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Astronomia_Uma_proposta_de_ensino_aprend

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Astronomia: Uma proposta de ensino-aprendizagem 
alternativa para o ensino médio 
 
Bianca Gellacic (Estudante de Licenciatura em Física, UNESP/Bauru) 
e-mail: biancagellacic@gmail.com 
Carla Cristina dos Santos (Estudante de Licenciatura em Física, UNESP/Bauru) 
e-mail: ccsantos@hotmail.com.br 
 
RESUMO 
 
Dos equipamentos mais sofisticado, como grandes telescópios, temos acesso tanto ao 
mundo do muito pequeno, dos microrganismos e das células, como ao mundo do muito 
distante, das estrelas e galáxias. Para o entendimento de inúmeros fenômenos naturais e 
dos princípios de funcionamento de equipamentos de alta tecnologia, é preciso 
compreender como a radiação do corpo negro interage com a matéria. Distinguir as 
cores das estrelas é saber interpretar sua vida e seus elementos químicos. Mas isso levou 
a questionar outros problemas: como foram gerados os elementos químicos que são 
necessários para a constituição dos nossos corpos? A evolução das estrelas é 
fundamental para nossa existência e evolução, a qual permite entender todos esses 
processos. 
 
Palavras-chaves: ​Radiação, Corpo Negro, Ensino de Astrofísica, Espectroscopia. 
 
1. Introdução 
 
Tem-se que a Astronomia vem ganhando espaço nos currículos de física do 
ensino médio desde a década de 70, ​Caniato (1973) e apesar dos estudos para inclusão 
do ensino de astronomia no ensino médio estar sendo realizado a mais de 4 décadas, 
ainda é escasso os trabalhos voltados a esse tema, e mais insuficiente ainda são os 
materiais voltados para o ensino de astronomia em sala de aula, e quando existentes, 
alguns materiais apresentam erros conceituais, Langhi (2004) e Camino (1995). 
A astronomia, sempre despertou interesse por parte da população, Costa Junior 
et.al. (2018), seja pela simples observação do céu, ou seja para aspectos mais 
específicos de entendimentos cósmico, esses assuntos são de interesse público, pois 
despertam o imaginário do participante. 
Há controvérsias sobre a melhor maneira de se ensinar astronomia, um dos 
problemas frequentemente encontrado, é a comparação equivocada que a população faz 
entre astronomia e astrologia, Gonçalves (2018), por esse motivo, na utilização de 
metodologias informais de ensino é necessário ter os objetivos bem definidos, para que 
seja esclarecidas dúvidas, e não se confundam o imaginários dos futuros conhecedores 
de astronomia. 
A astronomia, é um dos assuntos que aguça a curiosidade dos indivíduos, que 
não só querem conhecer mais sobre o tema, mas também, muitas vezes, possuem 
opiniões formadas e utilizam de explicações próprias para os fenômenos, onde 
normalmente, suas convicções estão erradas, ou incompletas, sendo importante, serem 
construídas e modificadas ao longo do ensino-aprendizagem, Scarinci e Pacca (2006). 
 
 
A escolha do estudo da Astronomia como tema para o curso surgiu da 
importância de mudanças e da significativa reformulação curricular para o 
ensino médio [...] evidenciando dois aspectos do ensino de Física na escola: a 
física como cultura e como possibilidade de compreensão do mundo através da 
interdisciplinaridade para a organização do conhecimento. (​VASCONCELOS; 
SARAIVA, 2012,​ p.483). 
 
 
Dessa maneira, a utilização de educação informal para o ensino, possui presença 
cada vez mais forte, principalmente com utilização de ferramentas didáticas e 
metodologias mais atrativas de ensino, como instrumentação, metodologias 
participativas, estratégias e abordagens didáticas variadas, fugindo da tradicional aula 
expositiva dialogada, e necessitando mais da presença do aluno com agente 
transformador, ​Jacobucci (2008). 
No PCN do ano de 1997, a astronomia é colocada como tema interdisciplinar e 
que deveria ser trabalhado como tema transversal às disciplinas de ciências. Assuntos 
relacionados a outras Ciências, como Geologia e Astronomia, serão tratados em 
Biologia, Física e Química, no contexto interdisciplinar que preside o ensino de cada 
disciplina e o do seu conjunto. (BRASIL, 1997). 
A sugestão de inserção que ele deve ter nas disciplinas são: 
 
