Buscar

6-CQ -Instalações Elétricas_PARTE6_25_4_2011

Prévia do material em texto

M
a
te
ri
a
l
D
id
á
ti
c
o
lectralectra
C e n t r o d e F o r m a ç ã o P r o f i s s i o n a l
®
WWW.ESCOLAELECTRA.COM.BR
ATERRAMENTO ELÉTRICO
 1
Conteúdo Programático 
 
Índice 
 
1-Definição de Aterramento 
 
 
2-Funções básicas de Sistemas de Aterramento 
 
 
3-Potenciais Sistemas de Aterramento 
4-Componentes do Sistema de Aterramento 
 
 
5-Sistemas de Aterramento em BT 
 
 
6-Sistemas de Proteção BT 
 
 
7- Resistência de Aterramento 
 
 
8-Instrumento de medidas 
 
 
9-Pára-Raios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2
 
 
 
Conceito 
 
1- O que é um aterramento elétrico? 
 
O termo aterramento se refere á terra propriamente dita ou grande massa que se 
utiliza em seu lugar. Quando falamos que algo está "aterrado", queremos dizer 
então que, pelo menos, um de seus elementos está propositalmente ligado à 
terra. 
Em geral, os sistemas elétricos não precisam estar ligados á terra para 
funcionarem e de fato, nem todos os sistemas elétricos são aterrados. Mas, nos 
sistemas elétricos, quando designamos as tensões, geralmente, elas são referidas 
à terra. Dessa forma, a terra representa um ponto de referência (ou um ponto de 
potencial zero) ao quais todas as outras tensões são referidas. De fato, como um 
equipamento computadorizado se comunica com outros equipamentos, uma 
tensão de referência "zero" é crítica para a sua operação apropriada. 
A terra, portanto, é uma boa escolha como ponto de referencia zero, uma vez 
que ela nos circunda em todos os lugares. Quando alguém está de pé em contato 
com a terra, seu corpo está aproximadamente no potencial da terra. Se a 
estrutura metálica de uma edificação está aterrada, então todos os seus 
componentes metálicos estão aproximadamente no potencial de terra. 
 
 
Figura 1 
 
 
 
 
 
 3
 
 
Os objetivos do aterramento sistema 
 
A terra o sistema, ou seja, ligar intencionalmente um condutor fase ou, o que é 
mais comum, o neutro á terra, tem por objetivo controlar a tensão em relação á 
terra dentro de limites previsíveis. Esse aterramento também fornece um 
caminho para a circulação de corrente que irá permitir a deteção de uma ligação 
indesejada entre os condutores vivos e a terra. Isso provocara a operação de 
dispositivos automáticos que removerão a tensão nesses condutores. 
O Controle dessas tensões em relação á terra o esforço de tensão na isolação dos 
condutores, diminuiu as interferências eletromagnéticas e permite a redução dos 
perigos de choque para as pessoas que poderiam entrar em contato com os 
condutores vivos. 
 
2- Funções básicas dos sistemas de aterramento 
 
Podemos resumir as funções de um sistema de aterramento nos seguintes 
tópicos: 
 
2.1 - Segurança pessoal 
A conexão dos equipamentos elétricos ao sistema de aterramento deve permitir 
que, caso ocorra uma falha na isolação dos equipamentos, a corrente de falta 
passe através do condutor de aterramento ao invés de percorrer o corpo de uma 
pessoa que eventualmente esteja tocando o equipamento. 
 
Figura 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2 - Desligamento automático 
 4
O sistema de aterramento deve oferecer um percurso de baixa impedância de 
retorno para a terra da corrente de falta, permitindo, assim, que haja a operação 
automática, rápida e segura do sistema de proteção. 
 
Figura 3 
 
 
 
 
2.3 – Cargas estáticas 
O aterramento deve escoar cargas estáticas acumuladas em estruturas, suportes 
e carcaças dos equipamentos em geral. 
 
2.4 - Equipamentos eletrônicos 
Especificamente para os sistemas eletrônicos, o aterramento deve fornecer um 
plano de referência quieto, sem perturbações de tal modo que eles possam 
operar satisfatoriamente tanto em altas quanto em baixas freqüências. 
 
Figura 4 
 
 
 
 
 
 5
 
 
3- Potencia de sistema de aterramento 
 
3.1 - Tensão de contato 
É a tensão que pode aparecer acidentalmente, quando da falha de isolação, entre 
duas partes simultaneamente acessíveis. 
 
