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Transporte Escolar Rural: Regulação e Orientações

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1
2 3
APRESENTAÇÃO
O transporte escolar é fundamental para facilitar o acesso e a permanência 
dos estudantes nas escolas, especialmente aqueles residentes em áreas rurais. 
Por isso, todas as ações que visam a melhoria das condições do serviço ofertado, 
são relevantes para o aprendizado dos alunos que dele fazem uso, contribuindo 
para o desenvolvimento da educação nacional.
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), como órgão 
gestor dos recursos financeiros de programas federais voltados à Educação e 
responsável direto pelo Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate) 
tem buscado o aperfeiçoamaneto de suas ações para melhorar o atendimento 
aos alunos da área rural.
A presente Cartilha de Regulação do Transporte Escolar Rural tem por objeti-
vo fornecer orientações e apoio aos gestores dos Municípios, para que possam 
melhorar o seu Transporte Escolar Rural estabelecendo normas objetivas para 
a execução deste serviço .
Nesta Cartilha será encontrado um conjunto de elementos que devem ser 
considerados em um processo de regulação do Transporte Escolar Rural, bem 
como as explicações referentes a cada etapa do processo regulatório.
4 5
INTRODUÇÃO
De acordo com a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 205, todos os 
brasileiros têm direito à educação, sendo dever do Estado e da família promovê-
la e incentivá-la com a colaboração da sociedade. Para os estudantes residentes 
na área rural, o Transporte Escolar Rural é fundamental para que se garanta o 
acesso e permanência nas escolas.
A oferta do Transporte Escolar em condições favoráveis tende a melhorar o 
aprendizado dos alunos que dele necessitam, pois, além de melhorar a freqüência 
escolar, possibilita sua permanência no campo.
A Constituição também garante, ao estudante, em seu artigo 208, o direito de 
usufruir de transporte escolar gratuito, cabendo ao Poder Público a obrigação de 
oferecer este serviço com qualidade e segurança, através de regras que estabe-
leçam como, onde e a quem deve atender o transporte escolar rural. 
Consideradas as particularidades e carências da área rural, cabe ao poder 
público elaborar políticas voltadas à educação, que facilitem o acesso e a perma-
nência dos estudantes residentes em área rural nas escolas, sendo necessário, 
para tanto, que o Transporte Escolar tenha normas claras, que respeitem as 
especificidades da área rural e de seus habitantes.
No Brasil, são poucos os municípios que têm essas regras, pois, na maioria 
das vezes são os diretores das escolas quem escolhe os estudantes que serão 
atendidos por este serviço, da mesma forma que são os operadores do transporte 
escolar quem define as rotas a serem seguidas. 
O objetivo do transporte escolar rural é contribuir para o acesso e a permanência 
dos estudantes nas escolas. Assim, os gestores municipais devem evitar que os 
alunos percorram trechos longos, que fiquem muito tempo esperando o transpor-
te escolar ou utilizem estradas e veículos em condições precárias, para que não 
cheguem à escola cansados demais, prejudicando seu rendimento escolar.
O objetivo desta Cartilha é fornecer orientações sobre:
• As estratégias de regulação do transporte escolar rural;
• A definição de alguns elementos para a Regulação do Transporte Escolar 
Rural nos estados e municípios brasileiros;
• Algumas ações que podem ser adotadas a partir das informações obtidas 
no processo regulatório; e
• Quais os procedimentos legais a serem seguidos para a contratação de 
bens e serviços relacionados ao Transporte Escolar Rural, bem como algu-
mas diretrizes para o desenvolvimento do processo licitatório.
6 7
POR QUE REGULAR?
A justificativa básica para a regulação de determinados serviços ou atividades 
econômicas está na incapacidade do mercado, por si só, de prover uma solução 
ótima do ponto de vista econômico e social.
Ou seja, o mercado, não é capaz de fornecer, de modo eficiente, um bem ou 
serviço. Tal incapacidade é denominada falha de mercado. Havendo falhas de mer-
cado, os poderes públicos são obrigados a interferir, seja pela provisão direta do 
bem ou serviço, por meio de empresas públicas, ou pela regulação das atividades 
concedidas à iniciativa privada. Assim, a regulação consiste no estabelecimento 
de regras pelo Estado, visando promover a eficiência e garantir aos cidadãos o 
direito de acesso a um serviço essencial, no caso, o Transporte Escolar Rural.
8 9
QUAIS SÃO AS OBRIGAÇÕES DA ESCOLA?
A escola deve:
• Fornecer endereço de origem e destino de cada aluno;
• Providenciar uma forma segura e confortável de transporte;
• Evitar deslocamentos 
longos para não cansar o 
aluno, prejudicando seu 
rendimento escolar;
• Controlar o uso do trans-
porte escolar pelo aluno 
como forma de controle da 
assiduidade escolar .
QUEM PODE REALIZAR O SERVIÇO 
DE TRANSPORTE ESCOLAR?
• Estados e Municípios, ou, 
• Terceiros, particulares contratados pela Administração Pública, que deverão 
cumprir as regras do contrato, recebendo remuneração diretamente do con-
tratante pelo serviço prestado, em conformidade com a Lei nº 8.666/93.
