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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEDIS ESCOLA DE ENFERMAGEM DE NATAL – EEN CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM SAÚDE DISCIPLINA: O Público e o Privado na Gestão Pública. Professor(a): Anderson Lino Braz de Macedo Aluno(a): Patrícia Cristina Dantas da Silva Texto: O gestor público como agente que possui poder do Estado em certas situações não age sozinho, tendo que buscar quase que frequentemente na iniciativa privada para adquirir os bens e obter os serviços necessários para desempenhar suas funções. Essa relação Estado e setor privado é regida por uma série de mediações processuais estabelecidas por leis e se faz sob forma de contratos. As leis que regem essa associação do poder público com o privado servem como norte para orientar a ação do gestor público, garantindo a primazia do interesse público e responsabilidade com o dinheiro dos cidadãos. Merece destaque a Lei 8.666 de 21 de junho de 1993 que estabeleceu os princípios e normas gerais sobre licitações e contratos administrativos relacionados a obras e serviços. Garantindo os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade sejam observadas nas relações que o Estado estabelece com os agentes privados. Os contratos com terceiros são obrigatoriamente precedidos de licitações, exceto alguns casos previstos em lei(situação de emergência ou calamidade pública) dessa maneira é assegurada a isonomia no tratamento dos fornecedores e prestadores de serviços, garantindo a contratação da proposta mais vantajosa para administração. As licitações possuem várias modalidades (leilão, concurso, convite, tomada de preço e concorrência), conforme o tipo e valor de bens e serviços adquiridos, contratados ou vendidos. No âmbito da saúde, o setor privado tem sua participação de forma complementar. Tal constatação pode ser observada no enunciado dos arts. 24 e 25 da Lei 8080 de 19 de setembro de 1990, conforme observa-se a seguir: “Art.24 – Trata da participação complementar dos serviços privados será formalizada mediante contrato ou convênio, observados, a respeito, as normas de direito público. Art.25 – As entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para participarem do Sistema Único de Saúde (SUS).” Algumas mudanças ocorreram nas relações público e privado posteriores á Lei das Licitações, de 1993. Como por exemplo, a Lei n. 8987, de 13 de fevereiro de 1995, que disciplina a concessão e permissão de prestação de serviços públicos a agentes privados, que legalizar as privatizações realizadas durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e a Lei n. 11.079, de 30 de dezembro de 2004, que estabelece normas gerais para licitação e contratação de Parcerias Público-Privadas (PPPs). Essas leis supracitadas indicam quanto o Estado brasileiro tem procurado o setor privado para parcerias na realização de obras e prestação de interesse público. Sendo guiado por essas legislações que orientam suas decisões, o foco do gestor público é a qualidade dos serviços prestados, sendo que os objetivos e resultados devem estar relacionados aos interesses de toda coletividade. Segundo Cruz (2006,p.2) “ as pessoas que pagam impostos – contribuintes, esperam, e merecem um serviço público de boa qualidade.” O Brasil é um dos países com a maior carga tributária do mundo, muito se arrecada e quase nada é investido na melhoria dos serviços básicos para a população (saúde, educação, transporte, saneamento e etc). Os cidadãos estão cansados da gestão desastrosa, sem compromisso e respeito para com eles. A corrupção impera e impede que os brasileiros tenham serviços públicos de qualidade. As manifestações populares (revolta do busão, da saúde e da educação) são válidas, onde o povo mostra sua indignação e desejo de mudança. Transformação essa que já começou com o despertar da cidadania, dignidade e justiça. Cabe ao povo escolher melhor futuros gestores comprometidos com o coletivo, honestos e seguidores das leis.
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