3.2 - Tensão de toque 
Se uma pessoa toca um equipamento sujeito a uma tensão de contato, pode ser 
estabelecida uma tensão entre mãos e pés, chamada de tensão de toque. 
Em conseqüência, poderemos ter passagem de uma corrente elétrica pelo braço, 
tronco e pernas, cuja duração e intensidade poderão provocar fibrilação cardíaca, 
queimaduras ou outras lesões graves ao organismo. 
 
3.3 – Tensão de Passo 
Quando uma corrente elétrica é descarregada para o solo, ocorre uma elevação 
do potencial em torno do eletrodo de aterramento, formando-se um gradiente 
(distribuição) de queda de tensão, cujo ponto máximo está junto ao eletrodo e o 
ponto mínimo muito afastado dele. Se uma pessoa estiver em pé em qualquer 
ponto dentro da região onde há essa distribuição de potencial, entre seus pés 
haverá uma diferença de potencial, chamada de tensão de passo, a qual é 
geralmente definida para uma distância entre pés de 1 metro. 
Consequentemente poderá haver a circulação de uma corrente através das duas 
pernas, geralmente de menor valor do que aquele no caso da tensão de toque, 
porem ainda assim desagradável e que deve ser evitada. 
 
Figura 5 
 6
 
O objetivo mais amplo de um sistema é o de se obter, o mais possível uma 
condição de diferença de potencial zero (chamada de equipotencial idade) entre 
os condutores de proteção dos equipamentos, as carcaças dos equipamentos, os 
condutos metálicos e todas as demais massas condutoras da edificação, incluindo 
as suas ferragens estruturais e tubulações metálicas. Para qualquer pessoa 
dentro da edificação mesmo se houver um aumento do potencial dos elementos 
mencionados em relação ao potencial de terra, não haverá o risco de choque 
elétrico, uma vez que todos os elementos estarão referidos ao mesmo potencial. 
Os condutores de aterramento devem ser instalados próximos aos condutores 
vivos dos circuitos e não devem ser percorridos por correntes de carga normais 
da instalação. 
Com isso, eles irão manter a diferença de potencial zero desejada entre os 
diversos equipamentos. Apenas quando da ocorrência de uma falta é que irá 
circular uma corrente pelos condutores de aterramento, ocasião em que serão 
observadas diferenças de potencial no sistema. 
 
Figura 6 
 
 
 7
 
 
4 – Componentes do sistema de aterramento 
4.1 Basicamente, os eletrodos de aterramento podem ser divididos em alguns 
tipos, a saber: 
 
a) Eletrodos existentes (naturais) 
Prédios com estruturas metálicas são normalmente fixados por meio de longos 
parafusos a seus pés nas fundações de concreto. Esses parafusos engastados no 
concreto servem como eletrodos, enquanto que estrutura metálica funciona como 
condutor de aterramento. 
Na utilização desse sistema, deve-se assegurar que haja uma perfeita continuidade 
entre todas as partes metálicas (verifica-se a resistência de aterramento). Também 
deve ser realizada a ligação equipotencial entre as partes metálicas que, 
eventualmente, possam estar desconectadas da estrutura principal. 
 
 
b) Eletrodos fabricados 
Normalmente são hastes de aterramento. Quando o solo permite, geralmente, é 
mais satisfatório o uso de poucas hastes de profundas do que muitas hastes 
curtas. 
 
c) Eletrodos encapsulados em concreto 
O concreto em contato com o solo é meio semicondutor com resistividade da 
ordem de 3000Ωcm a 20ºC, muito melhor do que o solo propriamente dito. 
Dessa forma, a utilização dos próprios ferros da armadura da edificação, colocados 
no interior do concreto das fundações, representa uma solução pronta e de ótimos 
resultados. 
 
d) Outros Eletrodos 
Quando o terreno é muito rochoso ou arenoso, o solo tende a ser muito seco e de 
alta resistividade. 
Caso não seja viável o uso das funções como eletrodo de aterramento, fitas 
metálicas ou cabos enterrados são soluções adequadas técnicas e 
economicamente. 
A profundidade de instalação desses eletrodos, assim como as suas dimensões, 
influencia muito pouco na resistência de aterramentofinal. 
 
