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ARLINDO ABREU DE CASTRO FILHO RESIST~NCIAÀ FLEXÃO DE RESINAS COMPOSTAS UTILIZADAS NA CONFECÇÃO DE RESTAURAÇÕES TIPO INLA Y: efeito de diferentes técnicas de polimerização Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para a obtenção do título de DOUTOR, pelo Programa de Pós-Graduação em ODONTOLOGIA RESTAURADORA, Área de Concentração em Prótese. Orientadora Prof'. Ti!. Maria Auxiliadora Junho de Araújo São José dos Campos 2002 DEDICO ESTE TRABALHO ... A Deus pai todo poderoso, que me agraciou com a vida e pôs em meu caminho tantas pessoas maravilhosas. Que em todos os momentos esteve presente me dando luz e serenidade para que eu pudesse transpor os obstáculos. Sobretudo, me presenteando com uma família que a cada dia amo mais e pelo amor de uma mulher maravilhosa. Minha eterna gratidão ... Ao meu pai, Arlindo Abreu de Castro, que pelo exemplo de homem e dedicação à família se tornou meu ídolo; e à minha mãe, Vera Lúcia Pontes de Castro, por toda dedicação e amor, sempre preocupada com nosso bem-estar, juntos representam as pessoas mais importantes e amadas em minha vida. As minhas innãs Erinda, Silvana, Solange, Silvia, Suzana e Sandra, pela demonstração de amor, incentivo e apoio constante que sempre manifestaram, fazem parte de momentos que ficarão eternamente em minha mente. A minha noiva Silvia Lustosa de Castro, melhor presente que a Odontologia poderia me dar, companheira nas horas dificeis e nos momentos de felicidade, pretendo amá-la e respeitá-la durante toda vida. Ao Sr. José Antônio de Castro e família, pelo carinho e incentivo com que me presenteiam. Aos meus sobrinhos, César Filho, Caio e Marcela, e à minha afilhada Sophia, pela alegria de tê-los em minha vida. Aos meus cunhados César, Roberto, Gustavo e Silvana pelo respeito e carinho que são muito importantes para mim. AGRADECIMENTOS A Prol". Titular Maria Amélia Máximo de Araújo, Diretora da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos/UNESP, pelo apoio e bom senso demonstrado quando necessário. A Prof" Titular Maria Auxiliadora Junho de Araújo, minha orientadora, pelas orientações, conselhos e atenção dispensada no transcorrer do curso, pessoa que conquistou meu respeito, admiração e carinho, pela profissional competente que demonstra ser e, principalmente, pelo ser humano de caráter e personalidade, que pretendo seguir como exemplo em minha trajetória. A Prof". Adj. Márcia Carneiro Valera, Coordenadora do Curso de Pós Graduação em Odontologia Restauradora, pela sua conduta e competência demonstrada na administração do curso e pela maneira receptiva que sempre me tratou. Ao Prof. Adj. Estevão Tomomitsu Kimpara, pela grande amizade, transformou nossas conversas em ensinamentos que irei levar por toda vida. Minhas palavras de agradecimento sempre serão poucas. Ao Prof. Dr. Aldari Raimundo Figueiredo, pela amizade, carinho e pelo estimulo, sua alegria e empolgação me contagiam a cada aula que assisto. Ao Prof. Adj. Marco Antonio Bottino, pelos ensinamentos dispensados aos alunos de pós-graduação. A Sra. Ângela de Brito Bellini, diretora do Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação, pela dedicação e contribuição na revisão das normas de apresentação e redação deste trabalho. Ao Prof. Camilo Daleles Rennó, pela elaboração da análise estatlstica e contribuição neste trabalho. Ao Prof. Dr. Erasmo Campelo, coordenador do Projeto Prata da Casa da Universidade Federal do Maranhão, que tornou viável a realização do sonho de muitos colegas de ingressar no curso de pós-graduação, pessoa de ideais admiráveis. Ao Prof. Antonio Luis Amarai Pereira, Coordenador do Curso de Odontologia da Universidade Federal do Maranhão, por ter acreditado na minha capacidade, intercedendo a meu favor em momentos importantes da minha vida profissionaL A Prof. Silvana Amado Libério, orientadora e amiga, sua sinceridade, objetividade e carinho foram fundamentais no meu crescimento profissional e pessoal. Ao amigo Urbano Gonçalves de Oliveira, funcionário da Faculdade de Engenharia de Guaratinguetâ - UNESP, sua colaboração na parte experimental desta pesquisa foi essencial. Ao Sr. Alberto Oliveira, pela confecção de dispositivos utilizados no presente trabalho. As Sras. Eliane e Suzana, secretárias do Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese, pela alegria que demonstravam todas as vezes que estive presente na secretaria, que mais parecia uma parte da minha casa. Aos amigos Clãudio Carvalho e Luciane Oliveira, pela acolhida em seu lar, que muitas vezes foi meu porto seguro, e pela amizade sincera que demonstraram desde que os conheci. Sempre farão parte das minhas boas lembranças. Aos amigos Ana Lúcia, Nuno, Rodrigo, Eduardo Eugênio, Leonardo e Paulinho, pelo companheirismo e amizade, durante nossa convivência na "rep", que mais parecia uma pequena família. A Alessandra Büller Borges, pela amizade, pessoa que tem minha admiração pelos ideais que possui. Ao amigo Eduardo Miyashita, pelas oportunidades que me concedeu, mas principalmente pelos momentos compartilhados nas muitas viagens que fizemos, onde conseguíamos conciliar trabalho com momentos de lazer. Ao amigo Alessandro Gonçalves, pelo companheirismo em diversos momentos, desde a confecção de trabalhos científicos até uma simples conversa informaL Se tornando um verdadeiro amigo e irmão. A Fabiola Leite, por me presentear com sua amizade, proporcionando me muita alegria e descontração. Aos colegas de Pós-Graduação, pelo companheirismo, amizade e momentos de descontração que me proporcionaram durante o transcorrer do curso. Ao Prof. Dr. Carlos Augusto Pavanelli, pela disponibilidade e dedicação que sempre demonstrou a todos que precisaram. A todos os docentes do Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese, pelo incentivo e colaboração . Aos docentes e funcionários da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos· UNESP, pela convivência amigável. À CAPES · Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pelo auxilio no desenvolvimento do trabalho. Aos representantes das empresas IVOCLARNIVADENT, HERAEUS KULZER, WILCOS DO BRASIL e VIlA pelo apoio e fornecimento dos materiais empregados na pesquisa. À todos que direta ou indiretamente contribuiram para realização deste trabalho. SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS.......................................................................... 09 LISTA DE TABELAS.......................................................................... 11 LISTA DE QUADROS........................................................................ 13 LISTA DE ABREVIATURAS.............................................................. 14 RESUMO........................................................................................... 15 1 INTRODUÇAO................................................................................ 16 2 REVISAO DA LITERATURA.......................................................... 20 2.1 Resinas de uso direto e polimerização complementar................ 20 2.2 Resinas de laboratório................................................................. 33 3 PROPOSIÇAo................................................................................ 40 4 MATERIAL E MÉTODO.................................................................. 41 5 RESULTADOS............................................................................... 52 6 DISCUSSAO................................................................................... 61 7 CONCLUSOES............................................................................... 71 8 REFERIÔNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................... 73 ABSTRACT............................. ......................... ..... ............................. 80 APIÔNDICES ..................................................................................... 81 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Desenho esquemático da matriz metálica bi- partida.......................................................................... 42 FIGURA 2 - Matriz metálica bi-partida. semi-aberta....................... 43 FIGURA 3- Matriz metálica aberta: segmento a e b; pinos-guia e parafuso de fixação..................................................... 44 FIGURA 4- Matriz metálica fechada: segmento a e b; parafuso de fixação e fenda para inserção da resina................. 45 FIGURA 5- Desenho esquemático das dimensões dos corpos de-prova, após acabamento........................................ 45 FIGURA 6- Paquimetro digital aferindo o comprimento do corpo- de-prova...................................................................... 46 FIGURA 7- Resina composta inserida na fenda da matriz metálica ...................................................................... . 48 FIGURA 8- Fotopolimerização da resina: a) centro, b) e c) extremidades...................................................................... 48 FIGURA 9 - a) Fórmula aplicada para calcular a resistência à flexão S; b) Desenho esquemático do ensaio mecânico de resistência à flexão de 3 pontos.......................................................................... 51 FIGURA 10- Médias em MPa dos tratamentos térmicos avaliados. As linhas verticais representam um desvio-padrão acima e abaixo da média................... 54 FIGURA 11 - Médias em MPa dos materiais resinosos de uso direto avaliados. As linhas verticais representam um desvio-padrão acima e abaixo da média..................... 54 FIGURA 12- Médias e desvios-padrão em MPa dos materiais de uso direto sem tratamento térmico comparando, com os grupos de resinas compostas processadas em laboratório.................................................................... 