Buscar

Articulador Virtual na Odontologia

Prévia do material em texto

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
ARTIGO INÉDITO
1 Dental Press Implantol. 2015 Oct-Dec;9(4):36-56 | ©2016 Dental Press Implantology
O uso do articulador virtual na 
Odontologia Restauradora
Lauren Oliveira Lima BOHNER1, Eduardo MUKAI2, Matsuyoshi MORI3, Pedro TORTAMANO NETO4, Newton SESMA5
Resumo/Introdução: O uso de articuladores virtuais permite a avaliação tridimensional da oclusão estática e dinâmica no planejamento 
protético, superando as limitações apresentadas pelos articuladores mecânicos . Assim, o presente estudo teve como objetivo realizar uma 
revisão sistemática sobre o uso do articulador virtual na odontologia restauradora. Métodos: A busca foi realizada nas bases de dados Pubmed, 
Cochran e Scopus, a partir das palavras - chave “oclusão dental” , “registros maxilomandibulares”, “articulador virtual”, “articulador virtual ajus-
tável”, “articulador virtual simulado matematicamente”.. Resultados: Foram encontrados 56 artigos, sendo que 14 foram considerados elegíveis 
para o assunto abordado. Conclusão: Segundo os estudos levantados, o uso do articulador virtual permite a confecção de próteses dentárias 
com extrema precisão nos registros oclusais. Entretanto, necessita - se de estudos para validar o seu uso clinicamente. Palavras-chave: Arti-
culadores Dentários. Prótese Dentária. Oclusão Dentária.
1 Especialista, Me. - Mestre - Doutoranda em Prótese Dentária Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo 
- USP.
2 Clínica Privada
3 Professor Doutor Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo - USP
4 Professor Doutor Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo - USP
5 Professor Doutor Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo - USP.
Como citar este artigo: Bohner LOL, Mukai E, Mori M, Tortamano Neto P, Newton Sesma5. The role of virtual 
articulator in Restorative Dentistry. Dental Press Implantol. 2016 Oct-Dec;9(4):36-56.
Enviado em: xx/xx/201x - Revisado e aceito: xx/xx/201x
Endereço de correspondência: dvdvcduza - Av. Rte - E-mail: ordenermiranda@gmail.com
Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem confli-
to de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo 
autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais, e/ou radiografias.
DOI: http://dx.doi.org/10.14436/2358-2553.10.x.XXX-XXX.
oar
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
108
109
110
111
112
113
114
115
116
117
118
119
120
121
122
123
124
125
126
127
128
129
130
131
132
133
134
135
136
137
138
139
140
141
142
143
144
145
146
147
148
149
150
151
152
O uso do articulador virtual na Odontologia Restauradora
Dental Press Implantol. 2016 Oct-Dec;9(4):36-56 | ©2016 Dental Press Implantology 2
INTRODUÇÃO
A correta relação intermaxilar é essencial 
para determinar a adaptação precisa das 
restaurações indiretas ao sistema mastiga-
tório do paciente. Articuladores semi-ajus-
táveis permitem a montagem dos modelos 
maxilar e mandibular posicionando-os de 
acordo com a inclinação do eixo condilar 
e articulação temporomandibular, resul-
tando em contatos oclusais precisos1.
Entretanto, os movimentos reprodu-
zidos pelo mesmo estão restritos ao seu 
aspecto mecânico, visto que não con-
sidera o papel dos músculos mastiga-
tórios e tecidos moles na reprodução dos 
movimentos mandibulares2. Além disso, 
a precisão da técnica pode ser preju-
dicada por outros fatores, como a estabi-
lidade do articulador, correta orientação 
do modelo sobre o mesmo e deformação 
do material utilizado para o registro de 
mordida3.
Recentemente, o uso de articuladores di-
gitais tem sido preconizado para evitar 
os erros e limitações apresentadas pelo 
método mecânico4, proporcionando uma 
visualização tridimensional das relações 
estáticas e dinâmicas entre as arcadas 
dentárias. O sistema permite a simu-
lação dos movimentos mandibulares 
por meio da digitalização das superfícies 
oclusais e correções para simular mo-
vimentos livres de interferência3, calcu-
lando os pontos de oclusão resultantes 
do mesmo2.
