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1ºAula Escrituração contábil e razonetes Na Contabilidade, podemos perceber uma parte teórica e uma prática. Na parte teórica fazemos a interpretação e análise dos fatos, sendo que é através da prática que executamos os registros desses acontecimentos. Os registros são de extrema importância a todos os que fazem uso das informações contábeis. Todavia, para se obter uma boa informação contábil é preciso que bons profissionais registrem cada fato e cada evento dentro da empresa. A Contabilidade como ferramenta de registro de informações faz uso de suas técnicas para trazer às empresas as mais reais e concretas informações possíveis, porém, é necessário o registro de todas as operações realizadas pelas empresas, organizações, instituições e demais órgãos. Pela importância das informações contábeis nada pode escapar. Independente do valor, data e condições de pagamento ou até mesmo de recebimento, tudo será material de registro nos livros contábeis, podendo estes livros ser mecanizados ou não. Temos que salientar que a Contabilidade caminhou ao lado de toda a evolução, o avanço tecnológico e o crescimento do mercado de softwares. Hoje os livros contábeis, em sua grande maioria, são feitos por meio eletrônico, por programas específicos criados para a Contabilidade. Esta evolução tecnológica não para, pois agora temos inclusive a nota fiscal eletrônica, medida imposta pelo governo como maneira de controlar e fiscalizar todas as entradas e saídas de mercadorias e serviços por meios eletrônicos. E assim, as informações contábeis estão ficando cada vez mais transparentes. É importante ressaltar que a técnica de registrar os fatos contábeis denomina-se Escrituração Contábil. Boa aula! Cenários Aplicados a Contabilidade I 6 Objetivos de aprendizagem • Entender com clareza o que é escrituração contábil; • Abordar aspectos conceituais sobre a escrituração contábil; • Compreender temas importantes relacionados à escrituração contábil. • Compreender aspectos conceituais sobre razão e escrituração contábil; • Entender de forma clara e prática os lançamentos nos razonetes; • Transportar os lançamentos para os razonetes e apurar o saldo das Contas; • Elaborar o Balancete de Verificação. Seções de estudo 1 - Entender os conceitos: escrituração contábil 2 - Escrituração: diferentes fórmulas 3 - Compreender e analisar os lançamentos na escrituração contábil 4 - Entender os conceitos: razão e balancete de verificação 5 - Razão: lançamentos a débito e crédito 6 - Balancete de verificação: apuração dos saldos contábeis 1 - Entender os conceitos: escrituração contábil 1.1 - O que é Escrituração? O Código Civil, na Lei nº 10.406, em seu Artigo 1.179 (2002, p. 350) destaca o seguinte conceito legal sobre a escrituração contábil, e é com base neste conceito que iremos aprofundar o entendimento do que é e como deve ser tratada a escrituração contábil: O empresário e a sociedade empresarial são obrigadas a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o Balanço Patrimonial e o de Resultado Econômico. Em relação à escrituração, Ribeiro (2009, p. 8), afirma que “Escrituração é uma técnica contábil que consiste em registrar nos livros próprios (Diário, Razão, Caixa e Contas- correntes) todos os fatos que provocam modificações no Patrimônio da empresa”. Os documentos mais comuns são: a) notas fiscais; b) notas fiscais de fornecimento de energia elétrica; c) duplicatas; d) contas de água e esgoto, etc. Portanto, como foi dito acima, a contabilidade viabiliza a parte prática da Contabilidade, através da qual executamos os registros das mutações patrimoniais. A escrituração contábil começa pelo livro diário, no qual todos os registros são efetuados mediante documentos que comprovem as ocorrências dos fatos. Podemos dizer, ainda, que a Escrituração, obrigatória, é a base do trabalho contábil. Atenção! Não se pode escriturar nada nos livros contábeis sem que documentos idôneos comprovem a veracidade do registro. O controle contábil de cada empresa se dá mediante a escrituração dos fatos no livro Diário e, mais tarde, nos outros livros de escrituração. Muito bem pessoal, como se pode notar a escrituração é muito importante e temos que realmente fazer uso de documentos legais, para não ocorrer problemas à empresa e ao profissional contábil. Mas, logo adiante, terei a grata satisfação de refletir com vocês sobre os métodos de escrituração. Ansiosos(as) para conhecer quais são os métodos contábeis de escrituração?! 1.2 - Métodos de escrituração Para que os fatos sejam escriturados de forma uniforme, existe um conjunto de normas que devem ser observadas. Ao registro do fato contábil chamamos de lançamento. O conjunto desses lançamentos é denominado escrituração. Esses registros podem ser feitos de várias maneiras, conforme o método adotado. Mas, o que é método? Tenho certeza que alguns de vocês já estão com um bom dicionário em mãos para definir esta palavra. Vamos conhecer o conceito em relação à palavra método. Método é a forma de fazer as coisas, logo, método de escrituração é a forma de registrar os fatos contábeis. Mas como estamos tratando de contabilidade, iremos conhecer os métodos adotados, por esta ferramenta de extrema importância para as empresas, sociedades e demais órgãos e entidades. Você Sabia? Existem dois métodos fundamentais de escrituração: método das partidas simples e o método das partidas dobradas. Anteriormente, era utilizado o método de partida simples. Nesse método, sempre que ocorria um pagamento, lançava- se apenas na conta Caixa, sem utilizar uma contrapartida na conta de despesas. 7 Curiosidade O frade Franciscano Luca Pacioli, publicou um livro em 1494, que demonstrava o método de partidas dobradas. Desde então, essa data é considerada um marco para a história da contabilidade e esse método passou a ser adotado mundialmente. O método das partidas dobradas, como foi mencionado na Aula 03, consiste no seguinte: não existe devedor sem credor e vice-versa, sendo que cada débito corresponde a um crédito de igual valor. É essa regra que determina a Equação de Equilíbrio Patrimonial, ou seja, que o Ativo é igual ao Passivo. Através desse método, registramos todos os fatos que alteram o patrimônio da empresa e a cada momento é possível conhecer os valores de cada um dos elementos desse patrimônio. Vamos iniciar uma nova Seção para buscar entender mais e melhor sobre a escrituração. 2 - Escrituração: diferentes fórmulas 2.1 - Fórmulas de escrituração São chamadas Fórmulas de Escrituração as diferentes formas de fazer um lançamento de acordo com os fatos sucedidos e seus respectivos registros. Nem sempre vamos ter apenas um débito para um crédito, o mesmo lançamento poderá ter mais de um débito ou mais de um crédito. Desta forma, temos quatro fórmulas de lançamento: 1ª Fórmula: Utilizada quando existe um débito e um crédito - Essa primeira fórmula é usada para lançamentos simples, ou seja, uma conta devedora em contrapartida com uma conta credora. Para armar um lançamento usamos os elementos descritos acima (débito e crédito) colocando antes do crédito a letra “a”, o que indica que a conta devedora deve à conta credora. Exemplo: Compra à vista de uma mesa no valor de R$ 500.00, conforme nota fiscal NF Nº 5347. Mobiliários 500.00 a Caixa 500.00 Pagamento pela compra de uma mesa conforme NF Nº 5347. Ainda podemos representar o mesmo lançamento da seguinte forma: D Mobiliários 500.00 C Caixa 500.00 Pagamento pela compra de uma mesa conforme NF Nº 5347. Entenderam porque foi debitado o mobiliário e creditado no caixa? Calma! Vou explicar. 2ª Fórmula: Utilizada quando existe um débito e mais de um crédito - A 2ª fórmula é utilizada quando há um débito e mais de um crédito. Todos devem estarse perguntando, mas pode ocorrer este fato? Sim, e iremos aprender neste instante com o exemplo logo abaixo. Exemplo: Compra de um veículo no valor R$ 20.000,00 sendo pagas R$ 5.000,00 no ato da compra e o restante após 45 dias, conforme nota fiscal NF. 677800. Veículos 20.000,00 a Caixa 5.000,00 a Duplicatas a Pagar 15.000,00 Pagamento pela compra de um veículo conforme nota fiscal NF Nº 677800. Ainda podemos representar o mesmo lançamento da seguinte forma: D Veículos 20.000,00 C Caixa 5.000,00 C Duplicatas a Pagar 15.000,00 Pagamento pela compra de um veículo conforme nota fiscal NF Nº 677800. Vejamos: a) Quando a empresa comprou o veículo, automaticamente este bem passou a integrar o patrimônio da empresa. b) Sendo verdade afirmar que este veículo é um bem, então um ativo. c) Este veículo está aumentando ainda mais os ativos já existentes, então, toda vez que aumentar o ativo devemos debitar. Mas, porque temos 2 (dois) créditos? Vejam só a explicação: a) O veículo foi comprado parte a vista e parte a prazo. b) Na parte à vista a empresa pagou em dinheiro, que estava no caixa da empresa. Assim, este pagamento está diminuindo o saldo do caixa, daí temos que creditar, pois toda vez que diminuir o ativo deve-se creditar. c) Em um terceiro momento, temos ainda o restante do veículo a ser pago a prazo, dentro de 45 dias. d) Quando compramos a prazo, estamos assumindo uma obrigação para com nosso fornecedor de honrar o compromisso na data do vencimento. e) Esta compra a prazo gera uma duplicata a pagar. Assim, temos uma obrigação (Passivo). f) É verdade afirmar que toda vez que aumentarem as obrigações para com terceiros devemos creditar, aumentando o passivo. 