Figura 7 
 
 
 
 8
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8 
 
 
 
 
 
 
4.2 – Conexões aos eletrodos 
As conexões dos condutores de aterramento aos eletrodos são realizadas 
genericamente por três sistemas: 
 
a) Dispositivos mecânicos 
 9
São facilmente encontrados, simples de instalar e podem ser desconectados para 
efeitos de medição de resistência de aterramento. Apresentam um desempenho 
histórico satisfatório. Apesar de apresentarem, às vezes, problemas de corrosão, 
Se devidamente protegidas, essas conexões podem desempenhar um bom papel. 
Recomenda-se que tais conexos estejam sempre acessíveis para inspeção e 
manutenção. 
 
b) Solda exotérmica 
Esse método realiza uma conexão permanente e praticamente elimina a 
resistência de contato e os problemas de corrosão, sendo ideal para as ligações 
diretamente no solo. 
Requer o emprego de mão-de-obra especializada e não pode ser utilizada 
em locais onde haja a presença de misturas explosivas. 
 
 
c) Conexões por compressão 
É fácil de instalar, apresenta uma baixa resistência de contato, porém não podem 
ser desconectados para as medições de resistência de aterramento. 
 
 
 
Figura – 8A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10
5 – Sistemas de aterramento em BT 
 
De acordo com a Norma vigente, a NBR 5410/04 os esquemas de 
aterramento, para efeito de proteção, são classificados em: 
 TN 
 TT 
 IT 
 
O SISTEMA TN 
O sistema TN tem um ponto diretamente aterrado, sendo as massas 
ligadas a este ponto através de condutores de proteção. De acordo com 
a disposição dos condutores, Neutro e de Proteção, este sistema se 
subdivide em: 
 
 TN-S 
 TN-C 
 TN-C-S 
 
 
 
 
TN - S 
 TN-S onde os condutores Neutros (N) e o de Proteção (condutor 
PE) são distintos: 
 
 
 
 
 
TN-C 
 TN-C, esquema no qual as funções de neutro e de proteção são 
combinadas em um único condutor (condutor PEN): 
 Observação: A Norma vigente NBR 5410/04 da ABNT estabelece 
que o condutor PEN, não deve ser seccionado. 
 
 
 11
 
 
TN-C-S 
 TN-C-S quando somente em parte do sistema as funções de 
Neutro e Proteção são combinadas em um só condutor. 
 No caso da unidade consumidora atendida pela CEMIG em Baixa 
Tensão, é recomendável que seja utilizado esse sistema para o 
aterramento junto ao “Padrão de Entrada” para o fornecimento 
de energia elétrica. 
 
 
 
 
 
O SISTEMA TT 
 O sistema TT tem um ponto diretamente aterrado, sendo as 
massas ligadas a eletrodos de aterramento, eletricamente 
independentes do eletrodo de aterramento da alimentação: 
 
 
 
 
SISTEMA IT 
 O sistema IT não tem nenhum ponto da alimentação diretamente 
aterrado. As massas são isoladas da terra ou aterradas por uma 
impedância Z de valor elevado. 
 
 
 12
 
 
 
 
5.1 – Proteção contra choques elétricos 
Quando se fala em proteger as pessoas contra choques elétricos, deve-se 
lembrar que o perigo está presente quando o corpo da pessoa está sendo 
percorrido por uma corrente elétrica superior a um dado valor por um tempo 
maior do que o suportável. 
 
 
 
 
 
Figura 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 – Sistemas de Proteção BT 
 
6.1 – O aterramento na proteção contra descargas atmosféricas 
 13
A norma brasileira NBR 5419/93 aborda esse assunto de maneira completa. Sob 
o ponto de vista do aterramento, objeto dessa nossa publicação ele é o meio 
responsável pelo escoamento das correntes dos raios no solo, sem provocar 
tensões de passo perigosas e mantendo baixa a queda de tensão na resistência 
de terra. As correntes dos raios penetram na instalação pelos captores e são 
conduzidas até o aterramento por meio das descidas, que são ligadas aos 
eletrodos de aterramento. 
Os eletrodos de aterramento podem ser em cobre, aço galvanizado a quente ou 
aço inoxidável, não sendo permitido os usos de alumínio. E possível também 
utilizar o aço revestido de cobre (copperwed) com uma camada mínima de 
254mm² O eletrodo de terra pode ter forma de cabo, barra chata ou redonda ou 
tubo, com seções mínimas se 50mm²para o cobre, 80mm² para aço galvanizado 
e 100mm² para aço inoxidável. 
Nesses sistemas de eletrodo, recomenda as normas que sejam executadas um 
anel envolvendo as fundações da periferia da edificação, conforme a figura 18. 
Esse anel pode ser realizado com a própria ferragem envolvida em concreto ou, 
o que é mais prática, com a utilização de um cabo de cobre nu de seção mínima 
25mm² enterrado e interligado por conector apropriado ou solda exotérmica à 
ferragem da fundação. Em um ponto desse cabo de cobre, deriva-se um outro 
cabo que será ligado ao TAP (Terminal de Aterramento Principal) da instalação. 
 
