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CLT COMENTADA Arts. 75-A a 223-A Reforma Trabalhista Lei n. 13.467/2017 Getúlio Zenit Alves Graduado em Direito e Ciências Sociais pela Universidade Paulista Docente do Instituto Brasileiro de Capacitação e Gestão - IBCG Membro da Academia Brasileira de Direito Docente da Escola Superior de Capacitação Profissional - ESCAPR © Copyright by Ozéias de Jesus dos Santos Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, sejam quais forem os meios empregados, sem autorização por escrito do autor. O infrator ficará sujeito, nos termos da Lei nº 6.895, de 17/12/80, com as alterações introduzidas pela Lei nº 9.610, de 19/02/98, à penalidade prevista nos artigos 184 e 186 do Código Penal, a saber: reclusão de um a quatro anos. Sumário TÍTULO II CAPÍTULO II-A DO TELETRABALHO Teletrabalho CAPÍTULO III DO SALÁRIO MÍNIMO SEÇÃO I DO CONCEITO Salário Mínimo Integral Salário Aquém Salário Base Cálculo do Salário Mínimo Salário Base Menor que o Salário Mínimo Salário Mínimo e Verbas Acessórias Adicional de Hora Extra Diferenças de Horas Extras – Contagem Minuto a Minuto Estado de Miserabilidade Jurídica Honorários Advocatícios Aviso-Prévio Proporcional Equiparação Salarial Estabilidade Gestante Estabilidade Provisória por Acidente de Trabalho Jornada Compensatória Gratificação, Salário e Remuneração Horas Extras e Intervalos Não Usufruídos Horas Extras – Limitação ao período em que houve labor em três turnos Nulidade de Demissão Reintegração e Convenção da OIT Adicional de Insalubridade e Base de Cálculo Adicional de Insalubridade e Agentes Biológicos Adicional de Insalubridade e efeitos da conciliação parcial Adicional de Insalubridade e Acordo Coletivo Adicional de Insalubridade – Engenheiro, Arquiteto e Químico Insalubridade – EPI incapaz de afastar as condições nocivas à saúde Adicional de Insalubridade – Limpeza de Banheiros Adicional de Insalubridade e Radiações não ionizantes Adicional de Insalubridade em grau médio e uso de fones de ouvido Adicional de Insalubridade e Integração Adicional de Transferência Descontos Salariais SEÇÃO II DAS REGIÕES, ZONAS E SUBZONAS SEÇÃO III DA CONSTITUIÇÃO DAS COMISSÕES SEÇÃO VI DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO IV SEÇÃO I DO DIREITO A FÉRIAS E DA SUA DURAÇÃO Férias e Trabalho no Período de Usufruto do Direito Férias Não Gozadas Férias Trabalhadas e Forma de Pagamento SEÇÃO II DA CONCESSÃO E DA ÉPOCA DAS FÉRIAS Férias Licença e Férias Fracionamento de Férias Competência Material da Justiça do Trabalho Férias e Diferenças Concessão de Férias após o Período Concessivo Férias Fracionadas Descontos de Dias Compensados e Férias Férias em Dobro Férias não Usufruídas e Contagem Prescricional Gozo de Após o Período Concessivo Férias Vencidas e Prescrição Férias e Ônus da Prova SEÇÃO III DAS FÉRIAS COLETIVAS SEÇÃO IV DA REMUNERAÇÃO E DO ABONO DE FÉRIAS Férias Proporcionais por Extinção do Contrato de Trabalho Integração das Horas Extras nas Férias Pagamento Extemporâneo das Férias Cálculo das Verbas Rescisórias Férias e Períodos de Afastamento Padrão salarial do trabalhador média dos meses imediatamente anteriores à concessão de férias Abono Pecuniário De Férias Terço Constitucional de Férias e Base de Cálculo Reflexo sobre aviso prévio indenizado e remuneração de férias Remuneração das férias e gratificação natalina Férias anuais e pagamento após o período concessivo Férias de Professor Gueltas e Repercussão nas Verbas Prescrição do Cálculo do º salário e férias Remuneração de Férias Posteriormente ao Usufruto Férias, º Salário e FGTS com pagamento diário Cálculos de liquidação reflexo de férias e gratificações natalinas Exceção de Incompetência em Razão do Lugar Base de Cálculo das Verbas Rescisórias Horas Extras e Integração Sobre Férias e º Salário Horas Extraordinárias e Reflexos Reflexos de Horas Extras em Férias Salários Variáveis Intervalo Intrajornada e Reflexo nas Férias Conversão de Férias em Abono Pecuniário Abono de Férias Concedido em Virtude de Acordo Coletivo Férias com / Incidência de FGTS sobre Parcela Paga no Curso do Contrato e Prescrição Trintenária Gratificação Convencional de Férias Pagamento de férias após a fruição Férias pagas e não usufruídas e pagamento em dobro Assédio Moral Litigância de Má-Fé Labor Extraordinário Acúmulo de Função Requisitos da Equiparação Salarial FGTS sobre / de férias Cálculo do Abono Pecuniário de Férias Pagamento Extrarrecibo e Ônus da Prova Dobra do Período Respectivo Férias Coletivas e Conversão Incidência da contribuição previdenciária sobre o abono de férias previsto em acordo coletivo Contribuição previdenciária / de férias incidência art. da lei / Pagamento da Remuneração das Férias Gozo de Férias na Época Própria Pagamento de Férias Após a Fruição Pagamento de Férias em Dobro e Ônus da Prova Prática Reclamação Trabalhista SEÇÃO V DOS EFEITOS DA CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO Férias Proporcionais Reversão da Justa Causa Controvérsia a respeito da causa que ensejou a ruptura contratual Verbas Rescisórias Demissão com Justa Causa e Férias Proporcionais Rescisão do Contrato de Trabalho Ausência de pagamento pelo réu na primeira audiência Suspensão do Contrato de Trabalho Despedida sem justa causa ou extinção do contrato por prazo determinado Efeitos da rescisão do contrato por prazo determinado Indevida contribuição previdenciária sobre os quinze primeiros dias de auxílio-doença Férias Proporcionais e Pedido de Demissão Justa causa e férias proporcionais Trabalhador Portuário Avulso Férias Proporcionais SEÇÃO VI DO INÍCIO DA PRESCRIÇÃO Prescrição de Férias Afastamento da Prescrição Bienal SEÇÃO VII DISPOSIÇÕES ESPECIAIS Tripulante Transferido SEÇÃO VIII DAS PENALIDADES CAPÍTULO V DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO SEÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS Fim do Livre Convencimento Motivado Infortunística e Danos Morais Lesão Auditiva Competência para edição de normas sobre insalubridade Segurança e Medicina do Trabalho Delegacias Regionais do Trabalho e Competência Acidente do Trabalho e Responsabilidade da Empregadora Ônus de provar a higidez e segurança do ambiente de trabalho Obrigação das Empresas Indenização por danos morais como Direito genuinamente trabalhista Acidente de trabalho e Ausência de fornecimento dos equipamentos de proteção individual Doença do trabalho e culpa do empregador Prescrição e Acidente de Trabalho Doença Ocupacional Doença Ocupacional Prescrição do Acidente de Trabalho Normas de Segurança e Medicina do Trabalho Acidente do Trabalho e Responsabilidade Civil Ambiente laboral inadequado às normas de higiene e segurança Caracterização Do Dano Moral Acidente do Trabalho e Ausência de Treinamento Acidente do Trabalho e Óbito do Empregado Prejudicial de Quitação e Súmula Nº DO TST Adicional de insalubridade Irregularidades Constatadas em Marmoraria Danos Sofridos Pelo Empregado Máquinas Perigosas e Inseguras Atividade de Risco e Instruções de Segurança Indenização por dano moral proveniente de infortúnio do trabalho Danos Moral e Estético de Acidente de Trabalho Deveres do Empregado Responsabilidade Subsidiária Caracterização da Justa Causa Observação das Normas de Segurança e Dever dos Empregados Fiscalização ou Orientação às Empresas SEÇÃO II DA INSPEÇÃO PRÉVIA E DO EMBARGO OU INTERDIÇÃO Cerceamento de Defesa e Prova Pericial Inspeção das Instalações Apoio ao Delegado Regional do Trabalho Dano moral e material e doença ocupacional Competência da Justiça Federal Delegado Regional do Trabalho Interdição de Setor de Serviço SEÇÃO III DOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA E DE MEDICINA DO TRABALHO NAS EMPRESAS Serviços Especializados em Segurança Obrigatoriedade da CIPA Eleições da CIPA Regulamentação Composição da CIPA Suplentes da CIPA Extinção do Estabelecimento Reintegração do Membro da CIPA Rotina Trabalhista Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA Do Objetivo Constituição da CIPA Empresas instaladas em centro comercial ou industrial Organização da CIPA Estabilidade provisória do Cipeiro Vedação de transferência do empregado Representantes da CIPA Procedimentos junto ao MTE Atribuiçõesda CIPA Obrigações do Empregador Obrigações dos Empregados Atribuições aos membros da CIPA Duas ou mais empresas no mesmo estabelecimento Informações da empresa contratante ás contratadas Funcionamento da CIPA Reuniões Decisões da CIPA Perda de Mandatos Treinamento do Cipeiro Processo Eleitoral da CIPA Comissão Eleitoral da CIPA Condições Eleitorais da CIPA Denúncias Eleitorais da CIPA Membros titulares e suplentes da CIPA SEÇÃO IV DO EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL Obrigação de Fornecer Equipamento de Proteção Individual Responsabilidade em Acidente do Trabalho e Danos Morais Trabalho em altura e não concessão de EPI Acidente do Trabalho e Condição Insegura Ambiente de Trabalho Seguro Omissão no Fornecimento Completo de EPI Prejuízo Estético Fornecimento do Aparelho de Proteção Comercialização de Equipamentos de Proteção Condições Insalubres de Trabalho – Exposição ao Frio Siderúrgica e Operador de Forno Aposentadoria espontânea e Multa de % sobre o FGTS SEÇÃO V