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Racismo e Desigualdade Social

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Prévia do material em texto

Tópicos em Ciências 
Sociais: Questões 
Contemporâneas
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Natalia Mendonça Conti
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin 
Raça e Sociedade
• O que é Racismo? 
• Preconceito, Discriminação e Segregação são a Mesma Coisa? 
• As Teorias Raciais e Eugênicas;
• A Democracia Racial e seu Mito;
• Racismo e suas Marcas Atuais no Brasil;
• Resistência e Luta.
• Compreender os conceitos de raça e racismo;
• Discutir criticamente o racismo e sua estrutura na Sociedade;
• Identifi car as desigualdades decorrentes do racismo. 
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
 Raça e Sociedade
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Raça e Sociedade
Introdução
Abordaremos, a seguir, um dos temas mais importantes para compreender as 
desigualdades pertinentes em nossa Sociedade. 
Para isso, a partir dos debates históricos e sociológicos, iremos problematizar 
como o racismo se faz presente em todas as estruturas que fundamentam nossa 
Sociedade, seja ela política, econômica, cultural ou religiosa. 
O que é Racismo?
Em primeiro lugar, para iniciar o nosso debate, é necessário reconhecer que a 
nossa Sociedade está estruturalmente fundamentada na distinção dos seres huma-
nos e sua fragmentação. Os indivíduos estão separados pelas relações de poder e, 
nessa Sociedade, quem o detém subjuga quem não tem. 
Essa distinção vem imbuída de valores – o que é certo, o que é errado – quem têm seus 
direitos respeitados, quem não os têm – organizando, assim, socialmente, grupos que são 
segregados, discriminados e marginalizados, mantendo uma intensa desigualdade.
Segundo o filósofo e jurista Silvio de Almeida, em seu livro O que é racismo 
estrutural: “O racismo é sempre estrutural, ou seja, é um elemento que integra a 
organização econômica e política da sociedade” (ALMEIDA, 2008, p. 15). 
Preconceito, Discriminação e 
Segregação são a Mesma Coisa?
Preconceito racial, discriminação racial e segregação racial, muitas vezes podem 
ser confundidos como sinônimos, porém, seus conceitos são distintos. 
Estão relacionados a disputas de poder, econômica, cultural, geográfica, de acor-
do com determinado período histórico.
• Preconceito racial: baseado na construção e definição de conceitos estereoti-
pados, com base no julgamento prévio sobre determinada pessoa ou grupo, es-
tabelecida por fatores históricos e sociais construídos por grupos hegemônicos;
• Discriminação racial: negação de igualdade de tratamento que estabelece a 
distinção, exclusão e o isolamento de uma pessoa ou grupo ou racialmente 
identificado. Ela pode se dar de forma direta ou indireta; 
A direta é a rejeição evidente a grupos ou pessoas por motivo da sua raça 
ser ‘diferente’ do ‘referencial’, enquanto a discriminação indireta “é um 
processo em que a situação especifica de grupos minoritários é ignorada. 
(ALMEIDA, 2008, p.26)
8
9
• Segregação racial: está respaldada na estrutura racista do Estado, com im-
posições de leis estabelecidas por falsas ideias de superioridade étnica, criando 
uma fronteira social, política e econômica sobre os grupos discriminados. 
Ver também: regime de segregação racial Apartheid, na África do Sul.
As Teorias Raciais e Eugênicas
Com o advento das grandes navegações e a busca por novos territórios, a partir 
do século XV combinados aos interesses econômicos dos exploradores europeus, a 
Humanidade foi dividida a partir das características físicas dos povos, no intuito de 
explorar as terras conquistadas e os povos originários que as habitavam. 
Figura 1
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 2 
Fonte: Johann Moritz Rugendas, 1830
9
UNIDADE Raça e Sociedade
Apoiando-se em conceitos das Ciências da Natureza, formulados pelos próprios 
europeus, as Teorias Raciais e Eugênicas buscavam justificar a existência de povos 
superiores, de acordo com os atributos físicos, culturais e morais herdados biologi-
camente, para legitimar o controle social, a escravização humana e a expropriação 
dos recursos naturais das terras recém apropriadas. 
Tabela 1
Povos da Europa Povos da Ásia, África, Oceania e América
Colonizador Colonizado
Inteligente Sem conhecimento
Culto Sem cultura
Ser Humano Animais
Essas populações escravizadas apresentavam a tonalidade da pele distinta da 
população europeia, e esse foi um dos critérios fundamentais na identificação e na 
divisão entre a população branca “com humanidade” e as demais etnias denomi-
nadas “os animais”. 