Embora diversas pesquisas tenham sido 
desenvolvidas buscando aprimorar o uso 
do articulador virtual na prática diária5,6,7, a 
literatura sobre o assunto ainda não apre-
senta uma resposta sólida sobre o papel 
desses articuladores na odontologia res-
tauradora. Assim, o objetivo do presente 
estudo foi realizar uma revisão sistemática 
sobre os avanços do uso do articulador 
virtual na prática odontológica.
METODOLOGIA
Para o presente estudo, o levantamento li-
terário foi realizado nas bases eletrônicas 
Pubmed, Cochrane e Scopus, no período 
de agosto de 2014 a junho de 2015. Além 
disso, uma pesquisa manual em base de 
dados foi realizada para complementar 
os resultados. A definição do PICOS 
(P=população; I=intervenção; C=compa-
ração; O=Desfecho/”Outcome”; S=tipo 
de estudo) no presente estudo foi: P= 
Próteses fixas; I= Articuladores virtuais; 
C=sem grupo comparador; O= Precisão 
dos registros maxilomandibulares e S= 
Estudos clínicos, laboratoriais, revisão de 
literatura
A busca foi realizada por três revisores in-
dependentes, com as palavras – chave: 
“oclusão dental” ou “registros maxiloman-
dibulares” e “articulador virtual” ou “arti-
culador virtual ajustável” ou “articulador 
virtual simulado matematicamente”.
Os critérios de inclusão abrangeram artigos 
relacionados a articuladores virtuais, assim 
153
154
155
156
157
158
159
160
161
162
163
164
165
166
167
168
169
170
171
172
173
174
175
176
177
178
179
180
181
182
183
184
185
186
187
188
189
190
191
192
193
194
195
196
197
198
199
200
201
202
203
204
205
206
207
208
209
210
211
212
213
214
215
216
217
218
219
220
221
222
223
224
225
226
227
228
Bohner LOL, Mukai E, Mori M, Tortamano Neto P
3 Dental Press Implantol. 2015 Oct-Dec;9(4):36-56 | ©2016 Dental Press Implantology
Figura 1. Diagrama de fluxo representan-
do a estratégia de busca.
como registros maxilomandibulares ob-
tidos virtualmente. Os critérios de exclusão 
foram métodos mecânicos de registros ma-
xilomandibular, artigos publicados até o ano 
2000, artigos em língua estrangeira que 
não o inglês ou que não contivessem infor-
mações suficientes para o estudo.
A seleção dos artigos foi realizada a partir 
da leitura do resumo dos trabalhos encon-
trados com a estratégia de busca. Estes 
foram selecionados a partir dos critérios 
de inclusão e então, selecionados para 
a leitura do trabalho na íntegra. Após, os 
mesmos foram avaliados a partir dos cri-
térios de exclusão, e aqueles conside-
rados de relevância para o objetivo do 
estudo foram incluídos na revisão.
RESULTADOS
Dentre os 56 artigos encontrados com a 
estratégia de busca, foram selecionados 
24 para a leitura do artigo na íntegra. 
Destes, 13 artigos relacionados ao arti-
culador virtual foram selecionados para a 
revisão sistemática (Fig. 1). Dentre estes, 
foram abordados 5 estudos sobre desen-
volvimento de técnicas, 2 estudos labora-
toriais e 6 revisões de literatura (Tab. 1 e 2).