DAS MEDIDAS PREVENTIVAS DE MEDICINA DO TRABALHO Obrigatoriedade de Exame Médico Notificação das doenças profissionais Acidente de trabalho e culpa exclusiva da vítima Exame Admissional Ausência de Exame Demissional Doença Profissional e ausência de profilaxia Exames de Admissão, Demissão e outros Doença do Trabalho e Nexo de Causalidade SEÇÃO VI DAS EDIFICAÇÕES Dimensões dos Locais de Trabalho Condições de Segurança dos Acessos ao Local de Trabalho Valoração do grau de culpa Falta de Estabilidade Empregatícia SEÇÃO VII DA ILUMINAÇÃO Iluminação Apropriada SEÇÃO VIII DO CONFORTO TÉRMICO Conforto Térmico Ambiente Climático Confortável Limites Termais do Ambiente de Trabalho SEÇÃO IX DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Instalações Elétricas SEÇÃO X DA MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais SEÇÃO XI DAS MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS Máquinas e Equipamentos Marco inicial da prescrição em indenização por danos morais e materiais em acidente de trabalho Reparos, Limpeza e Ajustes Normas sobre Proteção e Medidas de Segurança SEÇÃO XII DAS CALDEIRAS, FORNOS E RECIPIENTES SOB PRESSÃO Caldeiras, Fornos e Recipientes Sob Pressão SEÇÃO XIII DAS ATIVIDADES INSALUBRES OU PERIGOSAS Atividades ou Operações Insalubres Dever de Pagamento de Adicional de Insalubridade Adicional de Periculosidade EPI - Equipamento de Proteção Individual Perícia Opção após o Laudo Base de Cálculo Exposição Intermitente Integração Produção de Combustível Eletricistas Eletricistas - Intermitência – Pagamento Proporcional Eletricistas e Base de Cálculo Adicional de Insalubridade Indicação do Agente Nocivo na Inicial Perícia Revelia - Confissão Classificação da Atividade Faxineiro – Serviços de Limpeza Honorários Periciais EPI – Equipamento de Proteção Individual Base de Cálculo – Salário Mínimo – Remuneração Integração Acordo de Compensação em Atividades Insalubres - Pedreiro Insalubridade e Periculosidade e a não Acumulação dos Adicionais Rotina Trabalhista Adicional de Periculosidade Caracterização e classificação Valor a ser pago Trabalhador nas Instalações Elétricas Radiação ionizante e substâncias radioativas Fatores cumulativos Concomitância de periculosidade e insalubridade Extinção do Direito Efeitos pecuniários e prescrição Prática Adicional de Insalubridade com Integração das Horas Extras SEÇÃO XIV DA PREVENÇÃO DA FADIGA Prevenção da Fadiga Assentos para Postura Correta SEÇÃO XV DAS OUTRAS MEDIDAS ESPECIAIS DE PROTEÇÃO Medidas Especiais de Proteção Adicional de Periculosidade por exposição ao Raio-X Máquinas perigosas e inseguras Atividades ou Operações Perigosas SEÇÃO XVI DAS PENALIDADES Penalidades relativas à Medicina do Trabalho TÍTULO II-A DO DANO EXTRAPATRIMONIAL Danos Morais ou Extrapatrimoniais TÍTULO II CAPÍTULO II-A DO TELETRABALHO Art. 75-A. A prestação de serviços pelo empregado em regime de teletrabalho observará o disposto neste Capítulo. (Lei 13.467, de 13.07.2017) Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo. Parágrafo único. O comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho. Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado. (Lei 13.467, de 13.07.2017) § 1o Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual. § 2o Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo contratual. Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito. (Lei 13.467, de 13.07.2017) Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a remuneração do empregado. Art. 75-E. O empregador deverá instruir os empregados, de maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes de trabalho. Parágrafo único. O empregado deverá assinar termo de responsabilidade comprometendo-se a seguir as instruções fornecidas pelo empregador. Teletrabalho É o trabalho remoto ou Home Office. Trata-se do trabalho do empregado realizado em sua residência. Deve haver contrato com descrição de tudo que será desenvolvido na residência do empregado, a título de trabalho para a empresa. A consolidação das Leis do Trabalho, com as alterações da Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, estabelece que: “TELETRABALHO Art. 75-A. A prestação de serviços pelo empregado em regime de teletrabalho observará o disposto neste Capítulo. (Lei 13.467, de 13.07.2017) Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo. Parágrafo único. O comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho. Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado. (Lei 13.467, de 13.07.2017) § 1o Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual. § 2o Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo contratual. Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito. (Lei 13.467, de 13.07.2017) Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a remuneração do empregado. Art. 75-E. O empregador deverá instruir os empregados, de maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes de trabalho. Parágrafo único. O empregado deverá assinar termo de responsabilidade comprometendo-se a seguir as instruçõesfornecidas pelo empregador.” O legislador, na Lei n. 13.467, de 13 de julho de 2017, permite a transferência dos ônus ao empregado que labora em regime de teletrabalho, pois possibilita que seja previsto em contrato escrito que o empregado tenha a responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto. Na relação empregatícia, o ônus do empreendimento deve ser do empregador, cabendo ao empregado a disponibilização da sua força de trabalho, não se devendo repassar a responsabilidade pela aquisição e manutenção dos equipamentos para o trabalhador. Com a mantença desse dispositivo, será comum a determinação em contrato para que o empregado compre todo o material e equipamentos necessários para o desenvolvimento de seu trabalho, a exemplo de computadores, impressoras, programas de computador, etc., o que não pode ser permitido, sob pena de se inverter toda a lógica do direito do trabalho. De outro lado, ao empregador não deve ser atribuída tão somente a obrigação de instruir formalmente seus empregados, ainda que de forma expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes de trabalho, devendo, sim, ser responsável pelo efetivo treinamento e capacitação do trabalhador quanto ao uso correto dos equipamentos, especialmente com relação a normas de ergonomia, e pela fiscalização do cumprimento dessas normas de saúde e segurança no trabalho. Caberá à empresa assumir os custos de equipamentos, água e energia do empregado, ou seja, tudo que envolver o desenvolvimento do trabalho em home office. CAPÍTULO III DO SALÁRIO MÍNIMO SEÇÃO I DO CONCEITO Art. 76 - Salário mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, e capaz de satisfazer, em determinada época e região do País, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. Art. 77 - Revogado pela Le nº 4.589, de 12-11-64. Art. 78 - Quando o salário for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou peça, será garantida ao trabalhador uma remuneração diária nunca inferior à do salário mínimo por dia normal da região, zona ou subzona. Parágrafo único. Quando o salário-mínimo mensal do empregado a comissão ou que tenha direito a percentagem for integrado por parte fixa e parte variável, ser-lhe-á sempre garantido o salário-mínimo, vedado qualquer desconto em mês subsequente a título de compensação. Art. 79 - (Revogado pelo Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 80 - (Revogado pela Lei 10.097, de 2000) Art. 81 - O salário mínimo será determinado pela fórmula Sm = a + b + c + d + e, em que “a”, “b”, “c”, “d” e “e” representam, respectivamente, o valor das despesas diárias com alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte necessários à vida de um trabalhador adulto. § 1º - A parcela correspondente à alimentação terá um valor mínimo igual aos valores da lista de provisões, constantes dos quadros devidamente aprovados e necessários à alimentação diária do trabalhador adulto. § 2º - Poderão ser substituídos pelos equivalentes de cada grupo, também mencionados nos quadros a que alude o parágrafo anterior, os alimentos, quando as condições da região, zona ou subzona o aconselharem, respeitados os valores nutritivos determinados nos mesmos quadros. § 3º - O Ministério do Trabalho, Industria e Comercio fará, periodicamente, a revisão dos quadros a que se refere o § 1º deste artigo. Art. 82 - Quando o empregador fornecer, in natura, uma ou mais das parcelas do salário mínimo, o salário em dinheiro será determinado pela fórmula Sd = Sm - P, em que Sd representa o salário em dinheiro, Sm o salário mínimo e P a soma dos valores daquelas parcelas na região, zona ou subzona. Parágrafo único - O salário mínimo pago em dinheiro não será inferior a 30% (trinta por cento) do salário mínimo fixado para a região, zona ou subzona. Art. 83 - É devido o salário mínimo ao trabalhador em domicílio, considerado este como o executado na habitação do empregado ou em oficina de família, por conta de empregador que o remunere. Enunciado 228: ‘’O percentual do adicional de insalubridade incide sobre o salário-mínimo de que cogita o artigo setenta e seis da CLT’’. Salário Mínimo Integral Entende-se o salário mínimo como garantia constitucional