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1 - Qual a diferença entre processo e procedimento no contexto jurídico-processual? Processo é o conjunto de normas que regulam a aplicação jurisdicional do direito penal na atividade persecutória do Estado e o procedimento consiste na sequência de atos que devem ser praticados em juízo durante o tramitar da ação penal. 2 – Quais os procedimentos comuns no Código de Processo Penal e como se distinguem? Os procedimentos denominados comuns são três: a) ordinário, para apurar os crimes que tenham penamáxima em abstrato igual ou superior a 4 anos. Exs.:crimes de furto, roubo, extorsão, estelionato, estupro,tortura, falsificação de documento público, corrupção etc. b) sumário, para os delitos que tenham pena máximasuperior a 2 anos e inferior a 4. Exs.: crimes de homicídioculposo, tentativa de furto ou de apropriação indébita,embriaguez ao volante, quadrilha simples etc c) sumaríssimo, para a apuração das infrações demenor potencial ofensivo, que tramitam perante osJuizados Especiais Criminais, nos termos do art. 98, I, daConstituição Federal. São infrações de menor potencial ascontravenções penais (todas) e os crimes cuja penamáxima não exceda 2 anos 3 - Em relação ao procedimento comum ordinário, quais os requisitos para o recebimentoda denúncia? O primeiro ato no procedimentoque dá início a ação penal é o recebimento da denúncia.Para tanto, o magistrado deverá, primeiramente, analisar se a peça inicial preenche todos os requisitos exigidos porlei, podendo rejeitá-la liminarmente nos seguintes casos,previstos no artigo 395/CPP (Inicial manifestamente inepta; faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação pena;Faltar justa causa para o exercício da ação penal; 4 – Qual a natureza jurídica e a finalidade da citação no processo penal? Sua Natureza jurídica é a de ser um pressuposto processual de validade. Sem ela ocorre a nulidade absoluta. É o ato de comunicação processual por meio do qual se dá ciência ao réu da ação penal, chamando-o a juízo para que ofereça sua defesa. Obs.: Não obstante o processo tenha início com o oferecimento da denúncia ou queixa, a relação jurídica processual somente se completa com a citação do acusado. (Art 363 caput) 5) Quais são os requisitos para a citação por mandado, conforme os artigos 352 e 357 doCPP? Nos termos do artigo 357 são requisitos da citação por mandado: I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação; Il - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação ou recusa. O mandado de citação indicará: I - o nome do juiz; Il - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; Ill - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos; IV - a residência do réu, se for conhecida; V - o fim para que é feita a citação; VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deve 11 - Qual é a providência tomada quando o réu, procurado para ser citado pessoalmente, se oculta para obstaculizar a citação? Verificado que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá a citação com hora certa na forma estabelecida nos artigos 227 a 229 da Lei nº 5.869 12 - Quais são os requisitos corretos para a realização da citação por hora certa, conforme o procedimento legal? O oficial de justiça procederá a citação por hora certa se por três vezes procurar o acusado e suspeitar de que se oculta, intimará qualquer pessoa da família ou vizinho que no próximo dia voltará. Voltando, não encontrando novamente o acusado o dará por citado, deixando a contrafé com a pessoa da família ou vizinho. Após, por meio de carta dará ciência ao citando do ocorrido, vide art. 362, CPP. 13 - De acordo com o Art. 396-A do CPP, durante a fase de resposta à acusação no procedimento ordinário, o que deve alegar o advogado de defesa? Deverá a defesa alegar tudo o que interessar: argüir preliminares (como as exceções de incompetência, litispendência e coisa julgada); reforçar uma tese defensiva previamente levantada durante a fase de investigação; fragilizar o alegado pela acusação na denúncia/queixa já regularmente recebida pelo magistrado etc. 14 - Segundo o Art. 397 do CPP,como se dá a absolvição sumária e quando e quando a defesa pode alegar? O juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: I – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II – a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime; IV – extinta a punibilidade do agente. 