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Planejamento e Projeto Político- Pedagógico Profa. Renata H. P. Pucci 1S 2022 Planejamento • Por que planejar? O ensino não pode realizar-se de forma aleatória, diletante, espontaneisticamente conduzido, mesmo quando o professor tenha um domínio muito grande da matéria, adquirido por acúmulo de experiência. Toda aula, como intervenção pedagógica, exige, da parte do professor, um cuidadoso planejamento. (Severino, 2018) Planejamento • Por que planejar? A ação docente no ensino superior associa-se a diversos tipos de planos e projetos, que fundamentam as práticas de ensino, pesquisa e extensão. Esses diversos planos e projetos, que caracterizam e norteiam a ação e missão social das instituições universitárias, trazem parâmetros significativos a uma compreensão ampla, pedagógica, social e institucionalmente situada da docência. (Rangel e Pinto, 2008) Planejamento •O que é Planejamento? ➢processo científico de intervenção na realidade. ➢processo de construção, que aglutina crenças, convicções, conhecimentos da comunidade escolar/institucional e do contexto social e científico, constituindo-se em compromisso político e pedagógico coletivo. Planejamento Na década de 70 - procedimentos técnicos da elaboração dos planos, com menor atenção ao princípio socio pedagógico e político da participação coletiva nessa elaboração. Nas décadas de 80 e 90, consolidada nos anos 2000 - A ênfase no processo participativo de construção dos planos, em seus princípios, nos elementos de suas previsões, nos seus compromissos. Ênfase fundamentada em perspectivas críticas e contextualizadas das práticas docentes. PDI Plano de Desenvolvimento Institucional PPP/PPI Projeto Político- Pedagógico Institucional PPC Projeto Pedagógico de Curso Plano de Curso das disciplinas Projeto de Auto- Avaliação Institucional Plano de Aula PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional ➢É elaborado para um determinado período, sendo um instrumento de gestão que dá identidade a instituição de ensino, no que diz respeito à sua filosofia de trabalho, missão institucional, diretrizes pedagógicas, estrutura organizacional e às atividades acadêmicas e científicas que desenvolve ou que pretende desenvolver. ➢É um instrumento flexível, pautado por objetivos e metas, sua elaboração tem a participação dos membros da instituição. ➢ Tem articulação com o PPI e deve conter os seguintes eixos temáticos: perfil institucional; gestão institucional (organização administrativa, organização e gestão de pessoal, política de atendimento ao discente); organização acadêmica (organização didático-pedagógica, oferta de cursos e programas — presenciais e a distância); infraestrutura; aspectos financeiros e orçamentários, sustentabilidade econômica; avaliação e acompanhamento do desempenho institucional e cronograma de execução. PPI - Projeto Pedagógico Institucional ➢ Visa a questão política, filosófica e teórico-metodológica/didático- pedagógica que norteia as práticas acadêmicas da instituição. ➢São inseridas as políticas de ensino, atividades práticas, estágio, extensão, pesquisa, responsabilidade social e outros. ➢Encontram-se as perspectivas axiológicas e epistemológicas priorizadas no currículo, no ensino, na pesquisa, nos projetos de orientação de monografia, de iniciação científica, de atividades extensionistas, de monitoria, de nivelamento, etc. PPI - Projeto Pedagógico Institucional ➢ Explicita os valores e as competências que traçam o perfil docente e também aqueles que definem o perfil do profissional que a Instituição deseja e se compromete a formar. ➢Caracteriza o contexto interno e externo da Instituição, visibilizando as condições, necessidades, os apelos que se encontram no interior e no entorno da vida acadêmica, nas suas relações e interinfluências com a sociedade, nos seus espaços mais próximos (da família, do bairro, da cidade) e nas implicações mais abrangentes com o país e suas políticas públicas. Projeto Pedagógico Institucional–PPI: Função atualizadora por requerer e promover o estudo e a reavaliação periódica desses parâmetros Função integradora princípios e práticas que constituem os parâmetros das ações acadêmicas Função estruturante porque oferece elementos essenciais à estruturação pedagógica dos cursos Trabalho Coletivo PPP Trabalho Coletivo ➢O necessário envolvimento de professores de diversas especialidades e áreas de conhecimento nas formulações do Projeto pode trazer às formulações um caráter interdisciplinar e consolidar as funções integradora e estruturante dos princípios e fundamentos que orientam e identificam os processos e as práticas dos diversos cursos. ➢O PPP é um meio de engajamento coletivo para desenvolver o sentimento de pertença e fortalecer a construção de uma coerência comum, mas indispensável, para que a ação coletiva produza seus efeitos. O que se registra nem sempre se faz (e às vezes não foi coletivamente discutido) O