As considerações acima sugerem uma articulação de conteúdos no eixo 
Ecologia-Evolução que deve ser tratado historicamente, mostrando que 
distintos períodos e escolas de pensamento abrigam diferentes idéias sobre o 
surgimento da vida na Terra. Importa relacioná-las ao momento histórico em 
que foram elaboradas, reconhecendo os limites de cada uma delas na 
explicação do fenômeno. Para o estabelecimento da hipótese hoje 
hegemônica, concorreram diferentes campos do conhecimento como a 
Geologia, a Física e a Astronomia. (BRASIL, 1997, p 16). 
 
 
Na reelaboração do PCN, chamado de PCN+, as normas para a implementação 
de astronomia mudaram: Na elaboração do programa de ensino de cada uma das quatro 
disciplinas, está se levando em conta o fato de que elas incorporam e compartilham, de 
forma explícita e integrada, conteúdos de disciplinas afins, como Astronomia e 
Geologia. (BRASIL 2002, p.24). Também na reelaboração do PCN, foi inserido 
aspectos de Física moderna no ensino de física, como podemos constatar em: 
 
Alguns aspectos da chamada Física Moderna serão indispensáveis para 
permitir aos jovens adquirir uma compreensão mais abrangente sobre como 
se constitui a matéria, de forma que tenham contato com diferentes e novos 
materiais, cristais líquidos e lasers presentes nos utensílios tecnológicos, ou 
com o desenvolvimento da eletrônica, dos circuitos integrados e dos 
microprocessadores.(BRASIL, 2002, p.70) 
 
Novas possibilidades para o ensino e diferentes conteúdos que não eram dados 
muita atenção foram inseridos pontualmente na reelaboração da Matriz Curricular, 
trazendo sugestões de como trabalhá-las em sala de aula. 
A Astronomia, de modo geral, possui elevado caráter interdisciplinar possuindo 
diversas interfaces com outras disciplinas (Física, Química, Biologia, História, 
Geografia, Educação Artística,...) (DIAS; RITA, 2008). 
A utilização de acontecimentos históricos (HFC e CTSA) priorizando a 
compreensão da natureza como um processo dinâmico em relação à sociedade e atuando 
como agente transformador, será relevante para a compreensão do que a Astronomia 
nos proporciona hoje e tem relação interdisciplinar com Biologia e História diretamente, 
utilizando de interdisciplinaridade intrínseco no próprio conteúdo, para estudar estrelas 
e sendo necessário considerá-la um corpo negro, conteúdo paralelo entre física e 
astronomia. 
DIAS e RITA (2008) citam ainda algumas outras possíveis interdisciplinaridade 
dentro da própria Astronomia: “Astrofísica: Processo de evolução estelar, formação do 
sistema solar; e Cosmologia: Origem e expansão e apresentação de teorias sobre o final 
do universo, formação de galáxias...”. 
2. Desenvolvimento 
 
