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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DA JUSTIÇA DO TRABALHO DA CIDADE.
Procedimento Ordinário 
 CLT, arts. 837 ao 852
				JOANA DE TAL, casada, auxiliar de escritório, residente e domiciliada na Av. Xista, nº. 0000, nesta Capital – CEP nº. 66777-888, inscrita no CPF(MF) sob o nº. 444.333.222-11, com CTPS nº. 554433-001/CE, com endereço eletrônico maria@maria.com.br, ora intermediada por seu mandatário ao final firmado – instrumento procuratório acostado – , causídico esse com endereço eletrônico e profissional inserto na referida procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada no art. art. 287, caput, do CPC, indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, comparece, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, com suporte no art. 186 c/c art. 950, ambos do Código Civil, ajuizar, sob o Rito Comum, a presente
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS,
contra FONIA FONE LTDA, pessoa jurídica de direito privado, estabelecida na Rua Z, nº. 0000, em Recife (PE) – CEP nº. 55444-33, inscrita no CNPJ(MF) sob o nº. 00.111.222/0001-33, endereço eletrônico fone@fonia.com.br, em razão das justificativas de ordem fática e de direito, tudo abaixo delineado.
INTROITO 
( a ) Benefícios da justiça gratuita (CLT, art. 790, § 3º, da CLT c/c CPC, art. 98, caput)
 								
				A Reclamante não tem condições de arcar com as despesas do processo, uma vez que são insuficientes seus recursos financeiros para pagar todas as despesas processuais. 
 				Destarte, a mesmo ora formula pleito de gratuidade da justiça, de pronto com esta inaugural. (OJ nº. 269, SDI – I, do TST) Afirma a hipossuficiência, sob as penas da Lei, por declaração de seu patrono. (OJ nº. 331, SDI – I, do TST c/c CLT, art. 790, § 3º ) 
 				Nada obstante o teor da OJ nº. 331, SDI – I, do TST, o patrono da Reclamante, sob a égide do art. 99, § 4º c/c 105, in fine, ambos do CPC, destaca que igualmente tal prerrogativa se encontra inserta no instrumento procuratório acostado.
2 – BREVE EXPOSIÇÃO DO QUADRO FÁTICO 
( CLT, ART. 840, § 1º )
2.1. Síntese do contrato de trabalho
 	A Reclamante foi admitida em 00 de novembro de 0000 para exercer a função de operadora de telemarketing da Reclamada. (doc. 01) 
 	Desempenhava suas funções como regra de segunda-feira a sexta-feira, no horário das 08:00h às 14:00h, com 2(dois) intervalos intrajornada de 10 minutos e 1(um) intervalo para lanche de 20 minutos. Trabalhava, eventualmente, aos sábados e domingos. 
 	Pelo labor exercido a Reclamante recebia a remuneração mensal de R$ 000,00 ( .x.x.x. ). 		
2.2. Inobservância de aspectos contratuais e legais
 				A Reclamante exercia a função específica de vender cartões de crédito do Banco Xista S/A. Assim como ela outros 50 funcionários compunham uma equipe de vendas. 
 				Logo que ingressara na empresa, amigas a avisaram da sistemática de cobrança de metas empregada pela empresa, nomeadamente pela supervisora de equipe Maria das Tantas. Na ocasião afirmaram que a meta era elevadíssima, quase inalcançável e, ainda por cima, havia um rigor extremado da aludida supervisora. 
 				De fato, na primeira reunião de equipe, ocorrida em 00/11/2222, a Reclamante se admirou com a forma ríspida de tratamento destinada aos empregados. A reunião era toda levada ao batimento de metas, sob pena de rescisão do contrato de trabalho. E isso, como regra, aos gritos com todos. 
 				Não bastassem esses fatos, o tratamento dispensado pela supervisora era sempre feito por meio de palavras humilhantes e vexatórias. 
 				Na data de 05 de março do corrente ano, por ocasião da avaliação do batimento de metas, a supervisora lançou mais uma vez palavras extremamente agressivas, desta feita diretamente à Reclamante. Na frente dos demais colegas aquela, mais uma vez em tom alterado, proferiu frases que causaram espanto a todos. A mesma fizera, na ocasião, comparando a Reclamante à funcionária Joaquina de Tal, asseverando que essa merecia um prêmio pelas metas atingidas. Já quanto à Reclamante, ainda em comparação, “merecia ir para o Afeganistão com passagem só de ida.”
