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CRIMES EM PROCESSOS LICITATÓRIOS

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10
FACULDADE LEGALE
CRIMES EM PROCESSOS LICITATÓRIOS
IGOR COSTA SANTOS
SÃO PAULO
2021
CRIMES EM PROCESSOS LICITATÓRIOS
IGOR COSTA SANTOS[footnoteRef:1] [1: Advogado OAB/SE nº 12.469. Bacharel em Direito pela Universidade Tiradentes –UNIT/SE, Pós-graduando em Direito Público pela Faculdade Legale – FALEG/SP, Pós-graduando em Direito Empresarial pela Faculdade Legale –FALEG/SP, Pós-graduando em Direito e Planejamento Tributário pela Universidade União das Américas –UNIAMERICA/PR. Membro da Comissão de Estudos de Licitações e Contratos da OAB/SE, atualmente atuante na Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe – FUNCAP/SE como assessor jurídico da Diretoria Administrativa e Financeira.] 
RESUMO
O presente artigo científico tem por finalidade efetuar uma análise jurídica acerca dos crimes e infrações ocorridos no processo licitatório, tomando como base uma pesquisa doutrinária e jurisprudencial, acerca dos elementos que compõem e cercam o assunto em epígrafe, tal qual os aspectos que o dizem respeito. Será feita uma análise com vistas à lei nº 8.666/93 em relação aos bens jurídicos por ela tutelados, bem como uma alusão aos prejuízos que as fraudes nas licitações trazem à sociedade e o porquê de ser necessário a sua tipificação como crimes.
Palavras-chave: Fraudes nos processos licitatórios brasileiros. Lei nº 8.666/93. Erário Público. Interesse Público.
ABSTRACT
The purpose of this scientific article is to accomplish a juridical analysis of the theme related to the crimes and infractions that occurred in the bidding process, based on doctrinal and jurisprudential research on the elements that consist and involve the subject under discussion, as well as the aspects that concern it. An analysis will be made according to the law No. 8,666/93 in relation to the legal interests under its protection, such as an allusion to the losses that bidding fraud brings to society and why it is necessary to classify it as a crime.
Key-words: Fraud in Brazilian Bidding Processes. Law 8,666 / 93. Public Purse. Public Interest.
I – INTRODUÇÃO:
Este artigo científico tem como objetivo dissertar sobre as principais fraudes que ocorrem no processo licitatório nos dias atuais, no âmbito nacional, estadual e municipal, e as medidas que são utilizadas para reprimi-las. Refere-se a um tema bastante atual, delicado e rotineiro, que por vezes acaba por ser banalizado, rodeado de polêmicas e escândalos, que muitas vezes são amplamente divulgados na mídia
Estamos falando de um tema de ampla relevância, pois a sociedade como um todo está envolvida e é afetada, ainda que indiretamente. 
É de conhecimento de todos que os cidadãos têm como uma de suas obrigações efetuar o pagamento dos impostos a eles atribuídos, que são utilizados para gerir o organograma estatal. Assim, em contrapartida, a expectativa é que esses recursos sejam usados com afinidade ao que está previsto em Lei, havendo a fiscalização por parte da sociedade e pelos órgãos reguladores.
Aguardo que o retorno que este artigo traga seja a possibilidade de levar o conhecimento às pessoas interessadas acerca do tema, organizando os crimes as principais fraudes e mostrando os mecanismos de proteção já utilizados e como melhorá-los.
Nós temos no Direito Administrativo, ramo do Direito Público, o seguinte conceito: conjunto de normas e princípios que, visando sempre o interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre estes e a coletividade a que devem servir”, como diz CARVALHO FILHO (2009, p.8). Seria inviável que a lei desse abertura para que o administrador escolhesse, por livre arbítrio, as pessoas com as quais queria contratar e, proveniente disto, surge a licitação, que, de forma simples, pode ser definida como o procedimento administrativo obrigatório que tem como objetivo adquirir o bem ou prestação do serviço buscando a proposta mais vantajosa. Porém, por outro lado, a licitação também pode ser utilizada para que a Administração Pública se desfaça, aliene, venda os bens inservíveis.
É de competência privativa da União a licitação, esta sendo norma, segundo o art. 22, XXVII, da Constituição Federal de 1988, e está tipificada na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Ela obedece alguns princípios, que de acordo com o art. 3º da referida Lei, são o princípio da isonomia, da legalidade, da moralidade e impessoalidade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e do sigilo das propostas.
Submetem-se à licitação todos os órgãos da Administração direta, da indireta e dos fundos especiais, apesar de haver uma divergência doutrinária em relação à presença desse último na lei, pois de fato eles são sinônimos de recursos, e esses elementos não têm personalidade jurídica própria, além de estarem desnecessariamente presentes no art.1º, paragrafo único, da Lei nº 8.666/93.
A supremacia do interesse público sobre o privado é um dos princípios do Direito Administrativo. Havendo conflito de interesse entre o público e o particular, o Estado deve prevalecer em detrimento dos demais. Tendo em vista essa prerrogativa da Administração Pública, torna-se inadimissível que agentes públicos comprometam todo o processo para atender interesses próprios. Existem muitos casos dessa natureza e espécie, atualmente, por conta disto, quem trabalha em uma comissão de licitação, muitas vezes é visto automaticamente como uma pessoa desonesta e corrupta, o que, contudo, não deve ser visto totalmente como verdade.
Fazendo uma análise de caso do ano de 2000 até os dias atuais, observando incontáveis escândalos na esfera federal de superfaturamentos nas licitações que saem na mídia, como o caso da “Operação Metástase”, ocorrida em 2013, no sul de Minas Gerais, surgiu a necessidade de responder à seguinte questão: Diante deste problema encarado pela Administração Pública, quais medidas podem ser adotadas a fim de coibir e diminuir essas condutas?
II - LICITAÇÕES NO BRASIL:
“Há algo de podre no reino da Dinamarca”, mundialmente conhecida, esta importante frase, “nunca na história desse país” mostrou-se ser tão atual. Em Shakespeare, Hamlet, após perceber que havia “algo de podre no reino da Dinamarca”, passou a se fingir de louco, com o objetivo de não ser eliminado para que pudesse sobreviver. No final do romance, Hamlet consegue eliminar o seu inimigo, embora não tenha sobrevivido, pois seu algoz, antes de morrer, o feriu de raspão com uma espada envenenada.