57 FIGURA 13- Médias e desvios-padrão em MPa dos materiais de uso direto com tratamento térmico pelo calor seco comparando, com os grupos de resinas compostas processadas em laboratório........................................ 58 FIGURA 14- Médias e desvios-padrão em MPa dos materiais de uso direto com tratamento térmico pelo calor úmido comparando, com os grupos de resinas compostas processadas em laboratório....................................... 59 Tabela 1 - Tabela 2- Tabela 3- Tabela 4- Tabela 5- Tabela 6- Tabela 7- LISTA DE TABELAS Análise de variância fator duplo, dos materiais resinosos de uso direto e tratamentos térmicos avaliados..................................................................... 53 Análise estatística pelo teste de Tukey para os tratamentos.................................................................. 53 Análise estatística pelo teste de Tukey para os materiais.............................................................................. 53 Anova de um fator comparando os grupos L 1, L2 e L3 com os materiais (Charisma, Tetric e W3D) sem tratamento térmico (controle) ...................................... 55 Anova de um fator comparando os grupos L 1, l2 e L3 com os materiais (Charisma, Tetric e W3D) com tratamento térmico, pelo calor seco ............................ 55 Anova de um fator comparando os grupos L 1, L2 e L3 com os materiais (Charisma, Tetric e W3D) com tratamento térmico, pelo calor úmido .......................... 56 Teste de Tukey para os materiais de uso direto sem tratamento térmico comparando, com os grupos de resinas compostas processadas em laboratório .......... 57 Tabela 8- Tabela 9- Teste de Tukey para os materiais de uso direto com tratamento térmico pelo calor seco, comparando com os grupos de resinas compostas processadas em laboratório.................................................................... 58 Teste de Tukey para os materiais de uso direto com tratamento térmico pelo calor úmido, comparando com os grupos de resinas compostas processadas em laboratório.............................................................. 59 Tabela 10- Valores resistência à flexão das resinas compostas de laboratório em MPa................................................ 81 Tabela 11 - Valores resistência à flexão das resinas compostas de uso direto sem tratamento térmico (controle) em M~ ..................................................................... n Ta bela 12 - Valores resistência à flexão das resinas compostas de uso direto com tratamento térmico aplicado pelo calor seco em MPa..... ..... ...... ...... . ...... . ...... . ..... . ...... ..... 83 Tabela 13 - Valores resistência à flexão das resinas compostas de uso direto com tratamento térmico aplicado pelo calor úmido em MPa.................................................... 84 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Resinas de laboratório a serem avaliadas.................. 41 Quadro 2- Resinas de uso direto a serem avaliadas.................... 41 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS BisGMA- bisfenol glicidil metacrilato cm2 - centimetro quadrado h- horas HEMA- hidroxietil metacrilato ISO - lnternational Standard Organization kgf- quilograma força mm- milímetro MOD- mésio-ocluso-distal MPa- Megapascal N- Newton PMMA- polimetilmetacrilato TEGDMA- trietileno glicol dimetacrilato UEDMA- uretano dimetacrilato •c - grau Celsius ± ~ mais ou menos %~porcento CASTRO FILHO, A A Resistência à flexão de resinas compostas utilizadas na confecção de restaurações tipo inlay: efeito de diferentes técnicas de polimerização. 2002. 841. Tese (Doutorado em Odontologia Restauradora, Area de Concentração em Prótese) - Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista, São José dos Campos, 2002. RESUMO A proposição deste trabalho foi avaliar a resistência à flexão de diferentes tipos de materiais resinosos processados em laboratório e resinas compostas indicadas para restaurações diretas utilizando-se diferentes técnicas de polimerização. Foram confeccionados corpos-de-prova à partir de uma matriz metálica bi-partida, utilizando se 3 resinas processadas em laboratório (Artglass/Kulzer, Targis/lvoclar eVita Zeta LCNita) e três materiais resinosos de uso dlreto (Charisma/Kulzer, Tetric Ceram/lvoclar e W3D Mastertwilcos). Os tratamentos térmicos foram realizados, após a polimerização convencional, em estufa (calor seco, 120°C durante 12 minutos), e em autocfave {calor úmido, 120°C durante 12 minutos sob 1,8 kgf/cm2 de pressão).Após 15 dias de armazenamento em água destilada à 37°C, foi realizado o teste de resistência à flexão de três pontos, de acordo com especificação 4049 da ISO. Os resultados obtidos foram submetidos à análise estatistica ANOVA e ao teste de Tukey com 5% de significência. O calor seco da estufa de esterilização elevou os valores de resistência â flexão de maneira significante (114,14MPa), seguido pelo calor úmido da autoclave (102,42MPa); quando comparou-se os grupos dos materiais entre si, os resultados obtidos foram mais favoráveis para as resinas W3D Master/Wilcos (110,22 MPa) e Tetric Ceram/lvoclar (107,56MPa). Concluiu-se que: a) o tratamento térmico pelo calor elevou a resistência à flexão dos materiais resinosos, sendo que o calor seco aplicado em estufa obteve melhores resultados quando comparado ao calor úmido da autoclave; b) as resinas de uso direto Tetric Ceram/lvoclar e W3D Master/Wilcos apresentaram valores de resistência à flexão significantemente superiores que a Charisma/Kulzer; c) a resina composta de uso laboratorial Targis apresentou maiores valores quando comparada às demais resinas de laboratório e aos grupos que receberam polimerização complementar pelo calor; d) as resinas diretas W30 Master e Tetric Geram tratadas pelo calor seco, apresentaram valores semelhantes ao material de laboratorio Targise entre si, sendo significantemente superiores às resinas processadas em laboratório Artglass e Vita Zeta LC; e) os maiores resultados observados quando empregou-se o caiar úmido foram para os materiais de uso direto Tetric Ceram/lvoclar e W3D Master!Wilcos, semelhante ao material indireto Targis/ lvocrar e os menores valores avaliados foram da Charisma/Kulzer, assemelhando-se à resistência das resinas laboratoriais ArtglassJKulzer e Vita ZetaNita. PALAVRAS-CHAVE: Resinas compostas, tratamento térmico; resistência à flexão, propriedades mecânicas. 1 INTRODUÇÃO A necessidade de reparar perdas de estruturas dentárias fez com que houvesse um avanço nas técnicas de confecção das restaurações. Apesar da modificação dos conceitos, da tecnologia disponível e dos conhecimentos científicos aluais, o objetivo da Odontologia continua o mesmo, restaurar e manter a saúde bucaL As restaurações diretas de resina composta apesar de apresentarem vantagens como: estética, adesividade, reforço da estrutura dental, selamento marginal inicial e preparo cavitário conservador, possuem desvantagens que podem comprometer significativamente sua indicação clínica: dificuldade de se obter ponto de contato, técnica crítica, baixa resistência ao desgaste e contração de polimerização (BUSATO et al9 , 2000). A exigência estética levou ao aperfeiçoamento de um dos materiais restauradores mais utilizados na Odontologia, a resina composta, o que permitiu a ampliação de suas indicações que vão desde a restauração de cavidades ultra-conservadoras até a confecção de próteses associadas ou não ao metal. A utilização das resinas em restaurações protéticas tem sido amplamente indicada no restabelecimento da função mastigatória, por meio de restaurações unitárias e/ou próteses parciais fixas. As restaurações estéticas indiretas, tipo inlay/onlay, em dentes posteriores têm sido muito utilizadas devido as dificuldades e limitações encontradas nas restaurações confeccionadas pela técnica direta. A realização de inlayslon/ays em resina composta minimiza a contração de polimerização proporcionando uma melhor adaptação, podendo ser considerada a principal vantagem desta técnica, haja visto 17 que a microinfiltração marginal pode influenciar negativamente na durabilidade das restaurações. Sistemas de inlay em resina tem sido usados na Odontologia há 20 anos, aproximadamente. Esses sistemas foram introduzidos com a expectativa de superar os problemas associados às resinas diretas posteriores confeccionadas pela técnica incremental convencional. Os problemas citados incluem desgaste oclusal e proximal, rugosidade de superfície, pigmentação superficial e marginal, decomposição de margens e sensibilidade pós-operatória (BURKE et al 8 , 1991, citado por WASSEL et ai. 56 , 2000). Em 1987, de acordo com Wassel et al56 (2000), um sistema de in/ay foi introduzido no mercado baseado em resina composta híbrida fotopolimerizável, inserida diretamente no dente preparado (DI System, Coltêne AG, Altststten, Switzerland), com o intuito de substituir os primeiros inlays de resina que eram feitos com material microparticulado polimerizados por calor e pressão. Após a cura inicial a restauração era removida do dente e a polimerização era complementada por luz e calor de 120°C. Esta polimerização secundária foi denominada "têmpera ou cozimento". Desde então, vários fabricantes têm introduzido sistemas inlays direto e indireto baseados em resinas híbridas, que são polimerizadas utilizando diferentes tecnologias. Novos materiais tem sido introduzidos no mercado Odontológico visando substituir os materiais metálicos, por apresentarem características estéticas mais favoráveis. Esses materiais possuem um amplo espectro de aplicações clínicas, podendo ser utilizados em coroas, próteses parciais fixas, próteses parciais