15 - Qual a ordem correta dos atos na audiência de instrução e julgamento, conforme o procedimento padrão? Art. 400 do CPP, na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. 26-Como proceder se houver a necessidade de citação por edital no âmbito dos Juizados Especiais Criminais? Deve-se proceder de acordo com o artigo 365 do CPP. Art. 365. O edital de citação indicará: I - o nome do juiz que a determinar; II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo; III - o fim para que é feita a citação; IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer; V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixação. Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da publicação. 27 - Qual é o requisito objetivo para a proposta de Suspensão Condicional do Processo, de acordo com o art. 89 da Lei nº 9.099/95? Crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, tratando-se ou não de infração de menor potencial ofensivo 28 - Quais são as condições legais impostas ao réu durante o período de prova da Suspensão Condicional do Processo? As condições se encontram no artigo 89 da lei 9.099/95, em seu parágrafo 1º e nos incisos I, II e III, I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; II - proibição de freqüentar determinados lugares; III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz; 29-O que é sentença e qual a diferença entre sentença e decisão interlocutória? A sentença é o provimento jurisdicional em primeira instância que visa solucionar uma lide, ou seja, um conflito intersubjetivo, qualificado por uma pretensão, mediante aplicação do ordenamento legal em casa concreto. Solução de mérito - procedente ou improcedente. Condenação, absolvição ou extinção da punibilidade. E a Decisão interlocutória é a decisão proferida acerca de uma questão controvertida, podendo ou não colocar fim ao processo. Exigem um julgamento. Ocorrem em meio ao processo e não analisam o mérito da causa 30-Qual a classificação da sentença e quais seus requisitos formais? As sentenças são classificadas em: Condenatória, Absolutória (própria ou impropria), Constitutiva, Executiva, Condicionais, Suicida, Vazias ou Autofágica. Os requisitos formais da sentença são: O relatório, motivação e dispositivo. 31-O que é o princípio da correlação da sentença e quais suas consequências? Princípio da correlação – deve haver uma correlação entre a sentença e o fato descrito na denúncia sob pena de violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. 32-Como se dividem as decisões interlocutórias? decisão interlocutória julga mérito podemser: a) Interlocutória simples: dirime uma controvérsia, sem colocar fim ao processo ou uma fase procedimental. Exemplo: Decretação de prisão preventiva, quebra de sigilo telefônico, recebimento da denúncia, etc) b) Interlocutória mista/ decisão com força de definitiva/ sentença formal: dirime uma controvérsia e coloca fim ao processo ou a uma fase dele, mas não julga a pretensão punitiva do Estado, que é o mérito da ação penal. Exemplos: pronúncia, impronúncia, acolhimento de exceção de coisa julgada. 33 – Quais os crimes da competência mínima do tribunal do júri? No Tribunal do Júri são julgados os crimes dolosos contra a vida, consumados ou tentados, sendo eles o homicídio, o aborto, o infanticídio, os crimes de apoio ao suicídio e o genocídio. os crimes previstos nos artigos 121 a 127do Código Penal são julgados perante este tribunal (artigo 74, parágrafo único/CPP). Vale destacar que a Lei nº 13.968, de26 de dezembro de 2019, alterou a redação do artigo 122/CP,a qual passou a prever como crime o induzimento, instigação ou auxílio a automutilação. Suicídio, feminicídio, infanticídio, tentativa de homicídio, homicídio doloso e genocídio. 34 - O tribunal do júri é competente para julgar participação em automutilação? Não, pois automutilação é configurado como lesão. 