 
COMO PODE SER EXECUTADO O SERVIÇO?
• Diretamente pela Administração Pública, que pode ainda, comprar ou 
alugar veículos e instalações através de licitação, e contratar motoristas e 
monitores por meio de concurso, tudo de acordo com a Lei nº 8.666/93.
• Através de particular contratado para executar o serviço. Mas a execução 
só pode ocorrer depois da licitação, conforme a Lei nº 8.666/93 .
TRANSPORTE ESCOLAR RURAL
 
O QUE DIZ A LEI?
A Constituição Federal determina a igualdade de condições para o acesso 
e permanência na escola (art.206, I), e impõe ao Poder Público a obrigação da 
prestação de ensino fundamental obrigatório e gratuito (inciso I); e o atendimento 
ao educando, no ensino fundamental, em consonância com os programas su-
plementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência 
à saúde (inciso VII).
O transporte escolar como programa complementar é instituído no Esta-
tuto da Criança e do Adolescente – ECA (art. 54, VII) e na Lei das Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional – LDB (art. 4º,VIII), sendo, portanto, um dever 
do Estado.
 
COMO DEVE SER O TRANSPORTE ESCOLAR?
O serviço de transporte escolar tem uma característica especial: sendo um 
serviço público, ele não é passível de exploração comercial, portanto não é 
suscetível de delegação à iniciativa privada a título de concessão ou permissão, 
modalidades estas que pressupõem a exploração mediante cobrança de tarifa, 
por conta e risco do operador (art. 2º da Lei nº 8.987/95). No transporte escolar, 
o passageiro, aluno, deve usufruí-lo gratuitamente, já que é gratuito o ensino 
público fundamental. O transporte também deve atender o aluno com pontuali-
dade e segurança.
ENTENDENDO O 
OBJETO A SER LICITADO
10 11
O QUE PLANEJAR ANTES 
DE IMPLEMENTAR A REGULAÇÃO?
Para implementar a regulação do serviço de transporte escolar rural, a Adminis-
tração Pública precisa conhecer os problemas a serem solucionados, a situação 
atual e os objetivos que pretende atingir com suas ações. Mas conhecer só não 
basta, é preciso planejar essas ações, definindo pontos essenciais, como:
• Definir os critérios para a seleção de operadores, bem como as atribuições 
e responsabilidades da Administração na definição dos serviços e respon-
sabilidades do operador, remuneração, controle, incentivos e sanções, além 
de registro e controle de informações;
• Treinamento e capacitação tanto dos responsáveis pela gestão do 
transporte escolar da própria Administração quanto das escolas, além da 
criação de rotinas administrativas para especificar o serviço e controlar 
sua execução;
• Acesso e participação dos pais no processo, com informações sobre os 
serviços, direitos e deveres, bem como apresentação de sugestões.
QUAIS SÃO OS ELEMENTOS DO SISTEMA DE 
TRANSPORTE ESCOLAR ?
Componentes físicos do sistema 
- infraestrutura física;
- veículos; e
- equipamentos de gestãoe controle.
Operação
- regularidade;
- segurança ;
- conforto; e 
- programação e controle dos serviços.
 
Os agentes do serviço
- operador;
- alunos e responsáveis;
- gestores escolares; e
- Poder Público. 
12 13
COMO ADEQUAR OS ELEMENTOS DO 
SISTEMA DE TRANSPORTE ESCOLAR RURAL 
AOS PARÂMETROS?
A adequação dos elementos do sistema de transporte escolar rural aos parâ-
metros de avaliação ocorre através do cruzamento dessas informações, tornando 
possível a concepção das normas a serem adotadas na regulação dos serviços.
VIAS DE ACESSO
• As vias de acesso terrestre por onde trafegará o transporte escolar rural 
devem ser conservadas e mantidas pelo Poder Público.
• Se o transporte escolar for marítimo ou fluvial, o Poder Público deve observar 
e cumprir as recomendações existentes na legislação naval, principalmente 
no que se refere às normas de segurança.
• As diretrizes para conservação e manutenção poderão ser consolidadas 
pelo Gestor Municipal através de decreto ou lei municipal.
VEÍCULOS
• Para o transporte escolar devem ser utilizados veículos apropriados. Para 
isso, a Administração deverá especificar as funcionalidades esperadas do 
veículo e fiscalizar sua utilização dentro dos parâmetros estabelecidos.
• As normas que irão regular esse item podem constar no Regimento e/ou 
edital de contrato, podendo conter ainda detalhes sobre vistoria e sanções 
para o descumprimento dessas normas.
• Outro ponto importante para a segurança dos estudantes é o tempo de 
uso dos veículos, cabendo ao Poder Público definir o preíodo máximo de 
uso para substituí-los, bem como realizar fiscalização para esse controle.
• Da mesma forma que as normas para o tipo de veículo, as relativas ao 
tempo de uso também poderão constar no Regulamento e/ou no contrato, 
devendo, ainda, ficar clara as formas de controle e sanções para o descum-
primento dessas normas.
