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Lei Orgânica da Saúde

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Políticas Públicas
A Lei Orgânica da Saúde, Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990:
 Regulamenta os artigos relacionados à saúde presentes na Constituição Federal de 1988. A saúde como um direito foi institucionalizada na Constituição Federal de 1988, que trouxe cinco artigos específicos para o tema: 196, 197, 198, 199 e 200. A Lei n. 8.080/90 regulamenta esses artigos constitucionais, sendo crucial para o entendimento do SUS.
Constituição Federal
Artigo 196 - Direito à Saúde: Estabelece que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado. Esse direito é garantido por meio de políticas sociais e econômicas que visam reduzir os riscos de doença, proporcionando acesso universal e igualitário a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.
Lei n.8080
O parágrafo 2º destaca a corresponsabilidade, ressaltando que o dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. Ou seja, o usuário se responsabiliza pela sua própria saúde e da comunidade e de que modo os profissionais de saúde promovem essa responsabilização. Isso enfatiza a importância da participação ativa de todos na promoção da saúde, além da responsabilidade estatal.
O Art. 1º da lei destaca que essa lei regula ações e serviços de saúde em todo o território nacional, executados por pessoas naturais ou jurídicas, de direito público ou privado. Isso inclui a atuação tanto em caráter permanente quanto eventual 
Esse artigo 1 destaca o dever do Estado em garantir a saúde, abrangendo políticas econômicas e sociais para redução de riscos, estabelecimento de condições e acesso universal e igualitário às ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde. Isso reflete uma mudança de paradigma, considerando que saúde vai além da ausência de doenças, incorporando fatores sociais e econômicos.
O Art. 2º da lei reconhece a saúde como um direito fundamental do ser humano, estabelecendo que o Estado deve prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício e para a sua promoção, proteção e recuperação.
É crucial entender que o SUS é um sistema universal, não exclusivamente voltado para pessoas de baixa renda. Antes, o modelo era excludente, que limitava o acesso à saúde apenas aos contribuintes.
O Relatório da VIII Conferência Nacional de Saúde foi um marco sanitário no Brasil. Esse evento influenciou a criação do SUS, enfatizando a necessidade de uma abordagem mais abrangente da saúde, indo além da ausência de doenças.
Artigo 3º - Determinantes Sociais e Econômicos: O artigo 3º amplia o conceito de saúde, reconhecendo que os níveis de saúde refletem a organização social e econômica do país. Destaca-se a influência de determinantes e condicionantes, como alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, educação, atividade física, transporte, lazer e acesso a bens e serviços essenciais.
Esse conceito ampliado vai além dos aspectos biológicos e fisiológicos, considerando o indivíduo dentro de seu contexto de vida. Questões como moradia inadequada podem estar associadas a riscos específicos de saúde, como no exemplo citado da transmissão da Doença de Chagas.
O trabalho é reconhecido como um determinante condicionante, pois consome grande parte do tempo do indivíduo e influencia diretamente na qualidade de vida. A relação entre condições de trabalho e saúde é crucial.
Parágrafo Único - Bem-Estar Físico, Mental e Social: Destaca que a saúde também envolve ações destinadas a garantir bem-estar físico, mental e social. Isso se alinha ao conceito da Organização Mundial da Saúde (OMS) e enfatiza a necessidade de considerar a saúde de forma integral.
Artigo 4 – Conceito SUS: Fornece uma definição clara do que compõe o Sistema Único de Saúde no Brasil. Isso inclui ações e serviços prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, abrangendo desde a Administração Direta e Indireta até as Fundações mantidas pelo Poder Público.
O texto destaca a possibilidade de a iniciativa privada participar do SUS em caráter complementar, conforme o artigo 199 da Constituição Federal. Essa participação complementar pode ocorrer quando o SUS, por insuficiência de recursos, não consegue oferecer assistência integral à população. 
Ou seja, o SUS pode contratar a rede privada, em caráter complementar, na hipótese de insuficiência de recursos públicos para garantir a assistência integral à população, dando preferência às instituições filantrópicas e àquelas sem fins lucrativos. O pré-requisito para a participação em caráter complementar é a existência de insuficiência de recursos, dada preferência às instituições privadas filantrópicas e sem fins lucrativos.
Além disso, tem-se a importância do CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde) para monitorar e garantir a conformidade das instituições privadas contratadas pelo SUS. O CNES é mencionado como um sistema onde são registrados os estabelecimentos privados que fazem parte do SUS, detalhando os procedimentos contratados.
Artigo 5: Destaca os objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Entre eles:
1- Identificação e divulgação de fatores condicionantes e determinantes da saúde. O reconhecimento desses elementos é essencial para a formulação de políticas de saúde eficazes.
2- Formulação de Política de Saúde Baseada nas Lógicas Econômica e Social: Essa abordagem holística reflete a compreensão de que a saúde está interligada a diversos fatores, não se restringindo apenas ao contexto médico.
3- Assistência às Pessoas por Meio de Atos de Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde:
Artigo 6º - Campo de Atuação do SUS:
1- Execução de Ações Táticas do SUS: O SUS é responsável por executar ações táticas, incluindo vigilância sanitária e epidemiológica, saúde do trabalhador, assistência terapêutica integral e saúde bucal. Essas ações são de competência exclusiva do SUS.
2- Participação na Formulação da Política e Execução de Ações de Saneamento Básico: O SUS participa da formulação da política e execução de ações de saneamento básico, sendo uma atividade intersetorial que envolve diferentes áreas além da saúde.
3- Ordenação da Formação de Recursos Humanos na Área de Saúde: assegurando que os profissionais da rede pública estejam alinhados com as necessidades da população.
4- Vigilância Nutricional e Orientação Alimentar: O SUS inclui a vigilância nutricional e orientação alimentar, focando na nutrição, não apenas na alimentação.
5- Colaboração na Proteção do Meio Ambiente: O SUS colabora na proteção do meio ambiente, uma atividade que ocorre de maneira intersetorial, reconhecendo a interconexão entre saúde e meio ambiente.
6- Formulação da Política de Medicamentos, Equipamentos, Imunobiológicos e Outros Insumos: O SUS formula a política relacionada a medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos relevantes para a saúde, além de participar na produção desses itens.
7- Controle e Fiscalização de Serviços, Produtos e Substâncias de Interesse da Saúde: O SUS realiza o controle e fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse da saúde, envolvendo ações da vigilância sanitária.
8- O incremento do desenvolvimento científico e tecnológico: um tópico de discussão mediante a necessidade de desenvolver o complexo industrial de saúde, assim fortalecendo a produção nacional de insumos para serem exportados, ao invés de importar os mesmos;
9- A formulação e execução da política de sangue e seus derivados. 
10- Execução da política de informação e assistência toxicológica, junto à logística de antídotos e medicamentos utilizados em intoxicações.
11- Fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano: não cabe ao SUS a inspeção dos alimentos de consumo animal;
12- A participação no controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos. 
Esses pontos evidenciam a abrangência do SUS, que vai além da prestação direta de serviços de saúde, integrando diferentes setores para garantir uma abordagemmais ampla e eficaz à saúde da população. A atuação intersetorial destaca a importância de ações coordenadas entre diversos segmentos para promover a saúde de maneira abrangente.
O Artigo 6º e seus parágrafos abordam aspectos cruciais relacionados à vigilância sanitária, vigilância epidemiológica e saúde do trabalhador. Vamos analisar cada ponto destacado
Vigilância Sanitária: Compreende ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde relacionados a bens de consumo e prestação de serviços. Isso inclui o controle de todas as etapas e processos de produção e consumo de bens relacionados à saúde, bem como o controle da prestação de serviços. A vigilância sanitária desempenha um papel fundamental na garantia da qualidade e segurança de produtos e serviços que impactam a saúde da população.
Vigilância Epidemiológica: Envolvida no conhecimento, detecção e prevenção de mudanças nos fatores que determinam e condicionam a saúde individual ou coletiva. Durante a pandemia da COVID-19, a vigilância epidemiológica esteve em destaque, adotando medidas de prevenção e controle com base nas recomendações internacionais e no monitoramento do perfil de morbidade e mortalidade da doença.
Saúde do Trabalhador: Conjunto de atividades destinadas à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores. Inclui ações de vigilância sanitária e epidemiológica que visam à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores expostos a riscos e agravos decorrentes das condições de trabalho.
O artigo 6 também decorre sobre a saúde do trabalhador:
Saúde do Trabalhador: A abrangência da saúde do trabalhador inclui desde a assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença profissional até a participação em estudos, pesquisas e avaliações relacionadas aos riscos no processo de trabalho.
Saúde Bucal: O § 4º, adicionado pela Lei n. 14.572/2023, define o conceito de saúde bucal como um conjunto de ações em todos os níveis de complexidade, visando promoção, prevenção, recuperação e reabilitação odontológica, tanto individual quanto coletiva.
