade do balanço patrimonial, segundo a Lei;
• reconhecer os itens do balanço patrimonial.
Cenários Aplicados a Contabilidade I 20
Seções de estudo
1 - Balanço patrimonial: introdução aos estudos
2 - Demonstração do balanço patrimonial
Durante o estudo desta aula, vocês terão a oportunidade de 
conhecer e refletir sobre os principais itens para se construir 
uma demonstração do resultado do exercício e, ainda, as 
receitas de vendas de produtos e serviços, bem como as 
despesas operacionais que são necessárias para a empresa 
funcionar. Veremos outros tipos de receitas e despesas e 
também as contas da demonstração do resultado.
1- Balanço patrimonial: introdução 
aos estudos
Algumas das principais funções da Administração 
Financeira são a captação e aplicação de recursos dentro 
da empresa: “Pensando nisso, necessitamos visualizar essa 
empresa de modo estruturado, organizado, definindo 
claramente cada item que compõe o seu patrimônio e o 
resultado dessa empresa” (REVISTA FAER, 2012, p. 17).
Nesse sentido,
[...] faz-se necessária a correta compreensão 
de todas as demonstrações contábeis, levando 
em conta que nelas estão contidas todo o 
fluxo econômico da empresa, e através delas 
poderemos medir a eficácia das decisões 
tomadas pela área financeira (REVISTA 
FAER, 2012, p. 17).
Nesse aspecto, é importante saber que:
Você Sabia? 
“Balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a 
evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a 
posição patrimonial e financeira da Entidade. No balanço patrimonial, 
as contas deverão ser classificadas segundo os elementos do 
patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o 
conhecimento e a análise da situação financeira da empresa” (PORTAL 
DE CONTABILIDADE, 2012, p. 1).
Podemos inferir que a para realizar a análise das 
demonstrações contábeis é preciso conhecimento do que 
representa cada conta que a compõem: “Há uma infinidade 
de contas decorrentes de inumeráveis operações realizadas 
por empresas das mais diferentes atividades” (REVISTA 
FAER, 2012, p. 17).Figura 3.1 Demonstrações financeiras.
Figura 3.1 Demonstrações financeiras.
FONTE: CONTEADM. RTT e FCONT: impactos da Lei 11638/07 e Lei 11941/09. 
Disponível em: http://contabilidadeeadm.blogspot.com.br/2011/01/rtt-e-fcont- 
impactos-da-lei-1163807-e.html. Acesso em: 01jul. 2012.
•	 “Mesmo o exame das operações de uma simples 
empresa comercial revela enorme profusão 
(fartura) de contas, e sem uma noção do que estas 
representam, a interpretação das demonstrações 
contábeis fica prejudicada” (REVISTA FAER,2012, 
p. 18).
•	 “A análise de balanços visa a extrair informações 
para a tomada de decisão. O perfeito conhecimento 
do significado de cada conta facilita a busca de 
informações precisas” (FERES, 2008, p. 1).
Apenas o BP, DRE e o DLPA são obrigatórias para 
todos os contribuintes sujeitos a tributação do imposto de 
renda com base no lucro real.
A pessoa jurídica “deverá observar o disposto na 
lei n° 6404/76 (lei das S/A) para fins de elaboração das 
demonstrações financeiras” e para fins de publicação, “estas 
demonstrações devem ser apresentadas de forma comparativa 
de dois períodos consecutivos” (EBAH, 2012, p. 1).
Caros alunos(as),
A formação que estamos adquirindo é de fundamental 
importância, pois a sociedade necessita de profissionais 
qualificados. Assim, nossa meta é que TODOS invistam em 
seu conhecimento, por meio de um comprometimento com 
o Curso. Para tanto, sugerimos que as atividades sejam feitas 
com precisão e seriedade.
E não nos esqueçamos do nosso ambiente virtual. É 
nesse espaço que entramos em contato com nossos colegas e 
tutores. Avante! Novas aprendizagens nos aguardam.