Essas Teorias extrapolaram o período colonial, foram, ao longo dos séculos, 
sendo revisitadas, aprimoradas e ainda fazem parte da nossa Sociedade.
Entre os séculos XVII e XIX, o cientista norte-americano Samuel George Morton 
produziu um estudo acerca da hierarquização da raça, no qual, a partir da medição 
de crânios, era possível concluir o tamanho médio dos cérebros, levando a crer que 
os indivíduos com maiores cérebros eram os mais inteligentes, ocupando o topo 
da hierarquia social, enquanto os menores cérebros pertenciam aos inferiores, que 
ocupavam a base dessa estrutura.
A classificação, sem respaldo científico concreto, atribuiu os maiores cérebros 
aos indivíduos brancos europeus e seus descendentes diretos, sendo seguidos pelos 
asiáticos, os indígenas e, por fim, pelos negros.
O francês Arthur de Gobineau, no século XIX, tentou estabelecer uma relação 
entre biologia, aptidões intelectuais e raça, baseada em aspectos físicos, estéticos 
e intelectuais.
No topo dessa hierarquia estaria a raça branca, com virtudes necessárias ca-
pazes de construir o desenvolvimento de uma civilização. Gobineau sinalizava que 
a miscigenação entre as raças poderia levar à degeneração da população branca, 
porém, significaria o desenvolvimento das raças inferiores. 
Esses pensamentos do francês tiveram influência nos estudos brasileiros. O médico 
formado pela faculdade de medicina na Bahia, no século XIX, Nina Rodrigues, acre-
ditava que a população negra no Brasil era o motivo do atraso econômico e cultural.
A partir da teoria de Gobineau, viu a miscigenação como alternativa para o 
desenvolvimento do país, à luz das nações europeias. A partir de então, a ideia do 
“embranquecimento” toma conta do território brasileiro,um projeto que consistia 
no processo progressivo da miscigenação, na qual, a partir da terceira geração, a 
população apresentaria características brancas. 
10
11
A Democracia Racial e seu Mito
Durante a década de 1920, no Brasil, devido ao Movimento Modernista, houve 
mudança na percepção e na valorização cultural da Sociedade brasileira, elucidan-
do a fusão de elementos culturais diversos, originando, assim, uma cultura, que 
difere da europeia. 
No início da década de 1930, o sociólogo Gilberto Freyre, em uma de suas obras 
mais conhecidas – Casa Grande e Senzala – construiu uma visão da mestiçagem 
como componente fundamental da particularidade da cultura brasileira, e não mais 
como um problema. 
Tal análise foi fundamental para a composição de uma perspectiva positiva e do 
convívio harmonioso das três raças (os povos originários do território brasileiro, a 
população negra descendente do continente africano e os brancos descendentes 
do continente europeu) na formação da Sociedade brasileira.
Figura 3 – Quadro de Modesto Brocosy Gómez, intitulado “A Redenção de Cam”, 1895
Fonte: Wikimedia Commons
Alguns autores, como Abdias do Nascimento e Florestan Fernandes, contra-
põem-se ao pensamento de Freyre por meio do “mito da democracia racial”. 
Segundo Nascimento, a democracia racial é uma máscara para o racismo, exis-
tente na Sociedade brasileira. 
Ao adotar o termo “morenidade”, em seu livro, Freyre cunha eufemismos raciais, 
tendo em vista racionalizar as relações de raça no país, como exemplifica sua ênfa-
se e insistência no termo morenidade.
Não se trata de ingênuo jogo de palavras, mas sim, de proposta vazando uma 
extremamente perigosa mística racista, cujo objetivo é o desaparecimento inapelável 
11
UNIDADE Raça e Sociedade
do descendente africano, tanto fisicae quanto espiritualmente, por meio do malicioso 
processo de embranquecer a pele negra e a cultura do negro (NASCIMENTO, 1978).
Abdias do Nascimento, ativista negro pelos direitos civis e humanos das popula-
ções negras, dramaturgo e político, aponta o embranquecimento nesse processo, 
o que significaria colocar a raça branca como o ideal e universal, inferiorizando as 
raças negra e indígena, perpetuando a mesma relação de poder e subalternidade. 
Florestan Fernandes corrobora essa ideia ao debater que o dilema racial bra-
sileiro consiste na depreciação do negro, por sua situação social, e os obstáculos 
que influenciam na produção do ciclo da desigualdade racial, que é preservada e 
reforçada pela hegemonia branca nas relações sociais.
Segundo Fernandes, a democracia social pautada por Freire consistia na disposição 
da ascensão social do negro em se assemelhar e tornar o branco modelo de identidade. 
A ascensão possibilitaria distanciar-se da marginalização imposta, sendo possí-
vel tornar-se cidadão respeitável, a busca por sempre evidenciar os traços brancos, 
negando sua negritude. 