removíveis, sobredentaduras, próteses sobre implante e na confecção de inlayslonlays e próteses adesivas (ZIESCHE64 , 1997). Para Clunet-Coste15 (1997) a Odontologia vem se distanciando cada vez mais da utilização de estruturas metálicas, para poder satisfazer o número crescente de pacientes que não estão 18 dispostos a aceitar o aspecto "medieval" de determinadas restaurações, e também suprir os requisitos ambientais e de biooompatibilidade, cada vez mais valorizados. Os insucessos da associação dos oompósitos sobre metal e as limitações das restaurações totalmente cerâmicas, tornaram evidente a necessidade de melhorar as características mecânicas desses materiais. Com o intuito de suprir tais necessidades surgiram as resinas oompostas processadas em laboratório, que de aoordo com os fabricantes, associam as propriedades positivas das resinas e das cerâmicas dentárias. O desenvolvimento dos materiais resinosos reforçados por fibras ou partículas de vidro e a criação de técnicas laboratoriais simplificadas, tem difundido, ainda mais, seu uso em procedimentos restauradores indiretos. Comercialmente chamados .de cerômeros (TOUATI54,1996; SIMONETTI53,1997) ou polímeros de vidro (ERDRICH20 , 1996; TOUATI54 , 1996; ZIESCHE64 , 1997) esses materiais tem sua terminologia bastante variada, e apesar de variações da quantidade de carga e do tipo de monômero na sua composição todos podem ser oonsiderados resinas oompostas processadas em laboratório. O tratamento térmioo por meio da aplicação de calor realizado após a fotopolimerização das resinas compostas de uso direto, relatado em diversos estudos, tem melhorado suas propriedades físicas justificando e ampliando o seu emprego em restaurações indiretas do tipo inlaylonlay, permitindo a redução no custo do procedimento e minimizando o tempo para oonclusão do tratamento. Diversos estudos existentes sobre as propriedades mecânicas dos materiais odontológioos, demonstraram que os testes de resistência à fiexão têm merecido destaque (ASMUSSEN & PEUTZFELDT4, 1990; PEUTZFELDT & ASMUSSEN44 , 1991; FERRACANE & MITCHEM23 , 1994; HAMMAD & TALIC26 , 1996; ZHAO et a163 , 1997; KANCHANAVASITA et al.28 , 1998) provavelmente por serem, 19 de acordo com Phillips46 (1994), uma medida coletiva de todos os tipos de tensões agindo simultaneamente, as quais são comumente encontradas nas restaurações, devido a natureza dinâmica das tensões existentes na mastigação. Existem muitas técnicas e materiais disponíveis capazes de restaurar adequadamente, desde cavidades conservadoras até preparos totais. Entretanto, pesquisadores e fabricantes procuram incessantemente um material que possua propriedades semelhantes às das estruturas dentais, visando maior longevidade das restaurações, máxima preservação dos tecidos remanescentes, assim como a manutenção das estruturas dos dentes adjacentes e antagonistas. As restaurações de resina são, seguramente, as que mais evoluíram dentro da Odontologia. Desenvolveram-se sistemas restauradores com adesivos, resinas e fibras para reforçá-las, surgiram as facetas diretas e indiretas, o jateamento com óxido de alumínio para aumentar a retenção de restaurações indiretas, além de outros avanços nas técnicas de confecção e em suas aplicações. Com o intuito de melhorar a resistência das resinas compostas, sejam elas confeccionadas pela técnica direta ou indireta, desenvolveram-se materiais com propriedades superiores aos convencionais e agentes cimentantes resinosos que proporcionam aumento da resistência das restaurações e do dente. Tomando possível a indicação de restaurações sem metal em dentes posteriores e próteses parciais fixas. A seleção dos materiais e o sucesso das restaurações devem ser determinados pelas condições clínicas disponíveis, propriedades do material restaurador, planejamento correto do preparo protético, habilidade e amplo conhecimento do profissional. Pelo exposto justifica-se o interesse em avaliar as propriedades mecânicas das resinascompostas processadas em laboratório em comparação às das resinas de uso direto após tratamento térmico 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Resinas de uso direto e polimerização complementar Leinfelder et al.33 (1975) monitoraram durante dois anos 899 restaurações de resinas compostas tipo pasta-pasta. liquido-pasta e pó-liquido, resina sem carga de PMMA (controle em dentes anteriores) e amálgama (controle em dentes posteriores). Dentre os outros achados verificaram que nenhuma das restaurações feitas em resina composta exibiu cárie secundária. Wilder Junior et al61 (1983) avaliaram algumas caracteristicas de resinas compostas utilizadas para restaurações diretas de dentes posteriores, durante um período de três anos. Concluíram que as resinas polimerizadas por luz ultra-violeta apresentaram propriedades superiores às convencionais autopolimerizáveis. Wendt Junior" (1987) estudou o efeito do calor seco, quando utilizado como método de polimerização secundária, sobre as propriedades físicas de resinas compostas fotoativadas. Os resultados obtidos permitiram sugerir que as propriedades de dureza, estabilidade de cor e desgaste abrasivo poderiam ser favoravelmente elevadas pelo tratamento térmico. Wendt Junio,.S7 (1987) propôs estudar as alterações de propriedades tisicas pela aplicação do calor, brevemente após a polimerização pela luz. Comparou várias marcas comerciais de resinas compostas, tendo como grupo controle o amálgama. Concluiu que a 21 polimerização secundária pelo calor elevou a resistência à !ração diametral dos compósitos testados; quanto à resistência à compressão não houve diferença estatistica nos resultados após o tratamento térmico. Observou ainda que a contração variou após aplicação do calor, podendo ser atribuída à matriz orgânica, volume e tamanho das partículas inorgânicas. Dionysopoulos & Watts 16 (1989) investigaram a dinâmica das propriedades mecânicas de resinas para inlays confeccionadas com polimerização secundária. Avaliaram um tipo de resina indicada para restaurações indiretas processadas por calor e pressão (SR lsosiWivadent) e um material empregado em restaurações diretas e indiretas acrescentando o método de polimerização secundària. Concluíram que a polimerização secundária pode ser empregada para melhorar os valores das propriedades mecânicas dos materiais resinosos. Wendt Junior9 (1989) verificou a influência do tempo de exposição ao calor em relação à polimerização das resinas compostas. Os corpos-de-prova foram tratados à temperatura de 125"C durante 2.5, 5, 7.5, 10, e 15 minutos. Permitindo concluir que o tempo de duração da aplicação de calor não influenciou significativamente na melhora das propriedades mecânicas avaliadas. Entretanto, o tratamento térmico à temperatura de 125"C, elevou as propriedades de dureza e tensão diametral. Asmussen & Peutzfeldt4 (1990) estudaram resinas compostas para confecção de lnlaylon/ay e o efeito da aplicação do calor como método de polimerização complementar sobre as propriedades mecânicas. Os materiais avaliados possuíam idêntica composição quanto à carga inorgânica, porém apresentavam variação no conteúdo dos monômeros BISGMA, TEGDMA, UEDMA e HEMA O tratamento térmico foi realizado após a polimerização pela luz, utilizou-se as temperaturas de 37, 100, 125, 150, 175 e 200'C durante 1 hora. As propriedades estudadas variaram de acordo com a composição dos materiais, sendo 22 que as resinas a base de UEDMA ou UEDMAIHEMA apresentaram maiores valores que as formulações de BISGMNTEGDMA. Wendt & leinfelder60 (1990) observaram o desempenho clinico de in/ays de resina composta após sofrerem tratamento térmico, utilizando os métodos direlo e indireto de avaliação clínica. As restaurações foram realizadas sobre cavidades classe e 11 confeccionadas em dentes pré-molares, sendo divididos em dois grupos. O primeiro grupo representava o material polimerizado apenas pela fotoativação e o segundo grupo recebia também o tratamento térmico com calor seco à temperatura de 125±1°C durante 7,5 minutos. Embora o tratamento térmico não tenha influenciado na resistência ao desgaste no período de 12 meses, muitas outras vantagens foram observadas. A sensibilidade pós-operatória foi aliviada nas restaurações tratadas com calor; a integridade marginal na interface dente/restauração foi superior, proporcionando maior longevidade da adaptação marginal da restauração e minimizando uma possível pigmentação marginal. Adicionalmente, os dentes tratados por estas restaurações mostraram ser mais resistentes às cáries secundárias, principalmente nas margens gengivais. Conclulram ainda que o tratamento térmico não alterou a cor e aparência estética da resina. McCabe & Kagi37 (1991) avaliaram as propriedades mecânicas que poderiam influenciar na durabilidade de resinas compostas indicadas para confecção de inlays, com e sem complementação de polimerização por luz e calor. O emprego da técnica de pós-polimerização elevou as propriedades de resistência à compressão, fadiga, dureza e resistência ao desgaste dos materiais selecionados. Peutzfeldt & Asmussen44 (1991) mensuraram a resistência à compressão diametral, resistência à flexão e módulo de elasticidade de três sistemas de resinas compostas empregadas para confecção de inlay/onlay e determinaram a influência da polimerização 23 extraoral nessas propriedades. Os corpos-de-prova confeccionados com a resina Brilliante/Coltene foram fotopolimerizados e adicionalmente receberam tratamento de luz e calor por 7 minutos. Os espécimes em Estilux CVS/Kulzer além da fotopolimerização inicial foram, posteriormente, curadas em unidade fotopolimerizadora Dentacolor XS/Kulzer; enquanto o grupo representado pela resina SR lsosiUivoclar foi termopolimerizada. Os resultados