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SOBRE O GUIAS RÁPIDOS: Olá, Seja muito bem-vindo ao “Guia Rápido da Criatividade”. Este Ebook faz parte do Projeto Guias Rápidos, o Portal para quem quer dar o Próximo Passo! Você pode acessar nosso Portal que é atualizado semanalmente com temas sobre Empreendedorismo e Desenvolvimento pessoal por aqui. Para agradecer a oportunidade de contar com você como nosso leitor, convidamos você a se cadastrar AGORA em nossa lista para assim ganhar, gratuitamente, o GUIA RÁPIDO DA PRODUTIVIDADE. Assim, logo de cara, você já vai poder levar mais um Guia Rápido para casa, bastando assim se cadastrar por aqui: CADASTRE-SE! É isto! Muito Obrigado mais uma vez, e fique agora com “Guia Rápido da Criatividade” http://www.guiasrapidos.com http://guiasrapidoslistavip.gr8.com http://guiasrapidoslistavip.gr8.com INTRODUÇÃO Vamos começar já tratando da dúvida número 1 de todos: sim, todo mundo pode ser criativo. Pode ser que você tenha passado a sua vida inteira ouvindo o contrário, pode ser também que você há muito tempo já se convenceu que não é criativo, mas tudo bem, aqui você vai aprender que tanto uma coisa quanto a outra estão erradas. Você pode sim ser criativo. O problema é que criatividade requer treinamento, disciplina e muito trabalho. Mesmo aquela pessoa que você admira muito por ser criativo, você não tem idéia do trabalho que ela teve e tem “por trás das cortinas” para conseguir expor um trabalho criativo de qualidade. Conhece aquela frase que diz “Leva-se Anos para se tornar um sucesso da noite para o dia”? É bem isso, a gente não sabe quanto tempo levou para alguém se tornar um mestre em criatividade. Só vemos o resultado final ali, pronto e perfeito. E daí, ficamos com aquela impressão de que a aquela pessoa “nasceu para aquilo”, ou “tem um dom nato”, enquanto você, que fica se achando um reles mortal, diz que “nunca vou conseguir fazer isso”. É tudo balela. A diferença entre pessoas criativas e pessoas não criativas é método, é hábito, é vontade de ser criativo. E isso serve inclusive para você. Você pode ser muito mais criativo que imagina, se estiver disposto a correr todos os riscos que isso exige. A começar por se expôr, para você e para os outros. O trabalho da criatividade leva tempo. Antes de sair algo bom, sai muita coisa ruim, mas muito mesmo, tão ruim que te leva a achar que você é horrível naquilo. Pior mesmo quando você tem que mostrar para os outros aquela “ruindade”. Parece que você está se expondo ali com o que tem de pior para as pessoas avaliarem. Mas é preciso entender que isso faz parte do processo, e o bom trabalho está sempre por vir depois das tentativas frustradas. Para você ter uma idéia, antes de eu começar a escrever livros, comecei trabalhando com redação publicitária. O trabalho do redator é... basicamente escrever. Só que escrever MUITO. Textos, títulos, roteiros, banners, panfletos. É texto e idéia o dia inteiro. Lembro que no primeiro dia de trabalho da vida, ainda como estagiário, meu Diretor de Criação me pediu um título para um anúncio e, algumas horas depois, eu levei 3 opções para ele. Eu estava ansioso, já que era a primeira vez que mostraria meu trabalho oficialmente para alguém, e a reação do cara não poderia ter sido pior: ele deu uma gargalhada da minha cara. Chamou o dupla dele, também diretor de criação, que riu junto quando viu meus títulos. Na verdade, ele nem chegou a avaliar as opções que havia colocado ali. Apenas me devolveu o papel e disse: “Volta lá, a hora que você tiver 200 opções de título, você volta aqui” Eu fiz aquela cara de assustado, já que na minha vida inteira até então nunca tinha feito 200 títulos no total, imagine fazer isso para um anúncio só. Mas tive que aprender na marra. Conversando aqui e ali nos corredores, eu descobri que aquele era o normal para aquela agência e para a profissão como um todo. Para cada anúncio que saía na rua com um título, um redator tinha feito antes 200, 300 opções. Roteiros de filme ou anúncios de rádio, a mesma coisa. A quantidade era menor, mas também eram muitas opções. Foram alguns anos trabalhando como publicitário, tendo a chance de desenvolver muito esse lado criativo, muito esse desapego à idéia, já que era preciso sempre ter MUITAS idéias e não se desesperar quando um diretor de criação dissesse que nenhuma delas servia. Até que, depois de um tempo, eu comecei a me encher um pouco com esse universo da Publicidade, pois acha que era gente demais dando pitaco nas criações. Depois que nosso diretor de criação dava as diretrizes e fechávamos o anúncio final, isso não queria dizer que o anúncio estava pronto para ser veiculado. Não. Essa era a hora em que ele ia para o cliente. E daí, meu amigo, tudo podia acontecer. Podiam levar meses para que o anúncio voltasse pra gente com n pedidos de alterações (era o mais comum), e isso frustrava todo mundo ali. Acabava sendo demorado demais para trabalhos simples, como anúncios de uma página, irem para a rua. Muitas vezes, inclusive, os trabalhos eram cancelados antes de ir pra rua, depois de todo o trabalho em cima, e por isso eu resolvi mudar de área. Fui fazer mestrado em roteiro, depois resolvi empreender e hoje, com o Guias Rápidos, consegui unir essas duas coisas: empreender com escrever, duas coisas que exigem muita criatividade, improviso e o pensamento de “bola pra frente” o tempo inteiro! O que aprendi nesses quase 11 anos trabalhando com criatividade é que ela traz alguns benefícios para você que quer se destacar no mundo profissional, entre eles: Maior capacidade para se resolver problemas: Pessoas que não se estimulam criativamente estão fadadas a fazer mais do mesmo. Ela se acostumam a fazer trabalhos repetitivos e param a cada obstáculo que surja na frente delas, sempre esperando que venha alguém, o criativo, para tira-las de lá. Pensa bem, se você algum dia quiser exercer uma posição de comando, você TEM QUE ser alguém criativo, ou pelo menos contar com gente criativa por perto, pois a vida sempre vai exigir idéias de novos caminhos e novas possibilidades. Logo, ou a pessoa consegue enxergar essas coisas, ou não vai conseguir sair do lugar. Aliás, esse já é de cara uma amostra de como ser criativo não está ligado necessariamente a ser um artista, a pintar quadros ou recitar poemas. É exatamente o que eu quero que você entenda aqui neste livro: ser criativo é uma tarefa para o dia-a-dia, para o empreendedor, para a profissional de marketing, para o contador, para o bancário, para quem quiser. Maior capacidade para se destacar profissionalmente: A idéia aqui é a mesma. Se você não é capaz de fazer algo novo, diferente, fora da caixa, ninguém vai nem notar a sua presença. O mundo está cheio de pessoas medíocres, aquelas que simplesmente seguem ordens, fazem o que mandam elas fazerem, mas são poucas as pessoas que resolvem “pegar o bastão” e se aventurar a criar caminhos próprios. São os criativos que trazem novas possibilidades de projetos e produtos, novas possibilidades de processos, novas formas de se ver os mesmo obstáculos. E adivinha: as pessoas acabam as seguindo. Isso mesmo. Como tem pouquíssimas pessoas dispostas a assumir esses riscos, elas naturalmente se destacam no meio da multidão. Maior capacidade de lidar com rejeição: Criativos, ao se acostumarem com produzir novas idéias com frequência, se acostumam também com a possbilidade de rejeição, e não tratam isso como o fim do mundo. É o contrário do que muitas pessoas imaginam, não é mesmo? É porque tem um mal-entendido aí. Normalmente, aqueles que se apegam a uma única idéia e não aceitam que alguém fale mal dela são os amadores, aqueles que tem uma ou duas idéias na vida inteira. Os criativos de verdade acabam se tornando mestres em resiliência. Eles sabem que uma idéia vai começar de um jeito e terminar de outro completamente diferente, e sabem que é durante esse processo de mudança que a idéia vai se aperfoiçando. Por isso todo o processo é necessário. - Estas são 3 características, talvez as mais marcantes,das pessoas criativas. Você pode ver então, como um resumo de todas elas, que a criatividade é parte fundamental para o processo de desenvolvimento da sua carreira profissional. Aquilo que os chavões do ambiente corporativo chamam de “pró-atividade”, “problem-solver”, “pensar diferente”, e seja lá qual outro termo “corporativês” que eles resolverem inventar, estão SEMPRE relacionados à questão de COMO SER UMA PESSOA CRIATIVA. E afinal, aproveitando a deixa: COMO ENTÃO SER UMA PESSOA CRIATIVA? Fique tranquilo, é disso que vamos falar daqui para frente. Este livro foi dividido em 5 capítulos principais, nos quais abordaremos: 1) ABORDAGEM GERAL DA CRIATIVIDADE Por aqui, vamos tratar de conceitos sobre a criatividade. O que ela é, quais os tipos, quais as etapas. Você vai aprender de forma bem clara como ser criativo nada mais é do que o resultado de processos que te levam a um resultado. 2) PLANEJAMENTO DO TRABALHO CRIATIVO Ser criativo pode ser bem mais careta do que você pensa. É preciso ter objetivos bem claros para o que você está querendo inovar, e isso envolve conceitos clássicos de qualquer trabalho, como planejamento incial, metas, e desenvolvimento de hábitos para que o raciocínio criativo esteja sempre presente. 