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Anarquismo: Filosofia e História

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Anarquismo
 https://acordocoletivo.org/2011/04/27/anarquismo/ 27 de abril de 2011
Anarquismo (do grego ἀναρχος, transl. anarkhos, que significa “sem governantes”,[1][2] a partir do prefixo ἀν-, an-, “sem” + ἄρχή, arkhê, “soberania, reino, magistratura”[3] + o sufixo -ισμός, -ismós, da raiz verbal -ιζειν, -izein) é uma filosofia política que engloba teorias, métodos e ações que objetivam a eliminação total de todas as formas de governo compulsório.[4] De um modo geral, anarquistas são contra qualquer tipo de ordemhierárquica que não seja livremente aceita [5] e, assim, preconizam os tipos de organizações libertárias.
Anarquia significa ausência de coerção e não a ausência de ordem.[6] A noção equivocada de que anarquia é sinônimo de caos se popularizou entre o fim doséculo XIX e o início do século XX, através dos meios de comunicação e de propaganda patronais, mantidos por instituições políticas e religiosas. Nesse período, em razão do grau elevado de organização dos segmentos operários, de fundo libertário, surgiram inúmeras campanhas antianarquistas.[7] Outro equívoco banal é se considerar anarquia como sendo a ausência de laços de solidariedade (indiferença) entre os homens. À ausência de ordem – ideia externa aos princípios anarquistas -, dá-se o nome de “anomia“.[8]
Passando da conceituação do Anarquismo à consolidação dos seus ideais, existe uma série de debates em torno da forma mais adequada para se alcançar e se manter uma sociedade anárquica. Eles perpassam a necessidade ou não da existência de uma moral anarquista, de uma plataforma organizacional, questões referentes ao determinismo da natureza humana, modelos educacionais e implicações técnicas, científicas, sociais e políticas da sociedade pós-revolução. Nesse sentido, cada vertente do Anarquismo tem uma linha de compreensão, análise, ação e edificação política específica, embora todas vinculadas pelos ideais-base do Anarquismo. O que realmente varia, segundo os teóricos, são as ênfases operacionais.
	Índice
· 1 Histórico dos movimentos anarquistas
· 1.1 Anarquismo no Brasil
· 1.2 Anarquismo em Portugal
· 2 Principais conceitos anarquistas
· 2.1 Princípio da não-doutrinação
· 2.2 A revolução social
· 2.3 Humanismo
· 2.4 Liberdade
· 2.5 Antiautoritarismo
· 2.6 Ação direta
· 2.7 Apoio mútuo
· 2.8 Internacionalismo
· 2.9 Virtuosidade da revolta
· 2.10 Socialismo Libertário: uma ótica socialista e anarquista
· 3 A sociedade anarquista
· 3.1 Educação avançada: a base da coexistência harmoniosa
· 3.2 Princípio da flexibilidade e naturalidade organizacionais
· 3.3 Federalismo Libertário
· 3.4 Responsabilidades: individual e coletiva
· 4 Movimento social
· 4.1 A Primeira Internacional
· 4.2 Trabalho organizado
· 4.3 Propaganda pelo ato
· 4.4 Revolução Russa
· 4.5 Luta contra o fascismo
· 4.6 Anarquismo contemporâneo
· 5 Vertentes do anarquismo
· 5.1 Mutualismo
· 5.2 Anarquismo individualista
· 5.3 Anarquismo social
· 5.4 Correntes pós-clássicas
· 6 Tópicos de interesse na teoria anarquista
· 6.1 Amor livre
· 6.2 Educação libertária
· 6.3 Debates e questões internas
· 7 Questões frequentes aos anarquistas
· 7.1 A instrumentalização da violência
· 7.2 Anomia
· 7.3 Religião e espiritualidade
· 7.4 Tecnologia
· 8 Anarquistas mais conhecidos
· 8.1 Internacionalmente conhecidos
· 8.2 Anarquistas brasileiros
· 8.3 Anarquistas portugueses
9 Referências
· 10 Ver também
· 11 Ligações externas
Histórico dos movimentos anarquistas
Ver artigo principal: História do Anarquismo
William Godwin, “o primeiro a formular as concepções políticas e econômicas do anarquismo, mesmo que ele não tenha dado nome às ideias desenvolvidas em seu trabalho”[9]
Alguns consideram que temas anarquistas podem ser encontrados em trabalhos dos filósofos taoístas Lao Zi[9] e Chuang-Tzu. O último tem sido traduzido, “Há uma coisa como deixar a humanidade sozinha; nunca houve tal coisa como governar a humanidade [com sucesso],” e “Um pequeno ladrão é colocado na cadeia. Um grande bandido torna-se o governante de uma nação”.[10]Diógenes de Sínope e os cínicos, e o seu contemporâneo Zenão de Cítio, o fundador do estoicismo, também introduziram tópicos similares.[9][11]
O anarquismo moderno, contudo veio do pensamento secular ou religioso do Iluminismo, particularmente de argumentos de Jean-Jacques Rousseau para a centralidade moral da liberdade.[12]
William Godwin desenvolveu a primeira expressão do pensamento anarquista moderno.[13] Godwin foi, de acordo com Peter Kropotkin, “o primeiro a formular as concepções políticas e econômicas do anarquismo, mesmo que ele não tenha dado nome às ideias desenvolvidas em seu trabalho”,[9] enquanto Godwin ligava suas ideias anarquistas a Edmund Burke.[14] Benjamin Tucker creditava a Josiah Warrenn, um estado-unidense que promovia a ausência do estado e comunidades voluntárias onde todos os bens e serviços são privados, como sendo “o primeiro homem a expor e formular a doutrina agora conhecida como anarquismo.”[15] O primeiro a descrever-se como um anarquista foi Pierre-Joseph Proudhon,[16] um filósofo francês e político, que levou alguns a chamá-lo de fundador da teoria anarquista moderna.[17]
O anarquismo desempenhou papéis significativos nos grandes conflitos da primeira metade do século XX. Durante a Revolução Russa de 1917, Nestor Makhno tenta implantar o anarquismo na Ucrânia, com apoio de várias comunidades camponesas, mas que acabam derrotadas pelo Estado bolchevique de Lênin.
Ver artigo principal: Revolução Ucraniana
Quinze anos depois, anarquistas organizados em torno de uma confederação anarcossindicalista impedem que um golpe militar fascista seja bem sucedido na Catalunha (Espanha), e são os primeiros a organizar milícias para impedir o avanço destes na consequente Guerra Civil Espanhola. Durante o curso dessa guerra civil, os anarquistas controlaram um grande território que compreendia a Catalunha e Aragão, onde se incluía a região mais industrializada de Espanha, sendo que a maior parte da economia passou a ser autogestionada (autogerida).
Ver artigo principal: Revolução Espanhola
Após a Segunda Guerra Mundial, o movimento anarquista deixou de ser um movimento de massas, e perdeu a influência que tinha no movimento operário dos vários países europeus. Entretanto, continuaria a influenciar revoltas populares que se seguiram na segunda metade do século XX, como o Maio de 68 na França, o movimento anti-Poll tax no Reino Unido e os protestos contra a reunião da OMC em Seattle, nos Estados Unidos.
Anarquismo no Brasil
Ver artigo principal: Anarquismo no Brasil
Talvez uma das primeiras experiências anarquistas do mundo, antes mesmo de ter sido criado o termo, tenha ocorrido nas margens da Baía de Babitonga, na cidade histórica de São Francisco do Sul. Em 1842 o Dr. Benoit Jules Mure, inspirado na teorias de Fourier, instala o Falanstério do Saí ou Colônia Industrial do Saí, reunindo os colonos vindos de França no Rio de Janeiro em 1841. Houve dissidências e um grupo dissidente, à frente do qual estava Michel Derrion, constituiu outra colônia a algumas léguas do Saí, num lugar chamado Palmital: a Colônia do Palmital.
Mure conseguiu apoio do Coronel Oliveira Camacho e do presidente da Província de Santa Catarina, Antero Ferreira de Brito. Este apoio foi-lhe fundamental para posteriormente conseguir a ajuda financeira do Governo Imperial do Brasil para seu projeto.
O anarquismo no Brasil ganhou força com a grande imigração de trabalhadores europeus entre fins do século XIX e início do século XX. Em 1889 Giovani Rossi tentou fundar em Palmeira, no interior do Paraná, uma comunidade baseada no trabalho, na vida e na negação do reconhecimento civil e religioso do matrimônio, (o que não significa, necessariamente, “amor livre“), denominada Colônia Cecília. A experiência teve curta duração.
No início do século XX, o anarquismo e o anarcossindicalismo eram tendências majoritárias entre o operariado, culminando com as grandes greves operárias de 1917, em São Paulo, e 1918–1919, no Rio de Janeiro. Durante o mesmo período, escolas modernas foramabertas em várias cidades brasileiras, muitas delas a partir da iniciativa de agremiações operárias de inclinação anarquista.
Alguns acreditam que a decadência do movimento anarquista se deveu ao fortalecimento das correntes do socialismo autoritário, ou estatal, i.e., marxista-leninista, com a criação do Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1922 participada inclusivamente, por ex-integrantes do movimento anarquista que, influenciados pelo sucesso da revolução Russa, decidem fundar um partido segundo os moldes do partido bolchevique russo.
Porém, esta posição, sustentada por muitos historiadores, vem sendo contestada desde a década de 1970 por Edgar Rodrigues (anarquista português naturalizado no Brasil, pesquisador autodidata da história do movimento anarquista no Brasil e em Portugal), e pelos recentes estudos  de Alexandre Samis que indicam que a influência anarquista no movimento operário cresceu mais durante este período do que no já fundado (PCB) e só a repressão do governo de Artur Bernardes, viria diminuir a influência das idéias anarquistas no seio do movimento grevista. Artur Bernardes foi responsável por campos de concentração e centros de tortura, nos quais morreram inúmeros libertários, sendo que o pior de tais campos foi o de Clevelândia, localizado no Oiapoque. Edgar Rodrigues apresenta em várias de suas obras as investidas de membros do PCB que, procurando transformar os sindicatos livres em sindicatos partidários e conquistar devotos às idéias leninistas, polemizavam em sindicatos e jornais, chegando a realizar atentados contra anarquistas que se destacavam no movimento operário brasileiro, durante a década de 1920.