obtidos permitiram concluir que o tratamento adicional com luz e calor aprimorou notadamente as propriedades dos materiais resinosos. Afirmaram ainda que nenhuma das resinas, com ou sem tratamento, superaram significativamente as propriedades mecânicas das resinas restauradoras usadas convencionalmente. Covey et al16 (1992) estudaram seis tipos de resinas fotopolimerizáveis e uma quimicamente ativada, variaram também a indicação quanto ao uso, anterior ou posterior, e quanto ao tamanho das partículas inorgânicas, macroparticuladas, híbridas e microparticuladas. Parte das amostras de cada grupo de material foi submetida ao tratamento térmico após 1 O minutos de sua confecção, em unidade polimerizadora Coltene DI 500/Coltene, que consistiu em transmissão de luz de alta intensidade por meio de um bulbo, produzindo temperatura máxima de 120°C durante o ciclo de 7 minutos. Concluíram que todos os materiais, independente do tipo de polimerização, tiveram os valores de resistência à tração diametral elevados pela polimerização complementar. Observaram ainda que o tamanho das partículas influenciou na melhora das propriedades físicas. Ferracane & Condon22 (1992) analisaram materiais resinosos sujeitos ao tratamento térmico de curta e longa duração em diferentes intervalos após fotopolimerização. Os espécimes polimerizados inicialmente pela luz receberam os seguintes tratamentos: a) armazenamento em água à temperatura de 37°C pelo período de 24 horas, antes da realização dos ensaios; b) tratamento térmico imediato, 24 durante 1 O minutos sob temperatura de 120°C, seguido pelo armazenamento em água à 37'C durante 24 horas; c) tratamento térmico imediato, durante 3 horas sob temperatura de 120'C e armazenamento nas mesmas condições citadas anteriormente; d) os corpos-de-prova foram armazenados durante sete dias e posteriormente receberam tratamento térmico pelo período de 3 horas sob temperatura de 120'C, em seguida foram novamente colocados em água sob 37'C durante 24 horas, até serem realizados os ensaios.Os resultados mostraram que o tratamento térmico pela temperatura de 120'C, de curta ou longa duração, pode ser empregado para produzir melhoras no grau de polimerização e propriedades mecânicas de resinas compostas utilizadas para confecção de inlays. Afirmaram ainda que o tratamento térmico durante 1 O minutos foi tão efetivo quanto o tratamento de 3 horas e que após sete dias da cura inicial o tratamento térmico foi capaz de melhorar as propriedades mecânicas e a polimerização em quase toda extensão, semelhante ao realizado imediatamente após a fotoativação inicial. Eldiwany et al. 19 (1993) mensuraram as propriedades mecânicas de resistência à compressão, resistência à !ração diametral, módulo de elasticidade, dureza Knoop e Rockwell de sete marcas comerciais de resinas compostas com e sem complementação da fotopolimerização inicial, de acordo com recomendações dos fabricantes. Comentaram que, aparentemente, as propriedades das resinas podem ser otimizadas pela cura por meio da aplicação de temperaturas elevadas. Khan e! al.30 (1993) avaliaram os efeitos do tratamento térmico pelo calor nas propriedades mecânicas de três resinas utilizadas para confecção de inlay e três resinas compostas indicadas para restaurações em dentes posteriores diretas. Um grupo foi polimerizado de acordo com recomendações dos fabricantes, enquanto o outro grupo recebeu aplicação de calor, sob temperatura de 1 OO'C durante 15 minutos. As propriedades analisadas foram dureza Knoop, resistência à tensão diametral e resistência à compressão. Os resultados mostraram 25 maiores valores das propriedades após o tratamento térmico, sendo os valores de dureza na base dos corpos-de-prova das resinas para inlay superaram os das resinas diretas. Concluíram que o presente estudo confirmou a importância da polimerizaçao secundária pelo calor no beneficiamento das propriedades mecânicas das resinas compostas. Afirmaram também que o tratamento térmico é altamente recomendado em resinas para in/ay polimerizadas pela luz. Adabo e! al.2 (1994) realizaram estudo comparativo entre a dureza de três resinas compostas para dentes posteriores polimerizadas por diferentes técnicas. O grupo controle foi composto da resina termopolimerizável, os demais grupos foram formados por resinas fotopolimerizáveis, sendo divididos em sub-grupos de acordo com o tipo de polimerização. Foram utilizados três tratamentos distintos: a) somente fotopolimerização; b) fotopolimerização seguida de complementação térmica em aparelho hidropneumático; c) fotopolimerização com complementação no dispositivo de luz e calor (light-box). Concluíram que os maiores valores de dureza foram encontrados nas resinas fotopolimerizáveis, sendo o método de fotopolimerízação seguido de complementação pelo dispositivo light-box o mais efetivo. Reinhardt et al.49 (1994) propuseram estudar comparativamente as propriedades mecânicas de cinco resinas compostas que possuíam indicaÇilo para processamento em laboratório. A primeira fase do estudo comparou as propriedades dos materiais, enquanto a segunda fase determinou o grau de mudanças nas propriedades após a complementação da polimerização. De acordo com os resultados conclufram que os numerosos materiais resinosos desenvolvidos e comercializados para confecção de restaurações indiretas possuíam vários graus de resistência, rigidez e dureza, podendo limitar seu uso. Afirmaram ainda que o processo de polimerização secundária aumentou a resistência à flexão em média 11%. 26 Ferracane e! al.24 (1995) investigaram a estabilidade das propriedades mecânicas de compósitos após períodos imersos em água. Foram utilizadas resinas experimentais fotopolimerizáveís com diferentes composições de partículas inorgânicas e matriz orgânica com 50% BisGMA e 50% TEGDMA. Os espécimes foram polimerizados somente pela luz ou seguido pelo tratamento térmico. Verificaram que o aumento inicial nas propriedades mecânicas dos compósitos sujeitos ao tratamento adicional de polimerizaçao foi transitório, ou seja, após um período os valores das propriedades dos materiais que receberam ou não a polimerização complementar assemelharam-se. Yamaga el al.62 (1995) investigaram as propriedades de dureza e resistência à fratura de quatro marcas comerciais de resinas compostas fotopolimerizáveis para recobrimento estético, e o efeito da pós-polimerização por luz ou calor. Os espécimes foram divididos em três grupos: a) fotopolimerização inicial, 4 minutos em fonte de luz tipo "box"; b) pós-polimerização por 3 minutos na mesma fonte de luz, após a polimerização inicial; c) polimerização inicial seguida de aplicação de calor por 15 minutos à 1oo•c em forno. Confirmaram que a pós-polimerização por luz e calor elevou as propriedades avaliadas. Sugeriram que a utilização da polimerizaçao complementar, nas resinas aplicadas sobre infra-estrutura metálica, minimizaria distorções nessas estruturas. Adabo et al1 (1997) estudaram a influência da polimerização complementar na dureza de duas marcas comerciais de resinas compostas fotopolimerízáveis. Os corpos-de-prova foram divididos em grupos de acordo com o tipo de tratamento recebido: a) somente fotopolimerizado, grupo controle; b) fotopolimerização seguida de complementação em light-box por 7 minutos; c) fotopolimerização seguida de tratamento térmico em estufa para esterilização, durante 7 minutos. Os resultados permitiram concluir que a polimerização complementar aumentou os valores de dureza das resinas compostas, independentemente, da técnica empregada. 27 Kildal & Ruyter31 (1997) avaliaram as diferenças nas propriedades mecânicas de três resinas compostas relacionando-se técnicas de polimerização intraoral e extraoral em restaurações diretas e indiretas, juntamente com o efeito da absorção de água nas propriedades mecânicas. Observaram também a influência da carga inorgânica e composição do monômero nas propriedades mecânicas. Os materiais foram polimerizados por dois métodos, sendo que o primeiro método empregava aparelho fotopolimerizador portátil convencional e o segundo método de polimerização foi realizado em unidade fotopolimerizadora de bancada. A absorção de água aumentou os valores de creep para todos os espécimes, sendo que o segundo método de polimerização apresentou valores significativamente mais baixos do creep em elevadas tensões que o primeiro método. A absorção de água diminuiu o módulo e os valores da tensão máxima para os espécimes curados com o método convencional. Os valores da resistência de ruptura diferiram também para os espécimes em ambiente seco e úmido polimerizados em unidade fotopolimerizadora. Razak & Harrison47 (1997) desenvolveram um método para mensurar a precisão e estabilidade dimensional de inlays de resina composta. Foram confeccionadas restaurações a partir de uma matriz de aço inoxidável em forma de cavidade classe 11, tipo MOO. Os materiais resinosos utilizados continham diferentes quantidades de carga inorgânica em peso, 50%, 65% e 79%. Três diferentes métodos de polimerização foram empregados para cada grupo, foram eles: luz somente, luz e calor durante 5 minutos à 100•C, sendo realizada a mensuração logo após a aplicação do calor e sete dias após armazenamento em água destilada. Os resultados permitiram concluir que a maior quantidade de carga é recomendada por causa da relação inversa entre quantidade de carga e contração de polimerização, levando se em consideração outras propriedades relevantes. Afirmaram ainda que a menor contração observada foi no grupo que permaneceu armazenado em água destilada durante sele dias. 28 Razak & Harrison48 (1997) investigaram qual melhor ciclo de polimerização dos materiais resinosos indicados para confecção