 
Figura 11 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.2 – Proteção contra sobretensões 
Todas as vezes que ocorre chaveamento dos circuitos ou de cargas nas 
instalações elétricas, elas ficam sujeitas à sobretensões. Também quando caem 
 14
raios diretamente ou nas vizinhanças das redes elétricas, são geradas 
sobretensões no sistema de alimentação. 
Para proteger as instalações elétricas e seus componentes contra os danos 
provocados por sobretensões, são empregados diversos tipos de dispositivos 
como: centelhadores a gás, centelhadores a ar, varistores, diodos especiais e 
pára-raios de linha. Todos têm em comum o fato de "desviarem" do circuito de 
alimentação excesso de tensão que poderia provocar o dano na instalação. 
Esse "desvio" utiliza sempre o sistema de aterramento como caminho 
preferencial. 
A figura 12 mostra o esquema de ligação de alguns protetores contra 
sobretensão. Como regra geral, todos os aparelhos eletrônicos devem ter suas 
ligadas ao condutor de proteção e devem ser protegidos por dispositivos contra 
sobretensão. 
Os terminais “terra” desses protetores devem ser ligados ao condutor de 
proteção dos circuitos. Na entrada da instalação de força, deve ser instalado um 
pára-raios de linha de baixa tensão entre cada condutor vivo (fases e neutro) e o 
TAP. 
 
 
 
 
 
Figura 12 
 
 
Na entrada de telefonia (no distribuidor geral – DG), o terra deve ser ligado ao 
TAP da instalação por meio de fita ou condutor chata de cobre, devendo ainda 
ser instalados protetores de sobretensão adequadas. 
 
Figura 13 
 
 15
 
 
 
Este método representa o passo seguinte na evolução dos sistemas de 
aterramento dos equipamentos sensíveis, pois elimina do sistema isolado a sua 
principal desvantagem, que é a falta de segurança pessoal originada da diferença 
de potencial que pode aparecer entre as duas malhas. 
As características principais desse método são: 
 
* Os equipamentos eletrônicos continuam isolados no painel de sustentação. 
Suas barras de terra, também isoladas, são ligadas através de condutores 
isolados, radiais, a uma barra de terra geral, comumente situada no quadro de 
distribuição de força dos equipamentos. Esta barra também é isolada do quadro 
de distribuição, mas conectada através de um cabo isolado a um único ponto do 
sistema de aterramento de força. Portanto, equalizam-se as duas malhas através 
desta conexão. 
 
* As caraças dos painéis de sustenção são ligadas ao sistema de força de forma 
convencional, isto é, de modo a permitir o retorno das correntes de curtos-
circuitos originadas pela falha na isolação de alimentação de força dos 
equipamentos eletrônicos. 
 
Quando existe um quadro de distribuição de força único para os 
referidos equipamentos, a melhor forma é aterrar suas carcaças através de cabos 
isolados ligados radialmente na barra do quadro de distribuição. 
Este quadro pode possuir, portanto, três “barras de aterramento”: 
 
* barra de neutro (ligada á caraça do quadro) 
* barra de terra, que recebe os cabos radias de aterramento das caraças dos 
quadros de sustentação dos equipamentos eletrônicos (também ligada á carcaça 
do quadro); 
* barra de terra isolada da carcaça (própria para aterramento dos 
equipamentos eletrônicos). 
 16
Esta ultima barra, como já descrito, esta ligada através de cabos isolados radias 
nas barras de terra de referencia dos equipamentos eletrônicos e a único ponto de 
sistema de força. 
 
