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V Grupo- Jazigos de Uranio-torio

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Angelina Abudo Dumar 
Carla Francisco Chirrinze 
Délio Humberto Vasco Lopes 
Elsa Gabriel Abdurabi 
Jesualdo Bernabé Nchopa 
Laurinda da Conceição Simão Mandala 
 
 
 
Jazigos de Urânio-Tório 
 
 
(Licenciatura em Geologia, com Habilitações em Mineração) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Rovuma 
Nampula 
2023 
 
 
 
Angelina Abudo Dumar 
Carla Francisco Chirrinze 
Délio Humberto Vasco Lopes 
Elsa Gabriel Abdurabi 
Jesualdo Bernabé Nchopa 
Laurinda da Conceição Simão Mandala 
 
 
 
Jazigos de Urânio-Tório 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Rovuma 
Nampula 
2023 
Trabalho de carácter avaliativo da cadeira de 
Metalogénese e Deposição Mineral, curso 
de Licenciatura em Geologia, 3º Ano, 
leccionada pelo Docente: Dr. Reinaldo 
António Domingos 
 
 
Índice 
Índice de Figuras e Tabelas ....................................................................................................... iii 
1.1. Introdução ........................................................................................................................ 3 
1.2.1. Geral ......................................................................................................................... 4 
1.2.2. Específicos ............................................................................................................... 4 
1.3. Metodologias ............................................................................................................... 4 
2.1. Urânio .............................................................................................................................. 5 
2.1.1. Génese dos Jazigos de Urânio .................................................................................. 5 
2.1.2. Morfologia dos Jazigos de Urânio ........................................................................... 7 
2.1.3. Utilidade do Urânio .................................................................................................. 8 
2.1.4. Representantes dos Depósitos de Urânio no Mundo ................................................ 8 
2.1.5. Representantes de Urânio em Moçambique ............................................................. 9 
2.2. Tório .............................................................................................................................. 11 
2.2.1. Ambiente Geológico .............................................................................................. 11 
2.2.2. Génese dos Jazigos de Tório .................................................................................. 12 
2.2.3. Morfologia dos Jazigos de Tório ............................................................................ 13 
2.2.4. Utilidade do Tório .................................................................................................. 13 
2.2.5. Representantes dos Depósitos de Tório no Mundo ................................................... 14 
2.2.6. Representantes de Tório em Moçambique ............................................................. 15 
3.1. Conclusão ...................................................................................................................... 16 
3.2. Referências Bibliográficas ............................................................................................. 17 
 
 
 
 
 
 
 
iii 
 
Índice de Figuras e Tabelas 
i. Índice de Figuras 
Figura 1: Distribuição de Uranio em rochas ígneas, segundo (Rogers &Adams, 1969) .......... 6 
Figura 2: Principais reservas de Urânio no Mundo ................................................................... 9 
Figura 3:Mapa com as principais ocorrências de uranio em Moçambique (adaptado pelos 
autores, 2023). .......................................................................................................................... 10 
Figura 4:Mapa das Reservas Mundiais de Tório ...................................................................... 14 
Figura 5: Mapa com as principais ocorrências de Tório em Moçambique (adaptado pelos 
autores, 2023). .......................................................................................................................... 15 
 