3) AÇÃO Aqui sim, vamos aprender alguns métodos de construção e desconstrução criativa, para que você entenda melhor como é possível encontrar soluções inovadoras de onde menos se espera e para que você consiga colocar esses métodos de raciocínio criativo no seu dia-a-dia 4) RESISTÊNCIA (RESILIÊNCIA E REPETIÇÃO) Como você já sabe, o seu melhor trabalho criativo nunca será o primeiro. Você estará sempre buscando melhora-lo e mesmo quando uma idéia boa sair, logo em seguida você será constantemente cobrado por mais idéias boas. Além disso, acontecerão momentos de bloqueios criativos, o que é normal na vida de qualquer um. Nessas horas, será preciso colocar sua cabeça a prova diariamente, e é preciso muita resiliência para tal. 5) ENTREGA Trabalho criativo bom é aquele que é entregue. Não adianta você se achar um gênio criativo se você não consegue cumprir um deadline, ou nunca acha que seu trabalho é bom o suficiente para ser aperfeiçoado. Além disso, a entrega em si é um momento a parte, que pode tanto ajudar muito como estragar todo o trabalho feito até aqui. Neste capítulo, vamos discutir sobre como fazer uma entrega perfeita para que você encante a todos que estiverem presentes. Este 4 últimos capítulos formam o que eu chamo de o MÉTODO P.A.R.E. de criatividade. Calhou que as iniciais de cada capítulo acabaram formando essa palavra, PARE, e acho que ela pode vir a calhar aqui sim. É preciso que você PARE agora com seus preconceitos, seus medos, suas vergonhas, pois o processo criativo exige que você se depare sempre com o novo. Este novo nem sempre vai ser bom, vão ter horas em que você vai se sentir ridículo, limitado, angustiado, mas aí você vai ter que dizer PARE de novo, para poder acabar com o palavreado negativo na sua cabeça e sempre seguir em frente! Então, sem mais delongas, façamos isso: Sigamos em frente, para que você comece já a sua jornada para ser uma pessoa mais criativa. 1. AFINAL, O QUE É SER CRIATIVO Para começo de conversa, é importante que a gente defina bem o que é ser alguém criativo, para que não passemos o Ebook inteiro falando de algo que para mim significa uma coisa e para você outra. Começo então pegando um exemplo famoso do Mark Zuckenberg, fundador do Facebook, que tem o estranho hábito de vestir a mesma camiseta todos os dias. Claro que não é exatamente a mesma, ele simplesmente compra várias camisetas iguais e repete o “look” diariamente. Isso, sem dúvida nenhuma, não tem nada de criativo. Afinal, não existe nada tão sem graça e básico do que não alternar suas roupas nem mesmo um dia sequer. Ao mesmo tempo, esse cara criou nada mais nada menos que o Facebook e vem, constantemente, nos últimos 10 a 15 anos criando e inovando que nem um maluco, sendo hoje uma das pessoas com mais potencial criativo do mundo. E aí, ele é criativo ou não é? Claro que sim. A propósito, quando perguntado sobre o porquê de ele usar a mesmas roupas todos os dias, ele deu uma resposta que tem muito a ver com o tema deste capítulo. Segundo ele (e segundo vários estudos também), nossa capacidade de se tomar decisões ao longo do dia, ou de simplesmente usar nosso cérebro de forma criativa, é limitada. Isso quer dizer que, se todos os dias, ao acordar, o Mark precisar raciocinar para saber com que roupa vai trabalhar, e precisar ficar fazendo combinações de peças na cabeça para saber se elas combinam ou não, ele está assim gastando a cota criativa dele com decisões irrelevantes. Só que essas decisões, por menos importantes que sejam, gastam a mesma cota de onde vem as decisões e idéias importantes. Por isso, quanto mais automtizadas estiverem as decisões menos importantes, maior a cota que o cérebro vai ter para raciocinar quando for importante. Isso me lembra muito meus tempos de publicitário, quando havia uma piada que a maior parte das pessoas da área de criação tinham um “uniforme”, diríamos assim, pois era comum todos os homens irem trabalhar de All- Star Preto, calça jeans e camiseta preta. O que eles estavam fazendo, não sei se de forma insconsciente, ou consciente como o Zuckenberg faz, era exatamente não perder tempo e energia criativa com situações que não mereciam esse investimento do cérebro. Então, fica claro para gente que ninguém é 100% do tempo criativo, e que a criatividade tem mais a ver com MOMENTOS CRIATIVOS e ENTREGAS CRIATIVAS. É possível então, e até recomendável, que sua vida seja sempre focada na rotina, repleta de momentos no “piloto automático”, gerando o mínimo de investimento de energia criativa do seu cérebro na maior parte do tempo. Para daí, em apenas uma ou poucas atividades que você faça, você possa gastar toda sua cota de energia atrás de encontrar estes MOMENTOS CRIATIVOS. Para alguém ser criativo, o que essa pessoa precisa ter é a habilidade de perceber as coisas de um jeito diferente, de achar novos padrões, de fazer conexões que nenhuma pessoa pensou em fazer antes. Além disso, criatividade tem a ver com entregar o que você pensou. Ou seja, de nada vale você ter idéias, se elas não podem ser executadas. Nesse caso, você é simplesmente uma pessoa com muita imaginação, mas sem a capacidade de colocar isso em prática. Criatividade é, assim, a força motriz da inovação, pois, como você pode imaginar, todos os avanços de nossa sociedade aconteceram através do pensamento criativo, de pessoas que buscaram uma solução nova para um problema antigo, e assim conseguiram fazer com que a sociedade evoluísse. Mas também não precisamos pensar na criatividade apenas como essa coisa que muda o mundo. Não. Afinal, para você ter grandes idéias criativas, primeiro você precisa ter muitas idéias menores, e aos poucos você chega lá. O importante é entender que o processo de criatividade para se criar algo que impacte o mundo inteiro, como por exemplo o sujeito que inventou o email ou a energia solar, é o mesmo processo para se criar algo “pequeno”, como o sujeito que inventa um sistema ue reaproveita a água da chuva para lavar roupa ou mesmo alguém que customiza uma roupa antiga para que possa usa-la novamente. Então, esses momentos criativos podem gerar idéias e soluções dos tamanhos mais variados possíveis, mas o ato em si de ser criativo tem sempre o mesmo princípio. 1.2 OS TIPOS DE CRIATIVIDADE É importante tratarmos deste assunto pois, muitas vezes, o conceito da criatividade fica muito restrito a pequenos grupos de pessoas, como artistas e músicos, e o resto da sociedade fica achando que ou você consegue fazer um quadro que nem Picasso, ou você nunca será criativo na sua vida. E isso está longe de ser verdade. Existem, na verdade, 4 tipos de criatividade, definidos pela especialista no assunto Anne Dietrich, e eles mostram como esse tema é bem mais complexodo simplesmente dizer que artistas são criativos e o resto da humanidade não. Vamos dar uma breve passadinha em cada um deles: Criatividade Deliberada e Cognitiva: Utilizando como exemplo Thomas Edison, o inventor da lâmpada, este tipo de criativo é aquele que se utiliza de um conhecimento prévio sobre determinado assunto e se dedica com afinco sobre ele para criação de algo novo. Este tipo de criatividade utiliza mais a área pré-frontal do córtex cerebral, que lhe permite focar bastante na sua tarefa do momento e também fazer associações com experiências antigas do cérebro. Além disso, ela exige bastante paciência, pois o resultado criativo costuma demorar tempo para fluir. Ainda assim, como ela é deliberada, isso significa que a pessoa sabe que está em busca dessa descoberta, e é isso que faz com que ela se motive para seguir em frente. Criatividade Deliberada e Emocional: Já teve algum momento da sua vida em que você começou a analisar uma longa sequência de decisões erradas que tomou e, de repente, apareceu na sua frente o motivo de tudo estar acontecendo daquela forma? Ou seja, aconteceu o que as pessoas chamam de momento “A-Ha”, quando você tem um insight próprio que faz tudo fazer sentido de repente. Neste tipo de criatividade, também utilizamos o córtex pré-frontal, assim como uma parte do cérebro chamado cingulato, que é responsável por processar emoções. Nesse caso, a criatividade tem mais a ver como uma análise reflexiva do que com uma análise racional. Além disso, ela sempre está voltada para o nosso interior, e diz respeito a situações da nossa vida. Criatividade Espontânea e Cognitiva: Esta Criatividade está relacionada ao chamado momento “Eureka”. Muitas vezes, passamos horas tentando criar algo e aquilo simplesmente não acontece. As idéias não vem. Daí ficamos tão frustrados que resolvemos tentar fazer outra coisa, como tomar um banho, andar no parque, ou o que for e então, de repente, a idéia que há tanto esperávamos surge na nossa cabeça, exatamente quando tínhamos colocado o cérebro no “modo descansar” Ou seja, este tipo de criatividade também requer o conhecimento sobre o assunto, mas não temos controle exato sobre quando ela surge. Pelo contrário, se passarmos horas tentando fazer com que a idéia apareça, ela não aparece mesmo. Daí, quando menos esperamos, ela surge do nada. Quando esta idéia acontece, é porque a parte consciente do cérebro já entregou à parte inconsciente a responsabilidade pela idéia vir, e aí tudo pode acontecer. A idéia pode vir no banho, pode vir no sonho, dirigindo, aonde for. Um ótimo exemplo desse tipo de criatividade é Isaac Newton, que descobriu a gravidade quando uma maçã caiu na cabeça dele, e assim, naquele momento, tudo fez sentido. Criatividade Espontânea e Emocional: Este é o caso da maioria dos artistas, por isso mesmo é até algo difícil de descrever. Não há raciocínio certo, nem análise certa, nem adianta ficar esperando para que ela aconteça. Se você conhece pessoas que tem esse tipo de criatividade muito aflorado, deve perceber que, a qualquer momento, elas podem se sentir estimuladas a criar algo baseado em algo que acabaram de ver ou sentir naquele momento. A única coisa que essa habilidade requer é uma habilidade específica. Por exemplo, se uma situação inspira o cara a criar uma melodia, é porque previamente ele já tinha aprendido a tocar violão, ou piano, ou que for antes, por isso ele senta ali e faz a melodia. Este talvez seja o método que mais se aproxima daquela idéia clichê de pessoa criativa mas, como você viu, ela é só um de 4 tipos de criatividade. Mesmo ela, ainda tem muito a aprender com técnicas de criatividade, planejamento, resiliência, etc... Porque todos esses ensinamentos vão ser úteis na hora que uma idéia surgir na cabeça dessas pessoas. 