1.2 Obrigatoriedade do balanço 
patrimonial - segundo a lei 6.404/76
Para iniciar nossos estudos sobre a obrigatoriedade do 
Balanço Patrimonial, é importante entender que:
Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, 
com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes 
demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza 
a situação do patrimônio da companhia e as mutações 
ocorridas no exercício:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
c) demonstração do resultado do exercício; 
d) demonstração dos fluxos de caixa; 
e) se companhia aberta, demonstração do valor 
21
adicionado (DJI, 2012, p. 1).
Destaca-se ainda que:
Parágrafo 4 - As demonstrações de cada 
exercício serão publicadas com a indicação dos 
valores correspondentes das demonstrações 
do exercício anterior (Lei 6404/1976).
“De acordo com o § 1º do Art. 176 da Lei 6.404/76, 
as demonstrações de cada exercício serão publicadas com a 
indicação dos valores correspondentes das demonstrações do 
exercício anterior, para fins de comparação” (PORTAL DE 
CONTABILIDADE, 2012, p. 1).
1.3 Procedimentos para elaboração 
do balanço patrimonial
No final de cada exercício, de acordo com as considerações 
do site Portal de Contabilidade (2012), como se faz em todos 
os meses, procede-se ao levantamento do balancete de 
verificação, com o objetivo de conhecer os saldos das contas 
do razão e conferir sua exatidão. Nesse balancete devem estar 
relacionadas todas as contas utilizadas pela empresa, quer 
patrimoniais quer de resultado, demonstrando seus débitos, 
créditos e saldos:
As contas do balancete, no fim do exercício, 
sejam patrimoniais ou de resultado, nem 
sempre representam, entretanto, os valores 
reais do patrimônio, naquela data, nem as 
variações patrimoniais do exercício, porque 
os registros contábeis não acompanham 
a dinâmica patrimonial no mesmo ritmo 
em que ela se desenvolve (PORTAL DE 
CONTABILIDADE, 2012).
Isso implica afirmar que, ainda de acordo com os 
pressupostos do site Portal de Contabilidade (2012), inúmeros 
dos componentes patrimoniais aumentam ou diminuem de 
valor, sem que a contabilidade registre tais variações, bem 
como várias das receitas e despesas recebidas ou pagas durante 
o exercício, não correspondem efetivamente aos ingressos e 
ao custo do período.
Daí a necessidade de se proceder ao ajuste das 
contas patrimoniais e de resultado, na data 
do levantamento do balanço, para que elas 
representem, em realidade, os componentes 
do patrimônio nessa data, bem como suas 
variações no exercício (MAPH, 2012, p. 1).
Como podemos perceber, tendo como referência as 
considerações de Maph (2012), é indispensável realizar ajustes 
das contas patrimoniais e de resultado nos prazos para que 
os dados e as informações não se percam e nem caiam no 
esquecimento:
Durante nossas aulas, procuremresponder, as seguintes 
indagações: estou efetivamente refletindo sobre os temas 
propostos? Realizei as pesquisas? Estou me dedicando o 
tempo suficiente para elaboração de minhas atividades?
Pensem nisso...
Passemos, a seguir, ao estudo mais efetivo sobre a 
demonstração do Balanço Patrimonial.
2- Demonstração do balanço 
patrimonial
Nessa demonstração, encontram-se representados 
os saldos de todas as contas que integram o patrimônio da 
empresa em determinada data.
Nesse ensejo, é importante lembrar que “o Balanço 
Patrimonial (BP) é uma fotografia em que aparecem os 
valores” (REVISTA FAER, 2012, p. 1):
a) De todos os Bens e direitos que formam o Ativo da 
empresa (aplicações de recursos);
b) De todas as dívidas e compromissos a pagar que 
constituem o seu Passivo (recursos de terceiros) 
(origens);
c) O total dos recursos pertencentes aos proprietários 
determinados ao Patrimônio Líquido (capital próprio 
– “não exigível”) (origens) (REVISTA FAER, 2012, 
p. 18).
