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IanCrofton-OPequenoLivroDaGrandeHistoriaMundo-301-377-píginas-33

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uma	outra	maneira	possível	pela	qual	o	universo	poderia	terminar:	em	um	“Big
Rip”,	 no	 qual	 todos	 os	 objetos	 no	 universo,	 independentemente	 do	 tamanho,
acabariam	se	desintegrando	em	partículas	elementares	e	radiação.
Existem	algumas	dificuldades	 filosóficas	óbvias	quando	se	contempla	o	 fim
do	 universo.	 Em	 primeiro	 lugar,	 por	 mais	 cuidadosa	 que	 seja	 a	 modelagem
matemática,	nenhum	dos	cenários	atuais	é	verificável.	Depende	das	observações
atuais,	que	já	foram	revisadas	e	serão	revisadas	novamente.	Em	segundo	lugar,	o
próprio	ato	de	pensar	sobre	o	universo	é	difícil	para	a	mente	humana.	O	universo
é	“tudo	o	que	existe”,	e	é	quase	impossível	para	nós	imaginar	de	fato	que	ele	não
exista.	É	concebível	que	toda	busca	de	um	começo	e	um	fim	para	o	universo	seja
uma	metáfora	 enganosa	 baseada	 em	nossa	 própria	 experiência	 de	 ver	 todas	 as
criaturas	 nascendo,	 vivendo	 por	 um	 longo	 tempo	 e	 depois	 morrendo.	 É	 até
possível	que	existam	muitos	universos	paralelos,	dos	quais	o	nosso	seja	apenas
um.	Mas	 seria	 impossível	 para	 um	 ser	 consciente	 neste	 universo	 ter	 qualquer
conhecimento	direto	de	qualquer	um	desses	outros	mundos	alternativos.
Uma	das	vantagens	de	estudar	a	grande	história,	desde	o	Big	Bang,	em	vez	de
apenas	a	história	humana,	é	que	ela	nos	dá	uma	visão	humilde	de	como	nossa
existência	 é	 acidental	 e	 passageira.	 Cada	 um	 de	 nós	 existe	 por	 uma	 pequena
fração	 do	 tempo	 que	 os	 humanos	 viveram	 neste	 planeta.	 E	 a	 espécie	 humana
existe	por	apenas	uma	pequena	fração	do	tempo	da	vida	de	nosso	sistema	solar.
Por	sua	vez,	nosso	sistema	solar	existe	por	apenas	uma	fração	do	tempo	da	vida
do	universo	e	só	surgiu	por	causa	de	um	conjunto	particular	de	forças	e	matéria
combinadas	 de	 uma	 certa	 maneira	 em	 um	 período	 caótico	 anterior	 em	 nossa
galáxia.
É	mesmo	uma	conquista	sabermos	tanto	sobre	o	universo	e	a	história	de	nosso
planeta,	mas	 chega	uma	hora	 em	que	não	 temos	 escolha	 a	 não	 ser	 aceitar	 que
nunca	conheceremos	a	história	completa	do	universo	onde	vivemos.

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