que se discute e se planeja nem sempre acontece O que se faz efetivamente nem sempre se registra no “documento oficial” PPC - Projetos Pedagógicos dos Cursos ➢Retomam-se os fundamentos do Projeto de Desenvolvimento Institucional (PDI) e as bases socioeducacionais do Projeto Político-Pedagógico, observando-se suas implicações para os propósitos e o encaminhamento de cada curso. ➢ Formulam-se os objetivos do curso, de acordo com sua área de conhecimento e com as perspectivas socioprofissionais da habilitação acadêmica. ➢Define-se a estruturação do currículo, lembrando-se que seus parâmetros fundamentais encontram-se nos princípios axiológicos e epistemológicos formulados no Projeto Político-Pedagógico. ➢Assume-se os valores e as competências da docência, assim como os valores e as competências que serão objeto da formação profissional, considerando não só as características e os apelos do mercado de trabalho, mas também os princípios éticos e as perspectivas e os compromissos humanistas e sociopolíticos dessa formação. • Assim, o Projeto de Desenvolvimento Institucional, o Projeto Político-Pedagógico e os Projetos Pedagógicos dos Cursos constituem referências aos projetos e planos dos docentes, incluindo os Planos de Curso de suas disciplinas. • O Plano de Curso das disciplinas – referencia os conteúdos, as metodologias, os procedimentos e as técnicas a serem utilizadas no processo de ensino- aprendizagem concernentes às disciplinas. Ementa; Conteúdo Programático; etc... Plano de ensino • Em primeiro lugar, o professor precisa planejar sua disciplina, com antecedência. Isso não deve ser feito apenas em função de obrigações burocráticas formais de registro acadêmico, mas em função da necessidade de um roteiro de trabalho. Este planejamento deve ser feito antes do início do exercício letivo, quando deve ser distribuído e divulgado para todos os alunos. Em segundo lugar, a cada semana, a aula deve ser preparada, roteirizada, em consonância e coerência com o plano da disciplina e com a lógica temática em desenvolvimento. • No planejamento da disciplina, é preciso levar em conta o plano maior do curso, uma vez que a disciplina é uma parte de um todo, organicamente articulado para que possa responder, adequadamente, ao projeto formativo do aluno. (Severino, 2008) Como Planejar? ❖Analisar as características da clientela. ❖Refletir sobre os recursos que serão disponibilizados. ❖Definir os objetivos educacionais mais adequados à turma/clientela escolar. ❖Selecionar e estruturar os conteúdos a serem trabalhados, distribuindo-os ao longo do semestre e/ou ano letivo. ❖Prever e organizar os procedimentos do professor, visando adequá-los para a consecução dos objetivos estabelecidos. ❖Prever e escolher os recursos de ensino mais adequados para estimular a participação dos discentes nas atividades de aprendizagem. ❖Prever os procedimentos de avaliação mais condizentes com os objetivos propostos.Programação da disciplina Justificativa - trata-se de mostrar aos alunos o lugar que a disciplina ocupa, em função de seu conteúdo, no projeto formativo. Cabe um esforço no sentido de mostrar aos alunos não só sua pertinência mas também sua relevância para a formação naquela área. Objetivos - o que a disciplina visa alcançar com relação à formação do aluno. Os objetivos são intrínsecos à própria natureza dos conhecimentos que estarão sendo trabalhados, a forma como eles poderão contribuir para a formação do estudante. Conteúdos temáticos - são as mediações informativas do conhecimento daquele segmento da área estudada. Constam da programação para apresentar a delimitação, o recorte temático do conhecimento que se vai trabalhar ao longo do curso. Justificativa Objetivos Conteúdos temáticos Metodologias Avaliação Referências Cronograma Programação da disciplina Metodologia de trabalho - modalidades das diferentes atividades que serão desenvolvidas pela docência do professor e daquelas que serão solicitadas dos alunos como formas de desempenho acadêmico. Avaliação - deve antecipar os processos e os produtos que entrarão como matéria para apreciação e avaliação por parte do professor. Referências - informam as fontes utilizadas pelo docente na preparação de sua proposta de curso, e as leituras complementares. Cronograma - distribui as atividades ao longo do exercício letivo e discrimina as atividades específicas de cada aula. É muito importante elaborar e entregar esse cronograma logo no início das atividades letivas, de forma a que o aluno possa também organizar seu trabalho ao longo do curso. Justificativa Objetivos Conteúdos temáticos Metodologias Avaliação Referências Cronograma As fases de elaboração de um planejamento Preparação - Quando o professor elabora um plano deve prever todos os passos que esse percorrerá, assim, assegurará a sistematização, o desenvolvimento e a concretização dos objetivos que foram previstos. Desenvolvimento - Essa fase é evidenciada pela ação do discente e do