QUE PARÂMETROS USAR PARA 
MEDIR A QUALIDADE DO SERVIÇO?
Para medir a qualidade do serviço prestado, devem ser traçados alguns parâ-
metros que, no caso do transporte escolar rural são:
• O acesso físico ao serviço de transporte escolar rural em condições de 
segurança.
• A efetiva prestação do serviço de transportar o aluno do ponto de embar-
que à escola e da escola ao ponto de desembarque.
• O cumprimento dos horários previstos tanto para o embarque dos alunos 
quanto para sua chegada à escola.
• As condições de bem-estar dos alunos desde o momento de espera da condu-
ção, passando pelo tempo de permanência dentro do veículo, de modo que ao 
chegar à escola estejam em plenas condições de obter rendimento escolar.
• O tratamento dispensado pelos prestadores de serviço aos alunos.
• As condições higiênico-sanitárias do veículo e dos pontos de embarque 
e desembarque;
• Os aspectos tanto da segurança de circulação quanto dos de segurança 
pública.
• A adaptação permanente do serviço às demandas que variam.
• O atendimento dos requisitos legais exigidos para a execução do trans-
porte escolar rural.
14 15
Os veículos de transporte escolar possuem uma capacidade de lotação limite 
de alunos sentados, para o qual estão habilitados. Cabe aos órgãos administra-
dores a fiscalização do cumprimento dessa exigência, de acordo com a Reso-
lução CONTRAN nº 25/98. Essas normas devem constar nos Regulamentos e/
ou contratos.
O Poder Público deve exigir a adaptação dos veículos que fazem o transporte 
escolar às características dos alunos, no que se refere a aspectos como padro-
nização da altura e largura dos assentos, abertura das janelas e exigência de 
cinto de segurança.
Deve ser observada a igualdade de condições de acesso às escolas para 
alunos portadores de necessidades especiais, conforme determina a legislação 
brasileira, cabendo a Administração Pública estabelecer parâmetros e critérios 
técnicos para garantir esse acesso.
A fiscalização desse item deve observar as recomendações do Decreto nº 5.296 
de 2004, além de outras normas pertinentes, devendo esta exigência constar no 
Regulamento e no Contrato.
Os veículos rodoviários utilizados no transporte escolar devem ter uma 
caracterização própria e, em conformidade com o art. 136 do Código de Trânsito 
Brasileiro, devem, obrigatoriamente, apresentar:
• pintura de faixa horizontal na cor amarela, em toda a extensão das partes 
laterais e traseira da carroceria, com o dístico ESCOLAR em preto.
Os alunos podem ser transportados em embarcações nas localidades onde 
o transporte fluvial ou marítimo (rios, lagos, lagoas, oceano) for mais eficiente. 
A embarcação, motorizada ou não, deverá estar registrada na Capitania dos 
Portos, e a autorização para trafegar, exposta em local visível.
EQUIPAMENTOS AUXILIARES 
Os equipamentos auxiliares, como os de comunicação e o GPS, contribuem 
para maior segurança durante o transporte. Cabe ao Poder Público determinar e 
controlar a disponibilidade e o bom funcionamento desses equipamentos.
 
 
Os encargos referentes a esses equipamentos devem constar no regulamento 
ou no Contrato.
As rotas ou percursos devem ser escolhidos pelo Gestor Municipal para garantir 
maior acessibilidade aos alunos, levando em conta a localização da residência 
dos estudantes e a da escola. 
PONTOS DE EMBARQUE E DESEMBARQUE
A localização e controle dos pontos de embarque e desembarque dos alunos 
é fator relevante no transporte escolar, devendo ser verificado se as distâncias 
entre os pontos de embarque e as residências dos estudantes estão adequadas, 
comparando-as com os parâmetros estabelecidos. 
Considerando as características do ambiente rural deverão constar no Regu-
lamento e no Contrato situações como distâncias máximas a serem percorridas 
pelos alunos entre a residência e o ponto de embarque e, do ponto de desem-
barque à escola.
16 17
QUILOMETRAGEM
Deve ser estabelecida pelas ordens de serviço emitidas para cada linha, sen-
do controlada pelo Poder Público. Cabe à Administração atentar para variações 
ocorridas em relação às definidas nas ordens de serviço.
A ocorrência de qualquer problema que possa levar a alteração do itinerário 
deverá ser comunicada ao Gestor Público. 
ESTADO DE MANUTENÇÃO
O estado de manutenção dos veículos deve ser regulado pelo Poder Público 
sendo vistoriados periodicamente todos os equipamentos e demais itens dos 
veículos quanto à sua situação e funcionamento.
ITINERÁRIO
Ao fixar o itinerário para veículos que levam e trazem crianças, deve-se evitar 
que elas percorram a pé distâncias muito longas até o ponto onde o veículo 
passa. Os pontos deverão ser fixados em função da localização da residência/
escola do aluno.
Durante os períodos chuvosos, um novo percurso, caso seja necessário, deve 
ser definido em ordem de serviço específica. 