Parafraseando Shakespeare, “há algo de podre no reino da Dinamarca”. Onde lê-se Dinamarca, desnecessário explicitar, seria o Brasil. O algo de podre, são as fraudes no processo licitatório.
Por outro lado, divergentemente do que acontece em Shakespeare, não é comum termos notícias de “Hamlets” finalizando seus inimigos. O comum, por pior que seja, são “os ladrões de bens particulares que passam a vida na prisão e acorrentados; aqueles de bens públicos, nas riquezas e nas honrarias."
Com isso, o questionamento que faço é: Quantos “Hamlet’s” vivenciaremos antes que a sociedade brasileira efetivamente perceba que “há algo de podre no reino da Dinamarca”? 
III – PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO:
Orientadores das normas vigentes, auxiliares na formulação de leis e jurisprudências, os princípios constituem os fundamentos atuação da administração pública, a sustentação da atividade estatal em geral.
	Na visão de CARVALHO FILHO (2009), na Lei nº 8.666/93, no art. 3º, temos princípios básicos que devem ser seguidos no processo da licitação, são eles: legalidade; moralidade; impessoalidade; igualdade; publicidade; probidade administrativa; vinculação ao instrumento convocatório, e, o julgamento objetivo.
	Impõe o princípio da legalidade que o administrador observe os ditames que a lei resguardou para o procedimento (CARVALHO FILHO, 2009). Ele vincula as partes integrantes do processo de licitação às regras estabelecidas nas normas que estão em vigor, e da lei esse procedimento não pode se afastar, sob pena de nulidade do negóciojurídico, como diz MEIRELLES (2007). É importantíssimo, pois visa um procedimento que esteja vinculado à lei. Todos que participam da licitação promovida pelos órgãos têm direito público à observância do procedimento discriminado em lei, ou seja, o lesado pela inobservância da norma tem o direito de impugnar judicialmente o procedimento (DI PIETRO, 2009).
	Na jurisprudência encontramos diversos casos da aplicação deste, podendo ser observados em algumas súmulas e acórdãos. Dentre eles, podemos citar o Recurso Especial - Resp 729985 RJ 2005/0022483-3, julgado pelo STJ, veiculados, respectivamente, nos anos de 2006 e 2007.
STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 703399 PA 2004/0162712-7 (STJ)
Data de publicação: 13/11/2006
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO DE TRANSPORTE COLETIVO DE PASSAGEIROS. SUPOSTA OFENSA AOS ARTS. 16 , DA LEI 8.987 /95, E 26 DA LEI
9.784 /99. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO (SÚMULA 211/STJ). VIOLAÇÃO DO ART. 42 , § 2º , DA LEI 8.987 /95. ATO ADMINISTRATIVO. REVOGAÇÃO DE CONCESSÃO PRECÁRIA ANTERIOR E OUTORGA DO SERVIÇO A TERCEIRA EMPRESA, SEM PRÉVIA LICITAÇÃO.
NULIDADE. PRINCÍPIOS DA OBRIGATORIEDADE DA LICITAÇÃ O E DA LEGALIDADE. DOUTRINA. PRECEDENTES. 1. "Inadmissível
recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo tribunal a quo" (Súmula 211/STJ). 2. A delegação de concessão ou permissão de serviço público pelo Poder Público está subordinada ao princípio da obrigatoriedade de licitação prévia, no escopo de se assegurar a igualdade de condições a todos os concorrentes e a seleção da proposta mais vantajosa ( CF/88 , arts. 37 , XXI , e 175 ; Lei 8.666
/93, arts. 1º , 2º e 3º ; Lei 8.987 /95, art. 40). 3. O Tribunal de Justiça entendeu que é possível outorgar, de maneira unilateral e discricionária, permissão para execução do serviço de transporte coletivo sem licitação pública, especificamente a exploração conjunta da linha Icoaraci- Cidade Nova, entre as empresas recorrente e recorrida (privilegiada pela Ordem de Serviço 163/2001 da Companhia de Transportes do Município de Belém/PA – CTBEL). 4. O caráter precário da permissão não exclui a necessidade de licitação para sua delegação (pressuposto de validade do ato). Por isso, é ilegal a conduta da CTBEL que, ao revogar unilateralmente a delegação da recorrente – que explorava a linha Icoaraci-Cidade Nova há mais de vinte anos – , outorgou a terceira empresa o direito de prestar o serviço, sem licitação. 5. O § 2º do art. 42 da Lei 8.987/95 prevê norma geral de caráter excepcional que tutela o direito da recorrente, a saber: "As concessões em caráter precário, as que estiverem com prazo vencido e as que estiverem em vigor por prazo indeterminado, inclusive por força de legislação anterior, permanecerão válidas pelo prazo necessário à realização dos levantamentos e avaliações indispensáveis à organização das licitações que precederão a outorga das concessões que as substituirão, prazo esse que não será inferior a 24 (vinte e quatro) meses." 6. A situação extraordinária configurada nos autos – a recorrente vem explorando a linha desde 1983, quando foi firmado contrato de concessão; embora vencido o prazo, a delegação "precária" foi mantida por tempo indeterminado, devendo a recorrente permanecer na execução do serviço até a realização do processo licitatório – exige, igualmente, solução excepcional mais aproximada da vontade legal/constitucional. A manutenção do acórdão local implicaria verdadeiro endosso judicial da ilegalidade, afastando-se, mais ainda, da finalidade social da lei e da exigência do bem comum (LICC, art. 5º). 7. O atendimento ao interesse público na prestação de transporte coletivo adequado não será concretizado com a expedição de atos ilegais pela Administração Municipal. É imprescindível a realização de licitação para a concessão/permissão do serviço, resguardando-se, desse modo, os princípios da isonomia, da moralidade e da legalidade, bem assim a contratação da proposta efetivamente mais vantajosa para a população. 8. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido. (Processo:REsp 703399 PA 2004/0162712-7/Relator(a): Ministra DENISE ARRUDA Julgamento:24/10/2006 /Órgão Julgador:T1 - PRIMEIRA TURMA
/Publicação:DJ 13/11/2006 p. 228REPDJ 05/02/2007 p. 201)