Ainda segundo os pressupostos descritos na Revista Faer 
(2012), os valores descritos no BP apontam para a situação 
em determinado momento, uma vez que, no próximo dia, 
diversas contas já terão seus saldos modificados. Apesar 
de caráter estático, o BP constitui a principal peça contábil 
devido a sua abrangência: “De acordo com a Lei. Nº 6.404/76 
(Art. 178), as contas patrimoniais devem ser agrupadas, é a 
demonstração que apresenta todos os bens e direitos da 
empresa” (REVISTA FAER, 2012, p. 18):
a) “Ativos – assim como as obrigações.
b) Passível Exigível – em determinada data” (REVISTA 
FAER, 2012, p. 18).
Figura 3.2 Balanço patrimonial: ativo e passivo.
Fonte: Acervo Pessoal
Nesse contexto:
A diferença entre Ativo e Passivo é chamada 
de Patrimônio Líquido e representa os capitais 
investidos pelos proprietários da empresa, 
Cenários Aplicados a Contabilidade I 22
quer por meio de recursos trazidos de fora da 
empresa, quer por estas em suas operações 
retidos internamente (SCRIBD, 2012, p. 1).
Robert N. Anthony (2008), conceituado autor americano, 
afirma que o balanço mostra: “as fontes de onde provieram 
os recursos utilizados para a empresa operar – Passivo e 
Patrimônio Líquido. Os bens e direitos em que esses recursos 
se acham investidos”.
As contas do Ativo devem ser dispostas em ordem 
decrescente de grau de Liquidez dos elementos nelas 
registrados: “A lei designou o lado direito do Balanço para 
o Passivo, quando lá há dois grupos de contas que não 
representam exigibilidades, sendo: Resultado de Exercícios 
Futuros e Patrimônio Líquido” (REVISTA FAER, 2012).
O Ativo engloba, basicamente, dois tipos de itens:
a) Aqueles cujo valor é absolutamente indiscutível 
porque se acha estampado, ou seja, possuem o 
chamado valor de face. Um título seja ele uma 
duplicata ou uma letra de câmbio, possui estampado 
o seu valor.
b) As mercadorias e os bens do ativo imobilizado, 
cujo valor depende da avaliação (REVISTA FAER, 
2012, p. 19).
Salienta-se que, ainda segundo os pressupostos da 
Revista Faer (2012), que as mercadorias podem ser avaliadas 
de acordo com os critérios reconhecidos e permitidos pela 
legislação tributária e pelos princípios contábeis, como por 
exemplo, o PEPS ou a Média Ponderada.
Além disso, os produtos finalizados e/ou em elaboração 
de uma empresa industrial precisam ser avaliados com base em 
complexos sistemas de custos ou de acordo com arbitrárias e 
simplificadas fórmulas previstas pela legislação do IR.
Os bens e direitos do Ativo Permanente são 
avaliados pelo custo de aquisição. Por outro 
lado, o Passivo Exigível tem valor líquido 
e certo no que se refere a aquelas dívidas 
assumidas junto a terceiros, como bancos, 
fornecedores, empregados (REVISTA FAER,
2012, p. 19).
O DRE é um relatório contábil que apresenta, de forma 
resumida, as operações de uma empresa em determinado 
período e o resultado apurado, que pode ser de lucro ou 
prejuízo. Para se chegar a esse resultado (lucro ou prejuízo), 
a DRE detalha os valores para os grupos de receitas, custos, 
despesas e impostos.
Todas as variações do Ativo e do Passivo 
Exigível em relação ao que deveriam registrar 
os seus valores corretos são refletidas no 
Patrimônio Líquido, que assim estará mais 
próximo ou menos próximo da realidade 
segundo as eventuais distorções desses Ativos 
ou Passivos.
Além disso, é preciso lembrar que o balanço 
mostra apenas os fatos registráveis, segundo 
os princípios contábeis, ou seja, os fatos 
objetivamente mensuráveis em dinheiro, 
como compras, vendas, pagamentos, 
recebimentos, depósitos, débitos em conta, 
despesas incorridas, receitas faturadas etc., 
deixando de lado uma série inumerável de 
fatos, como marcas, participação de mercado, 
imagem, tecnologia etc. (REVISTA FAER, 
2012, p. 19).
Em conformidade com a Lei nº 6.404/76, o Balanço 
Patrimonial deve conter os seguintes grupos de contas:
ATIVO = Bens + Direitos
2.1 Ativo circulante - AC
“O Ativo Circulante é formado pelas disponibilidades, 
direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente 
e aplicações de recursos em despesas de exercício seguinte” 
(REVISTA FAER, 2012, p. 20).
