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1www.grancursosonline.com.br Legislação Anticorrupção TREINAMENTO INTENSIVO LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO INTRODUÇÃO A expressão tem origem no fato de que o dinheiro adquirido de forma ilícita é sujo e, portanto, deve ser lavado para se tornar limpo. O uso do termo “money laundering” (literalmente, lavagem de dinheiro) foi regis- trado pela primeira vez no jornal inglês The Guardian e popularizou-se nos anos 1970, com o Caso Watergate. Um informante, batizado de “Garganta Profunda” (William Mark Felt), aconselhou o repórter Bob Woodward, do Washington Post: “– Siga o dinheiro”. O Comitê de Reeleição do então Presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, envol- veu-se em transações financeiras que direcionavam fundos ilegais de campanha para o México e depois de volta para os Estados Unidos, através de uma companhia em Miami. A história foi contada no filme Todos os Homens do Presidente, com Robert Redford e Dustin Hoffman. Conceito e Características do Crime O crime de lavagem de dinheiro caracteriza-se por um conjunto de operações comerciais ou financeiras que buscam a incorporação na economia de cada país, de modo transitório ou permanente, de recursos, bens e valores de origem ilícita e que se desenvolvem por meio de um processo dinâmico que envolve, teoricamente, três fases independentes que, com frequência, ocorrem simultaneamente. Para disfarçar os lucros ilícitos sem comprometer os envolvidos, a lavagem de dinheiro realiza-se por meio de um processo dinâmico que requer: primeiro, o distan- ciamento dos fundos de sua origem, evitando uma associação direta deles com o crime; segundo, o disfarce de suas várias movimentações para dificultar o rastrea- mento desses recursos; e terceiro, a disponibilização do dinheiro novamente para os criminosos depois de ter sido suficientemente movimentado no ciclo de lavagem e poder ser considerado “limpo”. Etapas do Delito O ciclo de lavagem de dinheiro pode ser dividido em três etapas distintas, no entanto, a lavagem de dinheiro é um processo único. As etapas da lavagem de dinheiro incluem: 1. Colocação (placement); 2. Ocultação (layering); 2www.grancursosonline.com.br Legislação Anticorrupção TREINAMENTO INTENSIVO 3. Integração (Integration). 1. Colocação (placement) A primeira etapa requer a ocultação da origem ilícita dos recursos, por exemplo atra- vés de contrabando ou do envio de grande quantidade de moeda para fora do país por meios não oficiais, como doleiros, conversão de moeda em cheques administrativos, conversão de moeda em ativos não financeiros (compra de imóveis, veículos, máquinas etc), depósitos em contas correntes em nome de “laranjas” ou “fantasmas” (pessoas físicas ou jurídicas). 2. Ocultação/Circulação (layering) Nesta etapa, o objetivo é distanciar os recursos de sua origem ilícita, de forma a dificultar seu rastreamento, por exemplo realizando depósitos em instituições no exte- rior, misturar rendas obtidas em atividades ilegais com rendas de fontes legítimas, fazer transferências entre contas, realizar exportações subfaturadas, superfaturadas ou fictícias 3. Integração (Integration) Nesta etapa, o objetivo é criar uma origem aparentemente legal para o produto das atividades ilícitas para posterior uso em proveito pessoal, por exemplo: investimentos estrangeiros em empresas do esquema de lavagem de dinheiro, empréstimos e lea- sing, recebimento de dinheiro de cassinos, loterias ou bingos, com aparência de prêmios legítimos. Na integração, os valores são introduzidos na economia formal, sob a forma de inves- timentos – geralmente isso acontece em praças onde outros investimentos já vêm sendo feitos ou estão em crescimento, de forma a confundir-se com a economia formal. Pode-se, com a utilização de doleiros, remeter os valores em espécie para paraísos fiscais e, de lá, trazer os valores de volta, como se fossem investimentos externos – este o caso detectado pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal brasileira: investimentos sistemáticos do exterior em um país de economia emergente. 5m 10m 3www.grancursosonline.com.br Legislação Anticorrupção TREINAMENTO INTENSIVO Lei n. 9.613, de 3 de março de 1998 Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores; a pre- venção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Con- selho de Controle de Atividades Financeiras – COAF, e dá outras providências. Dos Crimes de “Lavagem” ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimen- tação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indireta- mente, de infração penal. Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa. Pena – de tentativa Art. 14. Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. Ainda que o crime antecedente tenha sido prescrito, o agente não estará isento da devida persecução penal relativa ao crime de lavagem de dinheiro. Por essa razão, não é necessário que o indivíduo tenha sido processado pelo crime antecedente para que responda pelo crime de lavagem de dinheiro. 1. (CEBRASPE/CESPE/AFCE/TCE SC/DIREITO/2022) Julgue o item seguinte, que tratam dos crimes em espécie. 15m 4www.grancursosonline.com.br Legislação Anticorrupção TREINAMENTO INTENSIVO Para a configuração do delito de lavagem de dinheiro, é irrelevante o fato de o indivíduo ter sido ou não processado pelo crime antecedente, como por exemplo, tráfico de drogas. Para a configuração do delito de lavagem de dinheiro, é irrelevante o fato de o indivíduo ter sido ou não processado pelo crime antecedente, como o tráfico de drogas. Lei n. 9613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro Art. 1º § 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal: (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012) I – os converte em ativos lícitos; II – os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere; III – importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros. § 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem: I – utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenien- tes de infração penal; II – participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua ati- vidade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei. § 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal Art. 14. Parágrafo único – Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. § 4º A pena será aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se os crimes defini- dos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada, por intermédio de organização crimi- nosa ou por meio da utilização de ativo virtual. (Redação dada pela Lei n. 14.478, de 2022) § 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espon- taneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localiza- ção dos bens, direitos ou valores objeto do crime. Obs.: � Nesse caso, pode haver o acordo de colaboração, também conhecido como delação premiada. § 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a utilização da ação controlada e da infiltração de agentes. 