O novo artigo 6-A, a vigorar a partir de fevereiro de 2024, impõe a obrigação às instâncias gestoras do SUS de disponibilizarem informações sobre seus estoques de medicamentos em farmácias públicas em suas respectivas páginas da internet. Esse acesso à informação tem como objetivo proporcionar ao cidadão comum maior transparência e facilitar o acompanhamento da disponibilidade de medicamentos nas farmácias públicas.
Art. 8º - Organização Regionalizada e Hierarquizada:
O SUS, responsável pela execução de ações e serviços de saúde, seja diretamente ou com participação privada, deve organizar-se de maneira regionalizada e hierarquizada. A hierarquia segue níveis de complexidade crescente.
Art. 9º - Direção Única do SUS:
A direção do SUS é única, conforme estabelecido no art. 198 da Constituição Federal.
Cada esfera de governo (União, Estados/Distrito Federal, Municípios) possui um órgão específico para exercer essa direção. Sendo:
União Ministério da Saúde
Estado Secretaria da Saúde
Município Secretária da Saúde
Art. 10 - Consórcios entre Municípios:	
Os municípios têm a prerrogativa de formar consórcios para desenvolver conjuntamente ações e serviços de saúde. Importante notar que a formação de consórcios é uma possibilidade, não uma obrigação.
Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio da direção única. No nível municipal, o SUS pode organizar-se em distritos para integrar recursos, técnicas e práticas visando a cobertura total das ações de saúde.
Exemplo de consórcio: possibilidade de troca de ações e serviços entre municípios, como no caso em que um município sem estrutura para ultrassonografia obstétrica solicita e remunera outro município que oferece esse serviço, podendo envolver até o setor privado.
No que se refere aos Municípios divididos em distritos, destaca-se Salvador, com 12 distritos sanitários, os quais descentralizam e ajustam a gestão, já que a gestão fica mais próxima da população. O ideal é que os distritos sejam divididos, de forma a se ter homogeneidade de bairros; no entanto, isso é uma tarefa difícil, pois a desigualdade é muito grande
Art. 12 - Comissões Intersetoriais de Âmbito Nacional:
Estabelece a criação de comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde. Essas comissões são compostas pelos Ministérios e órgãos competentes, bem como por entidades representativas da sociedade civil.
As comissões intersetoriais abordam temas relacionados à saúde, mas que não se enquadram na esfera de execução direta do setor da saúde. Elas têm a finalidade de articular políticas e programas que sejam de interesse para a saúde.
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades:
I – alimentação e nutrição;
II – saneamento e meio ambiente;
III – vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
IV – recursos humanos;	
V – ciência e tecnologia; e
VI – saúde do trabalhador.
Artigo 14
Estabelece a obrigação de criação de Comissões Permanentes de integração entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e superior.
Cada comissão permanente tem como objetivo propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS) na esfera correspondente.
Essas comissões também têm responsabilidade em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre as instituições de saúde e as de ensino profissional e superior.
Ressalta-se que o SUS é um campo obrigatório para estágios, sendo crucial para a formação de profissionais de saúde.
Artigo 14-A: Destaca a importância das Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite (CIB E CIT) como foros de negociação e pactuação entre gestores, especialmente em relação aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS). A CIB é entre estados e CIT em âmbito nacional. Tem como objetivos:
As Comissões Intergestores têm como objetivo principal discutir e decidir sobre os aspectos práticos e operacionais do SUS, sendo reconhecidas como locais de negociação.
Incluem decisões sobre como gerir financeira e administrativamente o SUS, sempre em sintonia com a política estabelecida nos planos de saúde. Esses planos são instrumentos cruciais de planejamento do SUS.
Estabelecem regras e diretrizes para a organização das redes de ações e serviços de saúde. Isso envolve decisões importantes sobre como as diferentes partes do 
Define diretrizes relacionadas à estruturação das regiões de saúde, distritos sanitários e outros aspectos que influenciam a integração das ações e serviços de saúde entre os diferentes entes federativos.
Essas comissões desempenham um papel essencial na harmonização de estratégias e na promoção de uma abordagem unificada para a gestão do SUS. Garantem que as decisões se alinhem com as necessidades da população e proporcionem uma assistência à saúde eficaz e coordenada.
Em resumo, as Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são verdadeiros fóruns de discussão, nos quais os gestores do SUS se reúnem para tomar decisões práticas, estabelecer diretrizes e assegurar uma gestão eficiente e integrada do sistema de saúde no Brasil.
Art. 14-B -
Destaca a importância do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) como representantes dos entes estaduais e municipais em questões relacionadas à saúde.
O Conass e o Conasems são reconhecidos como entidades representativas dos estados e municípios para tratar de assuntos de saúde. São declarados de utilidade pública e de relevante função social, conforme o regulamento.
O Conass e o Conasems recebem recursos do orçamento geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde. Esses recursos visam auxiliar no custeio de suas despesas institucionais, fortalecendo sua atuação.
Além do repasse de recursos, há a possibilidadede celebrar convênios com a União, o que amplia as formas de cooperação e articulação em temas de saúde.
Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) são reconhecidos como entidades representativas dos entes municipais em âmbito estadual. Este reconhecimento é condicionado à vinculação institucional ao Conasems, conforme definido em seus estatutos.
Artigo 7 da lei 8.080
O texto destaca os princípios doutrinários contidos no Art. 7 da Lei 8.080/90, que regula o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Vamos analisar os principais pontos:
Universalidade irrevogável de acesso: Este princípio assegura o direito de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência de forma incontestável. Isso significa que todos os cidadãos têm o direito garantido de utilizar os serviços de saúde, independentemente de qualquer condição.
Integralidade de assistência: A assistência deve ser articulada e contínua, incluindo ações tanto preventivas quanto curativas, individuais e coletivas. Destaca-se a importância de fornecer cuidados que atendam à totalidade da complexidade do sistema de saúde.
Integralidade como princípios doutrinários: Integralidade abrange o direito de acesso aos serviços e atenção demandados pela situação específica do paciente. Nas avaliações, é crucial entender a Universalidade como a capacidade de compreender o indivíduo em sua totalidade, não focando apenas na doença. A Integralidade reforça a necessidade de não discriminar o paciente, considerando-o como um todo.
Direito à Informação: Garante que as pessoas assistidas sejam informadas sobre sua saúde.
Divulgação de Informações: Informações sobre os serviços de saúde devem ser divulgadas, incluindo locais de atendimento e suas especificidades.
Utilização da Epidemiologia: Uso da epidemiologia para estabelecer prioridades, alocar recursos e orientar medidas de saúde coletiva.
Participação da Comunidade: Princípio organizativo que destaca a importância da participação da comunidade nas decisões relacionadas à saúde.
Descentralização Político-Administrativa: Distribuição de poder com direção única em cada esfera governamental, sendo municipalizada para lidar mais efetivamente com os problemas locais. Tendo, dentro da descentralização, os seguintes princípios: 
1- Regionalização: Considera o espaço e a população para facilitar o planejamento de medidas e ações do SUS.
2- Hierarquização: Distribuição de ações do SUS em níveis de complexidade, sem envolver a importância, mas a complexidade e densidade tecnológica.
Integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico: Nota-se a abordagem intersetorial, buscando a integração de ações de saúde com medidas relacionadas ao meio ambiente e saneamento básico.
Conjugação de recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos dos níveis governamentais: Demonstra a necessidade de cooperação entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios para prover serviços de saúde à população. Enfatiza a atuação compartilhada do SUS entre as esferas governamentais.
Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência (Resolutividade): Cada nível de assistência deve cumprir com suas competências, garantindo a resolução dos problemas dentro de sua área de atuação.
Organização dos serviços públicos visando o planejamento da ação do SUS: Destaca a importância do planejamento na organização dos serviços de saúde para a efetivação das ações do SUS.
Organização de atendimento público, específico e especializado para mulheres e vítimas de violência doméstica: Incluído em 2017, este princípio assegura atendimento público, específico e especializado para mulheres e vítimas de violência doméstica. Sublinha que esse atendimento envolve acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras. Importante notar que o atendimento não se restringe apenas às mulheres, embora elas sejam mencionadas devido ao cenário de feminicídio no Brasil.
Proteção integral dos direitos humanos de todos os usuários, com atenção especial à identificação de maus tratos, negligência e de violência sexual praticados contra crianças e adolescentes: Incluído em 2023, esse princípio enfatiza a proteção integral dos direitos humanos dos usuários do SUS, com especial atenção a maus tratos, negligência e violência sexual contra crianças e adolescentes.
Artigo 15 da lei 8.8080
Estabelece as responsabilidades administrativas do Sistema Único de Saúde (SUS) nas esferas federal, estadual e municipal:
1. Controle, Avaliação e Fiscalização: Definir instâncias e mecanismos de controle, avaliação e fiscalização das ações de saúde, considerando a descentralização do SUS.
2. Administração de Recursos Orçamentários: Gerenciar os recursos orçamentários destinados à saúde anualmente, conforme o Plano de Saúde, essencial para recebimento regular de recursos.