Provavelmente devido aos problemas de comunicação resultantes da tecnologia da época, os anarquistas só terão compreendido a revolução russa de forma mais clara, a partir das notícias de célebres anarquistas, como a estadunidense Emma Goldman, que denunciara as atrocidades cometidas na Rússia em nome da ditadura do proletariado. Seria a partir deste momento histórico que se definiria a posição tática do anarquismo perante os socialistas autoritários no Brasil, separando a confusão ideológica que reinava em torno da revolução russa, identificada pelos anarquistas inicialmente como uma revolução libertária. Esta ideia seria depois desmistificada pelos anarquistas, que acreditam no socialismo sem ditadura, defendendo a liberdade e a abolição do Estado.
Durante o Regime Militar (1964-1985), as principais expressões anarquistas no Brasil foram o Centro de Estudos Professor José Oiticica, no Rio de Janeiro, o Centro de Cultura Social de São Paulo e o Jornal O Protesto no Rio Grande do Sul. Todos foram fechados no final da década de 1960, mas seus militantes continuaram se encontrando clandestinamente, publicando livros e se correspondendo com libertários de outros países. Na década de 1970 surge na Bahia o jornal O Inimigo do Rei, impulsionando a formação de novos grupos anarquistas, através das editorias autogestionárias, em várias partes do Brasil. No Rio Grande do Sul, nos anos oitenta, cria-se na cidade de Caxias do Sul, o Centro de Estudos em Pesquisa Social – CEPS, voltado para o trabalho social. No ano de 1986, na cidade de Florianópolis, é realizada a Primeira Jornada Libertaria com o lançamento das bases para a reorganização da Confederação Operária Brasileira – COB/AIT e a organização dos anarquistas.
O anarquismo, mesmo com a repressão, renasce, em meio aos estudantes, intelectuais e trabalhadores.
Pode ser encontrado na internet um livro de Edgard Leuenroth “Anarquismo roteiro da libertação social” publicado na década de 60 pela editora mundo livre feita pelo CEPJO.
[editar] Anarquismo em Portugal
Ver artigo principal: História do movimento anarquista em Portugal
No final do século XIX dá-se o desenvolvimento de grupos anarquistas, que contribuíram para o derrube da monarquia em 1910. Com a Primeira República dá-se uma grande expansão e é fundada em 1919 a Confederação Geral do Trabalho, de tendência sindicalista revolucionária e anarco-sindicalista.
Consequentemente, com a instauração da Ditadura Militar em 1926, e com aditadura de Salazar que se lhe seguiu, proíbe-se a actividade dos grupos anarquistas. Em 1933 a censura prévia é legalmente instituída. Os vários jornais anarquistas, incluindo “A batalha”, passam a ser clandestinos e a ser alvos de perseguições. Em 1938 dá-se o atentado no qual se tentou assassinar Salazar. [carece de fontes?]
Com o 25 de abril de 1974 há um novo ressurgimento do movimento libertário, embora com uma expressão reduzida.
[editar] Principais conceitos anarquistas
[editar] Princípio da não-doutrinação
Proudhon e seus filhos, por Gustave Courbet, 1865
Este conceito anarquista, embora não constitua a didática primária à compreensão libertária, é digno de uma abordagem rápida.
Os anarquistas acreditam no desenvolvimento heterodoxo do pensamento e do ideal libertário como um todo, não idolatrando nem privilegiando qualquer escritor ou teórico desta vertente de estudos. George Woodcockdescreve com aptidão esse posicionamento libertário:
“Toda a posição do anarquismo é completamente diferente de qualquer outro movimento socialista autoritário. Ela tolera variações e rejeita a ideia de gurus políticos ou religiosos. Não existe um profeta fundador a quem todos devam seguir. Os anarquistas respeitam seus mestres, mas não os reverenciam, e o que distingue qualquer boa compilação que pretenda representar o pensamento anarquista é a liberdade doutrinária com que os autores desenvolveram idéias próprias de forma original e desinibida.”[18]
Anarquismo não é doutrina, não é religião, portanto não reverencia nenhuma espécie de livros ou obras culturais, nem linhas metodológicas rígidas, o que o definiria infantilmente enquanto ciência constituída. As obras concernentes ao anarquismo são, no máximo, fontes de experiências delimitadas histórica e conjunturalmente, passíveis de infinitas adaptações e interpretações pessoais.
Em síntese, o anarquismo é convencionado entre os libertários como sendo a emergência de um sentimento puro, sob o qual cada adepto deve desenvolver dentro de si mesmo o seu próprio instrumental intelectual para legitimá-lo e, mais do que isso, potencializá-lo abstracional e concretamente[carece de fontes?].
[editar] A revolução social
Na ótica anarquista, a revolução social consistiria na quebra drástica, rápida e efetiva do Estado e de todas as estruturas, materiais e não-materiais, que o regiam ou a ele sustentavam. Este princípio é primordial na diferenciação da vertente de pensamentos libertária em relação a qualquer outra corrente ideária. É a diferença básica entre o socialismo libertário e o socialismo autoritário.
Sob a ótica do marxismo, seria necessária a instrumentalização do Estado para a prossecução planejada, detalhada e gradativa da revolução, sendo instituída a ditadura do proletariado para o controle operário dos meios de produção até a eclosão do comunismo. Sob o ideário anarquista, a revolução deve ser imediata, para não permitir que os elementos revolucionários possam ser corrompidos pela realidade estatal. De acordo com os libertários, a ditadura do proletariado nada mais é do que uma ditadura “de fato”, continuando a exercer coerção, opressão e violência sobre a sociedade. Por isso, segundo os libertários, a revolução social deve ascender o mais rápido possível à sociedade anarquista, ao comunismo puro, para, através dos princípios da defesa da revolução, não permitir a ressurreição do Estado.
Por fim, por intermédio do processo de destruição completa do Estado, sobre todas as suas formas, torna-se plenamente tangível a liberdade, podendo o sujeito renovar de forma efetiva os seus princípios e preceitos humanistas.
[editar] Humanismo
Ver artigo principal: Humanismo
Nos meios anarquistas, de forma geral, rejeita-se a hipótese de que ogoverno ou o Estado sejam necessários ou mesmo inevitáveis para a sociedade humana. Os grupos humanos seriam naturalmente capazes de se auto-organizarem de forma igualitáriae não-hierárquica, mediante os progressos originados pela educação libertária. A presença de hierarquias baseadas na força, ao invés de contribuírem para a organização social, antes a corrompem, por inibirem essa capacidade inata de auto-organização e por dar origem à desigualdade.[carece de fontes?]
Desta forma, a partir da conscientização, aceitação e internalização da sua essência humana, ideia suprimida anteriormente pelo Estado, segundo os anarquistas, emerge naturalmente na sociedade humana o anseio pela ascensão da idéia-base de qualquer forma de vida real: a Liberdade.
[editar] Liberdade
A Liberdade é a base inconteste de qualquer pensamento, formulação ou ação anarquista, representando o elo sublime que conjuga de forma plena todos os anarquistas. Assim, entre os anarquistas, a Liberdade deixa apenas o plano abstracional (do pensamento) para ganhar uma funcionalidade prática, sendo o símbolo e a dinâmica do desenvolvimento humano real. Em outras palavras, o princípio básico para qualquer pensamento, ação ou sociedade ser definida como anarquista é que esteja imersa, tanto abstracionalmente (ideologicamente), quanto pragmaticamente (no âmbito das ações), no conceito de Liberdade. Liberdade física, de gênero, de pensamento, de ação, de expressão, de usufruto consciente dos recursos humanos, sociais e naturais, de negociação e interação, de apoio mútuo, de relacionamento e vinculação sentimental, de fé e espiritualidade, de produção intelectual e material e de realização coletiva e pessoal.
Para a encarnação da Liberdade, no entanto, é necessária a erradicação completa de qualquer forma de autoridade.
[editar] Antiautoritarismo
Ver artigo principal: Antiautoritarismo
O Antiautoritarismo consiste na repulsa e no combate total a qualquer tipo de hierarquia imposta ou a qualquer domínio de uma pessoa sobre a(s) outra(s), defendendo uma organização social baseada na igualdade e no valor supremo da liberdade. Tem como principais, mas não únicos, objetivos a supressão do Estado, da acumulação de riqueza própria do capitalismo(exceto os Anarco-capitalistas) e as hierarquias religiosas. O Anarquismo difere do Marxismo por rejeitar o uso instrumental do Estado para alcançar seus objetivos e por prever uma Revolução Social de caráter direto e incisivo, ao contrário da progressão sócio-política gradual – socialismo – rumo à derrubada do Estado – comunismo – proposta por Karl Marx.
De acordo com a corrente de pensamentos libertária, a supressão da autoridade é condicionada pela ação direta de cada indivíduo livre, prescindindo-se completamente de qualquer intermediário entre o seu objetivo, enquanto defensor da Liberdade, e a sua vontade. O anarquista entende que “enquanto houver autoridade, não haverá liberdade”.
[editar] Ação direta
Ver artigo principal: Ação direta
Os anarquistas afirmam que não se deve delegar a solução de problemas a terceiros, mas antes, atuar diretamente contra o problema em questão, ou, de forma mais resumida, “A luta não se delega aos heróis”. Sendo assim, rejeitam meios indiretos de resolução de problemas sociais, como a mediação por políticos e/ou pelo Estado, em favor de meios mais diretos como omutirão, a assembléia (ação direta que não envolve conflito), a greve, oboicote, a desobediência civil (ação direta que envolve conflito), e em situações críticas a sabotagem e outros meios destrutivos (ação diretaviolenta).
No entanto, a Ação Direta, por si só, não garante a manutenção e a perpetuação das condições humanas básicas, tanto em termos estruturais, quanto no aspecto intelectual, necessitando de uma extensão operacional ilimitada a fim de fazer da força humana global uma só energia coletiva. Decerto, somente a solidariedade e o mutualismo máximos podem promover essa harmonia social.
