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Resinas Compostas em Restaurações

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ARLINDO ABREU DE CASTRO FILHO 
RESIST~NCIAÀ FLEXÃO DE RESINAS COMPOSTAS UTILIZADAS NA 
CONFECÇÃO DE RESTAURAÇÕES TIPO INLA Y: efeito de diferentes 
técnicas de polimerização 
Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, 
Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para a 
obtenção do título de DOUTOR, pelo Programa de Pós-Graduação em 
ODONTOLOGIA RESTAURADORA, Área de Concentração em Prótese. 
Orientadora Prof'. Ti!. Maria Auxiliadora Junho de Araújo 
São José dos Campos 
2002 
DEDICO ESTE TRABALHO ... 
A Deus pai todo poderoso, que me agraciou com a vida e pôs 
em meu caminho tantas pessoas maravilhosas. Que em todos 
os momentos esteve presente me dando luz e serenidade para 
que eu pudesse transpor os obstáculos. Sobretudo, me 
presenteando com uma família que a cada dia amo mais e pelo 
amor de uma mulher maravilhosa. 
Minha eterna gratidão ... 
Ao meu pai, Arlindo Abreu de Castro, que pelo exemplo de homem 
e dedicação à família se tornou meu ídolo; e à minha mãe, Vera 
Lúcia Pontes de Castro, por toda dedicação e amor, sempre 
preocupada com nosso bem-estar, juntos representam as 
pessoas mais importantes e amadas em minha vida. 
As minhas innãs Erinda, Silvana, Solange, Silvia, Suzana e 
Sandra, pela demonstração de amor, incentivo e apoio 
constante que sempre manifestaram, fazem parte de momentos 
que ficarão eternamente em minha mente. 
A minha noiva Silvia Lustosa de Castro, melhor presente que a 
Odontologia poderia me dar, companheira nas horas dificeis e 
nos momentos de felicidade, pretendo amá-la e respeitá-la 
durante toda vida. 
Ao Sr. José Antônio de Castro e família, pelo carinho e incentivo 
com que me presenteiam. 
Aos meus sobrinhos, César Filho, Caio e Marcela, e à minha 
afilhada Sophia, pela alegria de tê-los em minha vida. 
Aos meus cunhados César, Roberto, Gustavo e Silvana pelo 
respeito e carinho que são muito importantes para mim. 
AGRADECIMENTOS 
A Prol". Titular Maria Amélia Máximo de Araújo, Diretora da Faculdade 
de Odontologia de São José dos Campos/UNESP, pelo apoio e bom 
senso demonstrado quando necessário. 
A Prof" Titular Maria Auxiliadora Junho de Araújo, minha orientadora, 
pelas orientações, conselhos e atenção dispensada no transcorrer do 
curso, pessoa que conquistou meu respeito, admiração e carinho, 
pela profissional competente que demonstra ser e, principalmente, 
pelo ser humano de caráter e personalidade, que pretendo seguir 
como exemplo em minha trajetória. 
A Prof". Adj. Márcia Carneiro Valera, Coordenadora do Curso de Pós­
Graduação em Odontologia Restauradora, pela sua conduta e 
competência demonstrada na administração do curso e pela maneira 
receptiva que sempre me tratou. 
Ao Prof. Adj. Estevão Tomomitsu Kimpara, pela grande amizade, 
transformou nossas conversas em ensinamentos que irei levar por 
toda vida. Minhas palavras de agradecimento sempre serão poucas. 
Ao Prof. Dr. Aldari Raimundo Figueiredo, pela amizade, carinho e pelo 
estimulo, sua alegria e empolgação me contagiam a cada aula que 
assisto. 
Ao Prof. Adj. Marco Antonio Bottino, pelos ensinamentos dispensados 
aos alunos de pós-graduação. 
A Sra. Ângela de Brito Bellini, diretora do Serviço Técnico de Biblioteca 
e Documentação, pela dedicação e contribuição na revisão das 
normas de apresentação e redação deste trabalho. 
Ao Prof. Camilo Daleles Rennó, pela elaboração da análise estatlstica e 
contribuição neste trabalho. 
Ao Prof. Dr. Erasmo Campelo, coordenador do Projeto Prata da Casa da 
Universidade Federal do Maranhão, que tornou viável a realização do 
sonho de muitos colegas de ingressar no curso de pós-graduação, 
pessoa de ideais admiráveis. 
Ao Prof. Antonio Luis Amarai Pereira, Coordenador do Curso de 
Odontologia da Universidade Federal do Maranhão, por ter acreditado 
na minha capacidade, intercedendo a meu favor em momentos 
importantes da minha vida profissionaL 
A Prof. Silvana Amado Libério, orientadora e amiga, sua sinceridade, 
objetividade e carinho foram fundamentais no meu crescimento 
profissional e pessoal. 
Ao amigo Urbano Gonçalves de Oliveira, funcionário da Faculdade de 
Engenharia de Guaratinguetâ - UNESP, sua colaboração na parte 
experimental desta pesquisa foi essencial. 
Ao Sr. Alberto Oliveira, pela confecção de dispositivos utilizados no 
presente trabalho. 
As Sras. Eliane e Suzana, secretárias do Departamento de Materiais 
Odontológicos e Prótese, pela alegria que demonstravam todas as 
vezes que estive presente na secretaria, que mais parecia uma parte 
da minha casa. 
Aos amigos Clãudio Carvalho e Luciane Oliveira, pela acolhida em seu 
lar, que muitas vezes foi meu porto seguro, e pela amizade sincera 
que demonstraram desde que os conheci. Sempre farão parte das 
minhas boas lembranças. 
Aos amigos Ana Lúcia, Nuno, Rodrigo, Eduardo Eugênio, Leonardo e 
Paulinho, pelo companheirismo e amizade, durante nossa 
convivência na "rep", que mais parecia uma pequena família. 
A Alessandra Büller Borges, pela amizade, pessoa que tem minha 
admiração pelos ideais que possui. 
Ao amigo Eduardo Miyashita, pelas oportunidades que me concedeu, 
mas principalmente pelos momentos compartilhados nas muitas 
viagens que fizemos, onde conseguíamos conciliar trabalho com 
momentos de lazer. 
Ao amigo Alessandro Gonçalves, pelo companheirismo em diversos 
momentos, desde a confecção de trabalhos científicos até uma 
simples conversa informaL Se tornando um verdadeiro amigo e irmão. 
A Fabiola Leite, por me presentear com sua amizade, proporcionando­
me muita alegria e descontração. 
Aos colegas de Pós-Graduação, pelo companheirismo, amizade e 
momentos de descontração que me proporcionaram durante o 
transcorrer do curso. 
Ao Prof. Dr. Carlos Augusto Pavanelli, pela disponibilidade e dedicação 
que sempre demonstrou a todos que precisaram. 
A todos os docentes do Departamento de Materiais Odontológicos e 
Prótese, pelo incentivo e colaboração . 
Aos docentes e funcionários da Faculdade de Odontologia de São José 
dos Campos· UNESP, pela convivência amigável. 
À CAPES · Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível 
Superior, pelo auxilio no desenvolvimento do trabalho. 
Aos representantes das empresas IVOCLARNIVADENT, HERAEUS 
KULZER, WILCOS DO BRASIL e VIlA pelo apoio e fornecimento 
dos materiais empregados na pesquisa. 
À todos que direta ou indiretamente contribuiram para realização deste 
trabalho. 