irrenunciável e indisponível, seguindo, sua fixação, um critério subjetivo de atendimento das necessidades básicas do trabalhador e de sua família. Salário Aquém Salário aquém dá-se com infringência do art. 7º, IV, da lex legum e do art. 76 da CLT. Ocorrendo o reconhecimento da ilegalidade é obrigação do ente público ou privado complementar o que não foi pago corretamente. Salário Base Não há que se confundir remuneração com salário base. As gratificações ajustadas ou habitualmente pagas por liberalidade integram a remuneração. Não compõem, todavia, o salário base de forma a desobrigar o empregador da paga do salário mínimo legal. A única excludente permitida por lei, diz respeito as comissões, sempre garantindo o salário mínimo ou comissionista. (Aplicabilidade dos arts. 7º, IV, da Constituição da República e 76, 78 e 457 da Consolidação das Leis do Trabalho). Cálculo do Salário Mínimo Para se saber se determinado empregado recebe ou não o salário-mínimo, deve-se levar em conta apenas o denominado salário básico, e não as demais parcelas pagas pelo empregador que possuam natureza salarial, eis que nos termos do artigo 76 da CLT, o salário-mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, conceituação que se insere naquela se extrai do artigo 457 da CLT, segundo a qual o salário básico é a importância fixa paga diretamente pelo empregador ao empregado, como contraprestação do serviço por este realizado. De conformidade com o disposto no § 1º do artigo 457, ao dispor que as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador integram o salário, não elastece a conceituação do salário básico e, por via de consequência, do salário-mínimo. Referidas parcelas, não obstante se integrem ao salário básico, por expressa disposição de lei, com ele não se confundem, nem, tampouco, nele se diluem. E isto porque a integração em exame tem por escopo apenas conferir natureza salarial às referidas parcelas, que, por possuírem o seu valor calculado sobre o salário básico, a ele não se incorporam em hipótese alguma. Salário Base Menor que o Salário Mínimo O legislador estabeleceu que salário é o conjunto de pagamentos feitos pelo empregador ao empregado em decorrência do contrato de trabalho, seja como contraprestação do serviço, seja em razão da disponibilidade do trabalhador, das interrupções contratuais ou por força de lei, o que não atenta contra a definição de salário mínimo, encontrada no art. 76 da CLT, nem é incompatível com o disposto no art. 7º, inciso IV, da Constituição Federal. Sendo o salário pago em valor superior ao mínimo assegurado, considerada a soma de todas as parcelas que o compõem e que possuem natureza salarial, a garantia constitucional está sendo respeitada e a conceituação de salário mínimo observada. Salário Mínimo e Verbas Acessórias Valer-se de verbas acessórias como gratificação, comissões, gorjetas, etc, para composição do salário mínimo, representa grave violação do inciso IV do art. 7º da CF, que assegura salário mínimo como contraprestação mínima devida pelo empregador a todo trabalhador. Mesmo que as gratificações percebidas pelos reclamantes ao longo do contrato de trabalho tenham natureza salarial (§ 1º, do art. 457 da CLT), pagas de forma habitual, elas não servem para compor o salário mínimo conceituado no art. 76 da CLT, eis que não passam de verbas acessórias pagas por liberalidade do empregador. Adicional de Hora Extra Tem-se por regular o regime compensatóriode jornada com a supressão do labor nos sábados, adotado pelas partes desde o nascedouro do pacto, já que previsto nos instrumentos normativos da categoria profissional da autora, incidindo à espécie a orientação jurisprudencial do Enunciado nº 349 do TST. Diferenças de Horas Extras – Contagem Minuto a Minuto Adota-se, no particular, o entendimento do Enunciado nº 19 do TRT da 4ª Região, no sentido de que devem ser excluídos, desde que não excedidos, os cinco minutos que antecedem e sucedem os registros de horário no cartão- ponto. Assim, na apuração das diferenças de horas extras, deverá seja observado o critério estabelecido naquele verbete. Provê-se parcialmente o recurso. No que se refere a contagem minuto a minuto, não se tem como trabalho extraordinário os poucos minutos que antecedem ou sucedem à normal jornada do empregado, até o limite de cinco minutos, conquanto não tenha havido prestação de trabalho além desse lapso temporal. Os poucos minutos anteriores e posteriores ao momento próprio para registro do horário no cartão- ponto, apenas quando não excedentes de cinco, devem ser desprezados no cômputo da jornada, não podendo ser considerados como labor extraordinário. Enunciado nº 19 SJ/TRT 4ª Região. Estado de Miserabilidade Jurídica O estado de miserabilidade jurídica é circunstância não sujeita à mera presunção – exigência do art. 14, § 1º, da lei nº 5584/70 – de maneira que diante das exigências ditadas pela Lei nº 5584/70, (art. 14, § 1º) para concessão do benefício de assistência judiciária na Justiça do Trabalho, o estado de miserabilidade jurídica não pode ser simplesmente presumido. Trata-se de ônus probatório imposto ao trabalhador que demanda sob patrocínio do sindicato da categoria profissional. Honorários Advocatícios No processo do trabalho, mesmo na vigência da Constituição Federal de 1988, é incabível a condenação em honorários advocatícios quando não atendidos os requisitos de que trata o artigo 14 da Lei nº 5.584/70. Na Justiça do Trabalho, o benefício da assistência judiciária é concedido quando preenchidos os requisitos da Lei nº 5.584/70. Presentes os pressupostos legais, é devida a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, na forma de benefício assistencial. Aviso-Prévio Proporcional Conquanto decorra da inteligência do que rezado no art. 7º, XXI, da CF, é direito que tem no próprio princípio maior definida a sua prisão à norma de eficácia contida, instituído que foi em dependência à regulamentação em lei. Salvo disposição coletiva ou contratual, é devido, na ausência de lei a regulamentá-lo, no limite mínimo constitucionalmente estabelecido. Equiparação Salarial No que se refere a servidor estatutário e equiparação com servidor celetista, os servidores públicos estutários não têm direito a percepção de salário mínimo profissional, nos termos do art. 13 do Decreto-Lei nº 1.820/80. O adicional de insalubridade tem incidência sobre o salário mínimo de que trata o art. 76 da CLT (art. 192 da CLT) e não sobre o salário mínimo profissional da categoria. Desta maneira, os servidores celetistas não tinham o direito de percepção do adicional de insalubridade sobre o salário mínimo profissional (Súmulas ns 187/TRF, 307/STF e 228/TST). Estabilidade Gestante A empregada gestante tem assegurado o direito ao emprego a partir do momento em que confirmada sua gravidez até cinco meses após o parto. Assim, sendo despedida injustamente, faz jus à reintegração. Entretanto, havendo recusa e existindo previsão expressa em Convenção Coletiva, que o retorno ao trabalho deve ocorrer em noventa dias, contados da data da concessão do aviso prévio, sob pena de nada mais poder postular, não se há falar em estabilidade provisória. Estabilidade Provisória por Acidente de Trabalho A estabilidade provisória confere ao empregado despedido imotivadamente o direito à reintegração no emprego com o pagamento dos salários vencidos. Inviabilizada esta, pelo decurso do tempo, faz jus o trabalhador ao pagamento dos salários do período. Jornada Compensatória É regular a adoção do regime de compensação de horário em atividade insalubre quando facultado em acordo ou convenção coletiva de trabalho. O que não ocorre na espécie. Aplicação do Enunciado nº 7 desta Corte Trabalhista. Gratificação, Salário e Remuneração Conforme estabelece o artigo 76 da CLT, salário mínimo é a contraprestação mínima devida pelo empregador a todo trabalhador. Remuneração consiste no montante recebido pelo empregado, incluindo-se o salário, gorjetas, comissões, gratificações, etc., significando que o conceito de remuneração é mais amplo do que o conceito de salário, motivo pelo qual o art. 478 da CLT refere-se à remuneração para efeito de indenização. Portanto, o salário vital, assim entendido o salário mínimo, sem o qual ninguém pode viver, não pode ser complementado por outras verbas, tais como, gratificações, comissões, gorjetas, etc., sob pena de restar configurada, ainda que indiretamente, violação à garantia constitucional de que trata o art. 7º, inciso IV, da CF. Horas Extras e Intervalos Não Usufruídos De conformidade com o disposto no § 4º do artigo 71 DA CLT, a não concessão do intervalo de quinze minutos para o empregado sujeito à jornada de 6 horas gera o direito ao recebimento da hora mais o adicional, e não apenas a hora. O § 4º do art. 71 da CLT, ao determinar o acréscimo de 50% sobre a hora normal, não está dispondo ser devido apenas o adicional, mas prevendo a forma de cálculo da hora do intervalo não usufruído. Horas Extras – Limitação ao período em que houve labor em três turnos Tendo em vista a vontade do legislador no que concerne à determinação da jornada reduzida no caso dos turnos ininterruptos de revezamento, que foi a de proteger o Obreiro contra