3ª Fórmula: Utilizada quando existe mais de um débito e apenas um crédito - Exemplo: Pagamento de Cenários Aplicados a Contabilidade I 8 salários no valor de R$ 538,00 de aluguel no valor de R$ 300,00 e de material de escritório no valor de R$ 60,00 com o cheque nº 000001 a Banco c/ movimento 898,00 Salários 538,00 Aluguel 300,00 Material de Escritório 60,00 Pago salários, aluguel e materiais de escritório referentes ao mês de março. Ainda podemos representar o mesmo lançamento da seguinte forma: D Salários 538,00 D Aluguel 300,00 D Material de Escritório 60,00 C Banco c/ movimento 898,00 Pago salários, aluguel e materiais de escritório referentes ao mês de março. Antes de começar a demonstração de como foi realizada esta operação, vamos recordar o que representa a conta banco movimento. Vejam a explicação de cada detalhe deste fato: a) A empresa está comprando uma mesa e esta se tornou automaticamente um ativo, um bem, correto? b) Sim! Então se a mesa é um ativo e o nosso ativo está aumentando por conta deste novo bem adquirido, então se deve debitar. c) Mas, de que forma foi pago a mesa adquirida pela empresa? d) Como foi à vista, teremos que retirar dinheiro do caixa para pagar a compra desta mesa, correto? e) O caixa é um ativo e em nossa regra diz que toda vez que diminuir o ativo deve-se creditar. f) Então foi isso que aconteceu, para pagar a mesa tivemos que retirar dinheiro do caixa para efetuar o pagamento e, assim, diminuiu nosso caixa e respectivamente nosso ativo. g) Este é o motivo de creditar a conta caixa. Quero chamar a atenção de todos(as) a respeito da conta banco, pois quando tratar do banco, estaremos contabilizando todas as entradas e saídas da conta corrente que a empresa possui em uma instituição financeira e a contabilidade nomeia esta conta como Banco Conta Movimento. Assim, todo movimento neste ativo referente aos recebimentos e pagamentos realizados pela empresa em cheque deve ser registrada no ativo, denominado Banco Conta Movimento. Pessoal, notem que neste fato, todos os compromissos e obrigações realizados pela empresa, com funcionários, aluguel e o material de escritório, foram pagos com cheque. Vamos imaginar a seguinte situação a seguir e representar em forma do Razão (Razonete). A empresa possui R$ 898,00 na conta Banco Movimento. Confiram: Este é o saldo antes de serem efetuados os pagamentos pelo Banco. Banco Conta Mov. 898,00 Devem estar se perguntando, por que estão todos aqui lançados a crédito?! Simples! São obrigações que a empresa assumiu no mês anterior e serão pagas agora. Salários a pagar 538,00 Aluguel a pagar 300,00 Fornecedores a pagar 60,00 Então, neste momento, vamos efetuar o pagamento de todas estas obrigações para com terceiros. Já na conta banco a contrapartida a crédito diminuindo o saldo, devido aos pagamentos realizados, sendo assim o banco ficou com o saldo zero. Banco Conta Mov. 898,00 538,00 300,00 60,00 Salários a pagar 538,00 538,00 Aqui está o lançamento a débito fazendo o pagamento desta obrigação. Aqui está o lançamento a débito fazendo o pagamento desta obrigação. Aluguel a pagar 300,00300,00 Aqui está o lançamento a débito fazendo o pagamento desta obrigação. Fornecedores a pagar 4ª Fórmula: Utilizada quando existe mais de um débito e mais de um crédito - É uma fórmula que não é usada na prática, pois, como pode ser visto a seguir, nada mais 60,0060,00 9 representa do que vários lançamentos de primeira fórmula. Exemplo: Compra de um armário em aço no valor de R$ 400,00 e de materiais de escritório no valor de R$ 60,00 sendo as condições de pagamento: 50% do valor da compra a vista e 50% do valor da compra após 30 dias. Mobiliários 400,00 Material de Escritório 60,00 a Caixa 230,00 a Duplicatas a Pagar 230,00 Pago armário em aço e materiais de escritório NF Nº 1111 Ainda podemos representar o mesmo lançamento da seguinte forma: D Mobiliários 400,00 D Material de Escritório 60,00 C Caixa 230,00 C Duplicatas a Pagar 230,00 Pago armário em aço e materiais de escritório NF Nº 1111 Este fato é bem simples e fácil. Vamos entender como iremos proceder neste exemplo: a) A empresa comprou alguns itens e estes foram pagos à vista e o restante a prazo. b) Os mobiliários e materiais de escritório devem ser debitados, pois estes são bens. c) Debita-se porque imagina a seguinte situação, não tínhamos nada de mobiliário nem materiais de escritório (bens) com esta aquisição o nosso ativo aumentou, e com isso toda vez que aumentar o ativo devemos debitar. d) Como foi pago uma parte à vista o dinheiro deve sair do caixa, sendo assim esta operação irá diminuir o saldo do caixa (ativo) e toda vez que diminuir o ativo devemos creditar. e) E, por último, o restante a prazo devemos creditar, já que temos obrigações por ter realizado uma compra a prazo, sendo assim toda vez que aumentar nossas obrigações, e obrigações é passivo, devemos creditar. Agora que já conhecemos as Fórmulas de Escrituração, vamos falar sobre os Livros Contábeis utilizados na escrituração. O Termo de Fechamento é igual ao Termo de Abertura, sendo que é necessário trocar o título para “Termo de Termo de Abertura Contém este livro ____(______________) folhas numeradas tipográfica e seguidamente do nº __________ ao nº ___________ e servirá de Livro Diário nº ______ da empresa ____________ estabelecida com o ramo de ______________________, com sede na Rua_______________, nº_________, Município de ____________________, Estado de _____________________, cujos atos constitutivos foram arquivados na Junta Comercial do ______________________________ em ___/___/_____, NIRE nº ______________ e inscrição do CNPJ sob nº________________. ________________, ___ de ________ de _____. _________________________________ Representante Legal _________________________________ Contabilista Fechamento” e a palavra “servirá” será substituída pela palavra “serviu”. Formalidades intrínsecas (internas) Os lançamentos deverão: • estar em idioma e moeda corrente nacional; • ter individuação e clareza; • estar em ordemcronológica de dia, mês e ano; • não podem ter intervalos em branco nem entrelinhas, borraduras, rasuras, emendas e transporte de margens. O livro Diário está sujeito às formalidades extrínsecas e intrínsecas. A falta de cumprimento das formalidades extrínsecas anula todo o Diário, que passa a fazer prova somente contra o contribuinte. Contudo a inobservância das formalidades intrínsecas inabilita apenas o registro ou registros onde ocorrerem. Livro Razão - Segundo Ribeiro (2009, p. 12), “dentre os livros de escrituração, sem dúvida o mais importante para a Contabilidade é o Razão, porque registra o movimento individualizado de cada uma das contas movimentadas pela empresa.” A escrituração do livro Razão passou a ser obrigatória a partir de 1991 (art. 14 da Lei nº 8.218, de 29/08/1991). O artigo citado acima diz que a tributação do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas baseada na escrituração fiscal Cenários Aplicados a Contabilidade I 10 e contábil só será aprovada caso a empresa mantenha, em boa ordem e conforme as normas contábeis, livro que resuma e mostre o total de cada conta e subconta, dos lançamentos encontrados no Diário. Caso não exista a devida escrituração, haverá o arbitramento da empresa em questão. Por esse motivo, é considerado o livro mais importante da contabilidade, pois através dele apuramos o saldo de cada conta contábil. Esse livro fornece uma rápida visualização de cada componente patrimonial da empresa, coisa que não conseguimos saber no diário, já que nele temos somente uma listagem em ordem cronológica dos fatos. Ainda lembramos que é através do livro Razão que obtemos os dados para confecção de nossas Demonstrações Contábeis. Livro Conta-Corrente - O livro Conta-Corrente é utilizado para verificar as movimentações de contas de Ativo e Passivo, ou seja, as contas que representam os direitos a receber e as obrigações a pagar. Esse livro é um classificador das contas de Clientes (direitos a receber) e Fornecedores (obrigações a pagar). Neste livro é feito um desdobramento das contas acima, individualizando-se os titulares destes direitos e obrigações. Livro Caixa - O livro Caixa é utilizado para controlar os numerários que circulam na empresa, ou seja, todos os fatos que envolvam entradas e saídas de dinheiro, fixando seu saldo no final de cada dia. Como o controle do movimento de dinheiro é muito importante para a empresa, é essencial que se tenha um livro próprio para efetuar esse controle. Os recebimentos de dinheiro ou cheque são registrados como entrada (débito) no caixa. Por outro lado, os pagamentos feitos pela empresa, inclusive aqueles feitos com cheque, são registrados como saída (crédito) de caixa. O saldo do livro Caixa expressa exatamente os valores que existem fisicamente na empresa. Esse saldo é encontrado da seguinte maneira: debitamos o saldo do livro caixa do dia anterior na conta Caixa, a esse valor somamos todas as entradas de dinheiro ocorridas no dia e, subtraímos as saídas ocorridas. Esse saldo é sempre devedor, pois como foi mencionado na Aula 03, a conta Caixa é uma conta de Ativo, portanto de natureza devedora. É inaceitável que a conta Caixa tenha saldo credor, pois esse fato demonstrará um estouro de caixa. 