SUMÁRIO 
LISTA DE FIGURAS.......................................................................... 09 
LISTA DE TABELAS.......................................................................... 11 
LISTA DE QUADROS........................................................................ 13 
LISTA DE ABREVIATURAS.............................................................. 14 
RESUMO........................................................................................... 15 
1 INTRODUÇAO................................................................................ 16 
2 REVISAO DA LITERATURA.......................................................... 20 
2.1 Resinas de uso direto e polimerização complementar................ 20 
2.2 Resinas de laboratório................................................................. 33 
3 PROPOSIÇAo................................................................................ 40 
4 MATERIAL E MÉTODO.................................................................. 41 
5 RESULTADOS............................................................................... 52 
6 DISCUSSAO................................................................................... 61 
7 CONCLUSOES............................................................................... 71 
8 REFERIÔNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................... 73 
ABSTRACT............................. ......................... ..... ............................. 80 
APIÔNDICES ..................................................................................... 81 
LISTA DE FIGURAS 
FIGURA 1 - Desenho esquemático da matriz metálica bi-
partida.......................................................................... 42 
FIGURA 2 - Matriz metálica bi-partida. semi-aberta....................... 43 
FIGURA 3- Matriz metálica aberta: segmento a e b; pinos-guia e 
parafuso de fixação..................................................... 44 
FIGURA 4- Matriz metálica fechada: segmento a e b; parafuso 
de fixação e fenda para inserção da resina................. 45 
FIGURA 5- Desenho esquemático das dimensões dos corpos­
de-prova, após acabamento........................................ 45 
FIGURA 6- Paquimetro digital aferindo o comprimento do corpo-
de-prova...................................................................... 46 
FIGURA 7- Resina composta inserida na fenda da matriz 
metálica ...................................................................... . 48 
FIGURA 8- Fotopolimerização da resina: a) centro, b) e c) 
extremidades...................................................................... 48 
FIGURA 9 - a) Fórmula aplicada para calcular a resistência à 
flexão S; b) Desenho esquemático do ensaio 
mecânico de resistência à flexão de 3 
pontos.......................................................................... 51 
FIGURA 10- Médias em MPa dos tratamentos térmicos 
avaliados. As linhas verticais representam um 
desvio-padrão acima e abaixo da média................... 54 
FIGURA 11 - Médias em MPa dos materiais resinosos de uso 
direto avaliados. As linhas verticais representam um 
desvio-padrão acima e abaixo da média..................... 54 
FIGURA 12- Médias e desvios-padrão em MPa dos materiais de 
uso direto sem tratamento térmico comparando, com 
os grupos de resinas compostas processadas em 
laboratório.................................................................... 57 
FIGURA 13- Médias e desvios-padrão em MPa dos materiais de 
uso direto com tratamento térmico pelo calor seco 
comparando, com os grupos de resinas compostas 
processadas em laboratório........................................ 58 
FIGURA 14- Médias e desvios-padrão em MPa dos materiais de 
uso direto com tratamento térmico pelo calor úmido 
comparando, com os grupos de resinas compostas 
processadas em laboratório....................................... 59 
Tabela 1 -
Tabela 2-
Tabela 3-
Tabela 4-
Tabela 5-
Tabela 6-
Tabela 7-
LISTA DE TABELAS 
Análise de variância fator duplo, dos materiais 
resinosos de uso direto e tratamentos térmicos 
avaliados..................................................................... 53 
Análise estatística pelo teste de Tukey para os 
tratamentos.................................................................. 53 
Análise estatística pelo teste de Tukey para os 
materiais.............................................................................. 53 
Anova de um fator comparando os grupos L 1, L2 e 
L3 com os materiais (Charisma, Tetric e W3D) sem 
tratamento térmico (controle) ...................................... 55 
Anova de um fator comparando os grupos L 1, l2 e 
L3 com os materiais (Charisma, Tetric e W3D) com 
tratamento térmico, pelo calor seco ............................ 55 
Anova de um fator comparando os grupos L 1, L2 e 
L3 com os materiais (Charisma, Tetric e W3D) com 
tratamento térmico, pelo calor úmido .......................... 56 
Teste de Tukey para os materiais de uso direto sem 
tratamento térmico comparando, com os grupos de 
resinas compostas processadas em laboratório .......... 57 
Tabela 8-
Tabela 9-
Teste de Tukey para os materiais de uso direto com 
tratamento térmico pelo calor seco, comparando com 
os grupos de resinas compostas processadas em 
laboratório.................................................................... 58 
Teste de Tukey para os materiais de uso direto com 
tratamento térmico pelo calor úmido, comparando 
com os grupos de resinas compostas processadas 
em laboratório.............................................................. 59 
Tabela 10- Valores resistência à flexão das resinas compostas 
de laboratório em MPa................................................ 81 
Tabela 11 - Valores resistência à flexão das resinas compostas 
de uso direto sem tratamento térmico (controle) em 
M~ ..................................................................... n 
Ta bela 12 - Valores resistência à flexão das resinas compostas 
de uso direto com tratamento térmico aplicado pelo 
calor seco em MPa..... ..... ...... ...... . ...... . ...... . ..... . ...... ..... 83 
Tabela 13 - Valores resistência à flexão das resinas compostas 
de uso direto com tratamento térmico aplicado pelo 
calor úmido em MPa.................................................... 84 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1 - Resinas de laboratório a serem avaliadas.................. 41 
Quadro 2- Resinas de uso direto a serem avaliadas.................... 41 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
BisGMA- bisfenol glicidil metacrilato 
cm2
- centimetro quadrado 
h- horas 
HEMA- hidroxietil metacrilato 
ISO - lnternational Standard Organization 
kgf- quilograma força 
mm- milímetro 
MOD- mésio-ocluso-distal 
MPa- Megapascal 
N- Newton 
PMMA- polimetilmetacrilato 
TEGDMA- trietileno glicol dimetacrilato 
UEDMA- uretano dimetacrilato 
•c - grau Celsius 
± ~ mais ou menos 
%~porcento 
CASTRO FILHO, A A Resistência à flexão de resinas compostas 
utilizadas na confecção de restaurações tipo inlay: efeito de diferentes 
técnicas de polimerização. 2002. 841. Tese (Doutorado em Odontologia 
Restauradora, Area de Concentração em Prótese) - Faculdade de 
Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista, 
São José dos Campos, 2002. 
RESUMO 
A proposição deste trabalho foi avaliar a resistência à flexão de diferentes tipos de 
materiais resinosos processados em laboratório e resinas compostas indicadas para 
restaurações diretas utilizando-se diferentes técnicas de polimerização. Foram 
confeccionados corpos-de-prova à partir de uma matriz metálica bi-partida, utilizando­
se 3 resinas processadas em laboratório (Artglass/Kulzer, Targis/lvoclar eVita Zeta 
LCNita) e três materiais resinosos de uso dlreto (Charisma/Kulzer, Tetric 
Ceram/lvoclar e W3D Mastertwilcos). Os tratamentos térmicos foram realizados, 
após a polimerização convencional, em estufa (calor seco, 120°C durante 12 
minutos), e em autocfave {calor úmido, 120°C durante 12 minutos sob 1,8 kgf/cm2 de 
pressão).Após 15 dias de armazenamento em água destilada à 37°C, foi realizado o 
teste de resistência à flexão de três pontos, de acordo com especificação 4049 da 
ISO. Os resultados obtidos foram submetidos à análise estatistica ANOVA e ao teste 
de Tukey com 5% de significência. O calor seco da estufa de esterilização elevou os 
valores de resistência â flexão de maneira significante (114,14MPa), seguido pelo 
calor úmido da autoclave (102,42MPa); quando comparou-se os grupos dos materiais 
entre si, os resultados obtidos foram mais favoráveis para as resinas W3D 
Master/Wilcos (110,22 MPa) e Tetric Ceram/lvoclar (107,56MPa). Concluiu-se que: a) 
o tratamento térmico pelo calor elevou a resistência à flexão dos materiais resinosos, 
sendo que o calor seco aplicado em estufa obteve melhores resultados quando 
comparado ao calor úmido da autoclave; b) as resinas de uso direto Tetric 
Ceram/lvoclar e W3D Master/Wilcos apresentaram valores de resistência à flexão 
significantemente superiores que a Charisma/Kulzer; c) a resina composta de uso 
laboratorial Targis apresentou maiores valores quando comparada às demais resinas 
de laboratório e aos grupos que receberam polimerização complementar pelo calor; 
d) as resinas diretas W30 Master e Tetric Geram tratadas pelo calor seco, 
apresentaram valores semelhantes ao material de laboratorio Targise entre si, sendo 
significantemente superiores às resinas processadas em laboratório Artglass e Vita 
Zeta LC; e) os maiores resultados observados quando empregou-se o caiar úmido 
foram para os materiais de uso direto Tetric Ceram/lvoclar e W3D Master!Wilcos, 
semelhante ao material indireto Targis/ lvocrar e os menores valores avaliados foram 
da Charisma/Kulzer, assemelhando-se à resistência das resinas laboratoriais 
ArtglassJKulzer e Vita ZetaNita. 
PALAVRAS-CHAVE: Resinas compostas, tratamento térmico; resistência à flexão, 
propriedades mecânicas. 
1 INTRODUÇÃO 
A necessidade de reparar perdas de estruturas dentárias 
fez com que houvesse um avanço nas técnicas de confecção das 
restaurações. Apesar da modificação dos conceitos, da tecnologia 
disponível e dos conhecimentos científicos aluais, o objetivo da 
Odontologia continua o mesmo, restaurar e manter a saúde bucaL 
As restaurações diretas de resina composta apesar de 
apresentarem vantagens como: estética, adesividade, reforço da estrutura 
dental, selamento marginal inicial e preparo cavitário conservador, 
possuem desvantagens que podem comprometer significativamente sua 
indicação clínica: dificuldade de se obter ponto de contato, técnica crítica, 
baixa resistência ao desgaste e contração de polimerização (BUSATO et 
al9
, 2000). 
A exigência estética levou ao aperfeiçoamento de um dos 
materiais restauradores mais utilizados na Odontologia, a resina 
composta, o que permitiu a ampliação de suas indicações que vão desde 
a restauração de cavidades ultra-conservadoras até a confecção de 
próteses associadas ou não ao metal. A utilização das resinas em 
restaurações protéticas tem sido amplamente indicada no 
restabelecimento da função mastigatória, por meio de restaurações 
unitárias e/ou próteses parciais fixas. 
As restaurações estéticas indiretas, tipo inlay/onlay, em 
dentes posteriores têm sido muito utilizadas devido as dificuldades e 
limitações encontradas nas restaurações confeccionadas pela técnica 
direta. A realização de inlayslon/ays em resina composta minimiza a 
contração de polimerização proporcionando uma melhor adaptação, 
podendo ser considerada a principal vantagem desta técnica, haja visto 
17 
que a microinfiltração marginal pode influenciar negativamente na 
durabilidade das restaurações. 
Sistemas de inlay em resina tem sido usados na 
Odontologia há 20 anos, aproximadamente. Esses sistemas foram 
introduzidos com a expectativa de superar os problemas associados às 
resinas diretas posteriores confeccionadas pela técnica incremental 
convencional. Os problemas citados incluem desgaste oclusal e proximal, 
rugosidade de superfície, pigmentação superficial e marginal, 
decomposição de margens e sensibilidade pós-operatória (BURKE et al 8
, 
1991, citado por WASSEL et ai. 56
, 2000). 
Em 1987, de acordo com Wassel et al56 (2000), um 
sistema de in/ay foi introduzido no mercado baseado em resina composta 
híbrida fotopolimerizável, inserida diretamente no dente preparado (DI 
System, Coltêne AG, Altststten, Switzerland), com o intuito de substituir os 
primeiros inlays de resina que eram feitos com material microparticulado 
polimerizados por calor e pressão. Após a cura inicial a restauração era 
removida do dente e a polimerização era complementada por luz e calor 
de 120°C. Esta polimerização secundária foi denominada "têmpera ou 
cozimento". Desde então, vários fabricantes têm introduzido sistemas 
inlays direto e indireto baseados em resinas híbridas, que são 
polimerizadas utilizando diferentes tecnologias. 
Novos materiais tem sido introduzidos no mercado 
Odontológico visando substituir os materiais metálicos, por apresentarem 
características estéticas mais favoráveis. Esses materiais possuem um 
amplo espectro de aplicações clínicas, podendo ser utilizados em coroas, 
próteses parciais fixas, próteses parciais removíveis, sobredentaduras, 
próteses sobre implante e na confecção de inlayslonlays e próteses 
adesivas (ZIESCHE64
, 1997). 
Para Clunet-Coste15 (1997) a Odontologia vem se 
distanciando cada vez mais da utilização de estruturas metálicas, para 
poder satisfazer o número crescente de pacientes que não estão 
18 
dispostos a aceitar o aspecto "medieval" de determinadas restaurações, e 
também suprir os requisitos ambientais e de biooompatibilidade, cada vez 
mais valorizados. 
Os insucessos da associação dos oompósitos sobre metal 
e as limitações das restaurações totalmente cerâmicas, tornaram evidente 
a necessidade de melhorar as características mecânicas desses 
materiais. Com o intuito de suprir tais necessidades surgiram as resinas 
oompostas processadas em laboratório, que de aoordo com os 
fabricantes, associam as propriedades positivas das resinas e das 
cerâmicas dentárias. 
