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A decadência da arquitetura e do urbanismo clássicos

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Prévia do material em texto

Revisão técnica:
Carmen Machemer de Vasconcelos Moniz
Bacharel em Arquitetura e Urbanismo
Aperfeiçoamento em Curso de Complementacão 
Pedagógica para Professores
Especialista em PROEJA e em Tecnologias 
na Aprendizagem 
Mestre em Educação 
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin - CRB -10/2147
T314 Teoria e história da arquitetura e urbanismo I / Vanessa Scopel...
[et al.]; [revisão técnica : Carmen M. V. Moniz]. – Porto 
Alegre : SAGAH, 2018.
210 p. : il. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-424-3
1. Arquitetura. I. Scopel, Vanessa. 
CDU 72
THAU_I_Book.indb 2 29/05/2018 14:00:00
Decadência da arquitetura 
e urbanismo clássicos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer as particularidades históricas do final do período clássico.
  Definir o período histórico anterior à Idade Média. 
  Identificar os motivos da decadência da arquitetura e do urbanismo 
clássicos.
Introdução
Neste capítulo, você conhecerá as características da arquitetura clássica, 
o momento histórico em que ocorreu esse tipo de arquitetura e urba-
nismo, assim como os motivos que levaram à mudança desse estilo para 
a arquitetura medieval.
Arquitetura e urbanismo clássicos
O período histórico anterior a Idade Média, datado do século IV a.C, é conhe-
cido como o período da Antiguidade Clássica, Arquitetura Clássica ou Idade 
Antiga. Nessa fase da arquitetura e urbanismo destacaram-se principalmente 
as civilizações gregas e romanas.
A arquitetura grega tinha como característica a função pública, ou seja, 
preocupava-se com as questões religiosas, as competições esportivas e os 
acontecimentos civis de seu povo. A maioria de suas construções era feita de 
mármore ou calcário, usando na cobertura, a madeira e a telha. As primeiras 
edificações gregas eram caracterizadas por serem cabanas bastante simples, 
U N I D A D E 3
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sduarte
Caixa de texto
sduarte
Caixa de texto
frágeis e facilmente desmontáveis; já as edificações mais requintadas, como 
os templos, surgiram aproximadamente no século VII a.C.
As edificações mais importantes dos gregos eram os templos religiosos que, 
em razão de sua imponência, se tornavam marcos para a comunidade. Esses 
templos eram construídos com a intenção de proteger as estátuas dos deuses. 
Nessas edificações eram facilmente reconhecidos os conceitos de simetria e 
proporcionalidade. Os templos gregos, além da função religiosa, tinham um 
forte apelo político, pois possuíam em seu interior os arquivos públicos, os 
tratados, entre outros documentos.
A civilização grega também criou algumas linhas técnicas e estéticas de-
nominadas ordens jônica, dórica e coríntia, que se diferenciavam por meio do 
capitel de suas colunas. O estilo jônico destacava-se pelos traços mais elegantes; 
o estilo dórico apresentava, juntamente com a simplicidade, formas rigorosas; 
e o estilo coríntio se caracterizava pela riqueza e abundância dos detalhes.
Ordem é a disposiç ã o regular e perfeita das partes, que concorrem para a 
composiç ã o de um conjunto belo. A ordem é a lei ideal da arquitetura concebida 
como categoria absoluta, que atua como sistema de controle indireto e, ao 
mesmo tempo, como a gramá tica da arquitetura, garantindo sua comunica-
bilidade e transmissibilidade e dando lugar ao que denominamos linguagem 
clá ssica (PEREIRA, 2010, p. 51).
Mesmo mantendo uma ligação bastante forte com a questão religiosa, em 
virtude da adoração aos deuses, a arquitetura do povo gregos era elaborada 
tendo em vista a razão. Eles buscavam alcançar a perfeição da proporção 
de suas edificações a partir de cálculos matemáticos precisos e rigorosos, 
utilizando regras geométricas.