docente; as atividades pedagógicas acontecem gradativamente, desencadeando o desenvolvimento e aprimoramento dos níveis de desempenho. Aperfeiçoamento - Na fase de aperfeiçoamento o professor irá avaliar se os objetivos foram atingidos. É um processo avaliativo em que é possível fazer os ajustes necessários, visando conseguir contemplar os objetivos propostos. Metodologias ➢Aulas expositivas e interativas. ➢Seminários. ➢Dinâmicas de grupo e debates. ➢Resolução de exercícios. ➢Trabalhos em grupos. ➢Trabalhos de pesquisa. ➢Avaliações de aprendizagem. METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM • Metodologias Ativas de ensino, compreendidas no Ensino Superior como propostas que colocam o estudante no centro do processo de ensino e aprendizagem, participando ativamente do seu percurso formativo e integram conhecimentos teóricos e práticos. Nesse sentido, o uso dessas metodologias de ensino, pretendendo-se uma formação ampla e crítica dos sujeitos, pode contribuir para a aproximação entre a universidade e o mundo do trabalho, compreendido como “uma esfera de atuação social dialogicamente constitutiva, na qual os sujeitos interagem com o meio em que estão inseridos, constituindo e sendo constituídos por esse meio” (SCHLICHTING; HEINZLE, 2020, p. 19). METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM ➢ Uma das características da aprendizagem ativa na educação superior é a resolução de problemas. Por meio de atividades baseadas em situações reais do mundo profissional, os acadêmicos precisam apresentar respostas a problemas encontrados, articulando as teorias aprendidas na universidade às aplicações práticas. ➢ Outro princípio norteador das metodologias ativas de aprendizagem é o desenvolvimento de capacidades transversais pelos acadêmicos. Como atuam em diferentes práticas e assumem distintos papéis sociais, majoritariamente em equipes, os estudantes desenvolvem características como a gestão de tempo, pessoas e recursos, além de saberem ocupar papéis sociais dentro dessas equipes. Dessa forma, as atividades mais práticas e contextualizadas pautadas na aprendizagem ativa refletem, também, na forma como o estudante vai encarar questões reais no cotidiano de trabalho. METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM ➢ Outro princípio das metodologias ativas de aprendizagem é o trabalho pautado na multi ou interdisciplinaridade. Por não focalizar especificamente os conteúdos, mas questões reais, a aprendizagem ativa leva os acadêmicos a articularem os conhecimentos dos diferentes componentes curriculares de forma a visualizarem o panorama mais amplo no qual estão atuando. ➢ Em uma concepção inovadora de educação, o professor não se resume apenas àquele que ensina, que transmite o conhecimento, mas é aquele que é capaz de se relacionar com uma diversidade de estudantes, de mobilizar seus interesses e motivações e de, com eles, construir oportunidades de aprender e transformar. Isso significa abertura, capacidade de adaptação a experiências diferentes. ➢ Além das mudanças no cotidiano dos estudantes, as concepções da aprendizagem ativa refletem (e dependem) diretamente da atuação docente. O professor toma um novo espaço no processo de ensino e aprendizagem e precisa estar preparado para novas indagações e descobertas que talvez não fossem recorrentes em contextos de ensino mais tradicional. METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM método do caso peer instruction sala de aula invertida aprendizagem baseada em problemas aprendizagem baseada em projetos pesquisa aprendizagem baseada em games e gamificação avaliação por pares Dicas Finais • É mais fácil planejar aquilo que se conhece • Organize o plano de acordo com o que é possível fazer naquele contexto • Reflita sobre a diferença entre um plano para ficar “no papel” e o planejamento de uma ação “real” • Cada turma é uma turma, cada aula é uma aula • Ao preparar o plano da disciplina, volte ao programa da disciplina e ao projeto do curso • Ao preparar a aula, volte ao plano da disciplina e às aulas anteriores Referências • CUNHA, R. C. O. B.; OMETTO, C. B. C. O. O trabalho coletivo na escola: o projeto político-pedagógico como pauta de formação. Educação (Porto Alegre, impresso), v. 36, n. 3, p. 402-411, set./dez. 2013. • RANGEL, M.; PINTO, L. A. M. Planejamento da ação docente no Ensino Superior: participação e compromisso. Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, v.17, n.30, p.137-144, jul./dez.2008. • SEVERINO, Antonio Joaquim. Ensino e pesquisa na docência universitária: caminhos para a integração. São Paulo: USP, 2008. Disponível em: http://flacso.redelivre.org.br/files/2012/07/233.pdf • SCHLICHTING, T. S.; HEINZLE, M. R. S. Metodologias Ativas de aprendizagem na educação superior: aspectos históricos, princípios e propostas de implementação. Revista e-Curriculum, São Paulo, v.18, n.1, p. 10-39 jan./mar. 2020.
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