Estratégia de busca
PUBMED
SCOPUS
COCHRANE
BUSCA MANUAL
TOTAL N= 56
Artigos selecionados 
para leitura de título e 
resumo:
n= 56
Artigos excluídos com base nos 
critérios de inclusão:
- Métodos mecânicos de registros 
maxilomandibulares 
32
Artigos selecionados para 
leitura na íntegra
n= 24
Artigos incluídos para 
análise
n= 14
Artigos excluídos com base nos 
critérios de exclusão:
- Estudos até o ano 2000
- Artigos em língua estrangeira 
com exceção do inglês
- Dados insuficientes 
- Casos clínicos
229
230
231
232
233
234
235
236
237
238
239
240
241
242
243
244
245
246
247
248
249
250
251
252
253
254
255
256
257
258
259
260
261
262
263
264
265
266
267
268
269
270
271
272273
274
275
276
277
278
279
280
281
282
283
284
285
286
287
288
289
290
291
292
293
294
295
296
297
298
299
300
301
302
303
304
O uso do articulador virtual na Odontologia Restauradora
Dental Press Implantol. 2016 Oct-Dec;9(4):36-56 | ©2016 Dental Press Implantology 4
Tabela 1. Estudos in vitro e de desenvolvimento de técnica considerados elegíveis para a revisão sistemática.
AUTOR, 
ANO
DESENHO DO 
ESTUDO
OBJETIVOS MÉTODOS RESULTADOS CONCLUSÕES
Solaberrieta 
et al., 2015
In vivo Comparar os 
contatos oclusais 
do articular virtual e 
convencional.
Seis modelos foram montados 
em articulador convencional e 
escaneados. Os contatos oclusais 
obtidos pelo método convencional 
e pelo articulador virtual foram 
sobrepostos, e a variação entre os 
pontos foram determinadas.
A variação média foi 
de 0,069mm.
O articulador 
virtual é preciso na 
determinação dos 
contatos oclusais.
Solaberrieta 
et al., 2013
Desenvolvimento 
de técnica
Apresenta a 
transferência da 
localização dos 
modelos para o 
articulador virtual.
Pontos de referência intra e extra 
orais foram determinados no 
paciente, para que os modelos 
digitais pudessem ser alinhados 
de forma a representar seu 
posicionamento no articulador virtual.
O procedimento 
elimina a necessidade 
de utilizar o articulador 
mecânico e arco facial 
para determinar o 
posicionamento dos 
modelos digitais. 
A técnica diminui o 
tempo de trabalho e 
aumenta a precisão 
do procedimento 
de montagem 
dos modelos em 
articulador virtual.
Solaberrieta 
et al., 2013b
Desenvolvimento 
de técnica
Apresenta o 
desenvolvimento do 
articulador virtual 
para determinação 
de movimentos 
mandibulares.
A técnica para obtenção do padrão 
oclusal no articulador virtual sem a 
necessidade do articulador mecânico 
é comparada com os métodos 
convencionais de montagem em 
articulador.
O método elimina a 
necessidade de arco 
facial e montagem em 
articulador mecânico 
para a confecção de 
próteses pelo sistema 
CAD - CAM.
A técnica 
apresentada 
aprimora o uso do 
articulador virtual, 
por diminuir o 
tempo de trabalho.
Ruge et al., 
2011
In vitro Apresenta o uso 
do analisador 
de movimentos 
mandibulares e 
articuladore virtual 
para determinação 
da oclusão 
dinâmica.
O dispositivo é instalado na arcada 
dentária para a simulação virtual 
dos movimentos mastigatórios , e 
associado ao sistema CAD - CAM para 
a representação virtual da mastigação. 
Para análise da intercuspidação, 
o sistema gera imagens onde os 
contatos oclusais são realçados.
O dispositivo 
associado ao 
articulador virtual 
permite a visualização 
de movimentos 
mastigatórios em 
tempo real 
O sistema pode 
ser aplicado na 
confecção de 
próteses dentárias, 
registrando os 
movimentos 
oclusais de maneira 
individualizada.
Solaberrieta 
et al., 2010
Desenvolvimento 
de técnica
Apresenta o 
desenvolvimento 
de um articulador 
virtual
O articulador mecânico foi 
escaneado, obtendo o modelo virtual. 
O modelo superior é posicionado 
sobre o arco facial com as medidas 
tomadas do paciente, e escaneado. A 
prótese é desenhada e os pontos de 
interferência são detectados.
O articulador gerado 
não necessita de 
dados do articulador 
mecânico, padroniza 
a trajetória 
condilar, reproduz 
os movimentos 
cinemática.
O articulador virtual 
facilita a reprodução 
dos movimentos 
cinemáticos, 
em relação aos 
articuladores já 
existentes.