A estruturação de uma sequência didática deve levar em conta o contexto em 
que será inserido, está aula foi planejada e ministrada para alunos do ensino médio que 
estão matriculados na rede estadual de ensino técnico. Portanto, foi realizada a análise 
do material utilizado pelos alunos em sua respectiva escola, o PCN e o Caderno do 
Aluno. O PCN prevê o ensino de astronomiaem sua base e também orienta a 
importância de complementar alguns outros subtópico de maneira transversal. O 
Caderno do Aluno insere o ensino de Física moderna no 3º bimestre do 3º ano do ensino 
médio, e astronomia no 3º bimestre do 1º ano do ensino médio. 
A importância de se trabalhar com a experimentação no ensino é trazer à sala 
de aula diferentes abordagens do conteúdo tendo uma pluralidade metodológica que 
abrange dos diferentes processos de aprendizagem dos alunos presentes, com isso 
também se desenvolve e trabalha outras habilidades dos alunos que não são 
contempladas em aulas tradicionais. 
O estudo das ciências no ensino regular fundamental e médio, traz consigo a 
oportunidade da utilização de diferentes metodologias de ensino para a sala de aula, 
porém a pouca estrutura oferecida pelas escolas estaduais e os poucos materiais 
adaptados encontrados para utilização em sala de aula, faz com que os professores 
busquem alternativas para que mesmo com dificuldade estruturais, utilizem de 
experimentação no ensino, Pena (2009). Uma delas são os experimentos de baixo custo 
que são feitos com materiais do cotidiano sem a necessidade de materiais laboratoriais 
mas que mesmo assim trazem o aluno a oportunidade a experimentação, Axt (1991). 
Pensando nisso, esse planejamento de aula foi desenvolvida com o intuito de 
melhorar a compreensão do aluno acerca do processo de formação das estrelas e os tipos 
de estrelas, utilizando de metodologias e recursos que reforcem o como estudos foram 
realizados e desenvolvidos pelos cientistas e como complementos, ​utilizou-se de 
instrumentação para melhorar o ensino aprendizagem, e com base neles, passar 
informações teóricas científicas. 
 
a) Experimento Latinha ao Sol 
Habilidades e Competências desenvolvidas: ​Ler e executar procedimentos 
experimentais, reconhecer e argumentar sobre corpo negro, conceitos 
teórico-científicos, reconhecer o atual modelo científico utilizado para explicar corpo 
negro, analisar e elaborar hipóteses sobre resultados dos experimentos e saber utilizar 
instrumentos de medidas. 
Descrição do Experimento: São necessários duas latinhas do tipo refrigerante, 
uma mantendo sua características original em alumínio e a outra deve ser pintada na cor 
preta. Nas duas latas são inseridos saquinhos de plástico, para geladinho, no interior é 
colocado um pouco de água e um termômetro. Deve-se medir a temperatura inicial, 
colocar as latinhas ao sol e depois de 2 a 5 minutos medir a temperatura final. 
Objetivo: ​Comparar resultados de acordo com as informações obtidas, ajudar no 
levantamento de questionamentos: Porque a diferença de temperatura entre as latinhas? 
O que é radiação? O que é radiação térmica? O que é um corpo ideal? Um corpo negro? 
O que é a radiação do corpo negro? 
Material teórica abordado: Introdução Histórica: espectro eletromagnético, 
comprimentos de onda, estudos prévios, definição para Radicação do Corpo Negro 
 
● Latinhas de alumínio 
● Tinta Preta 
● Saquinhos de gelinho 
● Termômetro 
● Água 
● Papel Sulfite 
● Papel milimetrado 
● Cronômetro 
 
b) Experimento Espectrômetro 
Habilidades e Competências desenvolvidas: Ler e executar procedimentos 
experimentais e reconhecer o papel da luz visível, suas propriedades e fenômenos. 
Descrição do Experimento: ​Criação de um espectrômetro com materiais de 
baixo custo, utilizando uma caixa de pasta de dente, em uma extremidade deve-se 
colocar um pedaço do CD/DVD e na outra vedar deixando apenas uma fresta para 
passagem de luz. 
Objetivo: ​Análise das cores visíveis e invisíveis, conhecer novos instrumentos, 
saber sobre comprimento de ondas, etc. 
Material teórico abordado: ​Como a Astronomia e a Física descreve uma 
Estrela: decomposição da luz, lei de Stefan- Boltzmann, lei do deslocamento de Wien, 
catástrofe do ultravioleta, lei de Planck, medindo a propriedade da luz : fotometria. 
 
● Tubo de Papelão ou Caixa 
estilo pasta de dente 
● CD/DCD 
● Fita Adesiva Preta 
 
 
c) Experimento Enxergando o Sol com filtro solar ocular 
Habilidades e Competências desenvolvidas: Ler e executar procedimentos 
experimentais e relacionar resultados no âmbito universal, o que temos na Terra, temos 
no universo. 
Descrição do Experimento: Com filtro ocular, observar o sol, ou elementos que 
emitem luz (no caso se for dia nublado). 
Objetivo: ​Realizar um comparativo do que realmente enxergamos, qual a relação 
com o calor, entender e compreender comprimento de onda, etc. 
Material teórico abordado: linhas de emissão e absorção de elementos, como 
novos elementos químicos são descobertos, relações com as estrelas, sol em diferentes 
comprimentos de onda, classificação espectral, tecnologias que beneficiam a 
humanidade. 
 