os malefícios decorrentes do rodízio de horários de trabalho, pouco importa se o Obreiro trabalhou em dois ou em três dos turnos existentes na Empresa, bastando a verificação dos prejuízos decorrentes da alternância de horários de trabalho, para que faça jus ao recebimento das horas excedentes da sexta como extras. Nulidade de Demissão A exigência da assistência sindical quando das demissões, em se tratando de empregado com mais de um ano de casa (par. 1º do art. 477 da CLT), importa em requisito de forma essencial à validade do ato. Não havendo a assistência sindical, a demissão do empregado é nula e, em decorrência, ineficaz. Nestes casos considera-se a despedida sem justa causa, inclusive quanto à multa pelo atraso no pagamento das parcelas rescisórias. Reintegração e Convenção 158 da OIT É inviável juridicamente a reintegração com base na Convenção nº 158 da OIT, de empregado não detentor de estabilidade ou garantia de emprego, despedido imotivadamente. \ Referida Convenção é inaplicável porque, do ponto de vista material, sua introdução no cenário jurídico nacional já se deu maculada por vício de inconstitucionalidade, visto ter sido instituída por Decreto Presidencial quando, por disposição expressa da Carta Magna, a incorporação de Convenção Internacional ao direito pátrio tratando de garantia de emprego necessita de regulamentação por meio de Lei Complementar. O inciso I do art. 7º da Constituição Federal não deixa margem à dúvida a respeito, e a indenização compensatória em razão da despedida arbitrária ou imotivada está fixada no inciso I do artigo 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. A orientação traçada pela Convenção em apreço colide com os dispositivos legais em referência. Adicional de Insalubridade e Base de Cálculo De conformidade com o disposto no artigo 192, da CLT, o adicional de insalubridade tem por base de cálculo o salário mínimo, destacando que a base de cálculo reside no salário mínimo, a teor do art. 76 da CLT e Enunciado nº 228 do TST. Ademais, o art. 192 da CLT se refere ao salário mínimo da região. Quanto à base de cálculo, se tem entendido que o art. 7º, inciso XXIII, remete sua regulamentação à lei ordinária, de maneiraque a nova ordem constitucional em nada alterou o critério de pagamento da vantagem em questão, que permaneceu sendo efetuada com base no piso nacional de salário de salário e, após, sobre o salário mínimo, nos termos dos artigos 76 e 192 da CLT. A Carta Magna de 1988 não alterou a regra para o cálculo do adicional de insalubridade, uma vez que o inciso XXIII, do art. 7º não determinou a incidência da verba sobre a remuneração, referindo-se a “adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres, ou perigosas, na forma da lei” (grifei). Inexistente lei complementar regulamentando o referido inciso constitucional, o parâmetro é aquele fixado pelo art. 192 da CLT, qual seja, o salário mínimo de que cogita o art. 76 da CLT, cabendo enfatizar que o referido procedimento não encontra qualquer óbice no inciso IV, do art. 7º, da Carta Política, pois a vedação ali prevista diz respeito à vinculação do salário mínimo como fator de indexação, não afastando a sua incidência sobre os direitos trabalhistas assegurados legalmente, tal como o adicional de insalubridade. Os Tribunais consubstanciados na inteligência do enunciado 228 do c. Tribunal Superior do Trabalho, pacificaram a questão acerca da base de cálculo do adicional de insalubridade como sendo o salário mínimo de que cogita o art. 76 da CLT, e não o salário contratual do empregado. A propalada desvinculação constante do inc. IV do art. 7º da atual Carta Magna refere-se à sua utilização como parâmetro com o fito de obter eventuais reajustes ou vantagens salariais, não havendo que se falar em sua revogação no tocante ao cálculo do adicional de insalubridade. O art. 7º XXII, da Constituição da República, que prevê “adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei”, assegura aos trabalhadores o direito ao cálculo do adicional de insalubridade sobre a remuneração. O dispositivo apenas alude à natureza da verba – salarial e não indenizatória – deixando para o legislador infraconstitucional a regulamentação desse direito trabalhista. As normas da CLT, nesse particular, foram recepcionadas pela nova ordem constitucional, de modo que o art. 76 da CLT encontra-se em plena vigência e ainda prevalece o entendimento do Enunciado 228 do TST. Adicional de Insalubridade e Agentes Biológicos O adicional de insalubridade, no que tange a agentes biológicos, em se tratando de limpeza de vasos sanitários, estes devem ser considerados como a porção inicial de sistema de esgoto cloacal, estando a trabalhadora em contato e exposta, permanentemente, aos agentes biológicos em esgotos, eis que a insalubridade por agentes biológicos é inerente à atividade. Tratando-se de coleta do lixo urbano, esta compreende o labor não somente dos garis, os quais recolhem qualquer tipo de lixo, mas também dos serventes de limpeza, sendo que o Anexo 14 da NR-15 enquadra como insalubres em grau máximo as atividades que envolvem manipulação com lixo urbano. Adicional de Insalubridade e efeitos da conciliação parcial A conciliação efetivada entre as partes, acerca da existência de direito ao adicional de insalubridade, importa em efeito declaratório, não afastando a obrigação do juízo de apreciar o pedido condenatório constante da petição inaugural. Constatado o pagamento desse adicional, no grau convencionado, ao longo do contrato de trabalho, tal pedido é improcedente. Adicional de Insalubridade e Acordo Coletivo Tratando-se de base de cálculo prevista em acordo coletivo, deve ser considerado válido o instrumento coletivo que fixou, sem qualquer efeito retroativo, como base de cálculo para pagamento do adicional de insalubridade, o salário mínimo mencionado no artigo setenta e seis da CLT. Adicional de Insalubridade – Engenheiro, Arquiteto e Químico A base de cálculo, conforme a jurisprudência sumulada do egrégio TST, o adicional de insalubridade do empregado que aufere salário mínimo profissional previsto em lei ou convenção incide sobre o salário mínimo de que cogita o artigo setenta e seis da CLT (súmula duzentos e vinte e oito do TST). Insalubridade – EPI incapaz de afastar as condições nocivas à saúde Faz jus o obreiro ao adicional de insalubridade quando comprovado que o EPI fornecido, ainda que possuidor de certificado de aprovação fornecido pelo Ministério do Trabalho, não se mostrava adequado à atividade e às condições de trabalho, conforme conclusão do laudo pericial. Adicional de Insalubridade – Limpeza de Banheiros Não se equipara o trabalho de limpeza de banheiros nas dependências de uma creche ao contato permanente com “esgotos (galerias e tanques)” e “lixo urbano (coleta e industrialização)”, classificados como insalubres em grau máximo, nos termos do Anexo 14 da NR-15 da Portaria MTb nº 3.214/78. Competência da Justiça do Trabalho, tendo a determinação amparo no art. 44 da Lei 8.212/91, no Provimento nº 2 da Corregedoria do TST, bem como no art. 3º, parágrafo 4º, da Instrução Normativa nº 66 da Secretaria da Receita Federal, de 21.12.95.” O serviço de limpeza de banheiros e vasos sanitários de uso comum dos empregados, bem como o recolhimento de lixo dos sanitários e de resíduos de instituição educativa-hospitalar veterinária, expõe o trabalhador a risco iminente de contágio a várias e imprevisíveis doenças. Os sanitários são definidos como o primeiro recipiente do esgoto cloacal, natural repositório de excrementos humanos, em similitude analógica perfeita com o lixo urbano gerador de insalubridade máxima. Afora isso, o lixo recolhido em instituição educativa- hospitalar veterinária expõe o empregado a agentes biológicos, tais como sangue, ossos e dejetos de animais, em evidente risco de contágio por agentes infecciosos. Em ambas as hipóteses, há incidência do art. 192 da CLT, regulamentado pela Portaria 3.214/78, no Anexo 14 da NR 15. Adicional de Insalubridade e Radiações não ionizantes Por meio de laudo pericial se esclarece quando o trabalho do se dá em condições insalubres e em que grau, quando do desempenho de tarefas inerentes à função de oficial de telecomunicação que consistiam em efetuar em sistemas irradiantes (antenas e cabos), incluindo sistemas de iluminação, manutenção em rádio UHF e consertos e substituição de irradiadores de ondas (torres de microondas). O anexo 07 da NR 15 da Portaria 3.214/78 classifica como insalubre em grau médio as tarefas realizadas nestas condições. Adicional de Insalubridade em grau médio e uso de fones de ouvido Provado o uso de fones de ouvido, faz jus o trabalhador ao adicional de insalubridade em grau médio, nos termos do Anexo nº 13 da NR 15, item “Operações diversas”. Adicional de Insalubridade e Integração A base de cálculo do adicional de insalubridade e o salário mínimo que cogita o artigo setenta e seis da CLT, consoante enunciado duzentos e vinte e oito desta corte, sendo que o adicional de insalubridade integra a remuneração do obreiro para todos os fins, porquanto possui natureza salarial, na medida em que seu objetivo é recompensar com maior valor o trabalho insalubre, mais