 				A partir a Reclamante passou ser alvo de perseguição diária da supervisora, sempre a ameaçando dispensar caso a meta não fosse atingida. 
 				Não tardou muito e, de fato, a Reclamante fora dispensada, sem justa causa, no dia 00 de abril de 0000. (doc. 02/05)
 				Desse modo, constatamos uma reprovável atitude da Reclamada, por notório e caracterizado abuso, maiormente quando configura exercício de direito contra sua normal finalidade, não admitido no nosso ordenamento jurídico nem mesmo para direito potestativo. Trata-se de gritante e intolerável ato ilícito, violando os direitos do empregado, provocando evidente constrangimento, humilhação, dor e sofrimento. Tais fatos terminaram por subjugar o mais fraco e hipossuficiente, pela força econômica e pela força decorrente do poder diretivo patronal, indevida e ilegalmente utilizadas.
 			Por tais circunstâncias fáticas (lesão do direito), maiormente em face do insuportável e constante assédio moral constatado, não restou alternativa à Reclamante senão buscar a devida reparação dos danos sofridos durante o período de labor. 
3 – DO ASSÉDIO MORAL 
Descumprimento de obrigação legal
CLT, Art. 483, “b” 
	É inegável que a Reclamada, com esse proceder, por seu preposto, submeteu a Reclamante ao constrangimento de ser humilhada perante os demais colegas de trabalho. Desse modo, afrontou diretamente sua dignidade como trabalhadora. 
 	De outra banda, urge evidenciar que havia também um rigor excessivo do controle da jornada de trabalho; não só da Reclamante, mas de todas as empregadas que trabalhavam no atendimento das ligações do Call Center da Reclamada.
 	Nesse passo, o abuso cometido pelo empregador, com repercussão na vida privada e na intimidade da empregada ofendida, converge para a necessidade de condenação a reparar os danos morais. Além disso, servirá como modelo de caráter punitivo, pedagógico e preventivo.
 	Igualmente, o empregador, que assume os riscos do negócio, deve propiciar a todos os empregados um local de trabalho no mínimo respeitoso, sob todos os aspectos, incluindo-se tanto os da salubridade física, quanto o da salubridade psicológica. Por esse azo, o empregador não pode dispensar ao empregado rigor excessivo, expô-lo a perigo manifesto de mal considerável ou praticar contra ele ato lesivo da sua honra e boa fama, sendo essa a hipótese ora trazida à baila.
 	Resta caracterizada, portanto, a hipótese da alínea "b" do art. 483 da CLT, assim como, de passagem, a de submissão do autor a perigo manifesto de mal considerável (alínea "c") e a de prática contra o empregado de ato lesivo à honra deste (alínea "e").
 	O assédio moral restou demonstrado, o qual, no escólio da psicanalista francesa Marie-France Hirigoyen, (in, Assédio Moral, editora Bertrand) é definível como "toda conduta abusiva (gesto, palavra, comportamento, atitude...) que atente, por sua repetição ou sistematização, contra a dignidade ou integridade psíquica ou física de uma pessoa, ameaçando o seu emprego ou degradando o clima de trabalho".
 	Oportuno ressaltar o magistério de Yussef Said Cahali:
“Recentemente, os tribunais têm admitido como manifestações preconceituosas certas atitudes do empregador que colocam o funcionário em uma situação vexatória, degradante, de humilhação, que, sempre prejuízo de representarem causa de demissão indireta, ofendem à honra, a dignidade, o respeito do operário como ser humano, provocando dano moral reparável. “ (CAHALI, Yussef Said. Dano Moral. 4ª Ed. São Paulo: RT, 2011, p. 443)
 	
 	A esse respeito, convém trazer à colação as lições de Mauro Vasni Paroski:
“O assédio moral pode ser exteriozado de varridas formas: gestos, agressões verbais, comportamentos obsessivos e vexatórios, humilhações públicas e privadas, amedrontamento, ironias, sarcasmos, coações públicas, difamações, exposição ao ridículo (p. ex.: servir cafezinho, lavar banheiro, levar sapatos para engraxar ou rebaixar médico para atendente de portaria), sorrisos,suspiros, trocadilhos, jogo de palavras de cunho sexista, indiferença à presença do outro, silêncio forçado, trabalho superior às forças do empregado, sugestão para pedido de demissão, ausência de serviço e tarefas impossíveis ou de dificílima realização, contro do tempo no banheiro, divulgação pública de detalhes íntimos, agressões e ameaças, olhares de ódio, instruções confusas, referências a erros imaginários, solicitação de trabalhos urgentes para depois jogá-los no lixo ou na gaveta, imposição de horários injustificados, isolamento no local de trabalho, transferência de sala por mero capricho, retirada de mesas de trabalho e pessoal de apoio, boicote de material necessário à prestação de serviços e supressão de funções. “ (PAROSKI, Mauro Vasni. 2ª Ed. Dano Moral e sua reparação no direito do trabalho. Curitiba: Juruá, 2008, p. 108)
 	Com efeito, é altamente ilustrativo trazermos à baila os seguintes arestos:
RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. EMPREGADA GESTANTE. ASSÉDIO MORAL COMPROVADO. DANOS MORAIS DEVIDOS. 