A seguir podemos ver quais são as contas que integram 
esse grupo:
•	 Caixa e Bancos – numerário existente na empresa 
e depositado em contas de bancárias de livre 
movimentação.
•	 Aplicação de Liquidez Imediata - aplicações de 
resgate automático.
•	 Duplicatas a Receber - Títulos de crédito gerados 
pelas vendas a prazo ou pela prestação de serviços 
faturados.
•	 Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação 
Duvidosa (PECLD) - conta credora destinada 
a cobrir possíveis perdas com valores a receber de 
clientes e com outros créditos sem garantias reais.
•	 Contas a receber Diversas – podem referir-se a 
empréstimos a funcionários, adiantamentos para 
despesas, cheques em cobrança etc.
•	 Impostos a Recuperar – correspondem a impostos 
pagos que serão compensados no futuro com 
tributos da mesma espécie: ICMS sobre compras 
a serem abatidos sobre o ICMS sobre vendas; PIS, 
COFINS etc.
•	 Estoques – formados por diversos itens agrupados 
conforme a sua natureza ou finalidade, a saber: 
matérias-primas, materiais auxiliares de embalagem, 
peças de reposição, produtos em elaboração e 
acabados, mercadorias para revenda, importações 
em andamento, adiantamentos a fornecedores por 
conta de entregas futuras etc.
•	 Despesas Antecipadas – parcelas a serem 
apropriadas aos resultados proporcionalmente ao 
período dos benefícios correspondentes: prêmios 
de seguros a vencer, assinaturas de publicações, 
anuidades pagas a Instituições Diversas (REVISTA 
FAER, 2012, p. 20).
Como podemos notar, as contas que integram o ativo 
circulante se referem às aplicações de curto prazo. Isso 
23
é vencido no ano (iniciado depois do levantamento dos 
Balancetes Patrimoniais e Mensais). Portanto, precisam 
ser tratadas com cuidado e atenção necessárias para que a 
empresa consiga manter sua saúde financeira.
Passemos, agora, ao estudo de outro tipo de ativo, o qual 
é realizável em prazo maior do que este.
2.2 Ativo não Circulante
No grupo Ativo não Circulante temos:
a) Ativo realizável a longo prazo:
Direitos realizáveis após o término do exercício 
(período, ano) seguinte.
Direitos derivados de adiantamentos ou empréstimos a 
sociedades coligadas ou controlados, diretores, acionistas ou 
participantes no lucro da companhia, que não constituírem 
negócios usuais na exploração do objeto da companhia 
(REVISTA FAER, 2012, p. 20).
b) Investimentos:
• Participações permanentes em outras sociedades 
e direitos de qualquer natureza, não classificáveis 
no Ativo Circulante, ou Realizável a Longo Prazo 
que não se destinem à manutenção da atividade da 
companhia ou empresa.
• Participações em Coligadas e Controladas.
• Participações em Outras Sociedades.
• Outros investimentos – obras de arte, imóveis para 
futura utilização ou para renda etc.
• Provisão para perdas (conta credora).
c) Imobilizado:direitos que tenham por objeto bens destinados à 
manutenção das atividades da companhia ou empresa, 
ou exercidos essa finalidade, inclusive os de propriedade 
comercial ou industrial. (Terrenos e edificações, Máquinas e 
Equipamentos, Peças e conjuntos de reposição, Ferramentas, 
Instalações, Veículos, Móveis e Máquinas de Escritórios, 
Marcas e Patentes, Benfeitoria em propriedades arrendadas, 
Depreciação, Amortização e Exaustão Acumulada 
(contas credoras), Imobilização em Andamento (construções, 
importações em andamento)).
d) Intangível: 
no intangível, serão classificados os direitos que tenham 
por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da 
companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o 
fundo de comércio adquirido. (REVISTA FAER, 2012, p. 
20-21).