Exemplificando outro caso temos o julgado do Recurso Especial - Resp 729985 RJ 2005/0022483-3 do STJ, que diz respeito ao princípio da legalidade. Nesse julgado, a primeira turma do STJ afirmou que a delegação ou subordinação do Poder Público está subordinada à obrigatoriedade de realizar a licitação. Vejamos:
STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 729985 RJ 2005/0022483-3 (STJ)
Data de publicação: 11/10/2007
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. TERMO DE PERMISSÃO DE USO. AUSÊNCIA DE LICITAÇÃO. PRINCÍPIOS DAOBRIGATORIEDADE DA LICITA ÇÃO E DA LEGALIDADE. DOUTRINA. ALTERAÇÃO DE CLÁUSULA CONTRATUAL. SÚMULA 05/STJ. VIOLAÇÃO DO ART. 535 , I e II , DO CPC . NÃO CONFIGURADA. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 DO STF. 1. É cediço nesta Corte de Justiça que: A delegação de concessão ou permissão pelo Poder Público	está	subordinada ao princípio da obrigatoriedade de licitação prévia, no escopo de se assegurar a igualdade de condições a todos os concorrentes e a seleção da proposta mais vantajosa ( CF/88 , arts. 37 , XXI , e 175 ; Lei 8.666 /93, arts. 1º , 2º e 3º ; Lei 8.987 /95, art. 40). Precedentes: RMS 17644 / DF, DJ 12.04.2007; REsp 703399 / PA, , DJ 13.11.2006.) 2. In casu, o Tribunal de Justiça declarou nula a cláusula 5º do contrato de permissão de uso, a qual admite que em certos casos de extinção antecipada da permissão, o Município fique obrigado a devolver à ora recorrente o valor recebido do terreno correspondente ou, dependendo da causa da extinção indenizá-la proporcionalmente ao prazo restante para o término da permissão de uso, tudo sem prejuízo do direito da recorrente à indenização e retenção por benfeitorias e acessões efetuadas nos terrenos. Dessarte, o aresto recorrido optou, ao retirar a referida cláusula, por manter a validade do contrato que deixou de ser reconhecido como contrato de concessão e passou a considerá- lo de permissão, mercê de sua concretização sem prévia licitação. 3. Hipótese em que a instância ordinária excluiu cláusula contratual cujo exame é insindicável, pelo STJ, em sede de recurso especial, a teor do disposto na Súmula 5/STJ, que assim determina: "A simples interpretação de cláusula contratual não enseja recurso especial." (Súmula 05/STJ). 4. Inexiste ofensa ao art. 535 , I e II , CPC , quando o Tribunal de origem pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos, cujo decisum revela- se devidamente fundamentado. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão. 5. A interposição do recurso especial impõe que o dispositivo de Lei Federal tido por violado ou a tese jurídica sub examine tenham sido ventilados no aresto recorrido, como meio de se aferir a admissão da impugnação, sob o ângulo do prequestionamento explícito ou implícito, requisito essencial à admissão do mesmo, sob pena de incidência do enunciado n.º 282 da Súmula do STF. 6. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido... (Processo: REsp 729985 RJ 2005/002248-3/ Relator(a): Ministro LUIZ FUX/ Julgamento: 11/09/2007/ Órgão Julgador: T1 – PRIMEIRA TURMA/ Publicação: DJ 11.10.2007 p. 294)
Outro princípio importantíssimo é o da moralidade. Este exige que o gestor se detenha a respeitar os conceitos morais. É proveninente deste princípio o dever que os licitantes são obrigados a ter uma conduta que se assemelhe com a moral, a ética, a boa-fé, os bons costumes e as regras da Administração. 
A seguir temos a jurisprudência adotada nesse sentido, no tocante a respeito dos princípiosda moralidade e da probidade:
EMENTA:	ADMINISTRATIVO – LICITAÇÃO – DESCLASSIFICAÇÃO – EMPRESA – SERVIDOR LICENCIADO – ÓRGÃO CONTRATANTE
Não pode participar de procedimento licitatório, a empresa que possuir, em seu quadro de pessoal, servidor ou dirigente do órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação (Lei nº 8.666/93, artigo 9º, inciso III).
O fato de estar o servidor licenciado, à época do certame, não ilide a aplicação do referido preceito legal, eis que não deixa de ser funcionário o servidor em gozo de licença.
Recurso improvido”.
(STJ, REsp nº 254.115/SP, 1ª T., Rel. Min. Garcia Vieira, DJU 14.08.2000)
A ementa anterior mostra um caso da aplicação dos princípios a moralidade e da probidade, o qual seria o fato de que a empresa que possuir servidor ou afins não poderá participar do procedimento licitatórios, mesmo que este servidor esteja habilitado.
Já o princípio da impessoalidade, está absolutamente ligado aos princípios da isonomia e do julgamento objetivo.
Este aponta que todos que estejam em pé de igualdade em relação à situação jurídica devem ser tratados de forma semelhante pela Administração. Obriga a Administração a se distanciar da discricionariedade no processo da licitação e que nenhum integrande do processo licitatório deve ser obrigado a algo ou coagido. Pode ser visto como o princípio de despersonalização da atividade da administração.
Conforme MEIRELLES (2007, p.42), este princípio:
Exige que a administração trate os administrados sem perseguições e sem favorecimentos, como consectário do princípio da igualdade de todos perante a lei. O interesse público deve ser o único objetivo certo e inafastável de qualquer ato administrativo.
Outro princípio que podemos destacar é o da igualdade, que para CARVALHO FILHO (2009, p. 234) “significa que todos os interessados em contratar com a Administração devem competir em igualdade de condições, sem que a nenhum se ofereça vantagem não extensiva a outro.” A doutrina braisleira tem ele como um dos principais princípios, conforme a conceituação de MEIRELLES (2007, p.35): “a igualdade entre os licitantes é principio primordial da licitação”. Para o Direito Administrativo brasileiro, ele funciona como um dos alicerces da licitação e está expresso no art. 37, XXI, da Constituição Federal, vedando a normatização de condições que dificultem preferência em favor de determinados licitantes em relação dos demais.