1. Os fatos comprovados nos autos são suficientes para motivar a rescisão indireta do contrato de trabalho por falta grave do empregador, incidente as alíneas b e c do art. 483 da CLT, quais sejam: tratamento com rigor excessivo pelos superiores hierárquicos e perigo manifesto de mal considerável, este último consubstanciado no fato de que a empregada se encontrava grávida quando foi deslocada da função de vendedora, sem que a empresa tenha acolhido os atestados médicos que ela trouxe, gerando uma série de problemas, inclusive de ordem psicológica, para a empregada. 2. Escorreita a sentença quanto à garantia de emprego, com pagamento de salários e demais vantagens, diante do reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho, diretamente vinculado ao dano moral experimentado pela autora, de acordo com os fatos provados: a partir de sua gravidez e da impossibilidade de realizar esforços, foi retirada da função de vendedora, ficando isolada e com pouco trabalho, tendo sido impedida de retornar às vendas ou apresentar-se sem atestado com carimbo do médico. 3. Indenização por danos morais devida, porquanto comprovada a conduta dos prepostos da empresa em retirar a autora da função de vendedora, deixá-la sem ou com pouco trabalho e não aceitar atestados médicos sem carimbo, causando uma série de abalos morais, psicológicos e emocionais, após a notícia da gravidez da empregada. Todavia, ponderando-se os aspectos pedagógico e educativo que compre a condenação a este título, desdobrado em tríplice aspecto: sancionatório/punitivo, inibitório e preventivo, a propiciar não só a sensação de satisfação ao lesado, mas também desestímulo ao ofensor, é prudente reduzir o valor da indenização, sobretudo considerando-se o curto período do contrato de trabalho, para valor condizente com a situação retratada nestes autos. (TRT 4ª R.; RO 0020075-81.2015.5.04.0104; Rel. Des. Marcelo José Ferlin D`Ambroso; DEJTRS 08/03/2016; Pág. 27)
RESCISÃO INDIRETA. 
Tratar empregado com rigor excessivo. Conduta abusiva e hostil. Artigo 483, "b" e "d ", da CLT. Comprovados os fatos sustentados na petição inicial, configura-se a hipótese de rescisão indireta prevista no art. 483 da CLT, porquanto patente a conduta ilícita da empregadora, implicando em violação dos dispositivos legais e fraude na aplicação das normas trabalhistas, em manifesto prejuízo ao autor, sendo suficiente para justificar a extinção do pacto laboral. Assédio moral. Requisitos. Prática de atos assediantes. Meio ambiente de trabalho. Superior hierárquico. Conduta abusiva. Prova dos fatos lesivos. O assédio moral decorre de práticas abusivas do empregador ou de colegas de trabalho, de forma reiterada, deteriorando o ambiente laboral e desestabilizando psicologicamente o trabalhador, por meio de constrangimentos e humilhações capazes de ofender os seus direitos personalíssimos. Alegado pelo autor a ocorrência de assédio moral por seus superiores hierárquicos no curso do pacto laboral, que ficaram comprovados e caracterizados pela forma inadequada que o obreiro e os demais empregados eram tratados por aqueles, atentando contra a honra e dignidade da pessoa, causando prejuízos de ordem psicológica, é devido o pleito de indenização por dano moral. Dano moral. Fixação do "quantum" indenizatório. Critérios. Razoabilidade e equidade. No ordenamento jurídico pátrio, não existe fórmula objetiva para estabelecer o valor da indenização por lesão extrapatrimonial cabendo ao juiz fixar o "quantum" da reparação da dor moral com razoabilidade e equidade, de acordo com as circunstâncias do caso concreto e levando em consideração a extensão do dano, o grau de culpa do ofensor, a capacidade econômica das partes e o caráter compensatório da indenização para a vítima e pedagógico para o agressor, devendo o respectivo valor ser suficiente para desencorajar este à reincidência e não acarretar enriquecimento sem causa. (TRT 14ª R.; RO 0010979-76.2014.5.14.0402; Primeira Turma; Rel. Juiz Conv. Shikou Sadahiro; DJERO 27/08/2015; Pág. 526)
INDENIZAÇÃO POR DANO/ASSÉDIO MORAL. 