HORÁRIO
O cumprimento dos horários estabelecidos é essencial para um bom trans-
porte escolar, pois atraso para as aulas pode prejudicar os estudantes e afetar o 
desempenho escolar. Os horários de chegada à escola, bem como o horário que 
o veículo deve passar em cada ponto de embarque/desembarque estabelecido 
na rota, devem ser definidos na ordem de serviço.
O Poder Público 
deve fiscalizar o 
cumprimento dos 
horários comparando 
o previsto com o 
executado, devendo 
tal item constar 
no Contrato.
DURAÇÃO DA VIAGEM
Recomenda-se que o Poder Público estabeleça, considerando as características 
de cada região, o tempo máximo de viagem, que servirá de base para a montagem 
dos quadros de horários da operação dos veículos do transporte escolar.
Deverão constar no Contrato os tempos máximos de duração das viagens do 
Transporte Escolar Rural, bem como a tolerância de horários.
18 19
PERIODICIDADE
A oferta de transporte escolar deverá ocorrer durante todos os dias letivos, sendo 
que o controle por parte do Poder Público garante o acesso dos alunos às escolas.
TURNOS DE OPERAÇÃO
O transporte escolar deve atender todos os horários em que houver aulas, 
independente do número de alunos, sendo de responsabilidade do Poder Público 
conferirse todos os turnos estão sendo atendidos. 
• A garantia de que a oferta do serviço ocorrerá nos mesmos turnos da 
escola deverá constar no Regulamento. 
 
COMO DEFINIR PROCEDIMENTOS 
OPERACIONAIS ESPECIAIS?
• Deverão ser estabelecidas, em Regulamento e/ou Contratos, as condi-
ções especiais para o embarque e desembarque de alunos Portadores de 
Necessidades Especiais (PNE);
• Deverão ser previsto em 
Regulamento e/ou Contratos 
os procedimentos a ser 
dotados em eventos 
especiais.
COMO DEVE SER 
O PERFIL DA OPERAÇÃO?
Alguns itens de perfil são estratégicos para que o Poder Público possa carac-
terizar a prestação do transporte na localidade:
• Possibilidade ou não de terceirização;
• Possibilidade ou não de aceitação de caronas;
• Critérios para eleição dos alunos beneficiados com o transporte;
• Possibilidade de utilização dos veículos para atividades extra classe;
• Necessidade de presença de monitores, dentre outras.
EMPRESA
A Lei nº 8.666/93, arts. 28 a 31, estabelece, a documentação exigida das em-
presas participantes de licitação. Assim, a empresa que quiser prestar serviço 
de transporte escolar deverá apresentar documentos referentes a:
• Idoneidade técnica;
• Idoneidade financeira;
• Idoneidade jurídica;
• Idoneidade legal.
Os encargos e responsabilidades das empresas também devem ficar claramente 
definidos em contrato, conforme contido no art. 55, inciso VII, da lei nº 8.666/93.
CONDUTOR
A admissão do condutor do veículo de transporte escolar rodoviário e aquaviário 
é de responsabilidade da empresa contratada, que deverá atender às exigências 
20 21
MONITOR
No transporte escolar, o monitor é responsável pelo embarque e desembarque 
dos alunos e, pelo controle do comportamento e do uso do cinto de segurança 
pelos estudantes durante o trajeto.
A empresa contratada será responsável pela admissão do monitor, quando for 
necessário, devendo seguir as exigências estabelecidas pelo Poder Público no 
sentido de contratar os profissionais mais capacitados para esta tarefa.
do art. 138 do Código de Trânsito Brasileiro e às recomendações do INEP:
• Ter idade superior a 21 anos;
• Ter habilitação para dirigir veículos na categoria “D”;
• Possuir curso de Formação de Condutor de Transporte Escolar;
• Não ter cometido falta grave ou gravíssima nos últimos doze meses.
• Se pilotar embarcações, deve ser habilitado na Capitania dos Portos ;
• Ter sido submetido a exame psicotécnico com aprovação especial para 
transporte de alunos;
• Possuir matrícula específica no Detran ou Capitania dos Portos.
PAIS E/OU RESPONSÁVEIS
Os pais devem discutir o Transporte Escolar Rural com os dirigentes muni-
cipais buscando soluções dentro da própria comunidade, garantindo eficiência, 
economia e segurança no transporte dos alunos. A contribuição dos pais é 
fundamental nesse processo.
22 23
COMO CONTRATAR SERVIÇOS, 
EQUIPAMENTOS E MÃO-DE-OBRA 
PARA O TRANSPORTE ESCOLAR?
O transporte escolar possui diferentes modalidades para a prestação de serviço, 
podendo ocorrer mediante execução direta ou indireta. Contudo, independen-
temente da modalidade, a Administração Pública dificilmente não terá de firmar 
contratos com particulares. Assim:
O QUE É O CONTRATO?
Contrato, de acordo com a Lei nº 8.666/93, é todo e qualquer ajuste celebrado 
entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, por meio do 
qual se estabelece acordo de vontades, para formação de vínculo e estipulação 
de obrigações recíprocas.
O transporte escolar enseja a realização de diversos tipos de contratos, 
dependendo da modalidade de execução, como se segue:
Nos contratos administrativos, a 
Administração pode modificar ou rescindir 
unilateralmente o contrato e impor sanções ao particular.