1.3. O PROCESSO DA CRIATIVIDADE Em todos os 4 tipos de criatividade mostrados acima, apesar de eles terem diferenças entre si, o processo criativo é basicamente o mesmo, e envolve três etapas: ATENÇÃO: Para sermos criativos, precisamos primeiro ter algo sobre o que ser criativo. Por exemplo, o homem que inventou a energia solar, estava pensando numa maneira de se criar uma nova fonte de energia. O homem que reutiliza água da chuva, estava pensando numa maneira de ser mais sustentável, ou mesmo de não pagar uma conta de água tão cara. É claro que vimos agora pouco o caso das criatividades espontâneas, mas mesmo nelas as pessoas estavam com o “radar ligado” para a criatividade. Como no caso do Isaac Newton, se ele não estivesse pensando na teoria da gravidade, aquela maçã ia cair na cabeça dele e ele ia simplesmente ficar irritado. Então, pessoas que querem ter um momento criativo precisam acima de tudo de um foco para aonde serem criativas: seja uma área da empresa, seja um livro para escrever, seja uma surpresa para o marido ou esposa ou uma nova invenção. Além disso, a atenção exige o entendimento de como as coisas são feitas HOJE, pois é sobre isso que a criatividade deve agir para que surja algo novo. A Segunda Etapa do Processo é o de ESCAPE. Basicamente, este é o momento em que você enxerga como as coisas são feitas hoje e se pergunta: como poderíamos fazer diferente? Este momento também acontece muitas vezes a força, por circunstâncias do destino. Por exemplo, quando alguém perde o emprego e percebe que terá que reduzir o orçamento pessoal em digamos 30%. Ou então quando o seu chefe chega para você e diz que as vendas hoje são X, mas precisam aumentar em 20% em 3 meses, caso contrário você será desligado. Ou seja, é neste momento de escape que você precisa buscar NOVOS CAMINHOS. É por isso que o nome ESCAPE vem a calhar neste momento, pois, para sairmos do que é sempre feito, precisamos então escapar da nossa rotina e pensar novas soluções para um problema que estava sempre lá e agora precisa ser mudado. A Terceira Etapa é o momento de TESTES E IMPLEMENTAÇÃO. Estudados o modo como as coisas são e o modo como elas podem mudar, é preciso agora colocar as idéias em prática para que enfim, as idéias criativas sejam testadas no mundo real. Como falamos, criatividade sem implementação não significa absolutamente nada. Por isso que essa etapa é fundamental para o processo. A partir destas 3 etapas (ATENÇÃO, IDÉIAS, IMPLEMENTAÇÃO) que eu criei o Método P.A.R.E., dividindo e complementando melhor o processo para que ele ficasse completo e de fácil entendimento mesmo para quem nunca trabalhou com criatividade. Fique tranquilo que mais para frente veremos cada uma dessas etapas em detalhes. Importante aqui é entender que há um processo, para que você se sinta mais preparado para lidar com cada etapa e isso acabe enriquecendo seu processo de criatividade e inovação. E ele também prova aquilo que falamos ali no começo do livro: todos nós somos criativos, o que precisamos é colocar nossa criatividade em prática. Para provar esse ponto, no próximo item vamos fazer uma volta ao tempo, para um momento em que todos nós éramos criativos até demais. 1.4 A CRIATIVIDADE PODE SER ENSINADA? É claro que sim. Nós, seres humanos, somos criativos por essência. Para provar isso, basta lembrarmos de quando éramos criança. Não existe ser no mundo mais criativo que uma criança. Para ela, tudo é possível: qualquer pedaço de pano pode virar uma capa de super-herói, o apartamento vira um castelo, o carro vira um foguete, e por aí vai. O que acontece é que, conforme vamos crescendo, nossas censuras, algumas internas, outras externas (pais, amigos, sociedade), vão aumentando, e com isso a liberdade para se ser criativo vai sendo reprimida. Cada vez que você escuta um “Pára de Brincar”, ou “ Se Comporta”, “Pára de Sonhar”, seu cérebro vai sendo moldado para achar que pensar de forma criativa é errado. Na escola, acontece algo parecido. Para que as aulas correm numa normalidade, é preciso que tudo seja padronizado. Todos tenham horários, todos tenham o mesmo comportamento esperado. Logo, qualquer coisa que saia do normal é reprimida, para que o cronograma seja sempreseguido fielmente. A partir do momento em que você agrada seus pais quando não inventa moda, e tira notas boas na escola por seguir as regras, você aprende na prática que a criatividade não vale a pena, e cresce tratando esse assunto como algo desnecessário. A ironia é que, muitos anos depois, quando vai para o mercado de trabalho, as empresas estão cobrando exatamente o contrário: que você seja criativo, que saiba resolver problemas, que pense fora da caixa, etc... E daí você se desespera achando que isso é algo impossível, mas não é. Você só precisa resgatar lá atrás aquele ímpeto de ser criativo que você tinha e se perdeu no tempo. O ato de ser criativo, que de certa forma está ligada à área de escape que citamos acima, é sobre basicamente 5 processos, que você fazia com naturalidade quando era pequeno, mas que agora precisará voltar a fazer na força: Associação: Pessoas criativas costumam ser boas conectando pontos, ou seja, achando relações entre temas de universos diferentes, achando respostas para o Tema A dentro do universo B, e assim misturando universos até encontrar uma saída para um Problema. Questionamento: para se atingir novas idéias, é preciso se fazer perguntas. A própria origem da criatividade vem de uma pergunta, que é “Como fazer isso de uma maneira diferente?”, e a partir daí direcionar questionamentos mais específicos para cada caso. Observação: tanto da situação atual, como observações de universos diferentes para assim conseguir achar caminhos e conexões entre eles. Networking: Conhecer novas pessoas, fazer novas perguntas, conhecer novas perspectivas Experimentação: Testar idéias que surjam durante todo o processo, para assim colocar a criatividade em prática. Como você pode ver, estes comportamentos são basicamente o be-a-bá de uma criança. Elas estão sempre olhando, experimentando, perguntando, conhecendo gente. Conforme a gente cresce, vamos fazendo tudo em menor quantidade. Vamos nos questionando menos, observando menos, conhecendo menos pessoas novas e, com preguiça de pensar e tentar coisas diferentes, nos acostumamos a viver na apatia e abandonamos de vez a criatividade. A parte boa é que, para voltar a ser criativo, precisamos apenas “virar a chavinha”, ou seja, começar a atuar em cada um desses campos novamente, e assim cada um desses processos vai voltar a acontecer e as novas idéias surgirão novamente. 1.5 REAPRENDENDO A SER CRIATIVO A partir do próximo capítulo, vamos entrar a fundo num método para resolver tarefas de forma criativa. Antes, porém, vamos começar a reaquecer a chama, diríamos assim, pra que você volte a descobrir as delícias de se ser criativo e sair da mesmice. Preparei aqui dez dicas para que, a partir de hoje, você passe a rejuvenescer a sua criatividade. São dicas bem básicas que, se você passar alguns dias praticando, vai ver como já vai ter uma arejada bem boa no cérebro. Vamos a elas: Comece a ler uma revista que você nunca leu na vida, sobre um assunto que você nunca tenha tido interesse antes. Por exemplo, se você é casado, é normal sua esposa ou seu marido lerem sobre assuntos que você não costuma se interessar. Pegue então a revista do outro para ler. Se não rolar dessa forma, vá então a uma banca de jornal e compre uma revista que não tenha absolutamente nada a ver com você. Como vivemos hoje em dia nas bolhas das redes sociais, é comum que a gente passe a vida vendo sempre os mesmos assuntos, e isso é péssimo para quem quer ser mais criativo, pois diminui a possibilidade de novas conexões no cérebro. Saia com o seu celular na rua hoje e tire pelo menos dez fotos de coisas ou situações que você nunca havia reparado antes. Perceba assim como tem um monte de coisa acontecendo a sua volta que você costuma nem perceber. Saia de casa e Ande ou Dirija sem nenhum objetivo específico. Apenas siga em frente e veja até onde você vai. Coloque um despertador para uma hora depois e, quando ele apitar, veja aonde você chegou. Passa algumas horas com uma criança e deixe com que ela lidere as ações. O que ela quiser brincar, você brinca. E só pare quando a criança cansar e parar. Faça o Teste dos 30 Círculos. É muito simples. Pegue um papel sulfite, desenhe 30 círculos, depois transforme cada um desses círculos em algo diferente. Por exemplo: um pneu, um relógio, uma bola de futebol, e por aí vai... Até completar todos os 30. Ensine algo a Alguém. Pode ser qualquer assunto, para uma criança que seja. O ato de ensinar faz você se desafiar a pensar em maneiras de deixar o seu raciocícnio claro para que a outra pessoa compreenda o que você está falando. Encontre um novo círculo de Amizades. Entre em algum grupo, curso, círculo de amizades diferente, com pessoas de campos diferentes do seu, com que você tenha que se esforçar para criar conexões e sair da sua zona de conforto. Vá trabalhar de formas diferentes. Procure variar na forma como vai para o trabalho. Tenha dias para carro, táxi, metro, e procure sempre variar. Além disso, procure fazer caminhos diferentes quando possível. Largue o Celular por um final de semana inteiro. Ele costuma nos aprisionar no nosso mundinho virtual, nas nossas bolhas. Além disso, é uma zona de conforto que evita com que façamos novas conexões e observemos mais do mundo. Interrompa qualquer julgamento que apareça na sua cabeça. Pode não ser sobre você ou sobre suas idéias. Pode ser sobre um familiar, um amigo, ou algo que viu na TV ou nas redes sociais. Quando se pegar julgando alguém de forma negativa, pare imediatamente e mude o pensamento. Estes são dez itens bastante simples, dos quais você pode colocar vários em prática ainda hoje. A Idéia não é que necessariamente eles passem a fazer parte da sua rotina. Claro que podem fazer caso algum te agrade muito, mas a idéia principal aqui é desenferrujar. Com certeza, anos vivendo como “adulto”, com sua auto- censura acentuada e em dia, podem ter feito você se tornar uma máquina de repetir rotinas e fugir de qualquer tentativa de se tentar fazer