[editar] Apoio mútuo
Ver artigo principal: Apoio mútuo
Os anarquistas acreditam que todas as sociedades, quer sejam humanas ou animais, existem graças à vantagem que o princípio da solidariedade garante a cada indivíduo que as compõem. Este conceito foi exaustivamente exposto por Piotr Kropotkin, em sua famosa obra “Mutualismo: Um Fator de Evolução“. Da mesma forma, acreditam que a solidariedade é a principal defesa dos indivíduos contra o poder coercitivo do Estado e do Capital.
Mas, para que a solidariedade se torne uma virtude “de fato” é necessária a erradicação de qualquer fator de segregação ou discriminação humanas. Com esse objetivo, o internacionalismo se firma enquanto o princípio proeminente da integração sociolibertária.
[editar] Internacionalismo
Ver artigo principal: Internacionalismo
Para os anarquistas, todo tipo de divisão da sociedade – em todos os aspectos – que não possua uma funcionalidade plena no campo humano deve ser completamente descartada, seja pelos antagonismos infundados que ela gera, seja pela burocracia contraproducente que ela encarna na organização social, esterilizando-a. Logo, a ideia de “pátria” é negada pelos anarquistas.
Os libertários acreditam que as virtudes – bem como o exercer pleno delas – não devem possuir “fronteiras”. Assim, acreditam que a natureza humana é a mesma em qualquer lugar do mundo, exigindo, independentemente do universo material ou cultural onde o ente humano esteja inserido , uma gama infinita de necessidades e cuidados. Em outras palavras: se a fragilidade do homem não tem fronteiras, por que estabelecer empecilhos ao seu auxílio?
Vale lembrar que o conceito libertário de internacionalismo se difere completamente do conceito que conhecemos – portanto, capitalista – de globalização. Globalização é a ampliação a nível mundial da difusão de produtos – ideológicos, culturais e materiais – de determinados segmentos capitalistas, visando à potencialização máxima da capacidade mercadológica dos agentes operantes – na maioria das vezes, as empresas e as grandes corporações -, sendo, para isso, desconsideradas parcial ou completamente todas as conseqüências humanas do processo, já que é a doutrina do “lucro máximo” que rege essas operações. Por outro lado, o internacionalismo, por se alijar completamente de todo o ideário capitalista, não possui nenhuma tenção lucrativa, capitalista, e não é permeado por estruturas privilegiadas de produção – como as indústrias capitalistas -, sendo regido pela solidariedade e mutualismo máximos.
Didaticamente, o internacionalismo pode ser definido como sendo a difusão global de “serviços” humanos, e a globalização como a difusão global de “hegemonias” mercadológicas.
[editar] Virtuosidade da revolta
A revolta – na noção anarquista, a força “humano-social”, a oposição enérgica e incisiva contra qualquer forma de autoridade material ou abstrata – é marginalizada tanto no historicismo, nas compreensões da realidade baseadas em experiências passadas, quanto na sua operação no contexto subjetivo, da função dela na vida do indivíduo. Por ser uma força temida, quase sempre hermética e combatida em quaisquer culturas, a revolta é considerada e difundida como uma expressão artificial do ser humano, suscitada por fatos, por situações externas ao ser. Nesse sentido, segundo os teóricos libertários, uma das maiores características dos anarquistas é a compreensão da revolta enquanto um substrato humano, enquanto uma virtude absolutamente natural e efetivamente produtiva nos desenvolvimentos humano e social. Em outras palavras, para os anarquistas, a revolta é, assim como o amor, o afeto, a paz, a harmonia e a sabedoria, uma força imanente à própria mente humana. Para eles, o que define a efetividade da revolta é a forma como ela ultrapassa a sua condição abstrata, na mente de cada um, para se consolidar em ações, em transformação social.
[editar] Socialismo Libertário: uma ótica socialista e anarquista
Os anarquistas auto-denominados socialistas libertários vêem qualquer governo como a manutenção do domínio de uma classe social sobre outra. Compartilham da crítica socialista ao sistema capitalista em que o Estado mantém a desigualdade social através da força, ao garantir a poucos apropriedade privada sobre os meiosde produção, mas estendem a crítica aos socialistas que advogam a permanência de um Estado pós-revolucionário para garantia e organização da “nova sociedade”. Tal Estado, ainda que proletário, somente faria permanecer antigas estruturas de dominação de uma parcela da população sobre a outra, agora sob nova orientação ideológica.
Esta ótica defende um sistema socialista em que os meios de produção sejam socializados e garantidos a todos os que nela trabalham. Neste sistema, não haveria necessidade de autoridades ou governos uma vez que a administração da vida social, objetivando a garantia plena da liberdade, só poderia ser exercida por aqueles que a compõem e a tornam efetiva, seja na agricultura, na indústria, no comércio, na educação e outras esferas da sociedade.
A sociedade seria gerida por associações democráticas, formadas por todos, e agrupando-se livremente, ou seja, com entrada e saída livre, em cooperativas e estas em federações.
A tradição socialista libertária teve a sua origem entre os séculos XVIII eXIX. Talvez o primeiro anarquista (embora não tenha usado o termo em nenhum momento) tenha sido William Godwin, inglês, que escreveu váriospanfletos defendendo uma educação sem a participação do Estado, observando que este tornava as pessoas menos propensas a ver a liberdade que lhes era retirada. O primeiro a se auto-intitular anarquista e a defender claramente uma visão socialista libertária, foi Joseph Proudhon.[16] Mikhail Bakunin também foi um defensor do socialismo libertário, polemizando comKarl Marx e Friedrich Engels na primeira Associação Internacional de Trabalhadores (AIT). Mais tarde, apareceram importantes figuras do anarquismo, como Élisée Reclus, Piotr Kropotkin, Errico Malatesta e Emma Goldman, cujas idéias foram muito populares na primeira metade do século XX.
[editar] A sociedade anarquista
[editar] Educação avançada: a base da coexistência harmoniosa
A questão persecutória por excelência entre os anarquistas no decorrer da história é: como seria possível uma Sociedade Anarquista se cada ser humano pensa de uma forma diferente[carece de fontes?]? Não seria permeada por inúmeros conflitos, guerras, antagonismos?
A resposta a essa questão, defendida pela maior parte dos anarquistas[carece de fontes?], é a de que apenas o desenvolvimento virtuoso da educação (Pedagogia Libertária) – permeada pela autodidática, interesse natural, relativismo cultural e antidogmatismo – proveria as pessoas do desenvolvimento humano efetivo. Assim, embora os conflitos façam parte da Sociedade Anarquista – e a desenvolvam estruturalmente por essa relação dialética –, eles seriam transferidos do plano físico – como é o caso das guerras atuais – para o plano do diálogo – como prima a democracia direta –, sendo negociados de forma pacífica, consciente, racional e, acima de tudo, humana, já que o interesse, o calculismo, não estaria mais regendo as instâncias conflitivas. Em outras palavras, independentemente do resultado do embate, ninguém sairia em posição privilegiada[carece de fontes?].
Evidentemente, no caso de uma sociedade anarquista, também pode haver indivíduos que perturbem a harmonia social. Como a violência é uma forma pura de autoridade, de poder, o indivíduo que encarná-la em qualquer uma de suas ações, por qualquer que seja o motivo, não será considerado anarquista[carece de fontes?]. Como a Sociedade Anarquista é uma sociedade de anarquistas e para anarquistas, os dissidentes seriam obrigados a garantir a sua subsistência onde a autoridade e a mesquinhez deles tivesse alguma funcionalidade[carece de fontes?].
Piotr Alexeevich kropotkin (1842 – 1921) defende que a Liberdade, em seu estado puro, em conjunto com a fraternidade, serviria como um verdadeiro “remédio” às pessoas, sanando os seus problemas mais nefastos, conseqüentemente, prescindindo-se de qualquer espécie de punição ou coerção. Esta ideia se aplica, num espectro mais amplo, até às questões relacionadas à existência de estruturas manicomiais, responsáveis, na sociedade capitalista, pelas torturas e maus-tratos aos estigmatizados pelo sistema como “doentes mentais”.
[editar] Princípio da flexibilidade e naturalidade organizacionais
Os anarquistas, por intermédio da aceitação e compreensão da progressão materialmente dialética da história, em sua maioria, não acreditam que o estabelecimento de estruturas organizacionais rígidas possam promover um desenvolvimento humano efetivo. Assim, acreditam que a inflexibilidade organizacional – típica do sistema capitalista – termina por interferir deleteriamente, quando não suprimir, as faculdades individuais de cada ser humano. Por isso, os anarquistas acreditam que são as dificuldades e problemáticas humanas, materiais e sociais que devem prescrever o modelo temporário de organização, e não as inferências provenientes de abstrações técnicas. Em outras palavras, é a realidade concreta que deve definir as bases da organização da sociedade anarquista, em contrapartida com as situações imaginárias criadas pelos “técnicos”, as quais, na maioria das vezes, tendem a ser manipuladas a favor de interesses parciais.
Com o objetivo de se potencializar de forma plena a coesão estrutural – material – necessária à Sociedade Anarquista, a fim de se promover a satisfação das necessidades humanitárias, houve a emergência do conceito de Federalismo Libertário.
[editar] Federalismo Libertário
Ver artigo principal: Federalismo Libertário
Sendo uma ampliação funcional do princípio da “Ação Direta”, o federalismo libertário é o meio de organização proposto pela maior parte das vertentes anárquicas[carece de fontes?], desenvolvido, no âmbito anarquista, pela primeira pessoa a se intitular “anarquista”: Pierre-Joseph Proudhon (1809 – 1865). Esse conceito consiste na subdivisão organizacional temporária ou permanente da sociedade libertária – em federações, comunas, confederações, associações, cooperativas, grupos e qualquer outra forma de conjugação da força operacional humana – para a maior eficiência das interações humanas, sociais. Por intermédio do federalismo, de cunho libertário, seria possível uma intervenção rápida e direta do homem frente às problemáticas emergentes na sociedade anarquista. Nesse aspecto, Piotr Alexeevich Kropotkin (1842 – 1921) aludia didaticamente às federações como sendo “botes salva-vidas”: ágeis no auxílio e versáteis frente às condições ou necessidades adversas[carece de fontes?].