3. Acompanhamento da Saúde Populacional: Monitorar, avaliar e divulgar o estado de saúde da população e condições ambientais, utilizando sistemas de informações e indicadores epidemiológicos.
4. Sistema de Informação de Saúde: Organizar e coordenar o sistema de informação de saúde, com a definição a cargo da União e a coordenação distribuída entre as esferas governamentais.
5. Normas Técnicas e Qualidade: Elaborar normas técnicas, padrões de qualidade e custos para assistência à saúde, incluindo promoção da saúde do trabalhador.
6. Saneamento Básico e Meio Ambiente: Participar da formulação e execução da política de saneamento básico, envolvendo a colaboração na proteção e recuperação do meio ambiente.
7. Plano de Saúde: Elaborar e atualizar periodicamente o plano de saúde, fundamental para receber recursos financeiros regulares.
8. Recursos Humanos para Saúde: Participar da formulação e execução da política de formação de recursos humanos para a saúde.
9. Proposta Orçamentária: Elaborar a proposta orçamentária do SUS, seguindo o plano de saúde estabelecido para o ano.
10. Regulação de Serviços Privados: Elaborar normas de regulação para atividades de serviços privados de saúde, garantindo conformidade com as normas do SUS.
11. Operações Financeiras Externas: Realizar operações financeiras externas para interesses da saúde, com autorização do Senado Federal.
12. Requisição em Situações de Perigo: Requisitar bens e serviços em situações de perigo iminente, calamidade pública ou epidemias, garantindo justa indenização.
13. Sistema Nacional de Sangue: Implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados.
14. Acordos Internacionais: Propor a celebração de convênios, acordos e protocolos internacionais relacionados à saúde, saneamento e meio ambiente.
15. Normas Técnico-Científicas: Elaborar normas técnico-científicas para promoção, proteção e recuperação da saúde.
16. Articulação e Promoção Ética: Promover articulação com órgãos de fiscalização profissional e entidades civis para definir e controlar padrões éticos em pesquisa, ações e serviços de saúde.
17. Articulação entre Política e Planos de Saúde: Articular a política com os planos de saúde, assegurando alinhamento aos objetivos da política de saúde.
18. Pesquisas na Área de Saúde: Realizar pesquisas e estudos na área de saúde.
19. Controle e Fiscalização do Poder de Polícia Sanitária: Definir instâncias e mecanismos de controle e fiscalização do poder de polícia sanitária, com aplicação a cargo de cada esfera governamental.
20. Programas Emergenciais: Fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos voltados ao atendimento emergencial em situações como chuva, seca, entre outros.
Art. 16 da Lei 8.080/90 - Competências da Direção Nacional do SUS:
A direção nacional do SUS compete:
Formulação, Avaliação e Apoio em Alimentação e Nutrição.
Participação na Formulação e Implementação de Políticas: Participar na formulação e implementação de políticas de controle ambiental, saneamento básico, e condições e ambientes de trabalho.
Coordenação de Sistemas: Definir e coordenar sistemas de redes integradas de assistência de alta complexidade, rede de laboratóriosde saúde pública, vigilância epidemiológica e sanitária.
Normas e Controle: Participar da definição de normas e mecanismos de controle sobre agravos ao meio ambiente com repercussão na saúde humana.
Controle de Qualidade Sanitária: Estabelecer critérios para controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo humano.
Articulação e Formulação de Política Nacional de Produção de Insumos e Equipamentos: Promover articulação com órgãos educacionais, formular políticas nacionais e participar na execução da produção de insumos e equipamentos para a saúde.
Identificação de Serviços de Referência: Identificar serviços estaduais e municipais de referência nacional para estabelecer padrões técnicos de assistência à saúde.
Controle e Fiscalização: Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde.
Cooperação Técnica e Financeira: Prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, Distrito Federal e Municípios para aperfeiçoamento institucional.
Normas para Relações com Serviços Privados: Elaborar normas para regular relações entre o SUS e serviços privados contratados de assistência à saúde.
Descentralização de Serviços e Ações de Saúde: Promover descentralização para as Unidades Federadas e Municípios dos serviços e ações de saúde, de abrangência estadual e municipal.
Normatização e Coordenação Nacional do Sistema Nacional de Sangue: Normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados.
Acompanhamento, Controle e Avaliação: Acompanhar, controlar e avaliar ações e serviços de saúde, respeitando competências estaduais e municipais.
Planejamento Estratégico Nacional: Elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS, em cooperação técnica com Estados, Municípios e Distrito Federal.
Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação Técnica e Financeira: Estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Território Nacional, em cooperação técnica com Estados, Municípios e Distrito Federal.
Diretrizes e Normas para Saúde Bucal: Definir diretrizes e normas para estruturação física e organizacional dos serviços de saúde bucal. Esse inciso XX, incluído pela Lei n. 14.572/2023, estabelece uma nova competência para a direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS). 
O parágrafo 1º do art. 14 destaca que a União tem a prerrogativa de realizar ações de vigilância epidemiológica e sanitária em situações consideradas especiais. Isso significa que em circunstâncias extraordinárias, como eventos de saúde inusitados ou que possam fugir do controle das autoridades estaduais do Sistema Único de Saúde (SUS), a União pode intervir para monitorar e tomar medidas relacionadas à saúde pública em nível nacional.
Além disso, a legislação estabelece normas para o acesso ao patrimônio genético, que é a informação genética de diferentes espécies (plantas, animais, microrganismos, etc.). Em outras palavras, se alguém usa a informação genética de uma planta para criar um produto comercial, a lei determina como os lucros desse produto devem ser compartilhados com as comunidades ou entidades detentoras do patrimônio genético.
Em situações de emergência em saúde pública, como durante epidemias ou surtos, a legislação permite a adoção de um procedimento mais rápido e simples para enviar amostras de material genético ao exterior. Isso é relevante porque, nessas situações, a troca rápida de informações genéticas pode ser essencial para pesquisas e desenvolvimento de soluções terapêuticas. 
Artigo 17
Estabelece as competências da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS). 
I. Descentralização para os Municípios: A direção estadual do SUS é responsável por promover a descentralização dos serviços e ações de saúde para os municípios.
II. Acompanhamento, Controle e Avaliação: A direção estadual deve acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do SUS.
III. Apoio Técnico e Financeiro: Prestar apoio técnico e financeiro aos municípios e executar, de forma supletiva, ações e serviços de saúde, sendo esses termos utilizados de acordo com a falta ou necessidade de melhoria em determinadas áreas.
IV. Coordenação e Execução Complementar: Coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços, como vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, alimentação e nutrição, saúde do trabalhador e, incluída recentemente, saúde bucal. Aqui, a execução dessas ações é geralmente atribuída aos municípios, enquanto o estado atua de forma complementar.
V. Controle de Agravos Ambientais: Participar, junto com órgãos afins, do controle dos agravos ambientais que tenham repercussão na saúde humana.
VI. Formulação e Execução de Saneamento Básico: Participar da formulação da política e execução de ações de saneamento básico.
VII. Controle e Avaliação de Condições de Trabalho: Participar das ações de controle e avaliação das condições e ambientes de trabalho.
VIII. Formulação e Execução de Política de Insumos e Equipamentos: Em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde, visando melhorias em relação à política nacional estabelecida pela União.
IX. Identificação de Estabelecimentos Hospitalares: Identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional.
X. Coordenação da Rede Estadual de Laboratórios e Hemocentros: Coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros, gerindo as unidades que permaneçam em sua organização administrativa.
XI. Normas para Controle e Avaliação: Estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das ações e serviços de saúde.
XII. Normas e Padrões para Controle de Qualidade: Formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedimentos de controle de qualidade para produtos e substâncias de consumo humano.
XIII. Colaboração na Vigilância Sanitária: Colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, destacando que não é uma competência exclusiva da União.
XIV. Acompanhamento, Avaliação e Divulgação de Indicadores: Realizar o acompanhamento, avaliação e divulgação dos indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada.
Artigo 18
As principais competências da direção municipal do SUS incluem:
Planejar, organizar, controlar e avaliar.
Participar da rede regionalizada e hierarquizada: Colaborar na construção e execução da rede regionalizada do SUS em coordenação com a direção estadual, buscando uma integração eficaz entre os diferentes níveis de atenção à saúde.
Executar serviços essenciais:, desde vigilância epidemiológica e sanitária até ações específicas, como saúde bucal e nutrição. Vale notar que essa execução pode contar com a participação de outras esferas governamentais, seja em caráter suplementar ou complementar.
Dar execução à política de insumos e equipamentos: Implementar, no âmbito municipal, a política definida em nível nacional para insumos e equipamentos de saúde.
Colaborar na fiscalização ambiental: Participar ativamente na fiscalização de agressões ao meio ambiente que impactam a saúde humana, atuando em conjunto com órgãos municipais, estaduais e federais.
Formar consórcios administrativos intermunicipais: A formação de consórcios é uma opção facultativa, permitindo a cooperação entre municípios na execução de ações de saúde.
Gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros
Colaborar na execução da vigilância sanitária em portos, aeroportos e fronteiras: Participar ativamente na execução dessa vigilância, em colaboração com os níveis estadual e federal.
Celebrar contratos e convênios: Possibilidade de estabelecer parcerias com entidades privadas, seguindo as diretrizes do SUS.
Controlar e fiscalizar serviços privados de saúde: Assegurar que esses serviços estejam em conformidade com as normas do SUS.
Normatizar complementarmente: Estabelecer normas que complementemas ações e serviços públicos de saúde no âmbito municipal.
Resumindo...
União (Âmbito Nacional):
A União assume um papel central na formulação de políticas nacionais de saúde, coordenação de sistemas e estabelecimento de normas. Sua atuação é marcada pela definição de diretrizes gerais, planejamento estratégico nacional, elaboração de normativas para serviços de saúde bucal e coordenação da auditoria do SUS em escala nacional.
Estados (Âmbito Estadual):
Os estados desempenham um papel fundamental na descentralização, coordenando estabelecimentos hospitalares, participando em ações Inter setoriais como vigilância epidemiológica e sanitária, e exercendo controle sobre insumos e equipamentos de saúde. Sua atuação busca adaptar e implementar as diretrizes nacionais no nível local.
Municípios (Âmbito Municipal):
Os municípios assumem a execução direta de ações e serviços de saúde locais, gerenciando os serviços públicos de saúde. Colaboram na fiscalização ambiental, participam em redes regionalizadas e podem celebrar contratos com entidades privadas de saúde. Sua atuação visa uma implementação adaptada e eficaz das diretrizes nacionais e estaduais, considerando as necessidades específicas de cada comunidade.
Artigo 19
Subsistema Indígena
Estabelece que as ações e serviços de saúde para as populações indígenas em todo o território nacional, de maneira coletiva ou individual, devem obedecer ao que está disposto na referida lei.
 A inclusão do Artigo 19-B institui um subsistema de atenção à saúde indígena (SASI), integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS), e determina que a União financie esse subsistema com seus recursos próprios.
A Lei destaca a importância da articulação entre o Subsistema e os órgãos responsáveis pela Política Indígena do país, promovida pelo SUS. Além disso, ela enfatiza que Estados, Municípios e outras instituições podem atuar complementarmente no custeio e execução das ações, indicando uma possibilidade de participação descentralizada.
O Artigo 19-F sublinha a necessidade de considerar a realidade local e as especificidades culturais dos povos indígenas na atenção à saúde, abordando aspectos como assistência à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, demarcação de terras, educação sanitária e integração institucional.
A União é responsável por instituir um mecanismo de financiamento específico para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, sempre que houver a necessidade de atenção secundária e terciária fora dos territórios indígenas. 
Além disso, em situações emergenciais e de calamidade pública, o § 2º destaca que a União deverá garantir um aporte adicional de recursos não previstos nos planos de saúde dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. Essa medida visa assegurar recursos adicionais e imprevistos para enfrentar situações críticas, garantindo atendimento adequado.
A obrigatoriedade de registro e notificação da declaração de raça ou cor para todos os indígenas atendidos nos sistemas públicos de saúde é introduzida pelo Artigo 19-G § 1º-A. 
Deve-se haver uma integração dos sistemas de informação da rede do SUS com os dados do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. O SUS é designado como retaguarda e referência para o Subsistema, requerendo adaptações na estrutura e organização do SUS nas regiões onde residem as populações indígenas. 
O Artigo 19-H assegura o direito das populações indígenas de participar de organismos colegiados de formulação, acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde. Essa disposição visa garantir a participação ativa dessas comunidades na definição e acompanhamento das políticas de saúde que as afetam.
Subsistema domiciliar
O Artigo 19-I da Lei n. 8.080/1990 estabelece o atendimento domiciliar e a internação domiciliar como parte do Sistema Único de Saúde (SUS). Na modalidade de assistência domiciliar, são incluídos procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos, assistência social, entre outros, necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio.
O atendimento e a internação domiciliares são realizados por equipes multidisciplinares, atuando nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora, conforme previsto no § 2º. O § 3º destaca que essas modalidades só podem ser realizadas mediante indicação médica, com a expressa concordância do paciente e de sua família.
Caberá ao gestor local identificar as necessidades e determinar quais profissionais serão incluídos, baseando-se na demanda local para garantir o cuidado integral do paciente em seu domicílio.
Art. 19-J: Direito ao Acompanhamento
Toda mulher tem o direito de fazer-se acompanhar por pessoa maior de idade durante consultas, exames e procedimentos em unidades de saúde, independente de notificação prévia.
§ 1º: O acompanhante pode ser indicado livremente pela paciente ou, nos casos em que ela esteja impossibilitada de manifestar sua vontade, por seu representante legal, e deve preservar o sigilo das informações de saúde.
§ 2º: Em casos de sedação ou rebaixamento do nível de consciência, se a paciente não indicar um acompanhante, a unidade de saúde designará uma pessoa para acompanhá-la, preferencialmente uma profissional de saúde do sexo feminino, sem custo adicional para a paciente.
§ 2º-A: Em situações de atendimento com sedação, a renúncia ao direito de acompanhamento deve ser feita por escrito, com antecedência mínima de 24 horas, assinada pela paciente e arquivada em seu prontuário.
§ 3º: As unidades de saúde são obrigadas a informar sobre esse direito, mantendo aviso visível em suas dependências.
§ 4º: No caso de atendimento em centro cirúrgico ou unidade de terapia intensiva com restrições de segurança ou saúde, só será permitido um acompanhante que seja profissional de saúde.
§ 5º: Em casos de urgência e emergência, os profissionais de saúde podem agir na proteção e defesa da saúde e da vida da paciente, mesmo na ausência do acompanhante.
Assistência terapêutica e incorporação da tecnologia da saúde
Assistência Terapêutica Integral (Art. 19-M):
A assistência terapêutica integral no SUS consiste na dispensação de medicamentos e produtos de saúde de acordo com diretrizes terapêuticas definidas em protocolos clínicos.
Inclui a oferta de procedimentos terapêuticos em regime domiciliar, ambulatorial e hospitalar, conforme tabelas elaboradas pelo gestor federal do SUS.
São fornecidas definições cruciais, como "produtos de interesse para a saúde", que englobam órteses, próteses, bolsas coletoras e equipamentos médicos. Além disso, é esclarecido o conceito de "protocolo clínico e diretriz terapêutica", documentos orientadores que abrangem desde critérios de diagnóstico até posologias recomendadas.
Vedação de Pagamento e Dispensação de Medicamentos e Produtos (Art. 19-T):
É expressamente proibido o pagamento, ressarcimento ou reembolso de medicamentos, produtos e procedimentos clínicos ou cirúrgicos experimentais, bem como de uso não autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Uma das exceções possíveis, é para medicamentos e produtos recomendados pela Conitec e adquiridos por intermédio de organismos multilaterais internacionais, para uso em programas de saúde pública do Ministério da Saúde e suas entidades vinculadas.
Da mesma forma, a dispensação de medicamentos, nacionais ou importados, sem registro na ANVISA também é vedada em todas as esferas de gestão do SUS.
Incorporação de Tecnologia em Saúde (Art. 19-Q):
A incorporação, exclusão ou alteração de novos medicamentos, produtos e procedimentos, assim como a constituição ou alteração de protocolos clínicos ou diretrizes terapêuticas, são atribuições do Ministério da Saúde, assessorado pela Conitec.
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS conta com representantes do Conselho Nacional de Saúde, Conselho Federal de Medicina e Associação Médica Brasileira, garantindo a participaçãode diferentes setores na tomada de decisão.
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (Art. 19-O):
Os protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas têm o papel de estabelecer os medicamentos e produtos necessários em diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde, bem como em situações de perda de eficácia ou surgimento de reações adversas relevantes.
Sabe-se da importância dos protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas em especificar os medicamentos necessários em diferentes fases da doença, levando em consideração a eficácia, segurança e custo-efetividade. A avaliação desses medicamentos é realizada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).
Esses documentos padronizam o cuidado com base em evidências científicas, garantindo uma abordagem consistente e eficaz para os pacientes.
Processo de Incorporação e Prazos (Art. 19-R):
O processo de incorporação de novos medicamentos e procedimentos tem o prazo máximo para a conclusão do processo de 180 dias, podendo ser prorrogado por mais 90 dias em situações específicas, visando garantir a eficiência e a celeridade na incorporação de tecnologias no SUS.
O processo administrativo de incorporação de tecnologias no SUS inclui a apresentação de documentos e amostras de produtos, consulta pública, audiência pública e distribuição aleatória para análise.
A transparência e a publicidade dos atos processuais são essenciais para assegurar a participação da sociedade e a legitimidade das decisões tomadas no âmbito da saúde pública.