2.3 Passivo Circulante – PC
Vejamos:
PASSIVO = Obrigações (exigíveis e não exigíveis)
Temos, no Passivo Circulante, as obrigações da 
companhia, inclusive financiamentos para a aquisição de 
direitos ou do Ativo Permanente quando vencerem até o 
encerramento do próximo exercício (REVISTA FAER, 
2012):
•	 Fornecedores – refere-se a duplicatas a pagar 
a fornecedores nacionais ou a outros títulos 
representativos de dívidas para com estrangeiro.
•	 Empréstimos e Financiamentos – Parcela a 
vencer durante o próximo exercício social relativa 
a operações contratadas, em moeda nacional ou 
estrangeira, com instituições financeiras e outros 
agentes.
•	 Impostos, Taxas e Contribuições a Pagar 
ou a Recolher – além dos valores correspondentes 
aos encargos das empresas, incluem as contribuições 
sociais de empregados e o imposto de renda retido 
na fonte.
•	 Contas a Pagar ou Obrigações a Pagar - Salários, 
comissões, juros e encargos financeiros a pagar, 
etc.
•	 Adiantamentos de Clientes – Valores recebidos 
por conta de futuros fornecimentos contratados.
•	 Provisões diversas – Relativas a férias, 13º salário, 
contingências etc. (REVISTA FAER, 2012, p. 21).
2.4 Passivo Não Circulante
Nesse item, temos as obrigações vencíveis em prazo 
maior do que o encerramento do exercício seguinte.
2.5 Patrimônio Líquido
No item Patrimônio Líquido deve contar:
a) Capital Social:
• Montante do capital subscrito, e por dedução, 
parcela não realizada. 
b) Reservas de Capital:
• Ágio na emissão de ações ou conversão de 
debêntures e partes beneficiárias.
• Produto da alienação de partes beneficiárias e bônus 
de subscrição.
• Prêmios recebidos na emissão de debêntures, 
doações e subvenções para investimentos.
• Correção monetária do capital realizado, enquanto 
não capitalizada.
c) Ajuste de Avaliação:
• Contrapartida do aumento de elementos do ativo 
em virtude de novas avaliações documentadas por 
laudo técnico.
d) Reservas de Lucros:
• Contas constituídas a partir de lucros gerados 
pela companhia. (Reserva de lucros, estatutárias, 
contingências, expansão).
e. Ações em tesouraria
• As ações ou quotas adquiridas pela companhia 
ou sociedade limitada serão registradas em conta 
específica redutora do Patrimônio Líquido, intitulada 
“ações ou quotas em tesouraria”.
f. Prejuízos Acumulados:
Cenários Aplicados a Contabilidade I 24
• Prejuízos gerados pela companhia (REVISTA FAER, 2012, p. 21).
O patrimônio líquido representa, em outras palavras, a aposta dos sócios na atividade empresarial.
Saber Mais
Para saber mais sobre a Lei nº 6.404/76 acesse o site: NORMAS LEGAIS. 
Legislação. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm . Acesso em: 05 jan. 2020.
Figura 3.3 Balanço patrimonial resumido.
Fiquem ligados(as)! A partir das nomenclaturas 
relacionadas sobre o Balanço Patrimonial, as quais acabamos 
de estudar, será possível uma maior fundamentação para a 
compreensão da atuação profissional nesta área.
 Nossa caminhada nesta aula foi muito interessante, 
concordam? Adquirimos saberes essenciais para a nossa 
formação profissional e agora, para fundamentar e melhorar 
ainda mais a nossa construção de conhecimentos, iremos 
receber algumas sugestões de leituras, sites e vídeo. Além 
disso, é importante que acessem o campo AGENDA/ 
ATIVIDADES e desenvolvam as atividades relacionadas á 
aula 5. Ao realizá-las, fiquem atentos aos prazos e procurem 
seguir as orientações do professor.
 
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar 
esta Aula, vamos recordar pontos precisos de nossa 
caminhada:
Retomando a aula
1 – Balanço patrimonial: introdução aos estudos
Iniciamos nossos estudos da aula 3 aprendendo que 
uma das principais funções da Administração Financeira é a 
captação e aplicação de recursos dentro da empresa. Vimos 
ainda, que a empresa deve, de modo estruturado e organizado, 
definir claramente cada item que compõe o seu patrimônio e 
o resultado dessa empresa.