O desenvolvimento dos materiais resinosos reforçados 
por fibras ou partículas de vidro e a criação de técnicas laboratoriais 
simplificadas, tem difundido, ainda mais, seu uso em procedimentos 
restauradores indiretos. Comercialmente chamados .de cerômeros 
(TOUATI54,1996; SIMONETTI53,1997) ou polímeros de vidro (ERDRICH20
, 
1996; TOUATI54
, 1996; ZIESCHE64
, 1997) esses materiais tem sua 
terminologia bastante variada, e apesar de variações da quantidade de 
carga e do tipo de monômero na sua composição todos podem ser 
oonsiderados resinas oompostas processadas em laboratório. 
O tratamento térmioo por meio da aplicação de calor 
realizado após a fotopolimerização das resinas compostas de uso direto, 
relatado em diversos estudos, tem melhorado suas propriedades físicas 
justificando e ampliando o seu emprego em restaurações indiretas do tipo 
inlaylonlay, permitindo a redução no custo do procedimento e 
minimizando o tempo para oonclusão do tratamento. 
Diversos estudos existentes sobre as propriedades 
mecânicas dos materiais odontológioos, demonstraram que os testes de 
resistência à fiexão têm merecido destaque (ASMUSSEN & 
PEUTZFELDT4, 1990; PEUTZFELDT & ASMUSSEN44
, 1991; 
FERRACANE & MITCHEM23
, 1994; HAMMAD & TALIC26
, 1996; ZHAO et 
a163
, 1997; KANCHANAVASITA et al.28
, 1998) provavelmente por serem, 
19 
de acordo com Phillips46 (1994), uma medida coletiva de todos os tipos de 
tensões agindo simultaneamente, as quais são comumente encontradas 
nas restaurações, devido a natureza dinâmica das tensões existentes na 
mastigação. 
Existem muitas técnicas e materiais disponíveis capazes 
de restaurar adequadamente, desde cavidades conservadoras até 
preparos totais. Entretanto, pesquisadores e fabricantes procuram 
incessantemente um material que possua propriedades semelhantes às 
das estruturas dentais, visando maior longevidade das restaurações, 
máxima preservação dos tecidos remanescentes, assim como a 
manutenção das estruturas dos dentes adjacentes e antagonistas. 
As restaurações de resina são, seguramente, as que mais 
evoluíram dentro da Odontologia. Desenvolveram-se sistemas 
restauradores com adesivos, resinas e fibras para reforçá-las, surgiram as 
facetas diretas e indiretas, o jateamento com óxido de alumínio para 
aumentar a retenção de restaurações indiretas, além de outros avanços 
nas técnicas de confecção e em suas aplicações. 
Com o intuito de melhorar a resistência das resinas 
compostas, sejam elas confeccionadas pela técnica direta ou indireta, 
desenvolveram-se materiais com propriedades superiores aos 
convencionais e agentes cimentantes resinosos que proporcionam 
aumento da resistência das restaurações e do dente. Tomando possível a 
indicação de restaurações sem metal em dentes posteriores e próteses 
parciais fixas. A seleção dos materiais e o sucesso das restaurações 
devem ser determinados pelas condições clínicas disponíveis, 
propriedades do material restaurador, planejamento correto do preparo 
protético, habilidade e amplo conhecimento do profissional. 
Pelo exposto justifica-se o interesse em avaliar as 
propriedades mecânicas das resinascompostas processadas em 
laboratório em comparação às das resinas de uso direto após tratamento 
térmico 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
2.1 Resinas de uso direto e polimerização complementar 
Leinfelder et al.33 (1975) monitoraram durante dois anos 
899 restaurações de resinas compostas tipo pasta-pasta. liquido-pasta e 
pó-liquido, resina sem carga de PMMA (controle em dentes anteriores) e 
amálgama (controle em dentes posteriores). Dentre os outros achados 
verificaram que nenhuma das restaurações feitas em resina composta 
exibiu cárie secundária. 
Wilder Junior et al61 (1983) avaliaram algumas 
caracteristicas de resinas compostas utilizadas para restaurações diretas 
de dentes posteriores, durante um período de três anos. Concluíram que 
as resinas polimerizadas por luz ultra-violeta apresentaram propriedades 
superiores às convencionais autopolimerizáveis. 
Wendt Junior" (1987) estudou o efeito do calor seco, 
quando utilizado como método de polimerização secundária, sobre as 
propriedades físicas de resinas compostas fotoativadas. Os resultados 
obtidos permitiram sugerir que as propriedades de dureza, estabilidade de 
cor e desgaste abrasivo poderiam ser favoravelmente elevadas pelo 
tratamento térmico. 
Wendt Junio,.S7 (1987) propôs estudar as alterações de 
propriedades tisicas pela aplicação do calor, brevemente após a 
polimerização pela luz. Comparou várias marcas comerciais de resinas 
compostas, tendo como grupo controle o amálgama. Concluiu que a 
21 
polimerização secundária pelo calor elevou a resistência à !ração 
diametral dos compósitos testados; quanto à resistência à compressão 
não houve diferença estatistica nos resultados após o tratamento térmico. 
Observou ainda que a contração variou após aplicação do calor, podendo 
ser atribuída à matriz orgânica, volume e tamanho das partículas 
inorgânicas. 
Dionysopoulos & Watts 16 (1989) investigaram a dinâmica 
das propriedades mecânicas de resinas para inlays confeccionadas com 
polimerização secundária. Avaliaram um tipo de resina indicada para 
restaurações indiretas processadas por calor e pressão (SR 
lsosiWivadent) e um material empregado em restaurações diretas e 
indiretas acrescentando o método de polimerização secundària. 
Concluíram que a polimerização secundária pode ser empregada para 
melhorar os valores das propriedades mecânicas dos materiais resinosos. 
Wendt Junior9 (1989) verificou a influência do tempo de 
exposição ao calor em relação à polimerização das resinas compostas. 
Os corpos-de-prova foram tratados à temperatura de 125"C durante 2.5, 
5, 7.5, 10, e 15 minutos. Permitindo concluir que o tempo de duração da 
aplicação de calor não influenciou significativamente na melhora das 
propriedades mecânicas avaliadas. Entretanto, o tratamento térmico à 
temperatura de 125"C, elevou as propriedades de dureza e tensão 
diametral. 
Asmussen & Peutzfeldt4 (1990) estudaram resinas 
compostas para confecção de lnlaylon/ay e o efeito da aplicação do calor 
como método de polimerização complementar sobre as propriedades 
mecânicas. Os materiais avaliados possuíam idêntica composição quanto 
à carga inorgânica, porém apresentavam variação no conteúdo dos 
monômeros BISGMA, TEGDMA, UEDMA e HEMA O tratamento térmico 
foi realizado após a polimerização pela luz, utilizou-se as temperaturas de 
37, 100, 125, 150, 175 e 200'C durante 1 hora. As propriedades 
estudadas variaram de acordo com a composição dos materiais, sendo 
22 
que as resinas a base de UEDMA ou UEDMAIHEMA apresentaram 
maiores valores que as formulações de BISGMNTEGDMA. 
Wendt & leinfelder60 (1990) observaram o desempenho 
clinico de in/ays de resina composta após sofrerem tratamento térmico, 
utilizando os métodos direlo e indireto de avaliação clínica. As 
restaurações foram realizadas sobre cavidades classe e 11 
confeccionadas em dentes pré-molares, sendo divididos em dois grupos. 
O primeiro grupo representava o material polimerizado apenas pela 
fotoativação e o segundo grupo recebia também o tratamento térmico com 
calor seco à temperatura de 125±1°C durante 7,5 minutos. Embora o 
tratamento térmico não tenha influenciado na resistência ao desgaste no 
período de 12 meses, muitas outras vantagens foram observadas. A 
sensibilidade pós-operatória foi aliviada nas restaurações tratadas com 
calor; a integridade marginal na interface dente/restauração foi superior, 
proporcionando maior longevidade da adaptação marginal da restauração 
e minimizando uma possível pigmentação marginal. Adicionalmente, os 
dentes tratados por estas restaurações mostraram ser mais resistentes às 
cáries secundárias, principalmente nas margens gengivais. Conclulram 
ainda que o tratamento térmico não alterou a cor e aparência estética da 
resina. 
McCabe & Kagi37 (1991) avaliaram as propriedades 
mecânicas que poderiam influenciar na durabilidade de resinas 
compostas indicadas para confecção de inlays, com e sem 
complementação de polimerização por luz e calor. O emprego da técnica 
de pós-polimerização elevou as propriedades de resistência à 
compressão, fadiga, dureza e resistência ao desgaste dos materiais 
selecionados. 
Peutzfeldt & Asmussen44 (1991) mensuraram a 
resistência à compressão diametral, resistência à flexão e módulo de 
elasticidade de três sistemas de resinas compostas empregadas para 
confecção de inlay/onlay e determinaram a influência da polimerização 
23 
extraoral nessas propriedades. Os corpos-de-prova confeccionados com a 
resina Brilliante/Coltene foram fotopolimerizados e adicionalmente 
receberam tratamento de luz e calor por 7 minutos. Os espécimes em 
Estilux CVS/Kulzer além da fotopolimerização inicial foram, 
posteriormente, curadas em unidade fotopolimerizadora Dentacolor 
XS/Kulzer; enquanto o grupo representado pela resina SR lsosiUivoclar foi 
termopolimerizada. Os resultados obtidos permitiram concluir que o 
tratamento adicional com luz e calor aprimorou notadamente as 
propriedades dos materiais resinosos. Afirmaram ainda que nenhuma das 
resinas, com ou sem tratamento, superaram significativamente as 
propriedades mecânicas das resinas restauradoras usadas 
convencionalmente. 
Covey et al16 (1992) estudaram seis tipos de resinas 
fotopolimerizáveis e uma quimicamente ativada, variaram também a 
indicação quanto ao uso, anterior ou posterior, e quanto ao tamanho das 
partículas inorgânicas, macroparticuladas, híbridas e microparticuladas. 
Parte das amostras de cada grupo de material foi submetida ao 
tratamento térmico após 1 O minutos de sua confecção, em unidade 
polimerizadora Coltene DI 500/Coltene, que consistiu em transmissão de 
luz de alta intensidade por meio de um bulbo, produzindo temperatura 
máxima de 120°C durante o ciclo de 7 minutos. Concluíram que todos os 
materiais, independente do tipo de polimerização, tiveram os valores de 
resistência à tração diametral elevados pela polimerização complementar. 
Observaram ainda que o tamanho das partículas influenciou na melhora 
das propriedades físicas. 