 
● EVA Preto 
● Filtro de Luz de máscara de 
solda 
 
3. Resultados e Discussões 
 
Para a aula desenvolvida para os alunos da ETEC de Barra Bonita, os moldes da 
experimentação seguiu um roteiro diferente, o primeiro experimento, latinhas ao sol, foi 
retirado e adaptado de Rodrigues e Gomes (2007), houve orientações iniciais para que 
os alunos não se perdessem durante o experimento, como quais dados anotar, mas toda 
a compilação, análise e discussões partiram dos próprios alunos, sem um roteiro pré 
definido. Esse método fez com que os alunos compararem os dados entre os grupos, 
alguns chegaram a fazer análise gráfica, outros preencheram os dados através de tabelas, 
o objetivo final, de modo geral, foi atingido, a compreensão por parte dos alunos do 
porquê matéria escura absorve calor. 
O segundo trabalho, espectrômetro, foi adaptado de uns dos trabalhos do 
Professor Langhi que ministrou a disciplina de Astronomia: Terra e Universo em 2016. 
O material do experimentos foi entregue pronto, e os alunos seguiram o roteiro da 
experimentação, deixando um espaço livre para para buscarem outros objetos que 
emitem luz, uma experimentação mais aberta para que induzisse os alunos a procura, o 
que de fato ocorreu. 
O terceiro experimento, enxergando o sol com filtro solar, foi realizado 
totalmente sem um roteiro pré-definido, apenas orientamos os alunos o porque usar 
filtros para observação solar, garantindo a segurança do experimento. Os alunos 
utilizaram filtros de máscara de solda, filtro 10 e 12, além de óculos especiais aprovado 
pela American Astronomical Society​. Os alunos conseguiram observar o sol nas cores, 
esverdeada e alaranjada. 
Importante ressaltar que todos os experimentos possuem material teórico de 
apoio, para que se embasasse os experimentos e que ao introduzir o assunto, despertasse 
o interesse dos alunos para perguntas e discussões. 
Ao final da aula, utilizou-se de questionário para tentar entender e absorver os 
dados que não foram trabalhados ou compreendidos em sua maioria pelos alunos. A 
avaliação foi respondida por 22 alunos, a mesma constava com 6 questões, e cada 
questão possuía 5 alternativas. A avaliação englobava os assuntos apresentados em sala 
de aula. 
A análise foi baseada nos acertos da resposta correta em contrapartida com a 
resposta errada mais vezes selecionada. 
Dos dados coletados, podemos analisarque: 
 
Assunto Questão Resposta 
Correta 
Resposta 
Errada 
Parecer 
 
 
 
 
 
 
 
Radiação do 
Corpo Negro 
 
 
 
 
 
O conceito de 
corpo negro é 
muito utilizado 
quando se trabalha 
com radiação. 
Sobre radiação de 
corpo negro, 
responda: 
 
 
 
 
 
é considerado 
um perfeito 
absorvedor 
de calor e 
também um 
perfeito 
emissor de 
calor. 
 
 
 
 
 
é considerado 
um perfeito 
absorvedor de 
calor, mas não 
é um perfeito 
emissor de 
calor. 
1. 12 (55%) alunos responderam a resposta correta 
em contrapartida de 10 (41%) alunos escolham a 
resposta errada. 
 
2. Dos 10 alunos, 9 selecionaram a resposta errada 
em destaque. 
 
3. Observa-se a perfeita compreensão de que o 
buraco negro é uma perfeito absorvedor de calor, 
mas há confusão no entendimento de perfeito 
emissor de calor. 
 
