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Nacionalismos na Europa do Século 19

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políticas	 em	 toda	 a	 Europa.	 Grupos	 étnicos	 e	 linguísticos	 nem	 sempre	 se
situavam	 em	 territórios	 específicos.	As	 comunidades	 de	 língua	 alemã	 estavam
espalhadas	 pela	 Europa	Central	 e	Oriental	 (já	 um	 grande	 caldeirão	 de	 povos),
inclusive	em	muitas	partes	da	Rússia.	A	França	talvez	se	apresentasse	como	um
Estado-nação	 monocultural,	 mas	 incluía	 muitos	 grupos	 étnicos	 e	 linguísticos
diferentes.	E	no	Reino	Unido	da	Grã-Bretanha	e	Irlanda,	criado	em	1801,	eram
falados	vários	idiomas	celtas	e	também	o	inglês.
Ligados	a	essa	busca	do	“povo”,	muitos	poetas,	compositores	e	outros	artistas
basearam	suas	obras	em	formas	distintamente	nacionais	ou	étnicas.	Por	exemplo,
o	 compositor	 Antonin	 Dvorak	 (1841-1904),	 como	 outros	 tchecos	 súditos	 do
Império	Austro-Húngaro	dos	Habsburgo,	tinha	como	objetivo	integrar	elementos
da	música	folclórica	tcheca	tradicional	em	seu	trabalho.	Em	toda	a	Europa	havia
um	 crescente	 interesse	 no	 folclore	 e	 no	 idioma	 “nacional”.	 Na	 Alemanha	 do
início	do	século	19,	atordoada	por	derrotas	 recentes	nas	mãos	dos	exércitos	de
Napoleão,	os	Irmãos	Grimm	coletaram	contos	folclóricos	alemães	“autênticos”	e
trabalharam	em	um	dicionário	definitivo	da	língua	alemã.
Tanto	 a	 Alemanha	 quanto	 a	 Itália	 foram	 por	 muito	 tempo	 uma	 colcha	 de
retalhos	 de	 Estados	 menores,	 alternando	 governantes	 estrangeiros	 e	 nativos.
Embora	 artistas,	 intelectuais,	 liberais	 e	 democratas	 tivessem	 durante	 décadas
demandado	 uma	 unificação	 nacional,	 isso	 só	 ocorreu	 como	 resultado	 de	 um
conflito	armado	em	meados	do	século	19.	Essas	operações	 foram	seguidas	por
uma	pressão	nos	Bálcãs	para	se	livrarem	do	domínio	turco,	pressão	que	já	levara
à	 independência	 da	 Grécia	 em	 1830.	 Sérvia,	 Romênia	 e	 Bulgária	 seguiram	 o
mesmo	caminho.	A	natureza	estilosa	de	alguns	movimentos	na	Europa	Ocidental
–	 a	 independência	 grega	 na	 década	 de	 1820,	 o	 risorgimento	 (“ressurgimento”)
italiano	na	década	de	1840	–	mostrou	que	nacionalismos	específicos	poderiam
ganhar	apoio	internacional	desde	que	outros	países	não	se	sentissem	ameaçados.

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