A partir da civilização grega, foi possível delimitar o território das cidades 
e compreender a arquitetura como uma ciência, diferenciando-a dos outros 
tipos de arte. Foram os gregos que passaram a usar o homem e as medidas 
do corpo humano como uma referência de proporção, considerando-o como 
a medidas de todas as coisas e dando início ao que se chama de antropo-
morfismo, ou seja, a arquitetura voltada às dimensões humanas. Segundo 
Pereira (2010, p. 47):
O antropomorfismo nã o é nada mais do que a consideraç ã o do homem como 
o centro e a medida do Universo. Com um claro relativismo axioló gico, o 
homem grego decide que ele mesmo é o ponto de referê ncia da realidade, o 
valor objetivo para a referê ncia de todas e cada uma das coisas que o rodeiam, 
tanto na sua impressã o sensorial quanto na sua valoraç ã o: a verdade, a justiç a, 
a bondade, a beleza.
Decadência da arquitetura e urbanismo clássicos2
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Nesse sentido, você pode compreender que o fundamento da arquitetura 
grega ocorre por meio da escala humana, e que são essas dimensões que 
determinam as proporções de suas criações. Os princípios de simetria e de 
geometria eram relacionados às edificações, pois a civilização grega evitava 
a aplicação deles em uma escala maior. 
A partir dessa limitaç ã o surge o conceito do edifí cio, ou seja, o costume de se 
tomar fragmentos parciais do conjunto urbano e analisá -los como realidades 
individuais. Se hoje se costuma estudar a histó ria da arquitetura mediante a 
aná lise ou a descriç ã o de certas edificaç õ es individuais, isso se dá exatamente 
em funç ã o do prestí gio dessa tradiç ã o clá ssica, que nos acostumou a conside-
rar a cidade como um agregado de elementos individualizados e autônomos 
(PEREIRA, 2010, p. 69).
Portanto, podemos constatar que os elementos regulares dos edifícios 
se contrapõem a irregularidade dos traçados e da organização das cidades 
gregas. Seu espaço urbano era marcado pela ágora, um espaço aberto, flexível 
e irregular, conformado como uma praça, onde aconteciam as situações mais 
importantes da cidade. Uma relevante característica da civilização grega é 
que eles se expressavam em locais ao ar livre, como os teatros, os recintos 
sagrados e o espaço externo as habitações. 
Os gregos concebiam a cidade como uma á rea de dimensõ es finitas. Seus assen-
tamentos urbanos eram implantados sobre uma topografia irregular e construí dos 
como uma sé rie de blocos ou células, cuja soma totalizava o conjunto urbano, 
limitado de forma natural pela ladeira í ngreme de uma colina ou pelo litoral. 
O uso das colunas, pilares, vigas e outros elementos que surgiram com os 
gregos, passou a ser feito algum tempo depois pelos romanos, que passaram a 
questionar os usos desses elementos, utilizando-os não somente para decoração, 
mas também com função estrutural, alterando a linguagem arquitetônica.
Roma cria procedimentos para utilizar as ordens nã o só para ornamentar 
melhor seus novos tipos de estruturas, mas para dominá -las, tornando-as 
expressivas e controlando visualmente as edificaç õ es nas quais as emprega. 
Esse dualismo entre estruturas e repertó rios decorativos leva a uma relativa 
independê ncia entre ambos e abre uma nova sé rie de relaç õ es entre colunas, 
pilastras e arquitraves e os ambientes abobadados (PEREIRA, 2010, p. 59).
Dessa nova visão dos romanos sobre as ordens clássicas gregas, surgem 
outros sistemas construtivos, por exemplo, as paredes portantes com aberturas. 
Esse povo também se preocupava com os conceitos de beleza, porém de uma 
forma mais prática que os gregos. Por ser um povo guerreiro, suas conquistas 
3Decadência da arquitetura e urbanismo clássicos
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eram destacadas por meio de monumentos e esculturas. Os templos romanos 
apresentavam uma mistura de elementos, resultando em características pró-
prias. Embora utilizassem em suas edificações as ordens criadas pelos gregos, 
elaboraram uma ordem própria, a toscana.
Suas principais características podem ser observadas na construção de 
estradas ortogonais e na criação de aquedutos, que facilitarama vida nas 
comunidades. Seus teatros, diferentes dos gregos, eram locados em aclives 
naturais, normalmente nos centros das cidades, e construídos em uma estrutura 
de abóboda e grandes pilares.
Algumas das principais características dessa arquitetura são: construções 
sólidas e rígidas; uso do arco e da abóboda; sobriedade, funcionalidade e luxo; 
construção de aquedutos e reservatórios; templos bem iluminados; construção 
de estradas lineares; e banhos públicos com piscinas aquecidas.