Evidencia-se que o conceito de federalismo, no campo libertário, transcende o conceito atual de federalismo que conhecemos, deixando de representar apenas as associações de grande escala para adentrar no âmbito pessoal, abrangendo, inclusive, as relações interpessoais. Desta forma, o federalismo libertário se firma enquanto a máxima coesão entre o homem e a satisfação proficiente de suas necessidades[carece de fontes?].
O federalismo libertário se difere do federalismo estatal – como o que vigora no Brasil – por não ser concebido em meio a nenhuma relação de submissão e por ser regido, em sua completude, pelas necessidades humanas. Seriam sempre as problemáticas que definiriam e prescreveriam a organização, e não os interesses, sejam eles coletivos ou pessoais.
Com efeito, vários anarquistas já propuseram modelos mais elaborados de organização, de plataformas organizacionais, mas, como é a conjuntura e a naturalidade que devem definir a organização numa sociedade anarquista, elas são consideradas inferências, projetos divergentes, porém, todos unificados pelo conceito uno do federalismo libertário. Em outras palavras, o federalismo libertário é tido enquanto o germe de qualquer organização anarquista.
[editar] Responsabilidades: individual e coletiva
Na sociedade anarquista, a questão da responsabilidade é persecutória em qualquer pensamento acerca das relações entre os seus integrantes. Didaticamente, ela é dividida entre responsabilidade individual e responsabilidade coletiva – ambas totalmente coesas na prática.
Pela primeira, compreende-se a consciência individual encarnada em qualquer açãoempreendida pelo indivíduo, de forma pessoal, subjetiva – embora com vistas ao benefício do coletivo. Assim, o anarquista possui seus deveres e obrigações em relação a toda a sociedade, agindo sempre de forma a progredi-la por completo.
Pela segunda, é convencionada a consciência coletiva emergente a partir de qualquer ação exercida por determinada seção operacional – grupo, associação, federação, etc. Uma determinada seção é responsável – em sua integridade – pelas suas ações desenvolvidas, estando suscetível aos seus resultados e, conseqüentemente, às possíveis reformulações ou reorientações.
[editar] Movimento social
O anarquismo como movimento social tem regularmente sofrido variações na sua popularidade. O seu período clássico, demarcado por estudiosos como sendo de 1860 a 1939, é associado com os movimentos do proletariado do século XIX e a era da Guerra Civil Espanhola com lutas contra o fascismo.[19]
[editar] A Primeira Internacional
O Anarquista coletivista Mikhail Bakunin opôs-se ao objetivo marxista daditadura do proletariado em favor de uma rebelião universal e aliou-se aos federalistas na Primeira Internacional antes da sua expulsão pelos marxistas.[16]
Na Europa, uma severa reação seguiu a revolução de 1848, durante a qual dez países tinham experimentado convulsões sociais breves ou longas assim como grupos defendendo elevações nacionalistas. Depois de a maioria dessas tentativas sistematicamente acabar em fracasso, elementos conservadores tiraram vantagem de grupos divididos de socialistas, anarquistas, liberais e nacionalistas, para impedir mais revoltas.[20] Em 1864, a Associação Internacional dos Trabalhadores (algumas vezes chamada de “Primeira Internacional”) uniu diversas correntes revolucionárias, como seguidores franceses de Proudhon,[21], blanquistas, filadélfios, sindicalistas ingleses,socialistas e sociais democratas.
Devido às suas ligações com movimentos ativos de trabalhadores, a Internacional tornou-se uma organização significativa. Karl Marx tornou-se uma figura importante na Internacional e membro do seu conselho geral. Seguidores de Proudhon, os mutualistas, opunham-se ao socialismo estatalde Marx, advogando o abstencionismo político e o arrendamento de pequenas propriedades.[22][23]
Em 1868, seguindo a sua mal-sucedida participação na Liga da Paz e Liberdade, o revolucionário russo Mikhail Bakunin e as suas associaçõesanarquistas coletivistas juntaram-se à Primeira Internacional (que tinha decidido não se envolver com a Liga da Paz e Liberdade).[24] Eles aliaram-se com as seções socialistas federalistas da Internacional,[25] que advogavam o fim do estado através da revolução e a coletivização da propriedade.
Primeiramente, os coletivistas trabalharam com os marxistas para empurrar a Primeira Internacional para uma direção mais socialista revolucionária. Subsequentemente, a Internacional tornou-se polarizada dentro de dois campos, com Marx e Bakunin como suas lideranças respectivamente.[26]Bakunin caracterizou as ideias de Marx como centralistas e previu que, se o partido marxista fosse ao poder, os seus líderes iriam simplesmente tomar o lugar da classe dominante contra a qual tinham lutado.[27][28]
Em 1872, o conflito atingiu seu clímax com uma separação final entre dois grupos no Congresso de Haia, no qual Bakunin e James Guillaume foram expulsos da Internacional e as suas sedes transferiram-se para Nova Iorque. Em resposta, as partes federalistas formaram a sua própria Internacional noCongresso de St. Imier, adotando um programa anarquista revolucionário.[29]
[editar] Trabalho organizado
Ver artigos principais: Anarcossindicalismo, Anarquismo na Espanha eRevolução Espanhola
As partes antiautoritárias da Primeira Internacional foram as precursoras dos anarcossindicalistas, procurando “substituir o privilégio e a autoridade do Estado” com “livre e espontânea organização do trabalho”.[30] Em 1886, aFederação de Sindicatos Organizados dos Estados Unidos e do Canadá decidiram por unanimidade que 1 de maio de 1886 seria a data em que a jornada de oiro horas se tornaria padrão.[31]
Em resposta, sindicatos pelos EUA prepararam uma greve geral para apoiar o evento.[31] Em 3 de maio, em Chicago, uma briga iniciou-se quando fura-greves tentaram cruzar a linha dos piquetes, e dois trabalhadores morreram quando a polícia abriu fogo contra a multidão.[32] No dia seguinte, 4 de maio, os anarquistas organizaram um comício na Haymarket Square de Chicago.[33]Uma bomba foi jogada por um desconhecido perto da conclusão do comício, matando um oficial.[34] No pânico subsequente, a polícia abriu fogo contra a multidão e foi respondida.[35] Sete policiais e ao menos quatro trabalhadores foram mortos.[36] Oito anarquistas direta e indiretamente relacionados aos organizadores do comício foram presos e acusados do assassinato dos policiais. Eles tornaram-se celebridades políticas internacionais entre a esquerda. Quatro deles foram executados e um quinto cometeu suicídio antes da sua execução. O incidente tornou-se conhecido como a Revolta de Haymarket, e foi um revés para o movimento e para a luta pela jornada de oito horas. Em 1890, uma segunda tentativa, desta vez internacional em extensão, para mobilização pela jornada de oito horas, foi feita. O evento também tinha o objetivo secundário de lembrar trabalhadores assassinados na Revolta de Haymarket.[37] Apesar de ter sido inicialmente concebida como um evento isolado, no ano seguinte a celebração do Dia do Trabalhadortinha se tornado como um feriado do trabalhador internacionalmente estabelecido.[31]
Em 1907, o Congresso Internacional Anarquista de Amsterdã reuniu delegados de quatorze países diferentes, entre os quais importantes figuras do movimento anarquista, como Errico Malatesta, Pierre Monatte, Luigi Fabbri, Benoît Broutchoux, Emma Goldman, Rudolf Rocker, e Christiaan Cornelissen. Vários temas foram tratados durante o Congresso, em particular concernando a mobilização do movimento anarquista, publicações deeducação popular, a greve geral ou o antimilitarismo. Um debate central concernou a relação entre o anarquismo e o sindicalismo. Malatesta e Monatte discordaram particularmente sobre o assunto, já que o segundo pensava que o sindicalismo era revolucionário e criaria condições para umarevolução social, enquanto Malatesta não considerava o sindicalismo por si só suficiente.[38] Ele pensava que o movimento sindical era reformista e até mesmo conservador, citando como essencialmente burgueses e antitrabalhadores os dirigentes sindicais. Malatesta alertou que o objetivo dos sindicalistas eram perpetuar o sindicalismo, enquanto os anarquistas deviam sempre ter a anarquia como o seu fim e, consequentemente, abster-se de se comprometer com qualquer método particular de alcançá-la.[39]
A Federação Espanhola dos Trabalhadores em 1881 era o primeiro grande movimento anarcossindicalista; as federações sindicais eram de especial importância na Espanha. A mais bem-sucedida era a Confederación Nacional del Trabajo (Conferação Nacional do Trabalho: CNT), fundada em 1910. Antes dos anos 1940, a CNT era a maior força na política do proletariado espanhol, atraindo 1,58 milhão de membros em certo ponto e tendo um papel significativo na Guerra Civil Espanhola.[40] A CNT era afiliada à Associação Internacional dos Trabalhadores, uma federação de sindicatos anarcossindicalistas fundada em 1922, com delegados representando dois milhões de trabalhadores de quinze países da Europa e da América Latina. O maior movimento anarquista organizado hoje está na Espanha, na forma daConfederación General del Trabajo (CGT) e da CNT. Os membros da CNT eram estimados em cerca de 100.000 em 2003.[41] Outros movimentos sindicalistas ativos são a Workers Solidarity Alliance (Aliança Solidária dos Trabalhadores, dos EUA) e a Solidarity Federation (Federação Solidária, do Reino Unido). O sindicato industrial revolucionário Industrial Workers of the World (Trabalhadores Industriais do Mundo), com 2 mil membros pagantes, e a International Workers Association (AssociaçãoInternacional dos Trabalhadores), uma sucessora anarcossindicalista do Primeira Internacional, também continuam ativas.