Ferracane & Condon22 (1992) analisaram materiais 
resinosos sujeitos ao tratamento térmico de curta e longa duração em 
diferentes intervalos após fotopolimerização. Os espécimes polimerizados 
inicialmente pela luz receberam os seguintes tratamentos: a) 
armazenamento em água à temperatura de 37°C pelo período de 24 
horas, antes da realização dos ensaios; b) tratamento térmico imediato, 
24 
durante 1 O minutos sob temperatura de 120°C, seguido pelo 
armazenamento em água à 37'C durante 24 horas; c) tratamento térmico 
imediato, durante 3 horas sob temperatura de 120'C e armazenamento 
nas mesmas condições citadas anteriormente; d) os corpos-de-prova 
foram armazenados durante sete dias e posteriormente receberam 
tratamento térmico pelo período de 3 horas sob temperatura de 120'C, 
em seguida foram novamente colocados em água sob 37'C durante 24 
horas, até serem realizados os ensaios.Os resultados mostraram que o 
tratamento térmico pela temperatura de 120'C, de curta ou longa duração, 
pode ser empregado para produzir melhoras no grau de polimerização e 
propriedades mecânicas de resinas compostas utilizadas para confecção 
de inlays. Afirmaram ainda que o tratamento térmico durante 1 O minutos 
foi tão efetivo quanto o tratamento de 3 horas e que após sete dias da 
cura inicial o tratamento térmico foi capaz de melhorar as propriedades 
mecânicas e a polimerização em quase toda extensão, semelhante ao 
realizado imediatamente após a fotoativação inicial. 
Eldiwany et al. 19 (1993) mensuraram as propriedades 
mecânicas de resistência à compressão, resistência à !ração diametral, 
módulo de elasticidade, dureza Knoop e Rockwell de sete marcas 
comerciais de resinas compostas com e sem complementação da 
fotopolimerização inicial, de acordo com recomendações dos fabricantes. 
Comentaram que, aparentemente, as propriedades das resinas podem 
ser otimizadas pela cura por meio da aplicação de temperaturas elevadas. 
Khan e! al.30 (1993) avaliaram os efeitos do tratamento 
térmico pelo calor nas propriedades mecânicas de três resinas utilizadas 
para confecção de inlay e três resinas compostas indicadas para 
restaurações em dentes posteriores diretas. Um grupo foi polimerizado de 
acordo com recomendações dos fabricantes, enquanto o outro grupo 
recebeu aplicação de calor, sob temperatura de 1 OO'C durante 15 
minutos. As propriedades analisadas foram dureza Knoop, resistência à 
tensão diametral e resistência à compressão. Os resultados mostraram 
25 
maiores valores das propriedades após o tratamento térmico, sendo os 
valores de dureza na base dos corpos-de-prova das resinas para inlay 
superaram os das resinas diretas. Concluíram que o presente estudo 
confirmou a importância da polimerizaçao secundária pelo calor no 
beneficiamento das propriedades mecânicas das resinas compostas. 
Afirmaram também que o tratamento térmico é altamente recomendado 
em resinas para in/ay polimerizadas pela luz. 
Adabo e! al.2 (1994) realizaram estudo comparativo entre 
a dureza de três resinas compostas para dentes posteriores polimerizadas 
por diferentes técnicas. O grupo controle foi composto da resina 
termopolimerizável, os demais grupos foram formados por resinas 
fotopolimerizáveis, sendo divididos em sub-grupos de acordo com o tipo 
de polimerização. Foram utilizados três tratamentos distintos: a) somente 
fotopolimerização; b) fotopolimerização seguida de complementação 
térmica em aparelho hidropneumático; c) fotopolimerização com 
complementação no dispositivo de luz e calor (light-box). Concluíram que 
os maiores valores de dureza foram encontrados nas resinas 
fotopolimerizáveis, sendo o método de fotopolimerízação seguido de 
complementação pelo dispositivo light-box o mais efetivo. 
Reinhardt et al.49 (1994) propuseram estudar 
comparativamente as propriedades mecânicas de cinco resinas 
compostas que possuíam indicaÇilo para processamento em laboratório. 
A primeira fase do estudo comparou as propriedades dos materiais, 
enquanto a segunda fase determinou o grau de mudanças nas 
propriedades após a complementação da polimerização. De acordo com 
os resultados conclufram que os numerosos materiais resinosos 
desenvolvidos e comercializados para confecção de restaurações 
indiretas possuíam vários graus de resistência, rigidez e dureza, podendo 
limitar seu uso. Afirmaram ainda que o processo de polimerização 
secundária aumentou a resistência à flexão em média 11%. 
26 
Ferracane e! al.24 (1995) investigaram a estabilidade das 
propriedades mecânicas de compósitos após períodos imersos em água. 
Foram utilizadas resinas experimentais fotopolimerizáveís com diferentes 
composições de partículas inorgânicas e matriz orgânica com 50% 
BisGMA e 50% TEGDMA. Os espécimes foram polimerizados somente 
pela luz ou seguido pelo tratamento térmico. Verificaram que o aumento 
inicial nas propriedades mecânicas dos compósitos sujeitos ao tratamento 
adicional de polimerizaçao foi transitório, ou seja, após um período os 
valores das propriedades dos materiais que receberam ou não a 
polimerização complementar assemelharam-se. 
Yamaga el al.62 (1995) investigaram as propriedades de 
dureza e resistência à fratura de quatro marcas comerciais de resinas 
compostas fotopolimerizáveis para recobrimento estético, e o efeito da 
pós-polimerização por luz ou calor. Os espécimes foram divididos em três 
grupos: a) fotopolimerização inicial, 4 minutos em fonte de luz tipo "box"; 
b) pós-polimerização por 3 minutos na mesma fonte de luz, após a 
polimerização inicial; c) polimerização inicial seguida de aplicação de calor 
por 15 minutos à 1oo•c em forno. Confirmaram que a pós-polimerização 
por luz e calor elevou as propriedades avaliadas. Sugeriram que a 
utilização da polimerizaçao complementar, nas resinas aplicadas sobre 
infra-estrutura metálica, minimizaria distorções nessas estruturas. 
Adabo et al1 (1997) estudaram a influência da 
polimerização complementar na dureza de duas marcas comerciais de 
resinas compostas fotopolimerízáveis. Os corpos-de-prova foram divididos 
em grupos de acordo com o tipo de tratamento recebido: a) somente 
fotopolimerizado, grupo controle; b) fotopolimerização seguida de 
complementação em light-box por 7 minutos; c) fotopolimerização seguida 
de tratamento térmico em estufa para esterilização, durante 7 minutos. Os 
resultados permitiram concluir que a polimerização complementar 
aumentou os valores de dureza das resinas compostas, 
independentemente, da técnica empregada. 
27 
Kildal & Ruyter31 (1997) avaliaram as diferenças nas 
propriedades mecânicas de três resinas compostas relacionando-se 
técnicas de polimerização intraoral e extraoral em restaurações diretas e 
indiretas, juntamente com o efeito da absorção de água nas propriedades 
mecânicas. Observaram também a influência da carga inorgânica e 
composição do monômero nas propriedades mecânicas. Os materiais 
foram polimerizados por dois métodos, sendo que o primeiro método 
empregava aparelho fotopolimerizador portátil convencional e o segundo 
método de polimerização foi realizado em unidade fotopolimerizadora de 
bancada. A absorção de água aumentou os valores de creep para todos 
os espécimes, sendo que o segundo método de polimerização apresentou 
valores significativamente mais baixos do creep em elevadas tensões que 
o primeiro método. A absorção de água diminuiu o módulo e os valores da 
tensão máxima para os espécimes curados com o método convencional. 
Os valores da resistência de ruptura diferiram também para os espécimes 
em ambiente seco e úmido polimerizados em unidade fotopolimerizadora. 
Razak & Harrison47 (1997) desenvolveram um método 
para mensurar a precisão e estabilidade dimensional de inlays de resina 
composta. Foram confeccionadas restaurações a partir de uma matriz de 
aço inoxidável em forma de cavidade classe 11, tipo MOO. Os materiais 
resinosos utilizados continham diferentes quantidades de carga 
inorgânica em peso, 50%, 65% e 79%. Três diferentes métodos de 
polimerização foram empregados para cada grupo, foram eles: luz 
somente, luz e calor durante 5 minutos à 100•C, sendo realizada a 
mensuração logo após a aplicação do calor e sete dias após 
armazenamento em água destilada. Os resultados permitiram concluir que 
a maior quantidade de carga é recomendada por causa da relação 
inversa entre quantidade de carga e contração de polimerização, levando­
se em consideração outras propriedades relevantes. Afirmaram ainda que 
a menor contração observada foi no grupo que permaneceu armazenado 
em água destilada durante sele dias. 
28 
Razak & Harrison48 (1997) investigaram qual melhor ciclo 
de polimerização dos materiais resinosos indicados para confecção de 
ínlay, por meio da avaliação das propriedades de resistência transversa, 
que pode ser consideradareferência na mensuração da coesividade; o 
módulo de elasticidade, referente à rigidez do material, e a microdureza, 
que avalia a compactação do material e resistência à penetração das 
resinas. Os corpos-de-prova somente fotopolimerizados foram utilizados 
como grupo controle, enquanto os demais grupos passaram pelos 
seguintes ciclos térmicos sob água: 50°C durante 5 minutos; 50°C por 10 
minutos; 1 oo•c por 1 minuto; 1 oo•c por 5 minutos; 1 oo•c por 1 o minutos 
e 100'C durante 15 minutos. Concluíram que o cozimento do material em 
água a 1oo•c pelo período de 1 minuto melhorou significativamente a 
resistência transversa e o módulo de elasticidade, quando comparado a 
simples fotopolimerização ou a complementação pelo calor de so•c. 
Observaram também que a complementação da cura pelo tratamento 
térmico sob 1 oo•c eleva significativamente os valores de microdureza, em 
relação a fotoativação simples e com relativa significância quando 
comparado aos ciclos de so•c. Afirmam ainda que o ciclo de 1 OO'C por 5 
minutos foi apropriado e produziu ótimos resultados. 
Asmussen & Peutzfeldt5 (1998) estudaram a influência 
das matrizes a base de UEDMA, BisGMA e TEGDMA nas propriedades 
mecânicas de materiais resinosos. Trinta misturas de monômeros foram 
produzidas, variando-se a proporção de cada componente monomérico. A 
análise estatlstica mostrou que a substituição do BisGMA ou TEGDMA 
por UEDMA resultou em aumento na resistência ao cisalhamento e à 
flexão, e que a substituição de BisGMA pelo TEGDMA aumentou a 
resistência ao cisalhamento, mas reduziu a resistência à flexão. 