Figura 14 
 
 
7 - Resistênciade Aterramento 
 
Com a equipotencialidade assegurada, o valor absoluto da resistência de 
aterramento deixa de ser o fator mais importante. No entanto, a NBR 5419/93 
recomenda um valor máximo em torno de 10. A NBR 5410/97 não traz nenhum 
valor máximo em particular, mas apresenta, para o caso da proteção contra 
contatos indiretos, uma fórmula para a determinação do valor da resistência, que 
é dada por R = UL / la, onde: 
 
UL – tensão limite de contato (50V ou 25V, nas situações 1 ou 2); 
Ia - corrente de atuação do dispositivo DR (da ordem de 30 mA). 
 
Assim, para 50V e 30mA, temos R= 1,7KΩ, valor extremamente elevado e muito 
fácil de ser obtido. Mesmo para DRs de 500mA, teríamos uma resistência máxima 
de aterramento de 50V/ 500mA=100Ω, também fácil de ser conseguido. 
Logo, se for adotado o valor de 10Ω da norma NBR 5419/93, estará assegurado 
um bom valor de resistência de aterramento e fácil de ser obtido, sobretudo se 
for utilizada a ferragem das fundações da estrutura. 
 
 
 17
Figura – 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 – Instrumento de medidas: 
8.1 – Megger 
 
Figura – 16 
 18
 
 
 
8.2 – Termômetro 
 
Figura - 17 
 
 
 
 
Um raio, relâmpago ou corisco é talvez a mais violenta manifestação da 
natureza. Numa fração de segundo, um raio pode produzir uma carga de 
energia cujos parâmetros chegam a atingir valores tão altos quanto: 
 
 125 milhões de volts 
200 mil ampères 
25 mil graus Celsius 
 
 19
 Embora nem sempre sejam alcançados tais valores, mesmo 
um raio menos potente ainda tem energia suficiente para 
matar, ferir, incendiar, quebrar estruturas, derrubar árvores 
e abrir buracos ou valas no chão. 
Ao redor da Terra caem cerca de 100 raios por segundo. No 
Brasil, nas regiões Sudeste e Sul, a incidência é de 25 
milhões de raios anualmente, sendo a maior quantidade, no 
período de dezembro a março, que corresponde à época das 
chuvas de verão. 
Embora não haja estatísticas disponíveis para o Brasil, 
centenas de pessoas a cada ano são atingidas por raios. Muitas morrem, 
outras sofrem traumatismos e queimaduras. A maioria das vítimas são 
atingidas ao ar livre, embaixo de árvores ou na água. No Brasil, há inúmeros 
relatos de vítimas de raios, atingidas enquanto jogavam futebol ou estavam na 
praia durante uma tempestade de verão. 
Num destes casos (janeiro de 1994) dez pessoas foram feridas por um raio 
enquanto se abrigavam sob duas barracas de praia em Ipanema. Todas 
sofreram queimaduras de primeiro grau e foram jogadas para longe; uma 
barraca foi despedaçada e sua dona ficou com as roupas rasgadas. As vítimas 
tiveram que ser carregadas para o Hospital Miguel Couto, onde se recuperaram 
e foram liberadas. 
O que aconteceu, provavelmente, foi que os mastros das barracas agiram 
como pára-raios e não havendo aterramento, a explosão de energia espalhou-
se ao redor, atingindo as vítimas.
 
 Outro caso que merece atenção aconteceu durante um treino do Palmeiras 
(setembro de 1983), no Parque Antártica. Chovia muito e, de repente, um raio 
caiu no meio de um grupo de jogadores. Um deles desmaiou, outros três foram 
derrubados no chão e o técnico da equipe foi atirado a alguns metros de 
distância. Eventualmente todos se recuperaram.
 
 Caso mais triste sucedeu em janeiro de 1997 com dois adolescentes, que 
rezavam no alto do Morro de Gericinó (Realengo) durante uma 
tempestade. O lugar, descampado, é conhecido como Pedra do Avião. Um 
raio atingiu os rapazes; um deles foi jogado para cima e rolou pedra 
abaixo, escapando vivo, com ligeiras escoriações. O outro, no entanto, 
teve suas roupas e sua Bíblia reduzidos a frangalhos e morreu, 
provavelmente de parada cardíaca, já que não havia queimaduras ou 
traumatismos. 
 
 Além de vítimas, os raios destroem bens materiais correspondentes a 
prejuízos de muitos milhões de reais todos os anos com incêndios 
florestais ou em lavouras; incêndios ou destruição de prédios ou pontes; 
danos graves em veículos; interrupções da energia elétrica pela destruição 
de torres e linhas de abastecimento, etc. 
 