algo novo. 1.6 ENCONTRANDO A SUA HORA CERTA PARA CRIAR Por último, antes de partirmos para o Método P.A.R.E., gostaria de propor uma reflexão para que você comece a pensar em qual horário você consegue performar melhor em tarefas criativas. Pode ser que você já trabalhe com isso, logo já tem uma pista, pode ser que você esteja começando do zero, logo precisa aprender do zero. Fato é que todo mundo tem um horário em que consegue performar melhor, que não é o mesmo para todo mundo, e resta a cada um descobrir o seu. Para você entender melhor como descobrir isso, tente pensar em momentos do seu dia em que você costuma ter mais idéias criativas mesmo quando não está necessariamente pensando nisso. Outro ponto é que, nesses horários, você costuma estar com um nível de censura bem mais baixo. Então, além de ser comum você ter mais idéias ali, acontece também de você julga-las menos, deixando a coisa fluir livremente, de uma maneira bem interessante. Esse momento é tão impotante que até mesmo a ciência já procurou estuda-lo. Em 1950, um cientista americano chamado JP Guilford resolveu pesquisar mais sobre a arte de ser criativo, e ele chegou a conclusão de que nós somos mais criativos quando estamos MENOS focados. Isso mesmo. Por incrível que pareça, se concentrar muito para conseguir ser criativo não funciona, pois quando estamos MENOS focados, é quando damos mais liberdade para nosso cérebro criar. Nos momentos de FOCO, somos melhores em tarefas mais objetivas, como por exemplo terminar uma planilha de Excel ou pregar um quadro na parede. Algo direto ao ponto, com começo, meio e fim. Agora, quando é para criar, é importante que nosso cérebro não se sinta pressionado, pois é dos pensamentos improvisados que virão as melhores idéias. Outra conclusão do estudo é que pessoas que são boas em gerenciamento de tempo costumam ser boas com tarefas criativas também. Ou seja, as pessoas que conseguem descobrir esse momento bom do dia e se manter fiel a ele, é que conseguem no longo prazo criarum sistema próprio e eficiente de geração de idéias. Podem parecer que as duas idéias sejam contraditórias, já que uma pede que você não esteja focado, e a outra pede que você tenha um momento no dia para isso, mas elas não são. A idéia é que você descubra qual é esse momento do dia em que você consegue deixar sua cabeça livre para “voar”, e, todo os dias, nesse horário, estar lá para que isso aconteça. Como somos todos diferentes um do outro, caso você não tenha idéia de que horas você funciona melhor para idéias criativas, você primeiro precisa entender como está funcionando o seu dia hoje. Faça o seguinte exercício: pelos próximos dias, anote como você está passando o seu dia de trabalho. A cada meia hora, pare e anote num papel, ou no celular, quais atividades você fez nos últimos trinta minutos. A idéia aqui é que primeiro você organize melhor o seu dia, achando um roteiro do que você faz e que horas. Depois disso, você vai começar a reparar, dentro dessa sua agenda, quais são os horários em que você costuma ter idéias mais criativas. Você vai reparar que elas costumam acontecer nos mesmos horários. Ou então, elas costumam acontecer em horários que tenham algo em comum. Por exemplo, comigo, meus momentos mais criativos são logo após eu fazer exercício, tomar banho e descansar um pouco. Tem tudo a ver com o estudo falado acima. É um momento em que eu não estou no escritório, não estou necessariamente focado em ter idéias, mas então eu simplesmente deixo minha cabeça livre para pensar mais na empresa, em novas idéias de livros, em idéias sobre o livro que estou escrevendo no momento, etc... Depois que eu vou para o escritório, aí sim entra minha parte FOCADA. Minha parte criativa já deixou a cabeça viajar e ter idéias naquele momento específicio, agora é hora de colocar tudo no papel. Existem outros momentos também em que minha mente também gosta de viajar e ter idéias, como aqueles minutos antes de dormir, quando apagamos a luz e esperamos o sono chegar. Mas como isso não é algo consistente, ou seja, não acontece todo dia, é bom não contar com ele. Aquele momento, logo depois do exercício, é sim a hora em que eu sento para, pacientemente, pensar nas idéias em que estou trabalhando e deixar a cabeça livre para fazer conexões. Tente fazer esse mesmo exercício na sua vida. Entenda que ser criativo não é algo que acontece 24 horas por dia. Ninguém, nem Leonardo da Vinci, era criativo 24 horas por dia. O que você precisa, na verdade, é ser criativo algumas vezes por dia. Ou melhor, nem isso... Com UMA grande idéia por dia eu te garanto que você já seria uma das pessoas mais criativas do mundo, tenha certeza. A partir do próximo capítulo, vamos entrar a fundo no Método P.A.R.E. Para isso, você vai ter que escolher algum tema em específico da sua vida para o qual você quer dar uma saída criativa. Pode ser um trabalho que precisa entregar, um novo projeto para o qual vai se dedicar, um livro que quer escrever, uma supresa que pretende fazer. A criatividade não tem limites, nem para como nem para o que criar. É por isso que é essencial que você chegue lá de coração aberto, pronto para dar um reboot na forma como você vê as coisas hoje. Então, contando com isso, eu te encontro no próximo capítulo! 2. PLANEJAMENTO (P.A.R.E.) Um trabalho criativo precisa ter um porquê dele existir. Claro que você viu no capítulo anterior o caso daqueles criativos com perfil mais de artista, que criam de forma espontânea sem um motivo específico, mas, no nosso caso aqui, vamos focar nos outros casos da criatividade: quando você precisa entregar algo. Seja por necessidade própria, como “quero escrever um livro”, seja por demandas externas, como “preciso fazer uma apresentação de vendas” ou “sou um freela que trabalha com direção de arte”, ou qualquer outro caso parecido. Quando você precisa entregar algo a alguém, e sua reputação como profissional está em jogo, você não pode deixar que as coisas aconteçam na hora que uma luz divina baixar em você. Não. Ao contrário, você precisa criar um cenário que propicie o processo de criatividade para que assim você crie algo de acordo com o que foi solicitado. Para isso, não tem muito segredo. Um trabalho criativo nada mais é que um Projeto que precisa ser entregue, e a etapa de planejamento passa por 3 etapas: Recebimento de um Briefing (ou criação de briefing no caso de você mesmo ser quem quer o trabalho criativo de si mesmo), Planejamento do Trabalho e Busca de Referências. Neste capítulo, então, vamos passar um a um destas 3 etapas, para que, no próximo capítulo, o de Ação, você já esteja pronto para colocar a mão na massa e aprender todos os métodos para começar a criar. Começando então pelo BRIEFING: Briefing é uma daquelas palavras em inglês que, de tão usadas no dia-a-dia pelos brasileiros, acaba soando como natural para quem costuma trabalhar com criatividade. Para quem não conhece, briefing é um conjunto de informações, que normalmente é entregue num documento em papel impresso ou por email (já vi alguns casos em apresentação também), com tudo que você precisa saber antes de começar a criar um trabalho. Em empresas, normalmente os profissionais costumam receber este material pronto de outros departamentos, ou às vezes direto do cliente em casos de empresas menores. No caso de profissionais liberais, costuma acontecer do próprio profissional ter que mandar um briefing em branco para o cliente preencher, pois este normalmente não está acostumado com este documento e por isso pode passar informações incompletas e insuficientes para o criativo trabalhar. Ainda, existem os casos em que, como citei, o próprio criativo é quem quer produzir algo para si mesmo. Como alguém que quer escrever o primeiro romance, ou alguém que quer começar a pintar os próprios quadros. Nestes casos, apesar de a princípio parecer meio besta criar um briefing para si mesmo, eu COM CERTEZA recomendo que você faça isso ESPECIALMENTE nestes casos. Sabe como é: às vezes, exatamente por não termos um outro lado nos cobrando, seja cliente, seja o patrão, corremos o risco de deixar nossos próprios projetos sem foco, sem prazo, sem exatidão do que queremos fazer. Isso costuma ser um prato cheio para a procrastinação, e daí você vai deixando o seu projeto para depois. Então, veja abaixo tudo que você precisa receber em um briefing para que ele esteja completo e, a partir de hoje, comece a levar muito a sério esta etapa da criação. Nunca corra o risco de começar a longa jornada da criatividade criando algo que não é exatamente o que o cliente queria. Você não tem idéias de quantos projetos dão errado porque começam errado aqui, quando cliente pede A, criativo entende B, e eles não param um minuto sequer para ver se estão alinhados nisso. Daí, dependendo do tamanho do projeto, podemos estar falando de meses de trabalho jogados fora. Um bom Briefing começa falando sobre qual PRODUTO, SERVIÇO OU EMPRESA DO QUEAL ELE SE TRATA. Você precisa saber para quem está criando algo. Dependendo do produto ou da empresa, a criação será completamente diferente, pois você terá que seguir a personalidade da empresa, a filosofia, o posicionamento dela, entre outras coisas. É interessante inclusive que o briefing já traga essas informações todas e, se necessário, você pesquisa algumas informações adicionais. Depois, você precisa ter claro O QUE você precisa entregar. É uma apresentação? Um anúncio? Um relatório? Uma Arte? Uma lista? O que exatamente as pessoas estão esperando que você entregue para elas? Sabe que, quando trabalhava em agências, mesmo nas grandes, eu vi MUITOS casos de trabalhos entregues no formato errado, seja porque o briefing veio com informação errada, seja porque o criativo não leu as especificações do briefing. E daí, nesses casos, imagine a cara de amadorismo que a pessoa passava, quando ficava claro que o erro tinha sido por pura falta de atenção. PORQUE aquele pedido está sendo feito? O que o solicitante quer com aquilo?Aumentar