Loza-Herrero et al. 34 (1996) examinaram a influência do 
intervalo de tempo entre a fotopolimerização inicial e subsequente pós­
cura pelo calor na resistência à flexão bi-axial e os valores de conv~rsão 
de monômero em materiais restauradores resinosos. Foram criados dois 
29 
grupos, o primeiro apenas teve sua polimerização somente pela luz, 
enquanto o outro subsequentemente recebeu tratamento pelo calor 
durante 7 minutos à temperatura de 1oo•c. O tempo de intervalo entre a 
cura inicial pela luz e a pós-cura pelo calor foi de 5 e 30 minutos, e 6, 24, 
48, 72, 96 e 120 horas. Os resultados mostraram que houve um aumento 
na resistência à flexão no grupo controle à medida que aumentava o 
intervalo, enquanto que o grupo com tratamento térmico não apresentou 
grandes variações nos valores. Concluíram que o tratamento térmico 
elevou a resistência e o percentual de conversão de monômero, em 
pequeno intervalo de tempo. Afirmaram ainda que quanto maior o 
intervalo de tempo menor foi a diferença entre esse valores. 
Peutzfeldt & Asmussen45 (2000) verificaram o efeito de 
diferentes métodos de polimerização secundária na conversão, 
propriedades mecânicas e desgaste in vitro de resinas compostas. Os 
materiais avaliados foram as resinas Z-100/3M e Charisma/Kulzer, ambas 
tiveram seus espécimes fololimerizados e, posteriormente, foram 
polimerizados secundariamente pelos seguintes métodos: a) 
polimerização por meio de fonte de luz, em unidade de mão durante 10 
minutos; b) utilização da unidade polimerizadora tipo /ight box, durante 10 
minutos; c) utilizou o aparelho Triad 11, durante um período de 10 minutos 
de aplicação de luz; os demais métodos compreenderam a aplicação do 
calor de 40, 70 ou 11 o•c variando o tempo de exposição entre 1 O minutos 
e 24 horas. Verificaram que o uso da polimerização aumentou o grau de 
conversão de ambas resinas, assim como as propriedades mecânicas da 
Charisma. Observaram também que a aplicação do tratamento térmico 
pelo calor de 110"C durante o perlodo de 10 a 60 minutos aparenta ser 
um método promissor. 
Van Dijken55 (2000) apresentou o resultado de 11 anos de 
acompanhamento de restauraçoes inlay/onlay di retas de resina composta. 
Foram confeccionadas cem restaurações, cujo material após inserido na 
cavidade de maneira incremental foi fotopolimerizado por 40 segundos. 
30 
As restaurações após serem removidas do dente preparado, foram 
polimerizadas secundariamente por luz e calor por 7 minutos sob 
temperatura de 120°C. Posteriormente, realizou-se o procedimento de 
cimentação. As 34 restaurações diretas foram feitas sobre base de 
cimento de ionõmero de vidro recobrindo toda dentina. O material 
restaurador foi inserido em incrementos de 2 milímetros de espessura e 
fotopolimerizado por 40 segundos, exceto a camada cervical curada por 
60 segundos. Os resultados da avaliação demonstraram que 17,7% das 
restaurações do grupo 1 (inlay/on/ay) e 27,3% do grupo 2 (restaurações 
diretas) foram consideradas inaceitáveis. As médias das falhas foram, 
respectivamente: fraturas (8,3 e 12, 1%); desgaste oclusal em áreas de 
contato (4,2 e 6, 1%) e cáries secundárias (4,2 e 9, 1%). A adaptação 
marginal das inlay/on/ay foi melhor até o final da avaliação. Afirmou que 
houve boa durabilidade, excelente adaptação e baixa frequência de cárie 
secundária nas inlay/on/ay em pacientes com alto índice de cárie. 
Recomendou ainda que, em pacientes com alto índice de cárie, essa 
técnica deve ser utilizada em cavidades classe 11 com margem cervical em 
dentina; e que sua indicação deveria ser criteriosa, pois a diferença nas 
falhas entre as técnicas estudadas foi pequena, acarretando maior tempo 
e custo para realização do procedimento restaurador quando adotada a 
técnica de inlaylonlay di reta de resina composta. 
Wassel et al56 (2000) compararam inlays diretas com 
restaurações confeccionadas convencionalmente durante cinco anos, 
ambas em resina composta, considerando falhas, desgaste e outros 
aspectos clínicos. Foram confeccionadas cem pares de restaurações, 
sendo que cada par consistiu de uma restauração convencional e uma do 
tipo in/ay realizadas com o mesmo material. As incrustações foram 
confeccionadas diretamente sobre a cavidade preparada, pela técnica 
incremental, cada incremento foi fotopolimerizado por 60 segundos. Após 
o término da construção da restauração e remoção da boca, realizou-se 
polimerização secundária por luz e calor em aparelho DI 500/Colténe 
31 
durante o 8 minutos a temperatura de 120'C. A cimentação foi realizada 
pela técnica adesiva com agente cimentante dual. As restaurações 
convencionais foram realizadas de acordo com a técnica descrita por Lutz 
et al35 (1986). Os resultados demonstraram maior tendência a falhas nos 
inlays que nas restaurações convencionais, mas não houve diferença 
significante. Concluíram que ambas as técnicas preenchem os requisitos 
mínimos exigidos pela ADA para restaurações posteriores. 
Castro Filho et al.12 (2001) avaliaram a influência do 
tratamento térmico na resistência à flexão de resinas compostas utilizadas 
para restaurações diretas em dentes posteriores. Para a realização do 
ensaio mecânico foram selecionados dois tipos de materiais resinosos, 
uma resina micro-híbrida convencional (Z1 00/3M) e uma resina 
compactável (Surefiii/Dentsply). Foram confeccionados 18 corpos-de­
prova de cada material. Sendo que metade recebeu tratamento térmico, 
enquanto que a outra metade não recebeu nenhuma complementação na 
polimerização. O tra!amento térmico empregado foi o calor seco de uma 
estufa de esterilização durante 15 minutos sob 100'C de temperatura. Os 
resultados obtidos demonstraram maiores valores médios para o grupo 
com tratamento térmico (184,92 MPa) quando comparado ao grupo 
seguinte, sem tratamento (154,08 MPa). Concluíram que o tratamento 
térmico influenciou na resistência à flexão dos materiais resinosos. 
Miyashita et al40 (2001) estudaram a resistência à flexão 
de um material estético indicado para restaurações indiretas, cerõmero 
(Targisllvoclar), e uma resina composta empregada em restaurações 
diretas (Tetric CeramNivadent) utilizando diferentes tratamentos térmicos. 
Quatro grupos foram obtidos: G1 - Targis polimerizado segundo 
recomendações do fabricante; G2 - Tetric Ceram fotopolimerizado,com 
intensidade de 900 mW/cm2, durante 40 segundos; G3 - Tetric Ceram 
fotopolimerizado e autoclavado durante 12 minutos a 120°C, com pressão 
máxima de 1 ,8kgf/cm2 e G4 - Tetric Ceram fotopolimerizado e aquecido 
sob calor seco de estufa durante 15 minutos a 1 oo•c. As amostras foram 
32 
armazenadas por 14 dias em água destilada à 37°C e submetidas a 
ensaio mecânico com velocidade de 0,75 mmlmin. Os resultados 
demonstraram não haver diferença estatisticamente significativa entre os 
grupos. 
Peroba et al.43 (2001) compararam in vitro a 
microinfiltraçâo em restaurações diretas e indiretas em resina composta 
Charisma/Kulzer. Foram realizados preparos MOD em dentes hígidos 
com margem cervical na face mesial em esmalte e na distal em cemento, 
que foram divididos em dois grupos: a) restaurações diretas; b) 
restaurações indiretas. Os dentes do primeiro grupo foram restaurados 
pela técnica incremental e fotopolimerizados de acordo com as instruções 
do fabricante, enquanto no segundo grupo as restaurações foram 
confeccionadas à partir de um modelo de silicone dos dentes preparados 
e cimentadas com cimento adesivo. O sistema adesivo empregado foi o 
mesmo para ambos os grupos. Concluíram que houve menor infiltração 
em margem de esmalte nos dois grupos estudados e em relação ao 
cemento a técnica direta apresentou melhores resultados quando 
comparada à técnica indireta. 
Rocha et al.50 (2001) avaliaram o comportamento 
mecânico das resinas compostas diretas Solitaire 2/Kulzer e Z1 0013M 
submetidas a polimerização complementar térmica, tendo como grupo 
controle o compósito indireto Artglass/Kulzer. As resinas diretas foram 
subdivididas em três grupos: a) fotopolimerizadas por 40 segundos; b) 
fotopolimerizadas e posterior aplicação de calor seco a 120°C por 20 
minutos; c) fotopolimerizadas e posterior aplicação de calor úmido a 
120°C por 20 minutos. A resina indireta foi polimerizada no aparelho 
UniXS/Kulzer, conforme indicação do fabricante. O armazenamento foi 
feito em água destilada à temperatura de 37°C durante 24 horas. 
Decorrido esse período foram realizados os ensaios de flexão à 
velocidade de 0,75mmlmin. Verificaram que não houve diferença 
estatlstica entre a resistência das resinas Z100 em autoclave (127,91 
33 
MPa), Z100 em estufa (121,63 MPa), Artglass (121,52 MPa), Z100 
fotopolimerizada (117,96 MPa) e Solitaire 2 em estufa (114,83 MPa). 
Observaram ainda que a resina Solitaire 2, em autoclave (94,88 MPa) e 
fotopolimerizada (91 ,44 MP a), apresentou médias estatisticamente 
inferiores ao grupo controle em Artglass. 
Castro Filho et al.13 (2002) analisaram o módulo de 
elasticidade de duas diferentes resinas compostas. Os materiais foram 
divididos em dois grupos, com e sem tratamento térmico pelo calor seco. 
O armazenamento foi realizado em água destilada durante 14 dias à 
37"C. A análise estatística dos dados permitiu concluir que houve 
diferença entre as resinas compostas e que o tratamento térmico 
influenciou nos resultados, reduzindo o módulo de elasticidade dos 
materiais testados. 