Os romanos, além de aprimorarem as técnicas construtivas para as edi-
ficações e os sistemas de água elaborados para as cidades, criaram diversos 
outros espaços, como as basílicas, as termas, os anfiteatros, os circos, as 
pontes e as cisternas. Resultando em uma evolução nos modos de viver das 
cidades da Antiguidade Clássica. 
Alé m da ampliaç ã o do territó rio e de sua grande criatividade formal, a ter-
ceira grande contribuiç ã o romana à histó ria da arquitetura é a ampliaç ã o 
do repertó rio té cnico e as novas té cnicas de construç ã o de paredes, arcos e 
abó badas, que em determinadas ocasiõ es sã o agregadas ao repertó rio e aos 
princí pios da arquitetura helê nica. Assim, enquanto na arquitetura grega e 
helení stica a coluna era o elemento mais importante, aqui ela é reduzida a 
motivo linguí stico e se prefere a parede como elemento essencial da arquitetura 
romana (PEREIRA, 2010, p. 75).
A arquitetura romana pode ser considerada eminentemente plá stica, com 
amplo uso de formas redondas, de modo que seus edifí cios costumavam ter o 
aspecto de terem sido moldados à base de argamassa ou concreto. Os templos 
romanos não serviam apenas para abrigar as estátuas dos deuses, mas, com 
essa civilização, passaram a ser um local também para alojar as pessoas e 
isolá-las do mundo exterior. Em virtude disso, os templos dos romanos eram 
pensados muito mais internamente do que externamente.
Sobre os espaços urbanos do povo romano, pode-se destacar a variedade 
de edifícios de caráter público, como os banhos e as termas, com piscinas de 
temperaturas diferentes, salas de massagem, biblioteca e estádio para esportes. 
Já os principais edifícios voltados aos espetáculos eram os teatros, anfiteatros 
e os circos, como o exemplo da Figura 1. 
Decadência da arquitetura e urbanismo clássicos4
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Figura 1. Anfiteatro Coliseu, Roma.
Fonte: Viacheslav Lopatin/Shutterstock.com.
Com relação às habitações do povo romano, neste período da história, foram 
desenvolvidas algumas tipologias de edificações residenciais, entre elas “[...] 
a domus ou habitaç ã o de cidadã os; a insula ou edifício de apartamentos e a 
villa ou casa no campo ou nos arredores da cidade” (PEREIRA, 2010, p. 82).
Os romanos, tendo como referência as cidades da Grécia, adotaram e 
propagaram as ideias urbaní sticas dos gregos, com enfoques diferentes para o 
desenvolvimento do espaço urbano. Para eles, era importante ter uma cidade 
organizada e voltada ao poder político, de maneira que suas áreas se rela-
cionassem entre si. Davam bastante importância as ruas, buscando traçados 
regulares e geométricos para facilitar o deslocamento. As suas edificações 
eram inseridas na paisagem com um caráter monumental, formando um 
conjunto urbano. A forma da cidade era quadrada ou retangular, cercada por 
muralhas e com acessos em lados opostos. Nos cruzamentos eram situados 
os principais elementos de cidadania, por exemplo, o foro. 
Enfatizando os traç ados viá rios como estruturantes urbanos, se pode dizer que 
uma cidade colonial romana é um sistema reticular de ruas cercadas por um 
muro, pois primeiro se constró i o recinto e se traç am as ruas, e somente depois 
se constroem os edifí cios pú blicos e privados, que sã o tratados como elementos 
subordinados à trama viá ria, ainda que possam ser concebidos arquitetonicamen-
te como composiç õ es monumentais. Esse sistema configurador constitui uma 
estrutura simples para a cidade, poré m bem organizada (PEREIRA, 2010, p. 91).
5Decadência da arquitetura e urbanismo clássicos
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Partenon é o nome do templo mais famoso do período da arquitetura grega. Esse 
templo foi erguido no século V a.C., em uma montanha na cidade de Atenas. Sua 
nomenclatura significa “a sala virgem”, e o intuito dessa edificação era homenagear 
a deusa Atena.
O projeto, de autoria dos arquitetos Ictinus e Calícrates, foi baseado na ordem dórica, 
que se caracteriza pelo uso de colunas caneladas. Essa edificação levou 15 anos para 
ser terminada. 