A avaliação econômica comparativa dos benefícios e custos é essencial para a tomada de decisões que visam a eficiência dos recursos do sistema de saúde.
Art 20 ao 35
Dos serviços privados e de assistência a saúde
Características e Atuação (Art. 20):
Os serviços privados de assistência à saúde são definidos pela atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais legalmente habilitados e de pessoas jurídicas de direito privado na promoção, proteção e recuperação da saúde.
Devem desempenhar funções análogas às do SUS, considerando a saúde como de relevância pública.
A assistência à saúde é livre à iniciativa privada, desde que realizada por profissionais legalmente habilitados e pessoas jurídicas de direito privado, preenchendo os requisitos estabelecidos.
Contratação pela Rede Privada pelo SUS:
Caso a rede privada seja contratada de forma complementar pelo SUS, além de atender a quesitos éticos, bioéticos e normas de funcionamento, deve seguir os princípios e diretrizes do SUS.
Teoricamente, não deveria haver diferenciação no atendimento entre pacientes do SUS e aqueles que utilizam serviços pagos, embora, na prática, essa igualdade possa ser desafiadora.
Na prestação de serviços privados de assistência à saúde, é obrigatório observar os princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de direção do SUS em relação às condições para funcionamento.
A direção do SUS é única, podendo ser exercida pelo município, estado ou pela ANVISA.
Participação de Empresas e Capitais Estrangeiros (Art. 199, §3º CF e Art. 23):
A Constituição Federal, no art. 199, §3º, veda a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no país, salvo nos casos previstos em lei.
O art. 23 da Lei n. 8.080/1990 estabelece as exceções à proibição, permitindo a participação direta ou indireta de empresas e capitais estrangeiros em situações específicas, tais como doações de organismos internacionais e instalação de hospitais.
Atualização de 2015 (Art. 23): Importante mencionar que em 2015, a Lei n. 13.097 trouxe modificações, incluindo especificamente as situações em que empresas e capitais estrangeiros podem participar da assistência à saúde no Brasil.
Observação: Algumas empresas possuem serviços de saúde próprios, sem fins lucrativos, para atendimento de seus colaboradores e dependentes.
Art. 24: Quando as disponibilidades do SUS forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial em uma área, o SUS poderá recorrer aos serviços da iniciativa privada.
Pré-requisito: Insuficiência nas disponibilidades do SUS.
A participação privada será formalizada por contrato ou convênio, regido por normas de direito público.
Parágrafo único: Entidades filantrópicas e sem fins lucrativos têm preferência para participar do SUS em casos de contratação complementar.
Remuneração de Serviços Privados pelo SUS
Art. 26: Os critérios e valores para a remuneração de serviços, bem como os parâmetros de cobertura assistencial, são estabelecidos pela direção nacional do SUS (Ministério da Saúde).
Aprovação no Conselho Nacional de Saúde.
§ 1º: A direção nacional do SUS deve fundamentar suas decisões em demonstrativo econômico-financeiro que assegure a efetiva qualidade dos serviços.
§ 2º: Os serviços privados contratados devem obedecer às normas técnicas e administrativas, além dos princípios e diretrizes do SUS, mantendo o equilíbrio econômico e financeiro do contrato.
§ 4º: Proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou serviços contratados não podem assumir cargos de chefia ou função de confiança no SUS.
Definição e Divulgação de Valores (Art. 26, §5º)
§ 5º: Os valores para remuneração dos serviços de saúde são definidos em dezembro de cada ano pelo Ministério da Saúde.
Busca pela garantia da qualidade do atendimento, equilíbrio econômico-financeiro e preservação do valor real destinado à remuneração, considerando disponibilidade orçamentária e financeira.
Conceito e Princípios da Telessaúde (Art. 26-A)
A telessaúde é definida como a prestação remota de serviços relacionados a todas as profissões da área da saúde, regulamentadas pelos órgãos competentes do Poder Executivo federal.
Princípios da Telessaúde:
I. Autonomia do profissional de saúde.
II. Consentimento livre e informado do paciente.
III. Direito de recusa ao atendimento na modalidade telessaúde, com garantia de atendimento presencial quando solicitado.
IV. Dignidade e valorização do profissional de saúde.
V. Assistência segura e com qualidade ao paciente.
VI. Confidencialidade dos dados.
VII. Promoção da universalização do acesso dos brasileiros às ações e serviços de saúde.
VIII. Estrita observância das atribuições legais de cada profissão.
IX. Responsabilidade digital.
Definição e Modalidade da Telessaúde (Art. 26-B)
Telessaúde é a modalidade de prestação de serviços de saúde a distância, por meio das tecnologias da informação e comunicação (TICs), envolvendo a transmissão segura de dados e informações de saúde.
Atos do profissional de saúde, quando praticados na modalidade telessaúde, têm validade em todo o território nacional.
Liberdade de Decisão e Competência (Art. 26-C e Art. 26-D)
Profissionais de saúde têm liberdade e independência para decidir sobre a utilização da telessaúde, incluindo a indicação ou recusa do atendimento presencial.
Compete aos conselhos federais de fiscalização do exercício profissional normatizar ética sobre a prestação de serviços de telessaúde, seguindo padrões normativos adotados para atendimento presencial, quando não conflitantes.
Atos normativos que restrinjam a telessaúde devem demonstrar a imprescindibilidade para evitar danos à saúde dos pacientes.
Determinações para a prática da telessaúde, incluindo consentimento livre e esclarecido, obediência a leis específicas (Marco Civil da Internet, Lei do Ato Médico, LGPD, Código de Defesa do Consumidor e Lei do Prontuário Eletrônico).
DOS RECURSOS HUMANOS (Art. 27)
Organização do Sistema de Formação: Estabelece a necessidade de organização de um sistema de formação de recursos humanos em todos os níveis de ensino, incluindo pós-graduação, e a elaboração de programas de permanente aperfeiçoamento de pessoal.
A norma destaca não apenas a necessidade de formação de recursos humanos, mas também enfatiza a importância de programas de permanente aperfeiçoamento. Além disso, a prática de ensino e pesquisa nos serviços públicos do SUS é mencionada como um campo específico.
Valorização da Dedicação Exclusiva: Destaca a importância de valorizara dedicação exclusiva dos profissionais de saúde aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).
Reforça que os serviços públicos do SUS são um campo de prática para ensino e pesquisa, mediante normas específicas elaboradas conjuntamente com o sistema educacional.
Exercício de Cargos e Funções (Art. 28):
Estabelece que cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no âmbito do SUS, só podem ser exercidos em regime de tempo integral.
Permite que servidores que acumulam legalmente dois cargos possam atuar em mais de um estabelecimento do SUS.
DO FINANCIAMENTO (Art. 31 a Art. 35)
Define que o orçamento da seguridade social destinará ao SUS os recursos necessários, conforme a receita estimada, prevista na proposta elaborada pela direção nacional do SUS, considerando metas e prioridades da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Enumera as outras fontes de recursos do SUS, incluindo serviços prestados sem prejuízo à assistência à saúde, ajuda, contribuições, doações, donativos, alienações patrimoniais, rendimentos de capital, taxas, multas, emolumentos, preços públicos no âmbito do SUS, e rendas eventuais, incluindo os comerciais e industriais.
Receitas Geradas no SUS:
Metade da receita do inciso I será destinada à recuperação de viciados.
Estabelece que as receitas geradas serão creditadas em contas especiais, movimentadas pela direção do SUS na esfera onde são arrecadadas.
Art. 35 ao 55
Planejamento e Orçamento (Art. 36):
O processo de planejamento e orçamento do SUS segue uma abordagem ascendente, indo do nível local até o federal. 
Deve-se considerar a compatibilização das necessidades da política de saúde com os recursos disponíveis nos planos de saúde de Municípios, Estados, Distrito Federal e União.
Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) serão depositados em conta especial. Na esfera federal, os recursos financeiros originários do Orçamento da Seguridade Socialsão administrados pelo Ministério da Saúde. As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) são creditadas diretamente nos fundos de saúde.
As ações de saneamento que venham a ser executadas supletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) serão financiadas por recursos tarifários específicos e outros da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH)
Os planos de saúde são a base das atividades do SUS, sendo essenciais para as programações de cada nível do sistema. O financiamento desses planos é previsto nas propostas orçamentárias correspondentes.
O Conselho Nacional de Saúde estabelece diretrizes considerando as características epidemiológicas e a organização dos serviços em cada jurisdição administrativa.
É proibida a destinação de subvenções e auxílios a instituições prestadoras de serviços de saúde com finalidade lucrativa.
Os imóveis cedidos serão inventariados e ficarão disponíveis para utilização pelo órgão de direção municipal do SUS.
O acesso aos serviços de informática e bases de dados mantidos pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho será garantido às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.
A Fundação das Pioneiras Sociais e o Instituto Nacional do Câncer têm suas ações mantidas como referencial de prestação de serviços, formação de recursos humanos e transferência de tecnologia.