de ínlay, por meio da avaliação das propriedades de resistência transversa, que pode ser consideradareferência na mensuração da coesividade; o módulo de elasticidade, referente à rigidez do material, e a microdureza, que avalia a compactação do material e resistência à penetração das resinas. Os corpos-de-prova somente fotopolimerizados foram utilizados como grupo controle, enquanto os demais grupos passaram pelos seguintes ciclos térmicos sob água: 50°C durante 5 minutos; 50°C por 10 minutos; 1 oo•c por 1 minuto; 1 oo•c por 5 minutos; 1 oo•c por 1 o minutos e 100'C durante 15 minutos. Concluíram que o cozimento do material em água a 1oo•c pelo período de 1 minuto melhorou significativamente a resistência transversa e o módulo de elasticidade, quando comparado a simples fotopolimerização ou a complementação pelo calor de so•c. Observaram também que a complementação da cura pelo tratamento térmico sob 1 oo•c eleva significativamente os valores de microdureza, em relação a fotoativação simples e com relativa significância quando comparado aos ciclos de so•c. Afirmam ainda que o ciclo de 1 OO'C por 5 minutos foi apropriado e produziu ótimos resultados. Asmussen & Peutzfeldt5 (1998) estudaram a influência das matrizes a base de UEDMA, BisGMA e TEGDMA nas propriedades mecânicas de materiais resinosos. Trinta misturas de monômeros foram produzidas, variando-se a proporção de cada componente monomérico. A análise estatlstica mostrou que a substituição do BisGMA ou TEGDMA por UEDMA resultou em aumento na resistência ao cisalhamento e à flexão, e que a substituição de BisGMA pelo TEGDMA aumentou a resistência ao cisalhamento, mas reduziu a resistência à flexão. Loza-Herrero et al. 34 (1996) examinaram a influência do intervalo de tempo entre a fotopolimerização inicial e subsequente pós cura pelo calor na resistência à flexão bi-axial e os valores de conv~rsão de monômero em materiais restauradores resinosos. Foram criados dois 29 grupos, o primeiro apenas teve sua polimerização somente pela luz, enquanto o outro subsequentemente recebeu tratamento pelo calor durante 7 minutos à temperatura de 1oo•c. O tempo de intervalo entre a cura inicial pela luz e a pós-cura pelo calor foi de 5 e 30 minutos, e 6, 24, 48, 72, 96 e 120 horas. Os resultados mostraram que houve um aumento na resistência à flexão no grupo controle à medida que aumentava o intervalo, enquanto que o grupo com tratamento térmico não apresentou grandes variações nos valores. Concluíram que o tratamento térmico elevou a resistência e o percentual de conversão de monômero, em pequeno intervalo de tempo. Afirmaram ainda que quanto maior o intervalo de tempo menor foi a diferença entre esse valores. Peutzfeldt & Asmussen45 (2000) verificaram o efeito de diferentes métodos de polimerização secundária na conversão, propriedades mecânicas e desgaste in vitro de resinas compostas. Os materiais avaliados foram as resinas Z-100/3M e Charisma/Kulzer, ambas tiveram seus espécimes fololimerizados e, posteriormente, foram polimerizados secundariamente pelos seguintes métodos: a) polimerização por meio de fonte de luz, em unidade de mão durante 10 minutos; b) utilização da unidade polimerizadora tipo /ight box, durante 10 minutos; c) utilizou o aparelho Triad 11, durante um período de 10 minutos de aplicação de luz; os demais métodos compreenderam a aplicação do calor de 40, 70 ou 11 o•c variando o tempo de exposição entre 1 O minutos e 24 horas. Verificaram que o uso da polimerização aumentou o grau de conversão de ambas resinas, assim como as propriedades mecânicas da Charisma. Observaram também que a aplicação do tratamento térmico pelo calor de 110"C durante o perlodo de 10 a 60 minutos aparenta ser um método promissor. Van Dijken55 (2000) apresentou o resultado de 11 anos de acompanhamento de restauraçoes inlay/onlay di retas de resina composta. Foram confeccionadas cem restaurações, cujo material após inserido na cavidade de maneira incremental foi fotopolimerizado por 40 segundos. 30 As restaurações após serem removidas do dente preparado, foram polimerizadas secundariamente por luz e calor por 7 minutos sob temperatura de 120°C. Posteriormente, realizou-se o procedimento de cimentação. As 34 restaurações diretas foram feitas sobre base de cimento de ionõmero de vidro recobrindo toda dentina. O material restaurador foi inserido em incrementos de 2 milímetros de espessura e fotopolimerizado por 40 segundos, exceto a camada cervical curada por 60 segundos. Os resultados da avaliação demonstraram que 17,7% das restaurações do grupo 1 (inlay/on/ay) e 27,3% do grupo 2 (restaurações diretas) foram consideradas inaceitáveis. As médias das falhas foram, respectivamente: fraturas (8,3 e 12, 1%); desgaste oclusal em áreas de contato (4,2 e 6, 1%) e cáries secundárias (4,2 e 9, 1%). A adaptação marginal das inlay/on/ay foi melhor até o final da avaliação. Afirmou que houve boa durabilidade, excelente adaptação e baixa frequência de cárie secundária nas inlay/on/ay em pacientes com alto índice de cárie. Recomendou ainda que, em pacientes com alto índice de cárie, essa técnica deve ser utilizada em cavidades classe 11 com margem cervical em dentina; e que sua indicação deveria ser criteriosa, pois a diferença nas falhas entre as técnicas estudadas foi pequena, acarretando maior tempo e custo para realização do procedimento restaurador quando adotada a técnica de inlaylonlay di reta de resina composta. Wassel et al56 (2000) compararam inlays diretas com restaurações confeccionadas convencionalmente durante cinco anos, ambas em resina composta, considerando falhas, desgaste e outros aspectos clínicos. Foram confeccionadas cem pares de restaurações, sendo que cada par consistiu de uma restauração convencional e uma do tipo in/ay realizadas com o mesmo material. As incrustações foram confeccionadas diretamente sobre a cavidade preparada, pela técnica incremental, cada incremento foi fotopolimerizado por 60 segundos. Após o término da construção da restauração e remoção da boca, realizou-se polimerização secundária por luz e calor em aparelho DI 500/Colténe 31 durante o 8 minutos a temperatura de 120'C. A cimentação foi realizada pela técnica adesiva com agente cimentante dual. As restaurações convencionais foram realizadas de acordo com a técnica descrita por Lutz et al35 (1986). Os resultados demonstraram maior tendência a falhas nos inlays que nas restaurações convencionais, mas não houve diferença significante. Concluíram que ambas as técnicas preenchem os requisitos mínimos exigidos pela ADA para restaurações posteriores. Castro Filho et al.12 (2001) avaliaram a influência do tratamento térmico na resistência à flexão de resinas compostas utilizadas para restaurações diretas em dentes posteriores. Para a realização do ensaio mecânico foram selecionados dois tipos de materiais resinosos, uma resina micro-híbrida convencional (Z1 00/3M) e uma resina compactável (Surefiii/Dentsply). Foram confeccionados 18 corpos-de prova de cada material. Sendo que metade recebeu tratamento térmico, enquanto que a outra metade não recebeu nenhuma complementação na polimerização. O tra!amento térmico empregado foi o calor seco de uma estufa de esterilização durante 15 minutos sob 100'C de temperatura. Os resultados obtidos demonstraram maiores valores médios para o grupo com tratamento térmico (184,92 MPa) quando comparado ao grupo seguinte, sem tratamento (154,08 MPa). Concluíram que o tratamento térmico influenciou na resistência à flexão dos materiais resinosos. Miyashita et al40 (2001) estudaram a resistência à flexão de um material estético indicado para restaurações indiretas, cerõmero (Targisllvoclar), e uma resina composta empregada em restaurações diretas (Tetric CeramNivadent) utilizando diferentes tratamentos térmicos. Quatro grupos foram obtidos: G1 - Targis polimerizado segundo recomendações do fabricante; G2 - Tetric Ceram fotopolimerizado,com intensidade de 900 mW/cm2, durante 40 segundos; G3 - Tetric Ceram fotopolimerizado e autoclavado durante 12 minutos a 120°C, com pressão máxima de 1 ,8kgf/cm2 e G4 - Tetric Ceram fotopolimerizado e aquecido sob calor seco de estufa durante 15 minutos a 1 oo•c. As amostras foram 32 armazenadas por 14 dias em água destilada à 37°C e submetidas a ensaio mecânico com velocidade de 0,75 mmlmin. Os resultados demonstraram não haver diferença estatisticamente significativa entre os grupos. Peroba et al.43 (2001) compararam in vitro a microinfiltraçâo em restaurações diretas e indiretas em resina composta Charisma/Kulzer. Foram realizados preparos MOD em dentes hígidos com margem cervical na face mesial em esmalte e na distal em cemento, que foram divididos em dois grupos: a) restaurações diretas; b) restaurações indiretas. Os dentes do primeiro grupo foram restaurados pela técnica incremental e fotopolimerizados de acordo com as instruções do fabricante, enquanto no segundo grupo as restaurações foram confeccionadas à partir de um modelo de silicone dos dentes preparados e cimentadas com cimento adesivo. O sistema adesivo empregado foi o mesmo para ambos os grupos. Concluíram que houve menor infiltração em margem de esmalte nos dois grupos estudados e em relação ao cemento a técnica direta apresentou melhores resultados quando comparada à técnica indireta. Rocha et al.50 (2001) avaliaram o comportamento mecânico das resinas compostas diretas Solitaire 2/Kulzer e Z1 0013M submetidas a polimerização complementar térmica, tendo como grupo controle o compósito indireto Artglass/Kulzer. As resinas diretas foram subdivididas em três grupos: a) fotopolimerizadas por 40 segundos; b) fotopolimerizadas e posterior aplicação de calor seco a 120°C por 20 minutos; c) fotopolimerizadas e posterior aplicação de calor úmido a 120°C por 20 minutos. A resina indireta foi polimerizada no aparelho UniXS/Kulzer, conforme indicação do fabricante. O armazenamento foi feito em água destilada à temperatura de 37°C durante 24 horas. Decorrido esse período foram realizados os ensaios de flexão à velocidade de 0,75mmlmin. Verificaram que não houve diferença estatlstica entre a resistência das resinas Z100 em autoclave (127,91 33 MPa), Z100 em estufa (121,63 MPa), Artglass (121,52 MPa), Z100 fotopolimerizada (117,96 MPa) e Solitaire 2 em estufa (114,83 MPa). Observaram ainda que a resina Solitaire 2, em autoclave (94,88 MPa) e fotopolimerizada (91 ,44 MP a), apresentou médias estatisticamente inferiores ao grupo controle em Artglass. Castro Filho et al.13 (2002) analisaram o módulo de elasticidade de duas diferentes resinas compostas. Os materiais foram divididos em dois grupos, com e sem tratamento térmico pelo calor seco. O armazenamento foi realizado em água destilada durante 14 dias à 37"C. A análise estatística dos dados permitiu concluir que houve diferença entre as resinas compostas e que o tratamento térmico influenciou nos resultados, reduzindo o módulo de elasticidade dos materiais testados. 