3 - Compreender e analisar os lançamentos na escrituração contábil 3.1 - Retificações de lançamento Os livros contábeis não podem apresentar erros, rasuras ou borrões, segundo a legislação em vigor. Podem ocorrer diversos erros, rasuras ou borrões, como segue: • erro ou omissão na redação; • borrão ou rasura; • omissão de dados importantes na escrituração; • valor incorreto resultando em registro a mais ou a menos; • impropriedade na classificação das contas; • inversão da posição da conta, se devedora ou credora, no registro do fato administrativo; • duplicidade de registro contábil de um mesmo fato administrativo; • omissão de registro de um fato administrativo; • salto de linha ou de página; • outros. O erro é humano e apesar de não serem aceitos nos livros contábeis eles acontecem. Vamos então aprender como arrumar esses erros. Os modos de correção que podem ser usados são: estorno de lançamento, lançamento complementar, lançamento retificativo ou ressalva por profissional habilitado. Quando o erro de redação for encontrado antes do encerramento do lançamento pode ser corrigido mediante a utilização de uma ressalva. Ao se descobrir o erro depois de encerrado o lançamento, a solução é estorná-lo e fazer-se novo sem erro. Estorno é o lançamento ao contrário, isto é, a conta creditada no lançamento errado vai ser creditada no estorno e vice e versa. Esse fato anula o lançamento errado. Exemplo: Lançamento errado D Despesa com materiais R$ 200,00 C Caixa R$ 200,00 Pago pela compra de papel sulfite Estorno D Caixa R$ 200,00 C Despesa com materiais R$ 200,00 Estorno de lançamento de compra de papel sulfite No lançamento complementar repetimos o lançamento original, lançado apenas a diferença de valor. Exemplo: Compra de papel sulfite no valor de R$ 300,00. Lançamento errado D Despesa com materiais R$ 200,00 C Caixa R$ 200,00 Pago pela compra de papel sulfite Lançamento Complementar D Despesa com materiais R$ 100,00 C Caixa R$ 100,00 Complemento de lançamento de compra de papel sulfite No lançamento retificativo, estornamos apenas a diferença de valor. Exemplo: Compra de papel sulfite no valor de R$ 300,00. Lançamento errado D Despesa com materiais 400,00 C Caixa 400,00 Pago pela compra de papel sulfite Lançamento Complementar D Caixa 100,00 C Despesa com materiais 100,00 11 Estorno de parte de lançamento de compra de papel sulfite Acontecendo borrões, rasuras ou registros nas entrelinhas, deve-se fazer uma ressalva. Ressalvar, neste caso, é usar termos que permitam a correção do erro cometido, tais como: “digo”, “em tempo”, “ou melhor”, “aliás”, etc. Com o conhecimento dessa técnica contábil (Escrituração), você já poderá elaborar o Balancete de Verificação e utilizar os Razonetes, que são assuntos abordados na nossa próxima aula. Para Refletir Notem que com as informatizações dos sistemas contábeis, o profissional desenvolve com muito mais rapidez e segurança seu trabalho, gerando assim as informações necessárias a todos os que delas fizerem uso. Espero que seus estudos referentes a Aula 05 tenham sido proveitosos. É importante que reflitam sobre os conteúdos e as estratégias didáticas empregadas para a aprendizagem: o que foi bom? O que pode melhorar? Habituem-se a fazer leituras complementares, a fim de ampliar sua compreensão e os seus conhecimentos sobre os temas abordados. Vamos fazer uma breve pausa e retornar para a próxima aula, quando, então, iremos conhecer e aprofundar as demais técnicas contábeis. Até lá! 4 – Entender os conceitos: razão e balancete de verificação Razonete - Na Aula 03, o conceito sobre Razonete já foi aprendido, porém nesta aula vamos aprofundar esse assunto. Para Ribeiro (2009, p. 12), também denominado Gráfico em T ou Conta em T, o Razonete nada mais é que uma versão simplificada do livro Razão. Sabemos, como anteriormente citado na Aula 03, que o livro Razão é o mais importante dos livros utilizados pela Contabilidade, pois através dele podemos inspecionar a movimentação de todas as Contas. É extremamente importante possuir esse controle individualizado de cada Conta, pois através dele obtemos os saldos dessas Contas para futura confecção das Demonstrações Contábeis. A partir de agora vamos utilizar o Razonete como substituto do livro Razão, já que é a versão simplificada do mesmo, para demonstrar os movimentos de débito e crédito que ocorrem nas Contas. Vamos utilizar, como exemplo, o Razonete da Conta Caixa: Conta Caixa Débito Crédito Como pode ser notado na figura acima, no lado esquerdo temos todos os débitos, que representam as entradas de Caixa; no lado direito temos todos os créditos, que representam as saídas de Caixa.Vamos através de um exemplo prático demonstrar a utilização do Razonete da Conta Caixa. Os lançamentos que vamos efetuar são: 1. Investimento inicial em dinheiro no valor de R$ 30.000,00. 2. Compra de um terreno, à vista, no valor de R$ 20.000,00. 3. Depósito em dinheiro no Banco X no valor de R$ 5.000,00. 4. Realização de saque através do cheque nº 999, Banco X, para reforço de Caixa, no valor de R$ 1.500,00. Primeiramente, vamos lançar esses fatos em partidas de Diário: 1. Investimento inicial em dinheiro no valor de R$ 30.000,00 Caixa 30.000,00 a Capital 30.000,00 Investimento Inicial Penso que muitos devem estar se perguntando: mas professor, por que tenho que debitar no Caixa e por que tenho que creditar este capital inicial? Iremos resolver tais questões de imediato. Vamos levantar a solução de cada ponto com um método simplificado para demonstrar a resolução destes problemas. Vamos entender este primeiro fato! 1º - O débito na Conta Caixa foi realizado porque o dinheiro ou capital investido pelos sócios no início da atividade empresarial deve ser depositado em uma conta, podendo ser a Conta Caixa ou a Conta Banco Conta Movimento. E como sabemos, o Caixa é um ativo e toda vez que aumenta o ativo devemos debitar. 2º - O crédito em relação à conta capital pertence ao Patrimônio Líquido. Toda vez que aumentar este Patrimônio Líquido seja ele, capital social, lucros ou prejuízos ou reservas de capital, devemos seguir a seguinte regra abaixo. Regra básica para o Patrimônio Líquido: a) Toda vez que aumentar o Patrimônio Líquido – Credita. b) Toda vez que diminuir o Patrimônio Líquido – Debita. 2. Compra de um terreno, à vista, no valor de R$ 20.000,00 Cenários Aplicados a Contabilidade I 12 Terrenos 20.000,00 a Caixa 20.000,00 Compra de um terreno Vamos entender este segundo fato: 1º - O débito do terreno ocorreu pelo seguinte motivo: como bem recém adquirido, o terreno aumenta os bens pertencentes à empresa. Sabemos que o que compõem o Ativo são Bens e Direitos. Devemos, então, fazer um lançamento a débito deste terreno, pois o mesmo está aumentando o Ativo. 2º - O crédito na Conta Caixa ocorreu por ser feita a aquisição do terreno. A empresa realizou um sacrifício financeiro. Para efetuar o pagamento à vista do terreno, sacou da Conta Caixa o valor do bem adquirido, já que o Caixa é um bem classificado como Ativo. Então, via de regra, toda vez que diminuir o Ativo (Bens e Direitos) deve-se creditar. 3. Depósito em dinheiro no Banco X no valor de R$ 5.000,00 Banco X 5.000,00 a Caixa 5.000,00 Deposito nº 01 Vamos entender este terceiro fato! 1º - O débito na conta Banco Movimento ocorreu porque a conta corrente na qual a empresa possui numerários depositados é um bem. Quando transferimos dinheiro da conta Caixa para a conta Banco Conta Movimento, ocorre um aumento neste ativo. Assim, toda vez que aumentar o ativo (Bens e Direitos) devemos debitar. 2º - O crédito na Conta Caixa ocorreu porque houve a saída de dinheiro do Caixa transferido para a conta corrente da empresa, por isso o saldo no Caixa diminuiu. Sabemos que o Caixa é um ativo (Bens e Direitos) e toda vez que diminuir o ativo devemos creditar. 4. Realização de saque através do cheque nº 999, Banco X, para reforço de Caixa, no valor de R$ 1.500,00. Caixa 1.500,00 a Banco X 1.500,00 Saque com cheque nº 999 Vamos entender este quarto fato: 1º - O débito ocorreu devido ao aumento no saldo da Conta Caixa. O dinheiro sacado no Banco foi depositado na Conta Caixa da empresa. Já que o Caixa é um ativo (Bens e Direitos) toda vez que aumentar este ativo devemos debitar. 2º - O crédito ocorreu porque o ativo está diminuindo o saldo por razão deste saque. Sendo o banco um ativo (Bens e Direitos), toda vez que diminuir o ativo devemos creditar. Então, pessoal, após todos estes lançamentos no Livro Diário, iremos para segunda seção de estudo fazer os mesmos lançamentos, agora no Livro Razão. Vamos estudar um pouquinho mais! 5 – Razão: lançamentos a débito e crédito Para o desenvolvimento desta seção de estudo, a respeito do Livro Razão é importante que vocês possam apreender, por meio de conceitos e exemplos apresentados, uma visão direta sobre a realização e aplicação do método das partidas dobradas. De acordo com Iudícibus e Marion (2009, p. 40): Segundo a essência do método, hoje universalmente aceito, o registro de qualquer operação implica que a um débito ou mais de um débito numa ou mais contas deve corresponder um crédito equivalente em uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados. Não há débito(s) sem crédito(s) correspondente(s). Em relação ao método das partidas dobradas, como acabamos de conferir, lembrem-se que: “não há débito, sem crédito correspondente”. É importante observar os seguintes requisitos antes de utilizar os Razonetes: • devemos utilizar um Razonete para cada Conta; • os valores de débito e crédito serão lançados, conforme estiverem debitados ou creditados no Diário; • os registros nos Razonetes devem obedecer à mesma ordem dos lançamentos do Diário. Vamos agora colocar os lançamentos feitos acima nos Razonetes. Iremos fazer os lançamentos de acordo com cada fato dos exemplos que foram aplicados no Livro Diário, transportando todas as informações do Livro Diário para o Livro Razão. Vamos entender este primeiro fato: a) começaremos pelo lançamento nº 01 do Diário. b) com base no Livro diário iremos realizar os lançamentos deste 1º fato no Razão. c) primeiramente, foi feito um débito na conta caixa, que demonstraremos da seguinte forma: Caixa é um bem (Ativo), sendo assim, quando aumentar os bens ou direitos devemos debitar. Conta Caixa Débito Crédito 30.000,00 1 Para identificar quais lançamentos estamos nos referindo, colocaremos ao lado do valor, o número do lançamento que foi feito no Diário. Por isso, consta o número 1 à esquerda dos R$ 30.000,00 lançados à debito na Conta Caixa. Agora lançaremos o crédito respectivo a esse débito na Conta Capital, ou seja, sua contrapartida. 