Os serviços de saúde dos hospitais universitários integram-se ao SUS mediante convênio, preservando autonomia administrativa. O SUS estabelecerá mecanismos de incentivos à participação do setor privado em ciência e tecnologia.
O Ministério da Saúde organizará um sistema nacional de informações em saúde no prazo de dois anos.
Atividades de apoio à assistência à saúde podem envolver participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros.
Lei 8.142/90
Na década de 90 houve a primeira eleição direta após a ditadura militar, e o Presidente Fernando Collor foi eleito. Toda a discussão do SUS já estava acontecendo, e já se tinha a Constituição promulgada (1988), e a Lei 8.080 publicada em setembro, mas o texto original da lei trazia além de outros temas o controle social, e essa parte foi vetada. Collor já passava por um abalo em sua gestão, então ele publicou uma segunda lei orgânica, e esse conjunto da Lei 8.080 e 8.142 formam as leis orgânicas da saúde.
Disposição:
A lei trata da participação da comunidade na gestão do SUS e das transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde.
Enfatiza a participação da comunidade, não apenas de forma oficial, mas também através da mobilização em territórios e comunidades.
Instâncias Colegiadas:
O SUS, de acordo com a Lei n. 8.080, conta em cada esfera de governo com duas instâncias colegiadas: a Conferência de Saúde e o Conselho de Saúde, sem prejuízo ao poder legislativo.
A Conferência de Saúde acontece a cada quatro anos, podendo ocorrer mais frequentemente se necessário, para avaliar a saúde e formular diretrizes.
Os Conselhos de Saúde são permanentes, deliberativos (não são participativos) e compostos por representantes de: governantes, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, sendo que estes últimos têm uma representação paritária. É um órgão fiscalizatório, principalmente no sentindo financeiro. Também formula estratégias. 
O CONASS (Conselho Nacional de Saúde) e o CONASEMS (Conselho nacional de secretários de saúde) terão representação no conselho de saúde.
Recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS):
É uma conta especial e são alocados para despesas de:
1- Custeio e de capital do Ministério da Saúde
2- Investimentos previstos em lei orçamentária, aprovados pelo congresso.
3- Investimentos no Plano Quinquenal do Ministério da Saúde 
4- Cobertura de ações e serviços de saúde nos municípios, estados e Distrito Federal.
Os recursos também serão usados para cobertura assistencial, ambulatorial e hospitalar.
Os municípios podem estabelecer consórcios para a execução de ações e serviços de saúde. Ou seja, a partir da troca de serviços entre municípios, eles podiam receber parcelas de recursos.
Requisitos para Recebimento de Recursos:
Para receber recursos, municípios, estados e o Distrito Federal devem contar com:
1- Fundo de saúde; 2- conselho de saúde; 3- plano de saúde; 4- relatórios de gestão; 5- contrapartida de recursos no orçamento (investimento do próprio munícipio); 6- uma comissão de elaboração do plano de carreira, cargos e salários (PCCS).
Caso não seja atendido esses requisitos, os fundos serão realocados para o estado. Caso o estado não cumpra os requisitos, irá para união.
Lei complementar 141/2012 define valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados e Municípios na saúde.
União: 15% da arrecadação anual.
Estados: Mínimo de 12% do valor arrecadado através de impostos.
Municípios: Mínimo de 15% do valor arrecadado através de impostos
DECRETO 7.508/11 - ARTIGOS 1 E 2: REGULAMENTAÇÃO DO SUS
O Decreto 7.508/11, em vigor desde 28 de junho de 2011, regulamenta a Lei n. 8.080/90, delineando as diretrizes para a organização do Sistema Único de Saúde (SUS), o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa.
DESTAQUES DO DECRETO:
1- Regionalização e Melhora do Acesso: Enfatiza a regionalização como característica principal.
2- Busca a articulação entre esferas de governo para garantir a integralidade da assistência.
3- Necessidade de compartilhamento de ações para assegurar acesso pleno às redes de atenção e em regiões de saúde.
ARTIGO 1º: ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA
Reforça a importância da organização, planejamento e provisão articulada de assistência à saúde entre municípios e estados.
Objetivo é garantir integralidade na assistência.
ARTIGO 2º: CONCEITOS ESSENCIAIS:
· Região de Saúde: 
Definida como espaço geográfico contínuo, composta por municípios limítrofes. Delimitada por identidades culturais, econômicas e sociais, com infraestrutura compartilhada. Com a finalidade de integrar a organização, planejamento e execução de ações e serviços de saúde. Exige similaridadepara evitar barreiras de acesso. Ou seja, se agrupa munícipios para que esse conjunto consiga oferecer serviços de saúde de qualidade. 
 A região de saúde não é apenas um conceito geográfico; é um mecanismo que requer uma articulação contínua entre os municípios. Além disso, a história revela que as capitais, anteriormente sobrecarregadas, podem ser aliviadas por meio da descentralização dos atendimentos.
A necessidade de um transporte compartilhado adequado é enfatizada, juntamente com a importância de manter similaridade social, econômica e cultural entre os municípios, evitando assim barreiras de acesso.
Em resumo, se agrupam municípios para que esse conjunto consiga oferecer serviços de saúde de qualidade, porque sozinho talvez eles não conseguiriam ofertar tão bem. Ou seja, busca uma abordagem integrada e descentralizada, destacando a importância da colaboração entre os municípios para garantir uma assistência abrangente e de qualidade a todos os cidadãos.
· Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP):
Cada região de saúde deve possuir um COAP. Ele é um acordo entre entes federativos para organizar e integrar ações e serviços de saúde.
O COAP substitui o antigo Termo de Contrato de Gestão, utilizado pelo Pacto pela Saúde, proporcionando maior eficácia na organização das ações de saúde.
Ele deve conter:
1- Responsabilidades: Define claramente as atribuições de cada ente federativo. 
2- Indicadores e Metas de Saúde: Define os indicadores a serem alcançados e metas de saúde a serem atingidas.
3- Critérios de Avaliação de Desempenho: Estabelece critérios objetivos para avaliar o desempenho na prestação de serviços de saúde.
4- Recursos Financeiros: Especifica os recursos financeiros que serão disponibilizados para a execução das ações acordadas.
5- Controle e Fiscalização: Detalha a forma como será realizado o controle e fiscalização da execução do contrato.
Exemplo Prático:
Por exemplo, quando o município A atende um paciente do município B, o município A receberá os recursos necessários para oferecer esse atendimento. Isso assegura uma distribuição equitativa de recursos e promove uma cooperação mais eficiente entre os entes federativos.
Implementação por Regiões de Saúde: Cada região de saúde possui seu próprio COAP. Se um estado possui 10 regiões de saúde, então existirão 10 contratos distintos. 
Portas de Entrada: A atenção primária é destacada como a porta de entrada preferencial por muitos anos. O decreto reconhece a importância dessa abordagem, considerando que a atenção primária está mais próxima da população, criando vínculos longitudinais e incentivando os usuários a procurarem primeiro esse nível de atendimento. 
Comissões Intergestores: Instâncias de pactuação consensual para gestão compartilhada do SUS entre os entes federativos para definição das regras da gestão compartilhada do SUS. Composta por gestores do SUS, ou seja, não é de controle social.
Atualmente, existem três comissões: CIR (Comissão Intergestores Regional), CIB (Comissão Intergestores Bipartite) e CIT (Comissão Intergestores Tripartite).
· CIR: Garante governança regional em decorrência da criação das regiões de saúde. Sua função é pactuar questões regionais, promovendo uma gestão alinhada às necessidades locais.
· CIB: Atua na pactuação estadual, discutindo e definindo as questões pertinentes ao âmbito estadual do SUS.
· CIT: Lida com situações de abrangência nacional, sendo responsável por pactuar aspectos nacionais do sistema de saúde.
As decisões dentro dessas comissões são alcançadas através de pactuação consensual, não envolvendo votações formais. Esse modelo busca garantir uma gestão eficiente e alinhada aos interesses dos diferentes entes federativos, promovendo uma abordagem colaborativa e transparente na definição das políticas de saúde.
Mapa da Saúde: Descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde, oferecidos tanto pelo SUS quanto pela iniciativa privada. 
Este mapa leva em consideração:
· A capacidade instalada existente 
· Os investimentos realizados 
· Desempenho avaliado a partir dos indicadores de saúde do sistema.
É crucial notar que o Mapa da Saúde não se limita a descrever apenas a capacidade instalada do SUS. Ele é um instrumento fundamental para o planejamento estratégico, levando em consideração tanto a rede pública quanto a iniciativa privada, que pode ser contratada de maneira complementar ou, em casos específicos, integrar o SUS para garantir a integralidade dos serviços.
O mapa de saúde é uma ferramenta fundamental para demonstrar a disponibilidade atual de recursos e identificar lacunas na cobertura. O foco do Mapa da Saúde é fornecer informações detalhadas para orientar o planejamento eficiente e a distribuição equitativa dos recursos de saúde.