4. Incluir assuntos sobre corpo ideal, reforçando 
que corpo ideal é um excelente emissor e 
absorvedor de calor, incluindo e diferenciando 
outros materiais que absorvem e emitem calor , 
como material de apoio teórico e/ou experimental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espectro 
Eletromagnético 
Nossa pele possui 
células que reagem 
à incidência de luz 
ultravioleta e 
produzem uma 
substância chamada 
melanina, 
responsável pela 
pigmentação da 
pele. Pensando em 
se bronzear, uma 
garota vestiu um 
biquíni, acendeu a 
luz de seu quarto e 
deitou-se 
exatamente abaixo 
da lâmpada 
incandescente. 
Após várias horas 
ela percebeu que 
não conseguiu 
resultado algum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
baixa 
frequência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
baixa 
intensidade 
1. Apenas 4 (19%) dos alunos responderam a 
resposta correta em contrapartida, 18 (81%) alunos 
escolheram a resposta errada. 
 
2. Dos 18 alunos, 13 (59%) escolheram a 
alternativa incorreta em destaque. 
 
3. Os alunos utilizaram de pré-concepção para 
responder essa pergunta, analisando que a garota 
não se queimou devido a baixa intensidade da 
lâmpada e esquecendo-se da frequência emitida. 
 
4. Trabalhar de forma mais específica a frequência 
de luz incluindo, informações sobre o espectro de 
luz visível, e o que cada frequência pode provocar 
no corpo humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espectro 
Eletromagnético 
Às ondas 
eletromagnéticas, 
como a luz visível e 
as ondas de rádio, 
viajam em linha 
reta em um meio 
homogêneo. Então, 
as ondas de rádio 
emitidas na região 
litorânea do Brasil 
não alcançariam a 
região amazônica 
do Brasil por causa 
da curvatura da 
Terra. Entretanto 
sabemos que é 
possível transmitir 
ondas de rádio 
entre essas 
localidades devido 
à ionosfera.Com a 
ajuda da ionosfera, 
a transmissão de 
ondas planas entre 
o litoral do Brasil e 
a região amazônica 
é possível por meio 
da: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
reflexão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
refração/polar
ização 
1. 7 (37%) alunos responderam a resposta correta, 
enquanto 15 (63%) dos alunos escolheram entre as 
respostas erradas. 
 
2. Dos 15 alunos, 12 (52%)alunos escolheram as 
respostas erradas em destaque, e 3 (14%) 
escolheram as demais. 
 
3. Os alunos já possuíam pré-concepções 
estabelecidas de outras matérias, e também não 
possuíam certeza de definição dos termos 
utilizados. 
 
4. Como melhoria de aprendizado, pode-se incluir 
as definições dos termos com exemplos do dia a 
dia. Ex: Polarização - Processo de filtrar ondas, ex. 
posição das antenas de TV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Absorção e 
emissão de calor 
Um objeto é branco 
porque reflete toda 
a 
 luz que o atinge. 
O preto, em 
contraste, absorve 
tudo e não emite 
nada. No 
 meio dessas cores, 
há toda uma gama 
de outras cores. A 
taxa de variação da 
 temperatura da 
garrafa preta, em 
comparação à da 
branca, durante 
todo 
 experimento. 
Pensando nisso, 
qual melhor cor de 
camiseta usar, em 
um dia quente de 
 verão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Branca 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Preta 
1. 19 (86%) dos alunos responderam a resposta 
correta, enquanto 3 (14%) responderam a 
alternativa incorreta. 
 
2. Os alunos compreenderam a relação das cores 
com elementos que absorvem e emitem calor, mas 
confundiram ao comparar o calor com a sensação e 
não somente temperatura. É comum que algumas 
pessoas selecionem a alternativa da cor preta 
devido a transpiração que diminui a sensação de 
calor. 
 
3. Outro ponto, é utilizarem a convecção de calor 
para justificar a seleção da alternativa errada, o que 
não está errada já que se utilizamos uma roupa 
preta e nesse dia esteja ventando, a mesma leva o 
calor por convecção. Porém a questão, não abre 
margem para suposições. 
 