Para ilustrar o que acabamos de escrever, utilizaremos a súmula 177 do TCU, a qual diz:
Súmula nº 177
A definição precisa e suficiente do objeto licitado constitui regra indispensável da competição, até mesmo como pressuposto do postulado de igualdade entre os licitantes, do qual é subsidiário o princípio da publicidade, que envolve o conhecimento, pelos concorrentes potenciais das condições básicas da licitação, constituindo, na hipótese particular da licitação para compra, a quantidade demandada uma das especificações mínimas e essenciais à definição do objeto do pregão. (grifo nosso)
No princípio da publicidade, temos que a licitação deve ser divulgada o mais amplamente possível. Essa divulgação tem o objetivo de garantir a participação de todos os que tenham interesse e também para que seja possível uma fiscalização pelos cidadãos, fazendo denúncia de atos que atentem contra o regular andamento dos atos licitatórios. Quando não há publicação, como diz MEIRELLES (2007), a licitação pode e deve ser anulada.
MEIRELLES (2007, p.32-34) também fala que “não há, nem pode haver licitação sigilosa. Se seu objeto exigir sigilo em prol da segurança nacional, será contratado com dispensa de licitação.”
DI PIETRO (2009, p. 359) também fala:
A publicidade é tanto maior quanto for a competição propiciada pela modalidade de licitação; ela é a mais ampla possível na concorrência, em que o interesse maior da Administração é o de atrair maior número de licitantes, e se reduz ao mínimo no convite, em que o valor do contrato dispensa maior divulgação. Existem, na Lei nº 8.666/93, vários dispositivos que constituem aplicação do princípio da publicidade, entre os quais os seguinte: o artigo 3º,
§3º, estabelece que a licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura; o artigo 4º, na parte final, permite que qualquer cidadão acompanhe seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos; o artigo 15, §2º, exige que os preços registrados sejam publicados trimestralmente para orientação da Administração, na imprensa oficial; o artigo 16, com redação dada pela Lei nº 8.883/94, exige seja publicada a relação de todas as compras feitas pela Administração direta ou indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor total da operação.
Seguindo com os princípios da licitação, temos a probidade administrativa, que passa a ideia da honestidade com os licitantes e a Administração, com a atividade voltada para atender os interesses da sociedade e do Estado. É agir com honestidade e seriedade para que se cumpra a lei.
“A improbidade administrativa já tem contornos bem definidos no direito positivo, tendo em vista que a Constituição estabelece sanções para punir os servidores que nela incidem, no art. 37, §4º” (DI PIETRO, 2009, p. 359).
Este, além de se direcionar ao Estado, como nos diz DI PIETRO (2009), também se direciona aos contratados e licitantes, pois estes são obrigados a atender aos requisitos do instrumento convocatório, qualquer que seja ele. Caso não apresentem a documentação exigida, obrigatoriamente serão considerados inabilitados e receberão de volta, fechado, o envelope proposta, conforme o art. 43, II, e, se deixarem de atender às exigências concernentes à proposta, serão desclassificados.
Temos a seguir uma jurisprudência tão aplicada ao tema, que, apesar de estar um pouco defasada, ainda assim nos serve de parâmetro:
EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. EDITAL COMO INSTRUMENTO VINCULATÓRIO DAS PARTES. ALTERAÇÃO COM DESCUMPRIMENTO DA LEI. SEGURANÇA CONCEDIDA.
É entendimento correntio na doutrina, como na jurisprudência, que o Edital, no procedimento licitatório, constitui lei entre as partes e é instrumento de validade dos atos praticados no curso da licitação.
Ao descumprir normas editalícias, a Administração frustra a própria razão de ser da licitação e viola os princípios que direcionam a atividade administrativa, tais como: o da legalidade, da moralidade e da isonomia.
A administração, segundo os ditames da lei, pode, no curso do procedimento, alterar as condições inseridas no instrumento convocatório, desde que, se houver reflexos nas propostas já formuladas, renove a publicação (do Edital) com igual prazo daquele inicialmente estabelecido, desservindo, para tal fim, meros avisos internos informadores da modificação.
Se o Edital dispensou às empresas recém-criadas da apresentação do balanço de abertura, defeso era à Administração valer-se de meras irregularidades desse documento para inabilitar a proponente (impetrante que, antes, preenchia os requisitos da lei).
Em face da lei brasileira, a elaboração e assinatura do balanço é atribuição de contador habilitado, dispensada a assinatura do Diretor da empresa respectiva.
Segurança concedida. Decisão unânime.
(STJ, MS nº 5.597/DF, 1ª S., Rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 01.06.1998)
Por último, o princípio do julgamento objetivo consiste, juntamente ao princípio da vinculação, em critérios dispostos no edital, fazendo com que adotados no julgamento, a fim de que ocorra o andamento idôneo do processo. Ele afasta a utilização, pelo julgador de fatores subjetivos e critérios que não estejam presentes no edital para realizar o julgamento das propostas.
O art. 45 da Lei nº 8.666/93, disserta:
Art. 45 O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou responsável pelo convite realiza-lo em conformidadecom os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. (BRASIL, 1993)
Na mesma seara deste assunto, existe acórdão proferido pelo Tribunal Federal de Recursos, em mandado de segurança impetrado contra o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social - INAMPS (Mandado e Segurança n 104.932, in RDA 161/226).
IV – O DEVER DE LICITAR:
De nosso conhecimento, em concordância com os Princípios da Moralidade e da Impessoalidade, o inciso XXI, do artigo 37, da Constituição Federal, vincula ao Administrador que:
“XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.”
Ao passo que, oportuna é a doutrina de CANOTILHO a respeito de a necessidade da maior eficácia possível ou da máxima eficiência das normas constitucionais, “a uma norma constitucional deve ser atribuído o sentido que maior eficácia lhe dê[footnoteRef:2]" [2: Canotilho, J. J. Gomes,Direito Constitucional, Coimbra: Almedina, 1993, p. 227] 
Observando os mandamentos constitucionais e infraconstitucionais, a licitação é regra. Deste modo, já que a licitação é um procedimento administrativo destinado a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública, esta vincula-se às contratações em geral, quaisquer que sejam ela: serviços, compras, alienações, concessões, permissões e locações. A contratação direta, na explicação da Professora LÚCIA VALLE FIGUEIREDO[footnoteRef:3]: [3: CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO, 2ª Edição, São Paulo, Malheiros, 1995, Página 302] 
“é faculdade concedida à Administração em determinadas hipóteses. Portanto, a fim de que haja licitude na contratação direta, mister se faz a verificação efetiva da ocorrência das hipóteses previstas na norma legal como permissivas para dita contratação.”