2.2 Resinas de laboratório 
Erdrich20 (1996) descreveu as caracteristicas do polímero 
de vidro Artglass/Kulzer. A combinação do alto teor de carga inorgânica 
ao monõmero metacrilato multi-funcional presente na matriz orgânica, 
feita por meio de ligações cruzadas, promove a otimízação das 
propriedades físicas e mecânicas do material, tornando-o apto a reabilitar 
elementos dentais. Comentou ainda que o Artglass/Kulzer possuí 
resistência à flexão de 120 a 140 MPa, resistência ao cisalhamento com 
ligas metálicas de 22 a 25 MPa e dureza similar ao esmalte humano. 
Devido essas características, indicou sua utilização em coroas totais, 
próteses parciais fixas, próteses sobre implantes e restaurações parciais. 
Touati54 (1996) em sua revisão de literatura comentou 
sobre a evolução dos materiais estéticos indicados para restaurações 
indiretas. O autor destacou o surgimento da primeira geração de resinas 
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34 
indiretas que possuíam em média 50% de carga inorgânica em peso, 
resistência à flexão de 60 a 80 MPa e apresentavam as seguintes 
desvantagens: resistência inadequada para utilização em superfícies 
oclusais; fraturas das margens, cúspides e áreas de istmos; desgaste 
oclusal; fraturas das extensões maiores que 1 mm; instabilidade de cor. 
Em relação a segunda geração comentou que houve melhora síg nificativa 
nas propriedades dos materiais resinosos. Provavelmente, devido a 
presença de filamentos cerâmicos em sua composição. Observou o 
aumento do percentual de carga inorgânica entre 60% e 70%, e os 
valores de resistência à flexão variando de 120 a 160 MPa. Dentre suas 
vantagens o autor cita: a facilidade de manuseio; resistência ao desgaste; 
redução no risco de fratura durante a prova e cimentação; facilidade no 
acabamento após cimentação e necessidade somente de jateamento em 
sua superfície interna antes da cimentação. 
Bonner6 (1997), baseado em revisão de literatura 
descreveu o surgimento de novos materiais restauradores com 
subestrutura reforçada de vidro. O autor acredita que, os problemas 
inerentes aos materiais cerâmicos, como: abrasividade ao esmalte em 
função antagónica, causando conseqüente desgaste; apresentar pouca 
ou nenhuma flexibilidade, devido sua alta rigidez; e dificuldade de reparo 
na boca, contribuem para o desenvolvimento de uma categoria de novos 
materiais, denominados cerõmeros. Cita então como exemplos o 
Targis/lvoclar e o Sculpture/Jeneric Pentron, considerados como opções 
viáveis de tratamento, podendo ser indicados em restaurações sem metal, 
associados à infra-estrutura de fibra de vidro, como o Vectris/lvoclar e 
Fibrekor/Jeneric Pentron. Entre as vantagens desses materiais, ressalta a 
facilidade de reparo intra-oral, utilizando técnicas adesivas, excelente 
polimento e seu emprego nas próteses sobre implantes poderá transferir 
menor quantidade de estresse ao implante osseointegrado. 
Leinfelder32 (1997) baseado em informações clinicas e 
laboratoriais discutiu os avanços e propostas de materiais substitutos ao 
35 
amálgama, comenta que o desenvolvimento de resinas que lenham 
propriedades estéticas e resistência ao desgaste semelhante ao da 
porcelana tem sido o objetivo da comunidade cientifica por mais de duas 
décadas. E que o progresso obtido nos resultados dos trabalhos 
consultados, sugerem que esses materiais estão na díreção certa. 
Pensler et al. 42 (1997) ressaltaram que o Artglass/Kulzer é 
um material composto de polimero de vidro carregado com sílica orgânica 
e inorgânica, chamado polividro. Sua matriz tem 55% de microfilamentos 
de vidro que minimizam a descoloração, e 20% de silica, com 
caracterlsticas de desgaste aproximado ao esmalte. Destacam ainda que 
não deveria ser colocado em função antagônica à porcelana, devido à 
susceptibilidade de desgaste da cerâmica e até mesmo do dente natural. 
Simonetti53 (1997) descreveu o Targis/lvoclar como 
cerômero (ceromer - CERamic Optimizad polyMER), ou seja, pollmero 
otimizado com cerâmica. Comentou que sua composição apresenta carga 
inorgânica de vidro de bário silanizado, óxidos mistos silanizados e 
dióxido de sillcio altamente disperso. Sendo sua matriz orgânica 
constituída por dimetacrilato de uretano, decanodioldimetacrilato e 
BisGMA Afirmou ainda que o alto conteúdo inorgânico confere 
propriedades estéticas semelhantes às da cerâmica, enquanto a parte 
orgânica assegura facilidade de manipulação das resinas compostas. 
Ziesche64 (1997) classificou o Artglass/Kulzer como novo 
material e denominou de po/yg/ass. Afirmou ainda que tal material não 
poderia ser considerado cerâmica, nem resina composta. E sim, um 
polímero que com amplo espectro de aplicação na Odontologia 
Restauradora. 
Freiberg & Ferracane25 (1998) através de estudo 
comparativo entre ummaterial resinoso direto (Charisma/Heraeus Kulzer) 
e um indireto (Artglass/ Heraeus Kulzer), tendo em sua composição 
elementos inorgânicos e iniciador em comum, verificaram que o Artglass 
teve uma resistência à fratura mais alta, entretanto menor resistência à 
36 
flexão que Charisma quando métodos de polimerização semelhantes 
foram empregados. 
Fahl & Casellini21 {1998) afirmam que os cerômeros são 
uma combinação da tecnologia da cerâmica com a química dos polimeros 
proporcionando melhor função e estética satisfatória. Na composição de 
tais materiais encontram-se partículas cerâmicas finas dispostas 
tridimensionalmente, correspondente a aproximadamente 80% do peso, 
mergulhadas em matriz orgânica contendo grupos polifuncionais 
polimerizável por luz e calor. Tais configurações proporcionam o potencial 
para obter-se um material com maior resistência. 
Miara"' {1998) em sua revisão sobre as propriedades 
físicas e aplicações clínicas das resinas compostas de segunda geração, 
afirmou que o aumento de partículas inorgânicas tem efeito significativo 
na melhora das características mecânicas do material e que a diminuição 
do volume da matriz orgânica, reduz a contração de polimerização e o 
desgaste intra-oral da resina. 
Shellard & Duke51 (1999) em sua revisão de literatura 
dissertam sobre o surgimento das resinas composta indiretas como 
alternativa para substituir as tradicionais restaurações metálicas ou 
cerâmicas. Entretanto, suas propriedades mecânicas não apresentavam 
grandes vantagens às resinas de uso direto, motivo que levaram ao 
abandono desses matertais. Comentam ainda que as modificações das 
matrizes orgânicas, o surgimento de fibras, modificação na quantidade de 
partículas inorgânicas e técnicas de processamento Inovadoras tornaram 
sua aplicação clinica mais viável, podendo ser indicadas em 
procedimentos restauradores, desde a confecção de inlays até próteses 
parciais fixas de pequena extensão. 
Bottino et aL7 (2000) comentaram que para a realização 
de reparos, as resinas de laboratório necessitam de preparo e aplicaçao 
de um primer seguida da utilização de um compósito multi-uso. A 
recomendação para o preparo inclui: jateamento da superficie com óxido 
37 
de alumínio de 50 micrometros ou condicionamento com ácido fluorídrico 
gel de 8% a 9,5% de concentração. Para a realização desse 
procedimento indicam os seguintes compósitos: 
Artglass/Kulzer; Prodigy para Belleglass/Kerr; 
Charisma 
Sculpt-it! 
para 
Para 
Sculpture/Jeneric Pentron; Tetric Geram para Targisllvoclar e Vila Zela 
CC para Vila Zela LCNíta. 
Castro Filho et al.11 (2000) estudaram a resistência à 
flexão de materiais restauradores estéticos de uso indireto. As resinas 
selecionadas foram o Artglass/Kulzer e T argis/lvoclar, os espécimes 
foram submetidos ao teste de flexão de três pontos, após 14 dias de 
armazenamento em água destilada sob temperatura de 37°C. Os 
resultados obtidos demonstraram valores significativamente maiores para 
o Artglass (118,84 MPa) quando comparado ao Targis (86,09 MPa). 
Cesar et al. 14 (2001) avaliaram a influência da forma e do 
tempo de armazenamento nas propriedades de quatro resinas de 
laboratório (Artglass/Kulzer, Belleglass/Kerr, Sculpture/Jeneric Pentron e 
Targis/lvoclar) e um material resinoso direto como controle (Z100/3M). Os 
ensaios foram realizados após 24 horas e trinta dias armazenados em 
água destilada sob 37°C. Os resultados demonstraram que a resina direta 
demonstrou resistência à flexão similar às encontradas nas resinas 
Artglass, Targis, e Sculpture. Sendo que a Belleglass apresentou maior 
resistência à flexão (221,7 MPa). Quanto ao módulo de elasticidade os 
maiores valores foram demonstrados pela Z100, enquanto os menores 
foram apresentados pelo Targis. Concluíram que, em geral, as resinas 
indiretas não mostraram propriedades mecânicas tão elevadas quando 
comparadas à resina composta direta; o tempo prolongado de 
armazenamento em água causou um efeito deletério à dureza em todos 
os materiais avaliados. Entretanto, o armazenamento em água não afetou 
a resistência à flexão da maioria das resinas indiretas e de alguns 
compósitos testados. 
38 
Kawano et al 29 (2001) avaliaram o efeito da ciclagem 
térmica em água na resistência à flexão e dureza de diversos sistemas de 
resinas de laboratório. A resistência à flexão das resinas compostas 
processadas em laboratório Artglass, Targis e Estenia foi 
signlficantemente mais elevada do que às resinas convencionais 
Dentacolor e Cesead 11. Os resultados apresentaram a redução da 
resistência à flexão pela termociclagem, porém não houve redução da 
dureza para a maioria dos materiais testados. Concluíram que a 
termociclagem afetou as propriedades das resinas processadas em 
laboratório Estenia, Artglass e Targis. Entretanto, as mudanças destas 
propriedades foram menores que na resina Dentacolor. Comentaram 
também que os materiais processados em laboratório podem manter 
propriedades superiores durante a função, quando comparados a resina 
convencional Dentacolor. 