4. Nesse caso, a melhor opção, é utilizar 
experimentos para que os alunos sintam na pele a 
sensação térmica e diferença em utilizar uma roupa 
escura e uma roupa branca em um dia de calor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Linhas de 
emissão e 
absorção de 
elementos 
Observe a imagem 
a seguir. Sabe-se 
que 
 cada estrela emite 
uma coloração e 
essa coloração está 
relacionada com o 
seu 
 comprimento de 
onda e sua 
temperatura 
superficial, sabendo 
disso, você 
 diria que o Sol “a 
olho nu” é uma 
estrela com qual 
coloração de pico? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esfera 
Laranja 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- 
1. Todos os 22 (100%) alunos selecionaram a 
alternativa correta. 
 
2. A análise gráfica das emissões de elementos, 
auxiliou os alunos a responder a correta. 
 
3. Os alunos também relacionaram a pergunta com 
a observação do sol a olho nu. 
 
4. Para melhorar a aprendizagem é interessante 
apresentar outras estrelas que não seja o sol, e suas 
linhas de emissão para que os alunos não fiquem 
presos a ideia de que toda estrela emite a mesma 
coloração, e que não são os filtros que fazem a 
diferença na cor, e sim os elementos que a 
compõem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Radiação do 
Corpo Negro 
Em um 
experimento, foram 
utilizadas duas 
 garrafas PET, uma 
pintada de branco e 
a outra de preto, 
acopladas cada uma 
a 
 um termômetro. 
No ponto médio da 
distância entre as 
garrafas, foi 
mantida 
 acesa, durante 
alguns minutos, 
uma lâmpada 
incandescente. Em 
seguida, a 
 lâmpada foi 
desligada. Durante 
o experimento, 
foram monitoradas 
as 
 temperaturas das 
garrafas: a) 
enquanto a lâmpada 
permaneceu acesa e 
b) após a 
 lâmpada ser 
desligada e 
atingirem equilíbrio 
térmico com o 
ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
maior no 
aquecimento e 
maior no 
 resfriamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
maior no 
aquecimento e 
menor no 
 resfriamento. 
1. Apenas 5 (23%) alunos selecionaram a resposta 
correta, enquanto 17 (67%) selecionaram a 
resposta errada. 
 
2. Dos 17 alunos 13 (59%) selecionaram a resposta 
errada em destaque. 
 
3. Os alunos não conseguiram relacionar a questão 
com o experimento, analisaram somente a absorção 
de calor e não a emissão. 
 
4. Para completar a compreensão do problemas, é 
necessário trabalhar o mesmo experimento mais 
afundo, fazendo a observação e coleta de dados da 
absorção de calor e da emissão de calor. 
 