35 Quais os princípios que regem o tribunal do júri? Os princípios que regem o Tribunal do Júri sãoos seguintes:1) Plenitude de defesa: Engloba argumentos jurídicos eextrajurídicos, (sociais, morais, religiosos e culturais). Alémdisso, a plenitude de defesa é um princípio exclusivo do ritoespecial do Tribunal do Júri.2) Sigilo das votações: É garantido com aincomunicabilidade dos jurados e com a leitura dos votos atése chegar à maioria.3) Soberania dos veredictos: o julgamento proferido pelosjurados não pode ser modificado pelo juiz togado ou pelo juiz pelo tribunal que venha a apreciar um recurso, exceto nocaso do julgamento de uma revisão criminal quando oTribunal poderá absolver o réu. 36 – Quais as características do tribunal do júri? É um órgão heterogêneo, composto de por um juiz presidente (togado) e de 25 jurados (pessoas leigas da comunidade), das quais são necessárias no mínimo 15 para o início da sessão. Após a instauração da sessão de julgamento serão selecionados 7 de acordo com o procedimento previsto no CPP. Funciona em duas fases. A rigor não existe hierarquia entre o juiz e os jurados (órgão horizontal). Também possui característica temporária pois se altera de ano em ano obrigatoriamente. 37 – Quais as fases do procedimento do tribunal do júri? A primeira fase é de instrução preliminar (Judicium Accusationis) nesta fase a tramitação ocorre exclusivamente perante o juiz do Tribunal do Júri. Se início com o recebimento da denúncia e se encerra com a decisão do juízo de admissibilidade ou não. A segunda fase é a sessão plenária, onde se apresentará as acusações contra o réu aos jurados que vão manifestar suas convicções por meio de voto secreto. 38 - Após a audiência de instrução, debates e julgamentos, qual o tipo de decisão o juiz poderá tomar? São elas a pronúncia, impronuncia, desclassificação da infração penal e absolvição sumária. 39 – O que é a causa de imprescindibilidade do rol de testemunhas no plenário do júri? Somente ocorre quando uma das partes ao pugnar emissão de mandato para convocação de testemunha a declara imprescindível indicando a sua localização (Art. 422 e 461). 40 – O que é o desaforamento e em que fase ele pode acontecer? Ele acontece na segunda fase. Trata-se do deslocamento territorial da sessão plenária do júri, que ocorre por interesse da ordem pública, dúvida sobre a imparcialidade do júri, segurança pessoal do acusado, excesso de serviço (data superior a seis meses da decisão de pronúncia). 41- Qual o conceito de nulidade? R: Corrente majoritária: Sansão processual para a parte que descumpre um forma legal, cuja consequência é o impedimento do ato gerar efeitos que a parte esperava. Corrente minoritária: Imperfeição jurídica que gera ineficácia. 42- Qual a classificação quanto à gravidade do defeito do ato procedimental no processo penal? R: Classificação quanto à gravidade do defeito: A diferença entre nulidade (absoluta ou relativa) e irregularidade consiste na gradação do vício resultante de cada um desses atos. A nulidade, como consequência do vício, constitui verdadeira sanção jurídica, a fim de retirar os efeitos do ato nulo ou de limitar-lhe a eficácia. Essa sanção processual dependerá da maior ou menor intensidade do desvio do tipo legal. Sendo assim há duas espécies de nulidades: nulidade absoluta e nulidade relativa. Por fim, existem atos chamados irregulares, os quais, segundo Guilherme de Souza Nucci, “são infrações superficiais, não chegando a contaminar a forma legal a ponto de merecer renovação”. Logo, os atos irregulares serão convalidados pelo simples prosseguimento do processo. 43- Qual a consequência da prática de atos classificados como inexistentes? R: Sua ineficácia não depende de reconhecimento judicial, o vício pode ser reconhecido de ofício e jamais se convalidam. 44- Qual a consequência da prática de atos classificados como irregulares? R: Os atos irregulares serão convalidados pelo simples prosseguimento do processo. 45- Quais são os defeitos dos atos capazes de gerar a nulidade absoluta? E a relativa? R: Nulidade absoluta: são atos com vícios graves, pois violam normas constitucionais, ocasionando o fenômeno da atipicidade constitucional. Para a maioria da doutrina, a nulidade absoluta independe de prova do prejuízo, uma vez que existe a presunção absoluta de prejuízo com a violação de uma norma constitucional. Nulidade relativa: são vícios que violam regras meramente processuais, portanto, menos graves que os vícios considerados absolutos. Serão reconhecidas pela parte interessada e devem ser arguidas no primeiro momento que se manifestar no processo, sob pena de preclusão e, consequente, convalidação.
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