 
 
 
 
 9 – Pára-Raios: 
 
 
 
 20
 MEDIDAS DE SEGURANÇA 
AS LENDAS 
 
 A sabedoria popular, nem sempre tão sábia, criou uma série de noções falsas 
que podem levar à tragédia: 
 
 Lenda: Se não está chovendo não caem raios. 
 Verdade: Os raios podem chegar ao solo a até 15 km de distância do local da 
chuva. 
 
 Lenda: Sapatos com sola de borracha ou os pneus do automóvel evitam que 
uma pessoa seja atingida por um raio. 
 
 Verdade: Solas de borracha ou pneus não protegem contra os raios. No 
entanto, a carroceria metálica do carro dá uma boa proteção a quem está em 
seu interior; sem tocar em partes metálicas. Mesmo que um raio atinja o carro 
é sempre mais seguro dentro do que fora dele.
 
 Lenda: As pessoas ficam carregadas de eletricidade quando são atingidas por 
um raio e não devem ser tocadas. 
 
 Verdade: As vítimas de raios não "dão choque" e precisam de urgente socorro 
médico, especialmente reanimação cardio-respiratória. 
 
 Lenda: Um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar. 
 Verdade: Não importa qual seja o local ele pode ser atingido repetidas vezes, 
durante uma tempestade. Isto acontece até com pessoas. O guarda florestal 
norte-americano Roy Sullivan foi atingido sete vezes durante sua vida. Sofreu 
pequenas queimaduras, contusões, tombos e roupas rasgadas. Hoje, 
aposentado, Roy mora numa casa reboque com um pára-raios em cada quina. 
 
 PÁRA-RAIOS 
 A melhor proteção contra raios é oferecida 
pela pára-raios, aparelho relativamente 
simples desenvolvido por Benjamin 
Franklin em 1752. Consta de três 
elementos principais - um mastro com 
captador, um aterramento e um cabo de 
ligação preso a isoladores. Não obstante a 
simplicidade, os parâmetros obedecem a 
especificações técnicas que obrigam a 
contratação de pessoal ou firma com 
qualificações adequadas para a instalação 
do pára-raios. 
A zona de atuação do pára-raios faz um 
ângulo de 55º com a ponta do captor 
formando um cone de segurança. 
Mas, atenção: o único tipo de pára-raios permitido é o "Franklin", já que o 
"radioativo" está proibido desde 1989.
 
 
 
 
LEGISLAÇÃO 
 
 21
 O uso de pára-raios é obrigatório para prédios com mais de 30 metros de 
altura, conforme o Código de Segurança contra Incêndios e Pânico, Decreto 
Estadual (RJ) 897, de 21 de setembro de 1976, Art. 168. 
 
 Um outro tipo de pára-raios, o radioativo, que funciona com amerício 241 teve 
seu emprego proibido pela Resolução nº 4, de 19 de abril de 1989, da 
Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, publicada no D.O.U. de 19 de 
maio de 1989. 
 
 Tais pára-raios radioativos foram proibidos no Município do Rio de Janeiro pelo 
Decreto "N" nº 16204, de 21 de outubro de 1997, publicado no D.O. de 21 de 
outubro de 1997. 
 
 CÓDIGO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO 
 DECRETO Nº 897, DE 21 DE SETEMBRO DE 1976 
 REGULAMENTA o Decreto-lei nº 247, de 21-7-75, que dispõe sobre segurança 
contra incêndio e pânico. 
 
 O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições 
legais e tendo em vista o disposto no Decreto-lei nº 247, de 21-7-75, 
 
 DECRETA: 
 CÓDIGO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO 
 CAPÍTULO XVII 
 Dos dispositivos de proteção por pára-raios 
 Art. 165 - O cabo de descida ou escoamento dos pára-raios deverá passar 
distante de materiais de fácil combustão e de outros onde possa causar danos. 
 
 Art. 166 - Na instalação dos pára-raios será observado o estabelecimento de 
meio da descarga de menor extensão e o mais vertical possível. 
 
 Art. 167 - A instalação dos pára-raios deverá obedecer ao que determinam as 
normas próprias vigentes, sendo da inteira responsabilidade do instalador a 
obediência às mesmas. 
 