Rohrle et al., 
2009
Desenvolvimento 
de técnica
Descreve um 
dispositivo 
para registrar 
as trajetórias 
mandibulares.
O dispositivo foi analisado durante a 
mastigação e analisados virtualmente.
O dispositivo 
permite a simulação 
de movimentos 
mandibulares em 
modelos virtuais.
O método permite 
a aplicação da 
oclusão dinâmica 
em software de 
CAD - CAM.
Olthoff et al., 
2007
In vitro Determinar a 
influência de 
determinantes 
mandibulares 
na variação da 
morfologia oclusal 
de um molar 
desenhado pelo 
sistema CAD - CAM
Um molar com contato oclusal 
estático adequado foi utilizado para 
o estudo. O guia condilar, guia incisal 
e os pontos de contato funcionais 
foram alterados em diferentes valores, 
ocasionando mudanças na morfologia 
oclusal da coroa desenhada pelo 
sistema CAD - CAM. A morfologia 
destes foi comparada ao molar 
utilizado como padrão. 
As cúspides mesio e 
distobucais sofreram 
maiores variações, 
o movimento de 
lateralidade esquerdo 
determinou maiores 
variações na 
morfologia da coroa.
Os determinantes 
da oclusão 
dinâmica 
influenciam 
no design da 
morfologia oclusal 
de uma prótese 
criada pelo sistema 
CAD - CAM.
Maruyama et 
al., 2006
Desenvolvimento 
de técnica
Propõe um sistema 
para determinar 
os pontos oclusais 
e simulação de 
movimentos por 
articulador virtual.
Criou - se um sistema em que o ponto 
de contato entre dentes antagonistas 
é determinado, assim como a 
distância entre os mesmos durante os 
movimentos excursivos. O experimento 
foi aplicado em primeiros molares.
O sistema foi capaz de 
determinar os pontos 
de contato durante 
a intercuspidação 
e movimentos 
excursivos.
O sistema se 
mostrou eficaz 
para o design 
de próteses pelo 
sistema CAD - 
CAM.
305
306
307
308
309
310
311
312
313
314
315
316
317
318
319
320
321
322
323
324
325
326
327
328
329
330
331
332
333
334
335
336
337
338
339
340
341
342
343
344
345
346
347
348
349
350
351
352
353
354
355
356
357
358
359
360
361
362
363
364
365
366
367
368
369
370
371
372
373
374
375
376
377
378
379
380
Bohner LOL, Mukai E, Mori M, Tortamano Neto P
5 Dental Press Implantol. 2015 Oct-Dec;9(4):36-56 | ©2016 Dental Press Implantology
Tabela 2. Revisões da literatura consideradas elegíveis para a revisão sistemática.
AUTOR, ANO DESENHO DO 
ESTUDO
OBJETIVOS CONCLUSÕES
Koralakunte & 
Aljanakh, 2014
Revisão Apresenta conceitos e 
estratégias para a substituição 
do articulador mecânico pelo 
virtual.
O articulador virtual, quando utilizado com o 
CAD - CAM, apresenta precisão na oclusão, 
e pode evitar erros inerentes ao articulador 
mecânico.
Bhambhani et al., 
2013
Revisão Apresenta o uso de 
tecnologias digitais na 
prótese dentária.
As tecnologias digitais simplificam o 
tratamento odontológico, e o articulador 
virtual facilita o design da superfície oclusal 
da prótese.
Maestre - Ferrin et 
al., 2012
Revisão Analisa o funcionamento e 
aplicações do articulador 
virtual.
O articulador virtual apresenta precisão na 
análise da oclusão.
Bisler et al., 2011 Revisão Apresenta o uso do 
articulador virtual como 
complemento ao sistema 
CAD - CAM.
O articulador virtual completa o processo de 
manufatura de próteses pelo sistema CAD - 
CAM.
Kordass et al., 
2002
Revisão Apresenta conceitos e 
técnicas do articulador virtual
O articulador virtual é útil em procedimentos 
diagnósticos e reabilitadores, assim como na 
confecção de peças protéticas.
Kordass et al., 2001 Revisão Apresenta o modo de 
funcionamento do articulador 
virtual.