[editar] Propaganda pelo ato
Ver artigo principal: Propaganda pelo ato
Pôster de propaganda mostrando um anjo protegendo pessoas contra um ativista bolchevista com uma bomba e uma faca nas mãos: a propaganda pelo ato foi amplamente vista negativamente
Alguns anarquistas, como Johann Most, defenderam a divulgação de atos violentos de retaliação contra contrarrevolucionários porque “nós proclamamos não apenas ação em e para si mesma, mas também ação como propaganda.”[42] Por volta dos anos 1880, a frase “propaganda pelo ato” tinha começado e ser utilizada tanto dentro quanto fora do movimento anarquista para se referir a bombardeios individuais, regicídios etiranicídios. Entretanto, em 1887, figuras importantes no movimento anarquista distanciaram-se de tais atos individuais. Peter Kropotkin assim escreveu naquele ano em Le Révolté que “uma estrutura baseada em séculos de história não pode ser destruída com alguns quilos de dinamite”.[43] Uma variedade de anarquistas advogou o abandono desse tipo de táticas em favor de uma ação coletiva revolucionária, por exemplo através do movimento sindical. O anarcossindicalista Fernand Pelloutier argumentou em 1895 pelo envolvimento de renomados anarquistas no movimento trabalhista, baseando-se em que o anarquista não poderia ir bem sem “o dinamitador individual.”[44]
A repressão do Estado (incluindo as lois scélérates francesas de 1894) para movimentos anarquistas e trabalhistas seguindo os poucos bem-sucedidos bombardeios e assassinatos poderiam ter contribuído para o abandono desse tipo de táticas, apesar de, reciprocamente, a repressão do estado, em primeiro lugar, ter possivelmente contribuído para esses atos isolados. A separação do movimento socialista em muitos grupos e, seguindo a supressão da Comuna de Paris em 1871, a execução e exílio de muitoscommunards para colônias penais, favoreceram expressões e atos políticos individuais.[45]
[editar] Revolução Russa
Ver artigos principais: Anarquismo na Rússia e Revolução Russa
Os anarquistas Emma Goldman e Alexander Berkman opuseram-se à consolidação bolchevique de poder seguinte à Revolução Russa.
Anarquistas participaram junto aos bolcheviques tanto na Revolução de Fevereiro quanto na Revolução de Outubro, e estavam inicialmente entusiasmados com a revolução bolchevique.[46] Entretanto, os bolcheviques tornaram-se contrários a anarquistas e outros opositores de esquerda em pouco tempo, um conflito que culminou na Revolta de Kronstadt, reprimida pelo novo governo. Os anarquistas na Rússia central foram aprisionados ou juntaram-se aos bolcheviques vitoriosos; os anarquistas de Petrogrado e Moscou fugiram para a Ucrânia.[47] Lá, no Território Livre, eles lutaram naguerra civil contra o Exército Branco (um grupo apoiado pelos países do oeste e por monarquistas e outros opositores da Revolução de Outubro) e então contra os bolcheviques como parte do Exército Insurgente Makhnovista liderado por Nestor Makhno, o qual estabeleceu uma sociedade anarquista na região por alguns meses.
Os anarquistas expulsos dos Estados Unidos Emma Goldman e Alexander Berkman estavam entre os que faziam agitações em resposta à política bolchevique e à repressão da Revolta de Kronstadt, antes de deixarem a Rússia. Ambos escreveram diários das suas experiências na Rússia, criticando o grande controle que os bolcheviques exerciam. Para eles, as previsões deBakunin sobre as consequências do domínio marxista de que os dirigentes do novo estado “socialista” marxista se tornariam uma nova elite tinham se provado todas muito verdadeiras.[27][48]
A vitória dos bolcheviques na Revolução de Outubro e o resultado da Guerra Civil Russa provocaram sérios prejuízos para movimentos anarquistas internacionalmente. Muitos trabalhadores e ativistas viam o sucesso bolchevique como um exemplo; partidos comunistas cresceram às custas do anarquismo e de outros movimentos socialistas. Na França e nos Estados Unidos, por exemplo, membros dos maiores movimentos sindicais da CGT e do IWW deixaram as organizações e se juntaram à Internacional Comunista.[49]
Em Paris, o grupo de Dielo Truda, formado por anarquistas russos exilados, que incluía Nestor Makhno, concluiu que os anarquistas precisavam desenvolveu novas formas de mobilização em resposta às estruturas do bolchevismo. O seu manifesto de 1926, chamado Plataforma Organizacional da União Geral dos Anarquistas (Projeto),[50] foi apoiado. Grupos plataformistasativos hoje em dia incluem o Workers Solidarity Movement (Movimento Solidário dos Trabalhadores) na Irlanda e a Federação do Nordeste de Anarquistas Comunistas da América do Norte. O sintetismo emergiu como uma alternativa organizacional ao plataformismo e tentava juntar anarquistas de diferentes tendências sob os princípios do anarquismo sem adjetivos.[51] Nos anos 1980, essa forma encontrou os seus principais proponentes em Volin e Sebastien Faure.[51] É o princípio essencial atrás das federações anarquistas agrupadas em torno da Internacional de Federações Anarquistas global contemporânea.[51]
A organização antifascista Maquis, que resistiu à dominação nazista efranquista na Europa.
[editar] Luta contra o fascismo
Ver artigos principais: antifascismo e anarquismo e nacionalismo
Nos anos 1920 e 1930, a ascensão do fascismo na Europa transformou o conflito do anarquismo com o estado. A Itália viu as primeiras lutas entre anarquistas e fascistas. Anarquistas italianos tiveram um papel chave na mobilização antifascista Arditi del Popolo, que era mais forte em áreas com tradições anarquistas, e alcançou algum sucesso em seu ativismo em repelir os camisas negras do bastião anarquista de Parma em agosto de 1922.[52] Na França, onde as ligas de extrema direita aproximaram-se da insurreição nosconflitos de fevereiro de 1934, os anarquistas dividiram-se por uma política de frente unida.[53]
Na Espanha, a CNT inicialmente recusou-se a juntar-se a uma aliança popular de frente eleitoral, e a abstenção dos apoiadores da CNT levou a direita à vitória nas eleições. Em 1936, porém, a CNT mudou a sua política e os votos dos anarquistas ajudaram a trazer a frente popular novamente ao poder. Meses depois, a antiga classe dominante respondeu com uma tentativa de golpe, causando a Guerra Civil Espanhola (1936–1939).[54] Em resposta à rebelião do exército, um movimento de inspirações anarquista de camponeses e trabalhadores, apoiado por milícias armadas, tomou o controle de Barcelona e grande áreas da zona rural espanhola, onde coletivizaram a terra.[55] Mas mesmo antes da vitória fascista em 1939, os anarquistas foram perdendo campo em uma dura luta com os stalinistas, que controlavam a distribuição de ajuda militar para a causa republicana da União Soviética. Tropas lideradas por stalinistas suprimiram as áreas coletivizadas e perseguiram tanto marxistas dissidentes quanto anarquistas.[56]
[editar] Anarquismo contemporâneo
Ver artigo principal: Anarquismo contemporâneo
A famosa okupa perto de Parc Güell, vista de Barcelona. A ocupação foi uma parte importante do emergente movimento anarquista renovado dacontracultura dos anos 1960 e 1970.
Uma onde de interesse popular no anarquismo ocorreu durante os anos 1960 e 1970 [57]Em 1968, em Carrara, na Itália, a Internacional de Federações Anarquistas foi fundada durante uma conferência anarquista internacional na cidade por federações europeias já existentes da França, da Itália e aFederação Anarquista Ibérica, assim como a federação búlgara no exílio francês[58][59]. No Reino Unido, a onda foi associada com o movimento punk rock, exemplificado por bandas como Crass e Sex Pistols.[60] A crise de habitação e emprego na maior parte da Europa Ocidental levou à formação de movimentos de comunas e de ocupações como o de Barcelona. Na Dinamarca, uma base militar fora de uso foi ocupada e a Cidade Livre de Christiania, um local autônomo no centro de Copenhagen, foi declarada.
Desde essa onda de popularidadedo anarquismo na metade do século XX,[61]uma quantidade de novos movimentos e escolas de pensamento emergiram. Apesar de tendências feministas terem sempre sido uma parte do movimento anarquista na forma do anarcofeminismo, elas voltaram a vigorar com a segunda onda do feminismo nos anos 1960. O Movimento Afro-Americano de Direitos Civis e o movimento contra a guerra do Vietnã também contribuíram para a nova onda de anarquismo nos EUA. O anarquismo europeu do final do século XX teve muita da sua força vinda do movimento trabalhista, e ambos incorporaram o ativismo em prol dos direitos animais. O antropologista e o historiador anarquistas David Graeber e Andrej Grubacictêm posto uma ruptura entre gerações de anarquismo, com aqueles “que frequentemente ainda não se livraram dos hábitos sectários” do século XIX contrastados com os jovens ativistas que são “muito mais informados, por, entre outros elementos, ideias do conhecimento tradicional, feministas, ecológicas e contraculturais” e que, na virada do século XXI eram formados “em ampla maioria” por anarquistas.[62]
Perto da virada para o século XXI, o anarquismo cresceu em popularidade e como influência nos movimentos antiguerra, anticapitalistas eantiglobalização.[63] Anarquistas tornaram-se conhecidos pelo seu movimento em protestos contra os encontros da Organização Mundial do Comércio, do G-8 e o Fórum Econômico Mundial. Alguma facções anarquistas nesses protestos estão envolvidos em manifestações, destruição de propriedades e confrontos violentos com a polícia, os quais são seletivamente retratados pela grande mídia como tumultos violentos. Essas ações são aceleradas por grupos de curta duração, sem liderança e anônimos conhecidos como black blocs; outras táticas de mobilização pioneiramente utilizadas nesta época incluem uso de fantasias e reuniões em grupos pequenos e o uso de tecnologias descentralizadas como a internet.[63] Um dos marcos dessa época foram os confrontos ns Conferência da OMC em Seattle em 1999.[63]
Internacionais de federações anarquistas em atividade incluem aInternacional de Federações Anarquistas, a Associação Internacional dos Trabalhadores e a Solidariedade Internacional Libertária.
[editar] Vertentes do anarquismo
Ver artigo principal: Vertentes do anarquismo
Retrato do filósofo Pierre-Joseph Proudhon (1809–1865) por Gustave Courbet. Proudhon foi o primeiro proponente do mutualismo, e influenciou posteriormente muitos pensadores anarquistas individualistas.
