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A NATUREZA DA REALIDADE Cerca de dois milênios e meio atrás, algo notável aconteceu na história do pensamento. Em várias partes do mundo, vários indivíduos começaram a fazer uma pergunta fundamental: o que é real? Durante centenas de milhares de anos, os humanos estavam ocupados demais com a sobrevivência para se preocupar com essas questões. Para eles, estava claro o que era “real”: comida, abrigo, reprodução, as necessidades básicas da vida. A religião (veja a p. 80 e a p. 141) existia havia muito tempo, mas, em geral, o mundo dos deuses e dos espíritos era inseparável da vida cotidiana das pessoas. Os dois reinos se mesclavam e interagiam um com o outro. Na Índia, por volta de 800 a.C., surgiu o conceito hindu de samsara, ou reencarnação: a ideia de que todas as criaturas seguem um ciclo de nascimento, morte e renascimento. O alívio da infindável roda do sofrimento no mundo material só era possível para aqueles indivíduos que se libertassem do desejo pelas coisas terrenas, o que os capacitaria a alcançar a união com o divino. Samsara se diferencia da visão das religiões monoteístas, nas quais cada indivíduo nasce apenas uma vez e morre apenas uma vez, sendo a morte seguida por uma vida pós-morte perpétua. O conceito de samsara tornou-se chave para os ensinamentos do príncipe indiano Gautama Buddha, que desenvolveu suas ideias por volta de 500 a.C. Como no hinduísmo, a iluminação só é possível quando os indivíduos reconhecem a natureza ilusória do mundo material e se libertam do desejo de bens materiais, pessoas ou prazeres. O filósofo grego Platão (c. 427-347 a.C.) também insistia que o mundo
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