ii. Índice de Tabelas 
Tabela 1: Concentrações médias de urânio nos principais tipos de rochas ígneas, sedimentares 
e metamórficas, segundo Rogers & Adams (1969b). ................................................................. 7 
Tabela 2: Na tabela a seguir, mostra as principais fontes de tório. ......................................... 12 
Tabela 3: Concentração média de Th e razão Th/U para alguns tipos de rochas ígneas, 
sedimentares e metamórficas, segundo Rogers & Adams (1969a). ......................................... 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1.1.Introdução 
O urânio e o tório fazem parte da serie dos actinídeos que pertencem ao grupo dos 
radionuclídeos primordiais, pois se originaram durante a formação do universo tendo ponto de 
partida das cadeias de desintegração natural. 
 O U tem propriedade de associar-se a iões metálicos e a iões são comparáveis em tamanho à 
rubídio, potássio e césio que são, portanto, absorvidos pelas argilas e outros minerais 
(SHEPPARD, 1980). Nas rochas altos valores de U são encontrados principalmente em granitos 
fosfatos e folhelhos orgânicos ( AYOTE; FLANAGAN; MORROW, 2007, 
GASCOYNE,1992) e também rochas com cristalização tardia rochas magmáticas alcalinas e 
acompanhado por elementos de terras raras( UNSCEAR, 2000). 
O Th possui abundância de aproximadamente 8,1 mg kg na crosta terrestre (TUTUSON; 
GORDEN, 2017) sendo comummente encontrado nos minerais tório- fosfatos a monazita 
(QUEROZ et al, 2007). Elemento de baixa ocorrência em rochas ígneas máficas (basaltos) 
com teor médio de 1 mg Kg nas variedades acidas ocorrem em teores de ate 5 mg kg. Em rochas 
sedimentares como arenitos e calcários contem cerca de 2 mg kg (PAPADOPOULOS et al, 
2017). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1.2.Objectivos do Trabalho 
1.2.1. Geral 
➢ Caracterizar os depósitos de Urânio-Tório. 
1.2.2. Específicos 
➢ Debruçar sobre o ambiente geológico, génese, morfologia e utilidade; 
➢ Indicar os principais depósitos de Urânio-Tório no mundo; 
➢ Indicar os principais depósitos de Urânio-Tório em Moçambique; 
1.3.Metodologias 
Para concretizar os objectivos traçados neste trabalho, recorremos ao método bibliográfico e 
hermenêutico, o primeiro método baseado na consulta bibliográfica, e o segundo cinge-se na 
interpretação das informações consultadas. 
Estruturalmente, o trabalho encontra-se organizado da seguinte forma: pré-textuais (Introdução: 
onde apresentamos, de forma titular os aspectos que posteriormente serão abordados); textuais 
(desenvolvimento); pós-textuais (Conclusão e a referência Bibliográfica). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2.1.Urânio 
O urânio, de símbolo químico (U), é um metal branco-prateado de densidade muito elevada 
(18,95 Kg/dm3). É um elemento do grupo dos actinídeos, de número atómico 92 e massa 
atómica 238,0289. Os actinídeos caracterizam-se por serem radioactivos, e só os 4 primeiros 
membros ocorrerem naturalmente (Actínio, Tório, Protactínio e Urânio). De entre estes 
elementos, o Th e o U são os mais abundantes, resultado do longo período de semi-vida dos 
seus isótopos mais estáveis. O U ocorre naturalmente com valores médios de abundância crustal 
na ordem de 1,7ppm. Kyser e Cuney (2008) apontam para concentrações médias de 0,3 ppm 
em rochas basálticas, de 3,8 ppm nos granitos, de 3,7 ppm em xistos, 2,2 ppm em carbonatos e 
pode ir até 300 ppm em rochas fosfatadas. 
O U existe na Natureza sob a forma de 3 isótopos, em quantidades relativas diferentes: 238U 
(99,28%), 235U (0,71%) e 234U (0,0055%). Os isótopos 238U e 235U são os pais de duas cadeias 
de decaimento, em que os produtos finais estáveis produzidos são o 206Pb e 207Pb, 
respectivamente.Já o 234U integra a cadeia de decaimento do 238U. Assim, o urânio, como 
elemento radioactivo, possui um núcleo instável e tende a progredir naturalmente para uma 
situação de maior estabilidade ao longo da cadeia de decaimento. A radiação é o processo pelo 
qual se dá a emissão de partículas ou energia que acompanha a desintegração do núcleo dos 
isótopos radioactivos. 
2.1.1. Génese dos Jazigos de Urânio 
Os processos geológicos que podem levar à formação de um depósito de urânio são diversos. 
De acordo com a International Atomic Energy Agency (Agência Internacional de Energia 
Atômica), os depósitos de urânio podem ser classificados em pelo menos 15 tipos diferentes, 
que incluem desde a concentração por processos sedimentares até a formação de jazidas por 
processos magmáticos, metassomáticos ou intempéricos (IAEA 2018). Por essa gênese 
diversificada, depósitos de urânio podem ser encontrados junto a vários tipos de rochas, como 
granitos, brechas, conglomerados e arenitos, e também junto a materiais superficiais 
inconsolidados. O urânio é encontrado em minerais primários de variadas géneses (ex: 
magmática, hidrotermal, sedimentar), usualmente em estado tetravalente ou tetra-hexavalente. 
Apesar de que apenas factores químicos não fornecem explicação da origem dos depósitos de 
urânio, eles são importantes pois o minério superficial pode ser derivado por oxidação de 
depósitos originais de sedimentos ricos em matéria orgânica, ou, então, o minério não-oxidado 
6 
 