Rede de Atenção à Saúde: É um conjunto organizado de ações e serviços de saúde articulados em diferentes níveis de complexidade, com o objetivo de assegurar a integralidade da assistência à saúde.
A integralidade não implica em classificar um ponto de atenção à saúde como melhor ou pior que outro, mas sim em reconhecer a existência de diversos níveis de complexidade. É um nível de complexidade crescente entre os níveis de atenção.
Exemplo: A complexidade pode estar relacionada à densidade tecnológica de cada nível, indicando o quantitativo de equipamentos de ponta disponíveis. A atenção primária é caracterizada por uma menor densidade tecnológica, focando em cuidados preventivos e na promoção da saúde. Já a atenção secundária representa um nível intermediário, enquanto a atenção terciária possui uma maior densidade tecnológica, envolvendo procedimentos mais complexos e avançados.
Importante ressaltar que não se deve considerar a complexidade como uma hierarquia de qualidade, onde hospitais terciários seriam superiores. Cada nível desempenha um papel crucial na oferta de cuidados, e todos são igualmente importantes. A diferenciação entre eles está na tecnologia utilizada para o processo de cuidado, sendo adaptada às necessidades específicas de cada paciente e situação de saúde.
Dessa forma, a Rede de Atenção à Saúde visa integrar esses diversos níveis de complexidade, promovendo uma abordagem abrangente e coordenada para garantir a assistência integral aos usuários do sistema de saúde.
VII – Serviços Especiais de Acesso Aberto: Consistem em serviços de saúde destinados a atender pessoas que, devido a algum agravo ou situação laboral, necessitam de atendimento especializado.
Esses serviços são desenhados para lidar com situações singulares que demandam abordagens específicas, proporcionando um atendimento personalizado e adequado às necessidades do paciente. Essa categoria visa assegurar que, em circunstâncias particulares, o usuário do sistema de saúde receba a assistência necessária para sua condição, garantindo um cuidado aberto e acessível.
VIII – Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica: Padronização para Eficiência no Tratamento
É um documento que estabelece critérios essenciais para o diagnóstico de uma doença ou agravo à saúde. Além disso, define o tratamento preconizado, incluindo medicamentos e outros produtos apropriados, quando necessário. O protocolo também especifica as posologias recomendadas, os mecanismos de controle clínico e os procedimentos para acompanhamento e verificação dos resultados terapêuticos.
Essa padronização contribui para a uniformidade nos cuidados de saúde, garantindo uma abordagem consistente e efetiva no tratamento de diversas condições, otimizando recursos e promovendo a qualidade na assistência oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 3º - Constituição do SUS
O SUS é formado pela integração de ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde.
Executado pelos entes federativos (União, Estados, Municípios) de forma direta ou indireta.
A participação complementar da iniciativa privada é admitida, não sendo obrigatória, mas visa a complementar a assistência.
Organização regionalizada e hierarquizada do sistema.
Art. 4º - Regiõesde Saúde:
As Regiões de Saúde são instituídas pelos Estados em conjunto com os Municípios e respeitam diretrizes gerais da Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
O diálogo e participação dos Municípios são fundamentais na definição das regiões.
Possibilidade de instituição de Regiões de Saúde interestaduais e observância das normas de relações internacionais em áreas de fronteira.
Art. 5º - Conteúdo mínimo da Região de Saúde:
Para ser instituída, uma Região de Saúde deve conter no mínimo:
I. Atenção primária;
II. Urgência e emergência;
III. Atenção psicossocial;
IV. Atenção ambulatorial especializada e hospitalar;
V. Vigilância em saúde.
A falta de qualquer um desses elementos impede a formação da região.
Art. 6º - Transferências de recursos:
As Regiões de Saúde são referência para as transferências de recursos entre os entes federativos.
Garantia de recursos para municípios que oferecem serviços especializados para usuários de outras regiões.
Art. 7º - Redes de Atenção à Saúde:
As Redes de Atenção à Saúde estão inseridas no âmbito de uma ou várias Regiões de Saúde.
Diretrizes para as Redes pactuadas na CIT.
Definição de limites geográficos, população usuária, ações e serviços ofertados, responsabilidades e critérios para a conformação dos serviços.
Essas disposições visam organizar o SUS de maneira eficiente, regionalizada e hierarquizada, garantindo a oferta de serviços de saúde de forma integrada e acessível a toda a população.
 
Artigo 8: Acesso Universal e Ordenado:
O acesso às ações e serviços de saúde inicia pelas portas de entrada do SUS.
Completa-se na rede regionalizada e hierarquizada conforme a complexidade do serviço. Objetivo é garantir integralidade da assistência.
Artigo 9: Portas de Entrada às Ações e Serviços de Saúde
São considerados serviços de portas de entrada: Atenção Primária, Urgência e Emergência, Atenção Psicossocial, e Serviços Especiais de Acesso Aberto.
Possibilidade de criação de novas Portas de Entrada, sujeitas a justificativa técnica e acordo nas Comissões Intergestores.
Artigo 10: Referenciação de Serviços de Maior Complexidade
Serviços hospitalares e ambulatoriais especializados, com maior complexidade tecnológica, são referenciados pelas portas de entrada. Todas as redes são de igualmente importante. 
Artigo 11: Ordenamento do Acesso Universal e Igualitário
Acesso ordenado e igualitário às ações e serviços de saúde é orientado pela Atenção Primária.
Fundamentado na avaliação da gravidade do risco individual e coletivo.
Filas não são pela ordem de chegada, mas pela necessidade, considerando risco e vulnerabilidade.
População indígena tem regramentos diferenciados.
Artigo 12: Continuidade do Cuidado em Saúde
Assegura a continuidade do cuidado em todas as modalidades nos serviços, hospitais e outras unidades integrantes da rede.
Comissões Intergestores pactuarão regras de continuidade do acesso.
Artigo 13: Atribuições dos Entes Federativos
Entes federativos devem garantir transparência, integralidade, equidade no acesso, orientar e ordenar fluxos, monitorar o acesso e ofertar regionalmente as ações e serviços de saúde.
Artigo 14: Regulamentação pelo Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, diretrizes, procedimentos e outras medidas para auxiliar os entes federativos no cumprimento das atribuições previstas no art. 13.
Artigo 15: Processo de Planejamento da Saúde
O planejamento da saúde é ascendente e integrado, do local até o federal.
Deve compatibilizar as necessidades das políticas de saúde com a disponibilidade de recursos financeiros.
Incorpora a característica ascendente da Lei n. 8.080, mas adiciona a integração para enfatizar a continuidade no PlanejaSUS.
Instrumentos de planejamento incluem Plano de Saúde, Programação Anual de Saúde (PAS), e Relatório Anual de Gestão (RAG).
Artigo 16: Consideração da Iniciativa Privada no Planejamento
O planejamento deve considerar serviços e ações da iniciativa privada, de forma complementar ou não ao SUS.
Tais elementos devem compor os mapas da saúde regional, estadual e nacional.
Artigo 17: Utilização do Mapa da Saúde
O Mapa da Saúde é utilizado para identificar as necessidades de saúde. Orienta o planejamento integrado dos entes federativos e contribui para o estabelecimento de metas de saúde.
Artigo 18: Planejamento Regionalizado em âmbito Estadual
O planejamento estadual deve ser regionalizado, considerando as necessidades dos municípios e estabelecendo metas de saúde.
Artigo 19: Competências da Comissão Intergestores Bipartite - CIB
A CIB deve pactuar as etapas e prazos do planejamento municipal em consonância com os planejamentos estadual e nacional.
Artigo 20: Integralidade da Assistência à Saúde
A integralidade da assistência à saúde inicia e completa na rede de atenção à saúde, com referenciamento do usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas comissões intergestores.
Artigo 21: Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES
A RENASES compreende todas as ações e serviços oferecidos pelo SUS ao usuário para atendimento da integralidade da assistência à saúde.
Diferencia-se do Mapa, que inclui a rede privada complementar.
Artigo 22: Atualização e Consolidação da RENASES
O Ministério da Saúde disporá sobre a atualização da RENASES, observando as diretrizes pactuadas pela CIT.
A cada dois anos, o Ministério consolidará e publicará as atualizações da RENASES.
Artigo 23: Pactuação de Responsabilidades
União, Estados, Distrito Federal e Municípios pactuarão responsabilidades em relação ao rol de ações e serviços da RENASES nas respectivas comissões intergestores.
Artigo 24: Relações Específicas e Complementares
Estados, Distrito Federal e Municípios podem adotar relações específicas e complementares de ações e serviços de saúde, respeitando as responsabilidades e financiamento acordados nas Comissões Intergestores.
Artigo 25: Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME
A RENAME compreende a seleção e padronização de medicamentos indicados para atendimento no âmbito do SUS.
Acompanhada do Formulário Terapêutico Nacional (FTN) que subsidiará a prescrição, dispensação e uso dos medicamentos.
A RENASES é a relação de todas as ações e serviços públicos que o SUS garante para a população, no âmbito do SUS, com a finalidade de atender a integralidade da assistência à saúde.