13 Capital Inicial faz parte do Patrimônio Líquido. Sendo assim quando aumentar o capital investido pelos sócios deve-se creditar. Conta Capital Débito Crédito 30.000,00 Relembrando o fato 1º a respeito dos lançamentos a débito e crédito: 1º - O débito na Conta Caixa foi realizado porque a mesma é um ativo (Bens e Direitos) e toda vez que aumenta o ativo devemos debitar. 2º - O crédito em relação à conta capital, do inicio da atividade empresarial, pertence ao Patrimônio Líquido e toda vez que aumentar o patrimônio, devemos creditar. Notem que foram utilizados dois Razonetes, pois nos lançamentos foram usadas duas Contas. Vamos entender o segundo fato: Começaremos pelo lançamento nº 02 do Diário. Com base no Livro Diário iremos realizar os lançamentos deste 2º fato no Razão. Primeiramente, foi feito um débito na conta Terreno, que demonstraremos da seguinte forma: A contrapartida do lançamento será demonstrada da seguinte forma: Relembrando o fato 2º a respeito dos lançamentos a débito e crédito: 1º - O débito do terreno ocorre porque o mesmo é um bem e compõe o ativo (Bens e Direitos). Devemos, então, fazer um lançamento a débito deste terreno, pois está aumentando o ativo. 2º - O crédito na conta Caixa ocorre devido à aquisição do terreno, com o que o saldo do Caixa diminuiu. Já que o Caixa é um bem e todo bem pode ser classificado como Ativo, então, via de regra, toda vez que diminuir o ativo (Bens e Direitos) devemos creditar. Observe que no Razonete da Conta Caixa já havia um débito de R$ 30.000,00 referente ao lançamento 1. Com o pagamento do terreno, comprado à vista e pago em dinheiro, o saldo da Conta Caixa diminuiu, na proporção que foi creditado. É dessa forma que transcrevemos os lançamentos do Diário para o Razonete: primeiramente lançamos os débitos 2 Terreno é um bem (Ativo), sendo assim,quando aumentar os bens ou direitos devemos debitar. Conta Terrenos Débito Crédito 20.000,00 Estamos pagando à vista, o que diminui o saldo do Caixa. Assim, toda vez que diminuir o ativo (Bens ou Direitos) deve–se creditar. Conta Caixa Débito Crédito 30.000,0020.000,00 e, em seguida lançamos os créditos. Vamos entender o terceiro fato! • Iremos dar continuidade em nossos lançamentos. • Com base no Livro Diário iremos realizar os lançamentos deste 3º fato no Razão. • Primeiramente, foi feito um débito na conta Banco, que demonstraremos da seguinte forma: Vejamos a representação do lançamento 3: Contrapartida: Relembrando o fato 3º, a respeito dos lançamentos a débito e crédito: 1º - O Débito na conta Banco Movimento ocorreu quando transferimos dinheiro da Conta Caixa para a conta Banco Conta Movimento, ocorrendo um aumento neste ativo. Sendo assim, toda vez que aumentar o ativo (Bens e Direitos) devemos debitar. 2º - O Crédito na Conta Caixa, ocorreu devido a saída de dinheiro do Caixa, sendo transferido para a conta corrente da empresa, fazendo o saldo no Caixa diminuir. Como sabemos o Caixa é um ativo (Bens e Direitos) e toda vez que diminuir o ativo devemos creditar. Observem que no Razonete da Conta Caixa já havia um débito de R$ 30.000,00 referente ao lançamento 1º. Com o pagamento do terreno, comprado à vista e pago em dinheiro, o saldo da Conta Caixa diminuiu. Com a transferência de R$ 5.000,00 para a Conta Banco no valor em que foi creditado na Conta Caixa fez que o saldo do Caixa diminuir. Agora, representaremos finalmente o lançamento 4. Vamos entender o quarto fato: • Iremos dar continuidade em nossos lançamentos. • Com base no Livro Diário iremos realizar os lançamentos deste 4º fato no Razão. • Primeiramente, foi feito um débito na conta Caixa, que demonstraremos da seguinte forma: 3 Banco é um bem (Ativo), sendo assim, quando aumentar os bens ou direitos devemos debitar. Conta Banco X Débito Crédito 5.000,00 2 3 1 Transferência de dinheiro do Caixa para o Banco. Essa operação fez diminuir o saldo do Caixa. Assim, toda vez que diminuir o ativo (Bens ou Direitos) devemos creditar. Conta Caixa Débito Crédito 20.000,00 5.000.00 30.000,00 Cenários Aplicados a Contabilidade I 14 Caixa é um bem (Ativo). Sendo assim, quando aumentar os bens ou direitos devemos debitar. Conta Caixa Débito Crédito 30.000,00 1.500,00 20.000,00 5.000,00 Como contrapartida da Conta Caixa temos: Está diminuindo o saldo por razão deste saque. Sendo o banco um ativo (Bens e Direitos), toda vez que diminuir o ativo devemos creditar. Conta Banco X Débito Crédito 5.000,00 1.500,00 Relembrando o fato 4º a respeito dos lançamentos a débito e crédito: 1º - O débito ocorre pelo motivo do aumento no saldo da Conta Caixa. Devido ao saque realizado no Banco iremos depositar este dinheiro na Conta Caixa da empresa. Já que o Caixa é um ativo (Bens e Direitos) toda vez que aumentar este ativo devemos debitar. 2º - O crédito ocorreu porque o ativo está diminuindo o saldo por razão deste saque. Sendo o Banco um ativo (Bens e Direitos), toda vez que diminuir o ativo devemos creditar. Observem que no Razonete da Conta Caixa já havia um débito de R$ 30.000,00, referente ao lançamento 1º. Com o pagamento do terreno, que foi comprado à vista e pago em dinheiro, o saldo da Conta Caixa diminuiu. Com a transferência de R$ 5.000,00 para a Conta Banco no valor que foi creditado na Conta Caixa, fez o saldo do Caixa diminuir. Mas neste 4º fato ocorreu um aumento no Caixa no valor de R$ 1.500,00 devido ao saque na Conta Banco e depósito na conta caixa da empresa. Como vocês podem perceber, é fácil transferir os lançamentos do Diário para o Razonete. Porém, nosso trabalho não termina aqui, temos muitas etapas para serem realizadas durante o percurso da escrituração do Livro Diário, Livro Razão e Balancete de Verificação. Vamos explorar ainda mais a escrituração contábil. Vamos lá Depois dos lançamentos transferidos do Diário para os Razonetes, precisamos apurar o saldo dos Razonetes para transferir esses valores para as Demonstrações Contábeis. Nesta ocasião estamos tratando do Balancete de Verificação. Mas, o que é saldo da conta? Conceito De acordo com Calderelli (2004), “saldo é a diferença aritmética entre o débito e o crédito de uma conta”. Podemos dizer que temos um saldo devedor quando a soma dos débitos é maior que a soma dos créditos e saldo credor quando o inverso ocorre, ou seja, soma dos créditos maior que a soma dos débitos. Para apurar o saldo de uma conta agimos da seguinte forma: • Somamos os valores dos débitos; • Somamos os valores dos créditos; • Subtraímos os débitos dos créditos, ou vice-versa, para apurar o saldo da conta. Para facilitar o entendimento, iremos dar continuidade ao nosso exemplo para visualizar e apurar os saldos das contas, sejam elas de natureza devedora ou credora. É muito importante sempre apurar o saldo das contas no razão, para assim dar continuidade às demais demonstrações contábeis. Veja a apuração do Saldo da Conta Caixa: • Soma dos débitos: 31.500,00 • Soma dos créditos: 25.000,00 • Saldo da Conta Caixa: 6.500,00 Após a apuração do saldo da Conta, o próximo passo é passar um traço horizontal logo abaixo das somas, através do qual limpamos o Razonete. O saldo deverá ficar do lado esquerdo, caso seja saldo devedor, e do lado direito, caso seja credor. Como segue: Observando o Razonete acima podemos perceber que após os fatos ocorridos ainda nos restou R$ 6.500,00 na Conta Caixa. Vejamos, por fim, todos os Razonetes do nosso exemplo com seus respectivos saldos: Conta Caixa Débito Crédito 30.000,00 1.500,00 31.500,00 25.000,00 20.000,00 5.000,004 1 3 2 4 1 3 2 Conta Caixa Saldo 6.500,00 Débito Crédito 30.000,00 1.500,00 31.500,00 25.000,00 20.000,00 5.000,00 15 Agora, na Seção 6, iremos fazer a apuração das contas que possuem saldos para lançá-los no Balancete de Verificação. 6 – Balancete de verificação: apuração dos saldos contábeis Inicialmente, vamos elucidar o que é Balancete de Verificação. O método das partidas dobradas, utilizado pela Contabilidade, deriva do fato de a escrituração de cada operação ser feita sempre por meio de um débito e um crédito de igual valor. Desde que os lançamentos de débito e crédito, para cada operação, sejam sempre iguais, é obvio que o valor do lançamento a débito das diversas contas de uma entidade seja igual ao valor total dos lançamentos a crédito. Pelo mesmo motivo, é fácil concluir que o valor total de todos os saldos credores deve ser igual ao valor total dos os saldos devedores. É costume procurar verificar essas igualdades periodicamente, relacionando todas as contas em demonstrações chamadas Balancetes de Verificação do Razão ou apenas Balancete de Verificação. Após todos os fatos o saldo é de R$ 6.500,00 que deve ser lançado no Balancete de Verificação. Conta Caixa Saldo 6.500,00 Débito Crédito 30.000,00 1.500,00 31.500,00 25.000,00 20.000,00 5.000,004 1 3 2 43 Conta Banco X Débito Crédito 5.000,00 1.500,00 Saldo 3.500,00 O saldo da Conta Banco é de R$ 3.500,00 1 O saldo da conta capital é de R$ 30.000,00 Conta Capital Débito Crédito 30.000,00 Saldo 30.000,00 2 O saldo da conta Terreno é de R$ 20.000,00 Conta Terrenos Débito Crédito 20.000,00 Saldo 20.000,00 Conceito Conforme assevera Ribeiro (2004, p. 13), balancete é uma relação de Contas do Livro Razão (ou de Razonetes), com seus saldos devedores e credores. O Balancete também é conhecido como Balancete de Verificação. Numa empresa média ou