 
4. Considerações Finais 
 
A inserção de atividades experimentais no ensino de física trás aos professores 
novas metodologias de experimentação, principalmente as que ​empregam grau de 
direcionamento das atividades, uso de novas tecnologias e a relação com o cotidiano. 
Essa necessidade de realizar atividades experimentais vem das aulas tradicionais, que 
quando possuem experimentos utilizam equipamentos obsoletos, velhos e muitas vezes 
fora do alcance do aluno, isso, quando há laboratório nas escolas. Utilizar de novas 
metodologias de experimentação é trazer a realidade do aluno para a sala de aula, e 
envolve questões como acesso a determinados materiais, preferencialmente de baixo 
custo, fácil acesso e manuseio. Isso faz com que os alunos compreendam situações 
problemas e controvérsias a respeito da ciência, além de pôr em prática e a prova as 
teorias.Inserir experimentos em sala de aula, em sua maior parte é complicado, mas 
pensando em algumas premissas, o experimento deve ser levado para sala de aula como 
forma de desenvolver conceitos que não foram totalmente absorvidos na teoria, ou 
quando, a teoria apresenta situações muito abstratas, incapazes de serem imaginadas 
pelos alunos. Outra forma de levar a experimentação para sala de aula, é quando o 
professor quer complementar os conceitos desenvolvidos em sala, e apresentar a 
experimentação como parceira da teoria, mostrando aos alunos que é possível realizar 
experimentos para aprender. 
Durante a formação do professor dificilmente ele tem aulas prática de como 
montar um experimento para a aula de física, e muitas vezes esses experimentos 
também não existem no meio acadêmico. Para o professor ter que adaptar material, ou 
montar um experimento, é necessário um tempo de planejamento maior que as suas 
aulas e por esse motivo muitos professores preferem não realizar experimentos em sala. 
As orientações ainda na universidade, são de maneira geral, teóricas, através de 
conversas entre alunos, discussões sobre artigos de instrumentação, orientações do 
professor universitário sobre a aula, mas como disse não passam muitas vezes de 
embasamento teórico, o que ajuda a ter noção de onde e como procurar um 
experimento, mas que não nos dá base para a realização de um experimento mais 
acessível, e por isto em prática é um grande quebra-cabeça. 
Apesar, de todos esses problemas levantados é necessário levar diferentes 
metodologias de ensino para a sala de aula, incluindo experimentos, que normalmente 
se encontram disponíveis nos livros didáticos ou cadernos do aluno. 
Este trabalho, mostrou como construir experimentos, partindo de vários pontos a 
serem abordados para um melhor desenvolvimento do ensino aprendizagem. Como por 
exemplo, como montar ou não roteiros de experimentação e como isso influencia a 
experiência em sala. Então, a experimentação em sala é essencial, mas deve ser usada 
com cautela, desenvolvida com maestria e pensada sempre no desenvolvimento do 
aluno, e não somente como um experimento que está no livro e deve ser complementar 
a aula. 
A integração com os alunos em sala, possuem seus lados negativos e positivos; 
com a utilização de instrumentação em sala, consegue-se trocar ideias, discutir bem os 
assuntos abordados em sala, mas em alguns momentos os próprios alunos atrapalham a 
aula, com brincadeiras desnecessárias e com conversas paralelas, sendo algumas 
adversidades pelo qual os professores passam em sala. 
Trabalhar com esse tipo de atividade, buscando novas fontes, aumentou a 
expectativa de como trabalhar em sala, apesar das dificuldade de encontrar materiais ou 
falta de experimentos no assunto abordado. Apesar de toda adversidade apresentada, 
conseguiu-se atingir o objetivo de uma aula experimental que atingisse se não todos as 
metas propostos nas aulas de instrumentação, pelo menos a maioria, ou seja, 
trabalhou-se de forma satisfatória. 
Os alunos de modo geral, conseguiram durante a aula chegar a algumas 
conclusões, porém no final da aula fizemos um questionário para verificar o 
entendimento do conteúdo ministrado, e o resultado não foi satisfatório. Mas abordando 
o tema em grupo, percebeu-se que ao discutirem as questões entre eles, as respostas 
chegavam muito próximas da realidade. 
 
Referências 
 
CANIATO, Rodolfo. ​UM PROJETO BRASILEIRO PARA O ENSINO DE 
FÍSICA. ​1973. 576 f. Tese (Doutorado) - Curso de Ciência, Faculdade de Filosofia e 
Letras, Universidade de Campinas, Rio Claro, 1973. 
 
R. Langhi, Um Estudo Exploratório Para a Inserção da Astronomia na Formação de 
Professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Dissertação de Mestrado. 
UNESP, Bauru (2004). 
 
Camino, N. (1995) Ideas previas y cambio conceptual en Astronomía. Un estudio con 
maestros de primaria sobre el día y la noche, las estaciones y las fases de la luna. 
Enseñanza de las Ciencias, v.13, n.1, p.81-96. 
 
COSTA JUNIOR, Edio da et al. Divulgacão e ensino de Astronomia e Física por meio 
de abordagens informais. ​Revista Brasileira de Ensino de Física​, São Paulo, v. 40, n. 
4, p.1-8, 14 maio 2018. 
 
GONÇALVES, Erica de Oliveira. ​Astronomia, Mídia e Educação: ​Um estudo de 
propostas e alternativas de ensino e aprendizagem. 2018. Disponível em: 
<http://abciber.org.br/simposio2011/anais/Trabalhos/artigos/Eixo%201/9.E1/117-177-1
-RV.pdf>. Acesso em: 08 ago. 2018. 
 
SCARINCI, Anne L.; PACCA, Jesuína L. de A: Um curso de astronomia e as 
pré-concepções dos alunos; Revista do Ensino de Física. São Paulo, Volume 28, n 1, p. 
89-99, Março 2006. 
 
VASCONCELOS, Francelina Elena Oliveira; SARAIVA, Maria de Fátima Oliveira. O 
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