vendas, criar um negócio, mudar um departamento, quer enfeitar a casa, quer vender o seu trabalho? Existem N possibilidades aqui, e o importante é que você saiba qual é o caso, pois isso vai influenciar diretamente a sua criação, além de fazer o seu trabalho mais assertivo. PARA QUEM você fará este trabalho? Quem é o público-alvo? Este talvez seja um dos itens mais importantes, pois serão essas pessoas que avaliarão o que você está fazendo. Então, você precisa saber muito bem quem elas são, o que pensam, o que gostam, o que não gostam. De novo, dependendo de quem te passa o briefing, isto pode pode já vir no material mas, caso não venha, é sua função ir atrás por conta própria. COMO você vai saber se a sua criação foi bem feita? Como o sucesso do seu trabalho será medido? Em alguns casos, como, por exemplo, se você estiver criando um quadro para um amigo, basta ele gostar. Em outros, como fazendo uma arte para anúncio de Facebook, quem dirá se o seu trabalho deu certo ou não são os testes na plataforma. Ao saber dessas nuances, você pode se preparar melhor. Por exemplo, no caso do anúncio para Facebook, se você sabe que serão feitos testes, você pode apresentar mais de uma versão do que lhe é pedido. Tem casos também que um diretor de empresa pede sugestões de inovações para os funcionários do seu departamento. Este também é um trabalho que exige criatividade e, neste caso, o sucesso pode ser medido por quantas sugestões suas são colocadas em prática. Quando o briefing não traz essa informação, crie por conta própria uma referência de sucesso para conseguir avaliar o seu trabalho de forma objetiva. QUANDO. Esta é outra questão chave aqui, a questão do prazo. Isso fará toda a diferença na hora de você pensar a qualidade do trabalho que irá fazer, assim como quanto ($$$$) irá cobrar caso seja um trabalho remunerado. Como é de se imaginar, todo mundo que te pede um trabalho quer aquilo para ontem. Só que, nestas horas, é seu papel se impor e estipular um prazo razoável para que você consiga entregar o seu trabalho com qualidade. Pense assim: nem tão perto que você tenha que fazer qualquer coisa só para falar que fez, nem tão longe para que o prazo distante faça você deixar o assunto para depois, e só lidar com ele quando estiver em cima. VERBA. Isto aqui também costuma ser um divisor de águas para a criação de qualquer coisa. Lembro um cliente para o qual eu trabalhava em uma das agências em que passei que, toda vez que ele pedia algo, ele dizia que a verba era ilimitada, e que a gente criasse “pensando em coisas que sairiam no intervalo do Jornal Nacional”. Se você não sabe, intervalo do Jornal Nacional é o horário mais caro para se anunciar no Brasil, pelo menos era naquela época. E daí nós criativos passávamos o final de semana tendo idéias mirabolantes, que exigiriam altos investimentos. Na hora de aprovar, porém, o cliente mudava todo o discurso, vinha com a conversa que aquilo ia ficar muito caro e que daquele jeito não dava pra fazer. Era uma completa perda de tempo e, depois de algumas vezes que aquela situação se repetiu, ninguém mais queria trabalhar para aquela empresa. Então, saber a verba é muito importante para você ter uma idéia do que é possível fazer. Todo trabalho criativo tem muito a ver com gerenciar prazo e verba para conseguir entregar algo de qualidade, adequado e no tempo proposto. OBSERVAÇÕES EXTRAS. Todo fim de briefing deve ter observações extras que não cabem nos outros itens, mas que são fundamentais para que a criação saia adequada. Quer ver um exemplo diferente? Imagine que você é arquiteto, vai criar uma planta de casa, e o cliente exige que a casa tenha 15 banheiros, sei lá. Com certeza é aqui que ele colocar esse tipo de informação. Podem ser também exigências da marca. Imagine que você vá trabalhar para o Corinthians. Eles com certeza vão colocar aqui que é proibido usar a cor verde, seja lá para o que você for criar para eles, pois verde é a cor do Palmeiras. Assim, este é o local para constar todas os detalhes que o solicitante faça questão de citar. ANEXOS. Em alguns casos, é normal o solicitante colocar junto com briefing anexos de materiais que auxiliem na criação. Estes materiais podem conter desde pesquisas sobre público consumidor, material de identidade visual, trabalhos anteriores, referências de projetos similares que agradam o cliente, etc... -- Uma vez com o briefing em mãos, é fundamental que você tire todas as dúvidas antes de começar a planejar seu trabalho. Conforme eu falei, se você não alinhar as informações aqui, pode ser que só descubra que entendeu as coisas de forma erada no dia de apresentar o trabalho. Então, não tenha medo de ser chato e pergunte mesmo. Uma coisa que já reparei é que às vezes tem solicitante que não sabe exatamente o que quer e tenta fazer briefings meia-boca, passando apenas meia-dúzia de informações. Aí, a chance de você fazer algo que não agrada aumenta muito, e você ainda vai ter que ouvir: “Não era isso que eu estava pensando quando pedi”. Claro que não era! Nem ele mesmo sabia direito o que queria! Então, toda vez que achar que o briefing está faltando informações, peça por elas, faça mais perguntas. Só se dê por satisfeito quando estiver tudo mastigadinho e você tiver certeza que você e o solicitante estão alinhados no que se esperar do trabalho. PLANEJAMENTO DE TRABALHO Uma vez que tenha todas as informações do briefing em mãos e mastigadas, é hora de você fazer as suas próprias anotações. O que você precisa é mapear todo o processo, considerando todas as etapas que ainda veremos mais adiante (do método P.A.R.E.), e trabalhar com o prazo, para saber quantas horas por dia deverá se dedicar a cada etapa. Tem aquele frase famosa do Abraham Lincoln que diz que, se ele tivesse 8 horas para derrubar uma árvore, ele passaria 6 afiando o machado. Ou seja, ao invés de você sair que nem um louco tentando criar as coisas, é muito importante dedicar um bom tempinho aqui planejando o que você vai fazer. Claro que a tarefa não simples. Afinal, um trabalho criativo não é como pregar martelos na parede, ou seja, não adianta você dizer que vai passar 8 horas de um dia pensando no assunto para ter certeza que vai sair algo bom. Ao mesmo tempo, você precisa entregar algo de qualquer jeito, pois esta é a sua responsabilidade, então também não dá para colocar prazo indeterminado para suas tarefas. Para você fazer um planejamento justo para você e para sua criatividade, é sempre interessante que você coloque uma gordurinha extra em cada uma das etapas, já dando margem para algum bloqueio criativo, alguma dificuldade final que surja. Vamos considerar então as 4 etapas do Método P.A.R.E. Com base nos meus trabalhos criativos, eu estipulei aqui uma porcentagem de tempo que eu tenho como meta dedicar a cada uma das etapas, da seguinte forma: - Planejamento: 10% - Ação: 50% - Resistência (Refação, Revisão e Ajustes): 20% - Entrega: 20% Pode ser que você veja essas proporções e diga: “Mas você disse que o Abraham Lincoln ia afiar o machado por 6 horas...”. Claro que isso é um modo de dizer. O que eu te garanto é que, se você seguir essas proporções e dedicar de fato um tempo para cada etapa do Projeto, você já vai estar na frente de 99% das pessoas, que simplesmente saem fazendo as coisas sem prestar atenção direito em prazo, métodos, etapas, e virá aquele samba do crioulo Doido. Uma vez que as proporções que você vai dedicar para cada etapa do projeto, você precisa alinhar essas proporções com o prazo que você tem. Então, no exemplo mais básico, se você tiver dez dias para entregar o trabalho, você teria então 5 dias dedicados à ação. Ótimo! Agora, se você tem apenas 10 horas, aí já seriam apenas 5 horas. Corrido, né? Então, pegue novamente o briefing, pegue a agenda, e defina: - Quais dias eu dedicarei a cada etapa do processo? - Quais horas do meu dia eu dedicarei a ele? De que horas a que horas? - Aonde farei isso? Será em casa, no trabalho, no café perto de casa? - Quais osmateriais que preciso? Só meu computador e a Internet? Ou preciso de mais coisas? Tenho essas coisas ou preciso comprar? Repare que se a criação for em grupo, esta etapa ganha importância gigantesca, maior ainda que o normal, pois aqui você terá que alinhar a agenda de todos os envolvidos e, se necessário, dividir tarefas. Se você achar muito complicado fazer esse gerenciamento de equipes, eu recomendo que você utilize um software de gerenciamento de Projetos, como o Trello, www.trello.com, cuja versão gratuita é suficiente, no qual você pode envolver todos a equipe num Painel de http://www.trello.com Controle em conjunto. Nele, você consegue ver, ao mesmo tempo, todas as etapas, os responsáveis, as datas do encontro. Assim, todo mundo vê atualizado e em tempo real quem deve fazer o que para quando. ANÁLISE DE CENÁRIO E BUSCA POR REFERÊNCIAS: Se para criar vimos que é preciso construir algo novo, deduz-se que este algo deve ser NOVO em relação a algo já existente, que no caso seria o velho. Então, é muito importante que, antes da etapa de criação, seja feito uma pesquisa aprofundada do que já foi feito e do que já existe, a título de se preparar melhor para o que deve ser criado. Repare que chamar algo de Velho não é necessário algo ruim, assim como nem sempre o que já existe é velho. Por exemplo, imagine que você tivesse que criar o terceiro filme da Trilogia do Batman. É óbvio que você teria que pesquisar MUITO os dois primeiros filmes, pois você estaria criando a sequência deles. Então a sua criatividade estaria a serviço de criar um sequência para algo já existente, e não necessariamente para jogar o antigo fora. Preparamos aqui uma lista de pesquisas que você deve fazer antes de começar o seu trabalho, nesta etapa de análises. Veja: O QUE EXISTE HOJE: Faça uma análise sobre o que você tem em mãos hoje. Seja o produto para quem você vai criar algo, seja as idéias que você tem para criar algo. É interessante que você vão conhecer, testar, experimentar, vivenciar o que