Ideias anarquistas têm apenas ocasionalmente inspirado movimentos de todos os tamanhos, e “a tradição é o principal dos pensadores individuais, mas eles têm produzido um importante corpo de teoria”.[64] Escolas anarquistas de pensamento tinham sido geralmente agrupadas em duas principais tradições históricas, anarquismo individualista e anarquismo social, as quais têm algumas origens, valores e evolução diferentes.[65][66][67]A corrente individualista do anarquismo enfatiza a liberdade negativa, p. ex. a oposição ao estado ou controle social sobre o indivíduo, enquanto aqueles na vertente social enfatizam a liberdade positiva para alcançar o potencial do homem e argumenta que humanos têm necessidades que a sociedade deveria preencher totalmente, “reconhecendo igualdade de direitos”.[68] No senso cronológico e teórico, há escolas anarquistas clássicas – aquelas criadas no século XIX – e a pós-clássicas – aquelas criadas desde a metade do século XX.
Por trás das correntes específicas de pensamento anarquista está oanarquismo filosófico, que une a estância teórica de que o Estado tem falta de legitimidade moral ao não aceitar o imperativo da revolução para eliminá-lo. Um componente especialmente do anarquismo individualista[69][70] que o anarquismo filosófico pode aceitar é a existência de um estado mínimo como despropositado, e usualmente temporariamente, um “mal necessário”, mas ele argumenta que os cidadãos não têm uma obrigação moral para obedecer o estado quando as suas leis entram em conflito com a autonomia individual.[71] Uma reação contra o sectarismo dentro do meio anarquista foi o “anarquismo sem adjetivos“, uma convocação para tolerânciaprimeiramente adotada por Fernando Tarrida del Mármol, em 1889, em resposta aos “debates amargos” da teoria anarquistas naquele tempo.[72] Ao abandonar os anarquismos hifenados (p. ex. anarquismo-coletivista, -comunista, -mutualista, e -individualista), era solicitada a ênfase nas crenças no antiautoritarismo comum a todas as escolas de pensamento anarquistas.[73]
[editar] Mutualismo
Ver artigo principal: Mutualismo (política)
O Mutualismo começa com os movimentos de trabalhadores ingleses e franceses do século XIX, assumindo seu caráter anarquista com Pierre-Joseph Proudhon na França e outros nos EUA.[74] Proudhon propôs a ordem espontânea, onde a organização emerge sem uma autoridade central, uma “anarquia positiva onde a ordem surge quando todos fazem “o que desejam e apenas o que desejam”[75] e onde “transações de negócios sozinhas produzem a ordem social”.[76]
O mutualismo anarquismo se preocupa com a reciprocidade, associação livre, contratos voluntários, federações e reforma de crédito e moeda. De acordo com William Batchelder Greene, cada trabalhador, no sistema mutualista, receberia “o justo e exatamente o pagamento pelo seu trabalho; serviços equivalentes em custo sendo trocáveis por serviços equivalentes em custo, sem lucro ou desconto”.[77] O mutualismo tem sido caracterizado ideologicamente situado entre as formas individualistas e coletivistas do anarquismo.[78] Proudhon caracterizou primeiro o seu objetivo como “a terceira forma da sociedade, a síntese do comunismo e da propriedade.”[79]
[editar] Anarquismo individualista
Ver artigo principal: Anarquismo individualista
Anarquismo individualista refere-se a algumas tradições de pensamento dentro de movimento anarquista que enfatizam o indivíduo e a sua vontadesobre quaisquer tipos de determinantes externos, tais como grupos, sociedade, tradição e sistemas ideológicos.[80][81] O anarquismo individualista não é uma única filosofia, referindo-se a um grupo de filosofias individualistas que algumas vezes são conflitantes.
O Filósofo do século XIX Max Stirner, usualmente considerado um dos primeiros importantes anarquistas individualistas (desenho de Friedrich Engels).
Em 1793, William Godwin, que tem frequentemente[82] sido citado como o primeiro anarquista, escreveu Justiça Política, que alguns consideram ser a primeira expressão do anarquismo.[13][83] Godwin, um filósofo anarquista de uma base racionalista e utilitarista se opôs à ação revolucionária e viu umestado mínimo como um “mal necessário” presente que se tornaria cada vez mais irrelevante e sem poder pela propagação gradual de conhecimento.[13][84] Godwin advogou um individualismo extremo, propondo que toda a cooperação no trabalho fosse eliminada na premissa de que isso seria o mais conducente ao bem geral.[85][86]
Godwin era um utilitarista que acreditava que todos os indivíduos não são de valor igual, com alguns de nós “de mais valor e importância” do que outros, dependendo da nossa utilidade em trazer bem social. Portanto, ele não acredita em direitos igual, mas na vida da pessoa, e que deveria ser favorecida a que é mais contribuinte para o bem social.[86] Godwin se opôs ao governo porque ele o viu infringindo a direito individual de “julgamento privado” para determinar quais ações mais maximizam a utilidade, mas também fez uma crítica de toda autoridade sobre o julgamento do indivíduo. Esse aspecto da filosofia de Godwin, privado de motivações utilitárias, foi desenvolvido em uma forma mais extrema posteriormente por Stirner.[87]
A forma mais extrema do anarquismo individualista, chamada de “egoísmo”,[88] ou anarquismo egoísta, teve como expoente um dos primeiros e mais bem conhecidos proponentes do anarquismo individualista, Max Stirner.[89]O Único e Sua Propriedade de Stirner, publicado em 1844, é o texto fundador dessa filosofia.[89] De acordo com Stirner, a única limitação dos direitos doindivíduo é o seu poder para obter o que ele deseja,[90] sem considerar Deus, estado ou moralidade.[91] Para Stirner, direitos eram espectros na mente, e ele afirmava que a sociedade não existe, mas sim que “os indivíduos são a sua realidade”.[92]
Stirner defendia a auto-afirmação e previa uniões de egoístas, associações não-sistemáticas continuamente renovadas pelo apoio de todos os partidos através de um ato de vontade,[93] que Stirner propôs como uma forma de organização no lugar do estado.[94] Anarquistas egoístas afirmam que o egoísmo irá alimentar uma união genuína e espontânea entre os indivíduos.[95] O “egoísmo” tem inspirado muitas interpretações da filosofia de Stirner. Ele foi redescoberto e promovido pelo filósofo e ativista GLBT John Henry Mackay. O anarquismo individualista inspirado por Stirner atraiu poucos seguidores da boemia europeia e intelectuais.
[editar] Anarquismo social
Ver artigo principal: Anarquismo social
O Anarquismo social denomina um sistema de propriedade público dos meios de produção e controle democrático de todas as organizações, sem qualquer autoridade governamental ou coerção. É a maior escola de pensamento no anarquismo.[96] O anarquismo social rejeita a propriedade privada, vendo-a como a fonte da desigualdade social, e enfatiza a cooperação e a ajuda mútua.[97]
O teórico russo Peter Kropotkin (1842–1921), influente no desenvolvimento do anarcocomunismo.
Anarquismo coletivista, também chamado de “socialismo revolucionário” ou uma forma de tal,[98][99] é uma forma revolucionário de anarquismo, comumente associada com Mikhail Bakunin e Johann Most.[100][101]Anarquistas coletivistas se opõem a toda propriedade privada dos meios de produção, defendendo que a propriedade deve ser coletivizada. Isso era para ser alcançado através de uma revolução violenta, primeiramente começando com um grupo pequeno e coeso através de atos de violência, ou “propaganda pelo ato“, o que inspiraria trabalhadores como um todo a se revoltar e coletivizar forçadamente os meios de produção.[100]
Entretanto, a coletivização não era para ser estendida para a distribuição das receitas, já que os trabalhadores seriam pagos de acordo com o tempo trabalhado, mais do que receber bens distribuídos de “acordo com a necessidade” como no anarcocomunismo. Essa posição foi criticado poranarcocomunistas como efetivamente “assegurando o sistema de salários”.[102] O anarquismo coletivista surgiu contemporaneamente ao marxismo, mas se opôs à ditadura do proletariado marxista, apesar de aceitar o objetivo marxista de uma sociedade coletivista sem classes.[103] Ideias anarcocomunistas e anarquistas coletivistas não são mutuamente exclusivas; apesar de os anarquistas coletivista defenderem compensação pelo trabalho, alguns estenderam a possibilidade de uma transição pós-revolucionária para um sistema comunista de distribuição de acordo com a necessidade.[104]
O anarcocomunismo propõe que a forma mais livre de organização social seria uma sociedade composta por comunas autogeridas com o uso coletivo dos meios de produção, organizada democraticamente, e relacionada a outras comunas através de federação.[105] Enquanto alguns anarcocomunistas preferem a democracia direta, outros sentem que o seu caráter majoritário pode impedir a liberdade individual e então estes apoiam uma democracia consensual. No anarcocomunismo, assim como o dinheiro seria abolido, indivíduos não receberiam compensação direta pelo trabalho (através do compartilhamento dos lucros ou pagamentos), mas teriam livre acesso aos recursos e ao excedente da comuna.[106][107] O anarcocomunismo nem sempre tem uma filosofia comunitária. Algumas formas de anarcocomunismo são egoístas e fortemente influenciadas por individualismo radical,[108] acreditando que o anarcocomunismo não requer inteiramente uma natureza comunitária.
No começo do século XX, o anarcossindicalismo surgiu como uma vertente distinta dentro do anarquismo.[109] Com grande foco no movimento trabalhista do que formas anteriores de anarquismo, o sindicalismo colocasindicatos radicais como uma força potencial para uma mudança social revolucionária, substituindo o capitalismo e o estado por uma nova sociedade, democraticamente autogerida por trabalhadores. É frequentemente combinado com outras formas de anarquismo, e anarcossindicalistas frequentemente aceitam os sistemas econômicos anarcocomunistas ou anarquistas coletivistas.[110] Uma liderança inicial e pensador do anarcossindicalismo foi Rudolf Rocker, cujo panfleto de 1938Anarcossindicalismo delineia uma visão da origem do movimento, objetivando a importância para o futuro do trabalho.[110][111]
[editar] Correntes pós-clássicas
Ver também: Anarquismo contemporâneo
Lawrence Jarach (esquerda) e John Zerzan (direita), dois autores anarquistas contemporâneos proeminentes. Zerzan é conhecido como o principal teórico do anarcoprimitivismo, enquanto Jarach é um notável defensor da anarquia pós-esquerdismo.