EXECUÇÃO DIRETA
Nesta modalidade o Poder Público executa diretamente o serviço podendo 
contratar:
• Construção/manutenção de obras;
Licitação obrigatória desde que não se enquadre nos casos de dis-
pensa e inexigibilidade. O Contrato segue determinações contidas 
na Lei nº 8.666/93. 
•Locação de bens móveis ou imóveis;
Edital conterá as especificações veiculares, devendo tornar o negócio 
jurídico atrativo para o particular.
•Fornecimento de bens móveis necessários à manutenção do serviço;
Deverão ser feitas especificações claras acerca do objeto e os 
preços deverão pautar-se naqueles praticados pelos órgãos e 
entidades da Administração Pública, mantendo-se registro de 
preços atualizado.
• Contratação de serviços de terceiros;
A contratação é enquadrada como serviço técnico-profissional 
submetendo-se a todos os procedimentos licitatórios e formais 
previstos na Lei nº 8.666/93.
• Contratação de mão-de-obra; 
Para prestação dos serviços de condutores ou monitores é reco-
mendado que a Administração realize diretamente o serviço com 
seus próprios funcionários.
• Realização de termo de parceria para algum serviço relacionado ao Trans-
porte Escolar Rural. 
Se a parceria for feita com Organização da Sociedade Civil de Inte-
resse Público(OSCIP), a entidade não pode ter fins lucrativos.
24 25
EXECUÇÃO INDIRETA
Se o Poder Público optar por terceirizar a execução do serviço de Transporte 
Escolar Rural deverá fazê-lo sob a forma de contratos de serviço, regidos pela 
Lei nº 8.666/93.
O Contratado é mero executor do serviço, recebendo pagamento direta-
mente do Poder Público contratante.
A Contratação está sujeita à prévia licitação, conforme art. 2º da Lei nº 
8.666/93
INICIANDO A LICITAÇÃO
Seguem abaixo recomendações sobre licitação e forma dos contratos, baseadas 
na legislação, para orientar a elaboração do processo de contratação de bens e 
serviços destinados à oferta de transporte escolar em áreas rurais. 
O objetivo dessas recomendações é ajudar no processo de seleção de 
propostas vantajosas para o interesse público e ainda indicar diretrizes gerais para 
que se cumpram as disposições legais referentes ao transporte escolar rural.
Para a montagem desse procedimento, alguns passos básicos devem ser 
seguidos. Além de cumprir as determinações da legislação, é preciso analisar e 
definir de forma consciente os aspectos estratégicos envolvidos no processo, a 
fim de assegurar a eficiência do processo de licitação e de sua execução.
O QUE PRECISA SER LICITADO?
Conforme o art. 37, inciso XXI da Constituição Federal, é necessária a realiza-
ção de licitação para:
•Obras;
•Serviços;
•Compras;
•Alienações.
Contudo, a própria lei abre exceções para alguns casos, criando a figura da 
dispensa ou inexigibilidade. A diferença entre dispensa e inexigibilidade é:
•Inexigibilidade ocorre sempre que não exista possibilidade de competição, 
devendo, contudo, ser comprovada (art. 25 da Lei nº 8.666/93).
•Dispensa acontece quando mesmo sendo aceitável a licitação, ocorre razão 
justificada que exclua sua necessidade (arts. 17 e 24 da Lei nº 8.666/93). 
No caso do transporte escolar rural se o Poder Público desejar:
•Construir e/ou fazer manutenção de algum prédio;
•Comprar ou alugar quaisquer dos bens necessários à sua necessidade;
•Contratar algum serviço; ou,
•Transferir a terceiros a execução do serviço.
Se o valor do contrato de serviços do operador privado for inferior a R$8.000,00; 
se for necessária a aquisição de peças para a manutenção de ônibus escolares com 
fornecedor original durante período de garantia; ou se contratar serviços ou mão-
de-obra de Associação de Portadores de Deficiência Física, sem fins lucrativos e de 
comprovada idoneidade, para monitoria nos veículos, a Licitação será Dispensada. 
Sobre os casos de inexigibilidade previstos no art. 25 da Lei nº 8.666/93, se for 
configurada impossibilidade real de competição, o Poder Público deverá tipificar 
e justificar o caso como sendo de inexigibilidade, conformando-se à Lei.
26 27
MODALIDADES E TIPOS DE LICITAÇÃO
Para realizar qualquer licitação é preciso fazer o enquadramento adequado,confor-
me dispõe o art. 22 da Lei nº 8.666/93, apresentando as seguintes modalidades:
CONCORRÊNCIA
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, 
na fase de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos 
mínimos de qualificação exigidos no edital para execução do objeto.
Envolve os montantes mais elevados de recursos.
CONVITE
É a modalidade de licitação entre interessados 
do ramo pertinente ao objeto, cadastrados ou não, 
escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela Unidade 
Administrativa, que afixará em local apropriado, cópia do instrumento 
convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na especialidade 
correspondente que manifestarem interesse com antecedência 
de até 24 (vinte e quatro horas) da apresentação das propostas. 