Desta maneira, a norma do Art. 3º da lei de licitações é clara. Assim:
“Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.”
V – O DEVER DA GESTÃO DE ANULAR AS LICITAÇÕES IMORAIS E FRAUDULENTAS:
Caso tenha ocorrido algum tipo de ato ilegal no processo licitatório, a administração, com base no princípio de autotutela, poderá proceder a anulação de licitação fraudulenta. Deste modo, são as seguintes Súmulas do Supremo Tribunal Federal:
“Súmula 346 – "A administração pode declarar a nulidade de seus próprios atos" Súmula 473 – "A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá- los,..."
Ainda na Lei 8666/93, temos disposição expressa sobre o dever da administração de corrigir vícios na legalidade de seus próprios atos pela nulidade do ato. Isto está disposto em seu art. 49 "caput":
"Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar sua conduta, DEVENDO ANULÁ-LO POR ILEGALIDADE, DE OFÍCIO ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado."
Não existe divergência a respeito deste tema na doutrina, a qual é unânime no que diz respeito ao poder-dever de anulação ou invalidação de atos quando ilegais ou contrários à ordem jurídica:
"Desde que a Administração reconheça que praticou um ato contrário ao Direito vigente, cumpre-lhe anulá-lo, e o quanto antes, para restabelecer a legalidade administrativa." (Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro. 25ª edição. São Paulo: Malheiros,2000.)
"Anulação, que alguns preferem chamar de invalidação é o desfazimento do ato administrativo por razões de ilegalidade. Como a desconformidade com a lei atinge o ato em suas origens, a anulação produz efeitos (Maria Sylvia Zanella di Pietro, Direito Administrativo. 12ª edição. São Paulo: Atlas, 2000).
"O motivo da anulação é o vício da legalidade de que ele seja portador. A irregularidade ...(omissis)... se manifesta em virtude de atos editados sem a observância do preceito legal e dos procedimentos regulamentares..."( Edmur Ferreira de Faria. Curso de Direito Administrativo Positivo. Belo Horizonte: Del Rey, 1997).
Desta maneira, com vistas às normas expressas na lei, matérias constantes em súmulas do Supremo Tribunal Federal e, ainda, em virtude do da inexistência de divergência na doutrina, a administração pública não apenas pode, como tem o dever, de anular atos que tenham sido praticados na sua gestão, que sejam dotados de ilegalidade.
VI – A LICITAÇÃO COMO PARTE E INSTRUMENTO PARA ALCANÇAR O INTERESSE PÚBLICO:
 	Em seu art. 1º, parágrafo único, a Constituição Federal definiciu a soberania popular como princípio que alicerça o Estado, transmitindo aos agentes públicos a fiel observância do interesse público em seus atos, sob pena de inconstitucionalidade.
Na estruturação da Administração Pública em seu art. 37, caput, a Constituição cidadã fundamentou-a baseando-se nos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, cuja observância é obrigatória à administração direta e indireta, como ja visto anterioremnte, por parte dos entes federativos que pertencem à RFB. Assim, é vedado ao administrador deles se afastar. 
Com isso, estamos falando de um dever-poder imposto ao ente e agente público, tendo em vista a prerrogativa de a utilização do poder estatal, pelo fato de ela não estar vinculada à vontade do seu exercente, mas ao interesse sociedade como um todo e subordinada a este, conforme disserta Celso Antônio Bandeira de Mello:
Quem exerce “função administrativa” está adstrito a satisfazer in- teresses públicos, ou seja, interesses de outrem: a coletividade. Por isso, o uso das prerrogativas da Administração é legítimo se, quando e na medida indispensável ao atendimento dos interesses públicos, vale dizer, do povo, porquanto nos Estados democráticos o poder emana do povo e em seu proveito terá de ser exercido. Tendo em vista este caráter de assujeitamento do poder a uma finalidade ins- tituída no interesse de todos – e não da pessoa exercente do po- der –, as prerrogativas da Administração não devem ser vistas ou denominadas como “poderes” ou como “poderes-deveres”. Antes se qualificam e melhor se designam como “deveres-poderes”, pois nisto se ressalta sua índole própria e se atrai atenção para o aspecto subordinado do poder em relação ao dever, sobressaindo, então, o aspecto finalístico que as informa, do que decorrerão suas inerentes limitações. (MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de direito administrativo. 31.ed. São Paulo: Malheiros, 2014, p.72-73.)
Neste contexto relatado, surgiram os processos licitatórios para reduzir esses riscos, almejando um dia eliminá-los. O procedimento descrito possui dois objetivos gritantes, sendo eles: conferir à Administração Pública a possibilidade de realizar o negócio mais vantajoso, e assegurar aos administrados condições igualitárias para contratar com as entidades do Estado.
A Constituição estabeleceu, em seu art. 22, XXVII, a competência privativa da União para legislar sobre “normas gerais de licitação e contratação [...]”. Já no art. 37, XXI, a ConstituiçãoFederal utilizou-se do princípio da obrigatoriedade da licitação, para determinar que “[...] as obras, serviços, compras e alienações serão contratados me- diante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes [...]”.
Da visão infraconstitucional, foi incubida principalmente à Lei nº 8.666/93 tratar das condutas criminosas, tipificando-as.
VII – LEI DE LICITAÇÕES FRENTE ÀS ILEGALIDADES BRASILEIRAS:
Quando o assunto é licitação, várias são as ilegalidades possíveis de cometimento. Algumas delas vêm a tona em forma de infrações administrativas, indicando a violação de normas internas da Administração, da mesma maneira que outras, mais graves, configuram-se como crimes, sujeitos às normas do Direito Penal. Nesse aspecto, nunca é demais afirmar que é possível a aplicação das duas concomitantemnte, pode o infrator ser punido com ambas as sanções. (CARVALHO FILHO, 2014).
Anteriormente à da Lei 8.666/93, as conduta praticadas em contrariedade ao erário público e à moralidade administrativa, com vistas à contratação da Administração, deveria estar tipificado no Código Penal, onde, as disposições eram espalhadas, resumidas basicamente em três tipos penais e não davam uma resposta penal mais severa, adequada à conduta dos infratores. (FREITAS, 2010).
Assim, a conceituação do termo corrupção, passou a ser o ato de de degradamento de uma regra socialmente aceita. Deste modo, o conceito de corrupção só existe por que temos um conceito contrário. Afirmando isto, precisamos do conceito de honestidade. Um ser honesto é um ser decente, que age ou se omite conforme a regra geral ensina. (SIMÃO NETO, 2014).
