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Promessas da Biociência

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AS	PROMESSAS	DA	BIOCIÊNCIA
A	 humanidade	 vem	 remodelando	 outras	 espécies	 de	 seres	 vivos	 ao	 redor	 do
mundo	há	milhares	de	anos.	Usamos	a	criação	seletiva	para	criar	variedades	de
plantas	 e	 animais	 que	 possuam	 características	 que	 desejamos,	 sejam	 maçãs
suculentas	 ou	 ovelhas	 mais	 gordas.	 No	 século	 19,	 o	 monge	 austríaco	 Gregor
Mendel	 (1822-1884)	estabeleceu	as	 regras	básicas	da	hereditariedade	por	meio
de	 suas	 experiências	 com	plantas	 de	 ervilha,	 e	 isso	 levou	 a	 uma	 compreensão
mais	clara	da	base	científica	da	criação	seletiva.
Assim	 que	 o	 trabalho	 de	Mendel	 ficou	 mais	 conhecido,	 ele	 transformou	 a
agricultura	 do	 século	 20,	 levando	 ao	 que	 foi	 chamado	 de	 “revolução	 verde”.
Culturas	 melhoradas	 –	 combinadas	 com	 fertilizantes	 e	 pesticidas	 químicos
produzidos	 em	massa,	mecanização	 e	maior	 uso	 de	 irrigação	 –	 aumentaram	 o
rendimento	médio	dos	grãos.	Na	Ásia,	o	continente	mais	populoso,	o	preço	do
arroz	 caiu	 em	média	 4%	 ao	 ano,	 de	 1969	 a	 2007,	 com	 o	 desenvolvimento	 de
novas	linhagens.	Mesmo	assim,	a	desnutrição	ainda	é	generalizada	no	mundo	em
desenvolvimento,	 embora	 muitas	 vezes	 a	 causa	 seja	 a	 má	 distribuição	 de
recursos,	e	não	a	simples	incapacidade	de	fornecer	alimentos	suficientes.
Existem	limites	em	relação	ao	que	a	ciência	agrícola	pode	alcançar.	Nos	anos
1950	 e	 1960,	 a	 União	 Soviética	 tentou	 adaptar	 as	 estepes	 para	 o	 cultivo	 de
algodão	e	trigo.	Nesse	proceso,	seus	enormes	programas	de	irrigação	desviaram
a	água	dos	rios	que	alimentavam	o	Mar	de	Aral,	reduzindo	o	volume	do	quarto
maior	lago	do	mundo	a	apenas	10%	de	seu	alcance	máximo	e	causando	estragos
nos	ecossistemas	da	região.	Em	muitos	lugares,	a	disseminação	de	monoculturas
(onde	 vastas	 áreas	 são	 dedicadas	 a	 uma	 única	 cultura	 em	 prol	 da	 eficiência)

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