Foi possível identificarmos que, ao final de cada 
exercício social, a diretoria deve elaborar as demonstrações 
financeiras. Estas deverão exprimir com clareza a situação 
do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no 
exercício. Concordam?
2 – Demonstração do balanço patrimonial
Ao término da aula 3, aprendemos como elaborar um 
balanço patrimonial. Vimos ainda, cada item que ele deve 
conter, o que nos levou ao conhecimento dos itens que 
compõem essa prática.
Vale a pena
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um 
enforque econômico-financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas, 
2007.
FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 
6. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
Vale a pena ler
25
GROPELLI A. A; EHSAN, N. Administração financeira. 
3. ed. São Paulo: Saraiva, 1998.
MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: 
abordagem básica e gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
REIS, Arnaldo. Demonstrações contábeis: estrutura e 
análise. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
SÁ, Antonio Lopes de. Teoria da contabilidade. 3. ed. São 
Paulo: Atlas, 2002.
SANVICENTE, A. Z; SANTOS, C. C. Administração 
financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
CONTE ADM. RTT e FCONT: impactos da Lei 
11638/07 e Lei 11941/09. 
EBAH. Estrutura das demonstrações contábeis. Disponível 
em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAHV8AL/
estrutura-das-demonstracoes-contabeis. Acesso em: 01 
jul.2012.
LEI 6404/1976. Art. 183 184 184 A Lei nº 6404/1976. 
Disponível em: http://www.cosif.com.br/mostra. 
asp?arquivo=lei6404cap15s2. Acesso em: 01 jul. 2012.
MAPH. Balanço patrimonial. Disponível em: www.maph.
com.br/tematica/balancopatrimonial.htm. Acesso em: 15 
jun. 2012.
NORMAS LEGAIS. Legislação. Disponível 
em: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/contabil/
lei6404_1976.htm. Acesso em: 15 jun. 2012.
PORTAL DE CONTABILIDADE. Dicas para 
elaboração do balanço patrimonial. Disponível em: http://www. 
portaldecontabilidade.com.br/guia/balancopatrimonial. 
htm. Acesso em: 15 jun. 2012.
REVISTA FAER. Estrutura das demonstrações contábeis. 
Disponível em: http://www.fecra.edu.br/admin/arquivos/ 
AP2.pdf. Acesso em: 01 jul. 2012.
Vale a pena acessar
YOU TUBE. Fechamento do balanço patrimonial. Disponível 
em: http://www.youtube.com/watch?v=j2z1lbij5oE. 
Acesso em: 03 jul. 2012.
YOU TUBE. Contabilidade na TV: Programa 36 
- Balanço Patrimonial I. Disponível em: http://www.
youtube.com/ watch?v=rSF_zLT4Z-k. Acesso em: 03 jul. 
2012.
Vale a pena assistir
Minhas anotações
Cenários Aplicados a Contabilidade I 26
Minhas anotações
3ºAula
Demonstração do Resultado do 
Exercício (DRE)
Prezados e prezadas,
Estamos chegando à metade de nossas aulas, isso é 
muito bom, concordam? 
Para darmos continuidade em nossa caminhada, 
o foco desta aula será um pouco mais reflexiva. O que 
vocês acham de elaborarmos uma demonstração do 
resultado do exercício de uma empresa, deixando em 
evidência como seria esse processo?
Em frente!
Boa aula!
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
• reconhecer as características da Demonstração do resultado do exercício;
• identificar os principais grupos de custos;
• entendere analisar as despesas necessárias para uma empresa. 
Cenários Aplicados a Contabilidade I 28
Seções de estudo
1 - Como elaborar a demonstração do resultado do 
exercício(DRE)
2 - Receitas de Vendas de produtos e serviços
3 - CPV ou CMV - Custos de Produtos Vendidos e 
Serviços Vendidos
4 - Despesas Operacionais
5 - Outras Receitas e Despesas Operacionais
6 - Demais Contas da Demonstração do Resultado
Nesta aula, serão apresentados os principais itens para se construir 
uma Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e, ainda, as 
receitas de vendas de produtos e serviços, bem como as despesas 
operacionais, que são necessárias para a empresa funcionar, 
veremos ainda outros tipos de receitas e despesas. Também, as 
contas da demonstração do resultado. 