Além da RENASES, há a RENAME – Relação Nacional de Medicamentos. A RENAME deve disponibilizar os medicamentos necessários ao atendimento da população, de acordo com as prescrições realizadas no âmbito do SUS por um profissional integrante de seus quadros.
Artigo 26: Competência do Ministério da Saúde sobre RENAME e Protocolos Clínicos
O Ministério da Saúde é o órgão competente para regulamentar a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas em âmbito nacional. Ele é responsável por consolidar e publicar as atualizações periódicas desses documentos, considerando as diretrizes estabelecidas pela Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
Artigo 27: Relações Específicas de Medicamentos pelos Entes Federativos
Estados, Distrito Federal e Municípios têm a prerrogativa de adotar relações específicas e complementares de medicamentos, alinhadas à RENAME. Contudo, devem respeitar as responsabilidades financeiras de cada ente, conforme pactuado nas Comissões Intergestores.
Artigo 28: Princípios para Acesso Universal e Igualitário à Assistência Farmacêutica
O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica, conforme o artigo 28, requer alguns requisitos cumulativos, como o usuário ser assistido pelo SUS, a prescrição ser feita por profissional de saúde no exercício regular de suas funções no SUS, estar em conformidade com a RENAME ou relações específicas complementares, e a dispensação ocorrer em unidades indicadas pela direção do SUS.
Artigo 29: Registro na ANVISA como Pré-requisito
A RENAME e as relações específicas complementares de medicamentos só podem incluir produtos com registro na Agência Nacionalde Vigilância Sanitária (ANVISA), garantindo a segurança e qualidade dos medicamentos disponibilizados.
Artigo 30: Pactuação da Organização das Redes de Atenção à Saúde pelas Comissões Intergestores
As Comissões Intergestores, em diferentes âmbitos (CIT na União, CIB no Estado, CIR na Região), têm o papel de pactuar a organização e o funcionamento das ações e serviços de saúde integrados em redes de atenção à saúde. A CIR, embora não mencionada na Lei n. 8.080, foi posteriormente incluída para fortalecer o princípio da regionalização.
Artigo 31: Representação nas Comissões Intergestores
Gestores de saúde podem ser representados pelo CONASS, CONASEMS e COSEMS nas Comissões Intergestores.
Artigos 32 a 35: Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP)
COAP é um acordo de colaboração entre entes federativos para organizar a rede interfederativa de atenção à saúde.
Define responsabilidades, indicadores, metas, avaliação de desempenho, recursos financeiros, entre outros.
Ministério da Saúde define indicadores nacionais a partir das diretrizes do plano nacional de saúde.
COAP resulta da integração dos planos de saúde dos entes federativos.
Artigos 36 a 39: Conteúdo Essencial do COAP
Contém disposições sobre necessidades de saúde, oferta de ações, responsabilidades, indicadores, metas, estratégias, investimentos, recursos financeiros, entre outros.
Prioriza a humanização do atendimento.
Artigos 40 e 41: Controle e Avaliação do COAP
O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação (SNA) faz controle e fiscalização.
Partícipes monitoram e avaliam a execução, incluindo dados no sistema do Ministério da Saúde.
Artigos 42 a 44: Informação e Diretrizes Adicionais
Ministério da Saúde informa sobre descumprimentos e atos ilícitos.
A primeira RENASES é a soma de todas as ações e serviços de saúde do SUS.
Conselho Nacional de Saúde estabelecerá diretrizes em 180 dias após a publicação do Decreto.
Os PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS norteiam a ética do SUS, constam entre eles: Universalidade, Integralidade e Equidade;
Os PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS são responsáveis pelo norte do funcionamento do SUS, constam entre eles: Descentralização, Regionalização, Hierarquização Participação da Comunidade, Comando Único.
A regionalização constitui uma estratégia para corrigir as desigualdades no acesso e a fragmentação dos serviços de Saúde, por meio da organização funcional do SUS.
Descentralização é o processo de transferência de responsabilidades de gestão para os Municípios, Estados e União, cada esfera com suas responsabilidades e competências. E essa descentralização é direção única em cada esfera de governo.
Embora o SUS seja descentralizado, o que significa que as responsabilidades são compartilhadas entre os diferentes níveis de governo (federal, estadual e municipal), isso não implica em uma total autonomia de gestão em todos os aspectos. A direção única no SUS refere-se à coordenação e direção das políticas de saúde em nível nacional, enquanto a gestão descentralizada se refere à execução dessas políticas em níveis estaduais e municipais.
Política Nacional de Promoção de Saúde - Valores
Na Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), são implementadas ações Inter setoriais com o objetivo de promover a saúde e proteção específica, representando o primeiro nível de prevenção. 
Ela tem como base um conjunto de estratégias e formas de produzir saúde, no âmbito individual e coletivo, caracterizando pela Rede de Atenção à Saúde. Buscando articular suas ações com as demais redes de proteção social, com ampla participação e controle social.
A formação da rede busca articular suas ações com outras redes de proteção social, garantindo ampla participação e controle social. O controle social é um tema transversal em todas as ações do sistema de saúde, pois envolve a participação da sociedade na tomada de decisões e na fiscalização das políticas de saúde.
A PNPS adota um conceito ampliado de saúde, conforme estabelecido no artigo 3º da Lei n. 8080/90, onde os níveis de saúde refletem a organização social e econômica do país, considerando determinantes como alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, educação, atividade física, transporte, lazer e acesso aos bens e serviços essenciais. 
A saúde é compreendida não apenas como ausência de doença, mas como um conjunto de fatores que influenciam a probabilidade de desenvolvimento de doenças.
 A política de promoção da saúde está alinhada com o conceito ampliado de saúde, pois não se limita apenas às ações dos serviços de saúde, mas engloba todas as esferas da vida.
Política Nacional de Promoção da Saúde – PNPS – Valores Fundamentais
A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) é embasada em valores que orientam sua implementação e efetivação. Esses valores são:
I. Solidariedade: Refere-se à capacidade dos sujeitos e coletivos de nutrir solicitude para com o próximo, especialmente em momentos de divergências ou dificuldades.
Estimula a formação de redes e parcerias para alcançar objetivos comuns e resolver diferenças.
Exemplifica-se na mobilização global em resposta a grandes tragédias.
II. Felicidade: Considera a felicidade como uma auto percepção de satisfação construída nas relações entre sujeitos e coletivos.
Incentiva a capacidade de decidir como aproveitar a vida e participar na construção de projetos comuns para superar dificuldades individuais e coletivas.
III. Ética: Baseia-se em condutas, ações e intervenções sustentadas pela valorização e defesa da vida, buscando o bem comum, com dignidade e solidariedade.
Inclui princípios da bioética, como beneficência, não maleficência, autonomia, justiça e respeito pela vida humana.
IV. Respeito às Diversidades: Reconhece, respeita e valoriza as diferenças entre sujeitos e coletivos, abrangendo diversidades étnicas, etárias, de capacidade, de gênero, de orientação sexual, entre outras.
V. Humanização: Promove a evolução do ser humano por meio da interação com o outro e seu meio, valorizando e aprimorando habilidades que promovam condições mais humanas de cuidado e saúde.
VI. Corresponsabilidade: Envolve a partilha de responsabilidades entre pessoas ou coletivos, onde duas ou mais partes compartilham obrigações e compromissos.
VII. Justiça Social: Necessidade de alcançar uma distribuição equitativa dos bens sociais, respeitando os direitos humanos, para que as classes sociais mais desfavorecidas tenham oportunidades de desenvolvimento.
VIII. Inclusão Social: Garante o acesso equitativo e participativo aos benefícios da vida em sociedade para todas as pessoas, visando reduzir as desigualdades.
Política Nacional de Promoção da Saúde - PNPS - Princípios
A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) estabelece uma série de princípios fundamentais que orientam sua implementação e efetivação, conforme descrito no artigo 4º. Antes de abordar esses princípios, é relevante relembrar os valores fundantes que norteiam a política:
I. Equidade: Refere-se à capacidade de oferecer o que é necessário com base nas características individuais, garantindo mais para aqueles que têm maior necessidade. Este princípio busca assegurar uma distribuição justa e igualitária dos recursos e serviços de saúde.
II. Participação Social: Reconhece a importância da organização e participação da comunidade na gestão e no acompanhamento das políticas de saúde. A participação social ocorre tanto formalmente, por meio de conselhos e conferências, quanto de outras formas de mobilização comunitária.
III. Autonomia: Relaciona-se com os direitos e deveres do cidadão, enfatizando a capacidade de tomar decisões conscientes sobre sua vida e saúde, considerando suas potencialidades e escolhas individuais.
IV. Empoderamento: Diferencia-se da autonomia ao ser um processo estimulado que visa capacitar indivíduos e coletivos, permitindo que identifiquem suas potencialidades e se tornem mais autênticos.
V. Intersetorialidade: Envolve a colaboração entre diferentes setores e esferas de governo para abordar questões

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