Mandikos et al.36 (2001) testaram quatro compósitos 
indiretos (Artglass, BelleGiass, Sculpture, e Targis) quanto à resistência 
ao desgaste e dureza, frente a dois materiais utilizados como controle 
devido sua aplicação clinica comprovada. O esmalte humano também foi 
testado para a comparação. Doze espécimes de cada material foram 
fabricados de acordo com recomendações dos fabricantes e submetidos 
ao ensaio de abrasão de três corpos, em máquina de escavação. A 
dureza Vickers foi medida para cada material e executou-se teste para 
determinar a composição da carga inorgânica das resinas. Os resultados 
obtidos permitiram verificar que o material controle foi superior aos demais 
quanto resistência ao desgaste e dureza, apresentando rugosidade de 
superfície mais baixa. Revelaram ainda que a composição da carga dos 
quatro materiais novos foi quase idêntica à composição das resinas do 
grupo controle. Comentaram também que a carga dos compostos 
testados não correspondia exatamente as descrições dos fabricantes. 
Miranda et ai. 39 (2001) compararam as propriedades 
mecânicas de um cerômero (ZetaNita) polimerizado de acordo com a 
39 
recomendação do fabricante e por um aparelho fotopolimerizador de uso 
clínico. No grupo A os corpos-de-prova foram polimerizados com aparelho 
Optilux 600/Gnatus, com intensidade luminosa de 400 mW/cm2 em 
incrementos de 2mm cada por 40 segundos. No grupo B, a polimerização 
foi realizada em forno Fotoceran por 15 minutos. Os autores concluíram 
que houve diferença entre os métodos testados, sendo que com 
Fotoceran a polimerização apresentou melhores resultados. 
3 PROPOSIÇÃO 
Avaliar a resistência à flexão de diferentes tipos de 
materiais resinosos processados em laboratório e resinas compostas 
indicadas para restaurações diretas, utilizando-se diferentes técnicas de 
polimerização. 
4 MATERIAL E MÉTODO 
Os materiais utilizados encontram-se presentes no 
Quadros 1 e 2. O Quadro 1 representa as resinas processadas em 
laboratório e indicadas para confecção de restaurações indiretas, 
enquanto o Quadro 2 apresenta as resinas compostas utilizadas, mais 
comumente, em restaurações diretas, entretanto são indicadas para 
confecção de inlays/on/ays e reparos de fraturas nas restaurações 
indiretas. 
Quadro 1 - Resinas de laboratório avaliadas 
---Produtos ___ Ti -Oi:íePolimeriz~ção Fabricantes 
Heraeus Kulzer, 
Artglass Luz, calor +- I Alemanha 
Vil:;:: LC +- _ _I:uz~::lor _
1 
__ 1v~~~~r~~:~:a _ 
Quadro 2- Resinas de uso direto avaliadas 
--
Produtos Ti.t?o de Polimeri_~'!Ç~o Fabricantes -
___ " _________ 
·-· 
Charisma Luz 
Heraeus Kulzer, 
Alemanha 
----
T etric-Ceram Luz lvoclar, Alemanha 
W3D Master Luz Wilcos, Brasil 
42 
À partir de uma matriz metálica bi-partida (Figura 1 e 2), 
foram confeccionados 228 corpos-de-prova, com dimensões de 25±2mmx 2±0, 1 mm x 2±0, 1 mm (Figura 5), de acordo com a especificação 4049 da 
ISO (lnternational Organization for Standardization27
, 1988), sendo 19 
corpos-de-prova para cada grupo. As resinas de laboratório foram 
polimerizadas conforme recomendação dos fabricantes, enquanto que as 
resinas de uso direto foram fotopolimerizadas pela técnica convencional, 
ou seja, por meio de um fotopolimerizador tipo pistola (Gnatus Optilite 11, 
Ribeirão Preto, SP, Brasil) com intensidade luminosa de 600mW/cm2
, os 
corpos-de-prova foram armazenados em água destilada à 37°C durante 
24 horas. 
Pino-Guia 
25mm 
-r­
_1 __ 
I 
1- 25mm-l 
I I 
I 
1.-- 25mm -• 
I I 
FIGURA 1 -Desenho esquemático da matriz metálica bi-partida. 
43 
FIGURA 2- Matriz metálica bi-partida, semi-aberta. 
Até que se conseguisse dimensões homogêneas e lisura 
adequada em todas as faces dos espécimes, utilizou-se a matriz metálica 
bi-partida como gabarito para a realização do acabamento dos corpos-de­
prova. A matriz possuía as seguintes características (Figura 1 e 3): 
a) dois segmentos de dimensões equivalentes a 25mm 
de largura x 25mm de espessura, cada segmento. E o 
comprimento total de 50mm, com os segmentos 
adaptados; 
b) o primeiro segmento (a) possuía em sua face interna 
dois pinos-guia, enquanto no segundo segmento (b) 
foi confeccionado dois orifícios com dimensões 
semelhantes às dos pinos-guia, com a finalidade de 
orientar e estabilizar a matriz durante o seu 
fechamento; 
c) no segundo segmento encontrava-se localizado um 
parafuso, responsável pela manutenção dos 
segmentos após o fechamento da matriz; 
44 
d) a parte superior da matriz fechada, formava uma fenda 
com as dimensões necessárias para a confecção dos 
corpos-de-prova (Figura 4). 
Parafuso de 
fixação 
FIGURA 3 - Matriz metálica aberta: segmento a e b; pinos-guia e parafuso de 
fixação. 
Posteriormente à confecção dos corpos-de-prova e 
armazenamento, foi realizado o procedimento de acabamento, utilizando­
se politriz com lixa d'água de granulação 600, sob irrigação constante. As 
dimensões dos corpos-de-prova foram aferidas por paquímetro digital 
(Mitutoyo. Japão), até que se conseguisse as dimensões desejadas 
(Figuras 5 e 6). 
Todos os corpos-de-prova foram inspecionados em lupa 
estereoscópica com aumento de 1 O vezes, para verificação de 
imperfeições nas superfícies que poderiam comprometer os resultados. 
a b 
Parafuso de 
fixação 
45 
FIGURA 4 - Matriz metálica fechada: segmento a e b; parafuso de fixação e 
fenda para inserção da resina. 
2! 0,1mm 
--, 
I 
I 
25 ! 2mm 
2! 0,1mm 
I 
I I 
I I 
I I 
FIGURA 5 - Desenho esquemático das dimensões dos corpos-de-prova, após 
acabamento. 
46 
FIGURA 6- Paqufmetro digital aferindo o comprimento do corpo-de-prova. 
Os grupos foram divididos em L 1, L2 e L3, para resinas 
de laboratório e 01 ao 09, para resinas de uso direto, descritos abaixo: 
Grupo L 1 - Artglass/Kulzer processado em unidade 
fotopolimerizadora que emite luz de xenônio de alta intensidade 
UniXS/Kulzer, que pulsa de forma intermitente, numa velocidade 
extremamente alta. Emissões de luz por pequeno período de tempo, 
seguida de longo período no escuro, com o objetivo de reduzir as tensões 
geradas durante a polimerização, conforme informações do fabricante. Ao 
final do processamento, os corpos-de-prova foram armazenados em água 
destilada sob temperatura de 37ºC durante 24 horas, antes da realização 
do acabamento. Após o procedimento de acabamento os corpos-de-prova 
foram novamente armazenados em água destilada sob temperatura de 
37ºC, até completar o período de 15 dias. Posteriormente, realizou-se o 
ensaio mecânico de flexão de três pontos. 
47 
Grupo L2 - Targis/lvoclar processado pela luz e calor. É 
polimerizado por luz em unidade fotopolimerizadora convencional 
denominada Targis Quick/lvoclar, durante 40 segundos. Seguido de 
aplicação de luz de alta potência e calor em câmara polimerizadora 
(Targis Powerllvoclar), durante 20 minutos, sendo que a aplicação de 
calor se dá somente no perfodo de 1 O minutos e sua temperatura máxima 
alcançada de 90-95°C. O final do processamento é representado por 5 
minutos de resfriamento no interior da unidade polimerizadora. 
Posteriormente, segue-se a mesma sequência do grupo anterior. 
Grupo L3 - Vita Zeta LCNita processado em unidade 
fotopolimerizadora EDG, conforme recomendação do fabricante. 
Fazendo-se a polimerização durante 15 minutos. Posteriormente, seguia­
se a mesma sequência dos grupos anteriores. 
Grupo 01 - Charisma/Kulzer, sem tratamento térmico 
(controle). O material foi inserido na matriz em incrementos até o 
preenchimento total da matriz (Figura 7), porém sua fotopolimerização 
ocorreu inicialmente com a ponta da fonte de luz localizada no centro do 
corpo-de-prova, sendo em seguida realizada a fotopolimerização nas 
extremidades (Figura 8), durante 40 segundos para cada segmento do 
espécime. Em sequência, os corpos-de-prova foram armazenados 
durante 24 horas em água destilada sob temperatura de 37°C, antes da 
realização do acabamento. Após o procedimento de acabamento os 
corpos-de-prova foram novamente armazenados em água destilada a 
37°C, até completar o período de 15 dias. Posteriormente, realizou-se o 
ensaio mecânico de flexão de três pontos. 
48 
FIGURA 7- Resina composta inserida na fenda da matriz metálica. 
- ~ - ~ _ ....... -~ --~ 
·_. - - i 
FIGURA 8- Fotopol imerização da resina: a) centro, b) e c) extremidades. 
49 
Grupo 02- Tetric Ceram/lvoclar, sem tratamento térmico 
(controle). Seguindo a mesma sequência de procedimentos do grupo 
anterior. 
Grupo 03 - W3D Master/Wilcos, sem tratamento térmico 
(controle). Seguindo a mesma sequência de procedimentos do grupo 
anterior. 
Grupo 04 - Charisma/Kulzer (cslor seco), o material foi 
inserido na matriz em incrementos até o preenchimento total da matriz, 
porém sua fotopolimerização ocorreu inicialmente com a ponta da fonte 
de luz locslizada no centro do corpo-de-prova, sendo em seguida 
realizada a fotopolimerização nas extremidades, durante 40 segundos 
para cada segmento do espécime. Os corpos-de-prova foram expostos ao 
cslor seco de uma estufa de esterilização durante 12 minutos sob 
temperatura de 120"C para, posteriormente, serem armazenados em 
água destilada à temperatura de 37°C durante 24h. Em seguida, realizou­
se o procedimento de acsbamento dos corpos-de-prova e novamente 
foram armazenados em água destilada sob temperatura de 37°C, até 
completar o período de 15 dias. Quando foram submetidos ao ensaio 
mecânico de flexão de três pontos. 
Grupo 05- Tetric Ceram/lvoclar (calor seco), seguindo a 
mesma sequência de procedimentos do grupo anterior. 