pode ser derivado pela lixiviação e redução de depósitos originais de material oxidado em 
arenito. O mecanismo da oxidação, dissolução, precipitação e redução pode ser explicado pelo 
comportamento químico do urânio, mas, a sequência dos eventos deve ser estabelecida a partir 
das relações geológicas. 
A Tabela 1 apresenta as concentrações médias de urânio para alguns tipos de rochas ígneas, 
sedimentares e metamórficas e a Figura 1 apresenta a distribuição generalizada do urânio em 
grandes grupos de rochas ígneas. 
 
Figura 1: Distribuição de Uranio em rochas ígneas, segundo (Rogers &Adams, 1969) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Tabela 1: Concentrações médias de urânio nos principais tipos de rochas ígneas, sedimentares 
e metamórficas, segundo Rogers & Adams (1969b). 
 
2.1.2. Morfologia dos Jazigos de Urânio 
 Às rochas magmáticas estão associados alguns depósitos do tipo filoniano formados como 
resultado da redistribuição do U de minerais acessórios. Isto acontece como resultado de 
processos de interacção fluido-rocha de alta para baixa temperatura na crusta envolvendo 
fluidos que equilibraram com magma, fluidos aquosos metamórficos, formacionais, 
hidrotermais e/ou meteóricos (Plant et al., 1999). Os minerais primários de U formados a alta 
temperatura (e pressão) em sistemas silicatados são substituídos por fases estáveis e condições 
aquosas a baixa pressão e temperatura progressivamente mais baixa. 
As rochas sedimentares mais enriquecidas em urânio são as que possuem maior conteúdo em 
matéria orgânica ou fosfatos, como nalgumas bacias de sedimentação, dependendo sempre da 
rocha que deu origem aos sedimentos e respectiva remobilização. 
No caso das rochas metamórficas, a concentração de U está dependente da localização na rocha 
original, já que consoante as condições impostas e do tipo de ligação que tem, permanecerá nas 
espécies minerais mais resistentes ou será lixiviado. Os fluidos enriquecidos em U formados 
8 
 
por processos metamórficos, incluindo desidratação e fusão parcial, são gerados em condições 
de baixas razões água/rocha. Nestes depósitos as mineralizações apresentam-se de formas 
muito variáveis englobando os sin-metamórficos e os filonianos encaixados nas rochas 
metamórficas, quer em disseminações, stockworks ou lentículas (Cuney, 2010). 
A Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA, em inglês, conforme a bibliografia) divide 
actualmente em 13 classes os depósitos de urânio conhecidos, consoante o contexto geológico 
em que se encontram. Existem depósitos que inserem-se, segundo esta classificação, no tipo 
filoniano, que se caracteriza por estarem essencialmente associados a granitos, e em que a 
mineralização ocorre preenchendo fracturas, de espessura variável, desde muito espessos com 
pecheblenda massiva até stockworks. 
2.1.3. Utilidade do Urânio 
O minério de urânio atende diversos sectores industriais através do fornecimento de matéria-
prima para a indústria siderúrgica, automobilística, de fibras ópticas e de cerâmicas especiais. 
Com o desenvolvimento da indústria nuclear, o urânio passou a ser usado em armas e reactores 
nucleares. Actualmente, embora seja também utilizado na medicina e na agricultura, sua 
principal aplicação comercial é na geração de energia eléctrica, na qualidade de combustível 
para reactores nucleares de potência. Além disso, o urânio também é utilizado na datação de 
rochas. 
2.1.4. Representantes dos Depósitos de Urânio no Mundo 
Os países com maior potencial de recursos de urânio são: Austrália, Cazaquistão, 
Canadá, Rússia, Namíbia, África do Sul, Brasil, Níger e China (fonte: World Nuclear 
Association-Associação Nuclear Mundial). 
9 
 