grande, o número de contas a serem controladas é muito grande. Por esse motivo, sentiu- se a necessidade de um relatório que reduzisse ainda mais o Livro Razão. Criou-se, então, o Balancete ou Balancete de Verificação, que é a listagem das contas, contendo os saldos devedores numa coluna e os saldos credores em outra.O Balancete é por essência uma ferramenta de trabalho do profissional contábil. O termo verificação vem do fato de que o Balancete é utilizado para demonstrar a pontualidade dos registros feitos no Livro Razão. Segue um exemplo de Balancete de Verificação com duas colunas, sendo uma para os débitos e as outras para os créditos: Nº Contas Saldo Devedor Credor Balancete de Verificação A elaboração do Balancete é extremamente fácil. Cada conta vai ter o saldo do seu Razonete transferido para o Balancete. Dessa forma, a conta que tiver saldo devedor vai ser transferida para a coluna do saldo devedor do Balancete, por outro lado, se apresentar saldo credor vai ser transferida para a coluna do saldo credor do Balancete. ATENÇÃO !!! Todos os saldos apurados no Razão devem ser lançados no Balancete de Verificação. Para melhor visualização de um Balancete, vamos elaborar um Balancete de Verificação com os Razonetes, citados como exemplo nessa aula. Segue logo abaixo o saldo de cada Razão e como o mesmo deve ser lançado no Balancete de Verificação: Conta Caixa Saldo 6.500,00 Débito Crédito 30.000,00 1.500,00 31.500,00 25.000,00 20.000,00 5.000,004 1 3 2 Cenários Aplicados a Contabilidade I 16 Nº Contas Saldo Devedor Credor 1 Caixa 6.500,00 2 Capital 3 Terrenos 4 Banco X TOTAIS Balancete de Verificação Apuração do saldo do 2 º fato: Conta Banco X Débito Crédito 5.000,00 1.500,00 Saldo 3.500,00 3 4 Nº Contas Saldo Devedor Credor 1 Caixa 6.500,00 2 Capital 3 Terrenos 4 Banco X 3.500,00 TOTAIS Balancete de Verificação Apuração do saldo do 3 º fato: Conta Capital Débito Crédito 30.000,00 Saldo 30.000,00 1 Nº Contas Saldo Devedor Credor 1 Caixa 6.500,00 2 Capital 30.000,00 3 Terrenos 4 Banco X 3.500,00 TOTAIS Balancete de Verificação Como se pode observar, todos os saldos foram lançados no Balancete de Verificação e a soma do saldo Devedor é igual ao saldo Credor. Podemos perceber que todas as Contas que figuram nos Razonetes, como também seus próprios saldos, aparecem no Balancete de Verificação. Notamos ainda que a soma do saldo devedor é igual à soma do saldo credor. Isso é consequência dos lançamentos serem registrados no Diário pelo método de Partidas Dobradas, ou seja, cada débito possui seu crédito correspondente. Concluindo, devemos ressaltar a importância da confecção do Balancete de Verificação, pois através dele podemos encontrar os possíveis erros antes de preparar as Demonstrações Contábeis. 2 Apuração do saldo do 4 º fato: Conta Terrenos Débito Crédito 20.000,00 Saldo 20.000,00 Nº Contas Saldo Devedor Credor 1 Caixa 6.500,00 2 Capital 30.000,00 3 Terrenos 20.000,00 4 Banco X 3.500,00 TOTAIS Balancete de Verificação Nº Contas Saldo Devedor Credor 1 Caixa 6.500,00 2 Capital 30.000,00 3 Terrenos 20.000,00 4 Banco X 3.500,00 TOTAIS 30.000,00 30.000,00 Balancete de Verificação Chegamos, assim, ao final de nossa sexta aula. Em caso de dúvidas, acesse as ferramentas “Fórum” ou “Quadro De Avisos”. Acessem os sites recomendados. Habituem-se a fazer leituras complementares. Após conferir o resumo-chave e as sugestões de livros e sites para pesquisa complementar, vamos fazer uma pequena pausa, antes de iniciarmos nossa sétima aula quando, então, trataremos das demonstrações contábeis. 17 Retomando a aula Espero que agora tenha ficado claro o entendimento de vocês sobre o assunto. Vamos, então, recordar os pontos principais do conteúdo estudado: 1 - Entender os conceitos: escrituração contábil Vimos que a Escrituração é a base do trabalho contábil. A Escrituração é uma técnica contábil que consiste em registrar nos livros próprios (Diário, Razão, Caixa, Contas-corrente), todos os fatos que ocorrem na empresa e que provocam modificações no Patrimônio (RIBEIRO, 2009, p. 8). A escrituração contábil começa pelo livro diário, no qual todos os registros são efetuados mediante documentos que comprovem as ocorrências dos fatos. Os documentos mais comuns são: a) Notas fiscais; b) Notas fiscais de fornecimento de energia elétrica; c) Duplicatas; d) Contas de água e esgoto, etc. 2 - Escrituração: fórmulas de escrituração São chamadas Fórmulas de Escrituração as diferentes formas de fazer um lançamento, de acordo com os fatos sucedidos e seus respectivos registros. Existem diversos livros contábeis obrigatórios, que são utilizados para escrituração de todas as entidades, por meio dos quais são registrados todos os fatos que ocorrem nas empresas, permitindo o conhecimento, a qualquer momento, da situação econômica, financeira e patrimonial desses empreendimentos. Os registros das ocorrências patrimoniais são feitos através de lançamentos nos seguintes livros: a) Livro Diário; b) Livro Razão; c) Livro Conta-Corrente; d) Livro Caixa. 3 - Compreender e analisar os lançamentos na escrituração contábil Os livros contábeis não podem apresentar erros, rasuras ou borrões, segundo a legislação em vigor. Os modos de correção comumente usados são: estorno de lançamento, lançamento complementar, lançamento retificativo ou ressalva por profissional habilitado. A informatização dos sistemas contábeis possibilita gerar as informações contábeis necessárias, permitindo que o profissional desenvolva seu trabalho com muito mais rapidez e segurança. 4 - Entender os conceitos: razão e balancete de verificação Razonete também denominado Gráfico em T ou Conta em T é uma versão simplificada do livro Razão, o mais importante dos livros utilizados pela Contabilidade, através do qual se inspeciona a movimentação de todas as Contas. Assim, o Razonete serve para demonstrar os movimentos de débito e crédito que ocorrem nas Contas. 5 - Razão: lançamentos a débito e crédito Os lançamentos do débito e crédito são realizados de acordo com cada fato aplicado no Livro Diário, transportando todas as informações do Livro Diário para o Livro Razão. O método contábil dos lançamentos permite fazer a apuração das contas que possuem saldos para lançá-los no balancete. 6 - Balancete de verificação: apuração dos saldos contábeis O valor total de todos os saldos credores deve ser igual ao valor total dos saldos devedores. É comum procurar verificar essas igualdades periodicamente, relacionando todas as contas em demonstrações chamadas Balancetes de Verificação do Razão ou apenas Balancete de Verificação. Balancete, portanto, é uma relação de Contas do Livro Razão (ou de Razonetes), com seus saldos devedores e credores. CALDERELLI, Antonio. Enciclopédia Contábil e Comercial Brasileira. 2. ed. São Paulo: CETEC, 2004. HIRASHIMA & ASSOCIADOS. Guia Para Pesquisas de Práticas Contábeis: Incluindo Aspectos Tributários Relevantes. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2006. IUDICIBUS, Sergio de (Coordenação). Contabilidade Introdutória. 10ª ed. Equipe de professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP). São Paulo: Atlas, 2006. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica Fácil. 26. ed. (ampl e atual.) São Paulo: Saraiva, 2009. SOUZA, Clovis de; FAVERO, Hamilton Luiz; LONARDONI, Mário; TAKAKURA, Massazaku. Contabilidade: Teoria e Prática. 5. ed. Vol.1. São Paulo: Atlas, 2009. CALDERELLI, Antonio. Enciclopédia Contábil e Comercial Brasileira. 29. ed. São Paulo: Cetec, 2004. IUDÍCIBUS, Sérgio de; José Carlos Marion. Contabilidade Comercial: Atualizado conforme Lei 11638/07 e MP nº 449/08. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica Fácil. 26. Ed. (Ampl. e atual.). São Paulo: Saraiva, 2009. ROCHA, José Carlos Fortes. Manual do Contabilista: Uma Abordagem da Profissão Contábil. São Paulo: Saraiva, 2005. SÁ, Antônio Lopes de. Dicionário de contabilidade. 9. ed. (rev. e ampl.) São Paulo: Atlas, 1995. Vale a pena Vale a pena ler Cenários Aplicados a Contabilidade I 18 Conselho Federal de Contabilidade. Resoluções e Pronunciamentos. Brasília: Disponível em: <http://www. cfc.org.br/>. Acesso em: 15 mar. 2012. ContabilidadeFinanceira. Disponível em: <http:// contabilidadefinanceira.blogspot.com.br/2011/10/ifrs- no-brasil.html>. Acesso em: 10 abr. 2012. Escrituração Contábil. Disponível em: <http://www. nfe.fazenda.gov.br>. Acesso em: 20 mar. 2012. Portal de Contabilidade. Disponível em: <www. portaldecontabilidade.com.br>. Acesso em: 15 mar. 2012. Academia Brasileira de Ciências Contábeis. Disponível em: <http://www.abcienciascontabeis.com.br/>. Acesso em: 31 mar. 2012. Código Civil Brasileiro. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/CCIVIL/leis/2002/L10406.htm.> Acesso em: 31 mar. 2012. Escrituração Contábil. Disponível em: <http://www. nfe.fazenda.gov.br>. Acesso em: 31 mar. 2012. Portal de Contabilidade. Disponível em: <www. portaldecontabilidade.com.br>. Acesso em: 21 mar. 2012. Vale a pena acessar Minhas anotações 2ºAula Balanço Patrimonial (BP) Alunos e alunas, Estamos iniciando nossa aula de número 5, que terá como foco o processo do balanço patrimonial. Para isso, preparamos subitens teóricos que nos auxiliarão no processo ensino/ aprendizagem. Assim, convido-os(as) para embarcarem nessa jornada que um único objetivo: conhecimento. Bons estudos! Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • reconhecer e entender as funções da administração financeira; • identificar a obrigatoriedade do balanço patrimonial, segundo a Lei; • reconhecer os itens do balanço patrimonial. Cenários Aplicados a Contabilidade I 20 Seções de estudo 1 - Balanço patrimonial: introdução aos estudos 2 - Demonstração do balanço patrimonial Durante o estudo desta aula, vocês terão a oportunidade de conhecer e refletir sobre os principais itens para se construir uma demonstração do resultado do exercício e, ainda, as receitas de vendas de produtos e serviços, bem como as despesas operacionais que são necessárias para a empresa funcionar. Veremos outros tipos de receitas e despesas e também as contas da demonstração do resultado. 1- Balanço patrimonial: introdução aos estudos Algumas das principais funções da Administração Financeira são a captação e aplicação de recursos dentro da empresa: “Pensando nisso, necessitamos visualizar essa empresa de modo estruturado, organizado, definindo claramente cada item que compõe o seu patrimônio e o resultado dessa empresa” (REVISTA FAER, 2012, p. 17). Nesse sentido, [...] faz-se necessária a correta compreensão de todas as demonstrações contábeis, levando em conta que nelas estão contidas todo o fluxo econômico da empresa, e através delas poderemos medir a eficácia das decisões tomadas pela área financeira (REVISTA FAER, 2012, p. 17). Nesse aspecto, é importante saber que: Você Sabia? “Balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade. No balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da empresa” (PORTAL DE CONTABILIDADE, 2012, p. 1). Podemos inferir que a para realizar a análise das demonstrações contábeis é preciso conhecimento do que representa cada conta que a compõem: “Há uma infinidade de contas decorrentes de inumeráveis operações realizadas por empresas das mais diferentes atividades” (REVISTA FAER, 2012, p. 17).Figura 3.1 Demonstrações financeiras. Figura 3.1 Demonstrações financeiras. FONTE: CONTEADM. RTT e FCONT: impactos da Lei 11638/07 e Lei 11941/09. Disponível em: http://contabilidadeeadm.blogspot.com.br/2011/01/rtt-e-fcont- impactos-da-lei-1163807-e.html. Acesso em: 01jul. 2012. • “Mesmo o exame das operações de uma simples empresa comercial revela enorme profusão (fartura) de contas, e sem uma noção do que estas representam, a interpretação das demonstrações contábeis fica prejudicada” (REVISTA FAER,2012, p. 18). • “A análise de balanços visa a extrair informações para a tomada de decisão. O perfeito conhecimento do significado de cada conta facilita a busca de informações precisas” (FERES, 2008, p. 1). Apenas o BP, DRE e o DLPA são obrigatórias para todos os contribuintes sujeitos a tributação do imposto de renda com base no lucro real. A pessoa jurídica “deverá observar o disposto na lei n° 6404/76 (lei das S/A) para fins de elaboração das demonstrações financeiras” e para fins de publicação, “estas demonstrações devem ser apresentadas de forma comparativa de dois períodos consecutivos” (EBAH, 2012, p. 1). Caros alunos(as), A formação que estamos adquirindo é de fundamental importância, pois a sociedade necessita de profissionais qualificados. Assim, nossa meta é que TODOS invistam em seu conhecimento, por meio de um comprometimento com o Curso. Para tanto, sugerimos que as atividades sejam feitas com precisão e seriedade. E não nos esqueçamos do nosso ambiente virtual. É nesse espaço que entramos em contato com nossos colegas e tutores. Avante! Novas aprendizagens nos aguardam. 1.2 Obrigatoriedade do balanço patrimonial - segundo a lei 6.404/76 Para iniciar nossos estudos sobre a obrigatoriedade do Balanço Patrimonial, é importante entender que: Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: a) balanço patrimonial; b) demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; c) demonstração do resultado do exercício; d) demonstração dos fluxos de caixa; e) se companhia aberta, demonstração do valor 21 adicionado (DJI, 2012, p. 1). Destaca-se ainda que: Parágrafo 4 - As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior (Lei 6404/1976). “De acordo com o § 1º do Art. 176 da Lei 6.404/76, as demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior, para fins de comparação” (PORTAL DE CONTABILIDADE, 2012, p. 1). 1.3 Procedimentos para elaboração do balanço patrimonial No final de cada exercício, de acordo com as considerações do site Portal de Contabilidade (2012), como se faz em todos os meses, procede-se ao levantamento do balancete de verificação, com o objetivo de conhecer os saldos das contas do razão e conferir sua exatidão. Nesse balancete devem estar relacionadas todas as contas utilizadas pela empresa, quer patrimoniais quer de resultado, demonstrando seus débitos, créditos e saldos: As contas do balancete, no fim do exercício, sejam patrimoniais ou de resultado, nem sempre representam, entretanto, os valores reais do patrimônio, naquela data, nem as variações patrimoniais do exercício, porque os registros contábeis não acompanham a dinâmica patrimonial no mesmo ritmo em que ela se desenvolve (PORTAL DE CONTABILIDADE, 2012). Isso implica afirmar que, ainda de acordo com os pressupostos do site Portal de Contabilidade (2012), inúmeros dos componentes patrimoniais aumentam ou diminuem de valor, sem que a contabilidade registre tais variações, bem como várias das receitas e despesas recebidas ou pagas durante o exercício, não correspondem efetivamente aos ingressos e ao custo do período. Daí a necessidade de se proceder ao ajuste das contas patrimoniais e de resultado, na data do levantamento do balanço, para que elas representem, em realidade, os componentes do patrimônio nessa data, bem como suas variações no exercício (MAPH, 2012, p. 1). Como podemos perceber, tendo como referência as considerações de Maph (2012), é indispensável realizar ajustes das contas patrimoniais e de resultado nos prazos para que os dados e as informações não se percam e nem caiam no esquecimento: Durante nossas aulas, procuremresponder, as seguintes indagações: estou efetivamente refletindo sobre os temas propostos? Realizei as pesquisas? Estou me dedicando o tempo suficiente para elaboração de minhas atividades? Pensem nisso... Passemos, a seguir, ao estudo mais efetivo sobre a demonstração do Balanço Patrimonial. 2- Demonstração do balanço patrimonial Nessa demonstração, encontram-se representados os saldos de todas as contas que integram o patrimônio da empresa em determinada data. Nesse ensejo, é importante lembrar que “o Balanço Patrimonial (BP) é uma fotografia em que aparecem os valores” (REVISTA FAER, 2012, p. 1): a) De todos os Bens e direitos que formam o Ativo da empresa (aplicações de recursos); b) De todas as dívidas e compromissos a pagar que constituem o seu Passivo (recursos de terceiros) (origens); c) O total dos recursos pertencentes aos proprietários determinados ao Patrimônio Líquido (capital próprio – “não exigível”) (origens) (REVISTA FAER, 2012, p. 18). Ainda segundo os pressupostos descritos na Revista Faer (2012), os valores descritos no BP apontam para a situação em determinado momento, uma vez que, no próximo dia, diversas contas já terão seus saldos modificados. Apesar de caráter estático, o BP constitui a principal peça contábil devido a sua abrangência: “De acordo com a Lei. Nº 6.404/76 (Art. 178), as contas patrimoniais devem ser agrupadas, é a demonstração que apresenta todos os bens e direitos da empresa” (REVISTA FAER, 2012, p. 18): a) “Ativos – assim como as obrigações. b) Passível Exigível – em determinada data” (REVISTA FAER, 2012, p. 18). Figura 3.2 Balanço patrimonial: ativo e passivo. Fonte: Acervo Pessoal Nesse contexto: A diferença entre Ativo e Passivo é chamada de Patrimônio Líquido e representa os capitais investidos pelos proprietários da empresa, Cenários Aplicados a Contabilidade I 22 quer por meio de recursos trazidos de fora da empresa, quer por estas em suas operações retidos internamente (SCRIBD, 2012, p. 1). Robert N. Anthony (2008), conceituado autor americano, afirma que o balanço mostra: “as fontes de onde provieram os recursos utilizados para a empresa operar – Passivo e Patrimônio Líquido. Os bens e direitos em que esses recursos se acham investidos”. As contas do Ativo devem ser dispostas em ordem decrescente de grau de Liquidez dos elementos nelas registrados: “A lei designou o lado direito do Balanço para o Passivo, quando lá há dois grupos de contas que não representam exigibilidades, sendo: Resultado de Exercícios Futuros e Patrimônio Líquido” (REVISTA FAER, 2012). O Ativo engloba, basicamente, dois tipos de itens: a) Aqueles cujo valor é absolutamente indiscutível porque se acha estampado, ou seja, possuem o chamado valor de face. Um título seja ele uma duplicata ou uma letra de câmbio, possui estampado o seu valor. b) As mercadorias e os bens do ativo imobilizado, cujo valor depende da avaliação (REVISTA FAER, 2012, p. 19). Salienta-se que, ainda segundo os pressupostos da Revista Faer (2012), que as mercadorias podem ser avaliadas de acordo com os critérios reconhecidos e permitidos pela legislação tributária e pelos princípios contábeis, como por exemplo, o PEPS ou a Média Ponderada. Além disso, os produtos finalizados e/ou em elaboração de uma empresa industrial precisam ser avaliados com base em complexos sistemas de custos ou de acordo com arbitrárias e simplificadas fórmulas previstas pela legislação do IR. Os bens e direitos do Ativo Permanente são avaliados pelo custo de aquisição. Por outro lado, o Passivo Exigível tem valor líquido e certo no que se refere a aquelas dívidas assumidas junto a terceiros, como bancos, fornecedores, empregados (REVISTA FAER, 2012, p. 19). O DRE é um relatório contábil que apresenta, de forma resumida, as operações de uma empresa em determinado período e o resultado apurado, que pode ser de lucro ou prejuízo. Para se chegar a esse resultado (lucro ou prejuízo), a DRE detalha os valores para os grupos de