Todas as linhas, aparentemente retas do Partenon, são, na verdade, ligeiramente 
curvas. Para compensar a tendência dos olhos em ver as colunas do meio mais finas 
do que são na verdade, a solução encontrada foi arquear cada uma delas, que também 
foram ligeiramente inclinadas para dentro. Como um requinte final, as colunas dos 
cantos do templo são mais grossas, pois recebem mais luz do sol que as demais e, por 
isso, pareceriam mais finas caso não fosse feito tal arranjo.
O Partenon, como você pode observar na Figura 2, é considerado uma obra de grande 
pureza e perfeição. As belas proporções da estrutura derivam da razão 9:4, um ideal 
matemático que encampa as relações do comprimento com largura e o espaço entre 
as colunas com base em seus diâmetros. Construído no momento em que Atenas (a 
principal das polis gregas) experimentava seu momento de maior destaque, a imagem 
do Partenon é frequentemente utilizada como símbolo definitivo da cultura clássica 
da Grécia, base de toda a sociedade ocidental moderna.
Figura 2. Partenon, Grécia.
Fonte: anyaivanova/Shutterstock.com.
Já a arquitetura romana chega a seu modelo ideal no Panteon de Roma, apresentado 
na Figura 3. É exatamente a comparaç ã o entre o Partenon e o Panteon que nos revela 
o contraste entre a natureza tectô nica e extrovertida da arquitetura grega e a natureza 
plá stica e introvertida da arquitetura romana.
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Particularidades do final do período Clássico
Pode-se dizer que o período da Antiguidade Clássica foi de extrema impor-
tância para a organização das cidades, a evolução da arquitetura e a formação 
dos estados. 
O desenvolvimento das cidades gregas fez com que elas passassem a ser 
chamadas de Cidades-estados e, a partir disso, seus cidadãos começaram a ter 
direitos políticos. Com essa evolução, a cidade passou a ser mais democrática. 
O conflito de interesses acabou por enfraquecer o poder dessas cidades-estados, 
dando origem ao Império Macedônio. 
O Panteon original foi encomendado por Marcus Agrippa, genro do imperador 
César Augusto, no ano 27 a.C. Constitui-se de um grande tambor coberto por uma 
cúpula, com sua entrada virada para o norte e demarcada por um pórtico. Dentro do 
tambor, há um único espaço cavernoso, com luz natural que se derrama de um óculo 
de 9 metros de largura sobre os altares triangulares e arredondados alternados que 
marcam o perímetro da sala. O chão e as paredes do interior são revestidos com pedra 
fina, proveniente de todo o Império Romano, incluindo granito e vários mármores 
coloridos; e o teto é de concreto aparente. Sua cúpula foi a maior do mundo por um 
período significativo.
As paredes de 6 metros de espessura da base cilíndrica, embora aparentem ser 
monolíticas do exterior, escondem uma rede cuidadosamente planejada de vazios e 
arcos, que atuam como oito pilares que suportam o peso da cúpula acima. A própria 
cúpula também foi tornada possível pela inovação material romana do concreto.
Figura 3. Panteon, Roma.
Fonte: S.Borisov/Shutterstock.com.
Fonte: Pereira (2010), Santiago (2018) e Fiederer (2017).
7Decadência da arquitetura e urbanismo clássicos
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O Império Macedônio teve seu ápice no reinado de Alexandre,o Grande, 
representando uma conexão entre o mundo antigo e trazendo uma cultura 
eclética. Porém, com a morte de Alexandre, o Império não resistiu e começou 
a se fragmentar.
Segundo Anderson (1987), a região a qual o Império Romano dominava 
foi dividida em quatro outras regiões, chamadas Egito, Mesopotâmia, Grécia 
e Ásia Menor. Ao longo do tempo, essas regiões se desintegraram ainda mais 
e só foram unificadas novamente com o Império Romano. 
Pela ascensão do povo romano e da cidade de Roma surgiu uma nova fase 
de expansão urbana da Antiguidade Clássica, resultando em crescimento 
político, territorial e militar, além do desenvolvimento das cidades. Nesse 
momento, também os modos de produção foram evoluindo, garantindo uma 
melhora socioeconômica para as cidades. 