 
Figura 2: Principais reservas de Urânio no Mundo 
2.1.5. Representantes de Urânio em Moçambique 
Ascendem pelo menos 7 regiões das províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Tete onde 
existe o urânio, o mineral usado na indústria bélica para fabricação de bomba atómica e 
hidrogénio e ainda na construção de usinas nucleares para geração de energia eléctrica. 
Algumas dessas regiões são designadamente: Mavudze, Muande, Mphanda-Uncua e Zobuè em 
Tete, Ngapa no distrito de Mueda (Cabo Delgado) perto do rio Rovuma, Mucuaiaia (Niassa) e 
nas zonas do distrito de Nacala-á-Velha e Murrupula (Nampula), (fonte: Direcção Nacional de 
Minas, 2011). 
Em 20011, uma empresa australiana denominada Twigg Explorator and Mining Lda., estava a 
levar a cabo um trabalho de pesquisa para determinar a existência ou não de urânio, que se 
presumia ocorrer no distrito de Tambara, norte da província de Manica. 
 
10 
 
 
Figura 3: Mapa com as principais ocorrências de urânio em Moçambique (adaptado pelos 
autores, 2023). 
Nota: os círculos roxos representam as províncias onde há ocorrência do Urânio em 
Moçambique. 
 
11 
 
2.2.Tório 
O elemento tório é um metal da série dos actinídeos pertencente ao grupo 3B da Tabela 
Periódica, cujo número atômico (Z) é igual a 90. Dentre seus mais de vinte isótopos, apenas o 
isótopo 232Th está disponível na natureza correspondendo a 100% de abundância do elemento. 
É encontrado em pequenas quantidades na maioria das rochas e solos na faixa de 0,01 a 21,50 
mg.kg-1 (CAMARGO, 1994). 
Os minerais de tório somam menos de 50 espécies e, assim como os minerais de urânio, não 
são abundantes na natureza. O estado de oxidação mais comum é o Th+4 apresentando um 
comportamento geoquímico similar ao do U4+, e, portanto não é facilmente lixiviado, já que se 
apresenta apenas como Th+4 e não pode ser oxidado. No entanto, a mobilidade e solubilidade 
do tório podem ser significativamente aumentadas por complexação com ligantes orgânicos e 
inorgânicos, podendo ser retido em óxidos e hidróxidos de Fe e em argilas. Tal qual ao urânio, 
o tório pode também ser transportado quando adsorvido em colóides argilosos e óxidos de ferro 
(SOUZA; FERREIRA, 2005). 
2.2.1. Ambiente Geológico 
O tório é encontrado em quantidades pequenas na maioria das rochas e solos, onde é 
aproximadamente três vezes mais abundante do que o urânio, e é aproximadamente tão comum 
quanto o chumbo. O solo contém geralmente uma média de 6 ppm de tório. O tório ocorre em 
diversos minerais, sendo o mais comum o mineral de terra rara de tório-fosfato, monazita, que 
contém até 12% de óxido de tório, ou a torianita (70% de tório). 
O tório ocorre na natureza como catião tetravalente. Este elemento usualmente ocorrecomo um 
constituinte traço em soluções sólidas em minerais fosfatados, óxidos e silicatos, e, ainda, em 
argilas e colóides do solo. 
Como elemento maior, ocorre em poucos e raros minerais como a torianita (ThO2) e a torita 
(ThSiO4); o primeiro é isomórfico com o urânio e o seguinte é isomórfico com o zircão. Por 
esta razão, uma grande parte das ocorrências naturais de tório são encontradas incorporadas à 
estrutura do zircão (Langmuir & Herman, 1980). 
A principal fonte de tório é a monazita (Ce,La,Y,Th)PO4 a qual contém de 3-9% até 20% de 
ThO2. Minerais ígneos de UO2 podem formar uma solução sólida completa com ThO2 (Rogers 
& Adams, 1969a). 
Segundo Sampa (1978) o tório é mais abundante nas rochas ácidas do que em rochas básicas. 
12 
 