penoso. Adicional de Transferência Havendo prova de que o empregado solicitou a transferência e que esta se revestiu de definitividade, não há direito ao adicional de transferência, devido somente nas hipóteses de transferência com caráter transitório. Descontos Salariais Os descontos realizados com autorização do obreiro são lícitos, não infringindo a norma do artigo 462 da CLT, se não provado qualquer vício do ato jurídico. Entendimento consubstanciado no Enunciado 342 do TST. Jurisprudência: Ementa: RECURSO ORDINÁRIO 1 - LEI MUNICIPAL. REGIME JURÍDICO ÚNICO. PUBLICAÇÃO. VALIDADE. EFICÁCIA. De conformidade com o entendimento contido na Súmula nº 01 do Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região, somente de admitir, como válida e eficaz, lei que instituir RJU , quando sua publicação houver sido feita em órgão oficial, nos termos do art. 1º da LICC. 2 - SALÁRIO MÍNIMO. O salário mínimo integral é a contraprestação mínimadevida a todo trabalhador por dia normal de serviço (Art. 76 CLT ); assim considerada a jornada de 8 (oito) horas diárias (artigo 58 CLT ); donde se concluir pela legalidade do pagamento proporcional às horas trabalhadas. Recurso Ordinário conhecido e parcialmente provido. (TRT-7 - RECURSO ORDINÁRIO RO 967009620075070026 CE 0096700-9620075070026 (TRT-7) Data de publicação: 17/04/2009) Ementa: RECURSO ORDINÁRIO 1 - FAZENDA PÚBLICA. REMESSA DE OFÍCIO. Não está sujeito ao duplo grau de jurisdição a condenação proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público, de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos (artigo 475, § 2º, CPC). 2 - SALÁRIO MÍNIMO. O salário mínimo integral é a contraprestação mínima devida a todo trabalhador por dia normal de serviço (Art. 76 CLT); assim considerada a jornada de 8 (oito) horas diárias (artigo 58 CLT ); donde se concluir pela legalidade do pagamento proporcional às horas trabalhadas. (TRT-7 - REMESSA DE OFÍCIO E RECURSO ORDINÁRIO RECORD 158200802607000 CE 00158/2008-026-07-00-0 (TRT-7) Data de publicação: 11/05/2009) Ementa: JUSTA CAUSA. ATO DE IMPROBIDADE. APLICAÇÃO DO ART. 82, a, DA CLT. Caracteriza-se como ato de improbidade, a ensejar a aplicação da dispensa por justa causa, com amparo na alínea a do art. 482 da CLT, todo aquele que macular a fidúcia depositada pelo empregador no seu empregado, mormente quando esse mesmo empregado, comprovadamente, induziu cliente da sua empresa a assinar um contrato de compra de dívida de outra empresa, que não a reclamada, quando, na verdade, tal cliente deveria ter firmado contrato com esta, restando caracterizado, assim, o descumprimento da reclamante para com seu dever de boa conduta e lealdade. (TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00010571620125010055 RJ (TRT-1) Data de publicação: 10/12/2013) SEÇÃO II DAS REGIÕES, ZONAS E SUBZONAS Art. 84 - Para efeito da aplicação do salário mínimo, será o país dividido em 22 regiões, correspondentes aos Estados, Distrito Federal e Território do Acre. (Revogado pela Lei n. 13.467, de 13.07.2017) Parágrafo único. Em cada região, funcionará uma Comissão de Salário Mínimo, com sede na capital do Estado, no Distrito Federal e na sede do governo do Território do Acre. Art. 85 (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 86 - Sempre que, em uma região ou zona, se verifiquem diferenças de padrão de vida, determinadas por circunstâncias econômicas de caráter urbano, suburbano, rural ou marítimo, poderá o Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, mediante proposta da respectiva Comissão de Salário Mínimo e ouvido o Serviço de Estatística da Previdência e Trabalho, autorizá-la a subdividir a região ou zona, de acordo com tais circunstâncias. (Revogado pela Lei n. 13.467, de 13.07.2017) § 1º Deverá ser efetuado, também em sua totalidade, e no ato da entrega da declaração, o pagamento do imposto devido, quando se verificar a hipótese do Art. 52. § 2º Enquanto não se verificarem as circunstâncias mencionadas neste artigo, vigorará nos municípios que se criarem o salário-mínimo fixado para os municípios de que tenham sido desmembrados. § 3º No caso de novos municípios formados pelo desmembramento de mais de um município, vigorará neles, até que se verifiquem as referidas circunstâncias, o maior salário-mínimo estabelecido para os municípios que lhes deram origem. Nos termos do disposto no inciso IV do art. 7º da Constituição Federal, a remuneração mínima passa a ser uma só em todo o Território brasileiro. As consequências econômicas e sociais da medida ainda não foram bem avaliadas em razão do desigual desenvolvimento nacional e global. Urge salientar que os arts. 84 e 85 já tinham sido revogados pelo Dec.-lei n. 2.351, de 7.8.87, quando da instituição do Piso Nacional de Salário, o que se confirmou com o advento da Constituição Federal de 1988. No que se refere ao artigo 86, da CLT, foi criado o salário mínimo nacional, com a Lei nº 6.708/79 e também o Decreto nº 89.589/84, sobre o salário mínimo nacional. A redação do Decreto-Lei n. 2.351, De 7 de Agosto de 1987, revogado pela Lei n. 11.321 de 2006, é a seguinte: “Art. 1º Fica instituído o Piso Nacional de Salários, como contra-prestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador, como tal definido na Consolidação das Leis do Trabalho, a todo trabalhador, por dia normal de serviço. 1º O valor inicial do Piso Nacional de Salários será de CZ$1.970,00 (um mil novecentos e setenta cruzados) mensais. 2º O valor do Piso Nacional de Salários será reajustado em função do disposto no caput deste artigo e da conjuntura sócio-econômica do País, mediante decreto do Poder Executivo, que estabelecerá a periodicidade e os índices de reajustamento. 3º Ao reajustar o Piso Nacional de Salários, o Poder Executivo adotará índices que garantam a manutenção do poder aquisitivo do trabalhador e proporcionem seu aumento gradual. Art. 2º O salário mínimo passa a denominar-se Salário Mínimo de Referência. 1º Ficam vinculados ao Salário Mínimo de Referência todos os valores que, na data de publicação deste decreto-lei, estiverem fixados em função do valor do salário mínimo, especialmente os salários profissionais de qualquer categoria, os salários normativos e os pisos salariais fixados em convenção ou acordo coletivo de trabalho, bem assim salários, vencimentos, vantagens, soldos e remunerações em geral de servidores públicos civis e militares da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios e respectivas autarquias e, ainda, pensões e proventos de aposentadoria de qualquer natureza, penalidades estabelecidas em lei, contribuições e benefícios previdenciários e obrigações contratuais ou legais. 2º O valor do Salário Mínimo de Referência é de CZ$1.969,92 (um mil novecentos e sessenta e nove cruzados e noventa e dois centavos) mensais. 3º O Salário Mínimo de Referência será reajustado em função da conjuntura sócio-econômica do País, mediante decreto do Poder Executivo, que estabelecerá a periodicidade e os índices de reajustamento. 4º Ao reajustar o Salário Mínimo de Referência, o Poder Executivo adotará índices que garantam a manutenção do poder aquisitivo dos salários. Art. 3º Será nula, de pleno direito, toda e qualquer obrigação contraída ou expressão monetária estabelecida com base no valor ou na periodicidade ou índice de reajustamento do Piso Nacional de Salários. Art. 4º A expressão “salário mínimo”, constante da legislação em vigor, entende-se como substituída por: I - Piso Nacional de Salários, quando utilizada na acepção do caput do art. 1º deste decreto-lei; e II - Salário Mínimo de Referência, quando utilizada na acepção de índice de atualização monetária ou base de cálculo, de obrigação legal ou contratual. Art. 5º Este decreto-lei entrará em vigor na data de sua publicação. Art. 6º Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 7 de agosto de 1987; 166º da Independência e 99º da República. JOSÉ SARNEY” SEÇÃO III DA CONSTITUIÇÃO DAS COMISSÕES Art. 87 a 116 (Revogados pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) SEÇÃO VI DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 117 - Será nulo de pleno direito, sujeitando o empregador às sanções do Art. 120, qualquer contrato ou convenção que estipule remuneração inferior ao salário mínimo estabelecido na região, zona ou subzona, em que tiver de ser cumprido. Art. 118 - O trabalhador a quem for pago salário inferior ao mínimo terá direito, não obstante qualquer contrato ou convenção em contrário, a reclamar do empregador o complemento de seu salário mínimo estabelecido na região, zona ou subzona, em que tiver de ser cumprido. Art. 119 - Prescreve em 2 (dois) anos a ação para reaver a diferença, contados, para cada pagamento, da data em que o mesmo tenha sido efetuado. Art. 120 - Aquele que infringir qualquer dispositivo concernente ao salário mínimo será passível da multa de cinquenta e dois mil cruzeiros, elevada ao dobro na reincidência. Art. 121 - (Revogadopelo Decreto-Lei nº 229, de 28.2.1967) Art. 122 e 123 (Revogados pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 124 - A aplicação dos preceitos deste Capítulo não poderá, em caso algum, ser causa determinante da redução do salário. Art. 125 