O assédio moral caracteriza-se pela repetição de condutas tendentes a expor a vítima a situações incômodas ou humilhantes. Por exemplo, tratamento com rigor excessivo. O assédio moral praticado, no caso dos autos, restou comprovado pela prova oral produzida. A conduta do representante da reclamada afigura-se inaceitável, caracterizando constrangimento à reclamante, o qual enseja o deferimento de uma indenização. (TRT 4ª R.; RO 0001145-14.2012.5.04.0009; Terceira Turma; Rel. Des. Ricardo Carvalho Fraga; DEJTRS 31/03/2015; Pág. 113)
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. ASSÉDIO MORAL. CARACTERIZAÇÃO. 
A indenização por danos morais requer, para o seu deferimento, os seguintes requisitos: prática de ato ilícito, verificação de prejuízo (dano) e nexo causal entre ação e o dano, os quais restaram provados pela forma vexatória e desrespeitosa com que era tratado o reclamante, diante do rigor excessivo e da forma pouco educada e cortês da coordenadora da reclamada, não havendo fundamento para reformar a decisão que julgou procedente o pedido de indenização por dano moral. (TRT 8ª R.; RO 0000692-28.2014.5.08.0109; Terceira Turma; Relª Desª Fed. Graziela Leite Colares; DEJTPA 25/08/2015; Pág. 357)
AGRESSÕES VERBAIS. ASSÉDIO MORAL. DANO MORAL CONFIGURADO. 
O assédio moral corresponde a violência psicológica, sistemática e frequente, praticada pelo empregador ou seus prepostos, ao empregado, que se manifesta por atos de isolamento da vítima, tratamento com rigor excessivo, imposição de metas inatingíveis, tentativas para desqualificação da vítima e seu trabalho, diante de seus colegas de trabalho. Ficou caracterizado no presente caso, a existência das agressões verbais sofridas pelo reclamante, em razão da revelia e confissão ficta da reclamada. (TRT 8ª R.; Proc 0000705-42.2014.5.08.0007; Primeira Turma; Relª Desª Fed. Ida Selene Duarte Sirotheau Corrêa Braga; DEJTPA 21/07/2015; Pág. 27)
ASSÉDIO MORAL. 
Indenização devida as relações de trabalho devem se pautar pelo respeito mútuo, impondo-se às partes a reciprocidade de direitos e obrigações. Ao empregador, além da obrigação de dar trabalho e de possibilitar ao empregado a execução normal da prestação de serviços, cabe, ainda, respeitar a honra, a reputação, a liberdade, a dignidade e integridade física, intelectual e moral de seu empregado. Por conseguinte, sempre que o trabalhador, em razão do contrato de trabalho, por ação ou omissão do empregador, sofrer lesão à sua dignidade, honra, ou ofensa que lhe cause um mal ou dor (sentimental ou física), impondo lhe abalo na personalidade ou psiquismo, terá o direito de exigir a reparação por danos morais decorrentes da conduta impertinente. Nessa linha, dispõem os artigos 186 e 927, do Código Civil. É o caso dos autos, posto que restou demonstrado, pela prova oral produzida, que a reclamante trabalhava em ambiente hostil, exposta a situações reiteradas de constrangimento e humilhação, tratada com rigor excessivopela chefia, sem nenhum motivo que justificasse tal comportamento. Recurso ordinário da reclamada a que se nega provimento, neste aspecto. (TRT 2ª R.; RO 0001221-95.2013.5.02.0029; Ac. 2015/0380210; Décima Oitava Turma; Relª Desª Fed. Maria Cristina Fisch; DJESP 11/05/2015)
4 – ASSÉDIO MORAL – DEVER DE INDENIZAR
	A pretensão indenizatória por danos morais, prevista no art. 7o., inciso XXVIII, da CF/88 e artigos 186 e 927 do Código Civil, pressupõe, necessariamente, um comportamento do agente que, "desrespeitando a ordem jurídica, cause prejuízo a outrem, pela ofensa a bem ou direito deste. Esse comportamento deve ser imputável à consciência do agente por dolo (intenção) ou por culpa (negligência, imprudência ou imperícia), contrariando seja um dever geral do ordenamento jurídico (delito civil), seja uma obrigação em concreto (inexecução da obrigação ou de contrato)" (Rui Stoco, Responsabilidade Civil, 2a. edição, ed. Revista dos Tribunais).