5www.grancursosonline.com.br Legislação Anticorrupção TREINAMENTO INTENSIVO 1. (CEBRASPE/CESPE/PROC/MP/TCE RJ/2023) Acerca da lavagem de dinheiro, julgue o item a seguir.Conforme previsto na Lei n. 9.613/1998, a pena imposta pelo crime de lavagem de dinheiro poderá ser reduzida de um a dois terços, facultando-se ao juiz deixar de aplicála ou substituí- la por pena restritiva de direitos se o autor colaborar espontaneamente para localizar bens objeto do crime. Conforme previsto na Lei n. 9.613/1998, a pena imposta pelo crime de lavagem de dinheiro poderá ser reduzida de um a dois terços, facultando ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí- la por pena restritiva de direitos se o autor colaborar espontaneamente para localizar bens objeto do crime. 2. (VUNESP/ACE/TCM SP/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2023) O crime de lavagem de dinheiro, nos termos do § 4º do artigo 1º da Lei n. 9.613/98, tem suas penas aumentadas se for cometido a. em ameaça à solidez e confiabilidade das finanças públicas ou do mercado financeiro. b. em prejuízo da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. c. por funcionário público ou por pessoa sujeita aos mecanismos de controle trazidos pela própria Lei. d. por meio que dificulte seu rastreamento. e. de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa. O crime de lavagem de dinheiro, nos termos do § 4º do artigo 1º da Lei n. 9.613/98, tem suas penas aumentadas se for cometido de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa. Lei n. 9613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro Disposições Processuais Especiais Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: III – são da competência da Justiça Federal: a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autár- quicas ou empresas públicas; 20m 6www.grancursosonline.com.br Legislação Anticorrupção TREINAMENTO INTENSIVO b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal. Dos Efeitos da Condenação Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal: I – a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; II – a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada. Das pessoas sujeitas ao mecanismo de controle Art. 9º Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não: I – a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira; II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instru- mento cambial; III – a custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou admi- nistração de títulos ou valores mobiliários. Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações: I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e os sistemas de nego- ciação do mercado de balcão organizado; II – as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdência comple- mentar ou de capitalização; III – as administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito, bem como as administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços; IV – as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que permita a transferência de fundos; V – as empresas de arrendamento mercantil (leasing), as empresas de fomento comercial (factoring) e as Empresas Simples de Crédito (ESC); (Redação dada pela Lei Complementar n. 167, de 2019) 7www.grancursosonline.com.br Legislação Anticorrupção TREINAMENTO INTENSIVO VI – as sociedades que, mediante sorteio, método assemelhado, exploração de lote- rias, inclusive de apostas de quota fixa, ou outras sistemáticas de captação de apostas com pagamento de prêmios, realizem distribuição de dinheiro, de bens móveis, de bens imóveis e de outras mercadorias ou serviços, bem como concedam descontos na sua aquisição ou contratação; (Redação dada pela Lei n. 14.183, de 2021) VII – as filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Brasil qual- quer das atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual; VIII – as demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de órgão regulador dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros; IX – as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionárias ou por qualquer forma repre- sentem interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades referidas neste artigo; X – as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis; XI – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem joias, pedras e metais precio- sos, objetos de arte e antiguidades. XII – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou exerçam atividades que envolvam grande volume de recursos em espécie; XIII – as juntas comerciais e os registros públicos; XIV – as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventualmente, servi- ços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza, em operações: a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais ou industriais ou par- ticipações societárias de qualquer natureza; b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos; c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, investimento ou de valo- res mobiliários; d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer natureza, fundações, fundos fiduciários ou estruturas análogas; e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacionados a atividades desportivas ou artísticas profissionais; XV – pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação, comercia- lização, agenciamento ou negociação de direitos de transferência de atletas, artistas ou feiras, exposições ou eventos similares; XVI – as empresas de transporte e guarda de valores; 25m 8www.grancursosonline.com.br Legislação Anticorrupção TREINAMENTO INTENSIVO XVII – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua comercialização; e XVIII – as dependências no exterior das entidades mencionadas neste artigo, por meio de sua matriz no Brasil, relativamente a residentes no País. XIX – as prestadoras de serviços de ativos virtuais. (Incluído pela Lei n. 14.478, de 2022) Vigência. Da Identificação dos Clientes e Manutenção de Registros Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º: I – identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos de instru- ções emanadas das autoridades competentes; II – manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser con- vertido em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de instruções por esta expedidas; III – deverão adotar políticas, procedimentos e controles internos, compatíveis com seu porte e volume de operações, que lhes permitam atender ao disposto neste artigo e no art. 11, na forma disciplinada pelos órgãos competentes; IV – deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no órgão regulador ou fiscalizador e, na falta deste,no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), na forma e condições por eles estabelecidas; V – deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na periodicidade, forma e condições por ele estabelecidas, cabendo-lhe preservar, nos termos da lei, o sigilo das informações prestadas. § 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica, a identificação deverá abranger as pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem como seus proprietários. § 2º Os cadastros e registros deverão ser conservados durante o período mínimo de cinco anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão da transação, prazo este que poderá ser ampliado pela autoridade competente. § 3º O registro será efetuado também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes ligados, houver realizado, em um mesmo mês-calendário, operações com uma mesma pessoa, conglomerado ou grupo que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela autoridade competente. Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º: I – dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instruções emana- das das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se; 9www.grancursosonline.com.br Legislação Anticorrupção TREINAMENTO INTENSIVO II – deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou realização: a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10 (transação em moeda nacio- nal ou estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro) acompanhadas da identificação de que trata o inciso I do mencionado artigo; e b) das operações referidas no inciso I; III – deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade, forma e condições por eles estabelecidas, a não ocorrência de propostas, transações ou operações passíveis de serem comunicadas nos termos do inciso II. § 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas no inciso I deste artigo (crimes de lavagem de dinheiro), elaborarão relação de operações que, por suas carac- terísticas, no que se refere às partes envolvidas, valores, forma de realização, instru- mentos utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou legal, possam configurar a hipótese nele prevista. § 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste artigo, não acarreta- rão responsabilidade civil ou administrativa. § 3º O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com base no inciso II do caput (as realizadas em 24 horas) aos respectivos órgãos responsáveis pela regulação ou fisca- lização das pessoas a que se refere o art. 9º. Da Responsabilidade Administrativa Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos administradores das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão aplica- das, cumulativamente ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes sanções: I – advertência; II – multa pecuniária variável não superior: a) ao dobro do valor da operação; b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da operação; ou c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); III – inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do cargo de administrador das pessoas jurídicas referidas no art. 9º; IV – cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade, operação ou funcionamento. 30m 10www.grancursosonline.com.br Legislação Anticorrupção TREINAMENTO INTENSIVO § 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no cumprimento das ins- truções referidas nos incisos I e II do art. 10. (Não identificar clientes e deixar de efe- tuar o registro de transações que excederem o limite estabelecido pela autoridade competente). § 2º A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas no art. 9º, por culpa ou dolo: I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência, no prazo assinalado pela autoridade competente; II – não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10; (identificação, registro, política de controle interno e cadastro da instituição em órgão regulador ou no COAF) III – deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisição formulada nos termos do inciso V do art. 10; (Requisições do COAF) IV – descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comunicação a que se refere o art. 11. § 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem verificadas infrações graves quanto ao cumprimento das obrigações constantes desta Lei ou quando ocor- rer reincidência específica, devidamente caracterizada em transgressões anteriormente punidas com multa. § 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de reincidência específica de infrações anteriormente punidas com a pena prevista no inciso III do caput deste artigo. Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras Art. 14. É criado, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Conselho de Controle de Ati- vidades Financeiras - COAF, com a finalidade de disciplinar, aplicar penas administrati- vas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previs- tas nesta Lei, sem prejuízo da competência de outros órgãos e entidades. § 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas mencionadas no art. 9º, para as quais não exista órgão próprio fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF, competindo-lhe, para esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a aplica- ção das sanções enumeradas no art. 12. § 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos de cooperação e de troca de informações que viabilizem ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dis- simulação de bens, direitos e valores. § 3º O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pública as informações cadastrais bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em atividades suspeitas. Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes para a instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito. 35m 11www.grancursosonline.com.br Legislação Anticorrupção TREINAMENTO INTENSIVO GABARITO 1. C 2. e ���������������������������������������������� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Beto Fernandes. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material.
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