2.2 Resinas de laboratório Erdrich20 (1996) descreveu as caracteristicas do polímero de vidro Artglass/Kulzer. A combinação do alto teor de carga inorgânica ao monõmero metacrilato multi-funcional presente na matriz orgânica, feita por meio de ligações cruzadas, promove a otimízação das propriedades físicas e mecânicas do material, tornando-o apto a reabilitar elementos dentais. Comentou ainda que o Artglass/Kulzer possuí resistência à flexão de 120 a 140 MPa, resistência ao cisalhamento com ligas metálicas de 22 a 25 MPa e dureza similar ao esmalte humano. Devido essas características, indicou sua utilização em coroas totais, próteses parciais fixas, próteses sobre implantes e restaurações parciais. Touati54 (1996) em sua revisão de literatura comentou sobre a evolução dos materiais estéticos indicados para restaurações indiretas. O autor destacou o surgimento da primeira geração de resinas f :~:~" '? 1\ ' ' ,, 0 '' '• "·~" " '· •. , ,, ,,,,Th<f!J.< 34 indiretas que possuíam em média 50% de carga inorgânica em peso, resistência à flexão de 60 a 80 MPa e apresentavam as seguintes desvantagens: resistência inadequada para utilização em superfícies oclusais; fraturas das margens, cúspides e áreas de istmos; desgaste oclusal; fraturas das extensões maiores que 1 mm; instabilidade de cor. Em relação a segunda geração comentou que houve melhora síg nificativa nas propriedades dos materiais resinosos. Provavelmente, devido a presença de filamentos cerâmicos em sua composição. Observou o aumento do percentual de carga inorgânica entre 60% e 70%, e os valores de resistência à flexão variando de 120 a 160 MPa. Dentre suas vantagens o autor cita: a facilidade de manuseio; resistência ao desgaste; redução no risco de fratura durante a prova e cimentação; facilidade no acabamento após cimentação e necessidade somente de jateamento em sua superfície interna antes da cimentação. Bonner6 (1997), baseado em revisão de literatura descreveu o surgimento de novos materiais restauradores com subestrutura reforçada de vidro. O autor acredita que, os problemas inerentes aos materiais cerâmicos, como: abrasividade ao esmalte em função antagónica, causando conseqüente desgaste; apresentar pouca ou nenhuma flexibilidade, devido sua alta rigidez; e dificuldade de reparo na boca, contribuem para o desenvolvimento de uma categoria de novos materiais, denominados cerõmeros. Cita então como exemplos o Targis/lvoclar e o Sculpture/Jeneric Pentron, considerados como opções viáveis de tratamento, podendo ser indicados em restaurações sem metal, associados à infra-estrutura de fibra de vidro, como o Vectris/lvoclar e Fibrekor/Jeneric Pentron. Entre as vantagens desses materiais, ressalta a facilidade de reparo intra-oral, utilizando técnicas adesivas, excelente polimento e seu emprego nas próteses sobre implantes poderá transferir menor quantidade de estresse ao implante osseointegrado. Leinfelder32 (1997) baseado em informações clinicas e laboratoriais discutiu os avanços e propostas de materiais substitutos ao 35 amálgama, comenta que o desenvolvimento de resinas que lenham propriedades estéticas e resistência ao desgaste semelhante ao da porcelana tem sido o objetivo da comunidade cientifica por mais de duas décadas. E que o progresso obtido nos resultados dos trabalhos consultados, sugerem que esses materiais estão na díreção certa. Pensler et al. 42 (1997) ressaltaram que o Artglass/Kulzer é um material composto de polimero de vidro carregado com sílica orgânica e inorgânica, chamado polividro. Sua matriz tem 55% de microfilamentos de vidro que minimizam a descoloração, e 20% de silica, com caracterlsticas de desgaste aproximado ao esmalte. Destacam ainda que não deveria ser colocado em função antagônica à porcelana, devido à susceptibilidade de desgaste da cerâmica e até mesmo do dente natural. Simonetti53 (1997) descreveu o Targis/lvoclar como cerômero (ceromer - CERamic Optimizad polyMER), ou seja, pollmero otimizado com cerâmica. Comentou que sua composição apresenta carga inorgânica de vidro de bário silanizado, óxidos mistos silanizados e dióxido de sillcio altamente disperso. Sendo sua matriz orgânica constituída por dimetacrilato de uretano, decanodioldimetacrilato e BisGMA Afirmou ainda que o alto conteúdo inorgânico confere propriedades estéticas semelhantes às da cerâmica, enquanto a parte orgânica assegura facilidade de manipulação das resinas compostas. Ziesche64 (1997) classificou o Artglass/Kulzer como novo material e denominou de po/yg/ass. Afirmou ainda que tal material não poderia ser considerado cerâmica, nem resina composta. E sim, um polímero que com amplo espectro de aplicação na Odontologia Restauradora. Freiberg & Ferracane25 (1998) através de estudo comparativo entre ummaterial resinoso direto (Charisma/Heraeus Kulzer) e um indireto (Artglass/ Heraeus Kulzer), tendo em sua composição elementos inorgânicos e iniciador em comum, verificaram que o Artglass teve uma resistência à fratura mais alta, entretanto menor resistência à 36 flexão que Charisma quando métodos de polimerização semelhantes foram empregados. Fahl & Casellini21 {1998) afirmam que os cerômeros são uma combinação da tecnologia da cerâmica com a química dos polimeros proporcionando melhor função e estética satisfatória. Na composição de tais materiais encontram-se partículas cerâmicas finas dispostas tridimensionalmente, correspondente a aproximadamente 80% do peso, mergulhadas em matriz orgânica contendo grupos polifuncionais polimerizável por luz e calor. Tais configurações proporcionam o potencial para obter-se um material com maior resistência. Miara"' {1998) em sua revisão sobre as propriedades físicas e aplicações clínicas das resinas compostas de segunda geração, afirmou que o aumento de partículas inorgânicas tem efeito significativo na melhora das características mecânicas do material e que a diminuição do volume da matriz orgânica, reduz a contração de polimerização e o desgaste intra-oral da resina. Shellard & Duke51 (1999) em sua revisão de literatura dissertam sobre o surgimento das resinas composta indiretas como alternativa para substituir as tradicionais restaurações metálicas ou cerâmicas. Entretanto, suas propriedades mecânicas não apresentavam grandes vantagens às resinas de uso direto, motivo que levaram ao abandono desses matertais. Comentam ainda que as modificações das matrizes orgânicas, o surgimento de fibras, modificação na quantidade de partículas inorgânicas e técnicas de processamento Inovadoras tornaram sua aplicação clinica mais viável, podendo ser indicadas em procedimentos restauradores, desde a confecção de inlays até próteses parciais fixas de pequena extensão. Bottino et aL7 (2000) comentaram que para a realização de reparos, as resinas de laboratório necessitam de preparo e aplicaçao de um primer seguida da utilização de um compósito multi-uso. A recomendação para o preparo inclui: jateamento da superficie com óxido 37 de alumínio de 50 micrometros ou condicionamento com ácido fluorídrico gel de 8% a 9,5% de concentração. Para a realização desse procedimento indicam os seguintes compósitos: Artglass/Kulzer; Prodigy para Belleglass/Kerr; Charisma Sculpt-it! para Para Sculpture/Jeneric Pentron; Tetric Geram para Targisllvoclar e Vila Zela CC para Vila Zela LCNíta. Castro Filho et al.11 (2000) estudaram a resistência à flexão de materiais restauradores estéticos de uso indireto. As resinas selecionadas foram o Artglass/Kulzer e T argis/lvoclar, os espécimes foram submetidos ao teste de flexão de três pontos, após 14 dias de armazenamento em água destilada sob temperatura de 37°C. Os resultados obtidos demonstraram valores significativamente maiores para o Artglass (118,84 MPa) quando comparado ao Targis (86,09 MPa). Cesar et al. 14 (2001) avaliaram a influência da forma e do tempo de armazenamento nas propriedades de quatro resinas de laboratório (Artglass/Kulzer, Belleglass/Kerr, Sculpture/Jeneric Pentron e Targis/lvoclar) e um material resinoso direto como controle (Z100/3M). Os ensaios foram realizados após 24 horas e trinta dias armazenados em água destilada sob 37°C. Os resultados demonstraram que a resina direta demonstrou resistência à flexão similar às encontradas nas resinas Artglass, Targis, e Sculpture. Sendo que a Belleglass apresentou maior resistência à flexão (221,7 MPa). Quanto ao módulo de elasticidade os maiores valores foram demonstrados pela Z100, enquanto os menores foram apresentados pelo Targis. Concluíram que, em geral, as resinas indiretas não mostraram propriedades mecânicas tão elevadas quando comparadas à resina composta direta; o tempo prolongado de armazenamento em água causou um efeito deletério à dureza em todos os materiais avaliados. Entretanto, o armazenamento em água não afetou a resistência à flexão da maioria das resinas indiretas e de alguns compósitos testados. 