 	A situação delineada nesta peça vestibular, maiormente quando na forma como traçada no tópico anterior, teve como causa a conduta ilícita da Reclamada. A Reclamante sofreu momentos angustiantes e humilhantes, o que afetou, no mínimo, a sua dignidade, a sua autoestima e integridade psíquica.
 	Demonstrada, portanto, a relação de causalidade entre a ação antijurídica e o dano causado, requisitos esses que se mostram suficientes para a configuração do direito à reparação moral ora pretendida.
 	As circunstâncias do caso recomendam que a condenação seja de valor elevado, como medida pedagógica, maiormente quando, corriqueiramente, as empresas se utilizam dessa sistemática vergonhosa e humilhante de inação forçada do empregado.
 	É consabido, de outro lado, que o quantum indenizatório não deve ser insignificante, a estimular o descaso do empregador, nem exagerado, de modo a proporcionar o enriquecimento indevido da vítima/empregado. Desse modo, entende-se que R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) se constitui valor eficaz a título de indenização por danos morais decorrentes de assédio moral, tanto na mitigação do sofrimento da Reclamante, como na indução de um comportamento do empregador mais vigilante e condizente com a relação saudável que deva manter com seus empregados.
 	De outro turno, à luz do art. 944 da Legislação Substantiva Civil, a despeito do porte econômico da Reclamada e considerado o grau de culpa dessa (sempre contumaz e reviver este cenário degradante), à gravidade da situação e as sequelas havidas pela Reclamante, é condizente que condene a Reclamada no importe supra-aludido. 
5 – P E D I D O S e R E Q U E R I M E N T O S
 				Diante do que foi exposto, a Reclamante pleiteia:
a) seja a Reclamada notificada para comparecer à audiência inaugural e, querendo, apresentar sua defesa, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria fática estipulada nessa inaugural;
b) em virtude da ruptura contratual, por motivo exclusivo da Reclamada (CLT, art. 483, “b”, “c” e “e”), pede-se a CONDENAÇÃO DA RECLAMADA a pagar: indenização em virtude do assédio moral, no importe de R$ 40.000,00(quarenta mil reais), valor este compatível com o grau de culpa, a lesão provocada e a situação econômica das partes envoltas nesta pendenga judicial e;
c) por fim, seja a Ré condena em custas e honorários advocatícios, esses arbitrados sobre o montante do valor condenatório (CPC, art. 85, § 2º), além de outras eventuais despesas no processo (CPC, art. 84);
d) pleiteia que seja definida por sentença a extensão da obrigação condenatória, o índice de correção monetária e seu termo inicial, os juros moratórios e seu prazo inicial (CPC, art. 491, caput).
 				
 				Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos, nomeadamente pela produção de prova oral em audiência, além de perícia e juntada posterior de documentos.
 				Por fim, o patrono da Reclamante, sob a égide do art. 830 da CLT c/c art. 425, inc. IV, do CPC, declara como autênticos todos os documentos imersos com esta inaugural, destacando, mais, que a presente peça processual é acompanhada de duas (2) vias de igual teor e forma. 
 				Dá-se à causa o valor de R$ .x.x.x ( .x.x.x ), consoante a diretriz fixada no art. 292, inc. V e VI, do CPC c/c art. 3º, inc. IV, da Resolução 39 do TST.
				Respeitosamente, pede deferimento.
 				Cidade, 00 de outubro de 0000.

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