Quando a corrupção encontra-se dispersa em todo o corpo político e mesmo tolerada pela comunidade, as pessoas mais necessitadas sofrem de forma mais direta com os efeitos disto, haja vista que as estruturas dos poderes instituídos se ocupam, por vezes, com os temas que lhes rendem vantagens seja de grupos, seja de indivíduos, do que com os interesses públicos vitais existentes: hospitais públicos deixam de atender pacientes na forma devida por que são desviados recursos da saúde para outras rubricas orçamentárias mais fáceis de serem manipuladas e desviadas como prática de suborno e defraudação; famílias em situação de pobreza e hipossuficiência material não podem se alimentar porque os recursos de programas sociais são desviados para setores corruptos do Estado e da Sociedade Civil; as escolas públicas não têm recursos orçamentários à aquisição de material escolar em face dos desvios de recursos para outros fins, e os alunos ficam sem condições de formação minimamente adequadas. (LEAL, 2013, p. 33).
A sociedade grita, solicitando moralidade pública, bem como a aplicação dos demais princípios da Lei de Licitações, com objetivo de preservação do erário público. E, havendo tipicidade em condutas criminosas que infrinjam a legalidade, como consequência, a punição dos responsáveis.
Pode-se questionar a natureza das penas adotadas na nova legislação. Existiria um descompasso entre o espírito da nova legislação e os princípios para os quais se volta o Direito Penal. Tratando-se da chamada “criminalidade econômica”, a Lei poderia ter utilizado mais amplamente sanções de cunho pecuniário ou restritivas de direito e deixar em segundo plano as penas privativas de liberdade. Deve-se considerar que as condutas reprimidas apresentam uma danosidade e um grau de reprovabilidade valorados como de extrema gravidade. A opção legislativa retratou uma vocação da sociedade. Afinal, em épocas como apresente, seria o supremo escárnio que o criminoso pudesse livrar-se da cadeia através do pagamento de importância em dinheiro. A lei determinou, como regra, a incidência da mukta, mas cumulada com pena privativa de liverdade. (JUSTEN FILHO, 2012, p. 1031).
VIII – AS FRAUDES OCORRIDAS NO PROCESSO LICITATÓRIO NO BRASIL:
Entre as fraudes mais comuns, de acordo com alguns autores como Anderson de Oliveira (2009) e Geraldo José Lopes Macedo (2009) e dados obtidos junto ao TCU, temos: o jogo de planilha, o direcionamento da licitação, o superfaturamento, a inexigibilidade da licitação, , as fraudes na modalidade pregão, a corrupção dos servidores públicos, as empresas fantasmas, a falsificação de documentos, a simulação de licitação, dentre tantos outros tipos de licitações que gozam de atos ilegais.
Podemos conceituar o superfaturamento de licitações públicas como sendo a cobrança de preços em dissonância com o que é encontrado no mercado. Nesses casos, os valores aceitos pela Comissão de Licitação exorbitam o valor de mercado. Muitas vezes, é consequência de acordo prévio entre os concorrentes. Exemplificando: o governo paga R$25,00 (vinte e cinco reais) por um material de construção específico vendido em qualquer estabelecimento por menos de R$10,00 (dez reais). Foi o que ocorreu na Operação Metástase[footnoteRef:4], em notícia veiculada no site do G1. A polícia federal realizou essa operação de combate à corrupção. O motivo da operação, segundo a PF, foi a existência de uma gama de corrupção de desvio de verbas públicas na Prefeitura do Município de Três corações. Os alvos da operação foram empresários, servidores públicos e demais pessoas que também colaboravam. [4: A Operação Metástase consiste no cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão, 5 de prisão preventiva, 1 de prisão temporária e 4 afastamentos de funções públicas nos municípios de Juazeiro (BA), Salvador (BA), Lauro de Freitas (BA), Castro Alves (BA) e Petrolina (PE). O trabalho conta com a participação de 11 auditores da CGU e de cerca de 70 policiais federais. (Disponível em: https://www.gov.br/cgu/pt-br/assuntos/noticias/2020/11/cgu-e-pf-combatem-fraudes-no-hospital-regional-de-juazeiro-ba. Acesso em: 31/01/2021.)] 
Podemos utilizar outro exemplo de superfaturamento ao citar o que ocorreu no estado do Piauí, com a aquisição medicamentosa. Neste caso concreto as empresas forneceram os produtos por valores muito mais altos que o esperado, em virtude do preço de mercado. Atenção ao julgado:
TC 000.399/2011-6
SUMÁRIO: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS. REGISTRO DE PREÇOS. INDÍCIOS DE SUPERFATURAMENTO NA EXECUÇÃO DE CONTRATOS. REALINHAMENTO INDEVIDO DE PREÇOS REGISTRADOS. PROCEDÊNCIA PARCIAL. CONVERSÃO DOS AUTOS EM TCE. ALEGAÇÃO DE OMISSÃO. CONHECIMENTO DOS EMBARGOS. REJEIÇÃO. CIÊNCIA.
Por meio do aludido decisum, este Tribunal decidiu converter em TCE a representação autuada a partir de documentação encaminhada pela CGE/PI que apontava possíveis irregularidades relacionadas tanto ao Pregão Eletrônico 96/2009 – cujo objetivo era o registro de preços para aquisição de medicamentos comuns – quanto às contratações realizadas com base na ata decorrente daquele certame.
[...] Nesse mesmo diapasão, observe-se que a decisão veiculada no acórdão é omissa no que prende-se ao fato de vários foram os medicamentos cotados na casa dos milhões de unidades, mas que não foram comprados nesse volume. O edital indicou uma estimativa de compra de aproximadamente R$ 1.400.000.000,00 (Hum bilhão e quatrocentos milhões de reais) e não foram adquiridos nem R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) a preços sem realinhamento, este fato lança efeito na economia de escala dos medicamentos.
[...] 13. Considerando que a quase totalidade das empresas vencedoras praticou irregularidade consistente na vantagem auferida pela concessão de realinhamento indevido, à evidência de prejuízo aos cofres públicos, concordo, desde já, com a proposta de conversão dos presentes autos em tomada de contas especial. Persistem, de fato, os elementos caracterizadores do dano ao erário, já que tais empresas não forneceram medicamentos pelos preços registrados, tendo sido favorecidas pelo procedimento viciado de realinhamento, o que poderá acarretar sua responsabilização definitiva em sede de TCE.