38 Kawano et al 29 (2001) avaliaram o efeito da ciclagem térmica em água na resistência à flexão e dureza de diversos sistemas de resinas de laboratório. A resistência à flexão das resinas compostas processadas em laboratório Artglass, Targis e Estenia foi signlficantemente mais elevada do que às resinas convencionais Dentacolor e Cesead 11. Os resultados apresentaram a redução da resistência à flexão pela termociclagem, porém não houve redução da dureza para a maioria dos materiais testados. Concluíram que a termociclagem afetou as propriedades das resinas processadas em laboratório Estenia, Artglass e Targis. Entretanto, as mudanças destas propriedades foram menores que na resina Dentacolor. Comentaram também que os materiais processados em laboratório podem manter propriedades superiores durante a função, quando comparados a resina convencional Dentacolor. Mandikos et al.36 (2001) testaram quatro compósitos indiretos (Artglass, BelleGiass, Sculpture, e Targis) quanto à resistência ao desgaste e dureza, frente a dois materiais utilizados como controle devido sua aplicação clinica comprovada. O esmalte humano também foi testado para a comparação. Doze espécimes de cada material foram fabricados de acordo com recomendações dos fabricantes e submetidos ao ensaio de abrasão de três corpos, em máquina de escavação. A dureza Vickers foi medida para cada material e executou-se teste para determinar a composição da carga inorgânica das resinas. Os resultados obtidos permitiram verificar que o material controle foi superior aos demais quanto resistência ao desgaste e dureza, apresentando rugosidade de superfície mais baixa. Revelaram ainda que a composição da carga dos quatro materiais novos foi quase idêntica à composição das resinas do grupo controle. Comentaram também que a carga dos compostos testados não correspondia exatamente as descrições dos fabricantes. Miranda et ai. 39 (2001) compararam as propriedades mecânicas de um cerômero (ZetaNita) polimerizado de acordo com a 39 recomendação do fabricante e por um aparelho fotopolimerizador de uso clínico. No grupo A os corpos-de-prova foram polimerizados com aparelho Optilux 600/Gnatus, com intensidade luminosa de 400 mW/cm2 em incrementos de 2mm cada por 40 segundos. No grupo B, a polimerização foi realizada em forno Fotoceran por 15 minutos. Os autores concluíram que houve diferença entre os métodos testados, sendo que com Fotoceran a polimerização apresentou melhores resultados. 3 PROPOSIÇÃO Avaliar a resistência à flexão de diferentes tipos de materiais resinosos processados em laboratório e resinas compostas indicadas para restaurações diretas, utilizando-se diferentes técnicas de polimerização. 4 MATERIAL E MÉTODO Os materiais utilizados encontram-se presentes no Quadros 1 e 2. O Quadro 1 representa as resinas processadas em laboratório e indicadas para confecção de restaurações indiretas, enquanto o Quadro 2 apresenta as resinas compostas utilizadas, mais comumente, em restaurações diretas, entretanto são indicadas para confecção de inlays/on/ays e reparos de fraturas nas restaurações indiretas. Quadro 1 - Resinas de laboratório avaliadas ---Produtos ___ Ti -Oi:íePolimeriz~ção Fabricantes Heraeus Kulzer, Artglass Luz, calor +- I Alemanha Vil:;:: LC +- _ _I:uz~::lor _ 1 __ 1v~~~~r~~:~:a _ Quadro 2- Resinas de uso direto avaliadas -- Produtos Ti.t?o de Polimeri_~'!Ç~o Fabricantes - ___ " _________ ·-· Charisma Luz Heraeus Kulzer, Alemanha ---- T etric-Ceram Luz lvoclar, Alemanha W3D Master Luz Wilcos, Brasil 42 À partir de uma matriz metálica bi-partida (Figura 1 e 2), foram confeccionados 228 corpos-de-prova, com dimensões de 25±2mmx 2±0, 1 mm x 2±0, 1 mm (Figura 5), de acordo com a especificação 4049 da ISO (lnternational Organization for Standardization27 , 1988), sendo 19 corpos-de-prova para cada grupo. As resinas de laboratório foram polimerizadas conforme recomendação dos fabricantes, enquanto que as resinas de uso direto foram fotopolimerizadas pela técnica convencional, ou seja, por meio de um fotopolimerizador tipo pistola (Gnatus Optilite 11, Ribeirão Preto, SP, Brasil) com intensidade luminosa de 600mW/cm2 , os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada à 37°C durante 24 horas. Pino-Guia 25mm -r _1 __ I 1- 25mm-l I I I 1.-- 25mm -• I I FIGURA 1 -Desenho esquemático da matriz metálica bi-partida. 43 FIGURA 2- Matriz metálica bi-partida, semi-aberta. Até que se conseguisse dimensões homogêneas e lisura adequada em todas as faces dos espécimes, utilizou-se a matriz metálica bi-partida como gabarito para a realização do acabamento dos corpos-de prova. A matriz possuía as seguintes características (Figura 1 e 3): a) dois segmentos de dimensões equivalentes a 25mm de largura x 25mm de espessura, cada segmento. E o comprimento total de 50mm, com os segmentos adaptados; b) o primeiro segmento (a) possuía em sua face interna dois pinos-guia, enquanto no segundo segmento (b) foi confeccionado dois orifícios com dimensões semelhantes às dos pinos-guia, com a finalidade de orientar e estabilizar a matriz durante o seu fechamento; c) no segundo segmento encontrava-se localizado um parafuso, responsável pela manutenção dos segmentos após o fechamento da matriz; 44 d) a parte superior da matriz fechada, formava uma fenda com as dimensões necessárias para a confecção dos corpos-de-prova (Figura 4). Parafuso de fixação FIGURA 3 - Matriz metálica aberta: segmento a e b; pinos-guia e parafuso de fixação. Posteriormente à confecção dos corpos-de-prova e armazenamento, foi realizado o procedimento de acabamento, utilizando se politriz com lixa d'água de granulação 600, sob irrigação constante. As dimensões dos corpos-de-prova foram aferidas por paquímetro digital (Mitutoyo. Japão), até que se conseguisse as dimensões desejadas (Figuras 5 e 6). Todos os corpos-de-prova foram inspecionados em lupa estereoscópica com aumento de 1 O vezes, para verificação de imperfeições nas superfícies que poderiam comprometer os resultados. a b Parafuso de fixação 45 FIGURA 4 - Matriz metálica fechada: segmento a e b; parafuso de fixação e fenda para inserção da resina. 2! 0,1mm --, I I 25 ! 2mm 2! 0,1mm I I I I I I I FIGURA 5 - Desenho esquemático das dimensões dos corpos-de-prova, após acabamento. 46 FIGURA 6- Paqufmetro digital aferindo o comprimento do corpo-de-prova. Os grupos foram divididos em L 1, L2 e L3, para resinas de laboratório e 01 ao 09, para resinas de uso direto, descritos abaixo: Grupo L 1 - Artglass/Kulzer processado em unidade fotopolimerizadora que emite luz de xenônio de alta intensidade UniXS/Kulzer, que pulsa de forma intermitente, numa velocidade extremamente alta. Emissões de luz por pequeno período de tempo, seguida de longo período no escuro, com o objetivo de reduzir as tensões geradas durante a polimerização, conforme informações do fabricante. Ao final do processamento, os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada sob temperatura de 37ºC durante 24 horas, antes da realização do acabamento. Após o procedimento de acabamento os corpos-de-prova foram novamente armazenados em água destilada sob temperatura de 37ºC, até completar o período de 15 dias. Posteriormente, realizou-se o ensaio mecânico de flexão de três pontos. 47 Grupo L2 - Targis/lvoclar processado pela luz e calor. É polimerizado por luz em unidade fotopolimerizadora convencional denominada Targis Quick/lvoclar, durante 40 segundos. Seguido de aplicação de luz de alta potência e calor em câmara polimerizadora (Targis Powerllvoclar), durante 20 minutos, sendo que a aplicação de calor se dá somente no perfodo de 1 O minutos e sua temperatura máxima alcançada de 90-95°C. O final do processamento é representado por 5 minutos de resfriamento no interior da unidade polimerizadora. Posteriormente, segue-se a mesma sequência do grupo anterior. Grupo L3 - Vita Zeta LCNita processado em unidade fotopolimerizadora EDG, conforme recomendação do fabricante. Fazendo-se a polimerização durante 15 minutos. Posteriormente, seguia se a mesma sequência dos grupos anteriores. Grupo 01 - Charisma/Kulzer, sem tratamento térmico (controle). O material foi inserido na matriz em incrementos até o preenchimento total da matriz (Figura 7), porém sua fotopolimerização ocorreu inicialmente com a ponta da fonte de luz localizada no centro do corpo-de-prova, sendo em seguida realizada a fotopolimerização nas extremidades (Figura 8), durante 40 segundos para cada segmento do espécime. Em sequência, os corpos-de-prova foram armazenados durante 24 horas em água destilada sob temperatura de 37°C, antes da realização do acabamento. Após o procedimento de acabamento os corpos-de-prova foram novamente armazenados em água destilada a 37°C, até completar o período de 15 dias. Posteriormente, realizou-se o ensaio mecânico de flexão de três pontos. 48 FIGURA 7- Resina composta inserida na fenda da matriz metálica. - ~ - ~ _ ....... -~ --~ ·_. - - i FIGURA 8- Fotopol imerização da resina: a) centro, b) e c) extremidades. 