O anarquismo continua a gerar muitos filósofos e movimentos, às vezes ecléticos, baseando-se em várias fontes, e sincréticos, combinando conceitos diferentes contrários para criar novas abordagens filosóficas. Desde a nova onda do anarquismo nos Estados Unidos, nos anos 1960,[61] novos movimentos e escolas têm emergido.[112] O anarcocapitalismo desenvolveu-se do libertarianismo radical anti-estado e do anarquismo individualista, baseando-se na Escola Austríaca de economia, em estudos de leis e economia e na teoria da escolha pública,[113] enquanto os florescentes movimentosfeminista e ambientalista também produziram ramificações anarquistas.
O anarcafeminismo desenvolveu-se como uma síntese do feminismo radicale do anarquismo, que vê o patriarcado (dominação masculina sobre as mulheres) como uma manifestação fundamental de governos compulsórios. Ele foi inspirado por escritas do século XIX das primeiras anarquistas feministas como Lucy Parsons, Emma Goldman, Voltairine de Cleyre e Dora Marsden. Anarcafeministas, como outras feministas radicais, criticam e defendem a abolição dos conceitos tradicionais de família, educação e dopapel social de gênero. O anarquismo verde (ou eco-anarquismo)[114] é uma escola de pensamento dentro do anarquismo que coloca ênfase em debates ambientais,[115] e cujas principais correntes contemporâneas são oanarcoprimitivismo e a ecologia social. O anarcopacifismo é uma tendência que rejeita o uso da violência na luta por mudança social.[116][117] Ele se desenvolveu “principalmente na Holanda, no Reino Unido e nos Estados Unidos, antes e durante a Segunda Guerra Mundial“.[117]
A anarquismo pós-esquerdismo é uma tendência que procura distanciar-se da tradicional esquerda política e escapar da restrição de ideologias em geral. O pós-anarquismo é um movimento em direção à síntese da teoria anarquista clássica e do pensamento pós-estruturalista baseando-se em diversas ideias, incluindo o pós-modernismo, marxismo autonomista,anarquismo pós-esquerdismo, situacionismo e pós-colonialismo.
Uma outra recente forma de anarquismo crítico de movimentos anarquistas formais é o anarquismo insurreicionário,[118] que defende a organização informal e a resistência ativa ao estado; entre os seus proponentes estãoWolfi Landstreicher e Alfredo M. Bonanno.
[editar] Tópicos de interesse na teoria anarquista
Intercectando e sobrepondo várias escolas de pensamento, certos tópicos de interesse e disputas internas têm se provado perenes dentro da teoria anarquista.
[editar] Amor livre
Ver artigos principais: Amor livre, Anarquismo e questões relacionadas a amor e sexo, Anarcafeminismo e Anarco-queer
O anarquista individualista francês Emile Armand (1872–1962), que expôs o valor do amor livre no meio social anarquista parisiense no começo do século XX
Uma importante corrente dentro do anarquismo é o amor livre.[119] O amor livre, algumas vezes visto como tendo raízes em Josiah Warren e em comunidades experimentais, advoga uma visão de liberdade sexual, expressão direta de um autodomínio individual. O amor livre particularmente enfatizaos direitos da mulher contra as leis sexualmente discriminatórias feitas contra as mulheres: por exemplo, leis de casamento e medidas de controle de nascimentos.[119] O mais importante jornal estado-unidense de amor livre foi Lucifrer the Lightbreaker (1883-1907), editado por Moses Harman e Lois Waisbrooker,[120]; também havia The Word, de Ezra Heywoode Angela Heywood The Word (1872–1890, 1892–1893).[119] M. E. Lazarus foi também um importante anarquista individualista estado-unidense que promoveu o amor livre.[119]
No bairro nova-iorquino de Greenwich Village, feministas boêmias e socialistas advogavam pela autorrealização e prazer para as mulheres (e também para os homens) no aqui e agora. Eles encorajaram jogar com os papeis sexuais e com a sexualidade,[121] e a abertamente bissexual radicalEdna St. Vincent Millay e a anarquista lésbica Margaret Anderson eram proeminentes no movimento. Grupos de discussão organizado por moradores do bairro eram frequentados por Emma Goldman, entre outros. Magnus Hirschfeld observou que, em 1923, Goldam “tem feito campanha forte e constantemente por direitos individuais, e especialmente para aqueles desprivados de seus direitos. Isso provocou a sua defesa do amor homossexual antes do público em geral.”[122]
Na Europa, o principal propagandista do amor livre dentro do anarquismo individualismo foi Emile Armand.[123] Ele propôs o conceito de la camaraderie amoureuse para falar de amor livre como a possibilidade de encontros sexuais entre adultos que consentissem. Ele também era um proponente consistente do poliamor.[123]
[editar] Educação libertária
Francisco Ferrer, pedagogo anarquista catalão
Max Stirner escreveu em 1842 um longo ensaio sobre a educação chamado O Falso Princípio da nossa Educação. Nele, Stirner nomeia o seu princípio educacional como “personalista” , explicando que o auto-entendimento consiste em autocriação contínua. Educação, para ele, é criar “homens livres, caráteres soberanos”, pelos quais ele quer dizer “caráteres eternos…que são portanto eternos porque eles formam-se a cada momento”.[124]
1901, o pensador anarquista e livre pensador Francisco Ferrer estabeleceu escolas progressivas ou “modernas” em Barcelona, desafiando um sistema educacional controlado pela Igreja Católica.[125] O objetivo inicial da escola era educar a classe trabalhadora em um cenário racional, secular e não-coercitivo”. Ferozmente anticlerical, Ferrer acreditava na “liberdade na educação”, educação livre de autoridade da igreja ou do estado.[126] Murray Bookchin escreveu: “Esse período (década de 1890) foi o auge das escolas libertárias e de projetos pedagógicos em todas as áreas do país onde os anarquistas exerciam alguma escala de influência. Possivelmente, o mais bem conhecido esforço neste campo foi a Escola Moderna de Francisco Ferrer (Escuela Moderna), um projeto que exercia uma considerável influência na educação catalã e nas técnicas experimentais de ensinar em geral.”[127] La Escuela Moderna e as ideias de Ferrer em geral foram a inspiração para uma série de Escolas Modernas nos Estados Unidos,[125] Cuba, América do Sul eLondres. A primeira dessas foi inaugurada em Nova Iorque em 1911. Ela também inspirou o jornal italiano Università popolare, fundado em 1901.
Uma outra tradição libertária é a de não-escolarização e a pedagogia libertária nas quais atividades lideradas por crianças substituem abordagens pedagógicas. Experiências na Alemanha levaram A. S. Neill a fundar o que se tornou a Summerhill School em 1921.[128] Summerhill é frequentemente citada como um exemplo do anarquismo em prática.[129] Entretanto, apesar de Summerhill e outras escolas serem radicalmente libertárias, elas diferiam dos princípios de Ferrer por não advogar uma abordagem manifestadamente política em relação à luta de classes.[130] Além de organizar escolas de acordo com princípios libertários, anarquistas também continuaram a questionar o conceito de aprendizagem por si. O termo desescolarização foi popularizado por Ivan Illich, que argumentava que a escola como uma instituição é disfuncional para a aprendizagem autodeterminada e serve, ao contrário, para a criação de uma sociedade de consumo.[131]
[editar] Debates e questões internas
O uso da violência é alvo de grandes controvérsias no anarquismo.
O anarquismo é uma filosofia que incorpora muitas atitudes, tendências e escolas de pensamento diversas; assim, desacordos sobre questões de valores, ideologia e táticas são comuns. A compatibilidade com ocapitalismo,[132] nacionalismo e religião é vastamente discutida. Similarmente, o anarquismo conta com complexas relações com o marxismo, comunismo e capitalismo.
Fenômenos como a civilização, a tecnologia (p. ex. dentro doanarcoprimitivismo e do anarquismo insurreicionário) e o processo democrático podem ser fortemente criticados dentro de algumas tendências anarquistas e simultaneamente elogiados em outras.
Em um nível tático, enquanto a propaganda pelo ato era uma tática utilizada por anarquistas no século XIX (p. ex. o movimento niilista), anarquistas contemporâneos usam métodos alternativos de ação direta como a não-violência, contra-economia e criptografia anti-estado para trazer uma sociedade anarquista. Sobre o alcance de uma sociedade anarquista, alguns anarquistas advogam uma global, enquanto outros apenas locais.[133] A diversidade no anarquismo tem levado a usos muito diferentes de termos idênticos entre diferentes tradições anarquistas, o que tem levado a muitos interesses na definição da teoria anarquista.
[editar] Questões frequentes aos anarquistas
	
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[editar] A instrumentalização da violência
Ver artigo principal: Anarquismo e violência
Poucos anarquistas defendem a violência contra indivíduos. Durante o fim doséculo XIX e início do século XX, o anarquismo era conhecido como uma ideologia que pregava os assassinatos e explosões, devido a ação de pessoas como o russo Nechaiev, o francês Ravachol e à influência dos meios decomunicação social da época. A maioria dos anarquistas acredita que a violência contra indivíduos é inútil, já que mantém intactas as relações sociais de exploração e as instituições que a mantêm. Entretanto, os anarquistas acreditam que o recurso à violência é inevitável como legítima defesa à violência do Estado ou de instituições coercivas. Anarquistas comoErrico Malatesta e Emma Goldman publicaram célebres debates condenando o individualismo-terrorista de alguns anarquistas. Ambos autores consideraram a ação desses indivíduos inútil e mesmo daninha à causa anarquista, e que seus atos eram reações de desespero em face às injustiças sociais.