Por conseguinte, temos o jogo de planilha, este diz respeito a alterações quantitativas dentro da planilha contratual, através de retiradasou inclusões de serviços e materiais. Estas modificam o ponto de equilíbrio econômico-financeiro, sem justificativa e que causa um dano enorme ao erário.
Segundo CAMPITELI (2006, p. 37), jogo de planilhas pode ser conceituado como:
O jogo de planilha, também conhecido por “jogo de preços”, é um artifício utilizado por licitantes que a partir de projetos básicos deficitários e/ou por informações privilegiadas, conseguem saber antecipadamente quais os serviços que terão o quantitativo aumentado, diminuído ou suprimido ao longo da execução da obra a ser licitada e manipulam os custos unitários de suas propostas, atribuindo custos unitários elevados para os itens que terão o seu quantitativo elevado e custos unitários diminutos nos serviços cujo quantitativo será diminuído ou suprimido.
A seguir temos o acórdão do TCU sobre a definição do jogo de planilha:
Acórdão TCU nº 1.588/2005 Plenário (Voto)
29. O “jogo de planilha”, mecanismo espúrio verificado na contratação de algumas obras públicas, normalmente funciona assim: na licitação, a empreiteira cota determinados itens de serviço da obra muito acima do mercado, enquanto outros são oferecidos a preços bastante abaixo; como os preços unitários altos e baixos se compensam, o valor global da obra fica dentro da expectativa do contratante; depois de contratada, a empreiteira se aproveita de modificações nos serviços, forçadas ou por deficiência do projeto, as quais irão reduzir os itens mais em conta ou aumentar os mais caros, ou mesmo fazer as duas coisas; o resultado é que os itens mais caros prevalecem no contrato, distorcendo a proposta original, com elevação do preço da obra.
Outro tipo de fraude é o direcionamento da licitação, nele os servidores públicos e as empresas trabalham a fim de influenciar o resultado da licitação, decidindo quem ganhará o certame. Uma das estratégias mais comuns é a exigência de qualificações técnicas muito específicas para o serviço, com um beneficiário certo. A exemplo desta conduta de direcionamento da licitação, temos a noticia do site da UOL, no qual a Operação Vampiro, em parceria com o Ministério Público Federal do Distrito Federal fez a denuncia em maio de 2004.
Outro caso a ser utilizado como exemplo foi a “Operação Sanguessuga”. Abaixo, um trecho da decisão, referente ao crime de direcionamento de licitações.
TC 036.030/2012-0
Natureza: Representação
Unidade: Fundo Nacional de Saúde (FNS) Interessada: 4ª Secex
Unidade Técnica atual: Selog
Advogado constituído nos autos: não há.
Sumário: REPRESENTAÇÃO. CONVÊNIOS. RECURSOS AFETOS À ÁREA DE SAÚDE. OPERAÇÃO SANGUESSUGA. ENCAMINHAMENTO DE PROCESSOS ADMINISTRATIVOS AO FNS. CIÊNCIA AO FNS, AO DENASUS E À CGU
Cuidam os autos de representação desta Unidade Técnica, com base no inciso VI do art. 237 do Regimento Interno do TCU, referente ao destino dos Relatórios de Fiscalização encaminhados pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), no âmbito da Operação Sanguessuga, remanescentes nesta unidade técnica.
Investigações iniciais a respeito de supostas manipulações de licitações e desvio de recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) destinados à aquisição de ambulâncias em diversos municípios do estado do Acre, por empresas sediadas no estado do Mato Grosso, culminaram na deflagração da alcunhada “Operação Sanguessuga” pela Polícia Federal e na instauração de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito no Congresso Nacional, conhecida como “CPMI das Ambulâncias”.
Essas investigações concluíram pela existência de esquema de fraude na aquisição de ambulâncias que se estendeu por mais de seiscentas prefeituras em praticamente todos os estados da Federação, durante pelo menos oito anos, onde foram verificados acordos para o direcionamento das licitações nos municípios, com a participação de parlamentares, prefeitos e representantes das empresas dos grupos fraudadores.
O principal grupo fraudador identificado, conhecido como Grupo Planam, era liderado por empresas da família Vedoin, de Mato Grosso. Os principais responsáveis identificados, tanto pela Polícia Federal, quanto pela CPMI das Ambulâncias, foram o Sr. Darci José Vedoin e seu filho Luiz Antônio Trevisan Vedoin, que confessaram o esquema de fraudes nos depoimentos prestados à Justiça Federal, no uso do instrumento da delação premiada. Os proprietários desse Grupo contavam ainda com o apoio de uma extensa lista de empresas, que participavam das supostas licitações para dar a aparência de regularidade às ações fraudulentas.
No que diz respeito à inexigibilidade da licitação, os casos onde a licitação é inexigível, oportunam pessoas que se aproveitam para praticar atos ilegais na prestação de serviços e compras. Com base no TCU, houveram 68 processos na década passada, que envolveram a inexigibilidade da licitação.
A título de exemplo, temos a seguir a decisão 955/2002 do TCU, que trata da inexigibilidade da licitação:
GRUPO II – CLASSE V – Plenário
TC 012.795/2001-3
Natureza: Relatório de Auditoria
Responsáveis: Roberto Nogueira da França, Presidente, Washington Rondon Caiado, Gerente de Suprimentos e Sérgio Antônio Majdalnai, Diretor de Recursos Minerais
Entidade: Indústria Nucleares do Brasil – INB
Ementa: Auditoria realizada na Indústria Nucleares do Brasil na área de licitações e contratos. Verificação de diversas falhas em procedimentos licitatórios e contratações diretas. Audiência prévia dos responsáveis em razão da deficiência ou falta de supervisão e orientação adequada para o correto cumprimento das normas de licitação, de dispensa de licitação para celebração de contrato com Fundação privada e pela prorrogação do prazo de vigência de contrato de prestação de serviços advocatícios. Razões de justificativa apresentadas pelos responsáveis suficientes para afastar a culpabilidade dos agentes. Falhas de natureza formal. Determinações à Entidade. Juntada do processo às contas da Indústria Nucleares do Brasil.