receitas, custos, despesas e impostos. Todas as variações do Ativo e do Passivo Exigível em relação ao que deveriam registrar os seus valores corretos são refletidas no Patrimônio Líquido, que assim estará mais próximo ou menos próximo da realidade segundo as eventuais distorções desses Ativos ou Passivos. Além disso, é preciso lembrar que o balanço mostra apenas os fatos registráveis, segundo os princípios contábeis, ou seja, os fatos objetivamente mensuráveis em dinheiro, como compras, vendas, pagamentos, recebimentos, depósitos, débitos em conta, despesas incorridas, receitas faturadas etc., deixando de lado uma série inumerável de fatos, como marcas, participação de mercado, imagem, tecnologia etc. (REVISTA FAER, 2012, p. 19). Em conformidade com a Lei nº 6.404/76, o Balanço Patrimonial deve conter os seguintes grupos de contas: ATIVO = Bens + Direitos 2.1 Ativo circulante - AC “O Ativo Circulante é formado pelas disponibilidades, direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e aplicações de recursos em despesas de exercício seguinte” (REVISTA FAER, 2012, p. 20). A seguir podemos ver quais são as contas que integram esse grupo: • Caixa e Bancos – numerário existente na empresa e depositado em contas de bancárias de livre movimentação. • Aplicação de Liquidez Imediata - aplicações de resgate automático. • Duplicatas a Receber - Títulos de crédito gerados pelas vendas a prazo ou pela prestação de serviços faturados. • Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD) - conta credora destinada a cobrir possíveis perdas com valores a receber de clientes e com outros créditos sem garantias reais. • Contas a receber Diversas – podem referir-se a empréstimos a funcionários, adiantamentos para despesas, cheques em cobrança etc. • Impostos a Recuperar – correspondem a impostos pagos que serão compensados no futuro com tributos da mesma espécie: ICMS sobre compras a serem abatidos sobre o ICMS sobre vendas; PIS, COFINS etc. • Estoques – formados por diversos itens agrupados conforme a sua natureza ou finalidade, a saber: matérias-primas, materiais auxiliares de embalagem, peças de reposição, produtos em elaboração e acabados, mercadorias para revenda, importações em andamento, adiantamentos a fornecedores por conta de entregas futuras etc. • Despesas Antecipadas – parcelas a serem apropriadas aos resultados proporcionalmente ao período dos benefícios correspondentes: prêmios de seguros a vencer, assinaturas de publicações, anuidades pagas a Instituições Diversas (REVISTA FAER, 2012, p. 20). Como podemos notar, as contas que integram o ativo circulante se referem às aplicações de curto prazo. Isso 23 é vencido no ano (iniciado depois do levantamento dos Balancetes Patrimoniais e Mensais). Portanto, precisam ser tratadas com cuidado e atenção necessárias para que a empresa consiga manter sua saúde financeira. Passemos, agora, ao estudo de outro tipo de ativo, o qual é realizável em prazo maior do que este. 2.2 Ativo não Circulante No grupo Ativo não Circulante temos: a) Ativo realizável a longo prazo: Direitos realizáveis após o término do exercício (período, ano) seguinte. Direitos derivados de adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controlados, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia (REVISTA FAER, 2012, p. 20). b) Investimentos: • Participações permanentes em outras sociedades e direitos de qualquer natureza, não classificáveis no Ativo Circulante, ou Realizável a Longo Prazo que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou empresa. • Participações em Coligadas e Controladas. • Participações em Outras Sociedades. • Outros investimentos – obras de arte, imóveis para futura utilização ou para renda etc. • Provisão para perdas (conta credora). c) Imobilizado:direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades da companhia ou empresa, ou exercidos essa finalidade, inclusive os de propriedade comercial ou industrial. (Terrenos e edificações, Máquinas e Equipamentos, Peças e conjuntos de reposição, Ferramentas, Instalações, Veículos, Móveis e Máquinas de Escritórios, Marcas e Patentes, Benfeitoria em propriedades arrendadas, Depreciação, Amortização e Exaustão Acumulada (contas credoras), Imobilização em Andamento (construções, importações em andamento)). d) Intangível: no intangível, serão classificados os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (REVISTA FAER, 2012, p. 20-21). 2.3 Passivo Circulante – PC Vejamos: PASSIVO = Obrigações (exigíveis e não exigíveis) Temos, no Passivo Circulante, as obrigações da companhia, inclusive financiamentos para a aquisição de direitos ou do Ativo Permanente quando vencerem até o encerramento do próximo exercício (REVISTA FAER, 2012): • Fornecedores – refere-se a duplicatas a pagar a fornecedores nacionais ou a outros títulos representativos de dívidas para com estrangeiro. • Empréstimos e Financiamentos – Parcela a vencer durante o próximo exercício social relativa a operações contratadas, em moeda nacional ou estrangeira, com instituições financeiras e outros agentes. • Impostos, Taxas e Contribuições a Pagar ou a Recolher – além dos valores correspondentes aos encargos das empresas, incluem as contribuições sociais de empregados e o imposto de renda retido na fonte. • Contas a Pagar ou Obrigações a Pagar - Salários, comissões, juros e encargos financeiros a pagar, etc. • Adiantamentos de Clientes – Valores recebidos por conta de futuros fornecimentos contratados. • Provisões diversas – Relativas a férias, 13º salário, contingências etc. (REVISTA FAER, 2012, p. 21). 2.4 Passivo Não Circulante Nesse item, temos as obrigações vencíveis em prazo maior do que o encerramento do exercício seguinte. 2.5 Patrimônio Líquido No item Patrimônio Líquido deve contar: a) Capital Social: • Montante do capital subscrito, e por dedução, parcela não realizada. b) Reservas de Capital: • Ágio na emissão de ações ou conversão de debêntures e partes beneficiárias. • Produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição. • Prêmios recebidos na emissão de debêntures, doações e subvenções para investimentos. • Correção monetária do capital realizado, enquanto não capitalizada. c) Ajuste de Avaliação: • Contrapartida do aumento de elementos do ativo em virtude de novas avaliações documentadas por laudo técnico. d) Reservas de Lucros: • Contas constituídas a partir de lucros gerados pela companhia. (Reserva de lucros, estatutárias, contingências, expansão). e. Ações em tesouraria • As ações ou quotas adquiridas pela companhia ou sociedade limitada serão registradas em conta específica redutora do Patrimônio Líquido, intitulada “ações ou quotas em tesouraria”. f. Prejuízos Acumulados: Cenários Aplicados a Contabilidade I 24 • Prejuízos gerados pela companhia (REVISTA FAER, 2012, p. 21). O patrimônio líquido representa, em outras palavras, a aposta dos sócios na atividade empresarial. Saber Mais Para saber mais sobre a Lei nº 6.404/76 acesse o site: NORMAS LEGAIS. Legislação. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm . Acesso em: 05 jan. 2020. Figura 3.3 Balanço patrimonial resumido. Fiquem ligados(as)! A partir das nomenclaturas relacionadas sobre o Balanço Patrimonial, as quais acabamos de estudar, será possível uma maior fundamentação para a compreensão da atuação profissional nesta área. Nossa caminhada nesta aula foi muito interessante, concordam? Adquirimos saberes essenciais para a nossa formação profissional e agora, para fundamentar e melhorar ainda mais a nossa construção de conhecimentos, iremos receber algumas sugestões de leituras, sites e vídeo. Além disso, é importante que acessem o campo AGENDA/ ATIVIDADES e desenvolvam as atividades relacionadas á aula 5. Ao realizá-las, fiquem atentos aos prazos e procurem seguir as orientações do professor. Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar esta Aula, vamos recordar pontos precisos de nossa caminhada: Retomando a aula 1 – Balanço patrimonial: introdução aos estudos Iniciamos nossos estudos da aula 3 aprendendo que uma das principais funções da Administração Financeira é a captação e aplicação de recursos dentro da empresa. Vimos ainda, que a empresa deve, de modo estruturado e organizado, definir claramente cada item que compõe o seu patrimônio e o resultado dessa empresa. Foi possível identificarmos que, ao final de cada exercício social, a diretoria deve elaborar as demonstrações financeiras. Estas deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício. Concordam? 2 – Demonstração do balanço patrimonial Ao término da aula 3, aprendemos como elaborar um balanço patrimonial. Vimos ainda, cada item que ele deve conter, o que nos levou ao conhecimento dos itens que compõem essa prática. Vale a pena ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enforque econômico-financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007. FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006. Vale a pena ler 25 GROPELLI A. A; EHSAN, N. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1998. MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007. REIS, Arnaldo. Demonstrações contábeis: estrutura e análise. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. SÁ, Antonio Lopes de. Teoria da contabilidade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. SANVICENTE, A. Z; SANTOS, C. C. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. CONTE ADM. RTT e FCONT: impactos da Lei 11638/07 e Lei 11941/09. EBAH. Estrutura das demonstrações contábeis. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAHV8AL/ estrutura-das-demonstracoes-contabeis. Acesso em: 01 jul.2012. LEI 6404/1976. Art. 183 184 184 A Lei nº 6404/1976. Disponível em: http://www.cosif.com.br/mostra. asp?arquivo=lei6404cap15s2. Acesso em: 01 jul. 2012. MAPH. Balanço patrimonial. Disponível em: www.maph. com.br/tematica/balancopatrimonial.htm. Acesso em: 15 jun. 2012. NORMAS LEGAIS. Legislação. Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/contabil/ lei6404_1976.htm. Acesso em: 15 jun. 2012. PORTAL DE CONTABILIDADE. Dicas para elaboração do balanço patrimonial. Disponível em: http://www. portaldecontabilidade.com.br/guia/balancopatrimonial. htm. Acesso em: 15 jun. 2012. REVISTA FAER. Estrutura das demonstrações contábeis. Disponível em: http://www.fecra.edu.br/admin/arquivos/ AP2.pdf. Acesso em: 01 jul. 2012. Vale a pena acessar YOU TUBE. Fechamento do balanço patrimonial. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=j2z1lbij5oE. Acesso em: 03 jul. 2012. YOU TUBE. Contabilidade na TV: Programa 36 - Balanço Patrimonial I. Disponível em: http://www. youtube.com/ watch?v=rSF_zLT4Z-k. Acesso em: 03 jul. 2012. Vale a pena assistir Minhas anotações Cenários Aplicados a Contabilidade I 26 Minhas anotações 3ºAula Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Prezados e prezadas, Estamos chegando à metade de nossas aulas, isso é muito bom, concordam? Para darmos continuidade em nossa caminhada, o foco desta aula será um pouco mais reflexiva. O que vocês acham de elaborarmos uma demonstração do resultado do exercício de uma empresa, deixando em evidência como seria esse processo? Em frente! Boa aula! Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • reconhecer as características da Demonstração do resultado do exercício; • identificar os principais grupos de custos; • entendere analisar as despesas necessárias para uma empresa. Cenários Aplicados a Contabilidade I 28 Seções de estudo 1 - Como elaborar a demonstração do resultado do exercício(DRE) 2 - Receitas de Vendas de produtos e serviços 3 - CPV ou CMV - Custos de Produtos Vendidos e Serviços Vendidos 4 - Despesas Operacionais 5 - Outras Receitas e Despesas Operacionais 6 - Demais Contas da Demonstração do Resultado Nesta aula, serão apresentados os principais itens para se construir uma Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e, ainda, as receitas de vendas de produtos e serviços, bem como as despesas operacionais, que são necessárias para a empresa funcionar, veremos ainda outros tipos de receitas e despesas. Também, as contas da demonstração do resultado. Bons estudos! 1 – Como elaborar a demonstração do resultado do exercício (DRE) Nesta Seção, veremos que a Demonstração do Resultado do Exercício é uma demonstração dos aumentos e reduções causados no Patrimônio Líquido pelas operações da empresa. Dessa forma, as receitas representam normalmente um aumento do Ativo, por meio de ingresso de novos elementos, como duplicatas a receber ou dinheiro proveniente das transações. Assim, segundo o site Fecra (2012), aumentando o Ativo, aumenta-se o Patrimônio Líquido. Entretanto, as despesas representam redução do Patrimônio Líquido, por maio meio de um entre dois caminhos possíveis, ou seja, a redução do Ativo ou aumento do Passivo Exigível. Você Sabia? Que todas as receitas e despesas se acham compreendidas na Demonstração do Resultado, seguindo uma forma de apresentação que as ordena de acordo com sua natureza, fornecendo informações significativas sobre a empresa (FECRA, 2012, p. 1). Entretanto, de acordo com Sebrae (2012, p. 1), a Demonstração do Resultado trata-se da síntese do movimento de determinadas entradas e saídas no balanço, entre duas datas. A Demonstração do Resultado retrata apenas o fluxo econômico e não o fluxo monetário (fluxo do dinheiro). Entretanto, para a Demonstração do Resultado não importa se uma receita ou despesa tem reflexos em dinheiro, basta apenas que afete o Patrimônio Líquido (SEBRAE, 2012, p. 1). Temos como exemplo a depreciação que é uma despesa não desembolsada. A receita de equivalência patrimonial (em controladas e coligadas) é uma receita devida ao aumento nos investimentos (e o Patrimônio Líquido), sem entrada de recursos monetários. Enfim, como as modificações no patrimônio Líquido produzidas por receitas e despesas afetam a riqueza dos proprietários, elas são retratadas na Demonstração do Resultado que é uma peça de caráter eminentemente econômico (relacionado à riqueza) e não financeiro (relacionado a dinheiro) (FECRA, 2012, p. 1). Como vocês podem perceber, a partir da leitura acima, a demonstração do resultado é fundamental, também, para administradores, uma vez que permite uma compreensão mais ampla do contexto, ao se voltar para a riqueza e não apenas pontualmente para o dinheiro. Passemos, agora, ao estudo sobre as formas de apresentação de uma DRE. 1.1 Forma de apresentação De acordo com a Lei nº 6.404/76, é preciso definir o conteúdo da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). O DRE deve ser apresentado na forma dedutiva, com os detalhes necessários das receitas, despesas, ganhos e perdas, definindo claramente o lucro ou prejuízo líquido do exercício e, por ação, sem confundir com a conta de Lucros Acumulados, em que é feita a distribuição ou alocação do resultado (FECRA, 2012). 1.2 Definição de lucro líquido O conceito de lucro líquido deve estabelecer os critérios de classificação de certas despesas, de acordo com a Lei, por meio da DRE. Dessa forma, [...] o lucro ou prejuízo líquido apurado nessa demonstração é o que se pode chamar de lucro dos acionistas, pois, além dos itens normais, já se deduzem como despesa o IR e as participações sobre os lucros a outros que não os acionistas, de forma que o lucro líquido demonstrado é o valor final a ser adicionado ao patrimônio líquido da empresa, que em última análise, pertence aos acionistas, ou distribuídos como dividendo (FECRA, 2012, p. 1). 1.3 Regime de competência No Regime de competência, conforme sugere o site Fecra (2012, p. 1), tanto as receitas como despesas precisam ser apropriadas “ao período em função de sua incorrência e da vinculação da despesa à receita, independentemente de seus reflexos no caixa”. 1.4 Classificação Na Classificação temos o resultado subdividido em 29 alguns tópicos, sendo: a) Lucro Bruto. b) Lucro operacional. c) Resultados não operacionais. d) Impostos. e) Participações sobre o lucro e resultado líquido. Pode-se destacar que a tendência, nos países mais desenvolvidos, não é a “de se utilizar o conceito operacional/ não operacional, mas a de se segregar os itens extraordinários e aos relativos às operações continuadas” (FECRA, 2012, p. 1). Veremos a seguir um exemplo de como apresentar a Demonstração do resultado do exercício: Quadro 1.1 Exemplo de Demonstração do resultado do exercício. Demonstração do Resultado do Exercício Receita Bruta das Vendas e Serviços ( - ) Devoluções ( - ) Abatimentos ( - ) Impostos = Receita Líquida de Vendas e Serviços ( - ) Custos das Mercadorias e Serviços Vendidos = Lucro Bruto ( - ) Despesas com Vendas ( - ) Despesas Financeiras (deduzidas das Receitas Financeiras) ( - ) Despesas Gerais e Administrativas ( - ) Outras Despesas Operacionais ( + )Outras Receitas Operacionais = Lucro ou Prejuízo Operacional (+ ) Receitas não Operacionais ( - ) Despesas não Operacionais (+ ) Saldo da Correção Monetária = Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda ( - ) Imposto de Renda e Contribuição Social ( - ) Participações de Debêntures ( - ) Participações de Empregados ( - ) Participação de Administradores e Partes Beneficiárias ( - ) Contribuições para Instituições ou Fundos de Assistência ou Previdência de Empregados = Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício = Lucro ou Prejuízo por Ação Fonte: acervo pessoal. Saiba mais sobre a as Demonstrações do Resultado do Exercício, acessando o link: PORTAL DE CONTABILIDADE. Demonstrações do resultado do exercício. Disponível em: http://www. portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstracaodoresultado.htm. Acesso em: 15 jun. 2012. Agora, passemos ao estudo de receitas de vendas de produtos e serviços. 2 - receitas de vendas de produtos e serviços 2.1 Legislação De acordo com a Lei nº 6.404/76, em seu art. 187, itens I e II, as empresas devem discriminar na DRE “a receita bruta das vendas e serviços”, as deduções das vendas, dos abatimentos e dos impostos” e a “receita líquida de vendas e serviços” (VIDEOAULA ESTUDANTE, 2012, p. 1). Desse modo, as vendas contabilizadas pelo valor bruto e impostos contabilizados em contas específicas serão classificadas como contas redutoras de vendas. 2.2 Deduções das vendas As deduções das vendas são “representadas pelas contas de vendas canceladas, abatimentos e impostos incidentes sobre vendas” (FECRA, 2012, p. 1), as quais também são importantes e precisam figurar na DRE. 2.3 Vendas canceladas Podemos notar que nas vendas canceladas a conta devedora deve incluir todas as devoluções de vendas. Nesse sentido, essas devoluções não devem ser deduzidas diretamente na conta vendas, mas registradas na conta vendas canceladas que é a devedora específica. Esse procedimento é também útil para fins internos da administração no sentido de acompanhar o volume das vendas efetuadas, mas devolvidas posteriormente pelos clientes (FECRA, 2012, p. 1). É importante reforçar a ideia de que é preciso registrar as devoluções em vendas canceladas, uma vez que elas não podem ser deduzidas diretamente da conta vendas. 2.4 Abatimentos Nessa conta, devem-se abrigar os descontos concedidos a clientes, posteriormente à entrega dos produtos, por defeitos de qualidade apresentados nos produtos entregues, ou por defeitos oriundos
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