Envolve os montantes menos elevados de recursos.
CONCURSO
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados 
para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a 
instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme 
critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial 
com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
LEILÃO
É a modalidade de licitação entre quaisquer 
interessados para a venda de bens móveis inservíveis 
para a administração ou de produtos legalmente apreendidos 
ou penhorados, ou para alienação de bens imóveis prevista 
no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual 
ou superior ao valor da avaliação.
É a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que 
atenderem todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia 
anterior à data de recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. 
Envolve os montantes de recursos de valor intermediário.
TOMADA DE PREÇOS
28 29
Para a contratação do serviço de transporte escolar rural o Poder Público deverá 
escolher entre as modalidades de Concorrência, Tomada de Preços ou Convite, 
dependendo do valor a ser pago, como demonstrado abaixo:
REGIMES DE EXECUÇÃO
Se o Poder Público for contratar empresa para executar o serviço de transpor-
te escolar, poderá utilizar um dos três regimes de execução contidos na Lei nº 
8.666/93, em seu art. 6º.
•	Empreitada	por	preço	global	-	contratação por preço certo e total.
•	Empreitada	por	preço	unitário	–	contratação por preço certo para unidades 
determinadas.
•	Tarefa	–	contratação de mão-de-obra para pequenos trabalhos, por preço certo.
CRITÉRIOS DE JULGAMENTO
Os critérios de seleção estão dispostos no art. 45, § 1º da Lei nº 8.666/93, sendo:
•	Menor	Preço;
•	Melhor	Técnica;
•	Técnica	e	Preço;
•	Maior	Lance	ou	Oferta.
A Administração deve realizar ampla pesquisa de preços, para ter uma boa 
estimativa de custos do objeto a ser contratado, devendo, ainda, utilizar de crité-
rios objetivos para a escolha das propostas, caso em que a licitação por menor 
preço é a mais indicada.
REGIME DE REMUNERAÇÃO 
E REAJUSTE CONTRATUAL
A remuneração do prestador de serviço de Transporte Escolar Rural pode so-
frer modificação em função de alterações impostas pela Administração ou fatos 
adversos surgidos no decorrer do contrato, existindo previsão legal de reajustes 
e revisões do valor para estes casos.
REAJUSTE CONTRATUAL
Refere-se ao processo de atualização dos valores contratados em 
função de perdas inflacionárias, sendo sua ocorrência normalmente 
anual e definida em função de índices previstos no contrato.
30 31
A administração deve adotar índices que expressem as realidades locais relativas 
ao objeto licitado e que reflitam a renda das famílias envolvidas com o objeto.
REVISÃO CONTRATUAL
Esta revisão deve estar prevista em cláusulas específicas no contrato, uma vez 
que tem a função de proteger o contratado contra situações de risco da economia 
ocorridas durante o contrato e sobre as quais ele não tem influência, servindo 
para resguardar a justiça entre o contratado e o contratante.
Refere-se ao processo de atualização dos valores contratados em 
função de perdas inflacionárias, sendo sua ocorrência normalmente 
anual e definida em função de índices previstos no contrato.
ELABORAÇÃO 
DO EDITAL
Edital é o documento através do qual o Poder Público informa 
à sociedade a abertura de licitação, estabelecendo as regras relativas 
à sua realização e convocando os interessados a apresentarem 
suas propostas, devendo suas regras ser cumpridas tanto pela 
Administração quanto pelos proponentes.
O edital deve ter a seguinte estrutura:
• Preâmbulo, onde devem constar: o número de ordem em série anual da 
licitação; nome da repartição interessada e setor; finalidade da licitação; 
modalidade, regime de execução e tipo de licitação; processo administrativo 
pelo qual a licitação foi autorizada; menção explícita que a licitação será 
regida pela Lei nº 8.666/93; demais leis que regem o processo; local, dia 
e hora para recebimento da documentação e propostas, bem como para 
início da abertura dos envelopes.
• Texto, onde devem ser definidos: o objeto; as condições de parti-
cipação; o critério de julgamento das propostas; e os requisitos para 
formalização do contrato, em conformidade com o disposto no art. 40 
da Lei nº 8.666/93.
• Fecho, que corresponde à parte final do edital onde devem constar as 
determinações legais acerca de sua divulgação, a data e a assinatura dos 
responsáveis pela licitação.
Conforme preconiza o art. 38, parágrafo único da Lei nº 8.666/93, 
qualquer minuta, seja de edital, contrato, acordo, convênio ou ajuste deve 
ser examinada e aprovada pela assessoria jurídica da Administração.
ANEXOS AO EDITAL
A Lei nº 8.666/93 estabelece ainda que alguns anexos devem integrar o Edital, 
quais sejam:
• O projeto básico e/ou projeto executivo, com todas as suas partes, dese-
nhos, especificações e outros complementos;
• O orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários;
• A minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante 
vencedor;
• As especificações complementares e as normas de execução pertinentes 
à licitação.