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 126 - O Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, expedirá as instruções necessárias à fiscalização do salário mínimo, podendo cometer essa fiscalização a qualquer dos órgãos componentes do respectivo Ministério, e, bem assim, aos fiscais dos Institutos de Aposentadoria e Pensões na forma da legislação em vigor. Art. 127 - (Revogado pelo Decreto-Lei nº 229, de 28.2.1967) Art. 128 - (Revogado pelo Decreto-Lei nº 229, de 28.2.1967) - Art. 7° CF, IV. - OJ SDI-1 n. 272 do TST. - Súmulas do STF: 199 e 204. De conformidade com o disposto no artigo 117 supra, verifica-se que a nulidade refere-se a cláusula do contrato individual de trabalho ou norma coletiva, ou seja, açodo ou convenção que deixa de observar o mínimo estabelecido pelo art. 7º , IV, da Carta Constitucional unificado a nível nacional. Pode haver redução salarial por meio de negociação coletiva, nos termos do artigo 7º, IV, da Constituição Federal, todavia, não se admite a instituição de salário inferior ao mínimo legal por outro meio. A hermenêutica aponta a interpretação da referida norma pelo método sistemático, eis que se busca a garantia mínima mensal para que sejam atendidas as necessidades vitais básicas, o que deve ser irredutível. O legislador ao se referir a remuneração, a qual é composta por salários e gorjetas, nos termos do artigo 457 da CLT. Impende salientar que gorjetas não entram no cálculo do salário mínimo, em razão de serem pagas por terceiros. A utilização do termo pelo legislador, referiu-se a todas as verbas pagas pelo empregador, como o salário base de os demais adicionais, conforme a Súmula Vinculante n. 16 do ST e Orientação Jurisprudencial n. 272 da SDI-1 do TST. Nos termos do artigo 118, da CLT, no caso de haver pagamento inferior ao mínimo legal, abre oportunidade para o empregado pleitear a diferença salarial respectiva ou que o contrato seja rescindido de forma indireta, nos termos do artigo 483, d, da CLT. No caso de haver instrumento coletivo, este poderá ser questionado pelo manuseio de ação anulatória. De conformidade com o disposto no artigo 119, da CLT, prescreve em 2 (dois) anos a ação para reaver a diferença, contados, para cada pagamento, da data em que o mesmo tenha sido efetuado, todavia, com o advento da Constituição Federal de 1988, tal dispositivo não foi por ela recepcionado. Qualquer direito trabalhista deve obedecer as regras estabelecidas no artigo 7º, XXIX, da Constituição Federal, que estabelece que ação, quanto aos direitos de créditos resultantes de relação de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. Havendo rescisão do contrato trabalhista, poderá o empregado ajuizar sua ação em dois anos e reclamar os últimos cinco contados da distribuição. No caso do contrato estar em vigor, a reclamação alcançará os últimos cinco anos de trabalho, também contados da distribuição. Entra no caçulo do prazo prescricional, o aviso prévio, inclusive o indenizado., consoante se estabelece no art. 487, da CLT e Orientação Jurisprudencial 83 da SDI-1 do TST. De conformidade com o disposto no artigo 20, da CLT, aquele que infringir qualquer dispositivo concernente ao salário mínimo será passível da multa de cinquenta e dois mil cruzeiros, elevada ao dobro na reincidência, de maneira que as multas trabalhistas foram elevadas ao triplo e convertidas em BTN, nos termos do artigo 2º, da Lei n. 7.855/89. No entanto, a BTN restou extinta pela Lei n. 8.177/91. Atualmente vemos no Ministério do Trabalho e Emprego que a fiscalização do trabalho impõe multas de R$ 40,25 a R$ 1.227,06 por violações de dispositivos da CLT que tratam do salário-mínimo. Nos termos do artigo 126, da CLT, a fiscalização do trabalho no território nacional é exercida pelos auditores- fiscais do trabalho, conforme estabelece o artigo 11, da Lei n. 10.593/2002. CAPÍTULO IV SEÇÃO I DO DIREITO A FÉRIAS E DA SUA DURAÇÃO Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração. Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes; II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas; III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas; IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas. § 1º - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao serviço. § 2º - O período das férias será computadao, para todos os efeitos, como tempo de serviço. Art. 130-A. Na modalidade do regime de tempo parcial, após cada período de doze meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: (Revogado pela Lei n. 13.467, de 13.07.2017) I - dezoito dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte e duas horas, até vinte e cinco horas; II - dezesseis dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte horas, até vinte e duas horas; III - quatorze dias, para a duração do trabalho semanal superior a quinze horas, até vinte horas; IV - doze dias, para a duração do trabalho semanal superior a dez horas, até quinze horas; V - dez dias, para a duração do trabalho semanal superior a cinco horas, até dez horas; VI - oito dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a cinco horas. Parágrafo único. O empregado contratado sob o regime de tempo parcial que tiver mais de sete faltas injustificadas ao longo do período aquisitivo terá o seu período de férias reduzido à metade. Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo anterior, a ausência do empregado: I - nos casos referidos no Art. 473; Il - durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto, observados os requisitos para percepção do salário-maternidade custeado pela Previdência Social; III - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, excetuada a hipótese do inciso IV do Art. 133; IV - justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o desconto do correspondente salário; V - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido; e VI - nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipótese do inciso III do Art. 133. Art. 132 - O tempo de trabalho anterior à apresentação do empregado para serviço militar obrigatório será computado no período aquisitivo, desde que ele compareça ao estabelecimento dentro de 90 (noventa) dias da data em que se verificar a respectiva baixa. Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo: I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subsequentes à sua saída; II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias; III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos. § 1º - A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social. § 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o implemento de qualquer das condiçõesprevistas neste artigo, retornar ao serviço. § 3º - Para os fins previstos no inciso III deste artigo a empresa comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim da paralisação total ou parcial dos serviços da empresa, e, em igual prazo, comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria profissional, bem como afixará aviso nos respectivos locais de trabalho. § 4º (Vetado) (Incluído pela Lei nº 9.016, de 30.3.1995) Férias e Integrações de Horas Extras Tanto as férias como o 13º salário são vantagens devidas pelo valor da remuneração que fizer jus o empregado no mês de seu pagamento (CLT, arts. 129 e 142 – Lei 4.090/62, art. 1º, § 1º). O valor das horas extras, que é pago em razão da sujeição do empregado a tempo diário de trabalho superior ao que obrigado por lei, e/ou pelo contrato, em proveito do empregador, além de compor a remuneração do trabalhador, guarda natureza inquestionavelmente salarial, o que de há muito foi concebido pela jurisprudência pátria, estando cristalizado o entendimento jurisprudencial na SJTST, no que refere à sua integração no 13º salário e nas férias, por meio dos Enunciados 45 e 151. Férias e Trabalho no Período de Usufruto do Direito O direito de qualquer empregado ao gozo de férias esta estabelecido nos artigos sétimo, inciso dezessete, da atual Carta Magna e cento e vinte e nove e cento e trinta da CLT. Trata-se de direito indispensável de todo trabalhador, sendo que, nem mesmo a sua concordância em trabalhar durante tal período consegue afastar a responsabilidade do empregador de conceder o gozo de férias em época própria. O legislador, ao ditar tais normas, não teve a intenção de apenas determinar uma maior remuneração ao trabalho durante este período, mas sim de garantir a rigidez física e mental, bem como a qualidade de vida, do trabalhador que labora durante doze meses consecutivos. Férias Não Gozadas Em razão da força da norma imperativa do artigo 129 da CLT, a concessão do período de férias impõe seu pagamento e gozo. Lemos no artigo 137 da CLT que é devido o pagamento em dobro quando descumprido o prazo de que trata o art. 134 consolidado. O pagamento de férias, sem o afastamento do trabalho, não elide o pagamento pelo descanso anual, na forma simples. Férias Trabalhadas e Forma de Pagamento O direito do empregado ao gozo de férias está estabelecido nos arts. 7º, inciso XVI, da atual Carta Magna e arts. 129 a 130 da CLT. Trata-se de direito indisponível do trabalhador, sendo que nem mesmo a sua concordância em trabalhar durante tal período consegue afastar a responsabilidade do empregador