49 Grupo 02- Tetric Ceram/lvoclar, sem tratamento térmico (controle). Seguindo a mesma sequência de procedimentos do grupo anterior. Grupo 03 - W3D Master/Wilcos, sem tratamento térmico (controle). Seguindo a mesma sequência de procedimentos do grupo anterior. Grupo 04 - Charisma/Kulzer (cslor seco), o material foi inserido na matriz em incrementos até o preenchimento total da matriz, porém sua fotopolimerização ocorreu inicialmente com a ponta da fonte de luz locslizada no centro do corpo-de-prova, sendo em seguida realizada a fotopolimerização nas extremidades, durante 40 segundos para cada segmento do espécime. Os corpos-de-prova foram expostos ao cslor seco de uma estufa de esterilização durante 12 minutos sob temperatura de 120"C para, posteriormente, serem armazenados em água destilada à temperatura de 37°C durante 24h. Em seguida, realizou se o procedimento de acsbamento dos corpos-de-prova e novamente foram armazenados em água destilada sob temperatura de 37°C, até completar o período de 15 dias. Quando foram submetidos ao ensaio mecânico de flexão de três pontos. Grupo 05- Tetric Ceram/lvoclar (calor seco), seguindo a mesma sequência de procedimentos do grupo anterior. Grupo 06- W30 Master/Wilcos (cslor seco), seguindo a mesma sequência de procedimentos do grupo anterior até a realização do ensaio mecânico. Grupo 07- Charisma/Kulzer (cslor úmido), os corpos-de prova foram confeccionados semelhantemente ao grupo anterior, sendo expostos ao cslor úmido de uma autoclave durante tempo e temperatura equivalentes a um dos ciclos de esterilização, ou seja, 120°C durante 12 minutos sob pressão de 1,8 kgf/cm2 , logo após foi realizado o armazenamento em água destilada sob temperatura de 37°C durante 24 50 horas. Posteriormente, foi realizado a mesma sequência de procedimentos até a realização do ensaio mecânico. Grupo 08 - Tetric Ceram/lvoclar (calor úmido), seguindo a mesma sequência de procedimentos do grupo anterior. Grupo 09 - W3D Master/Wilcos (calor úmido), seguindo a mesma sequência de procedimentos do grupo anterior. Os corpos-de-prova que receberam tratamento pelo calor seco, foram inseridos na estufa de esterilização sobre uma placa de vidro que encontrava~se no interior da estufa, para que os espécimes não entrassem em contato com as paredes da estufa e ficassem localizados próximos ao centro. No tratamento térmico pelo calor úmido,os corpos de-prova foram inseridos, juntamente, com a placa de vidro no interior da autoclave. O armazenamento foi realizado em vidro âmbar contendo água destilada, após 1 O minutos da retirada dos corpos-de-prova dos equipamentos responsáveis pela aplicação de calor. O ensaio mecânico de resistência à flexão adotado foi o de flexão de três pontos (ISO 4049) (Figura 9), realizado por uma máquina de ensaio universal (MTS 810, Alemanha), onde os pontos suportes consistiram de dois cilindros com 2mm de diâmetro, montados paralelamente a distância de 20mm entre os seus centros. O terceiro ponto, confeccionado com as mesmas dimensões dos anteriores, responsável pela aplicação da carga, encontrou-se centralizado e paralelo em relação aos demais. O ensaio foi realizado utilizando-se velocidade de 0,75mm/min. 5 1 A resistência à flexão S foi calculada à partir da seguinte fórmula (Figura 9): S= 3WI 2bd Onde: W =carga máxima I = distância dos pontos suportes b = largura dos corpos-de-prova d = espessura dos corpos-de-prova 20mm A 8 FIGURA 9 - a) Fórmula aplicada para calcular a resistência à flexão S; b) Desenho esquemático do ensaio mecânico de resistência à flexão de três pontos. Os valores obtidos foram expressos em MPa e analisados pelo método de análise de variância (ANOVA) com nível de significância de 5%, para maior esclarecimento foi realizado o teste de Tukey com o mesmo nível de significância. 5 RESULTADOS Para estudo estatístico dos dados optou-se pela Análise de Variância (ANOVA), que é uma ferramenta estatística bastante versátil utilizada no estudo da relação entre uma variável dependente e uma ou mais variáveis independentes. Neste estudo, a variável dependente é a resistência à flexão e as variáveis independentes são material e tratamento térmico. Neste caso, através da ANOVA, procura-se testar se as diferenças entre as médias das resistências à flexão para as diferentes configurações analisadas são significativas, ou seja, se as diversas fontes de variação provenientes de cada variável independente (ou por interações entre elas) provocam diferenças significativas na média da variável dependente. No entanto, a ANOVA possui algumas restrições que, muitas vezes, compromete a análise dos resultados. De maneira geral, este teste pressupõe que os dados possuem distribuição normal e que, para todas as configurações, a variância seja constante. Entretanto, Neter & Wasserman41 (1974) afirmaram que este teste é bastante robusto e que estas exigências podem ser negligenciadas sem o comprometimento dos resultados, desde que se tenha o mesmo número de observações para todas as configurações. Pelos resultados da ANOVA (Tabela 1), pode-se concluir que houve diferença significante a 5% entre pelo menos duas médias da resistência à flexão obtida para os materiais de uso direto e tratamentos térmicos estudados. Além disso, pode-se observar no grupo das resinas diretas que a interação não foi significativa neste estudo, permitindo que os fatores tratamento e material pudessem ser analisados separadamente. Tabela 1 -Análise de variância fator duplo, dos materiais resinosos de uso direto e tratamentos térmicos avaliados Fonte de Variação SQ GL QM F P(F>Ftab) Tratamento 10288,74 2 5144,37 22,68. 0,00 Material 8519,14 2 4259,57 18,78. 0,00 lnteração. 1060,70 4 265,18 1,17 0,33 Resíduo 36740,75 162 226,79 ·--~--··-· ·--~----· Total 56609,34 170 " valores significantes à 5%, 53 Como houve diferença significante tanto para o fator tratamento quanto para o material, deve-se proceder à comparação das médias entre os valores existentes. Optou-se pelo teste de Tukey para avaliação dos dados obtidos, adotando-se o nlvel de significância de 5%. Os resultados dessa análise podem ser verificados nas Tabelas 2 e 3 (Figuras 10 e 11). Tabela 2- Análise estatística pelo teste de Tukey para os tratamentos Tratâmentos Controle Calor úmido Calor seco Médias (MPa) 95,32 a 102,42 b 114,14 c * letras diferentes indicam diferença significante à 5%. Desvio-padrão 13,89 19,18 16,32 Tabela 3- Análise estatística pelo teste de Tukey para os materiais Materiais Médias lMPa) besvio-padrio Charisma Tetric W3D 94,10 a 107,56 b 110,22 b * letras diferentes indicam diferença significante à 5%. 20,79 14,10 15,10 54 140,0 120,0 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 Controle Calor seco Calor úmido FIGURA 1 O - Médias em MPa dos tratamentos térmicos avaliados. As linhas verticais representam um desvlo~padrão acima e abaixo da média. 140,0 120,0 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 Charisma Tetric W30 FIGURA 11 - Médias em MPa dos materiais resinosos de uso direto avaliados. As linhas verticais representam um desvio-padrão acima e abaixo da média. 55 Quanto ao tratamento térmico, o calor seco da estufa de esterilização elevou os valores de resistência á flexão de maneira significante (114, 14MPa), seguido pelo calor úmido da autoclave (102,42MPa); quando comparou-se os grupos dos materiais entre si, os resultados obtidos foram mais favoráveis para as resinas W30 Master/Wilcos (110,22 MPa) e Tetric Ceram/lvoclar (107,56MPa). Com o intuito de verificar os melhores resultados de cada grupo de resina de uso direto comparativamente às de laboratório fez-se a ANOVA de um fator comparando-os com os grupos sem tratamento e com tratamento em autoclave e estufa, permitindo verificar que havia diferença entre os grupos (Tabela 4, 5 e 6). Tabela 4- Anova de um fator comparando os grupos l1, l2 e L3 com os materiais (Charisma, Tetric e W3D) sem tratamento térmico (controle) SQ GL QM F valor P Fonte de Variação Entre grupos Resíduo 1 o-97_7_, 72 ___ 5 --"""2"0C19'"'5~,5"'5c--,1""'"1 .-=o=5· ---o.-=oooc-- 21463,23 108 198,73 32440,96 -11"'3- --······ --······--··-- • valores significantes à 5°/o. Tabela 5- Anova de um fator comparando os grupos L 1, L2 e L3 com os materiais (Charisma, Tetric e W3D) com tratamento térmico, pelo calor seco. Fonte de Variação SQ GL QM F valor P ·-----:=··---·----- Entre grupos 23909,5 5 4781,90 21 ,40" 0,00 Resíduo 24136,96 108 223,49 ----··-·-·-·· ········-·--···--····--······-- Total 48046,46 113 "valores significantes à 5%. 56 Tabela 6- Anova de um fator comparando os grupos L 1, L2 e L3 com os materiais (Charisma, Tetric e W3D) com tratamento térmico, pelo calor úmido. Fonte de Variação SQ GL QM F valorP Entre grupos 15728,39 5 3145,68 11 ,93* 0,00 Reslduo 28482,2 108 163,72 Total 44210,59 113 * valores significantes à 5%. Para maior detalhamento e identificação realizou-se o teste de Tukey, com 5% de significância. Obtendo-se os seguintes resultados: para os materiais sem tratamento térmico, a resina de uso laboratorial Targis/lvoclar apresentou melhores resultados (110,95MPa) seguido dos demais materiais (Tabela 7 e Figura 12); para os grupos que receberam aplicação de calor seco, apresentaram maiores valores de resistência à flexão as resinas de uso direto W3D Master!Wilcos (121,33MPa) e Tetric Ceramllvoclar (117,33MPa), não havendo diferença estatisticamente significante com o material processado em laboratório Targis/lvoclar (110,95MPa) (Tabela 8 e Figura 13); quanto aos grupos tratados com calor úmido, houve diferença estatística significante dos valores de resistência do Targisllvoclar (110,95MPa), Tetric Ceram (110,35MPa) e W3D Master!Wilcos (107,01 MPa), quando comparados com Artglass/Kulzer (90,57MPa), Charisma/Kulzer (89,90MPa) e Vita ZetaNita (80,51MPa) (Tabela 9 e Figura 14). 57 Tabela 7- Teste de Tukey para os materiais de uso direto sem tratamento térmico comparando, com os grupos de resinas compostas processadas em laboratório Charisma (01) Artglass (L 1) Tetric Geram (02) W30 (03) Targis (L2) * letras diferentes indicam diferença significante à 5%. 80,51
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