Observe os termos do subitem 8.2.3 da Decisão 739/00 Plenário, no sentido da correta formalização dos processos de contratação de serviços de advocacia, quando ocorrer por inexigibilidade de licitação, com os motivos determinantes da singularidade dos serviços e com a documentação capaz de demonstrar a notória especialização dos contratados. Observe sempre a necessidade de formalização de procedimento, mesmo nos casos de dispensa ou inexigibilidade de licitação, conforme preceituam os arts. 2º e 26, parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993.
Decisão 955/2002 Plenário
Nos casos de dispensa de licitação também podemos constatar fraudes. Muitas vezes utilizada para beneficiar um particular pré-definido ilegalmente. Um exemplo comum é usar a dispensa onde ela não é cabível. 
A seguir temos o acórdão 103/2008 do Plenário do TCU, sobre o tema:
EMENTA: REPRESENTAÇÃO FORMULADA POR LICITANTE. ADOÇÃO DA MEDIDA CAUTELAR PREVISTA NO RI/TCU, EM DELIBERAÇÃO ANTERIOR. APLICAÇÃO DE MULTA AOS
RESPONSÁVEIS. A anulação, pela administração, de certame questionado em sede de Representação e motivo da concessão da medida acautelatória prevista no art. 276 do Regimento Interno/TCU prejudica a análise do mérito da cautelar, mas não impede o exame relativo às deficiências do procedimento licitatório e à atuação dos responsáveis.
Inclua no edital informação sobre a valorização mínima aceitável das propostas técnicas, dado esse indispensável para o desenvolvimento válido e regular do processo licitatório do tipo técnica e preço, conforme o disposto
no art. 3º, caput, art. 4º e art. 46, § 1º, inciso II, da Lei nº 8.666/1993.
Acórdão 103/2008 Plenário
IX – CONCLUSÃO:
O tema é atual e relevante, pelo fato de já fazer parte do cotidiano social do Brasil acompanhar através da imprensa escândalos envolvendo entidades públicas e infelizmente não vemos esses agentes sofrerem punições severas, demonstrando que os fatos de algumas condutas criminosas, não estão atendendo aos anseios de justiça da sociedade, mesmo estando tipificadas em lei.
Assim, com vistas ao que foi lido anteriormente,conclui-se que a regra no ordenamento jurídico para contratação é a licitação, apesar de existir a dispensa e inexigibilidade de licitação que são exceções nos processos licitatórios, que somente ocorrem em casos específicos, previstos em lei.
As fraudes licitatórias se destacam entre outras regras, sejam elas Constitucionais ou Administrativas, que são descumpridas pelos entes federativos, fazendo com que o erário público tenha um enorme, lesando direitos inerentes aos cidadãos. A falta de publicidade, cobrança de preços superfaturados, de mercado e superfaturamento, e a inexigibilidade de alguns procedimentos liciatório são as principais formas de fraudar licitações.
Almejando por fim aos atos fraudulentos o legislador tipificou atos específicos como crime, cabendo ao Ministério Público promover a ação desses crimes de acordo com o que está previsto na lei 8.666/93. Sendo assim, qualquer cidadão poderá provocar o representante do Ministério Público, levando consigo informações dos casos concretos para que seja proposta a ação. Caso o agente público haja em dissonância das hipóteses que a lei prevê, não mostrando atenção às formalidades exigidas pelos procedimentos, poderá sofrer as devidas punições.
Com isso, diversos administradores estatais se aproveitam da situação de poder em que se encontram, desviando verbas, facilitando que empresas relacionadas ganhem a licitação, sem observar o procedimento liciatório, prejudicando o erário público, fazendo-o ficar frágil, divergindo do interesse público.
REFERÊNCIAS:
CAMPITELI, M.V. Medidas para evitar o superfaturamento decorrente dos “Jogos de Planilha” em obras públicas. Brasília, 2006. 109 f. Universidade de Brasília. Brasília-DF.
CANOTILHO, J. J. Gomes,Direito Constitucional, Coimbra: Almedina, 1993, p. 227.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2014.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo. Editora Atlas S.A., 2009.
FARIA, Edmur Ferreira de. Curso de Direito Administrativo Positivo. Belo Horizonte: Del Rey, 1997.
FIGUEIREDO, Lúcia Valle. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO, 2ª Edição, São Paulo, Malheiros, 1995, Página 302.
FREITAS, André Guilherme Tavares de. Crime na Lei de licitações. 2.ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.
MEIRELLES, Hely Lopes, Direito Administrativo Brasileiro. 25ª edição. São Paulo: Malheiros, 2000.
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 15. Ed. São Paulo: Dialética, 2012.
LEAL, Rogério Gesta. Patologias corruptivas nas relações ente Estado, administração pública e sociedade: causas, consequências e tratamentos. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2013.
MACEDO, G. J. L. Licitações: competições ou fraudes – realidades, mitos e combate. 2009. 81 f. Fundação escola superior do ministério público do distrito federal e territórios. Brasília – DF.
MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e Contrato Administrativo. 14º ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2007.
MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de direito administrativo. 31.ed. São Paulo: Malheiros, 2014, p.72-73.
OLIVEIRA, A. Licitações: fraudes comuns na aquisição de bens, enquadramento legal e procedimentos preventivos. 26 de junho de 209. 118 f. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis – SC.
Processo: REsp 729985 RJ 2005/002248-3/ Relator(a): Ministro LUIZ FUX/ Julgamento: 11/09/2007/ Órgão Julgador: T1 – PRIMEIRA TURMA/ Publicação: DJ 11.10.2007 p. 294)
Processo: REsp 703399 PA 2004/0162712-7/Relator(a): Ministra DENISE ARRUDA Julgamento:24/10/2006 /Órgão Julgador:T1 - PRIMEIRA TURMA /Publicação:DJ 13/11/2006 p. 228REPDJ 05/02/2007 p. 201)
SIMÃO NETO, Calil. Improbidade administrativa: teoria e prática: de acordo com a Lei nº 12.846 de 01 de agosto de 2013, com a lei complementar nº 135 de junho de 2010: Ficha Limpa. 2ª. Ed. Leme: J. H. Mizuno, 2014.
STJ, MS nº 5.597/DF, 1ª S., Rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 01.06.1998.
STJ, REsp nº 254.115/SP, 1ª T., Rel. Min. Garcia Vieira, DJU 14.08.2000.

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