Grupo 06- W30 Master/Wilcos (cslor seco), seguindo a 
mesma sequência de procedimentos do grupo anterior até a realização do 
ensaio mecânico. 
Grupo 07- Charisma/Kulzer (cslor úmido), os corpos-de­
prova foram confeccionados semelhantemente ao grupo anterior, sendo 
expostos ao cslor úmido de uma autoclave durante tempo e temperatura 
equivalentes a um dos ciclos de esterilização, ou seja, 120°C durante 12 
minutos sob pressão de 1,8 kgf/cm2
, logo após foi realizado o 
armazenamento em água destilada sob temperatura de 37°C durante 24 
50 
horas. Posteriormente, foi realizado a mesma sequência de 
procedimentos até a realização do ensaio mecânico. 
Grupo 08 - Tetric Ceram/lvoclar (calor úmido), seguindo 
a mesma sequência de procedimentos do grupo anterior. 
Grupo 09 - W3D Master/Wilcos (calor úmido), seguindo 
a mesma sequência de procedimentos do grupo anterior. 
Os corpos-de-prova que receberam tratamento pelo calor 
seco, foram inseridos na estufa de esterilização sobre uma placa de vidro 
que encontrava~se no interior da estufa, para que os espécimes não 
entrassem em contato com as paredes da estufa e ficassem localizados 
próximos ao centro. No tratamento térmico pelo calor úmido,os corpos­
de-prova foram inseridos, juntamente, com a placa de vidro no interior da 
autoclave. 
O armazenamento foi realizado em vidro âmbar contendo 
água destilada, após 1 O minutos da retirada dos corpos-de-prova dos 
equipamentos responsáveis pela aplicação de calor. 
O ensaio mecânico de resistência à flexão adotado foi o 
de flexão de três pontos (ISO 4049) (Figura 9), realizado por uma 
máquina de ensaio universal (MTS 810, Alemanha), onde os pontos 
suportes consistiram de dois cilindros com 2mm de diâmetro, montados 
paralelamente a distância de 20mm entre os seus centros. O terceiro 
ponto, confeccionado com as mesmas dimensões dos anteriores, 
responsável pela aplicação da carga, encontrou-se centralizado e paralelo 
em relação aos demais. O ensaio foi realizado utilizando-se velocidade de 
0,75mm/min. 
5 1 
A resistência à flexão S foi calculada à partir da seguinte 
fórmula (Figura 9): 
S= 3WI 
2bd 
Onde: W =carga máxima 
I = distância dos pontos suportes 
b = largura dos corpos-de-prova 
d = espessura dos corpos-de-prova 
20mm 
A 
8 
FIGURA 9 - a) Fórmula aplicada para calcular a resistência à flexão S; b) 
Desenho esquemático do ensaio mecânico de resistência à flexão 
de três pontos. 
Os valores obtidos foram expressos em MPa e analisados pelo 
método de análise de variância (ANOVA) com nível de significância de 
5%, para maior esclarecimento foi realizado o teste de Tukey com o 
mesmo nível de significância. 
5 RESULTADOS 
Para estudo estatístico dos dados optou-se pela Análise 
de Variância (ANOVA), que é uma ferramenta estatística bastante versátil 
utilizada no estudo da relação entre uma variável dependente e uma ou 
mais variáveis independentes. Neste estudo, a variável dependente é a 
resistência à flexão e as variáveis independentes são material e 
tratamento térmico. Neste caso, através da ANOVA, procura-se testar se 
as diferenças entre as médias das resistências à flexão para as diferentes 
configurações analisadas são significativas, ou seja, se as diversas fontes 
de variação provenientes de cada variável independente (ou por 
interações entre elas) provocam diferenças significativas na média da 
variável dependente. No entanto, a ANOVA possui algumas restrições 
que, muitas vezes, compromete a análise dos resultados. De maneira 
geral, este teste pressupõe que os dados possuem distribuição normal e 
que, para todas as configurações, a variância seja constante. Entretanto, 
Neter & Wasserman41 (1974) afirmaram que este teste é bastante robusto 
e que estas exigências podem ser negligenciadas sem o 
comprometimento dos resultados, desde que se tenha o mesmo número 
de observações para todas as configurações. 
Pelos resultados da ANOVA (Tabela 1), pode-se concluir que 
houve diferença significante a 5% entre pelo menos duas médias da 
resistência à flexão obtida para os materiais de uso direto e tratamentos 
térmicos estudados. Além disso, pode-se observar no grupo das resinas 
diretas que a interação não foi significativa neste estudo, permitindo que 
os fatores tratamento e material pudessem ser analisados 
separadamente. 
Tabela 1 -Análise de variância fator duplo, dos materiais resinosos de 
uso direto e tratamentos térmicos avaliados 
Fonte de 
Variação 
SQ GL QM F P(F>Ftab) 
Tratamento 10288,74 2 5144,37 22,68. 0,00 
Material 8519,14 2 4259,57 18,78. 0,00 
lnteração. 1060,70 4 265,18 1,17 0,33 
Resíduo 36740,75 162 226,79 
·--~--··-· ·--~----· 
Total 56609,34 170 
" valores significantes à 5%, 
53 
Como houve diferença significante tanto para o fator 
tratamento quanto para o material, deve-se proceder à comparação das 
médias entre os valores existentes. Optou-se pelo teste de Tukey para 
avaliação dos dados obtidos, adotando-se o nlvel de significância de 5%. 
Os resultados dessa análise podem ser verificados nas Tabelas 2 e 3 
(Figuras 10 e 11). 
Tabela 2- Análise estatística pelo teste de Tukey para os tratamentos 
Tratâmentos 
Controle 
Calor úmido 
Calor seco 
Médias (MPa) 
95,32 a 
102,42 b 
114,14 c 
* letras diferentes indicam diferença significante à 5%. 
Desvio-padrão 
13,89 
19,18 
16,32 
Tabela 3- Análise estatística pelo teste de Tukey para os materiais 
Materiais Médias lMPa) besvio-padrio 
Charisma 
Tetric 
W3D 
94,10 a 
107,56 b 
110,22 b 
* letras diferentes indicam diferença significante à 5%. 
20,79 
14,10 
15,10 
54 
140,0 
120,0 
100,0 
80,0 
60,0 
40,0 
20,0 
Controle Calor seco Calor úmido 
FIGURA 1 O - Médias em MPa dos tratamentos térmicos avaliados. As linhas 
verticais representam um desvlo~padrão acima e abaixo da 
média. 
140,0 
120,0 
100,0 
80,0 
60,0 
40,0 
20,0 
Charisma Tetric W30 
FIGURA 11 - Médias em MPa dos materiais resinosos de uso direto avaliados. 
As linhas verticais representam um desvio-padrão acima e abaixo 
da média. 
55 
Quanto ao tratamento térmico, o calor seco da estufa de 
esterilização elevou os valores de resistência á flexão de maneira 
significante (114, 14MPa), seguido pelo calor úmido da autoclave 
(102,42MPa); quando comparou-se os grupos dos materiais entre si, os 
resultados obtidos foram mais favoráveis para as resinas W30 
Master/Wilcos (110,22 MPa) e Tetric Ceram/lvoclar (107,56MPa). 
Com o intuito de verificar os melhores resultados de cada 
grupo de resina de uso direto comparativamente às de laboratório fez-se a 
ANOVA de um fator comparando-os com os grupos sem tratamento e 
com tratamento em autoclave e estufa, permitindo verificar que havia 
diferença entre os grupos (Tabela 4, 5 e 6). 
Tabela 4- Anova de um fator comparando os grupos l1, l2 e L3 com os 
materiais (Charisma, Tetric e W3D) sem tratamento térmico 
(controle) 
SQ GL QM F valor P Fonte de Variação 
Entre grupos 
Resíduo 
1 o-97_7_, 72 ___ 5 --"""2"0C19'"'5~,5"'5c--,1""'"1 .-=o=5· ---o.-=oooc--
21463,23 108 198,73 
32440,96 -11"'3- --······ --······--··--
• valores significantes à 5°/o. 
Tabela 5- Anova de um fator comparando os grupos L 1, L2 e L3 com os 
materiais (Charisma, Tetric e W3D) com tratamento térmico, 
pelo calor seco. 
Fonte de Variação SQ GL QM F valor P 
·-----:=··---·-----
Entre grupos 23909,5 5 4781,90 21 ,40" 0,00 
Resíduo 24136,96 108 223,49 
----··-·-·-·· ········-·--···--····--······--
Total 48046,46 113 
"valores significantes à 5%. 
56 
Tabela 6- Anova de um fator comparando os grupos L 1, L2 e L3 com os 
materiais (Charisma, Tetric e W3D) com tratamento térmico, 
pelo calor úmido. 
Fonte de Variação SQ GL QM F valorP 
Entre grupos 15728,39 5 3145,68 11 ,93* 0,00 
Reslduo 28482,2 108 163,72 
Total 44210,59 113 
* valores significantes à 5%. 
Para maior detalhamento e identificação realizou-se o 
teste de Tukey, com 5% de significância. Obtendo-se os seguintes 
resultados: para os materiais sem tratamento térmico, a resina de uso 
laboratorial Targis/lvoclar apresentou melhores resultados (110,95MPa) 
seguido dos demais materiais (Tabela 7 e Figura 12); para os grupos que 
receberam aplicação de calor seco, apresentaram maiores valores de 
resistência à flexão as resinas de uso direto W3D Master!Wilcos 
(121,33MPa) e Tetric Ceramllvoclar (117,33MPa), não havendo diferença 
estatisticamente significante com o material processado em laboratório 
Targis/lvoclar (110,95MPa) (Tabela 8 e Figura 13); quanto aos grupos 
tratados com calor úmido, houve diferença estatística significante dos 
valores de resistência do Targisllvoclar (110,95MPa), Tetric Ceram 
(110,35MPa) e W3D Master!Wilcos (107,01 MPa), quando comparados 
com Artglass/Kulzer (90,57MPa), Charisma/Kulzer (89,90MPa) e Vita 
ZetaNita (80,51MPa) (Tabela 9 e Figura 14). 
57 
Tabela 7- Teste de Tukey para os materiais de uso direto sem tratamento 
térmico comparando, com os grupos de resinas compostas 
processadas em laboratório 
Charisma (01) 
Artglass (L 1) 
Tetric Geram (02) 
W30 (03) 
Targis (L2) 
* letras diferentes indicam diferença significante à 5%. 
80,51

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