Racismo e suas Marcas Atuais no Brasil
A Sociedade brasileira tem seu passado colonial e escravista reverberando na 
atualidade. Uma colônia portuguesa, de exploração, que teve a apropriação do seu 
território dada à base do genocídio da população indígena e do sequestro da popu-
lação negra africana que foi escravizada e mantida em terras da América. 
Um dos últimos países a abolir o trabalho escravo negro tem imbricada em sua 
estrutura política, social, econômica e cultural a discriminação racial e o racismo. 
Após a assinatura da Lei Áurea, em 1888, os negros continuaram à margem da 
Sociedade e, assim, a estrutura capitalista os manteve até a contemporaneidade. 
Figura 4
Fonte: Getty Images
Atualmente, a população negra representa 53% da Sociedade brasileira, porém, 
esse número não é refletido no acesso a bens básicos de sobrevivência e dignidade. 
12
13
As pessoas negras, em nossa estrutura social, ainda estão alocadas nos pio-
res postos de trabalho, recebem os menores salários, têm seu acesso à educação 
precarizado e limitado, não ocupam posições de destaque dentro das instituições, 
residem em zonas periféricas, sofrem diversos tipos de violências em seus corpos, 
física e mentalmente (ALMEIDA, 2018, p. 142). 
As mulheres negras estão na base da estrutura por direitos em nossa Sociedade, 
recebendo menos da metade dos salários dos homens brancos.
 Razão de rendimentos das pessoas ocupadas (%), disponível em: http://bit.ly/2wlwYVE
Ex
pl
or
Os índices de violência também atuam de forma devastadora sob os corpos negros. 
O genocídio da população negra chega a números alarmantes na atualidade. Vi-
vendo em zonas periféricas, sob constante ameaça do aparato repressivo do Estado, 
sem condições dignas de habitação, saúde, gerando transtornos físicos e mentais. 
Perfil das maiores vítimas de homicídio no Brasil
Homem jovem, solteiro, negro, com até sete anos de estudo e que esteja na rua nos 
meses mais quentes do ano entre 18h e 22h. Este é o perfil dos indivíduos com mais 
probabilidade de morte violenta intencional no Brasil. Os homicídios respondem por 
59,1% dos óbitos de homens entre 15 a 19 anos no país.
Apenas em 2017, 35.783 jovens de 15 a 29 anos foram mortos, uma taxa de 69,9 ho-
micídios para cada 100 mil jovens, recorde nos últimos 10 anos. A juventude perdida 
é considerada um problema de primeira importância para o desenvolvimento social 
do país e vem aumentando numa velocidade maior nos estados do Norte. Os dados 
do Atlas da Violência também trazem evidências de outra tendência preocupante: o 
aumento, nos últimos anos, da violência letal contra públicos específicos, incluindo 
negros, população LGBTI+ e mulheres, nos casos de feminicídio.
De 2007 a 2017, a desigualdade de raça/cor nas mortes violentas acentuou-se no 
Brasil. A taxa de negros vítimas de homicídio cresceu 33,1%, enquanto a de não 
negros apresentou um aumento de 3,3%. Em 2017, 75,5% das vítimas de homicí-
dio eram pretas ou pardas. Mais uma vez, o Rio Grande do Norte está no topo do 
ranking, com 87 mortos a cada 100 mil habitantes negros, mais que o dobro da taxa 
nacional. Os cinco estados com maiores taxas de homicídios negros estão localizados 
na região Nordeste.
O ano de 2017 registrou, também, um crescimento dos homicídios femininos no 
Brasil, chegando a 13 por dia. Ao todo, 4.936 mulheres foram mortas, o maior nú-
mero registrado desde 2007 – 66% delas eram negras. Entre 2007 e 2017, houve 
um crescimento de 30,7% nos homicídios de mulheres no Brasil. A situação foi mais 
grave novamente no Rio Grande do Norte, que apresentou uma variação de 214,4% 
em 10 anos, seguido pelo Ceará (176,9%). As maiores reduções decenais ocorreram 
no Distrito Federal, no Espírito Santo e em São Paulo, entre 33,1% e 22,5%. Chama a 
atenção o caso do Espírito Santo, que era campeão da taxa de homicídios femininos 
no país em 2012. (Atlas da violência 2019).
13
UNIDADE Raça e Sociedade
A pobreza e a violência estão intencionalmente ligadas aos indivíduos racializa-
dos não brancos, o que só reforça o conceito debatido ao longo da unidade, que 
o racismo de forma estrutural é construído histórica e politicamente na Sociedade 
brasileira e também em todo o mundo. 