 Art. 168 - O Corpo de Bombeiros exigirá pára-raios em: 
 I - Edificações e estabelecimentos industriais ou comerciais com mais de 
1.500m² (um mil e quinhentos metros quadrados) de área construída; 
 
 II - Todae qualquer edificação com mais de 30m (trinta metros) de altura; 
 III - Áreas destinadas a depósitos de explosivos ou inflamáveis; 
 IV - Outros casos, a critério do Corpo de Bombeiros, quando a periculosidade o 
justificar. 
 
 DECRETO "N" Nº 16204 DE 21 DE OUTUBRO DE 1997 
 DISPÕE SOBRE A SUBSTITUIÇÃO E RETIRADA DE PÁRA-RAIOS 
RADIOATIVOS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. 
 
 O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, 
 no uso de suas atribuições legais, tendo em vista o que consta do Processo 
Administrativo nº 01/004.227/97, 
 
 CONSIDERANDO que é dever da Prefeitura do Município do Rio de Janeiro não 
só garantir boas condições de saúde à população, como também zelar pela 
segurança dos imóveis; 
 
 22
 CONSIDERANDO que o manuseio de radioisótopos requer cuidados específicos 
para manutenção e descarte, a fim de evitar riscos ao meio ambiente à saúde; 
 
 CONSIDERANDO que compete privativamente à União legislar sobre atividades 
nucleares de qualquer natureza, nos termos do inciso XXVI do artigo 22 da 
Constituição Federal; 
 
 CONSIDERANDO o disposto na Resolução nº 4 de 19 de abril de 1989, da 
Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, publicada no Diário Oficial da 
União, em 19 de maio de 1989, que suspende a concessão de autorização para 
utilização de material radioativo em pára-raios;
 
 CONSIDERANDO que não está comprovado o aumento do raio de proteção pela 
presença de material radioativo; 
 
 CONSIDERANDO a explícita exclusão deste tipo de equipamento no corpo da 
NBR 5419, em seu item "campo de aplicação", 
 
 DECRETA: 
 Art. 1º - Fica proibido o uso de captor iônico radioativo. 
 Art. 2º - Os proprietários de edificações que tenham pára-raios radioativos 
instalados deverão efetuar sua substituição e adequação do sistema de 
proteção contra descargas atmoféricas à NBR 5419 da ABNT, garantindo 
abrangência para todo o imóvel.
 
 Art. 3º - Fica estipulado o prazo de 720 (setecentos e vinte) dias para 
atendimento ao disposto no Artigo 2º. 
 
 Art. 4º - A retirada do material radioativo e sua destinação deverão obedecer 
às normas e legislação pertinentes. 
 
 Art. 5º - Os responsáveis pela desativação dos captores iônicos-radioativos 
deverão providenciar sua entrega ao órgão governamental competente (CNEN 
- Comissão Nacional de Energia Nuclear), com o objetivo de evitar a dispersão 
de radioisótopos no meio ambiente.
 
 Art. 6º - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas 
as disposições em contrário. 
 
 Rio de Janeiro, 21 de outubro de 1997 - 433º ano da fundação da 
Cidade. 
 
 MEDIDAS DE SEGURANÇA 
 Como nem sempre se pode contar com a proteção de uma pára-raios é 
conveniente saber que, durante uma tempestade: 
 
 É extremamente perigoso ficar em espaços abertos, praias, botes, topo de 
elevações e embaixo de árvores; 
 
 É também perigoso estar próximo a torres e redes de alta tensão, cercas 
metálicas, varais de roupas, num carro com a porta ou a janela aberta, sobre 
um cavalo ou um trator, dentro de casa frente a uma janela aberta; 
 
 O refúgio mais seguro é uma construção sólida protegida com pára-raios, 
grandes prédios sem pára-raios, automóveis com janelas fechadas, cavernas, 
um grupo de árvores (bosque);
 
 Dentro de casa: afaste-se de objetos metálicos, janelas, portas abertas; não 
fale ao telefone, não tome banho, desligue aparelhos elétricos das tomadas; 
 
 23
 Em muitas ocasiões, durante uma tempestade, uma pessoa pode sentir que 
vai ser atingida por um raio, porque a pele começa a formigar e os pelos do 
corpo se eriçam. Se isto acontecer, não deite no chão, apenas se agache, 
assumindo a posição de segurança mostrada na ilustração. Se houver um 
grupo de pessoas, elas devem se espalhar rapidamente.

Continue navegando