Minerais hospedeiros de tório são altamente resistentes ao intemperismo e, portanto, o tório tem 
sido considerado como um elemento imóvel e insolúvel em águas naturais, como atestam dados 
da concentração de tório nestes ambientes, onde é encontrado em baixas concentrações, ou nem 
ocorre. 
Tabela 2: Na tabela a seguir, mostra as principais fontes de tório. 
Mineral Teor de Th (ppm) 
Monazite 25.000 a 200.000 
Alanite 1000 a 20.000 
Zircão 50 a 4000 
Titanite 100 a 600 
Epídoto 50 a 500 
Apatite 20 a 150 
Magnetite 0,3 a 20 
A concentração de tório em condritos é da ordem de 0,04 ppm, enquanto que nos acondritos é 
superior a esta. A Tabela 2 apresenta a concentração média de Th e a razão Th/U para alguns 
tipos de rochas ígneas, sedimentares e metamórficas. 
2.2.2. Génese dos Jazigos de Tório 
O Tório é encontrado em minerais primários de variadas géneses (ex: magmática, hidrotermal, 
sedimentar). 
Segundo a tabela abaixo, podemos considerar os jazigos de Tório como endógenos, exógenos 
e metamórficos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Tabela 3: Concentração média de Th e razão Th/U para alguns tipos de rochas ígneas, 
sedimentares e metamórficas, segundo Rogers & Adams (1969a). 
 
2.2.3. Morfologia dos Jazigos de Tório 
É um mineral encontrado em pegmatitos, veios, rochas metamórficas e, por ser resistente ao 
intemperismo, em depósitos de plácer e em paleo-praias. De facto, são esses últimos as 
principais fontes de monazita, pela facilidade de explotação. 
2.2.4. Utilidade do Tório 
O tório possui grande resistência térmica. A liga metálica entre tório e magnésio (Mag-Thor) é 
utilizada em espaçonaves e em mísseis. O ThO2, óxido de maior ponto de fusão existente, tem 
um alto índice de refração e baixa dispersão, sendo utilizado em lentes ópticas de alta qualidade. 
Compostos de tório também podem ser usados como catalisadores em importantes processos 
industriais, como o craqueamento do petróleo, a síntese do ácido sulfúrico e o processo Ostwald 
para síntese do ácido nítrico. 
14 
 
2.2.5. Representantes dos Depósitos de Tório no Mundo 
As maiores fontes mundiais de tório são encontradas nos Estados Unidos, Austrália, 
Groelândia, Canadá, Venezuela, Brasil, Africa do Sul, Egipto, Suécia, Noruega, Finlândia, 
Turquia, Cazaquistão, China e Rússia. 
 
Figura 4:Mapa das Reservas Mundiais de Tório (Fonte: 
 
 
 
 
 
15 
 
2.2.6. Representantes de Tório em Moçambique 
 
Figura 5: Mapa com as principais ocorrências de Tório em Moçambique (adaptado pelos 
autores, 2023). 
Nota: os círculos verdes representam as províncias onde há ocorrência do Urânio em 
Moçambique. 
 
