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A CONSTRUÇÃO MEDIAL NO PORTUGUÊS FALADO
																					Profa. Dra. Nádia Maria Silveira Costa de Melo
																										Raída Karla da Silva 
Palavras–chave: Linguística Funcional Centrada no Uso; Gramática de Construção; Transitividade. 
INTRODUÇÃO
Nesta pesquisa, investigamos o uso da construção medial (CM) em língua falada no português brasileiro atual. O embasamento teórico provém da Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU) que tem como representantes no Brasil Furtado da Cunha, Bispo, Silva e Oliveira entre outros. O objetivo foi descrever a Construção Medial observando o tipo e/ou gênero discursivos e as motivações pragmático-discursivas de sua configuração linguística. 
MATERIAL E MÉTODOS
	A análise se deu a partir do levantamento de amostras nos seguintes corpora: A fala de remanescentes quilombolas de Portalegre do Brasil (SOUZA; MENDES; FONSECA, 2011); Corpus Discurso & Gramática, em suas cinco versões. Por se tratar de uma pesquisa de cunho qualitativo-interpretativista, ignoramos o quantitativo das amostras que constituíram o corpus. E, assim, passamos à análise sob a lente da LFCU.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
	A Construção Medial na língua falada pode ser representada pela estrutura monoargumental SN (Sujeito paciente) + VT (evento de ação-processo), como vista em (1) e (2):
(1)...eu desabutuei aqui a manga da camisa o cacete deceu...(A fala de remanescentes quilombolas de Portalegre do Brasil, Portalegre/RN, H84-06)
(2) (...)quando ela saiu do ônibus... que o guarda-chuva fechou... aí ela foi... apanhou um táxi... foi pra casa... (CD&G, Rio, Pedro, EF, NRO)
	Em (1), “o cacete deceu”, e em (2), “o guarda-chuva fechou” temos duas estruturas oracionais compostas por participantes exercendo a função de SN sujeito paciente que não têm competência para realizar as ações descritas, já que eles são não-animados. Em relação à transitividade, as CM possuem a metade dos componentes discursivos propostos por Hopper e Thompson (1980): ação, pontualidade, telicidade, polaridade afirmativa e modalidade realis. 
	O corpus de análise foi constituído por 21 amostras. Que estão distribuídas por cidade, conforme gráfico 1:
GRÁFICO 1: Amostras de fala distribuídas por percentual e local de origem.
Os resultados apontam uma reduzida frequência na realização da CM na modalidade falada em todos os tipos e/ou gêneros compilados dos corpora pesquisados. Assim ficou a distribuição, o maior percentual foi o Corpora D & G Natal e Portalegre (os dois foram somados juntos, já que são do mesmo estado) com 38%; em segundo, o D & G Juiz de Fora, com 33%; vindo, em seguida, o D & G Rio; com 14%; ainda, o D & G Niterói, com 10%, e, por último, D & G Rio Grande com 5%. 
CONCLUSÃO
	Esta pesquisa constatou ser a CM de uso bastante restrito independente da modalidade ou do tipo e/ou gênero textual. Certamente, dada à baixa frequência deste tipo construcional, ele não é abordado nos livros didáticos de português. Essa ausência implica em consequências para a compreensão das questões relativas à transitividade oracional, já que o ensino se volta para orações alta frequência. Enfim, constatamos que há “um solo fértil a ser pesquisado” neste assunto e temos consciência de que essa investigação é incipiente e inconclusiva. 
REFERÊNCIAS
FURTADO DA CUNHA, Maria Angélica. (Org.). Corpus Discurso e Gramática: a língua falada e escrita na cidade de Natal. Natal: EDUFRN, 1998. Disponível em: 
FURTADO DA CUNHA, Maria Angélica; CEZARIO, Maria Maura (Orgs.). Linguística Centrada no Uso: uma homenagem a Martelotta. Rio de Janeiro: Mauad/FAPERJ, 2013.
MELO, Nádia Maria Silveira Costa de. A construção medial no português do Brasil: uma abordagem centrada no uso. 2015. 187 f. (Tese em Linguística Aplicada) – Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2015.
SOUZA, M.; MENDES, W. V.; FONSECA, C. M. V. A fala de remanescentes quilombolas de Portalegre do Brasil. Mossoró: Edições UERN, 2011. 
RN	Fala	38	Rio	Fala	14	Niterói	Fala	10	RS	Fala	5	Juiz de Fora	Fala	33	Fala	
Planilha_do_Microsoft_Excel1.xlsx
Sheet1
						Fala
		RN				38
		Rio				14
		Niterói				10
		RS				5
		Juiz de Fora				33
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