Resistência e Luta
O Racismo faz parte da manutenção da estrutura de poder em nossa Sociedade 
(não somente a brasileira), mas toda essa estrutura de poder não se mantém into-
cável, passiva e sem transformações. 
Ao longo dos anos, as populações negra e indígena resistem e lutam para sobreviver 
e transformar a Sociedade, das mais diversas formas, inclusive pela vias institucionais. 
Ainda durante o período da escravidão, os negros escravizados se organizaram 
de diversas formas na luta pela liberdade roubada. 
Uma das formas de resistência foram os Quilombos, grandes concentrações nas 
quais a população negra que conseguia fuguir dos escravocratas se isolava. 
Nos quilombos, eram reproduzidas as culturas oriundas do continente africano, 
o trabalho comunal garantia-lhes a sobrevivência e a organização para libertar os 
outros negros escravizados eraconstante. 
Um dos quilombos mais conhecidos foi o Quilombo dos Palmares, localizado 
onde atualmente se identifica o território do estado de Alagoas. 
Palmares resistiu por mais de um século, e o seu mito transformou-se em moder-
no símbolo brasileiro da resistência do africano à escravatura. Hoje em dia, ainda 
existem comunidades quilombolas que lutam pela resistência da cultura do povo 
negro e por direitos. 
O movimento abolicionista configura-se, também, como uma das primeiras for-
mas de organização de luta política em favor da população negra no Brasil, exigin-
do o fim da escravidão. 
Após o fim da escravidão, a luta por reconhecimento do negro como indivíduo 
não parou. 
O movimento negro passou a se estruturar e reivindicar direitos humanos, sua 
identidade, fortalecimento e sobrevivência. 
Alguns marcos são fundamentais nesse processo, como a Declaração Universal 
dos Direitos Humanos, de 1948, que aborda diversas medidas e resoluções sobre 
a questão racial. 
Em 1951, a Lei Afonso Arinos, no Brasil, torna a prática de discriminação racial 
uma contravenção. 
Na Constituição de 1988, o racismo torna-se crime inafiançável e imprescritível. 
Dentre outros marcos legais, um que cabe ressaltar nesse momento é a Lei 
10.629/2003, que torna obrigatório o ensino de história da África e da cultura afro-
-brasileira nas Escolas (MARTINS, 2019).
Segue firme a busca por uma Sociedade antirracista. 
14
15
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Filmes
 Mandela: Longo caminho para a liberdade, de Justin Chadwick 
 Inspirado na autobiografia de Nelson Mandela, lançada em 1994, o filme retrata todo 
o percurso traçado pelo líder sul-africano a partir de seu próprio ponto de vista, desde 
a sua infância, vivendo em uma pequena aldeia rural, até a eleição democrática ao 
cargo de Presidente da República da África do Sul. Em uma luta constante pelo fim 
do apartheid no país, Mandela (Idris Elba) chegou a passar 27 anos em cárcere pelo 
que acreditava. 
 Menino 23: Infâncias perdidas no Brasil, de Belisaro Franca 
 O professor de História Sidney Aguilar descobre durante uma aula, por intermédio de 
uma aluna, algo assustador: tijolos marcados com a suástica, o símbolo nazista, em 
uma fazenda da região. Determinado a descobrir a verdade por trás das peças, Sidney 
investiga e busca pistas para entender a fundo o que aconteceu naquele lugar.
 Profissão MC, de Alessandro Buzo e Toni Nogueira
Profissão MC traz a história de um rapper na periferia que num momento delicado de 
sua vida, desempregado e com a namorada grávida, recebe duas propostas: uma para 
entrar no tráfico de drogas e outra para seguir apostando no rap. É um filme sobre 
oportunidades, ou falta delas. Este filme não captou um único real para ser produzido 
e pretende ser exibido em várias comunidades pelo Brasil.
 Leitura
Atlas da Violência 2019
http://bit.ly/2WnFAWw
15
UNIDADE Raça e Sociedade
Referências
ALMEIDA, S. de. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Letramento, 2018.
COLETIVO DE AUTORES. Sociologia em movimento. 2.ed. São Paulo: Moderna, 2016.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Fórum Brasileiro de Se-
gurança Pública. Atlas da violência 2019. Brasília: Rio de Janeiro/São Paulo: 
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada/Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 
MARTINS, F. N. As linguagens da arte no processo formativo dos agentes 
comunitários em saúde do Sistema Único de Saúde. Dissertação de Mestrado 
em Educação Profissional em Saúde. 98f. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz. 
Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, 2019.
NASCIMENTO, A. do. O Genocídio do Negro Brasileiro: processo de um racis-
mo mascarado. 2.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
16

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