há atualmente, pois isso naturalmente te dará insights sobre o que pode ser mudado, melhorado, ampliado, eliminado. Essa parte aqui me lembra muito quando atores vão fazer um novo papel e, para isso, fazem o que eles chama de laboratório, que é conhecer a realidade do personagem que eles vão interpretar. A partir dessa vivência, toda sua percepção pode mudar. CONCORRENTES: Quem são os concorrentes daquilo que você está trabalhando sobre ou mesmo do que voce está criando. Por exemplo, se você quer escrever um romance, procure saber quais são os romances que estão nas livrarias hoje, assim como os mais vendidos do Brasil e do Mundo. É importante que você faça essa pesquisa caso julgue ser importante fazer algo com uma linguagem familiar ao que as pessoas estão fazendo hoje. Caso esteja fazendo um trabalho para uma empresa, a coisa muda um pouco. Você vai investigar os concorrentes dela para tomar cuidado em não fazer algo parecido, para tomar cuidado de não fazer algo pior, e também para saber o que o público daquele produto está acostumado a ver como anúncio. Assim, uma análise do mercado atual sempre vai te dizer aonde está o sarrafo, diríamos assim. Se você não entende essa expressão, sarrafo diz respeito à competição de salto em altura. Dependendo da altura que seus concorrentes deixam o sarrafo, é sua responsabilidade criar algo para superar essa altura, nunca de fazer algo que esteja abaixo. COISAS QUE O PÚBLICO-ALVO GOSTA: O público-alvo para quem você está criando não vive só daquele tema em que você está trabalhando. Essas pessoas tem uma vida, tem hábitos distintos, e é interessante que você passa um tempo estudando isso. Aqui também vale o exemplo dos atores fazendo laboratório. Você pode ampliar a sua pesquisa e, além de conhecer o produto, ir atrás de outras atividades que aquele público costuma fazer. Assim, na hora de criar, você vai estar em sintonia com o que eles gostam. É por isso também que pessoas costumam se especializar num público-alvo. Conforme um criativo começa a criar e encontra um público com o qual ele saiba como conversar, ele começa a produzir mais material que vai “na veia” das pessoas, e assim cada nova obra é um novo sucesso. Como exemplo, pegue a escritora de Harry Potter. Não é a toa que ela escreveu tantos livros e agora pretende ampliar mais ainda as obras sobre o personagem, pois ela já sabe como atender aquele público. REFERÊNCIAS DE OUTROS MERCADOS: Agora é hora de procurar referências de coisas que deram certo em outros lugares que não sejam do mesmo mercado que o seu, mas que possam servir de inspiração. Por exemplo, em administração existe o conceito de benchmarking, que quer dizer procurar práticas de outros mercados que, adaptadas ao seu, possam te ajudar sem que você perca tempo e dinheiro inventando as coisas do zero. É basicamente disso que estamos falando: fazer uma espécie de pesquisa de referências cruzadas que no final levem ao objetivo de trazer material para sua pesquisa. REFERÊNCIAS EM GERAL: A busca por referências nem sempre pode precisar de fatores tão lógicos, como no caso acima. Às vezes, as idéias vão surgir de onde menos se espera. Então, se você for criar, por exemplo, um anúncio para um produto japonês, é ótimo pesquisar um pouco mais sobre a história do país, sobre a cultura japonesa, pois serão dessas associações que poderão sair a grande idéia. ANÁLISE GERAL: Uma vez que você já tenha feito toda essa pesquisa, coletado informações e feito as devidas anotações possíveis, é hora de juntar tudo, passar a limpo, colocar em ordem, e aí sim, a partir do próximo capítulo, é hora de criar. Repare como esse planejamento inicial, inlcuindo desde o briefing bem feito por parte do solicitante, até uma vasta pesquisa do cenário atual e de referências, deixa a coisa quase que mastigada para você começar a criar. É capaz que aqui, neste ponto, você já esteja com várias idéias prontas pipocando na cabeça, e aí você percebe como cada etapa do método P.A.R.E. tem a sua importância e é fundamental para que o processo todo flua bem. Então, agora chega de planejamento, você já está pronto para o próximo passo. É hora de Ação! 3. AÇÃO (P.A.R.E.) Ok, ok. Terminadas então as etapas de recebimento de briefing e análise geral, chega a hora de agir! Este é o momento mais crítico, pois é essa a hora em que o criativo encontra o famigerado papel branco. Tudo bem que você já pode ter feito todas as anotações em virtude da análise do briefing, do estudo, já pode ter bastante material de pesquisa pra consultar quando necessário, mas a verdade é que é agora que o bicho pega. Até o momento, tudo que você fez foi meio operacional: pesquisar, analisar briefing, buscar referência. Você até pode ter que ser criativo na hora de buscar referências, mas nada se compara à criatividade que você vai ter que por para funcionar agora. É por isso que o momento de criação é aonde há os maiores riscos de acontecer a procrastinação. É aqui que os criativos inexperientes sempre tentam dar uma escapadinha: adiam por meia hora aqui, depois meia hora ali. Daí o que era pra ser de manhã fica pra depois do almoço, o que era pra ser de tarde fica para o outro dia. E daí entra numa rede social aqui, Whatssap ali, até a hora que o prazo começa a estourar e bate o desespero. Como eu disse acima, esse é o comportamento de profissionais inexperientes. Falo isso sem medo pois conheço muitas pessoas que trabalham com criatividade, e te garanto que todas as bem sucedidas nunca fogem da responsabilidade de enfrentar o papel em branco, pois elas acreditam no processo como um todo. Aqui que entra em cena aquela história da genialidade ser 1% inspiração e 99% transpiração. Para criar, você precisa fazer, escrever, pensar, ligar os pontos. E só se liga os pontos quando você pensa neles ao invés de pensar a quantas anda seu feed de Instagram. Para te ajudar nesse doloroso processo de começar e desenvolver sua criatividade, esse capítulo apresenta 10 técnicas decriatividade para que você crie, inove, surpreenda, descubra, e faça o que tiver que ser feito. Alguns desses métodos são mais conhecidos, outros nem tanto, e foram selecionados para que você crie a sua própria caixa de ferramentas da criatividade. Sabe como funciona a caixa de ferramentas de casa, né? Toda vez que algo precisa ser consertado, você abra a caixinha e pega aquela ferramenta que resolve o seu problema do momento. A idéia aqui é a mesma. Você vai ver que são métodos variados, que você pode experimentar em momentos diferentes, e pode achar padrões nisso. Alguns que funcionem melhor em determinados projetos, outros em outros. Vai ficar a seu critério. Vamos a eles: BRAINSTORMING que um amigo meu costuma chamar de “Toró de Idéias”, é talvez o método de pensamento criativo mais conhecido pelo senso comum quando o assunto é criatividade. Como ele é base para alguns outros métodos que vamos falar depois, resolvi começar com ele. Para quem nunca ouviu falar, Brainstorming, que significa em inglês algo como um furacão de idéias, é um processo no qual um grupo de pessoas se senta junto para pensar em novas soluções para se resolver um problema. Obviamente ele pode ser feito sozinho também, mas recomenda-se em grupo pois assim a variedade de idéias que surgirá será muito maior. O objetivo do Brainstorming é esse mesmo, ter o maior número de idéias possíveis e que o ambiente não tenha nenhum tipo de censura. Toda idéia que surgir, mesmo que soe absurda, deve ser anotada pelo moderador sem nenhum tipo de ressalva. É importante frisar muito bem a necessidade de não se comentar as idéias ditas, apenas ouvi-las e anota-las, pois essa é a essência do Brainstorming. A idéia é que, mesmo as idéias absurdas levem às pessoas a terem mais idéias, e, às vezes, uma idéia abusrda de uma pessoa faz outra conectar os pontos e tirar dali uma idéia boa de verdade. Ou seja, se não fosse a idéia nada a ver que um deu, o outro não teria chegado à idéia boa e resolvido o problema de todos. Depois de um determinado periodo de geração de idéias, que varia dependendo do tamanho do grupo, todas elas são discutidas, uma a uma, e aí sim elas podem ser criticadas, combinadas, melhoradas, etc... Apesar de parecer simples, o maior problema do Brainstorming é as pessoas se sentirem 100% livres para falarem o que pensam. Por mais que você deixe muito claro que o ambiente será livre de julgamentos, demora muito tempo para as pessoas se sentirem seguras para tal, e qualquer pequeno julgamento no meio, mesmo que seja só por uma careta que alguém faça sem falar nada, pode ser fatal para acabar com a confianças das pessoas. É por isso que um brainstorming deve ter um mediador que seja bastante experiente tanto para dar um ritmo para o surgimento de idéias, estimulando as pessoas com perguntas sobre o tema, como para lidar com essas situações de julgamento para deixar as pessoas livres para opinar. No final, esse mediador também deve ser muito hábil para trazer todas as idéias geradas para a discussão, tentando tratar todas de maneira construtiva para que, no final, ao menos uma grande idéia saia dali do meio. MISTURA DE UNIVERSOS. Tem aquele famoso ditado que diz que na vida nada se cria, tudo se copia. Infelizmente, eu acho que esse ditado é mal escrito, e daí acaba dando margem para más interpreteções, como de plágio. Ocorre que não é verdade que na vida tudo se copia, mas é correto se dizer que tudo tem referências, e isso nada tem a ver com plágio. Quer ver. Desde o surgimento do Uber, e do sucesso dele, é muito comum ouvirmos por aí algumas empresas que se dizem “O Uber de alguma coisa”. Pode ser “O Uber das Entregas por Correio”, ou “O Uber das motos”, ou “Uber das Flores”. Sei lá. Uma vez por semana aparece em alguma revista de negócios uma nova empresa se dizendo o Uber de alguma coisa. O que esses empresários estão fazendo, nada mais é do que misturar dois universos distintos, e transformar numa grande idéia. Nesse caso, vamos pegar o exemplo das Motos. Nem lembro se