Bons estudos! 
1 – Como elaborar a demonstração 
do resultado do exercício (DRE)
Nesta Seção, veremos que a Demonstração do Resultado 
do Exercício é uma demonstração dos aumentos e reduções 
causados no Patrimônio Líquido pelas operações da empresa. 
Dessa forma, as receitas representam normalmente um 
aumento do Ativo, por meio de ingresso de novos elementos, 
como duplicatas a receber ou dinheiro proveniente das 
transações. 
Assim, segundo o site Fecra (2012), aumentando o Ativo, 
aumenta-se o Patrimônio Líquido. Entretanto, as despesas 
representam redução do Patrimônio Líquido, por maio meio 
de um entre dois caminhos possíveis, ou seja, a redução do 
Ativo ou aumento do Passivo Exigível.
Você Sabia?
Que todas as receitas e despesas se acham compreendidas na 
Demonstração do Resultado, seguindo uma forma de apresentação 
que as ordena de acordo com sua natureza, fornecendo informações 
significativas sobre a empresa (FECRA, 2012, p. 1).
Entretanto, de acordo com Sebrae (2012, p. 1), a 
Demonstração do Resultado trata-se da síntese do movimento 
de determinadas entradas e saídas no balanço, entre duas 
datas. 
A Demonstração do Resultado retrata apenas o fluxo 
econômico e não o fluxo monetário (fluxo do dinheiro).
Entretanto, para a Demonstração do Resultado 
não importa se uma receita ou despesa tem 
reflexos em dinheiro, basta apenas que afete 
o Patrimônio Líquido (SEBRAE, 2012, p. 1). 
Temos como exemplo a depreciação que é uma despesa 
não desembolsada. A receita de equivalência patrimonial (em 
controladas e coligadas) é uma receita devida ao aumento 
nos investimentos (e o Patrimônio Líquido), sem entrada de 
recursos monetários. 
Enfim, como as modificações no patrimônio 
Líquido produzidas por receitas e despesas 
afetam a riqueza dos proprietários, elas são 
retratadas na Demonstração do Resultado 
que é uma peça de caráter eminentemente 
econômico (relacionado à riqueza) e não 
financeiro (relacionado a dinheiro) (FECRA, 
2012, p. 1).
Como vocês podem perceber, a partir da leitura acima, 
a demonstração do resultado é fundamental, também, para 
administradores, uma vez que permite uma compreensão 
mais ampla do contexto, ao se voltar para a riqueza e não 
apenas pontualmente para o dinheiro.
Passemos, agora, ao estudo sobre as formas de apresentação de uma 
DRE.
1.1 Forma de apresentação
De acordo com a Lei nº 6.404/76, é preciso definir o 
conteúdo da Demonstração do Resultado do Exercício 
(DRE).
O DRE deve ser apresentado na forma dedutiva, com 
os detalhes necessários das receitas, despesas, ganhos e 
perdas, definindo claramente o lucro ou prejuízo líquido do 
exercício e, por ação, sem confundir com a conta de Lucros 
Acumulados, em que é feita a distribuição ou alocação do 
resultado (FECRA, 2012).
1.2 Definição de lucro líquido
O conceito de lucro líquido deve estabelecer os critérios 
de classificação de certas despesas, de acordo com a Lei, por 
meio da DRE.
Dessa forma, 
[...] o lucro ou prejuízo líquido apurado 
nessa demonstração é o que se pode chamar 
de lucro dos acionistas, pois, além dos itens 
normais, já se deduzem como despesa o IR e 
as participações sobre os lucros a outros que 
não os acionistas, de forma que o lucro líquido 
demonstrado é o valor final a ser adicionado 
ao patrimônio líquido da empresa, que em 
última análise, pertence aos acionistas, ou 
distribuídos como dividendo (FECRA, 2012, 
p. 1).