16 
 
3.1.Conclusão 
O urânio é um elemento regularmente abundante na crosta terrestre, mais abundante que outros 
22 elementos. E encontrado em vários ambientes geológicos, sempre em combinação com 
oxigénio, Associações paragenéticas de urânio em minerais são características não apenas com 
oxigénio, mas também com elementos como P, As, V, Si, C, S, Mo, Se, Te, Ti, Th, terras raras, 
Pb, Ca, Ba, Mg, Fe, Cu, K, Na e outros. O urânio é encontrado em minerais primários de 
variadas géneses (e.g. magmática, hidrotermal, sedimentar), usualmente em estado tetravalente 
ou tetra-hexavalente. O urânio e hexavalente em minerais secundários, formados em zona 
supergena de oxidação e forma ion estável uranila. Aproximadamente 50% do urânio 
permanece disperso e não constitui minerais de urânio. Os minerais de urânio incluem óxidos, 
hidróxidos, silicatos, fosfatos, arsenatos, sulfatos, rnolibdatos, carbonatos, etc., as vezes 
associados a hidrocarbonetos. Mais de 200 minerais de urânio são conhecidos, a maioria de 
origem secundaria, 
Os minerais de tório somam menos de 50 espécies e, assim como os minerais de urânio, não 
são abundantes na natureza. Assim, os minerais de tório presentes na natureza são a torianita 
(ThO2) e torita (ThSiO4) do grupo dos óxidos e silicatos, respectivamente. Já os minerais 
fosfatados são representados pela monazita [(Ce, La, Sm, Nd, Th)PO4] e a cheralita 
[CaTh(PO4)2]. Segundo Sampa (1978) o tório é mais abundante nas rochas ácidas do que em 
rochas básicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
3.2.Referências Bibliográficas 
 KRAUSKOPF, K.B. Introdução à Geoquímica. São Paulo: Polígono, 1972. v.2. 
LANGMUIR, D.; HERMAN, J.S. The mobility of thorium in natural waters at low 
temperatures. Geoch.Cosmc. Acta, v.44, p.1753 – 66, 1980. 
NASH, J.T., GRANGER, H.C., ADAMS, S.S. Geology and concepts of genesis of important 
type of uranium deposits. Econ. Geol., v. 75, p. 63 – 116, 1981. 
PAPADOPOULOS ; LEONG S.T; LAORTANAKUL P;THUNTHAISOG N. Regional 
monitoring of lead and cadimuim and torium and natural radioactivity levels of the western 
Anotalion plutons , Turkey.Mineralogy and petrology Autralia ,V,111, P 667-668 2017. 
QUEIROZ, M.T .A ,, SABARA , M .G,, QUEROZ , C. A . LEAO, M. M. D.; AMORIM . C. 
C.; LIMA, L. R. P . Estudo sobre teores de tório , urânio e potássio nas aguas superficiais e 
sedimentos marginais do Rio Piraciba , minas Gerais, Brasil. Engenharia Sanitária e Ambiental, 
Rio de Janeiro, v.22 n.2, p, 371-380, 2017. 
 ROGERS, J.J.W.; ADAMS, J.A.S. Thorium. In: WEDEPOHL, K.H. (Ed.) Handbook of 
Geochemistry. New York: Springer-Verlag, 1969a. v.4, cap. 90. 
ROGERS, J.J.W.; ADAMS, J.A.S. Uranium. In: WEDEPOHL, K.H. (Ed.) – Handbook of 
Geochemistry. New York: Springer-Verlag, 1969b. v.4, cap. 92. 
SHEPPARD, M. I. The Environmental Behavior of Uranium and Thorium. Whiteshell Nuclear 
Research Establishment, New York, v.12, p. 45 ,1980. 
 UNSCEAR. Sources and Effect of Ionizing Radiation. United Nations Scientific Commonittee 
on the effects of atomic Radiation, New York 2000.

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