Os seus governantes, ao longo dos anos, foram adotando variadas medidas 
para solucionar os problemas políticos e econômicos, controlar os problemas 
sociais e, também, para consolidar o Império, tendo em vista o seu apogeu e 
garantindo a tranquilidade e prosperidade de seu povo. Diversas alianças e 
ações sociais que organizavam espetáculos ao público e distribuíam comida 
passaram a ser realizadas para conquistar a população. 
Além disso, sua organização geográfica pela construção de estradas per-
mitia a ligação de Roma com outras regiões. Essas vias facilitavam os deslo-
camentos e a chegada das ações do Império em todos os lugares, contribuindo 
para o sucesso de suas campanhas. 
Porém, ao longo dos anos, diversos problemas ocorreram no Império 
Romano, entre eles:
  gastos altos com administração e dificuldades de organização, em vir-
tude de o Império contemplar uma área muito grande, o que promovia a 
perda de controle e uma gestão que não conseguia ser eficaz igualmente;
  cobrança excessiva de impostos dos cidadãos, em razão de o Império 
ter um alto custo para manter suas obras de engenharia para as cidades 
e suas campanhas;
  corrupção do setor político e lutas civis entre os seus povos — patrícios 
e plebeus;
  poucos escravos;
  expansão e difusão da religião cristã, que não admitia o culto a outros 
deuses.
Decadência da arquitetura e urbanismo clássicos8
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Com isso, a expansão romana foi se esgotando e os povos bárbaros passa-
ram a invadir e ocupar a cidade de Roma. Para tentar evitar essas invasões, 
o Estado passou a centralizar o poder e cobrar mais impostos, gerando uma 
revolta na população que via o Estado como inimigo. O Estado passou, então, 
a representar apenas os grandes latifundiários, deixando ainda mais evidente 
a distinção entre a população. 
Todos esses acontecimentos resultaram na fragmentação do Império Ro-
mano. Essas situações culminaram na criação do sistema feudal e na transição 
para a chamada Idade Média, com a mudança e a evolução nos modos de 
produção, trocas e na organização das cidades. 
O fim do Império Romano se deu por um longo período de lutas e batalhas 
nos diversos âmbitos da sociedade. A partir da sua queda, a história passou 
para o momento da chamada Idade Média, em que ocorreram novas formas de 
organização econômica, política e social com a mudança de alguns importantes 
sistemas da sociedade.
Decadência da arquitetura 
e urbanismo clássicos
A decadência da arquitetura e do urbanismo da Antiguidade Clássica estão 
diretamente ligados ao momento histórico da queda do Império Romano e, 
consequentemente, das mudanças da sociedade. Segundo Abiko, Almeida e 
Barreiros (1995, p. 25): 
Com a queda do Império Romano do Ocidente e de tudo o que este implicava 
quanto à organização política institucional, o mundo ocidental foi mudando 
de aspecto, e as cidades decrescem de tal maneira que muitas desaparecem 
por completo. A decadência do chamado mundo clássico, foi apressada pelas 
invasões bárbaras e pelo cristianismo, dando início ao período relativo a 
Idade Média. Durante este período, de certa forma, a igreja veio a substituir 
o Império em sua função histórica e, o ‘Império Eclesiástico’ impediu que a 
cultura, herdada do mundo antigo desaparecesse.
Entre os principais motivos da mudança e do desenvolvimento da arquitetura 
e o do urbanismo de características clássicas, pode-se citar o surgimento do 
sistema feudal e o advento da religião cristã. Esses dois fatos interferiram 
drasticamente nos espaços das cidades e nas edificações arquitetônicas. 
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Em virtude da queda do Império Romano, a ordenação das cidades passou 
por um intenso momento de remodelação, tornando-se mais independente dos 
poderes centralizados da Idade Antiga. O poder central de Roma deu lugar 
a uma organização econômica descentralizada, denominada sistema feudal.
Esse sistema acabou por dividir a sociedade em camadas (nobres, cleros e 
servos), hierarquizando a população. Segundo Arruda (1993), “[...] as condições 
sociais básicas da sociedade feudal eram senhor e servo. O senhor se definia 
pela posse legal da terra, pela posse do servo e pelo monopólio do poder militar, 
político e judiciário. O servo se definia pela posse útil da terra, pelo fato de 
dever obrigações e pelo direito de ser protegido pelo senhor”.
O sistema feudal resultou no aumento da atividade comercial e na mudança 
das relações econômicas e políticas das novas cidades. 