1.3 Regime de competência
No Regime de competência, conforme sugere o site 
Fecra (2012, p. 1), tanto as receitas como despesas precisam 
ser apropriadas “ao período em função de sua incorrência 
e da vinculação da despesa à receita, independentemente de 
seus reflexos no caixa”. 
1.4 Classificação
Na Classificação temos o resultado subdividido em 
29
alguns tópicos, sendo: 
a) Lucro Bruto. 
b) Lucro operacional. 
c) Resultados não operacionais. 
d) Impostos. 
e) Participações sobre o lucro e resultado líquido.
Pode-se destacar que a tendência, nos países mais 
desenvolvidos, não é a “de se utilizar o conceito operacional/
não operacional, mas a de se segregar os itens extraordinários 
e aos relativos às operações continuadas” (FECRA, 2012, p. 1).
Veremos a seguir um exemplo de como apresentar a 
Demonstração do resultado do exercício: 
Quadro 1.1 Exemplo de Demonstração do resultado do 
exercício.
Demonstração do Resultado do Exercício
Receita Bruta das Vendas e Serviços
( - ) Devoluções
( - ) Abatimentos
( - ) Impostos
= Receita Líquida de Vendas e Serviços
( - ) Custos das Mercadorias e Serviços Vendidos
= Lucro Bruto
( - ) Despesas com Vendas
( - ) Despesas Financeiras (deduzidas das Receitas Financeiras)
( - ) Despesas Gerais e Administrativas
( - ) Outras Despesas Operacionais
( + )Outras Receitas Operacionais
= Lucro ou Prejuízo Operacional
(+ ) Receitas não Operacionais
( - ) Despesas não Operacionais
(+ ) Saldo da Correção Monetária
= Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda
( - ) Imposto de Renda e Contribuição Social
( - ) Participações de Debêntures 
( - ) Participações de Empregados
( - ) Participação de Administradores e Partes Beneficiárias
( - ) Contribuições para Instituições ou Fundos de Assistência ou 
Previdência de Empregados
= Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício
= Lucro ou Prejuízo por Ação
Fonte: acervo pessoal.
Saiba mais sobre a as Demonstrações do Resultado do Exercício, 
acessando o link: PORTAL DE CONTABILIDADE. Demonstrações 
do resultado do exercício. Disponível em: http://www.
portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstracaodoresultado.htm. 
Acesso em: 15 jun. 2012.
Agora, passemos ao estudo de receitas de vendas de produtos e 
serviços.
2 - receitas de vendas de produtos e 
serviços
2.1 Legislação
De acordo com a Lei nº 6.404/76, em seu art. 187, itens 
I e II, as empresas devem discriminar na DRE “a receita 
bruta das vendas e serviços”, as deduções das vendas, dos 
abatimentos e dos impostos” e a “receita líquida de vendas e 
serviços” (VIDEOAULA ESTUDANTE, 2012, p. 1).
Desse modo, as vendas contabilizadas pelo valor 
bruto e impostos contabilizados em contas específicas serão 
classificadas como contas redutoras de vendas.
2.2 Deduções das vendas
As deduções das vendas são “representadas pelas contas 
de vendas canceladas, abatimentos e impostos incidentes 
sobre vendas” (FECRA, 2012, p. 1), as quais também são 
importantes e precisam figurar na DRE. 
2.3 Vendas canceladas
Podemos notar que nas vendas canceladas a conta 
devedora deve incluir todas as devoluções de vendas. 
Nesse sentido, essas devoluções não 
devem ser deduzidas diretamente na conta 
vendas, mas registradas na conta vendas 
canceladas que é a devedora específica. Esse 
procedimento é também útil para fins internos 
da administração no sentido de acompanhar o 
volume das vendas efetuadas, mas devolvidas 
posteriormente pelos clientes (FECRA, 2012, 
p. 1).
É importante reforçar a ideia de que é preciso registrar 
as devoluções em vendas canceladas, uma vez que elas não 
podem ser deduzidas diretamente da conta vendas. 
2.4 Abatimentos
Nessa conta, devem-se abrigar os descontos concedidos 
a clientes, posteriormente à entrega dos produtos, por defeitos 
de qualidade apresentados nos produtos entregues, ou por 
defeitos oriundos

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