32 33
REGULAMENTO
São textos normativos que integram um conjunto de regras, normas e 
preceitos destinados a reger o funcionamento de um grupo ou de uma 
determinada atividade. Para o setor de transportes irá especificar ques-
tões como: competências dos órgãos reguladores, formas de execução 
dos serviços, possibilidade de delegação do serviço a particulares, 
critérios para licitação, criação de linhas, formas de fiscalização, e pena-
lidades a serem aplicadas aos prestadores.
Em matéria de licitações, são instrumentos contratuais 
simplificados ou determinações para que se inicie o serviço 
contratado. No transporte escolar rural, detalhará as informações 
operacionais de determinado serviço, que deverão ser cumpridas 
fielmente pelas empresas prestadoras, especificando horários de 
partida e chegada, as linhas, o itinerário de forma detalhada e os 
números dos veículos que serão utilizados para o serviço.
ORDEM DE SERVIÇO
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
O desempenho deve ser avaliado utilizando-se os parâmetros regulatórios, os 
quais são trabalhados em seis dimensões estratégicas:
• Presença do tema em editais e contratos, onde deverão ser definidos: 
- Padrão mínimo de desempenho almejado;
- Meios pelos quais será monitorado e medido; e,
- Conseqüências, para o contratado, em caso de desempenho abaixo 
e acima do requerido.
• Definição de variáveis e indicadores de aval, que devem ser orientadas 
para resultados; mensuradas sem margem à contestação ao ato, método 
ou forma de medição; baixo custo de levantamento;
• Benchmarking que são os valores de referência fixados para os indicadores, 
para que se possa comparar o desempenho medido com o almejado;
• Métodos de pontuação de desempenho que podem ser:
- Soma linear compensatória;
- Técnica de acumulação de pontos.
• Penalizações e incentivos sendo:
- Advertência e
- Multa;
- Reduções de exigências contratuais;- Emissão de certificações de qualidade que 
tenham significado junto a outros entes 
do Estado nacional, ou mesmo no exterior.
• Execução
- Regulamento;
- Ordens de serviço.
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MEIOS DE DIVULGAÇÃO
• Diário Oficial da União, quando a licitação for feita por órgão ou entida-
de da Administração Pública Federal, ou quando forem obras financiadas 
parcial ou totalmente com recursos federais.
• Diário Oficial do Estado ou do Distri-
to Federal quando a licitação for feita, 
respectivamente, por órgão ou entidade 
da Administração Pública Estadual ou 
Municipal, ou do Distrito Federal.
• Jornal diário de grande circulação no 
Estado e, se houver, jornal de circulação 
no Município ou na região onde será reali-
zada a obra, prestado o serviço, fornecido, 
alienado ou alugado o bem.
PRAZOS PARA RECEBIMENTO DAS PROPOSTAS
Nas licitações, a contagem dos prazos tem início a partir da última publicação 
do edital resumido ou expedição do convite. Qualquer alteração no edital leva a 
nova divulgação e reabertura dos prazos. Os prazos variam conforme a modali-
dade de licitação adotada (ver tabela):
continua
QUAIS OS PROCEDIMENTOS 
PARA INICIAR UMA LICITAÇÃO? 
A PUBLICIDADE E A PUBLICAÇÃO DA LICITAÇÃO
A Administração deverá publicar os avisos de licitação, com antecedência, 
tanto pela imprensa oficial como pela particular, objetivando dar publicidade ao 
ato, além de elevar o caráter competitivo do processo.
COMISSÕES DE LICITAÇÕES
De acordo com a Lei nº 8.666/93 existem quatro espécies de comissões:
•	Comissão	julgadora	de	licitações permanente ou especial, criada pela Admi-
nistração para receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos 
relativos às licitações, exceto concursos, e ao cadastramento de licitantes;
•	Comissão	de	cadastramento	de	fornecedores com atribuições de examinar 
e julgar a documentação apresentada, bem como qualquer outra atribuição 
definida por norma local;
•	Comissão	de	recebimento	de	material, a ser composta por pelo menos 
três pessoas, para receber material cujo valor seja superior a R$ 150.000,00. 
No caso do transporte escolar rural, receberá os bens adquiridos como 
ônibus ou embarcações.
•	Comissão	julgadora	de	concursos, que deve ser composta por profis-
sionais especializados, de nível superior, “reputação ilibada e reconhecido 
conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não”, que 
atuam julgando as propostas.
36 37
REQUISITOS EXIGIDOS 
PARA O PROCESSO LICITATÓRIO 
DE TRANSPORTE ESCOLAR RURAL
•	Projeto	básico
•	Projeto	executivo
•	Recursos	destinados	ao	Transporte	Escolar	Rural	incluídos	no	PPA
LICITAÇÃO: PROCEDIMENTO DE 
RECEBIMENTO, AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE PROPOSTAS
O procedimento licitatório tem início com a abertura do processo administrativo, 
a ele sendo juntados os documentos previstos no art. 38 da Lei 8.666/93 .
ELABORANDO 
O CONTRATO
Visando proporcionar maior segurança a contratantes e contratados sobre o 
que será acordado, a minuta do contrato a ser firmado deverá sempre acompa-
nhar o edital ou ato convocatório da licitação.