esse caso é real, mas poderia ser. Uma pessoa viu que o Uber funciona para carros, só que ela é do universo das motos, e decidiu então juntar esses dois universos. Logo, ele criou “O Uber para Motos”. Você não tem noção de quantas novas idéias são geradas a partir desse processo extremamente simples. Na indústria, esse processo de checar soluções em outros mercados tem até nome, chama-se benchmarking. Já falamos dele no primeiro capítulo, mas vamos reforçar aqui. Funciona assim: se eu vendo flores e quero saber como fazer uma entrega rápida que chegue no mesmo dia para o meu cliente, ao invés de tentar fazer isso do zero, correndo o risco de errar muito e perder dinheiro, eu procuro outros mercados que tenham o mesmo problema, como indústrias de alimentos percíveis, ou mesmo de delivery de comida. Assim, eu aprendo como aquilo funciona no outro universo, trago para o meu universo fazendo algumas adaptações e pronto, saiu assim uma solução criativa. Esse processo de benchmarking não precisa ser só de empresa para empresa. Você pode usar esse mesmo raciocínio para qualquer coisa. Por exemplo, sua família precisa rever o orçamento, e você tem um irmão que conseguiu fazer isso há um ano atrás. Então basta você pesquisar com ele o que ele fez lá, adaptar para a sua realidade, e pronto, você trará uma solução nova para a sua casa. Para esse método funcionar, é muito importante que você trate tudo com muita humildade, sabendo que cada coisa que você vê durante o dia, ou cada pessoa com quem conversa, pode ter algo para ensinar que mude a sua vida. Uma vez que você encare a vida assim, fica mais fácil encontrar soluções para adapta-las para a sua vida. O QUE FULANO FARIA. Esse método é muito bom para aqueles momentos em que você já sugou todas as suas energias e ainda assim não conseguiu pensar em nada de interessante. Se utilizando a sua cabeça não está dando certo, é hora de você começar a pensar com a cabeça de outras pessoas. Por exemplo, eu tenho 3 irmãos. Se juntarmos nós 4 mais meu pai e minha mãe numa mesa, é capaz que existam assuntos em que nós 6 tenhamos opiniões completamente diferentes para o mesmo tema. Claro que você pode pegar o telefone e pedir opiniões para eles, mas a idéia aqui é que isso não seja preciso, que seja um exercício lúdico mesmo, até porque a graça é imaginar diversas pessoas do mundo, não apenas a sua família (Calma que chegaremos lá). Deixa eu dar um exemplo. Vamos supor que eu queira vender meu carro, já tenha tentado pela Internet e não tenha conseguido. Então eu penso: - O que meu irmão faria: Pelo que conheço dele, ele adora ir em consessionárias, então ele tentaria lvar lá direto pra avaliarem. - O que meu outro irmão faria: Putz, aquele lá adora ir em Feirão de Carros e negociar. Então ele com certeza tentaria ir em uma feira de carrros no final de semana. - O que meu terceiro irmão faria: Ele é mais digital, então ele usaria o mailing de amigos dele para tentar vender entre os mais próximos. Acho que deu para entender. Vamos supor então, num outro exemplo, que você queira um modo criativo de aumentar as vendas da sua empresa. Nesse caso, talvez os seus familiares mais próximos não tenham muito como ajudar. Então, você pode pedir ajuda aos seus ídolos... Porque não? Bastaria você pensar (vou usar referências minhas de exemplo): - O que o Flávio Augusto faria... - O que o Jorge Paulo Lehman faria... - O que o Bill Gates faria... Veja como cada uma dessas pessoas provavelmente faria algo totalmente diferente. Resultado é que, depois de uma hora fazendo esse exercício, imaginando o que os outras pessoas fariam no meu lugar, eu consigo ter, sem exageros, umas 30 perspectivas novas sobre como resolver uma situação. E às vezes você não conseguiu ter uma idéia para resolver um problema porque, naquele momento, a sua forma de ver o mundo não é a ideal. E daí, aquele seu amigo que tem um método totalmente diferente do seu para tudo, que você não usaria de jeito nenhum em outros assuntos,nesse caso específico pode ter o jeito perfeito para se resolver a situação. Então você pega o jeito dele e soluciona criativamente um problema seu. PENSAMENTO REVERSO. Às vezes, destruir é mais fácil do que construir. Por exemplo, vamos supor que você precise arrumar um modo de dobrar o número de fãs da sua página de Facebook. Você pode sentar e começar a ter idéias para isso mas, imagine que a gente invertesse a pergunta, e ela se tornasse: Como fazer com que eu não tenha nenhum fã na minha fan page? Assim, você pensaria em modos de nunca conseguir um fã, da sua página ser horrorosa e nunca atrair ninguém para lá. Ao fazer este exercício, você vai notar algo curioso: na hora de ter idéias para destruir a sua fan page, tanto você, quanto as outras pessoas se você estiver em grupo, se envolverão mais no assunto, simplesmente porque é mais divertido pensar assim ao invés do modelo tradicional. E daí, uma vez que você tenha 10 a 15 boas idéias “negativas”, pare para analisar uma a uma e torna-las positivas. O que você vai notar é que se você fosse pelo caminho normal de ter as idéias positivas direto, não chegaria ao mesmo resultado, pois o exercício de destruir faz com que você tenha idéias mais diferentes que, ao serem invertidas, trazem ótimas novidades para suas saídas criativas. BRAINSTORMING COM POST-ITS. Por mais que já tenhamos falado sobre o Brainstorming e a importância de que não haja censuras e que se haja um moderador experiente que evite isso, fato é que, mesmo assim, o risco de dar errado é grande. E não há nada pior do que um Brainstorming travado que só gera perda de tempo. Então, um método muito bom para quebrar resistências e evitar que as pessoas se sintam na defensiva na hora de propor idéias, é distribuir Post-Its para as pessoas nas quais elas possam colocar a idéia que quiserem e, depois, esses papéis são recolhidos e colados na parede. O mediador então lê idéia por idéia, e todos juntos a analisam SEM SABER quem é o responsável por aquela idéia. Isso tem dois efeitos: o primeiro é que, como falamos, as pessoas se sentem mais a vontade na hora de dar suas opiniões sobre o assunto, ao saber que ninguém vai saber que foram elas que falaram. O segundo é que, seja num grupo que já se conhece, seja num grupo novo, é muito comum as pessoas julgarem as outras pela aparência antes mesmo que elas abram a boca. Então, no caso de um grupo que já se conhece, sempre tem aquele caso da pessoa que fala: “Putz, não gosto de fulano, então qualquer coisa que ela falar pra mim é ruim, vai ter defeitos.” No caso de um grupo que não se conhece, mesmo assim também haverá julgamentos. Pessoa vai achar que fulano é muito alto, muito baixo, muito magro, muito gordo, o que for, mas uma coisa é certa: sempre vai ter julgamentos e pré-conceitos que intereferem na avaliação da idéia. Este método de brainstorming tira a vantagem da associação livre que o brainstorming normal proporciona, no qual uma idéia maluca ajuda a gerar idéias boas, mas tem como vantagem dar mais liberdade para as pessoas darem suas idéias sem receios, além de evitar os julgamentos anteriores à idéia. DESEJO IMPOSSÍVEL. Tem aquele ditado que diz que se você mirar nas estrelas, pode não alcança-las, mas de algum jeito vai chegar mais longe do que quem não mirou tão alto. Isso ocorre porque a maioria das pessoas não sonha grande mesmo. Elas têm idéias pequenas, para resolver problemas pequenas, e se contentam com pouco. Para quem quer gerar idéias, isso é terrivel, pois, se as metas da criatividade não foram estimulantes, ninguém na mesa vai se esforçar pra ir um pouquinho além que seja. Quando este é caso, e você precisa estimular as pessoas da mesa a pensarem grande, ou mesmo quando você estiver sozinho e se sentindo muito limitado nos pensamentos, você pode e deve utilizar o Desejo Impossível. Ele funciona assim: imagine que você tem uma reunião com a equipe de vendas. Vocês estão vendendo 10 mil por mês e a meta é aumentar para 15 mil. Talvez as pessoas não se sintam estimuladas a dar idéias sobre isso. Agora, e se você dissesse que quer saltar de 10 mil para 10 milhões e que eles precisam dar idéias para que isso aconteça? Primeiro de tudo, todo mundo vai se sentir instigado a palpitar, já que é uma pergunta nova que quebra um pouco a monotonia da situação. Segundo é que, quando estimulados para pensar o impossível, é capaz que surjam idéias extremamente boas. Por exemplo, se no caminho normal, para aumentar as vendas em 5 mil, a idéia fosse: dobrar o número de ligações ou contratar mais um vendedor... Tá, ok, mas não seria uma idéia muito criativa. Agora, se é pra vender 10 milhões, podem surgir idéias de parcerias com grandes empresas, idéias de novos produtos, idéias de novos negócios e departamentos... O sentimento geral é de que as possibilidades agora são infinitas, e aí o espaço fica livre para inovar e pensar de forma criativa de verdade. O resultado é que, dessas idéias malucas, pelo menos uma vai poder ser adaptada e colocada em prática para no mínimo atingir a meta inicial e no máximo... Quem sabe não aumentar em 10 vezes a venda? Daí a teoria vai se comprovar: você mirou alto, não chegou aonde queria, mas conseguiu ir muito mais longe do que se tivesse mirado baixo. SEIS CHAPÉUS PENSANTES: No livro de mesmo nome, o autor Edward de Bono apresenta um método no qual o criativo pode aumentar as perspectivas sobre um problema a ser resolvido de modo a enxerga-los de várias maneiras diferentes, cada uma de acordo com um dos chapéus. Funciona assim: cada chapéu representa uma forma de pensamento. O chapéu branco representa o pensamento baseado em informações. Então, para se utilizar este método, você começa “vestindo” o chapéu branco, e ao pensar com ele, você começa a analisar o seu desafio de forma racional, anotando detalhes, fatos, coisas concretas sobre aquilo. Já com o chapéu vermelho, você devo pensar com a intuição. Ou seja, você pensa naquele assunto utilizando sentimentos, desejos e emoções sobre ele. Com o