O articulador virtual pode ser utilizado no 
diagnóstico e tratamento de reabilitações 
funcionais.
DISCUSSÃO
O articulador virtual é considerado um 
modo de simular situações reais, visto 
que, diferente dos métodos mecânicos, 
possibilita a determinação dos movi-
mentos mastigatórios considerando o 
padrão muscular, tecidos moles e articu-
lação temporomandibular8. Assim, o dis-
positivo permite a análise da oclusão 
estática e dinâmica de modo tridimen-
sional, destacando - se dentre os métodos 
de análise oclusal devido à sua facilidade 
de uso2 (Fig. 2).
Atualmente, há dois modelos de articula-
dores virtuais disponíveis no mercado. O 
articulador virtual completamente ajus-
tável (Kavo, Hamburg, Alemanha) permite 
digitalizar a oclusão dinâmica do paciente, 
apresentando como vantagem a individua-
lização dos movimentos de acordo com 
cada situação clínica (Fig. 3). Já o articu-
lador virtual matemático (Amann Girrbach, 
Koblach, Áustria) simula os movimentos 
mandibulares no software de forma pa-dronizada, sendo considerado mais ver-
sátil por oferecer movimentos específicos, 
como o movimento de Bennet, não dispo-
níveis em articuladores mecânicos3 (Fig. 4). 
Além disso, alguns sistemas CAD - CAM 
realizam o escaneamento do próprio arti-
culador mecânico, entretanto, estes ainda 
requerem a montagem dos modelos para o 
registro do posicionamento e relação entre 
as arcadas dentárias6.
381
382
383
384
385
386
387
388
389
390
391
392
393
394
395
396
397
398
399
400
401
402
403
404
405
406
407
408
409
410
411
412
413
414
415
416
417
418
419
420
421
422
423
424
425
426
427
428
429
430
431
432
433
434
435
436
437
438
439
440
441
442
443
444
445
446
447
448
449
450
451
452
453
454
455
456
O uso do articulador virtual na Odontologia Restauradora
Dental Press Implantol. 2016 Oct-Dec;9(4):36-56 | ©2016 Dental Press Implantology 6
Figura 2. Articulador virtual (Sistema CEREC, Sirona, Alemanha).
Figura 3. Articulador virtual ajustável (DentCam, Kavo, Hamburg, Alemanha).
457
458
459
460
461
462
463
464
465
466
467
468
469
470
471
472
473
474
475
476
477
478
479
480
481
482
483
484
485
486
487
488
489
490
491
492
493
494
495
496
497
498
499
500
501
502
503
504
505
506
507
508
509
510
511
512
513
514
515
516
517
518
519
520
521
522
523
524
525
526
527
528
529
530
531
Bohner LOL, Mukai E, Mori M, Tortamano Neto P
7 Dental Press Implantol. 2015 Oct-Dec;9(4):36-56 | ©2016 Dental Press Implantology
Figura 4. Articulador virtual simulado matematicamente (Amann Girrbach, Koblach, Áustria).
Para a utilização do dispositivo, as arcadas 
dentárias e o registro de mordida são digi-
talizados por meio de um scanner óptico, 
criando modelos digitais. O método de 
obtenção dos movimentos mandibulares 
varia de acordo com o articulador utilizado. 
Para o articulador totalmente ajustável, os 
movimentos produzidos pelo próprio pa-
ciente são digitalizados por meio de um 
arco facial digital denominado Anali-
sador de movimento mandibular (Zebris, 
Isny, Alemanha), demonstrado na Figura 
5.6 Já no articulador matemático, os mo-
vimentos mandibulares são simulados 
pelos modelos digitais a partir de parâ-
metros pré-estabelecidos e baseados em 
cálculos algorítmicos. Assim, com ambos 
sistemas é possível verificar os pontos de 
interferências indicando os locais de res-
trição de movimentos4.