de pagá-las de forma dobrada. Tendo o pagamento sido feito de forma simples, o instituto não alcança a sua finalidade e a remuneração recebida corresponde apenas à contraprestação do próprio trabalho, sujeitando o Empregador à dobra prevista no art. 137 da CLT. Jurisprudência: Ementa: TRT-PR-08-05-2012 CONVENÇÃO 132 DA OIT. ART. 130 DA CLT. PROPORCIONALIDADE DE FÉRIAS. A Convenção 132 da OIT, relativa às férias do trabalhador, passou a integrar o ordenamento jurídico nacional a partir da edição do Decreto 3.197, de 05 de outubro de 1999. Contudo, não derrogou a CLT, que também disciplina o direito às férias. Aplica-se a teoria do conglobamento por instituto, que propõe a comparação entre os institutos tratados em mais de um texto normativo - na hipótese, as férias - para extrair desses textos, sem prejuízo da sua unidade, harmonia e inteireza, o tratamento que se apresente mais benéfico ao trabalhador. No conjunto, o instituto das férias encontra tratamento mais benéfico na CLT. Assim, deve prevalecer a condição mais benéfica e a norma mais favorável quanto às férias, o que afasta o alegado direito ao recebimento de férias proporcionais relativas a período em que o trabalhador permaneceu com o contrato suspenso pela percepção de auxílio-doença. Por outro lado, sequer foi assegurado expressamente na Convenção o direito postulado. Esta previu a possibilidade de o direito interno do país signatário impor limites à somatória dos períodos, o que, na CLT, encontra disciplina no art. 133, IV. Recurso ordinário do autor a que se nega provimento. (TRT-9 - 2052011594909 PR 205-2011-594-9-0-9 (TRT-9) Data de publicação: 08/05/2012) Ementa: FÉRIAS. DURAÇÃO E CÁLCULO DA PROPORCIONALIDADE EM RAZÃO DE FALTAS INJUSTIFICADAS. APLICAÇÃO DO ART. 130, DA CLT. As férias possuem duração de trinta dias a cada doze meses de vigência do contrato de trabalho, período que vai decrescendo proporcionalmente conforme o número de faltas injustificadas do empregado (art. 130, da CLT). Não havendo prova de faltas injustificadas do empregado devidas as férias proporcionais sem nenhuma redução. Recurso conhecido e não provido. (TRT-10 - Recurso Ordinário RO 00917201202010006 DF 00917-2012-020- 10-00-6 RO (TRT-10) Data de publicação: 06/12/2013) RECURSO DE REVISTA. COTRIEL. RECURSO DE REVISTA SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014. requisitos do artigo 896, § 1º-A da CLT atendidos. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AUSÊNCIA DA CREDENCIAL SINDICAL. Segundo a jurisprudência dominante, o art. 133 da Constituição Federal não alterou as disposições da Lei 5.584/70, que continuam regendo a matéria. Portanto, na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios não decorre apenas da sucumbência, devendo a parte preencher, concomitantemente, dois requisitos: 1) assistência por sindicato da categoria profissional; e 2) benefício da justiça gratuita, o qual é assegurado ao trabalhador que perceba salário inferior ao dobro do salário-mínimo ou, ao trabalhador de maior salário, desde que esteja em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. Os honorários advocatícios devem ser excluídos da condenação com base nas Súmulas 219, I e 329 do TST e na Orientação Jurisprudencial 305 da SBDI-1 desta Corte. Recurso de revista conhecido e provido. (TST - RECURSO DE REVISTA RR 6312620125040732 (TST) Data de publicação: 18/09/2015) Ementa: FÉRIAS. PERDA DO DIREITO. AFASTAMENTO PREVIDENCIÁRIO SUPERIOR A SEIS MESES. INDEVIDA A INDENIZAÇÃO DO CORRESPONDENTE PERÍODO. EXEGESE DO ART. 133, IV, DA CLT. Evidenciado o afastamento da empregada, por motivo de doença laboral, com percepção de benefício previdenciário por lapso temporal superior a seis meses, configura-se a perda do direito às férias, a teor do inciso IV do art. 133 da CLT. Em decorrência, se a trabalhadora fica impedida, por expressa vedação legal, de fruir do seu direito a um período de férias, também não fará jus ao recebimento de indenização pelo equivalente, ainda que sob a perspectiva da reparação de danos no campo da responsabilidade civil, porque não subsiste, no contexto da realidade contratual, o elemento fundante da pretensão indenizatória. (TRT-12 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 00022427620125120025 SC 0002242-76.2012.5.12.0025 (TRT-12) Data de publicação: 19/08/2015) RECURSO DE REVISTA. FÉRIAS. (alegação de violação ao artigo 130-A, I, II, III, IV, V e VI, e parágrafo único da Consolidação das Leis do Trabalho). Não demonstrada violação à literalidade de dispositivo de lei federal, não há que se determinar o seguimento do recurso de revista com fundamento na alínea “c” do artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho. Recurso de revista não conhecido. RECURSO DE REVISTA. VALE REFEIÇÃO. (alegação de violação aos artigos 7º, XXVI, da Constituição Federal, 444 da Consolidação das Leis do Trabalho, 114 e 843 do Código Civil, à Cláusula 4.17 dos Acordos Coletivos de 2007/2012, e divergência jurisprudencial). Não demonstrada violação à literalidade de dispositivo de lei federal ou a existência de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal, não há que se determinar o seguimento do recurso de revista com fundamento nas alíneas “a” e “c” do artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho. Recurso de revista não conhecido. HONORÁRIOS DE ADVOGADO.“Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nunca superiores a 15% (quinze por cento), não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte, concomitantemente: a) estar assistida por sindicato da categoria profissional; b) comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família” (Súmula/TST nº 219, I, com a redação conferida pela Res. 197/2015, DEJT de 14, 15 e 18/05/2015). Recurso de revista conhecido e provido. Processo: RR - 638-68.2012.5.04.0101 Data de Julgamento: 03/02/2016, Relator Ministro: Renato de Lacerda Paiva, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 26/02/2016. SEÇÃO II DA CONCESSÃO E DA ÉPOCA DAS FÉRIAS Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. § 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. (Lei 13.467, de 13.07.2017) § 2o (Revogado). § 3o É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará recibo. § 1º - O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem que apresente ao empregador sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, para que nela seja anotada a respectiva concessão. § 2º - A concessão das férias será, igualmente, anotada no livro ou nas fichas de registro dos empregados. Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do empregador. § 1º - Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço. § 2º - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o Art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. § 1º - Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas. § 2º - A sentença dominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida. § 3º - Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida ao órgão local do Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter administrativo. Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele. Férias Com a nova legislação pode ser dividida as férias em três vezes, considerando que não pode haver um período menor de 14 dias e as demais de 5 dias. A consolidação das Leis do Trabalho, com as alterações da Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, estabelece que: “CONCESSÃO E A ÉPOCA DAS FÉRIAS Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. § 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. (Lei 13.467, de 13.07.2017) § 2o (Revogado). § 3o É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará recibo. § 1º - O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem que apresente ao empregador sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, para que nela seja anotada a respectiva concessão. § 2º - A concessão das férias será, igualmente, anotada no livro ou nas fichas de registro dos empregados. Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do empregador. § 1º - Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço. § 2º - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. § 1º - Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas. § 2º - A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida. § 3º - Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida ao órgão local do Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter administrativo. Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele.” Antes, as férias eram parceladas em duas vezes, a menor não podia ter menos que 10 dias. Agora, as férias podem ser parceladas em três vezes, sendo que a maior precisa ter no mínimo 14 dias e as menores não podem ter menos de 5 dias. O disposto nos arts. 134 e 137 da CLT (não concessão de férias, fato gerador do pagamento em dobro destas) visa evitar que o trabalhador deixe de usufruir as férias, não se limitando apenas ao pagamento extemporâneo, pois, se assim o fosse, o principal objetivo das férias, que é o descanso, estaria totalmente prejudicado. Trata-se de direito irrenunciável do obreiro, pois visa, antes de mais nada, ao bem estar físico e psíquico do empregado, que precisa deste descanso para posteriormente melhor produzir. Não pode o aviso prévio de férias ser usado como escusa do empregador para obstar o exercício pleno do direito previsto no art. 134 da CLT. As férias, nos termos do art. 134 da CLT, devem iniciar e terminar nos doze meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. Licença e Férias A fruição da licença, no decorrer de parte do período concessivo de férias, não prejudica o gozo oportuno destas. Fracionamento de Férias De conformidade com o disposto no parágrafo segundo do artigo cento e trinta e quatro da CLT, o legislador é categórico ao vedar o fracionamento de férias de empregados maiores de cinquenta anos e menores de dezoito anos de idade. Cláusula quadragésima oitava – Contribuição associativa e cláusula quadragésima nona – Contribuição assistencial e confederativa. A jurisprudência firmou-se no sentido de excluir de tais acordos cláusulas de natureza, ao entendimento de que as mesmas não pertinem às relações de trabalho, mas dizem respeito apenas aos interesses particulares dos sindicatos. Competência Material da Justiça do Trabalho Tratando-se de relação jurídica de cunho trabalhista, sob égide do diploma consolidado, não importa que o empregador seja pessoa jurídica de direito público, a competência para julgar a lide é da Justiça do Trabalho. A regra de competência está definida no art. 114 da Constituição Federal de 88, que expressamente arrola os entes de direito público da administração pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União. Fériase Diferenças A inobservância da norma do art. 134 da CLT traz, como consequência legal, conforme sacramentada no art. 137 do mesmo diploma, a obrigação de o empregador pagar, em dobro, a remuneração do descanso anual. No caso de empregada doméstica, a Constituição de 1988, no parágrafo único de seu art. 7º, assegurou aos trabalhadores domésticos o direito às férias previsto no inc. XVII do mesmo dispositivo para os trabalhadores urbanos e rurais em geral, sem qualquer restrição. No mesmo sentido e também sem qualquer ressalva, o Decreto nº 71.885/73, que regulamenta a lei do trabalho doméstico (Lei nº 5.859/72), estabelece expressamente em seu art. 2º que é aplicável aos domésticos o Capítulo da CLT referente a férias. É pois devida à empregada doméstica a remuneração em dobro correspondente às férias que não houver usufruído dentro do período concessivo correspondente, a teor dos arts. 134 e 137 da CLT. Concessão de Férias após o Período Concessivo As férias gozadas após o prazo fixado no art. 134 da CLT devem ser pagas em dobro (art. 137 da CLT), ainda quando couber ao empregado, como representante do empregador, a fixação do período de concessão. Férias Fracionadas Com o advento da Lei n. 13.467, de 13 de julho de 2017, o legislador regulamentou as férias fracionadas, dispondo que desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um, sendo proibido o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. Demonstrada a concessão das férias de forma fracionada, em períodos inferiores ao estabeleido na lei, quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um e não tendo o seu pagamento obedecido ao prazo fixado na norma legal, o obreiro é credor do pagamento acrescido do adicional de 1/3, e em dobro quando ultrapassado o período de concessão do art. 134 da CLT, sendo vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. Descontos de Dias Compensados e Férias O gozo integral do repouso anual decorre de norma cogente, não podendo ser derrogado por parte do empregador, para atender a compensação de dias, considerados “de ponte” entre feriados, no curso do período aquisitivo – art. 134 e §§ da CLT. Férias em Dobro O art. 137, da CLT, não faz qualquer exceção para o descumprimento do período concessivo das férias. Confessado pela reclamada o desrespeito ao prazo fixado no art. 134, da CLT, a dobra é devida, devendo ser deduzidos os valores já recebidos pela reclamante. É devido o pagamento das férias, em dobro, quando efetivamente demonstrado, na instrução processual, que o empregado trabalhou no período de sua fruição, nos termos do que dispõe o art. 134, da CLT. A inexistência de gozo das ferias importa no pagamento em dobro da parcela ainda que negociada a sua compra, pois as normas aplicáveis à espécie, constantes dos artigos 134 e seguintes, da CLT, têm natureza de ordem pública e constituem um mínimo para preservação da salubridade no meio ambiente do trabalho, o que impossibilita a negociação entre as partes com o fito de flexibilização. Férias não Usufruídas e Contagem Prescricional O período de fruição de férias é de doze meses a contar do término do período aquisitivo nos termos do art. 134 da CLT e somente após o esgotamento desse lapso temporal inicia-se a contagem da prescrição consoante dispõe o art. 149 do mesmo diploma legal. Gozo de Após o Período Concessivo As férias concedidas em período posterior ao previsto no artigo 134 da CLT (concessivo) devem ser remuneradas em dobro e não em triplo, ou seja, se foram pagas uma vez, procede-se tão-somente à quitação da diferença até se alcançar a dobra. Efetivamente, não tendo o empregador observado o disposto no referido artigo 134 consolidado, limitando-se a pagar as férias em época oportuna, sem, todavia, conceder o descanso ao obreiro, emerge cristalino que a ele deve ser imposta cominação referente ao pagamento de forma singela, que, acrescido da verba já quitada, implicará a dobra. Férias Vencidas e Prescrição Segundo a regra contida no art. 149/CLT, a prescrição do direito de reclamar a concessão das férias ou o pagamento da respectiva remuneração é contada após os 12 meses subseqüentes à data do período aquisitivo, conforme previsto no art. 134/CLT. A prescrição do direito de férias começa a correr findo o prazo de doze meses dado ao empregador para conceder o descanso anual, art. 134 da CLT, porque só então o empregado teve violado seu direito. Férias e Ônus da Prova O ônus do empregador é provar o efetivo gozo, conforme arts. 134/135 da CLT. O ônus se inverte se houver documento assinado, provando a concessão e o afastamento do empregado. Jurisprudência: RECURSO DE REVISTA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015 /2014. PAGAMENTO DA REMUNERAÇÃO DE FÉRIAS FORA DO PRAZO A QUE ALUDE O ARTIGO 145 DA CLT. DOBRA DO ARTIGO 137 DA CLT. Mediante a interpretação teleológica da norma contida no artigo 137 da CLT, tem-se que o legislador objetivou fixar penalidade ao empregador que descumprir a real finalidade do instituto das férias. Portanto, impossibilitar o trabalhador de gozar integralmente o descanso anual, em virtude do pagamento fora do prazo referido no artigo da CLT, é o mesmo que não o conceder, e autoriza aplicar analogicamente a penalidade prevista no citado dispositivo. Assim, a Corte Regional decidiu de forma contrária ao entendimento consolidado por esta Corte Superior, por meio da Súmula nº 450. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento. (TST - RECURSO DE REVISTA RR 23409420115020471 (TST) Data de publicação: 14/08/2015) RECURSO DE REVISTA. FÉRIAS. CONCESSÃO APÓS O PRAZO LEGAL. PAGAMENTO EM DOBRO. JULGAMENTO EXTRA PETITA NÃO CONFIGURADO. No processo do trabalho, no qual se aplica a regra do art. 840, § 1º, da CLT, exige-se que a petição inicial apresente o pedido e uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio. Ao contrário do que ocorre no processo civil (art. 282, III, do CPC), não é necessário que, além dos fatos, seja apresentada a fundamentação jurídica do pedido (que, de todo modo, não se confunde com a fundamentação legal, isto é, com a menção expressa de dispositivos de lei federal ou da Constituição, considerando-se a aplicação dos princípios da mihi factum, dabo tibi ius - dá-me o fato, que eu te darei o direito - e jura novit curia - o juiz conhece o direito). Assim, pode o julgador dar aos fatos o enquadramento jurídico que entender pertinente. A causa de pedir é que justifica o pedido, ou seja, a causa de pedir integra o pedido; assim, havendo correspondência entre o pedido e a causa de pedir, há julgamento dentro dos limites da lide. No caso dos autos, houve o pedido de pagamento de férias, conforme o art. 137 da CLT. Tendo sido julgada procedente a pretensão do reclamante, nos termos da causa de pedir e do pedido, estava o magistrado autorizado a dar o enquadramento jurídico pertinente, qual seja, de que as férias consistem na remuneração devida ao empregado, acrescida do abono de 1/3. Conforme dispõe o artigo 137 da CLT, sua concessão após o prazo implica pagamento em dobro da respectiva remuneração: “Art. 137 Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração”. No que se refere ao pedido de diferenças salariais rescisórias, o Regional consignou expressamente que -O salário do autor, pelos documentos anexados com a defesa (fl. 62), era de R$ 800,00, e não R$ 500,00, considerado na conta de fl. 93.- Portanto, não há julgamento extra petita, porque o Tribunal Regional não decidiu fora do pedido, mas em atenção aos limites da lide . Intactos os arts. 128 e 460 do CPC. Recurso de revista de que não se conhece.
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