chapéu preto, você deve pensar de forma crítica, julgadora, pessimista, encontrando defeitos. Com o chapéu amarelo, é o oposto, você pensa de maneira positiva, otimista, tendo certeza que aquilo vai dar certo. O Chapéu verde representa a imaginação, o pensamento criativo sem barreiras, uma espécie de mundo encantado. Por último, o chapéu azul funciona como um moderador de todos os chapéus. Ele que vai organizar todas as impressões que cada chapéu teve para buscar tirar o melhor proveito possível de tudo isso. Por mais bobinha que pareça essa técnica, repare como, rapidamente, ela te dá a possibilidade pensar em soluções para um problema da forma mais variada possível. Ele lembra um pouco a técnica do “O QUE O FULANO FARIA”, a diferença é que aqui você garante que todos os pontos de vista sobre o mesmo problema serão vistos por todos os lados. Além da quantidade de idéias que surgem, a possibilidade de conecta-las é muito grande, pois você consegue pegar a melhor parte de cada coisa: os defeitos de um chapéu com as virtudes do outro, e uma coisa vai fortalecendo a outra, fazendo com que sua idéia fique mais forte e díficil de ser refutada. MINDMAPPING: Outro método de criatividade que já atingiu o mainstream e é usado por muitas pessoas fora do ambiente da criatividade é o MindMapping, ou Mapa Mental, em português. Ele faz sucesso porque é uma das melhores maneiras para colocar nossos pensamentos no papel de uma forma visual, e nos permite visualizar tudo que está na nossa cabeça num único lugar de uma vez. Além disso, o MindMapping permite que você desenhe, ligue os pontos, crie um diagrama, e tenha muito mais liberdade do que simplesmente anotar as idéias linha a linha no papel. Eles podem ser usados para basicamente qualquer tipo de projeto e costuma ser um ótimo jeito de organizar suas idéias antes de colocar todas no papel. Pegando o meu exemplo, se eu fosse utilizar um MindMapping para me ajudar a escrever este livro, eu colocaria no centrode tudo um círculo com um nome do livro. Cada braço que eu criaria saindo desse círculo seria um dos capítulos, e dentro de cada braço dos capítulos eu colocaria cada um dos temas que abordaria em cada um. Com isso, eu conseguiria ter numa única folha de papel tudo que eu preciso colocar aqui neste Guia Rápido, ficando bem mais fácil para eu saber como está o conteúdo como um todo. Outra coisa legal dos MindMappings é que, em versões online, que podem ser usadas tanto no Desktop quanto no Mobile, você pode fazer desenhos colocando imagens, colocando anexos, de modo que a coisa fique muito visual. Existem até estudos que dizem que essa combinação de imagens mais palavras faz você lembrar até 6 vezes mais das coisas. Então é isso. Da próxima vez que começar um projeto, experimente esquematiza-lo antes com um MindMapping, e você verá como tudo fica mais fácil. CHECKLIST DE OSBORN: O mesmo homem que inventou o Brainstorm, Alex Osborn, criou também o método de checklist, que funciona muito bem quando você quer ressignificar algo. Funciona assim, você define algo, vamos por exemplo pensar num vaso de flores, e, a partir daí, pensa em idéias para: - Utilizar para outros fins: Como o Vaso poderia ser utilizado de outras forma ? - Adaptar: Que outras idéias poderiam surgir a partir desse vaso ? Que outro uso ele poderia ter com alguma pequena modificação? -Modificar: O que poderia mudar nesse caso? Cores, material, forma? -Ampliar: O que poderia acrescentar nele? O que pode ser duplicado, multiplicado, ou ampliado? -Minimizar: O que pode ser tirado? O que pode ser menor? Dividido? -Substituir: Outro material? Outro suporte? Outra haste? -Reorganizar: E se fosse feito um novo do Zero? Quais seriam as mudanças estruturais? O que seria diferente? -Reverter: O que poderia ser alterado? Virado? É possível ficar de cabeça para baixo? É possível usa-lo do avesso ? Seria possível ser um vaso Dupla-Face? - Combinar: O que iria bem com um vaso? Que outros vasos venderiam bem em duplas? O que mais poderia ser combinado. Assim, no checklist de Osborn, você sempre passe a sua idéia, ou o produto, ou o que for, por esse check-list de verbos, e assim você vai investigando diversas possibilidades sobre como mudar algo e descobre maneiras que nunca imaginou ser possível. MÉTODO DOS 5 PORQUÊS: Este é um ótimo método para se dar soluções a problemas que parecem não querer ir embora. Ele foi criado por Sakichi Toyota, fundador da marca Toyota e a idéia é que, quando um problema existe, você só vai encontrar a solução dele se perguntar 5 vezes o porquê dele existir. Após fazer as 5 perguntas e achar a solução, aí sim você descobre não só ela, como também como resolver aquele problema. Para fazer este método você pode usar um rápido passo-a- passo de sete etapas: - Forme uma Equipe - Defina um Problema (Ex: Vendas não estão boas) - Pergunte o primeiro Porque: (Ex:Porque o produto não atende ao público-alvo) - Pergunte mais quatro vezes Porque. - Feitas as Perguntas, ficará claro porque você tem um problema (Ex: Produto não teve testes suficientes antes de entrar em circulação, logo foi produzido sem estar alinhado com o público) - É necessário tirar um Ação dali. (Ex: Reenviar produto para Testes) - Monitorar os Próximos Passos (Ex: Acompanhar os Testes e Recolocação do Produto no Mercado) Curioso que este método pode ser utilizado para os mais diversos fins. Eu descobri que ele é uma ótima maneira de se analisar as emoções das pessoas também. Você pode reparar que muitas vezes acontece da pessoa estar brava e não saber exatamente o porquê. Daí, se você pergunta isso a ela, a primeira resposta nunca é a causa real. Conforme as pessoas vai investigando as razões para estar se sentindo daquele jeito, ela vai cavando no inconsciente até que encontra lá no fundo a causa real, e assim fica mais fácil de se “curar”. A própria essência da análise psicanalítica utiliza esse método de sempre questionar uma vez mais as pessoas, e a intenção é exatamente essa. O verdadeiro motivo por trás de um problema nunca é o superficial, e precisa ser investigado até lá no fundo. 4. RESISTÊNCIA (P.A.R.E.) Nos dois últimos capítulos, você já teve uma boa geral sobre como planejar seu trabalho criativo, além de aprender diversos métodos com os quais eu imagino que você já esteja tendo várias novas idéias para implementa- los na sua rotina. Isso é ótimo. Porém, uma coisa é certa. Tão certo quanto 2 + 2 são quatro, mesmo com todo o planejamento, mesmo aprendendo novos métodos para criar, ainda assim, você vai passar por momentos de bloqueio em que não consegue criar absolutamente nada. Este é um momento bastante perigoso pois, caso a essência do seu trabalho seja a criatividade, e você tenha um bloqueio para pensar, isso quer dizer que ele pode causar a sua ruína. Você pode perder o projeto, o emprego, ter problemas para pagar as contas e mesmo problemas pessoais e de relacionamento por causa do maldito bloqueio. E tudo isso junto, a dificuldade de ter idéias, somada à pressão por não tê-las, pode por tudo a perder em curtíssimo prazo. É por isso que, neste capítulo, vamos primeiro abordar todos os tipos de bloqueios que podem surgir no seu caminho, para depois te ensinar a como se livrar de todos. Faremos dessa forma pois nem todo bloqueio é igual, logo eles precisam de soluções diferentes para serem solucionados. Existem, basicamente, 5 tipos deles: Bloqueio Mental: Provavelmente o mais comum de todos, o bloqueio mental é quando você sente fadiga e incapacidade de ter novas idéias. Então, por mais que você faça brainstorms, e todos os outros métodos de geração de idéias já falados aqui, você atinge um limite para sua capacidade de criar, sendo que esse limite ainda não é capaz de trazer um resultado esperado para o trabalho. Logo, você fica com aquela sensação de estar dando volta no próprio rabo. Enquanto isso, o prazo para entregar o seu trabalho vai diminuindo. Bloqueio Emocional: Quando falamos de trabalho criativo, lidamos muito com nosso inconsciente. Parte de colocar um trabalho criativo para fora é revelar para as pessoas algo de nós que elas não conheciam, e nem sempre essa sensação é das mais agradáveis. Seu trabalho criativo pode revelar para as pessoas traços sádicos, perversos, psicóticos, ou mesmo nojentos a seu respeito, mesmo que você não esteja falando sobre si mesmo, e esse medo da reação das pessoas ao seu trabalho faz com que você crie resistências na sua criatividade. Você passa a tentar ter novas idéias mas com um bloqueio muito grande na cabeça, como se tivesse uma plaquinha no seu cérebro dizendo: “Não passar por aqui”. Daí, quanto mais você tenta não pensar naquilo, mais você pensa. E todo esse processo desgasta bastante e acaba com a sua criatividade. Bloqueio por Falta de Planejamento: Como já vimos, para ser um bom criativo, você precisa se conhecer. Trazer sua criatividade para uma zona de conforto. Aquele mesmo lugar, naquele mesmo horário, aonde você possa se concentrar apenas no seu trabalho e esquecer o mundo lá fora. Porém, se você ainda não trata o seu horário criativo com essa seriedade, você pode ser pego em diversas armadilhas que a vida coloca pra você. Você pode tentar ter idéias nos horários errados, nos lugares errados. Ou então você ainda não entendeu qual método funciona melhor para você, e tenta usar tudo ao mesmo tempo, ou fazer pelo método que não funciona para você. E daí, adiviinha... As coisas simplesmente não fluem. É preciso ter bastante cuidado aqui pois muitas vezes achamos que estamos tendo um bloqueio mental, que foi o primeiro caso de bloqueio que citei, quando na verdade o erro é nosso, que não estabalecemos uma rotina e isso distrai nossa tentativa de ter novas idéias. Bloqueio por Problemas Pessoais: Outra coisa que faz nós não estarmos presentes no trabalho criativo, e por isso a coisa simplesmente não flui, é quando estamos com problemas demais, ou mesmo tarefinhas bestas que ficam martelando na
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