Proschel et al (2000) avaliaram a fre-
quência de erros utilizando diferentes 
níveis de registros oclusais a partir de 
um articulador virtual. Os ângulos con-
dilar e de Bennet, a relação entre as ar-
cadas dentárias e a distância intercondilar 
foram determinados em 57 pacientes a 
partir do arco facial, e os movimentos de 
lateralidade foram determinados virtual-
494
495
496
497
498
499
500
501
502
503
504
505
506
507
508
509
510
511
512
513
514
515
516
517
518
519
520
521
522
523
524
525
526
527
528
529
530
531
532
533
534
535
536
537
538
539
540
541
542
543
544
545
546
547
548
549
550
551
552
553
554
555
556
557
558
559
560
561
562
563
564
565
566
567
568
569
570
571
572
573
574
575
576
577
578
579
580
581
582
583
584
585
586
587
588
589
590
591
592
593
594
595
596
597
598
599
600
601
602
603
604
605
606
O uso do articulador virtual na Odontologia Restauradora
Dental Press Implantol. 2016 Oct-Dec;9(4):36-56 | ©2016 Dental Press Implantology 8
Figura 5. Arco facial digital ( Zebris, Isny, Alemanha).
mente. Os erros oclusais foram determi-
nados a partir dos movimentos obtidos 
de forma padronizada pelo articulador 
virtual, ou considerando as variações de 
cada parâmetro de maneira individual. Os 
autores concluíram que os valores padro-
nizados do sistema possuem uma baixa 
frequência de erros oclusais, e estes são 
aceitáveis na prática clínica9.
Olthoff et al. (2007) verificaram a fidelidade 
da oclusão de uma coroa protética pla-
nejada pelo articulador virtual, de acordo 
com diferentes inclinações da guia condilar, 
guia incisal e área de contato intercuspidal 
durante os movimentos mandibulares. Os 
autores concluíram que, em casos de mo-
vimentos mandibulares extremos, a super-
fície oclusal da coroa deve ser adaptada 
para evitar distúrbios oclusais10.
Maestre – Ferrin et al. (2012) realizaram 
um levantamento literário sobre o uso do 
articulador virtual, e demonstraram que 
este é uma ferramenta precisa para deter-
minar o diagnóstico e estabelecer o plano 
de tratamento adequado2. Quando uti-
lizado na Prótese Dentária, o sistema CAD 
- CAM em conjunto com o articulador 
virtual possibilitam a confecção de peças 
607
608
609
610
611
612
613
614
615
616
617
618
619
620
621
622
623
624
625
626
627
628
629
630
631
632
633
634
635
636
637
638
639
640
641
642
643
644
645
646
647
648
649
650
651
652
653
654
655
656
657
658
659
660
661
662
663
664
665
666
667
668
669
670
671
672
673
674
675
676
677
678
679
680
681
682
Bohner LOL, Mukai E, Mori M, Tortamano Neto P
9 Dental Press Implantol. 2015 Oct-Dec;9(4):36-56 | ©2016 Dental Press Implantology
protéticas com elevada precisão11,12,13. De 
acordo com Shadakshari et al., 2012, o 
sistema pode ser utilizado para o plane-
jamento desde peças unitárias até casos 
complexos, demonstrando melhores re-
sultados que peças confeccionadas com 
o uso de articuladores mecânicos3.
Pesquisas vem sendo realizadas para 
aperfeiçoar os métodos de registros 
oclusais digitais na confecção da prótese 
dentária6,7,14,15,16,17,18,19,20. No presente estudo, 
não foi possível realizar uma análise com-
parativa dentre as mesmas, devido à 
variedade dos métodos aplicados nos es-
tudos avaliados. Entrentanto, realizou -se 
uma revisão sistemática a fim de abordar 
o tema de maneira padronizada, aumen-
tando, assim, a fidelidade da análise dos 
resultados apresentados. Ressalta - se a 
necessidade de estudos laboratoriais e 
clínicos para avaliar a precisão do articu-
lador virtual na prática diária.
CONCLUSÃO
De acordo com os artigos analisados na 
presente revisão, o uso do articulador 
virtual permite a confecção de próteses 
dentárias precisas, visto que simula a 
oclusão estática e dinâmica de modo tri-
dimensional sem as limitações do articu-
lador mecânico. Assim, é uma ferramenta 
promissora para a clínica odontológica.