De forma aná loga, a realidade social é determinada por uma hierarquia 
organizadora que tem sua primeira expressã o no feudalismo, sistema de 
organizaç ã o polí tica, social e econô mica que se estende por toda a Europa a 
partir do sé culo VIII, alcanç ando seu maior desenvolvimento entre os sé culos 
XI e XIII. O efeito mais evidente da crise econô mica e polí tica que se seguiu 
à queda do Impé rio Romano havia sido a ruí na das cidades e a dispersã o de 
seus habitantes. A vida urbana se interrompeu e somente posteriormente, 
no ano 1000, surge uma nova vida civil, as cidades voltam a se desenvolver 
e aumenta sua populaç ã o, sua indú stria e seu comé rcio. Tudo isso muda de 
maneira radical o sistema urbano (PEREIRA, 2010, p. 95).
A partir das novas relações comerciais começou a existir uma hierarquia 
de classes sociais, interferindo também na organização das cidades, consi-
derando que cada classe passou a se estabelecer em área distintas do espaço 
urbano. No mundo clássico, como não existiam tantas distinções, isso não 
acontecia sob a ótica de organização urbana. Em virtude disso, foi necessária 
a construção de muros, incluindo todas as áreas de habitações e os novos tipos 
de edificações arquitetônicas. 
Na Antiguidade Clássica, a religião se dava de forma politeísta, uma vez 
que os povos gregos e romanos acreditavam em vários deuses. Porém, com o 
surgimento do Império Romano, mais para o final do período da Idade Antiga, 
começou a aparecer na sociedade manifestações do cristianismo (crença em 
um só Deus). Sendo assim, os templos, uma das principais edificações arqui-
tetônicas do período antigo, passaram a ser substituído por igrejas, resultando 
na queda da arquitetura clássica. 
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Esses fatores fizeram com que as cidades, antes baseadas em templos, casas 
de banhos e praças para encontros e eventos políticos, passassem a se voltar 
para edificações comerciais e igrejas, além de um sistema viário que não só 
facilitasse o deslocamento das pessoas, mas também das mercadorias. Tanto o 
sistema feudal como o cristianismo influenciaram a decadência da arquitetura 
clássica, o que não ocorreu pelo fato de ela ser ruim, mas porque, conforme 
foram evoluindo e se desenvolvendo as relações comerciais, econômicas e 
sociais das cidades, foi necessário acompanhar essas mudanças, deixando 
para trás tendências antigas e se adequando a novas realidades.
1. A partir da civilização grega a 
arquitetura começou, defato, a se 
destacar por meio de diferentes 
tipologias de edificações, como as 
habitações, os templos e as termas. 
Sobre as peculiaridades dessa 
arquitetura, é correto afirmar que:
a) grande parte das edificações 
da civilização grega era feita 
de pedras e tijolos, cobertas 
por telhas cerâmicas.
b) suas primeiras edificações, 
apesar se serem cabanas, 
já apresentavam um 
sistema técnico construtivo 
bastante complexo.
c) os templos religiosos eram 
pensados para que fossem 
marcos visuais na cidade 
grega, sendo a edificação mais 
importante do período.
d) a arquitetura dos gregos era 
marcada pela assimetria, 
proporcionalidade e baseada 
nas medidas do corpo humano.
e) os templos gregos eram usados 
exclusivamente pelos fiéis 
para apreciação das esculturas 
de seus vários deuses.
2. A civilização romana usou como 
referência a arquitetura realizada 
pelos gregos, aprimorando e 
adequando suas edificações a partir 
de suas próprias descobertas. Sobre 
as características da arquitetura 
romana, assinale a alternativa correta.
a) Os romanos criaram as ordens 
clássicas denominadas dórica, 
jônica e coríntia para utilizar em 
seus templos e edificações.
b) A arquitetura romana 
desenvolveu diferentes técnicas 
construtivas e suas edificações 
demonstravam solidez.
c) Os templos romanos, assim 
como o templos gregos, eram 
pensados mais externamente 
do que internamente.
d) A arquitetura romana se destaca 
por considerar os conceitos de 
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beleza, por meio da plasticidade 
e das formas retangulares.
e) As habitações dos romanos 
eram divididas em três tipos 
principais, sendo a villa, a 
edificação mais simples e barata.