À Administração é conferida a possibilidade de alterar unilateralmente os con-
tratos. Porém, não é possível a realização de mudanças, sem a prévia concordância 
do contrato, de cláusulas econômico-financeira e monetárias, conforme o art. 58, 
§ 1º da Lei nº 8.666/93, sendo as hipóteses de alteração contratual, unilateral ou 
por acordo entre as partes previstas no art. 65 da mesma Lei.
Confira alguns aspectos centrais da Teoria do Contrato Administrativo.
PODERES DA 
ADMINISTRAÇÃO DECORRENTES 
DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
Destaca-se entre as condições inerentes aos contratos administrativos: o poder 
exorbitante do Estado, o que o permite, por exemplo, modificar unilateralmente 
o contrato com o fim de melhor adequá-lo ao interesse público, a possibilidade 
de rescisão unilateral do contrato, necessidade de prazo determinado, estabele-
cimento de compensação recíproca entre as partes envolvidas, necessidade de 
licitação, garantia do equilíbrio econômico-financeiro aos contratados, penalidades 
pelo descumprimento das obrigações, e garantia, por parte do contratado, que 
o serviço será executado conforme especificado no contrato. 
Para reduzir a margem de arbítrio do Poder Público e da segurança do contra-
tado, as hipóteses de alteração do contrato, seja unilateralmente ou por acordo 
entre as partes, são apresentadas no art. 65 da Lei nº 8666/93:
• quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor 
adequação técnica aos seus objetivos;
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• quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de 
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos 
por lei, isso porque, conforme o § 1º do mesmo artigo, o “contratado fica 
obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos 
ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% 
(vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso 
particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% 
(cinqüenta por cento) para os seus acréscimos”. 
Alterações podem se processar por acordo entre as partes, nos seguintes casos:
• quando conveniente a substituição da garantia de execução;
• quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou ser-
viço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica 
de inadimplência dos termos contratuais;
• quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposi-
ção de circunstâncias que sobrevirem, mantido o valor inicial atualizado, 
vedada antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro 
QUANDO O CONTRATO É OBRIGATÓRIO?
Conforme previsto no art. 62 da Lei nº 8.666/93, o Termo de Contrato é 
obrigatório nos casos de: concorrência e tomada de preços e, nas dispensas 
e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas mo-
dalidades. Nos demais casos, torna-se facultativa podendo ser substituídos por 
outros instrumentos hábeis.
Nos contratos deverão constar cláusulas obrigatórias que se encontram previstas 
no art. 55, incisos I a XIII da Lei nº 8.666/93, além de ser imprescindível constar cláu-
sula onde fique explicitado como competente o foro da sede da Administração.
A Assessoria Jurídica do Poder Público deverá examinar e aprovar a minuta 
do contrato a ser assinado entre as partes. 
A regulação do Transporte Escolar Rural é fator importante para o forneci-
mento de um serviço de qualidade. Contudo apenas ela não é suficiente, sendo 
necessário, para o bom êxito, que esteja em conformidade com o planejamento 
estabelecido nos níveis estratégico, tático e operacional.
CONTRATOS DECORRENTES DE DISPENSA 
OU DE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO
Nos casos de dispensa ou inexigibilidade de realização de licitação, os contratos 
resultantes deverão atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva 
proposta (art. 54, §2º).
fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens 
ou execução de obra ou serviço;
• para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre 
os encargos do contratado e a retribuição da Administração para a justa 
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção 
do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de so-
brevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incal-
culáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, 
em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando 
área econômica extraordinária e extracontratual.
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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: 
CLÁUSULAS OBRIGATÓRIAS
Assim como no caso do edital, a Lei de Licitações define no art. 55, incisos I 
a XIII, as cláusulas ditas necessárias em todo contrato, a saber:
• objeto e seus elementos característicos;
• regime de execução ou a forma de fornecimento;
• preço e as condições de pagamento,critérios, data-base e periodicidade 
do reajustamento de preços, critérios de atualização monetária entre a data 
do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
• prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de 
observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
• crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação 
funcional programática e da categoria econômica;
• garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;
• direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os 
valores das multas;
• casos de rescisão;
• reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão 
administrativa;
• condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, 
quando for o caso;
• vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, 
ao convite e à proposta do licitante vencedor;
• legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos 
omissos;
• obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, 
em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condi-
ções de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A regulação é um instrumento necessário para garantir a qualidade do servi-
ço do Transporte Escolar Rural prestado nos municípios, assegurando direitos 
e deveres, bem como a melhoria da prestação desse serviço.
Esta cartilha apresentou as diretrizes básicas para a regulação do Transporte 
Escolar Rural. No entanto, é válido destacar que apenas a regulação desses serviços 
não é suficiente para alcançar um serviço de qualidade, entendido como “aquele 
que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, 
atualidade, generalidade e cortesia na sua prestação mediante tarifas módicas”, 
conforme a Lei 8.987/95. Assim sendo, para que o município ou Estado obtenha 
êxito é importante que a atividade de regulação esteja em conformidade com 
o planejamento integrado estabelecido em seus diversos níveis: estratégico, 
tático e operacional.
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