1. Farias-Neto a, Dias a HM, de Miranda BFS, de Oliveira a R. Face-bow transfer 
in prosthodontics: a systematic review of the literature. J Oral Rehabil 2013; 
40(9):686–92.
2. Maestre-Ferrin L, Romero-Millan J, Penarrocha-Oltra D, Penarrocha-Diago 
M. Virtual articulator for the analysis of dental occlusion: An update. Med Oral 
Patol Oral y Cir Bucal 2012;17(1):e160–e163.
3. Shadakshari S, Saritha MK. Virtual articulators : a future oriented technology. 
AJMCS 2012; 1(2):98–101.
4. Kordaß B, Ga C, Bisler A, Inform D, Voß G, Inform D, et al. The virtual 
articulator in dentistry : concept and development. Dent Clin N Am 2002; 
46:493–506.
5. Solaberrieta E, Arias A, Barrenetxea L, Etxaniz O, Minguez R, Muniozguren 
J, et al. A virtual dental prostheses design method using a virtual articulator. 
Design 2010; 443–52.
6. Solaberrieta E, Mínguez R. Direct transfer of the position of digitized casts to a 
virtual articulator. J Prosthet Dent 2013;109(6):411–4.
7. Solaberrieta E, Otegi JR, Mínguez R, Etxaniz O. Improved digital transfer of the 
maxillary cast to a virtual articulator. J Prosthet Dent 2014; 112 (4): 921-24.
8. Bhambhani R, Bhattacharya J, Sen SK. Digitization and its futuristic approach 
in prosthodontics. J Indian Prosthodont Soc 2013;13(3):165-74.
9. Pröschel PA, Maul T, Morneburg T. Predicted Incidence of Excursive Occlusal 
Errors in Common Modes of Articulator Adjustment. Int J Prosthodont 
2000;13(4):303–11.
10. Olthoff l, Meijer I, de Ruiter W, Bosman F V der ZJ. Effect of virtual articulators 
settings on occlusal morphology of CAD-CAM restorations. Int J Comput 
Dent. 2007;10:171–85.
REFERÊNCIAS
11. Koralakunte PR, Aljanakh M. The role of virtual articulator in prosthetic and 
restorative dentistry. J Clin Diagn Res 2014; 8(7):ZE25–8.
12. Stines SM. Intraoral CAD/CAM technology: Establishing appropriateocclusion. Compend Contin Educ Dent 2005; 26 (9): 632 - 636.
13. Bisler A, Bockholt U, Kordass B, Suchan M, Voss G. The virtual articulator. Int J 
Comput Dent 2002; 5 (2 - 3): 101 - 106.
14. Kordaß B, Ga C. The virtual articulator — concept and development of VR-
tools to analyse the dysfunction of dental occlusion. International Congress 
Series 2001;1230:689–94.
15. Maruyama T, Nakamura Y, Hayashi T, Kato K. Computer-aided determination 
of occlusal contact points for dental 3-D CAD. Med Biol Eng Comput 2006; 
44(5):445–50.
16. Lauren M, McIntyre F. A new computer-assisted method for design 
and fabrication of occlusal splints. Am J Orthod Dentofacial Orthop 
2008;133(4):S130–5.
17. Röhrle O, Waddell JN, Foster KD, Saini H, Pullman AJ. Using a motion-capture 
system to record dynamic articulation for application in CAD/CAM software. J 
Prosthodont 2009;18(8):703–10.
18. Ruge A, Quoss A, Kordass B. Variability of closing movements, dynamic 
occlusion and occlusal contact patterns during mastication. Int J Comput 
Dent 2011; 14(2): 119 - 127.
19. Solaberrieta E, Minguez R, Etxaniz O, Barrenetxea L. Improving the digital 
workflow: direct transfer from patient to virtual articulator. Int J Comput Dent 
2013b; 16 (4): 285 - 292.
20. Solaberrieta E, Otegi JR, Goicoechea N, Brizuela A, Pradies G. Comparison of 
a conventional and virtual occlusal record. J Prosthet Dent 2015; 114 (1): 92 - 7.

Continue navegando