3. Tanto os gregos como os 
romanos tiveram uma importante 
contribuição no que se refere à 
evolução e ao desenvolvimento do 
planejamento das cidades. Sobre o 
urbanismo grego e romano, assinale 
a alternativa correta. 
a) Os traçados das cidades 
gregas eram caracterizados 
por serem regulares e 
ortogonais, facilitando os 
deslocamentos entre as áreas.
b) As cidades romanas tinham 
como ponto principal de 
encontro a ágora, uma praça 
central aberta e flexível onde 
aconteciam os atos políticos.
c) As cidades gregas estavam 
localizadas em áreas de 
topografa irregular, e a soma 
de suas células resultava 
em um conjunto urbano 
de dimensões infinitas.
d) Os aquedutos e pontes foram 
inovações urbanas criadas pelos 
romanos com o uso técnicas 
especiais, nunca usadas antes.
e) As cidades romanas, assim 
como as gregas, não 
apresentavam uma grande 
variedade de tipologias de 
edificações arquitetônicas.
4. O fim do período da Antiguidade 
Clássica se deu em virtude de 
diversos acontecimentos, entre 
eles a queda do Império Romano. 
Marque a alternativa que expõe 
corretamente um dos motivos que 
contribuiu para a decadência da 
civilização romana. 
a) As grandes obras de engenharia 
não foram finalizadas, que 
geraram uma revolta de 
toda a população romana.
b) A ascensão da religião cristã, 
que pregava a crença em vários 
deuses e ia contra a religião 
praticada pelo Imperador.
c) A dificuldade de gestão e 
organização das porções do 
Império, que não conseguia 
atender igualmente 
a todas as áreas.
d) A dificuldade de deslocamentos 
entre as porções do território 
romano, que impedia a 
realização de campanhas 
políticas nos arredores.
e) A comunhão dos patrícios e 
plebeus, que, por terem opiniões 
e interesse semelhantes, iam 
contra as ideias do Império.
5. A decadência da arquitetura e 
urbanismo clássicos foi acontecendo 
gradualmente a partir da evolução 
e do desenvolvimento das 
cidades, que precisavam estar 
adequadas a outras necessidades. 
Assinale a alternativa que 
contém um dos motivos da 
queda da arquitetura clássica.
a) A dependência entre os 
poderes e a centralização da 
administração pública fez as 
cidades mudarem suas formas 
de organização urbana.
b) As relações comerciais passaram 
a ser baseadas no trabalho dos 
escravos que estavam presos 
as terras de seus senhores.
Decadência da arquitetura e urbanismo clássicos12
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ANDERSON, P. Passagens da antiguidade ao feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1987.
ABIKO, A. K.; ALMEIDA, M. A. P.; BARREIROS, M. A. F. Urbanismo: história e desen-
volvimento. 1995. Disponível em <http://reverbe.net/cidades/wp-content/uplo-
ads/2011/08/urbanismo-historiaedesenvolvimento.pdf>. Acesso em: 24 maio 2018.
ARRUDA, J.J.A. História antiga e medieval. 16. ed. São Paulo: Ática, 1993.
PEREIRA, J. R. A. Introdução à história da arquitetura: das origens ao século XXI. Porto 
Alegre: Bookman, 2010. 384p.
Leituras recomendadas
FIEDERER, L. Clássicos da Arquitetura: Panteão Romano / Imperador Adriano. 09 jan. 2017. 
Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/802972/classicos-da-arquitetura-
panteao-romano-imperador-adriano>. Acesso em: 24 maio 2018.
SANTIAGO, E. Partenon. 2018. Disponível em: <https://www.infoescola.com/grecia-
-antiga/partenon/>. Acesso em: 24 maio 2018.
c) O advento do feudalismo gerou 
a necessidade de cidades 
com espaços e edificações 
apropriadas para as novas 
relações econômicas e sociais.
d) A substituição das igrejas 
pelos templos e a pregação 
de uma nova religião baseada 
na crença de vários deuses.
e) A igualdade social entre as 
classes fez com que as cidades 
se organizassem de maneira 
que pudessem atender a 
todos de uma mesma forma.
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C08_THAU_I_Decadencia_arqurb_classicos.indd 13 28/05/2018 08:03:20
http://reverbe.net/cidades/wp-content/uplo-
https://www.archdaily.com.br/br/802972/classicos-da-arquitetura-
https://www.infoescola.com/grecia-
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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