Entretanto, é inegável que foram praticados assassinatos políticos inspirados por anarquistas. Por exemplo, Leon Czolgosz confessou ter decidido assassinar o presidente William McKinley após assistir a uma palestra proferida por Emma Goldman. Estadistas como Humberto I da Itália,Elisabeth da Áustria e Marie François Sadi Carnot, presidente da França, foram assassinados por anarquistas italianos. Tudo isto aconteceu durante os últimos anos do século XIX e a primeira década do século XX. Outros atentados, como contra Alexandre III da Rússia e Carlos I de Portugal, foram erroneamente atribuídos a anarquistas, por generalização.
Existiram, no entanto, outros anarquistas, como Leon Tolstoi, que acreditavam que o caminho da anarquia era a não-violência.
[editar] Anomia
A ideia popular de anarquismo como absoluto caos e desordem, que os estudiosos chamam de anomia (ausência de normas) é rejeitada por todos os anarquistas tradicionais citados acima. Os anarquistas concebem os governoscomo as atuais fontes de desordens defendendo, portanto, que a sociedade estaria melhor ordenada sem a sua existência.
Esta convenção tem fortes conotaçõese historicamente tem sido usada como uma deficiência por grupos políticos contra seus oponentes, mais notavelmente os monarquistas contra os republicanos nos últimos séculos. Entretanto, a anomia tem sido abraçada por movimentos de contracultura.
[editar] Religião e espiritualidade
Ver artigo principal: Anarquismo e religião
Cartum anarquista publicado em 1916 no jornal “A Lanterna”
O movimento anarquista não advoga em favor do ateísmo ou agnosticismo, mas em muitas ocasiões sua luta antiautoritária se estendeu ao anti-clericalismo. O problema, portanto, está na consolidação em forma institucional da fé religiosa, tornando-se um instrumento de exploração dos homens.
Desta forma, o que os anarquistas negam é a instituição “Igreja” em todas as suas formas, e não a Igreja enquanto templo de fé, pelos seguintes fatores:
– A sua conivência, conciliação e apoio à dominação capitalista – em especial, pela defesa da propriedade privada;
– Pela sua estrutura completamente vertical, a qual segrega o corpo religioso e toda a humanidade de forma a selecionar os beneficiados e os dignos dos poderes espirituais;
– Pelas intervenções em campos não espirituais, criando, por meio da doutrina fundamentalista, uma série de empecilhos ao desenvolvimento social e humano como um todo;
– Pelo processo de alienação do ser humano em relação à sua realidade, fazendo o indivíduo, muitas vezes, delegar a entes imaginários, espirituais, as transformações humanas que, na verdade, cabem a ele mesmo ajudar a promover.
Por fim, os anarquistas acreditam que o que cada um pensa ou crê, não importa ao próximo, desde que a Liberdade e todos os demais princípios anarquistas não sejam ofuscados de forma alguma.
Gandhi, por exemplo, que era um hinduísta, pode ser considerado um anarquista, pondo em prática a desobediência civil para a libertação da Índia do Imperialismo britânico.
[editar] Tecnologia
A tecnologia, em sua pureza, não é tratada como um mal em potencial pelos libertários – com exceção da corrente anarco-primitivista. Ela é ferrenhamente combatida em seus moldes capitalistas, já que, sob eles, não possui nenhuma, ou quase nenhuma, função humana ou social e, ademais, na maioria das vezes, chega a corromper drasticamente esses campos – como é o caso das guerras, da excessiva automação industrial, das políticas tecnocráticas, etc.
Em suma, a tecnologia é tida enquanto mais um instrumento de potencialidades humanas, podendo ter uma expressiva funcionalidade libertária – como nos campos da medicina, das comunicações, dos transportes, da segurança e desenvolvimento produtivo do trabalho, etc.
A própria internet por exemplo, apesar de pago e ainda voltada para o capitalismo, permitiu teoricamente um maior uso das ações anarquistas, como o Faça você mesmo (qualquer pessoa pode criar seu espaço ou divulgar sua arte), a auto-suficiência em organização social (fóruns e blogs), e a troca comunitária de arquivos (os downloads gratuitos ilegais) feita pelo apoio mútuo de pessoas “comuns”, sem qualquer distinção racial ou financeira e subvertendo as grandes indústrias e organizações comerciais.
Porém, a corrente de pensamentos anarco-primitivista defende a aversão a qualquer forma de desenvolvimento tecnológico, advogando o retorno das condições pré-civilizatórias para um efetivo desenvolvimento humano.
[editar] Anarquistas mais conhecidos
 Ver página anexa: Lista de anarquistas
Noam Chomsky (1928–)
[editar] Internacionalmente conhecidos
(Lista organizada alfabeticamente)
· Alan Moore
· Anselme Bellegarrigue
· Benjamin Tucker (1854 – 1939), grande defensor do anarquismo individualista
· Buenaventura Durruti (1896 – 1936), militante anarco-sindicalista espanhol, talvez o mais conhecido revolucionário anarquista do século XX.
· Élisée Reclus (1830 – 1905), geógrafo francês.
· Emma Goldman (1869 – 1940), anarco-sindicalista e principal teórica anarca-feminista
· Errico Malatesta (1853 – 1932), anarquista italiano
· Friedrich Nietzsche – (1844 – 1900), veja niilismo.
· Henry David Thoreau, autor do livro chamado Desobediência Civil
· Kate Sharpley – (1895 – 1978)
· Leon Tolstói (1828 – 1910) , escritor russo,anarquista cristão e grande teórico do anarquismo pacifista
· Louise Michel (1833 – 1905), professora, militante anarquista e communard
· Mary Wollstonecraft – (1759 – 1797), ativista libertária e precursora do feminismo
· Max Stirner (1806 – 1856), anarquista individualista
· Mikhail Bakunin (1814 – 1876), conhecido anarquista socialista
· Noam Chomsky (1928 – ), lingüista, adepto do socialismo libertário
· Pierre Joseph Proudhon (1809 – 1865), Considerado o ‘pai’ do anarquismo e do mutualismo anarquista
· Piotr Kropotkin (1842 – 1921), anarquista-comunista
· Ravachol (1859 – 1892), anarquista Francês conhecido como um dos mais perigosos terroristas do século XIX.
· Ricardo Flores Magón (1873 – 1922), teórico mexicano, veja magonismo.
· Rudolf Rocker (1873 – 1958), anarco-sindicalista
· Voltairine de Cleyre (1866 – 1912)
[editar] Anarquistas brasileiros
(Lista organizada alfabeticamente)
 Ver página anexa: Lista de anarquistas do Brasil
· Avelino Fóscolo (1864 – 1944)
· Domingos Passos
· Edgard Leuenroth (1888 – 1968)
· Florentino de Carvalho (1889 – 1947)
· Günther Berger
· Lima Barreto (1881 – 1922)
· Jaime Cubero
· José Oiticica – (1882 – 1957)
· Maria Lacerda de Moura (1887 – 1945) – Anarquista Feminista
· Maurício Tragtenberg
· Raul Santos Seixas
· Renan Leotte de Souza
· Roberto Freire
· Zélia Gattai (1916 – 2008)
[editar] Anarquistas portugueses
(Lista organizada alfabeticamente)
 Ver página anexa: Lista de anarquistas de Portugal
· António Gonçalves Correia, (1886 – 1967)
· Aurélio Quintanilha, (1892 – 1987)
· Cristiano de Carvalho, (1874 – 1940)
· Emídio Santana (1906 – 1988)
· Jaime Rebelo (1900 – 1975)
· Neno Vasco (1878 – 1920)
Referências
1. ↑ Anarchy. Merriam-Webster online.
2. ↑ Liddell, Henry George, & Scott, Robert, “A Greek-English Lexicon“[1]
3. ↑ Liddell, Henry George, & Scott, Robert, “A Greek-English Lexicon”
4. ↑ *Errico Malatesta, “Towards Anarchism“, MAN!. Los Angeles: International Group of San Francisco. (OCLC 3930443).
· Agrell, Siri (2007-05-14). “Working for The Man“. The Globe and Mail.
· “Anarchism“. Encyclopædia Britannica. 2006. Encyclopædia Britannica Premium Service. 29 August 2006
· “Anarchism”. The Shorter Routledge Encyclopedia of Philosophy. 2005. P. 14 “Anarchism is the view that a society without the state, or government, is both possible and desirable.”
5. ↑ Bakunin, M (1876). Deus e o Estado: Cap. II
6. ↑ Marshall, Peter. Demanding the Impossible. Fontana, London. 1993. p. 558
7. ↑ Anarquismo – o inimigo do rei e do Estado ainda vive, por George Woodcock.
8. ↑ Émile Durkheim, O suicídio, 1897
9. ↑ a b c d Peter Kropotkin, “Anarchism”, Encyclopædia Britannica 1910.
10. ↑ Murray Rothbard. Concepts of the role of intellectuals in social change toward laissez faire (PDF). Página visitada em 28/12/2008.
11. ↑ Predefinição:Iep
12. ↑ “Anarchism”, Encarta Online Encyclopedia 2006 (versão do Reino Unido).
13. ↑ a b c Predefinição:Sep entry
14. ↑ Godwin atribuía o primeiro escrito anarquista a A Vindication of Natural Society de Edmund Burke. “A maioria dos argumentos acima podem ser encontrados muito mais expandidos em Vindication of Natural Society de Burke; um tratado no qual os maus da existência de instituições políticas são mostrado com força incomparável de dissertação e brilho de eloquência…” – nota, capítulo 2 Political Justice po William Godwin.
15. ↑ Liberty XIV (Dezembro, 1900:1).
16. ↑ a b c “Anarchism”, programa da BBC Radio 4, In Our Time, quinta-feira, 7 de dezembro de 2006. Apresentado por Melvyn Bragg da BBC, com John Keane, professor de política da Universidade de Westminster, Ruth Kinna, professor de política na Loughborough University, e Peter Marshall, filósofo e historiador.
17. ↑ Daniel Guerin, Anarchism: From Theory to Practice (New York: Monthly Review Press, 1970).
18. ↑ WOODCOCK, George. Os grandes escritos anarquistas. Rio Grande do Sul: L & PM Editores Ltda, 1981. 54p.

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